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MENSAGEM DE FÉ SOBRE A PÁSCOA

Estamos no Ano da Fé. É só pelo dom da fé que podemos entrar em comunhão


com Deus e participar do mistério salvífico realizado por Cristo. Este mistério salvífico
é a Páscoa do Senhor. Toda a realidade divina só chega até nós através dessa fé e do
mistério da Páscoa de Jesus Cristo. Falar da Páscoa de Jesus é falar e entrar em
comunhão com a Ressurreição – obra da Santíssima Trindade.
Sim, para a profissão da nossa fé, a Ressurreição de Cristo é o objeto de fé
enquanto intervenção transcendente do próprio Deus na criação e na história. Nela, as
três Pessoas Divinas agem ao mesmo tempo, juntas, e manifestam sua originalidade
própria. Ela aconteceu pelo poder do Pai que “ressuscitou” (At 2,24) Cristo, seu Filho, e
desta forma introduziu de modo perfeito sua humanidade – com seu corpo – na
Trindade. Jesus é definitivamente revelado “Filho de Deus com poder por sua
Ressurreição dos mortos segundo o Espírito de santidade” (Rm 1,4). São Paulo insiste
na manifestação do poder de Deus pela obra do Espírito que vivificou a humanidade
morta de Jesus e a chamou ao estado glorioso de Senhor.
O Filho opera, por sua vez, a própria Ressurreição em virtude de seu poder divino.
Jesus anuncia que o Filho do homem deverá sofrer muito, morrer e, em seguida,
ressuscitar. Em outras passagens do Novo Testamento, afirma explicitamente: “Eu dou
a minha vida para retomá-la... Tenho poder de dá-la e poder para retomá-la” (Jo 10,17-
18). “Nós cremos... que Jesus morreu, em seguida ressuscitou” (1Ts 4,14).
Os Padres da Igreja contemplam a Ressurreição a partir da Pessoa Divina de
Cristo que ficou unida à sua alma e a seu corpo separados entre si pela morte: “Pela
unidade da natureza divina, que permanece presente em cada uma das duas partes do
homem, estas se unem novamente. Assim, a Morte se produz pela separação do
composto humano, e a ressurreição, pela união das duas partes separadas” (São
Gregório de Nissa).
Esta é a nossa fé fundamental. Como diz São Paulo: “Se Cristo não ressuscitou,
vazia é a nossa pregação, vazia é também a vossa fé" (1Cor 15,14). A Ressurreição
constitui antes de mais nada a confirmação de tudo o que próprio Cristo fez e ensinou.
Todas as verdades, mesmo as mais inacessíveis ao espírito humano, encontram sua
justificação se, ao ressuscitar, Cristo deu a prova definitiva, que havia prometido, de sua
autoridade divina.
A Ressurreição de Cristo, além de ser a confirmação de tudo o que ele fez e
ensinou, é também o cumprimento das promessas do Antigo Testamento e a
confirmação da verdade de sua Divindade. Eis o desígnio eterno de Deus.
Como verdade fundamental da nossa fé, a Ressurreição de Cristo – e o próprio
Cristo ressuscitado – é princípio e fonte de nossa ressurreição futura: “Cristo
ressuscitou dos mortos, primícias dos que adormeceram... assim como todos morrem em
Adão, em Cristo todos receberão a vida” (1Cor 15,20-22). Na expectativa desta
realização, Cristo ressuscitado vive no coração de seus fiéis. Nele, os cristãos
“experimentaram... as forças do mundo que há de vir” (Hb 6,5) e sua vida é atraída por
Cristo ao seio da vida divina (cf. Cl 3,1-3), “a fim de que não vivam mais para si
mesmos, mas para aquele que morreu e ressuscitou por eles” (2Cor 5,15). Aqui está
revelado o mistério da nossa ressurreição. E mais, já estamos vivendo em nós esse
mistério com a presença do ressuscitado em seus fiéis pela graça do batismo.
Esta é a nossa fé que nos leva a aprofundar o grande mistério da Ressurreição.
Toda a nossa vida cristã e toda a obra redentora da Trindade passa pela Ressurreição de
Cristo, a Páscoa do Senhor. Feliz Páscoa com Jesus Ressuscitado.
Padre José Francisco Schmitt, scj. Ano de 2013.

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