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Vinte e cinco árvores de Lisboa

Apresentação

N a cidade, as árvores melhoram a qualidade do ar, produzindo


oxigénio através da fotossíntese, evitam a erosão segurando a
terra e evitando que a chuva a arraste, amenizam o clima, são uma fonte
de alimento e refúgio para muitos animais e embelezam as ruas, avenidas
e jardins.

Em Lisboa existem mais de 600.000 árvores: árvores com diferentes tamanhos,


cores e formatos, pertencentes a 200 espécies diferentes, cada uma com as suas
características e o seu valor. Algumas dessas espécies são autóctones e outras
vieram de outras regiões do mundo, mas todas se adaptam melhor ou pior ao
clima da nossa cidade.

Com este Guia, queremos convidar-te a descobrir e conhecer 25 árvores de Lisboa.


Nestas páginas encontrarás 25 espécies de árvores mais frequentes, assim
como as suas características, o seu valor e utilidade, algumas curiosidades e
a referência a alguns locais da cidade onde poderás encontrar cada uma delas.

A Câmara Municipal de Lisboa planta, cuida e protege as árvores da cidade


mas também tu podes ajudar! Para gostarmos e percebermos a importância
das coisas, temos que as conhecer.

Por isso, pega no teu Guia e mãos-à-obra! Nas páginas seguintes encontrarás o
índice, uma página que te ensina a utilizar o Guia e um glossário de palavras
mais difíceis. Sempre que andares por Lisboa, olha para as árvores “com olhos
de ver”, descobre que árvores existem em cada local por onde passas, na tua rua,
no teu bairro e também na tua escola.

As árvores de Lisboa agradecem-te…

A Câmara Municipal de Lisboa


Como usar este guia
Pinheiro-manso
Índice
Pinus pinea

Nome comum Nome científico Página


Acácia-bastarda Robinia pseudoacacia 8
Acácia-do-Japão Sophora japonica 9
Azinheira Quercus rotundifolia 10
Bôrdo Acer negundo 11
Carvalho-alvarinho Quercus robur 12
Carvalho-cerquinho Quercus faginea 13
Choupo-branco Populus alba 14
Choupo-negro Populus nigra 15
Cipreste-comum Cupressus sempervirens 16
Espinheiro-da-Virgínia Gleditsia triacanthos 17
Eucalipto Eucalyptus globulus 18
Freixo Fraxinus angustifolia 19
Ginkgo Ginkgo biloba 20
Jacarandá Jacaranda mimosifolia 21
Lódão-bastardo Celtis australis 22
Olaia Cercis siliquastrum 23
Oliveira Olea europaea 24
Palmeira-das-Canárias Phoenix canariensis 25
Pinheiro-manso Pinus pinea 26
Plátano Platanus x hybrida 27
Plátano-bastardo Acer pseudoplatanus 28
Sobreiro Quercus suber 29
Tília-prateada Tilia tomentosa 30
Tipuana Tipuana tipu 31
Ulmeiro Ulmus procera 32

2
Como usar este guia L
150
Página-tipo

Longevidade aproximada Folhagem


Medida em anos, pode ser Pode ser caduca,
Pouco Longeva (PL), Longeva persistente ou
(L) ou Muito Longeva (ML). marcescente.

Nome comum Altura Origem


É o nome mais utilizado Medida em metros. Pode ser autóctone
no dia-a-dia. Pode variar ou não autóctone
consoante o país e até a com identificação
região. da origem.
Sobreiro ML 10 m
1000 Sudoeste
Quercus suber 20 m Europeu

Nome científico
Norte de África

Fagáceas
Em latim, este nome é
igual em todo o mundo. Copa
Larga e arredondada,
A primeira palavra sem forma regular.
corresponde ao género;
a segunda à espécie.

Família
Grupo taxonómico
que compreende um
ou mais géneros. Cada
género pode integrar
uma ou várias espécies.

Tronco
Grosso e largo, casca (cortiça)
castanho-avermelhada, flexível e
muito resistente ao fogo.

Escala comparativa Folhas


Pequenas e simples, com 2,5 a 10 cm de
Com esta figura humana comp., verde-escuras, brilhantes na página
é mais fácil perceber a superior e acinzentadas na inferior, ovadas Onde podemos vê-la em Lisboa?
com margens muito serradas.
real dimensão da árvore.
Abunda no Parque Florestal de
Monsanto, podendo ser ainda observado
Flores no Castelo de São Jorge, na Mata de
As ♂ dispostas em cachos de 5 a 6 cm, Alvalade e na Quinta da Bela Vista.

Floração medem 4 a 8 cm de comp.. As ♀ apresentam-


Curiosidades
-se isoladas ou em pequenos grupos.
Este símbolo indica Abril~Maio, até Outubro.
É do tronco do sobreiro que, de dez em
dez anos, se extrai a cortiça. A cortiça
quando é que surgem constitui um óptimo isolante contra
Frutos o frio e o calor, sendo utilizada em
as flores. Bolotas secas e cilíndricas, com 2 a 4,5 cm inúmeros materiais de isolamento na
construção de edifícios e no fabrico
de comp., castanho-amareladas, ovais e
de rolhas e outros objectos. É com essa
revestidas por uma cúpula que parece um
Frutificação carapuço. Final do Verão~Início Inverno.
finalidade que o sobreiro é cultivado
desde a antiguidade.
Este símbolo indica
quando é que surgem
os frutos.
Glossário
As palavras a cinzento estão descritas
no Glossário.

3
Como usar este guia L
150
Glossário

♂ Masculino camada de células vivas. Também se pode chamar


floema ou líber.
♀ Feminino Comp. Comprimento.
Agulha Folha rija, estreita e longa apresentada por
algumas espécies de árvores pertencentes às coní- Composta (folha) Folha que se divide em folíolos,
feras (pinheiros, abetos e cedros). ou seja, formada por vários limbos pequenos liga-
dos ao mesmo pecíolo.
Alterna (folha) As plantas de folhas alternas têm
apenas uma folha em cada nó. Copa Conjunto dos ramos e folhas.

Amentilho Inflorescência em espiga densa pendente. Corola É formada pelas pétalas da flor e pode ser
envolvida pelas sépalas (cálice).
Androceu Parte masculina de uma flor.
Dimorfismo foliar Diz-se das plantas onde é possível
Árvore Planta dividida em três partes principais: encontrar folhas de formas diferentes (por exem-
copa, tronco e raízes. plo, em ramos superiores e inferiores, em jovem e
em adulta, etc).
Árvore classificada de interesse público Árvore que
pelo seu porte, estrutura, idade, raridade ou ainda Dióica (planta) Diz-se de uma planta que tem só
por valor histórico ou cultural se distingue de outros flores femininas ou masculinas.
exemplares. O Ministério da Agricultura, Desen­
volvimento Rural e Pescas é o organismo respon- Erosão Fenómeno da natureza, provocado pela
sável por esta classificação (acto publicado na for- chuva, vento e outros factores ambientais, que
ma de aviso, na página de internet da Autoridade consiste em desagregar e transportar as partículas
Florestal Nacional). mais finas, quebrar rochas e agregados e conduz
à diminuição da fertilidade dos solos. As plantas
Autóctone As espécies autóctones são as que po- reduzem-na, protegendo os solos.
dem existir naturalmente no local em que se en-
contram. Espécie Conjunto dos indivíduos com maior afini-
dade genética e características comuns, podendo
Bolota Fruto do carvalho, sobreiro e azinheira, provido reproduzir-se entre si.
de cúpula e casca grossa.
Estame Peça masculina da flor, constituída por file-
Bráctea Folha modificada em forma de escama, te e antera onde se encontra o pólen.
geralmente menor do que a folha vulgar.
Família Grupo taxonómico entre a Ordem e o
Cacho Tipo de inflorescência que apresenta flores Género. Nas plantas, o nome em latim das famílias
com pé curto. termina em “acea”.

Caduca (folha) As árvores de folha caduca perdem Flor Órgão reprodutor das plantas angiospérmicas
todas as suas folhas em menos de um ano, ficando constituído pelo cálice, sépalas, pétalas, androceu
nuas até nascerem as novas. (estames) e gineceu (carpelos).

Cálice Conjunto das sépalas da flor. Folha Órgão da planta que capta a luz solar, onde se
realiza a fotossíntese e onde se dão as trocas gaso-
Cápsula Fruto seco que liberta as sementes, através sas (respiração, transpiração).
de mecanismos especiais de abertura.
Folíolo Parte íntegra de uma folha composta, cor-
Casca Camada protectora que cobre o tronco. A parte respondente a um limbo parcial.
externa está morta mas por baixo dela existe uma

4
Pinheiro-manso
Pinus pinea

Fotossíntese Processo que transforma energia lumi- Persistente ou Perene As folhas das árvores de
nosa em energia química processando o dióxido de folha perene ou persistente caem e são sempre
carbono e outros compostos, água e sais minerais, substituídas de modo a que a árvore nunca fique
em compostos orgânicos e produzindo oxigênio. sem folhas.

Fruto É um ovário amadurecido que contém as se- Pétalas Partes das flores que constituem a corola e
mentes da planta. protegem os estames; normalmente coloridas, aju-
dam a atrair os insectos que fazem a polinização.
Género Grupo taxonómico entre a família e a es-
pécie; inclui uma ou mais espécies. Pubescente (folha) Superfície coberta de pêlos.

Gineceu Parte feminina de uma flor, constituído Raiz Nas árvores, costuma ser muito forte e serve
por ovário, estilete e estigma. para se fixarem na terra e para absorverem do solo
a água e as substâncias minerais que necessitam.
Glabra (folha) Superfície lisa, sem pêlos. Estes constituem a seiva bruta e sobem através do
tronco e dos ramos até às folhas.
Hermafrodita (flor) Uma flor que tem órgãos re-
produtivos femininos e masculinos. Recompostas (folhas) Folha formada por diversas
folhas compostas em torno de um eixo central.
Inflorescência Um grupo de flores no mesmo caule.
Sâmara Fruto seco com um prolongamento em
Imparipinulada Diz-se de uma folha composta que forma de asa.
tem folíolos em ambos os lados do eixo principal
e que é rematado por um dos folíolos que existem Semente Estrutura reprodutora que contêm uma
em número ímpar. planta embrionária e uma reserva alimentar.

Larg. Largura. Sépalas Abas externas que protegem o botão da


flor e constituem o cálice.
Lobada (folha) Folha cujo recorte do limbo é dividido
em porções arredondadas. Serrada (folha) Folha cujo recorte do limbo aparen-
ta dentes agudos e inclinados.
Longevidade Tempo de vida que pode, geralmente,
ser atingido pela árvore. Simples ( folha ) Diz-se de uma folha não composta.

Mácula Mancha. Taxonomia ou Sitemática Ciência que classifica e


denomina os seres vivos.
Monóica (planta) Apresenta órgãos masculinos e
femininos na mesma planta. Tronco Caule mais ou menos grosso que suporta o
peso dos ramos que dele partem. A secção do tronco
Marcescente (folha) Folha que não se desprende mostra uma série de anéis que indicam a idade da
imediatamente após murchar, podendo coexistir árvore, já que cada anel corresponde a um ano.
com as folhas novas.
Vagem Fruto seco que se abre ao comprimento de
Oposta (folha) Plantas que apresentam duas ambos os lados.
folhas em cada nó.
Variedade Conjunto de indivíduos que, embora
Página (folha) Face da folha; inferior ou superior. pertençam à mesma espécie, possui característi-
cas próprias que os distingue dos mais pertencen-
Pecíolo Pé da folha que une a bainha ao limbo. tes à mesma espécie.

Pedúnculo Pé da flor ou do fruto.

5
Para saber mais

Livros

Beatriz e o Plátano
Ilse Losa
Edições ASA
Sites
A árvore em Portugal
Francisco Caldeira Cabral Câmara Municipal de Lisboa
Gonçalo Ribeiro Telles www.cm-lisboa.pt
Assírio & Alvim
Lisboa Verde
O meu primeiro livro da Natureza lisboaverde.cm-lisboa.pt
A. Wilkes
Civilização Autoridade Nacional Florestal
www.afn.min-agricultura.pt
Árvores de Portugal e Europa
C. J. Humphries Agência Portuguesa do Ambiente
F.A.P.A.S. www.apambiente.pt

Dicionário escolar da natureza ICNB - Instituto da Conservação da Natureza


David Burnie e Biodiversidade
Civilização Editora www.icnb.pt

Atlas básico de botânica LPN - Liga para a Protecção da Natureza


Lluís Borràs www.lpn.pt
Didáctica Editora
Quercus - Associação Nacional de
Enciclopédia Visual: Árvores Conservação da Natureza
David Burnie www.quercus.pt
Verbo
Arborium - Atlas de Árvores de Leiria
Guia dos parques, jardins www.arborium.net
e geomonumentos de Lisboa
Naturterra Naturlink
Câmara Municipal de Lisboa www.naturlink.sapo.pt

Árvores e arbustos de Portugal


arvoresdeportugal.free.fr

Associação Árvores de Portugal


www.arvoresdeportugal.net

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Pinheiro-manso L
150
Pinus pinea
Fagáceas
Acácia-bastarda L
150 25 m América
Robinia pseudoacacia do Norte
e Central

Leguminosas

Copa
Larga, arredondada
e com abertas.

Tronco
Liso com casca castanho-escura
Onde podemos vê-la em Lisboa?
nas árvores jovens, tornando-se No Jardim da Praça da Alegria, no Jardim
mais cinzenta e fendida do Campo Grande, na Mata da Madre
nas árvores adultas. Deus, ao longo da Avenida da Liberdade e
ainda na Avenida Infante Dom Henrique.

Curiosidades
Folhas Por ser muito parecida com as acácias foi
Compostas, imparipinuladas, com 15 a 20 cm chamada acácia-bastarda; no entanto,
de comp., com 7 a 21 folíolos elípticos esta árvore não pertence ao mesmo
género das verdadeiras acácias. Recebeu
e margem inteira.
o nome “Robinia” em homenagem ao
seu introdutor na Europa, Jean Robin,
Flores jardineiro de Henrique IV, que semeou em
Inflorescência com flores brancas com 1624 a primeira árvore desta espécie.
A sua madeira, cuja cor amarelo-limão
pequeno cálice dourado, com 1 ou 2 cm,
é pouco frequente, tem diversas aplicações.
perfumadas e comestíveis. Há quem acredite que esta planta pode ter
Abril~Maio. usos medicinais: para preparar um tónico ou
fortificante, devem macerar-se 15 gramas
Frutos das suas flores em 1 litro de vinho do
Porto, durante 3 dias, agitar todos os dias
Vagens estreitas e compridas com 5 a 10 cm e, depois, filtrar. Deverá ser tomada uma
de comp., verde-acastanhadas. colher de sopa antes do almoço e duas
Agosto~Setembro. antes do jantar.
8
Acácia-do-Japão LPL
150
70 25 m China
Sophora japonica Japão
Coreia

Leguminosas

Copa
Arredondada
e sem forma regular.

Tronco
Fino, com ramos retorcidos,
casca rugosa e fendida,
castanho-acinzentada ou escura.
Onde podemos vê-la em Lisboa?
É uma árvore ornamental e de sombra,
mais utilizada em alinhamento nos
passeios dos jardins e avenidas, como se
pode observar na Avenida da Liberdade,
Folhas na Avenida Ressano Garcia ou ainda no
Parque Eduardo VII.
Compostas, imparipinuladas, com 15 a 25 cm,
verde-escuras, ovais de margens inteiras. Curiosidades
Tem inúmeras propriedades medicinais:
Flores os seus botões florais são muito utilizados
na indústria farmacêutica. Em Portugal,
Inflorescência piramidal com pequenas
a acácia-do-Japão, quando se encontra
flores brancas, com cálice branco. longe das cidades, porque o vento ou algum
Meados do Verão. animal transportaram as suas sementes
para uma floresta natural, pode tornar-se

Frutos uma praga, pois cresce mais depressa


do que as outras espécies, roubando-lhes
Vagens verde-escuras, entre 5 e 8 cm, o espaço e os nutrientes. Em Lisboa,
compridas e comprimidas entre sementes. a plantação da acácia-do-Japão é
Outubro~Novembro. controlada, não havendo esse perigo.
9
Azinheira L
500
150 20 m
Quercus rotundifolia
Fagáceas

Copa
Arredondada ou oval,
não muito alta.

Tronco Onde podemos vê-la em Lisboa?


Tal como o sobreiro, existe em grandes
Casca cinzento-parda, núcleos nas principais matas e parques
com fendas pequenas da cidade, abundando no Parque Florestal
e pouco profundas. de Monsanto, fazendo parte de povoamentos
classificados de interesse público. Vale
ainda a pena ver os melhores exemplares
de Lisboa no Jardim Botânico da Ajuda.
Folhas
Simples, arredondadas, verde-escuras e Curiosidades
glabras na página superior e esbranquiçadas Esta árvore, muito abundante em
Portugal, forma extensos montados
e pubescentes na página inferior, com as
chamados montados de azinho.
margens recortadas. A azinheira é uma das poucas árvores que,
por ser tão valiosa, tem uma protecção
Flores especial em Portugal (Decreto-Lei n.º 155/
2004) porque, em certas situações de tem-
Verde-acinzentadas, muito pequenas,
peratura alta e secura extremas, associada
em cachos de 5 a 13 cm. Abril~Maio. a outros arbustos, forma um matagal
que constitui a única protecção do solo.
Frutos As azinheiras jovens são arbustos cujas
folhas têm picos nas pontas e são parecidas
Bolotas castanho-claras, ovais, que
com as do azevinho e do carrasco. Nas
consistem numa grande semente com 1,5 a árvores adultas, a forma da folha é
3,5 cm de comp. com uma cúpula em forma diferente – redonda. Nesta espécie existe
de carapuço. Outubro~Novembro. dimorfismo foliar.
10
Bôrdo L 12 m
200 América
Acer negundo 20 m do Norte
México

Aceráceas

Copa
Larga, esférica mas irregular,
com ramos numerosos
e erguidos.

Tronco
Curto, casca lisa e cinzenta
Onde podemos vê-la em Lisboa?
nas árvores jovens, tornando-se Existe em locais tão diferentes como no
fendida na superfície e mais escura Jardim do Campo Grande, no Jardim
com a idade. da Estrela, na Mata do Vale do Silêncio,
no Miradouro de Santa Catarina, no
passeio ribeirinho ao longo da Avenida
da Índia entre o Cais do Sodré e a Praça
Folhas do Comércio e ainda na Rua Rodrigues
Compostas, imparipinuladas, com 5 a 15 cm Sampaio.
No Parque Bensaúde existe um
de comp., verde-claras, com 3 a 5 folíolos
povoamento de árvores classificadas
ovais, longos, grosseiramente dentados. de interesse público, onde podemos
encontrar esta espécie.
Flores
Árvore dióica: as♂são inflorescências Curiosidades
erectas avermelhadas enquanto que ♀ Foi introduzida na Europa nos finais
do Séc. XVII: para facilitar a propagação
são pendentes branco-amareladas. da espécie, as sementes do bôrdo têm
Março~Abril. duas asas que lhes permitem voar e
disseminar-se.
A variedade cultivada pelo Homem
Frutos “variegatum” apresenta folhas com um
Pequenas sâmaras verde-amareladas, mosaico verde e amarelo. É um exemplar
com duas longas asas em arco. feminino, muito usado com fins orna-
Setembro~Outubro. mentais.
11
Carvalho-alvarinho L 30 m
300
Quercus robur 45 m

Fagáceas

Copa
Alta e larga,
com forma irregular.

Tronco
Alto e largo, casca clara e lisa nas Onde podemos vê-la em Lisboa?
Embora existam alguns exemplares
árvores jovens, tornando-se, com
no Marquês de Pombal, é no Parque
o envelhecimento, mais gretada Florestal de Monsanto que é abundante,
e castanho-escura. encontrando-se um pouco por todo o lado.
O Parque do Calhau é um dos espaços onde
se encontra o carvalho-alvarinho.
Folhas
Simples, verdes na página superior e pálidas Curiosidades
na inferior, castanho-alaranjadas no Outono, A sua madeira rija, pesada e resistente
com 5 a 19 cm de comp., lobadas, formando à humi­dade é utilizada no fabrico de
móveis e barcos. Também se obtêm dele
lobos assimétricos.
substâncias para tinturas e as bolotas são
um bom alimento para porcos.
Flores O nome “druída” deriva de uma palavra

As flores são espigas pendentes verde- celta que significa “carvalho”. Os Druídas

-amareladas de 5 a 13 cm de comp. e as ♀ eram sacerdotes e reuniam-se em carva-


lhais para fazerem rituais misteriosos
são avermelhadas, em grupos de 2 ou 3 e recolherem o visco (um parasita com
flores muito pequenas. Março~Abril. propriedades medicinais).
Na Península Ibérica o carvalho
Frutos representa a força e a resistência e a sua
folha é o símbolo do ICN e da QUERCUS.
Bolotas oblongas, castanho-claras, ovais
Os bugalhos – que podem confundir-se
e com 15 a 40 mm de comp. As bolotas com as bolotas – são formações esféricas
amadurecem e caem em Outubro. resultantes da picada de insectos.
12
Carvalho-cerquinho L
300 20 m
Quercus faginea
Fagáceas

Copa
Abobadada e rala.

Tronco
Normalmente direito, com casca
acinzentada ou pardo-acinzentada,
com muitas gretas pouco profundas, Onde podemos vê-la em Lisboa?
nas árvores mais velhas. Existe em pequenos conjuntos, muito
espalhados por todo o Parque Florestal
de Monsanto integrando povoamentos de
árvores classificadas de interesse público.
Se visitares a Zona Vedada do Espaço
Folhas Monsanto, pede ao guia para te mostrar
Simples, verde-escuras, ovais, com 2 a 11 cm um carvalho-cerquinho.
de comp. e margens dentadas.
Curiosidades
Flores É uma espécie de folha marcescente.
É muito utilizada para construção
Muito pequenas, amarelo-esverdeadas,
encontrando-se as ♂
agrupadas em cachos
e marcenaria.


finos e as em pontos solitários, dentro
Esta é uma das espécies com distribuição
mais alargada no nosso país já que cresce
de uma pequena cúpula. Abril~Maio. em todo o tipo de solos e aguenta bem as
variações climáticas.
Frutos Consta que, durante o império romano,
se podia ir de Lisboa (Olisipo) até Roma
Bolotas cilíndricas, castanho-claras,
sob cobertura de uma grande floresta
com 15 a 35 mm de comp., com uma cúpula
que, no primeiro troço, era de carvalho-
em forma de carapuço. As bolotas -cerquinho. A esta espécie também se
amadurecem no início do Outono. dá o nome de carvalho-português.
13
Choupo-branco L
150
200 30 m Europa
Populus alba Ásia
África

Salicáceas

Copa
Ampla e um pouco irregular.

Tronco
Com casca lisa
branca ou verde-acinzentada,
nas árvores com mais idade
apresenta máculas escuras e fendas.

Onde podemos vê-la em Lisboa?


Na Mata do Vale do Silêncio, onde
Folhas juntamente com choupos-negros,
Ovadas nos ramos baixos e lobadas nos mais constituem a maior alameda da cidade
composta por estas duas espécies.
altos, verde-escuras na página superior
Existe uma árvore classificada de
e brancas na inferior, com 6 a 12 cm de interesse público do mesmo género mas
comp., ligeiramente dentadas. da espécie Populus x canadensis, no
Parque dos Lilazes.
Flores

Árvore dióica: as flores formam amentilhos,
Curiosidades
Distingue-se dos outros choupos por ter
avermelhadas, maiores e menos densas a página inferior branca, enquanto que
que as ♀ as quais são amarelo-esverdeadas. os outros as têm verdes, cinzentas ou
Março~Abril. prateadas.
A sua madeira é muito utilizada no
fabrico de fósforos.
Frutos Actualmente, já não são plantadas em
Cápsulas pequenas e avermelhadas, Lisboa porque as suas raízes destroem a
com grãos algodonados. Junho. calçada e os passeios.
14
Choupo-negro LPL 20 m
150
100
35 m Europa
Populus nigra Ásia | África
América

Salicáceas

Copa
Estreita e irregular ou em forma
de coluna, dependendo
da variedade.

Tronco
Curto e direito, com casca castanho-
-acinzentada que escurece e ganha
sulcos profundos com a idade.
Onde podemos vê-la em Lisboa?
Folhas Existem choupos-negros ao longo da
Avenida Almirante Reis ou na Mata do
Simples, verde-claras brilhantes, com 10 cm
Vale do Silêncio onde, juntamente com
de comp., mais ou menos triangulares choupos-brancos, constitui a maior
e com margens finamente dentadas. alameda da cidade composta por estas
duas espécies.
Flores
As ♀ são pequenas, dispostas em Curiosidades
É muito parecido com o choupo-branco,
amentilhos finos e compridos, com 5 cm
e verde-amareladas; as ♂ com 6 a 7 cm
distinguindo-se por ter folhas menos claras
na página inferior e mais arredondadas.
e castanho-avermelhadas. A sua madeira é leve, macia, branca e de
Fevereiro~Março. pouca durabilidade, empregando-se
no fabrico de fósforos, colheres de pau

Frutos e caixas. É uma árvore que cresce


rapidamente, apresenta muita resistência
Verdes, muito pequenos e em forma à poluição e exige poucos cuidados.
de botão, com 4 a 6 mm. Quando estão Nas cidades é muito utilizada porque
maduros abrem-se e soltam sementes o seu crescimento em altura permite
cobertas de algodão. Abril~Maio. complementar a forma dos prédios.
15
Cipreste-comum ML 20 m
600 Sudeste
Cupressus sempervirens
30 m da Europa

Cupressáceas

Copa
Alta e muito estreita,
com ramos erguidos.

Tronco
Muito fino e direito, casca castanho-
-avermelhada com fendas pouco profundas.
Onde podemos vê-la em Lisboa?
Folhas Em quase todos os cemitérios, como o
Parecem escamas muito pequenas enfiadas de Benfica, o do Alto de São João ou o
dos Prazeres. Também existem belos
umas nas outras, com 0,5 a 1 mm de comp.,
exemplares nas tapadas da Ajuda e
com margens inteiras e verde-escuras. das Necessidades. Se passares perto
do Viaduto do Campo Grande verás
Flores ciprestes muito bem alinhados.
Muito pequenas, com 4 a 8 mm de comp.,
parecendo pinhas em miniatura, amarelo- Curiosidades

-esverdeadas. As surgem no extremo dos Diz-se que o facto de ser normalmente

ramos enquanto as em cones solitários plantada perto dos cemitérios se deve à
forma da copa, que é semelhante a uma
ou em grupo. Março~Maio.
vela. Estariam, assim, a velar os mortos.
Frutos Muitas pessoas acham por isso, que tem
um ar triste e misterioso mas a sua forma
Secos e duros, com 25 a 40 mm de comp.,
é alta, estreita e elegante, embelezando
esféricos com faces achatadas (escamas qualquer espaço verde. Aliás, no passado,
de protecção). Inicialmente verdes e, com a sua utilização era sinónimo de nobreza
o amadurecimento, tornam-se cinzento- e, no norte do país, a sua presença era
-amarelados. Março~Maio. frequente junto aos solares.
16
Espinheiro-da-Virgínia PL
100 40 m América
Gleditsia triacanthos do Norte

Leguminosas

Copa
Alta e estreita,
de forma quase regular.

Tronco
Fino, direito, casca castanho-escura,
com espinhos, que também existem
nos ramos.

Folhas
Compostas ou recompostas, verde-claras,
com 10 a 12 cm de comp., apresentando
folíolos muito pequenos e em forma de lança.
Onde podemos vê-la em Lisboa?
Flores Disposta em alinhamento, no passeio
Inflorescência com flores muito pequenas, ribeirinho entre Alcântara e Belém ou
na Avenida da Índia.
com 2 a 3,5 mm de comp., branco-esverdeadas,
com cálice achatado e dividido em forma de Curiosidades
estrela com um estame em cada ponta. Como o seu próprio nome indica, tem
Junho. muitos espinhos. Estes são uma defesa
contra os predadores e, no caso do ser
Frutos humano, deve evitar-se o contacto sem a
devida protecção (luvas).
Vagens estreitas, curvas e muito compri-
A sua madeira é utilizada na construção
midas, verde-claras, com 3 a 4,5 cm de comp., de estruturas como pavimentos e
de bordos grossos. Outubro, permane­ carroçarias de veículos de carga ou em
cendo todo o Inverno na árvore. carpintaria, para mobiliário maciço.
17
Eucalipto PL 30 m
150 Austrália
Eucalyptus globulus
60 m

Mirtáceas

Copa
Alta, larga e espaçosa,
sem forma regular.

Onde podemos vê-la em Lisboa?


Existem magníficos exemplares no
Tronco Parque Florestal de Monsanto e no Parque
Recreativo dos Moinhos de Santana. Na
Alto, liso, casca acastanhada, Quinta das Conchas existe um exemplar
que cai nas suas partes classificado como árvore classificada de
mais altas. interesse público e no Parque Bensaúde
é possível encontrar um povoamento
classificado, constituído por várias
Folhas espécies, entre as quais esta árvore.
Nas árvores adultas são simples, verde-
-escuras, longas e estreitas, em forma Curiosidades
Durante as horas mais quentes nos dias
de foice, com 10 a 30 cm de comp. e com
de Verão, as suas folhas orientam-se
margens inteiras. paralelamente aos raios solares para
perderem menos água por evaporação.
Flores Por isso, não seria boa ideia utilizar esta
Pequenas, amarelas, geralmente isoladas espécie como árvore de sombra.
Por ser uma espécie que cresce muito
em pedúnculos muito curtos.
rapidamente, consome muita água
Outubro e Junho. e esgota os solos podendo acelerar o
processo de desertificação. Assim, a lei
Frutos proíbe a sua plantação em solos com
aptidão agrícola e solos esqueléticos.
Secos, angulosos com seis lados, com 10
É também conhecido por eucalipto-azul-
a 15 mm por 15 a 30 mm de comp., apresen- -da-Tasmânia porque as suas folhas,
tando numa das faces, um disco grande, enquanto jovens, são azuladas.
liso e grosso. Meses de Inverno. O mel de eucalipto é de excelente qualidade.
18
Freixo L
200 25 m
Fraxinus angustifolia
Oleáceas

Copa
Estreita e alta, sem forma regular
e com os ramos erguidos.

Onde podemos vê-la em Lisboa?


Árvore frequente na cidade de Lisboa,
Tronco que se pode encontrar em espaços
ajardinados, como o Jardim do Campo
Alto e direito, casca
Grande e o Jardim da Estrela, ou então
acinzentada, alinhada ao longo de passeios, como na
com gretas pouco profundas. Avenida das Forças Armadas.

Curiosidades
Folhas É uma árvore que, no seu meio natural,
Compostas, imparipinuladas, verde-escuras, cresce nas margens de ribeiros e rios; na
com 15 a 25 cm de comp., com 5 a 13 folíolos cidade, exige muitos cuidados em relação
à rega.
pequenos e estreitos, em forma de lança
O freixo é uma das nossas folhosas mais
e com margens finamente serradas. importantes, tanto ecológica como indus-
trialmente. A sua madeira, dura e pesada,
Flores utiliza-se tanto na indústria de mobiliário
Cachos pequenos, amarelo-esverdeados, com péta- como no revestimento de interiores.
Pela sua grande consistência e dureza,
las estreitas e longas, muito afastadas, sem coroa
é ideal para fabricar escadas, aparelhos
ou cálice. Abril~Maio, antes das folhas. desportivos e cabos de ferramentas.
Antigamente, os criadores de animais
Frutos davam-lhes folhas de freixo, acreditando
Pequenas sâmaras, amarelo-pardas, em forma que, por isso, estes não adoeciam.
Esta é das primeiras árvores de folha
de lança com uma asa retorcida, de 3 a 5 cm de
caduca a ter folhas na Primavera, sendo
comp.. considerada um seu prenúncio.
Setembro~Outubro. É da família da oliveira.
19
Ginkgo ML
1500 30 m China
Ginkgo biloba
Ginkgoáceas

Copa
Larga e irregular, piramidal
quando jovem, com ramos muito
virados para fora.

Onde podemos vê-la em Lisboa?


Tronco
É frequente como árvore de jardim ou
Largo, casca castanho-acinzentada, alinhamento preferindo-se exemplares
lisa quando jovem, ganhando fissuras ♂ porque o fruto, que só se forma nas
com a idade. ♀
árvores , suja muito os passeios e
tem um cheiro desagradável. Existe no
Jardim do Campo Mártires da Pátria,
Folhas no Jardim do Largo da Luz, no Jardim do
Simples, verde-claro pálido, com 10 a 12 cm Príncipe Real e no Parque Eduardo VII.
de comp., em forma de leque, com um rasgo No Jardim Botânico existem exemplares .♀
central, margens irregularmente serradas, Na Praça Paiva Couceiro existe um
adquirem um tom amarelo-limão antes de cair. exemplar classificado oficialmente
como árvore de interesse público.

Flores

Árvore dióica: as flores são cachos
Curiosidades


Esta espécie é considerada um fóssil vivo,
amarelos, de 6 a 8 cm de comp., e as pois existia já no tempo dos dinossauros,
também amarelas, têm a forma de pequenas há mais de 150 milhões de anos. Apesar
bolsas pedunculadas. Abril. disso, só foi introduzida na Europa no
Séc. XVIII. As folhas têm propriedades
Frutos medicinais, sendo muito utilizadas para
melhorar o funcionamento do cérebro.
Nozes, verde-claras, com 25 a 30 mm de comp.,
O ginkgo é resistente à poluição e à
ovais, envoltas por uma parte carnuda. radioactividade tendo sido a primeira

Outubro. Só nas árvores e quando ambos árvore a recuperar as suas folhas após a
os sexos existem no mesmo espaço. bomba de Hiroshima.
20
Jacarandá L
200 15 m Brasil
Jacaranda mimosifolia
Bignoniáceas

Copa
Larga e arredondada, de forma
irregular, com os ramos erguidos.

Tronco
Pouco largo, casca castanho-escura,
e rugosa. Onde podemos vê-la em Lisboa?
O jacarandá existe no centro da cidade
Folhas (Rua Castilho, disposto em alinhamento,
Grandes, imparipinuladas, recompostas em Parque Eduardo VII), no Restelo, no Jardim
80 a 150 folíolos pequenos, verde-amarelados. Botânico da Ajuda, no Jardim da Estrela,
Algumas folhas não caem no Inverno. onde se encontra espalhado em pequenos
grupos ou isolado.
Flores
Pequenas, até 6 cm de comp., piramidais, azul- Curiosidades
-violeta, alinhadas em pequenos cachos nos É uma das poucas árvores a ter o mesmo
extremos dos ramos. Maio~Junho, antes nome comum em quase todos os idiomas
do mundo.
do aparecimento das folhas, podendo haver
Além disso, tem dois nomes científicos
uma segunda fase em Setembro~Outubro. porque em 1822 foi identificada por duas
Frutos pessoas que lhe deram nomes científicos
diferentes: jacaranda mimosifolia e
Secos e achatados, cápsulas em forma de “casta-
jacaranda ovalifolia.
nhola”, 5 a 8 cm de comp. e de larg., verdes de Os frutos lembram castanholas, mas
início e tornando-se escuros com a maturação. quando amadurecem e se entreabrem,
Perduram muito tempo na árvore, antes de compreende-se porque é que em francês
se abrirem ao meio, libertando as minúsculas esta árvore também tem o nome de
sementes que voam e se dispersam com o vento. árvore das ostras.
21
Lódão-bastardo L 25 m
200
30 m Ásia
Celtis australis
Ulmáceas

Copa
Arredondada e com vegetação
muito fechada, com ramos
flexíveis.

Onde podemos vê-la em Lisboa?


Árvore muito utilizada em Lisboa,
que pode ser encontrada disposta em
Tronco alinhamento na Alameda D. Afonso
Pouco largo, forte, Henriques ou na Rua Ferreira Borges,
casca lisa e cinzenta. ou em pequenos conjuntos nas Praças
Duque da Terceira (Cais do Sodré) e da

Folhas Alegria e no Jardim do Príncipe Real. No


Jardim do Palácio Pombal (perto da Rua
Simples, verde-escuras, em forma de ponta de “O Século”) existem dois exemplares
de lança, com 7 a 15 cm de comp., de margens classificados oficialmente como árvores
serradas. de interesse público. Também é possível
encontrar outro exemplar classificado na
Flores Avenida de Berlim (Nascente).
Muito pequenas, amarelas, com poucas
pétalas e muito salientes do cálice, dispostas Curiosidades
em pequenos grupos dispersos nas É uma árvore muito resistente à poluição.
extremidades dos ramos. Maio. A sua madeira é muito utilizada para
a produção de cabos para ferramentas,
Frutos remos e tonéis.
Pequenas bagas pedunculadas, com 9 a 12 mm Se gostares de criar bichos-da-seda, podes
também alimentá-los com as folhas do
de diâmetro, verde-escuras e pendentes,
lódão.
começam por ser verdes, depois averme­ É também conhecida por ginginha-do-Rei
lhadas e quando estão maduras são negras. devido aos seus frutos, que são doces e
Setembro, mas permanecem na árvore comestíveis. Do seu tronco extrai-se um
mesmo depois da queda das folhas. corante amarelo.
22
Olaia PL
100 10 m Mediterrâneo
Cercis siliquastrum
Leguminosas

Copa
Redonda e aberta,
em forma de guarda-sol,
com ramos erguidos.

Tronco
Fino, baixo,
casca castanho-escura
e lisa. Onde podemos vê-la em Lisboa?
Na Rua Mouzinho da Silveira, na
Quinta das Conchas, ao pé da fachada
do lado direito da Sé de Lisboa e no
Parque Eduardo VII. Existe ainda um
Folhas belo exemplar no Jardim Nuno Álvares
Grandes, simples, com 7 a 12 cm de comp., (em Santos), o qual atingiu o pleno
verde-claras, em forma de coração. desenvolvimento desta espécie.

Curiosidades
Flores A olaia, pela beleza e quantidade das
Pequenas, cor-de-rosa, com 1 a 2 cm de comp., suas pequenas mas vistosas flores, é
em grupos de 3 a 6 flores inseridos nos ramos muito utilizada em Lisboa como espécie
e também no tronco. Março~Abril, antes ornamental.
das folhas. Esta árvore já é conhecida entre nós
desde o Séc. XVI.

Frutos Conta a lenda que Judas se enforcou


numa olaia, sendo por isso também
Vagens espalmadas, com cerca de 8 cm de conhecida por árvore-de-Judas.
comp., avermelhadas, contendo sementes Além disso, por ter folhas em forma de
pretas. Setembro, permanecendo coração há também quem lhe chame
os frutos muito tempo na árvore. árvore-do-amor!
23
Oliveira ML 5m
3000 Mediterrâneo
Olea europaea 15 m Oriental

Oleáceas

Copa
Larga e arredondada,
ligeiramente achatada.

Onde podemos vê-la em Lisboa?


É uma árvore que existe há muito
Tronco em Lisboa, desde o tempo em que era
Curto e largo, erecto nas árvores explorada comercialmente. Pode ser
observada no Jardim da Torre de Belém,
jovens, tornando-se cada vez mais
no Parque das Nações e onde antes
retorcido e cheio de cavidades existiam quintas que foram ocupadas
com a idade, casca devido ao crescimento da cidade de
cinzento-parda. Lisboa (caso da área circundante à
Estação do Metro da Pontinha).

Curiosidades
Folhas É uma árvore com enorme longevidade:
Pequenas, simples, em forma de lança, com existem oliveiras com mais de 3.000 anos!
1 a 8 cm de comp., verde-escuras na página O ser vivo mais antigo da Península
superior e prateadas na página inferior. Ibérica é uma oliveira situada no
Concelho de Tavira, Algarve.
O seu fruto, a azeitona, tem elevado valor
Flores nutritivo para o ser humano e é comes-
Muito pequenas, brancas e cheirosas, tível, depois de “curada”, ou transformada
agrupadas em cachos pendentes cónicos, em azeite. Já na Antiguidade o azeite era
com 12 a 20 cm de comp.. Maio~Junho. utilizado na cozinha, para iluminação e
também com fins litúrgicos.
Frutos O ramo de oliveira é utilizado como
símbolo cristão porque a Bíblia refere
Azeitonas, pequenas, primeiro verdes e
que a pomba enviada por Noé trouxe um
negras depois de amadurecerem, com 1 a ramo de oliveira como anunciador de que
3,5 cm de comp., ovais e corpo carnudo. o dilúvio tinha terminado.
Fim do Verão; as azeitonas levam quase um Em Portugal existe uma variedade
ano inteiro a amadurecerem. autóctone: o Zambujeiro.
24
Palmeira-das-Canárias L
300 20 m Ilhas
Phoenix canariensis Canárias

Palmáceas

Copa
Em forma de coroa, com longas
e enormes folhas erguidas
e viradas para fora em direcções
opostas umas das outras.

Tronco
Largo e direito, Onde podemos vê-la em Lisboa?
castanho-acinzentado e com fortes Em Lisboa é a palmeira mais abundante,
saliências, pois é formado pelas várias encontrando-se normalmente dispersa
camadas de folhas antigas, cujas em espaços verdes, como no Jardim
da Estrela e no Parque Eduardo VII, ou
bases não caíram e endureceram
então em alinhamento como na Avenida
com o crescimento da árvore, ficando da Liberdade, ou isolada no centro de
sobrepostas. pequenas pracetas, como em Alfama.

Curiosidades
Folhas Existe um pouco por todo o lado, tendo
Compostas, verde-escuras, rijas e muito a sua utilização sido incrementada
compridas, até 7 m de comp., em forma na década de 50 por se identificar
de lança, divididas em folíolos. Parecem com destinos turísticos exóticos.
Anteriormente era utilizada em quintas
autênticas penas gigantes de ave.
como símbolo da riqueza colonial.
Um dos aspectos mais curiosos das
Flores palmeiras é o facto de o seu tronco, uma
Muito pequenas, alaranjadas, agrupadas vez formado, não engrossar.
É uma árvore que se transplanta
em cachos pendentes e longos – até 2 m.
facilmente e que tem um crescimento
Março~Abril. lento: com menos de 30 anos não
permitem que se aproveite a sua sombra
Frutos porque tem folhas até muito abaixo.
Uma árvore com 10 metros pode ter mais
Carnudos, assemelham-se a pequenas
de 100 anos!
tâmaras cor-de-laranja, até 3 cm, ovais e Actualmente, abriga muitos exemplares
agrupados em enormes cachos redondos de periquito-gigante-verde-de-coleira-rosa,
e apertados. Junho~Agosto. recentemente chegado a Lisboa.
25
Pinheiro-manso L
120 30 m
Pinus pinea
Pináceas

Copa
Muito larga e achatada, em forma
de “guarda-sol”.

Onde podemos vê-la em Lisboa?


Existe em pequenos conjuntos, como
na Praça de Armas do Castelo de São
Jorge, ou em grandes extensões, como no
Parque Florestal de Monsanto. Se procu-
rares um belo alinhamento de pinheiro-
-manso, dirige-te à Avenida Cardeal
Tronco Cerejeira e se quiseres ver um exemplar
Muito alto e direito, classificado como árvore de interesse
público, então podes encontrá-lo no
casca castanho-acinzentada
Campo dos Mártires da Pátria, na
que se destaca em placas deixando margem do lago, junto ao abrigo dos
marcas vermelho-alaranjadas. patos.

Folhas Curiosidades
Transformadas em agulhas, verde-escuras, com As suas sementes, os pinhões, são muito
10 a 20 cm de comp., rijas e finas, alinhadas aos nutritivas, sendo muito apreciadas,
pares (acicular) e flexíveis. especialmente no Natal.
Esta árvore, pela forma e densidade da

Flores sua copa, é das melhores espécies existen-


tes em Lisboa para dar sombra e abrigo
Muito pequenas, parecendo pinhas em miniatura, a pequenas aves ou mesmo aos esquilos,
muito alinhadas e encaixadas nos extremos mais que muitas vezes lá constroem o seu
jovens dos ramos. As ♂ são amarelas e as ♀ “ninho”, como acontece no Parque
são verdes. Março~Maio. Florestal de Monsanto.
As naus que dobraram o Cabo da Boa
Frutos Esperança tiveram na sua construção
Pinhas, secas, ovais, com 8 a 14 cm de comp. e pinheiro-manso de Alcácer do Sal, tendo
o próprio Bartolomeu Dias escolhido as
7 a 10 cm de larg., são verdes em novas e castanhas
árvores a usar.
durante a maturação, revestidas por escamas É de realçar que a colheita de pinhas está
rijas que protegem as sementes (pinhões). regulamentada (Decreto-Lei 528/1999 de
Precisam de 3 anos para amadurecer, caindo 10 de Dezembro) proibindo esta operação
os pinhões no Outono. entre 1 de Abril e 15 de Dezembro.
26
Plátano L 30 m
200 Ásia
Platanus x hybrida 40 m Península
Balcânica

Platanáceas

Copa
Alta, esférica, irregular e ampla.

Tronco Onde podemos vê-la em Lisboa?


Largo com casca lisa, geralmente É uma árvore muito frequente em Lisboa,
castanho-clara, cheia de manchas quer em jardins, como no caso do Jardim
esbranquiçadas e arredondadas. do Campo Grande, no Campo Pequeno,
ou na Quinta das Conchas, quer em
Avenidas, como poderás constatar em
plena Avenida da República. No Largo
Folhas do Arco da Torre existe um e no Parque
Monteiro-Mor existem dois exemplares
Simples, largas, verde-amareladas, entre
classificados oficialmente como árvores
12 a 25 cm, em comp. e larg., com 3 ou 5 de interesse público.
lobos, com entradas profundas e saliências
pontiagudas. Curiosidades
Os seus troncos mais altos são procurados
pelas aves de tamanho médio, como o
Flores gaio e a rola, para fazerem os seus ninhos
Muito pequenas, verdes, agrupadas numa espaçosos.
inflorescência esférica com pedúnculo Por vezes, os pêlos largados pelas folhas
comprido. Abril~Junho. jovens provocam reacções alérgicas em
algumas pessoas.
Ilse Losa escreveu o livro infantil “Beatriz
Frutos e o Plátano” (Ed. ASA), 1976, no qual conta
Parecem ouriços esféricos, com cerca de 2,5 a 3 cm a história de uma criança que se tornou
de diâmetro, que acabam por se desintegrar heroína por defender um plátano que
no Inverno. Outubro. existia na sua rua.
27
Plátano-bastardo L
200 35 m Oeste
Acer pseudoplatanus Asiático

Aceráceas

Copa
Larga, em forma de abóbada,
com os ramos erguidos.

Tronco
Direito, casca cinzenta, fendida,
criando placas que por vezes
descamam.
Onde podemos vê-la em Lisboa?
Folhas No Jardim das Amoreiras, no Jardim do
Largo da Luz, na Parque da Bela Vista e
Simples, com 10 a 15 cm de comp., verde-
em alinhamento na Rua Fernão Mendes
-escuras, com entradas que a dividem e dão Pinto.
uma forma que faz lembrar uma mão, com No Parque Bensaúde existe um
margens serradas. povoamento de árvores classificadas de
interesse público constituído por várias
Flores espécies, entre elas a Acer spp..
Inflorescência com pequenas e numerosas
Curiosidades
flores, amarelas, em forma de estrela, Embora não seja do mesmo género
dispostas em cachos abertos e pendentes dos plátanos verdadeiros, é semelhante
com 6 a 12 cm. Abril. aos mesmos na aparência, por isso
se apelidou de “bastardo”.
Frutos A sua madeira é muito utilizada em
carpintaria de pormenor, na construção
Pequenos, disposto aos pares, com 6 cm
civil e no fabrico de artigos desportivos
de larg., verdes com traços vermelhos, e de brinquedos.
apresentando duas asas largas que fazem Esta folha está representada na bandeira
um ângulo recto entre ambas. Outubro. do Canadá.
28
Sobreiro ML 10 m
1000 Sudoeste
Quercus suber 20 m Europeu
Norte de África

Fagáceas

Copa
Larga e arredondada,
sem forma regular.

Tronco
Grosso e largo, casca (cortiça)
castanho-avermelhada, flexível e
muito resistente ao fogo.
Onde podemos vê-la em Lisboa?
Abunda no Parque Florestal de Monsanto,
Folhas fazendo parte de povoamentos
Pequenas e simples, com 2,5 a 10 cm de classificados de interesse público. Pode
comp., verde-escuras, brilhantes na página ainda ser observada no Castelo de São
superior e acinzentadas na inferior, ovadas Jorge, na Mata de Alvalade e no Parque
com margens muito serradas. da Bela Vista.

Curiosidades
Flores

É do tronco do sobreiro que, de dez em
As dispostas em cachos de 5 a 6 cm, dez anos, se extrai a cortiça. A cortiça
medem 4 a 8 mm de comp.. As ♀ constitui um óptimo isolante contra
apresentam-se isoladas ou em pequenos o frio e o calor, sendo utilizada em
grupos. Abril~Maio, até Outubro. inúmeros materiais de isolamento na
construção de edifícios e no fabrico
de rolhas e outros objectos. É com essa
Frutos finalidade que o sobreiro é cultivado
Bolotas secas e cilíndricas, com 2 a 4,5 cm desde a antiguidade.
de comp., castanho-amareladas, ovais e O sobreiro, tal como a azinheira são
revestidas por uma cúpula que parece um espécies protegidas (Decretos-Lei
carapuço. Final do Verão~Início Inverno. 169/2001 e 155/2004)
29
Tília-prateada ML
500 20 m Península
Tilia tomentosa Balcânica

Tiliáceas

Copa
Larga e volumosa,
fazendo lembrar ligeiramente
uma pirâmide.

Tronco
Onde podemos vê-la em Lisboa?
Largo e pouco alto,
Na Praça da Alegria, no Jardim do
casca cinzento-esverdeada, Príncipe Real, no Jardim da Estrela e
inicialmente lisa e, no Jardim das Amoreiras. Na Avenida
mais tarde, gretada. Infante Santo existe em alinhamento.
Existe um povoamento de árvores
Folhas classificadas de interesse público
Simples, com 4 a 9 cm de diâmetro, estreitas constituído por várias espécies, entre elas
a Tilia spp. no Parque Bensaúde.
e arredondadas, verde-escuras, bastante
rugosas e mais claras na página superior, Curiosidades
com margens inteiras. A infusão das flores tem propriedades
calmantes e existem mesmo árvores que
Flores são plantadas apenas para a colheita das
Pequenas, muito aromáticas, pálidas, no suas flores.
extremo de finos pedúnculos dispostos A madeira é muito boa para a escultura e
em inflorescências pequenas e abertas. Os a marcenaria.
pedúnculos estão soldados a uma bráctea A maior tília existente em Portugal
(Paredes) tem 22 metros de altura e 24
verde mais clara que as folhas e muito
de diâmetro de copa e, segundo o seu
característica das tílias. Maio~Junho. proprietário (citado Alves, L., 1992) a
colheita da sua flor ocupa 20 homens
Frutos durante 3 dias!
Pequenos e esféricos, com 6 a 12 mm de Para os germânicos, as tílias eram
diâmetro, verde-azeitona, em cachos árvores sagradas com poderes mágicos
pendentes. Outubro~Novembro. que protegiam os guerreiros.
30
Tipuana L
200 25 m América
Tipuana tipu do Sul

Leguminosas

Copa
Alta e sem forma regular,
com os ramos descaídos.

Tronco Onde podemos vê-la em Lisboa?


Muito forte e bastante retorcido, Na Praça Duque de Saldanha, em
casca escura quase negra. alinhamento na Avenida Elias Garcia
. e no passeio ribeirinho entre o Cais do
Sodré e a Praça do Comércio. Na Praça
de São Bento e no Jardim Nuno Álvares,
Folhas existem alguns exemplares classificados
Compostas, verde-amareladas, cerca de 4 cm, oficialmente como árvores de interesse
público.
com 11 a 21 pares de folíolos ovais com
margens inteiras. Curiosidades
É uma das árvores preferidas dos arqui-
Flores tectos paisagistas, especialmente no
alinhamento ao longo de alamedas nas
Pequenas, amarelo-douradas, agrupadas
cidades porque a transparência das suas
em cachos. Junho~Agosto. folhas verde-claras e a sua distribuição
por andares, tornam-na numa árvore
Frutos muito luminosa com uma sombra muito
Vagens, verde-claras, tornando-se castanhas agradável.
Embora seja uma árvore de folha caduca,
com o amadurecimento. Cada vagem possui
tem folhas durante quase todo o ano
uma asa larga e membranosa de 5 cm de porque a sua caducidade é tardia (fim do
comp. e, na maior parte dos casos, uma só Inverno) e as novas nascem logo no início
semente. Outubro~Novembro. da Primavera.
31
Ulmeiro L
300 30 m
Ulmus procera
Ulmáceas

Copa
Larga e cilíndrica, com vegetação
fechada, um pouco mais estreita
em baixo, com os ramos
principais erguidos.

Tronco
Largo, casca castanho-acinzentada, Onde podemos vê-la em Lisboa?
profundamente gretado e muito áspera. Existem belos exemplares no Jardim
Constantino e na Avenida da Liberdade,
sendo um pouco mais abundante e

Folhas crescendo espontaneamente no Parque


Florestal de Monsanto.
Simples, com 3 a 9 cm de comp., verde-
-escuras na página superior e claras Curiosidades
na inferior, arredondadas e mais finas É considerada uma das melhores árvores
na ponta, com margens serradas e de sombra, já utilizada para esse efeito
assimétricas junto ao pecíolo. pelos romanos, podendo surgir na cidade
de forma espontânea, sem ser plantada, o
Flores que aconteceu e continua a acontecer no
Esverdeadas, pequenas agrupadas em Parque Florestal de Monsanto.
cachos, hermafroditas Fevereiro~Março. A sua madeira era utilizada no século
passado para fabricar carros e peças
de máquinas que tivessem de resistir a
Frutos golpes fortes.
Sâmaras achatadas, ovais ou arredondadas, O ulmeiro já foi das árvores mais
com 7 a 18 mm de comp., com uma asa representativas de Portugal. Nos últimos
muito larga. Os frutos amadurecem tempos, especialmente em Lisboa, um
e começam a cair entre Abril e Maio antes fungo e dois insectos provocaram a morte
das folhas estarem formadas. de muitas destas árvores.
32

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