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A primeira vacina foi criada em 1796 pelo médico britânico Edward Jenner.

Ao observar que
vacas tinham nas tetas feridas iguais às provocadas pela varíola nos humanos e que as moças
responsáveis pela ordenha tinham uma versão mais suave da doença, Jenner recolheu o líquido das
feridas e o passou em cima de feridas no braço de um garoto. O menino teve febre baixa e lesões
leves, com rápida recuperação.
Em seguida, o cientista retirou o líquido de um paciente com varíola e expôs o garoto ao material. O
menino não manifestou nenhum sinal da doença; estava descoberta a propriedade de imunização
— e daí o termo vacina, que deriva do latim vacca.
Anos depois, as vacinas se tornaram cada vez mais comuns e ajudam a prevenir doenças como
hepatite, febre amarela e sarampo. Em 2014, no Brasil, foi aprovada uma lei que permite a
aplicação de vacinas em farmácias. Muito comemorada por farmacêuticos, a legislação tramitava
há 20 anos no Congresso e também estipula que farmácias passarão à condição de prestadoras
de serviços de assistência à saúde. Para isso, passa a ser obrigatória a presença permanente de
um farmacêutico enquanto o estabelecimento estiver aberto.
Como funciona a aplicação de vacinas em farmácias?
A lei que autoriza a aplicação de vacinas em farmácias permite o serviço para prevenção de
doenças imunopreveníveis, como tétano, difteria, sarampo, rubéola, caxumba, poliomielite, febre
amarela, hepatite a, hepatite b, varicela, gripe, dengue, HPV, entre outras. Para isso, os
estabelecimentos deverão estar devidamente licenciados pela Vigilância Sanitária local. Além disso,
outros requisitos para a aplicação de vacinas em farmácias são:
• O estabelecimento deve obter um parecer favorável emitido pela Coordenação do
Programa de Imunizações, responsável pelo Programa Nacional de Imunizações da
Prefeitura local.
• É necessário ter uma sala privativa com maca ou cadeira e sanitários ou banheiros para os
pacientes.
• A farmácia também deve possuir equipamento de controle de temperatura da sala onde
será realizada a vacinação e monitorar a temperatura dos equipamentos que armazenam as
vacinas.
• Somente vacinas registradas no Ministério da Saúde podem ser aplicadas nos pacientes.
• Todas as vacinas aplicadas devem ser registradas em um cartão próprio entregue ao
usuário, assim como em um prontuário com registro de todas as vacinas e atendimentos
realizados na farmácia.
• O calendário de vacinação oficial deve estar afixado em local visível aos usuários, com a
indicação das vacinas que são gratuitas em serviços públicos de saúde.
• E, finalmente, o estabelecimento deve dispor de pessoal capacitado para aplicar a vacina.

Vale lembrar que outra lei mais antiga já permitia a aplicação de medicamentos injetáveis em
farmácias, com exceção dos de uso exclusivo hospitalar. Como identificar isso? Está escrito na
bula! E os medicamentos injetáveis só podem ser administrados mediante a prescrição de um
médico.

Nova resolução em análise pela Anvisa deve liberar aplicação de vacinas em farmácias | Bem
Estar

Proposta já passou por uma consulta pública e está em etapa final do processo de
regulamentação. Hoje, só clínicas de vacinação podem oferecer o serviço fora do SUS.
Por Mariana Lenharo, G1
Nova resolução em análise deve permitir a aplicação de vacinas em farmácias (Foto: Fred
TANNEAU / AFP)
Uma nova resolução que trata dos requisitos mínimos para serviços de vacinação no país está em
fase de análise pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e, caso seja aprovada,
permitirá que farmácias apliquem vacinas. Atualmente, somente clínicas de vacinação, que têm um
médico como responsável técnico, estão autorizadas a oferecer o serviço fora do sistema público de
saúde.
Entidades que representam os farmacêuticos defendem que a medida ampliará o acesso da
população às vacinas. Já entidades médicas expressam temor de que a nova resolução possa
reduzir as exigências atualmente aplicadas aos serviços de vacinação, o que acarretaria risco
para a população.
A proposta já passou por uma consulta pública, em maio, e agora está na última etapa do processo
de regulamentação antes da decisão final. O texto submetido à consulta não menciona as farmácias
especificamente, mas abre essa possibilidade ao não limitar o serviço de aplicação de vacinas às
clínicas. A regra estabelece como deve ser a estrutura física do estabelecimento que aplicará a
vacina e determina que as vacinas que não estão contempladas pelo Programa Nacional de
Vacinação do SUS somente poderão ser aplicadas mediante prescrição médica.
Em nota enviada ao G1, a Anvisa observa que a aplicação de vacinas em farmácias já estava
prevista desde 2014, por meio da Lei 13.021/2014, que dispõe sobre os exercícios das atividades
farmacêuticas. Porém, até hoje, a atividade não era colocada em prática por falta de um regulamento
que tratasse do assunto.
Lei que autoriza farmácias a aplicar vacinas deve ser regulamentada
O Conselho Federal de Farmácia (CFF) afirmou, em nota, que a expectativa é que a Anvisa
publique em breve a resolução “de forma a finalmente permitir a ampla participação das farmácias e
dos farmacêuticos nessa importante ação de saúde pública”.
Na opinião do presidente da entidade, Walter da Silva Jorge João, a nova regra garantirá mais
qualidade ao serviço – já que os farmacêuticos seriam profissionais habilitados por lei para a
dispensação de imunobiológicos – e preços mais baixos. “Hoje, as clínicas especializadas chegam a
cobrar preços 300% superiores aos dos insumos. Uma margem de ganho altíssima, regulada pela
exclusividade de que as mesmas usufruem”, afirma.
Já o presidente da Associação Brasileira de Clínicas de Vacinas (ABCVAC), Geraldo José Barbosa,
afirma que essa margem de lucro sobre os insumos é irreal. Segundo ele, a rentabilidade bruta fica,
na verdade, entre 45 e 55%, com uma carga tributária de em média 20%.
Para o farmacêutico clínico Ismael Rosa, pesquisador do Instituto de Ciência, Tecnologia e
Qualidade (ICTQ), a capilaridade das farmácias deve contribuir para aumentar os índices de
imunização no país. “Encontramos uma farmácia em cada esquina, então isso vai contribuir para
atingir as metas de vacinação.” Um levantamento feito pelo ICTQ, com base em 2.061 entrevistas
em todo o país, concluiu que 25% dos brasileiros afirmam que buscam ou desejam encontrar o
serviço de vacinação nas farmácias.
Geraldo José Barbosa, da ABCVAC, considera que permitir a aplicação de vacinas em farmácias
representa um risco sanitário: “Quem vai dar os primeiros socorros em caso de choque anafilático
em uma farmácia?”
Ele também questiona se a atual estrutura de vigilância em saúde será suficiente para fiscalizar a
segurança da aplicação de vacinas nas farmácias. “Hoje, por existir um número menor de clínicas,
há um controle muito grande por parte do Ministério da Saúde. A partir do momento em que isso se
amplia, há risco de perder esse controle.”
Na avaliação da médica Isabella Ballalai, presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações
(SBIm), o texto da proposta reduziu os critérios de exigência em relação ao serviço de vacinação
existente no que diz respeito à estrutura física do local da vacinação – que não prevê a existência de
uma maca, por exemplo – e também quanto à abolição do médico do serviço.
“É importante ter um médico para atender a eventos adversos. É raro que ocorram na hora, mas as
pessoas voltam às clínicas por algumas situações e precisam que um médico habilitado e
conhecedor das vacinas possa avaliar”, diz a especialista.
Ela destaca que o Brasil é um exemplo mundial no que diz respeito às imunizações. "Esse
movimento todo [de permitir a aplicação de vacinas em farmácias] se baseia em políticas adotadas
fora do Brasil e nós somos melhores do que Estados Unidos e Europa. Não é possível que, em uma
das únicas coisas que fazemos melhor, vamos pegar o exemplo deles."
A Anvisa afirma que, para elaborar o texto da proposta de resolução, ouviu diversos interlocutores,
especialmente o Ministério da Saúde. “Destaca-se que o regulamento proposto estabelece requisitos
mínimos para prevenção de riscos à saúde, tendo em vista uniformizar as exigências para todos os
estabelecimentos que oferecem o serviço e orientar aqueles que não têm tradição neste tipo de
atividade, como é o caso de farmácias e drogarias”, informou a Anvisa.
Jornal Nacional - Anvisa autoriza aplicação de vacinas em farmácias; decisão gera polêmica

Iniciativa pode aumentar número de pessoas imunizadas, mas conselho alerta para riscos de
administração sem profissionais de enfermagem.
Desde dezembro de 2017, farmácias de todo o país estão autorizadas a aplicar vacinas. O serviço
pode ampliar o número de pessoas imunizadas. Mas também está provocando muito debate.
A carteira de vacinação está pronta, a caixa para descartar seringas também. Só não apareceu ainda
cliente. Uma farmácia de São Paulo agora oferece quatro vacinas: contra febre amarela, HPV,
herpes zoster e hepatite B. As vacinas custam de R$ 135 a R$ 510. Dessas, só a herpes zoster não
tem na rede pública de saúde.
A regulamentação da Anvisa sobre o serviço só entrou em vigor na última semana de dezembro.
Para aplicar vacinas, o estabelecimento precisa atender a uma série de requisitos: ter licença das
autoridades de saúde e uma sala reservada com pia e geladeira com controle de temperatura. A
farmácia aposta em um movimento grande na época da vacinação contra a gripe, e instalou até um
equipamento para a retirada de senhas. Mas a decisão da Anvisa que permite a vacinação em locais
como esse vem sendo alvo de críticas.
O Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) alerta para o que chamada de “riscos de administração
e conservação de vacinas em farmácias e drogarias sem a presença de profissionais de
enfermagem”.
A Sociedade Brasileira de Pediatria também é contra e explica os motivos: “A possibilidade de uma
criança, um adolescente, um paciente ter um efeito colateral que necessite intervenção médica. Uma
outra questão é que existem várias condições, várias doenças, nas quais certas vacinas não podem
ser aplicadas e isso quem sabe é um médico ou uma enfermeira que trabalha em um centro de
imunizações”, explicou Luciana Rodrigues, presidente da entidade.
A farmácia visitada restringiu a vacinação a adultos e diz que os farmacêuticos foram treinados,
inclusive para situações extremas.
“Esse é um serviço já prestado em vários países do mundo, como Estados Unidos, Canadá e
Inglaterra. Então aumentou a população coberta por vacina, o que ajudou na saúde pública do país.
Isso pode acontecer no Brasil também provavelmente”, disse Marcilio Pousada, presidente da Raia
Drogasil.
Nas farmácias ou nas clínicas, as vacinas que estão fora do calendário nacional só podem ser
aplicadas com prescrição médica.
Referencias:
http://www.espacofarmaceutico.com.br/blog/2017/05/26/como-funciona-a-aplicacao-de-vacinas-
em-farmacias

https://g1.globo.com/bemestar/noticia/nova-resolucao-em-analise-pela-anvisa-deve-liberar-
aplicacao-de-vacinas-em-farmacias.ghtml

http://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2018/01/anvisa-autoriza-aplicacao-de-vacinas-em-
farmacias-decisao-gera-polemica.html

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