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Belo Horizonte
2017
Vanessa Rodrigues Ferreira
Belo Horizonte
2017
FICHA CATALOGRÁFICA
Elaborada pela Biblioteca da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais
CDU: 51:37.02
Dedico este trabalho a quem, durante a vida, foi
exemplo. A minha amada mãe. Ela mostrou-me
que a educação pode, sim, mudar o curso da
história, não somente pessoal, mas de toda uma
linhagem genealógica.
Ao meu esposo e meus filhos, pelo carinho,
companheirismo e cumplicidade. Vocês foram a
minha inspiração nos momentos mais difíceis e
meu riso nos momentos felizes.
AGRADECIMENTOS
This work aims to take a group of students of the 3rd Year of High School in a public
school in the city of Montes Claros to study geometric concepts in an environment with
solid platonics, concrete materials and computational resources, mainly with the use
of software Geogebra. In order to do so, a bibliographical and documentary research
was conducted, a questionnaire and direct participant observation, to verify what
authors say about the work with Platonic solids and the relation between the study of
geometry and the possibility of carrying out activities that seek a Participatory learning
of the subjects of this research. Also, to analyze the results of the application of a
didactic sequence in the researched class, to verify the effectiveness of the
methodology chosen for the elaboration of the final product. Thus, with a proposal to
lead the students to study geometric concepts, via Plato's solid, in an environment of
concrete materials and computational resource, based on participatory learning, a
didactic sequence was elaborated with activities of geometric solid skeleton
construction using, for Both simple materials such as jelly beans and toothpicks. It is
concluded, with the work developed, the importance of a work coming from teacher-
student interaction, observation, exploration and discovery of the characteristics that
define and express a given geometric object.
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 17
1 INTRODUÇÃO
não existia escola de formação para professores de Ensino Secundário. Este trabalho
era exercido por profissionais egressos dos cursos superiores já existentes no Brasil,
cabendo, principalmente, aos engenheiros ou pessoas autodidatas com autorização
para lecionar e com comprovação em provas de concursos, para trabalharem com a
Matemática (CUNHA et al., 2010).
No primeiro governo de Getúlio Vargas, inicia-se uma nova disciplina, a
Matemática, formada pela fusão da aritmética, da álgebra e da geometria, mesma
época em que os filhos da classe média passam a ter acesso ao ensino que até então
era destinado aos filhos das elites (VALENTE, 2008).
Em 1960, surge o Movimento da Matemática Moderna que consistiu em
algebrizar a geometria. Para tanto, o seu ensino seguia um guia, apresentando aos
alunos os axiomas e partindo destes para os teoremas que eram enunciados e
demonstrados, sem fazerem nenhum sentido para o aluno. Com a utilização deste
rigor, a geometria foi abandonada, o mesmo acontecendo nos cursos de licenciatura.
Como consequência, uma geração de educadores foi formada sem aprender
geometria, conforme expõe Ferreira (2005).
Segundo Andrade e Nacarato (2005), em pesquisas feitas sobre as tendências
nacionais do ensino de geometria nos anais dos ENEM (Encontro Nacional de
Educação Matemática) ocorridos no Brasil de 1987 a 2001, constata-se o surgimento
de duas tendências: a Geometria experimental e a geometria em ambientes
computacionais, sendo a primeira descrita com tais características:
não se sentem preparados para trabalhar com este conteúdo, pois obtiveram um
ensino voltado para álgebra preferindo, assim, este conteúdo e dispensando uma
menor parte do tempo escolar ou quase nenhum à geometria. (GAZIRE, 2000).
Segundo os PCNEM (BRASIL, 2000), são habilidades a serem desenvolvidas
com o estudo e a aprendizagem de geometria: visualização, desenho, argumentação
e lógica e conforme descrevem o PCNEM, as competências e habilidades nesse
processo, no tocante a interdisciplinaridade:
Didaticamente, para que aconteça esta interação, pode-se propor, por exemplo,
atividades de expressão em que os alunos constroem os modelos matemáticos,
testam, provam, concertam e alteram suas concepções. Por conseguinte, os alunos
têm a oportunidade de expressar para a turma as suas observações.
Outra atividade consiste na exploração, por meio da qual o aluno recebe o
modelo pronto, cabendo a ele investigar e descobrir as suas características. Esta
atividade, em si, já e um desafio para o aluno. Sendo assim, ao procurar descobrir as
características do objeto, o aluno está conjeturando e construindo conceitos.
31
3 TRAJETÓRIA DA PESQUISA
fonte de alimentação, que não foi recebida pela escola. Portanto, apenas vinte e três
computadores se encontravam em pleno funcionamento.
No decorrer da aplicação das atividades no laboratório de informática,
observou-se que dos 23, oito computadores apresentaram incompatibilidade com o
software Geogebra, na função 3D. O técnico responsável pela manutenção das
máquinas constatou, em seu relatório, que não tinha como solucionar o problema, por
se tratar de um problema de falta de memória naqueles computadores que trabalham
em dubiedade. Assim, a sala de informática estava, no decorrer da aplicação das
atividades (quando da utilização do Geogebra 3D), com apenas quinze computadores
em condições de serem utilizados pelos alunos.
decorrer das atividades anteriores. Esse trabalho demandou mais sete horários em
dias diversos.
O quadro a seguir detalha os encontros, as atividades com os respectivos
objetivos e os materiais utilizados na sua realização.
Atividade 1
Sólido planificado, jujuba,
Construção de Identificar o vértice, face, palito de dente, cola, tesoura
1º, 2º e 3º esqueleto e montagem aresta e a relação de e fotocópia da tabela 1 dos
da planificação dos Euler. sólidos regulares de Platão
sólidos regulares de (APÊNDICE A).
Platão.
Identificar regularidades
Atividade 5 entre os sólidos e separá- Sólidos montados pelos
los por características alunos, quadro e pincel,
7º e 8º
Investigação dos comuns. tabela preenchida na
sólidos. Reconhecer e identificar atividade 3.
características dos
sólidos.
Nº. do
Encontro Atividade Objetivo Recursos didáticos
Conhecer, verificar e
identificar as ferramentas
Atividade 7
do software Geogebra.
Computadores, software
Identificar as definições
11º e 12º O Geogebra: Geogebra e projetor
de: reta, segmento de
conhecendo e multimídia.
reta, semirreta, segmento.
identificando as
Identificar as propriedades
ferramentas do software.
dos triângulos quanto aos
ângulos e lados.
Apreciar, verificar e
Computadores, software
Atividade 8 identificar as ferramentas
Geogebra, projetor
do Geogebra 3D.
13º multimídia e um sólido de
Conhecer a janela de Identificar as
acrílico (Prisma de base
visualização 3D do características de um
hexagonal).
software Geogebra. prisma de base
hexagonal.
Computadores, software
Atividade 9
Construir, verificar e Geogebra, projetor
14º e 15º identificar as propriedades multimídia e poliedros
Investigar os poliedros
dos poliedros regulares de regulares de Platão em
regulares de Platão no
Platão. acrílico.
Geogebra em 3D.
Construir e identificar as
Atividade 10 propriedades de um Computadores, software
prisma de base quadrada. Geogebra, projetor
16º e 17º
Elaborar possíveis multimídia e prisma de base
Generalizando o cálculo estratégias para o cálculo quadrada em acrílico.
de área e volume. de área e do volume do
prisma de base quadrada.
Atividade 12
19º Ler, interpretar e utilizar Atividade xerocada.
representações
Correção das atividades
37
Nº. do
Encontro Atividade Objetivo Recursos didáticos
matemáticas na correção
de problemas.
Atividade 13
Identificar as alturas do
Computadores, software
triângulo.
20º e 21º Geogebra, projetor
Generalizar, a partir da
Investigação dos multimídia.
área de quadrilátero, a
quadriláteros e
área de triângulo.
triângulos.
sólidos de Platão a partir de esqueletos que pudessem ser montados por eles próprios.
Também o trabalho com o Geogebra foi pensado de modo que os alunos pudessem
manusear, de forma interativa sem que se perdesse as propriedades do objeto. Não
se buscava, entretanto, que os alunos apenas aprendessem a lidar com o software,
mas que, trabalhassem efetivamente as propriedades matemáticas dos sólidos.
Com relação à aplicação das atividades, os alunos trabalharam em dupla até o
13º encontro. A partir desse momento da pesquisa, foram selecionados quinze alunos
mais frequentes, considerando que apenas quinze computadores estavam em pleno
funcionamento para o trabalho com o Geogebra 3D, o que acarretava ser inviável
continuar os trabalhos com 36 alunos. Assim, essa seleção possibilitou desenvolver
as atividades de forma pontual e individualizada. Porém, ressalta-se que essa não era
a vontade inicial da pesquisadora, que preferiria trabalhar com toda a turma inicial,
ficando bastante desapontada diante desse problema técnico.
Ao final de cada atividade, os alunos expunham as observações para os
colegas, que as acatavam ou não, sendo que a pesquisadora exercia o papel de
orientadora e mediadora da aprendizagem. Essa mediação visava provocar a
discussão e esclarecer dúvidas ou conceitos, usando-se de uma linguagem coloquial
e/ou definições para situações particulares, por meio de diálogo direto com os alunos
sem se preocupar com o formalismo ou extensão matemática.
As coletas dos dados foram feitas através de gravações em vídeo e áudio dos
encontros, os registros das atividades feitas pelos alunos e as observações diretas
participantes feitas pela pesquisadora durante as aplicações.
A análise das atividades teve, como base, as experiências desenvolvidas em
sala de aula; os vídeos e áudios das falas dos alunos com as respectivas descrições
dos encontros, a fim de procurar compreender se os alunos desenvolveram novo
significado sobre os conceitos de sólidos geométricos.
3.5 Elaboração do CD
5 EXE Learning é um aplicativo disponível gratuitamente na internet de autoria Open Source, para ajudar
os professores e acadêmicos na publicação de conteúdo web sem a necessidade de se tornar
proficientes em HTML ou marcação XML.
6 HTML é a sigla de Hyper Text Markup Language, expressão inglesa que significa "Linguagem de
4.1.1 1º Encontro
Inicialmente, foi esclarecido aos alunos que fariam parte de uma pesquisa e
iriam desenvolver uma atividade investigativa que tem, como característica, expor aos
colegas as observações e estes teriam a oportunidade de refutar ou não as
observações expostas. Essa necessidade é entendida, pois, conforme apontam Ponte
Brocardo e Oliveira (2009), na atividade investigativa, o processo que antecede a
solução chega a ser mais relevante que a resposta em si.
Em seguida, foi distribuído um Kit para cada aluno que continha 50 jujubas, 100
palitos de dentes, uma folha sulfite branca para ser utilizada sobre a carteira. Ao final
foi ainda entregue uma folha contendo a planificação do sólido do qual o aluno montou
43
Apesar de ter apresentado aos alunos algumas caixas com formatos diversos,
alguns alunos montaram formas que remetem a figuras planas, como a seguir:
7 Optou-se, a fim de resguardar a identidade dos participantes da pesquisa, utilizar nomes indígenas
escolhidos aleatoriamente.
44
Professora: Pessoal, ACIR tentou montar uma pirâmide com três vértices.
Vamos ver?
PIRAJÁ: Eu não concordo, pois acho que uma pirâmide tem que ter cinco
vértices.
ACIR: Faltou vértice para montar.
Professora: Então ACIR. Qual foi a conclusão que você chegou? Fala para
o pessoal!
ACIR: Quatro vértices é a menor quantidade de vértice que uma pirâmide
possui. Pode ter mais vértices.
Professora: Estou chamando a atenção porque PIRAJÁ me disse que não
concorda que o tetraedro seja uma pirâmide e para ele uma pirâmide é o que
ele montou. Levanta para o pessoal ver. E então, é uma pirâmide?
Alunos: É.
Professora: Então de acordo com as conclusões de ACIR, o que podemos
dizer?
PIRAJÁ: Tetraedro é uma pirâmide com o mínimo de vértices.
Professora: Então esta pirâmide que você montou tem cinco vértices e cinco
arestas, mas é possível montar pirâmide com mais vértices e arestas?
Alunos: É possível.
46
Sete alunos montaram algumas formas que não eram o desejado, conforme a
figura 7:
47
4.1.2 2º Encontro
Esse encontro foi iniciado com a pesquisadora perguntando aos alunos o nome
dos sólidos montados no encontro anterior. A maioria dos alunos se lembrava de cubo
e pirâmide, mas poucos alunos se referiram aos sólidos como tetraedro ou hexaedro.
A professora, portanto, fez a seguinte proposta:
Foi feita uma breve retrospectiva dos sólidos montados no encontro anterior,
lembrando aos alunos a relação do nome com o número de faces. No entanto, para
os alunos foi novidade o sólido se chamar octaedro. Somente o aluno UPIARA soube
responder sobre o nome de acordo com o número de faces.
O próximo passo foi expor para os alunos as regras para a construção de outro
esqueleto de sólido, que consistia em ter 12 vértices e 30 arestas sendo que, de cada
vértice, deveriam sair cinco arestas. No entanto, as faces deste sólido seriam
triangulares.
Em seguida, a pesquisadora passou a transitar entre os alunos, sendo feitas
observações com relação a algumas variações já no início da construção do esqueleto
mostradas na figura 11
O seguinte diálogo foi provocado com o aluno ACIR, para que ele percebesse
que todas as faces do esqueleto do sólido deveriam ser triangulares.
Como se pode notar, foi deixado para o próprio aluno ACIR encontrar a solução.
A pesquisadora, então, foi até os alunos MOACIR e GUARACI, pois estes haviam
faltado ao encontro anterior e efetuaram, no primeiro momento, as seguintes
construções:
Professora: De cada jujuba tem que sair cinco arestas. Está acontecendo
isto? Contem e verifiquem. (Em seguida, os alunos foram questionados):
Professora: O que estão achando?
Alunos MOACIR e MAYARA: Difícil.
Assim, foi entregue aos alunos a planificação para que montassem o sólido e
obtivessem uma referência para a montagem do esqueleto. Ao persistir a dificuldade,
51
optou-se por pedir aos colegas que já haviam montado o esqueleto que auxiliassem
outras duplas. Foi percebido, nesse ínterim, uma grande interação entre os alunos. O
aluno R mostrou seu sólido à pesquisadora:
4.1.3 3º Encontro
Neste encontro, deixou-se explícito para os alunos que seria o último esqueleto
de sólido a ser montado com as jujubas:
A professora pede aos alunos UBIRATAN e ITAMBÉ, que estão em dupla, para
levantarem o esqueleto dos sólidos construídos por eles (FIGURA 19).
Essa situação é também relatada por Pais (2000), a qual denomina como
configurações geométricas. Para ele, o aluno reconhece o desenho como conceito e
não como uma noção geométrica. As formas como os polígonos quadrado e losângo
são retratadas nos livros didáticos de Matemática faz com que o aluno os reconheça
somente nessa posição.
Neste momento, aproveitando a oportunidade, depois de explorar sobre os
polígonos regulares, a professora mostra os esqueletos montados por ITAMBÉ e
UBIRATAN, para que os colegas percebam qual das duas construções se aproxima
mais de um dodecaedro regular:
Professora: Observando o polígono que seria formado por estas arestas este
ângulo aqui possui quantos graus? (Indicando com o dedo onde é colocada
a seta na figura 22)
ARUANA: Noventa.
Professora: E estes outro ângulo possui noventa graus?
Alunos: Não.
Professora: Então, os ângulos internos são congruentes?
Alunos: Não.
Professora: E no sólido que vocês montaram a partir da planificação como
são os ângulos? Peguem e observem os ângulos das faces.
Alunos: São iguais.
Professora: Esta é a diferença das duas construções. O poliedro que vocês
montaram a partir da planificação das suas faces são polígonos regulares,
enquanto o esqueleto, apesar de ter arestas congruentes, não é regular
devido aos ângulos. Portanto, qual o nome deste poliedro? Vocês contaram
a quantidade de faces?
RUDÁ: Doze.
Professora: Como se chama um poliedro que possui doze faces?
Alunos: Doze?
Professora: Dodecaedro. Vocês querem comentar, fazer alguma
consideração sobre os sólidos montados ou os esqueletos?
58
Com relação ao terceiro poliedro, houve uma discussão do aluno JOACI sobre
aquele ser ou não um poliedro regular. Isso aconteceu pela dúvida com relação aos
seus ângulos.
Então, a professora sobrepõe a face do octaedro sobre o tetraedro e ele pode
observar se o primeiro era regular em relação ao segundo (FIGURA 23). No entanto,
por mais que se falasse, a professora sentiu que faltaram instrumentos para medir os
ângulos para que, assim, pudessem construir a definição de polígonos regulares e
irregulares.
8
UFRGS. Sólidos Platônicos. S.d. Disponível em:
<http://www.ufrgs.br/espmat/disciplinas/midias_digitais_II_2014/videos/Solidos_platonicos/videos30.
htm>. Acesso em: 15 mar 2016.
9
SOUZA, Joamir Roberto de. Novo olhar da matemática. 2 ed. São Paulo: FTD, 2013.
10 DANTE, Luiz Roberto. Matemática: contexto & aplicações. 2 ed. São Paulo: Ática, 2013.
63
Verificou-se que também foi uma experiência inédita para os alunos, pois, apesar
de alguns deles estudarem nesta escola desde o 6º ano, muitos não sabiam que
existia um laboratório de informática na escola e nem a sua localização.
Outro ponto observado na sala de informática foi a discrepância dos alunos
com relação ao ritmo do desenvolvimento da atividade, pois enquanto alguns estavam
começando a elaborar o texto, outros já haviam terminado. Sendo assim, resolveu-se
distribuir, para os alunos, planificações de alguns sólidos que seriam utilizados em
outra atividade para dar sequência ao projeto de pesquisa. Desta forma, os alunos
passaram a montá-los, respeitando o ritmo de cada um.
Posteriormente, com os textos coletados, foi feita uma verificação sobre o que
os alunos escreveram, detectando que, no geral, os alunos avaliaram, de forma
positiva, as atividades desenvolvidas até aquele momento. Pode-se perceber que,
apesar de alguns alunos terem construído os conceitos geométricos, no entanto, os
textos estavam superficiais e outros alunos não haviam conseguido fazer essa
construção adequadamente até então. Isso induziu a pesquisadora a desenvolver
outras atividades com os alunos, antes de retornar aos textos elaborados, o que
aconteceu a partir do encontro 5.
Professora: Senti falta disto no texto elaborado por vocês, pois quando
começamos o projeto eu perguntei para vocês o que é um vértice? E hoje o
que é um vértice para vocês?
Aluno MAYARA: Não são os pontinhos de ligação? Ou não?
Professora: No nosso trabalho com a jujuba quem fazia o papel de vértice?
Aluno MAYARA: A jujuba.
Professora: Mas, matematicamente, como podemos definir vértice?
Neste momento a professora desenha no quadro um ponto.
Professora: Posso falar que isto aqui é um vértice?
Alunos: Não.
Professora: Como que eu posso explicar para uma pessoa o que é um
vértice?
Aluno JOACI: A união de três ou mais arestas.
Aluno BARTIRA: Um ponto de encontro de arestas.
Professora: Vocês concordam com a definição de aresta exposta pelo aluno
BARTIRA?
Alunos: Sim.
Professora: Mas se eu falar isto para uma pessoa que não sabe nada de
matemática essa pessoa entenderia?
Aluno POTIRA: Para uma pessoa entender melhor, acho que eu teria que
falar que é o ponto de encontro das linhas no lugar de aresta.
Professora: Segundo o aluno POTIRA, temos que explicar primeiro para a
pessoa o que é aresta. Então o que é aresta?
Aluno MOEMA: As linhas.
Professora: Ficamos na mesma, não acham?
Aluno ITABIRA: Uma reta.
Aluno BARTIRA: A quina.
(A professora se utiliza de um sólido para demonstrar e segue com as
seguintes observações)
Professora: Neste sólido, tenho esta face, mas ela encontra com esta outra
face o local de encontro das faces nós encontramos o que?
Alunos: aresta.
Professora: Então, posso dizer que aresta é o encontro...?
Alunos: Faces.
68
Vale ressaltar que o objetivo da pesquisa não se limitou ao estudo apenas dos
sólidos de Platão, mas estudo dos sólidos em geral, tendo, como objetivo, também,
fazer os cálculos de área e volume de diversos sólidos. Desta forma, era de interesse
que os alunos entendessem as subdivisões dos sólidos. Para que esta subdivisão
tivesse um maior significado, a pesquisadora fez uma sondagem de como os alunos
estavam quanto ao nome de diversos sólidos, verificando se realmente haviam
construído o conhecimento da definição de face, vértice e aresta.
Então, foi proposto aos alunos que completassem a tabela 2 no segundo
momento deste encontro. Ressalta-se que os alunos receberam, no encontro anterior,
estes sólidos da tabela planificados para que os montassem em casa. Sendo assim,
tanto os sólidos regulares de Platão (já montados nos encontros anteriores) quanto
esses (que eles trouxeram de casa) estavam montados sobre a carteira dos alunos,
para que pudessem manuseá-los, observá-los, facilitando o preenchimento da tabela
por eles. Dessa forma, o aluno não estaria restrito somente ao desenho e ao sensitivo
para completarem os dados da tabela, conforme preconiza Pais (1996).
69
Professora: Então, escreve. Não tenha medo de responder depois vamos ter
outro momento e poderemos corrigir se for necessário, mas temos que tentar.
Aluno POTI: Não consigo.
(A pesquisadora pegou um hexaedro que estava sobre a mesa do aluno e
mostrou aos alunos):
Professora: Quantos vértices tem este sólido. Conta para eu ver?
Aluno POTI: Um, dois, ..., doze.
Professora: Isto que você contou são as arestas.
Aluno POTI: Foi? Então são oito?
Professora: Exatamente, só trocou. Mas nós não podemos esquecer isto!
Aluno POTI: Então vértice é isto?
Professora: Sim! Encontro das arestas. E o que é aresta? Encontro...?
Aluno POTI: Das faces.
Professora: E o que é face?
Aluno POTI: Este aqui. Eu consigo.
Ressalta-se que essa dificuldade expressa pelo aluno pode ser decorrente de
suas faltas nos encontros anteriores, visto que, dos cinco encontros ocorridos até esse
momento, ele faltou em três, participando apenas do primeiro e deste.
Analisando as respostas dos alunos quanto ao preenchimento da tabela,
observa-se que:
Figura 27 - Sólido CILINDRO para os alunos
18 17
16
14
12
10
8
02 faces
8
6 03 faces
0
nº de faces
25 23
20
15 0 vértice
10
02 vértice
5
2
0
nº de vértice
71
25
20
20
15
02 arestas
0 aresta
10
5
5
0
nº de aresta
20
15
15
01 FACE
10 9 02 FACE
05 FACE
5
1
0
nº de faces
20 CIRCULAR
15
15 CÍRCULO
REDONDO
10
6
cilindrica
5
círculos e retangulos
0
forma da face 2 círculos e 1 retangulo
11
Textos do livro didático: SOUZA, Joamir Roberto de. Novo olhar da matemática. 2 ed. – São
Paulo: FTD, 2013. p. 70.
12
DANTE, Luiz Roberto. Matemática: contexto & aplicações. 2 ed. São Paulo: Ática, 2013. p. 214
74
Aluno JOACI: Não tem que ser segmento de reta que não cruzam.
Professora: Lê de novo a definição M, por favor?
Aluno ITABIRA: Linha fechada formada apenas por segmentos de reta que
não se cruzam.
Aluno JOACI: Pode ser dois polígonos.
Professora: Isto pode ser dois polígonos. E este, é um polígono? (Mostrando
a figura 32)
Alunos: Não é reta. Então não é polígono!
75
Professora: Para saber o que é aresta, temos que saber o que é face, mas
a definição de face diz que são polígonos que limitam os poliedros, então,
voltamos para o primeiro cartaz. O que é polígono?
(Os três cartazes já estavam nas paredes da sala e os alunos foram
acompanhando e lendo).
Professora: Estão vendo como uma definição vai exigindo a outra? Às vezes
a dificuldade na Matemática vem de uma definição anterior.
1 Maiores
78
Menores
São triângulos
Não triângulos
Formas
triangulares
3 Formas iguais
Intrusos
Os regulares e
4 os nãos
regulares
Sólidos de
Platão e os que
5
não são de
Platão.
Os triangulares,
7 os quadrados e
os diferentes.
Aluno ITABIRA: Nós separamos grupo dos sólidos que possuem retas e os
que não possuem retas.
Aluno ITABIRA: Um grupo de polígonos e outros não polígonos.
Professora: Estes sólidos que vocês montaram podem ser divididos em dois
grupos e levam em consideração as características observadas pela equipe
de UBIRATAN, ITABIRA e ITABIRA (equipe 8). Vocês conseguem ver algum
intruso nos grupos que eles separaram?
Aluno YARA: Eu sabia que estava errado.
Professora: Não MAYARA, as suas observações foram válidas e foi muito
importante o que você falou. Então, quando eles separaram em dois grupos
eles chamaram um grupo de polígono e outro não polígono, vamos observar
a definição?
Neste momento, foi chamada a atenção para o cartaz que tinha a definição de
polígono, para que os alunos verificassem se estes dois grupos de sólidos, podem
receber estes nomes:
Alunos: Linha fechada formada apenas por segmentos de reta que não se
cruzam.
Professora: Nós podemos chamar este sólido de polígono?
Aluno MAYARA: Não!
Professora: Polígono é uma região plana. Lembra que ontem nós colocamos
estes dois cartazes um ao lado do outro? Neste encontramos os elementos
no 2D e neste temos o 3D.
NÃO
POLIEDROS POLIEDROS
CONE
SÓLIDOS
REGULARES DE PRISMAS CILINDRO
PIRÂMIDES
PLATÃO
Fonte: Dados da pesquisa. Criação da pesquisadora, com a ajuda dos alunos, no decorrer do
encontro.
Os
2 quadrados e
os retângulos
Regulares, os
formados por
4
triângulos e
os diferentes.
Poliedros
regulares dos
5
não
regulares.
Poliedros
regulares dos
6
não
regulares.
Quadrados,
7 triângulos e
os outros.
Os alunos respondem:
Alunos: Não!
Professora: São regulares de Platão?
Alunos: Não!
Professora: Que classificação eles recebem? O que eles têm em comum?
Aluno JOACI: Os lados retangulares.
Professora: Eles têm as faces laterais retangulares. Exceto este (se
referindo ao cubo). Então, voltamos na questão das meninas. Ontem, elas
falaram que o cubo não pode estar neste grupo. Isto é um retângulo?
Aluno THAYNARA: Não um quadrado.
(A professora desenha na lousa um retângulo).
Professora: É um quadrado e não é um retângulo? O que é um retângulo?
Quais as características de um retângulo?
Aluno MOEMA: Quatro lados sendo dois lados iguais.
Professora: Está certa esta definição de MOEMA, mas se continuarmos
estes dois lados até o infinito eles se tocam?
Aluno UPIARA: Eles são paralelos.
Professora: Será que para ser retângulo basta apenas ter quatro lados e os
lados congruentes serem paralelos?
Aluno UPIARA: São perpendiculares.
Professora: Há! Ângulo reto! Quatro ângulos de noventa graus. Vamos
analisar um quadrado? (A professora desenha no quadro um quadrado) Um
retângulo tem quatro lados sendo que os lados paralelos são congruentes e
quatro ângulos retos. E um quadrado tem quantos lados?
Alunos: Quatro.
Professora: E os lados paralelos são o que?
Alunos: São congruentes.
Professora: E o que acontece com os ângulos do quadrado?
Aluno UPIARA: Noventa graus.
Professora: Que conclusão a gente pode chegar nesta questão?
Aluno JOACI: Todo quadrado é um retângulo, mas nem todo retângulo é um
quadrado.
Professora: Muito bem!
91
Figura 40 - Prismas
Figura 42 - Paralelepípedo
definição de polígono no cartaz, face plana limitada por retas. Então, ele é um
sólido não poliedro.
Aluno UPIARA: Então, qual o nome disto aqui? (Apontando para uma parte
do cilindro) (FIGURA 43).
Professora: É uma forma não plana que podemos chamar de forma curva
ou arredonda. Estes são círculos. São as observações que vocês podem
colocar na tabela.
Professora: Qual o nome do próximo sólido?
Alunos: Cone.
Professora: Forma da face?
Alunos: Não possui.
Professora: Face é limitada por segmento de reta. Então, não tem face. Tem
formato?
Alunos: Não.
Professora: Tem vértice?
Alunos: Um.
Professora: Ele tem um vértice, porque se eu girar esse triângulo bem rápido
origina um cone (mostra um triângulo retângulo colado em um palito de
churrasco e produz um movimento giratório). Portanto, tem um encontro de
arestas. Este ponto é um vértice. Tem arestas? Se aresta é o encontro de
faces, ele não tem face, não tem formação de aresta. Nas observações
podem escrever: é um não poliedro e especifiquem as partes que o compõem
(base circular; vértice, a parte circular não plana arredonda é a superfície
lateral). Qual o nome do próximo?
Aluno JOACI: Pirâmide de base quadrada.
Professora: Forma da face?
Alunos: Triangular e quadrangular.
Professora: Um quadrado e quatro triângulos. Número de faces?
Alunos: Cinco.
Professora: Quantas arestas?
Alunos: Oito arestas
Aluno ARUANA: E cinco vértices.
Aluno POTIRA: E a observação?
Professora: Que observação pode ser feita de pirâmide?
Aluno ARUANA: É um poliedro.
Professora: Qual é o formato das faces laterais da pirâmide?
Alunos: Triângulo.
Aluno UPIARA: Dependendo da pirâmide, tem formas diferentes de
triângulos de uma pirâmide para outra.
Professora: Mas isso iremos ver com maiores detalhes posteriormente.
Aluno UPIARA: Isso é outra história!
95
Em alguns sólidos tivemos dificuldade para montar, pois havia muitas arestas,
e, consequentemente, muitas vértices. (ALUNO MOEMA) (Grifo nosso).
97
Vértices: São os pontos que ligam (jujuba). Arestas: As retas são os (palitos)
que ligam dois pontos (vértice). Faces: É formada a partir da ligação entre as
Vértices e Arestas. (ALUNO KAUANE).
[…] vértices é ponto de encontro das arestas, aresta é a reta formada pelo
encontro das faces e faces são polígonos. (ALUNO JOACI).
Neste momento, o Aluno ACIR, ao ler o que o Aluno ARITANA escreveu, fez
uma intervenção, explicando o que, na realidade, ele quis dizer:
No início, eu imaginava que o tetraedro não era uma pirâmide, pois achava
que ele só poderia ter, no mínimo, três vértices. E ao tentar montar uma
pirâmide com três vértices, verifiquei que uma pirâmide pode ter, no mínimo,
quatro vértices.
Depois que todos os alunos construíram um triângulo, foi perguntado sobre quais
características pode-se observar em um triângulo qualquer, ao que responderam:
por eles. Foi um momento muito tumultuado, pois, dependendo da ordem dos lados
clicados no polígono, o Geogebra apresentava os ângulos interno ou externo. Então,
apareceram diversas medições. Porém, apesar dessas dificuldades, este momento foi
também muito rico, pois este experimento propiciou aos alunos visualizarem, na
prática, os ângulos externos e internos de um vértice do polígono.
A partir dessa descoberta, a pesquisadora incentivou os alunos a encontrarem
as medidas dos lados, indicando o caminho. E os alunos foram medindo os lados e
chamando a pesquisadora para mostrar o resultado e perguntando em caso de
dúvida:
Observa-se que o aluno utilizava um computador da cor preta, e que ele não
prestou atenção sobre como deveria acessar o software Geogebra. Devido a essa
atitude, percebeu-se a falta de atenção e o desinteresse deste aluno, não somente no
102
uso da informática e nos outros recursos didáticos, mas em quase todos os momentos.
O computador foi ligado e demonstrado ao aluno o caminho que ele deveria seguir
para chegar ao software da máquina que ele utilizava. Em seguida, a pesquisadora
foi chamada pelo aluno UBIRACI:
Quanto à geometria, ficou bem explicito que a construção dos triângulos feita
pelos alunos estavam na mesma posição, a mais encontrada nos livros. Situação está
denominada por Pais (2000) como configuração geométrica. Por isso, a maioria
construiu triângulos isósceles no primeiro contato com o Geogebra.
Observa-se, portanto, a tecnologia como um aliado muito forte no ensino de
geometria, porque, nas aulas, existem os dizeres do professor e o que é encontrado
na literatura sobre o assunto. No encontro, os alunos puderam visualizar, medir, ver e
até mesmo sentir mais concretamente, isto ocorreu na construção das: retas,
semirretas e segmentos de retas. Tudo de forma prática e rápida, através de um ou
dois cliques com o mouse.
A maioria dos alunos utilizou a malha como suporte para encontrar um triângulo
isósceles, como aponta a figura 44.
105
observar o que o colega construía. Houve, também, alunos que não tiveram
interessem em participar de alguma forma, perdendo, assim, parte do manipular da
tecnologia. Esse encontro foi iniciado mostrando, aos alunos, um sólido de acrílico e
perguntando seu nome:
Temos que destacar sobre o aluno POTI, que havia faltado a duas aulas
anteriores, sendo orientado a ativar a ferramenta ajuda no Geogebra para auxiliá-lo
na execução da atividade:
Professora: A opção ajuda está dando a dica clique em dois pontos e escolha
o número de vértices. Então, vocês irão na janela 2D e criam dois pontos
quaisquer, acionam a ferramenta polígono regular e vai aparecer uma janela
pedindo o número de vértice. Quantos vértices tem o polígono que vamos
construir?
Alunos: Seis.
Professora: Agora que já construíram o polígono, vamos ao menu e acionem
a ferramenta que tem uma pirâmide. Cliquem no triângulo e abrirá uma janela
com várias opções. Vamos escolher a opção prisma. Vai pedir o polígono.
Clique no polígono, e, em seguida, clique em um ponto qualquer da janela 3D
para a altura do prisma.
13 Esses desafios encontram-se em CD anexo a essa dissertação. Nele são encontrados 6 desafios,
todos elaborados pela própria pesquisadora com o auxílio de um programador, conforme exposto
no capítulo metodológico deste trabalho.
112
14 Pode-se verificar que o aluno LP pensou que cada quadrado da base media 4 e somou os 4,
imaginando que, assim, encontraria o volume, o que não ocorreu.
113
Alunos: Dois.
Professora: Altura?
Professora: Três.
Professora: Quais cálculos podem realizar com essas medidas para chegar
aqui?
Aluno UBIRATAN: Multiplica.
Professora: Então, podemos falar que volume é o produto das três
dimensões de um prisma de base quadrada?
Alunos: Sim.
Professora: Que é a mesma coisa que fizemos com o cubo, só que ele
possuía as três dimensões com o mesmo valor. Hoje, nós encerramos com
vocês sabendo o que é volume e o que é área?
Aluno MOEMA: Área eu encontro no 2D e o volume no 3D é quantidade de
cubos dentro do sólido.
Professora: Perfeito!
Pode-se constatar que a utilização da tecnologia até aqui foi primordial, aliada
às experiências vividas nos encontros anteriores com a construção dos sólidos com
papel, os alunos puderam construir os conceitos de área e volume, assim, alcançaram
o ápice de todo um processo, não sendo necessário expor-lhes a fórmula diretamente.
No entanto, eles puderam construir o conceito com base na visualização e na
compreensão, o que ficou evidente nesse desafio proposto, que trabalha a diferença
entre volume e área.
A conversa prossegue:
Compare as opções:
c) Movimente os pontos do quadrilátero 1.
O que você observa quanto à medida dos lados e dos ângulos?
Que nome recebe um quadrilátero com tais características?
( ) Paralelogramo
( ) Losango
( ) Quadrado
( ) Retângulo
15 Ressalta-se que pelo próprio CD, o usuário tem acesso a parte do programa Geogebra mesmo que
não tenha acesso à internet.
120
Figura 53 – Quadrilátero 1
Figura 54 – Quadrilátero 2
Figura 55 – Quadrilátero 3
Figura 56 – Quadrilátero 4
16 Os relatórios aqui inseridos são dos alunos que escreveram o texto na atividade 1 e permaneceram
no projeto até sua finalização.
124
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
DANTE, Luiz Roberto. Matemática: contexto & aplicações. 2 ed. São Paulo: Ática,
2013.
DANTE, Luiz Roberto. Tudo é matemática. v.1 a 4. São Paulo: Ática, 2002.
FIORENTINI, Dário; MIORIM, Maria Ângela. Uma reflexão sobre o uso de materiais
concretos e jogos no ensino da Matemática. Boletim da SBEM-SP, n. 7, de jul./ago.
1990. p.6. Disponível em: <http://www.drb-
assessoria.com.br/1UmareflexaosobreousodemateriaisconcretosejogosnoEnsinoda
Matematica.pdf>. Acesso em: 5 abr. 2016.
GAZIRE, Eliane Scheid. O não resgate das Geometrias. Campinas, SP: UNICAMP,
2000.
SOUZA, Joamir Roberto de. Novo olhar da matemática. 2 ed. São Paulo: FTD, 2013.
ANEXOS
Nome: UPIARA
Antes de tudo, gostaria de lembrar que esse foi um dos trabalhos mais criativos
que já foi feito na sala de aula.
Quando começamos a ver os sólidos, eu não imaginei que seria legal a forma
de estudar. A professora acabou passando para nós uma nova forma de aprender, e
aprendemos arestas e vértices com jujubas (vértices) e palitos (arestas).
As montagens dos esqueletos dos sólidos foi o mais interessante, porque
muitas pessoas acabaram montando sólidos completamente diferentes do que era pra
ser feito, e havia muita criatividade ali envolvida, principalmente nos que fugiram da
principal ideia. Tinha alguns fáceis, outros difíceis, e principalmente os dois últimos
(icosaedro e dodecaedro) que foram os que mais demoraram para ser feitos.
Um colega comentou sobre o tetraedro não poder ser considerado como um
triângulo, porque o triângulo só podia obter três lados, e tanto ele quanto o resto da
turma percebeu que não é verdade. E também aprendemos que todos os sólidos que
trabalhamos são congruentes.
Ficamos algumas aulas trabalhando com isso, montamos várias formas
geométricas, e elas foram:
Tetraedro: - forma triangular
- número de faces: 4
- número de vértices: 4
- número de arestas: 6
Hexaedro: - forma quadrada
- número de faces: 6
- número de vértices: 8
- número de arestas: 12
Octaedro: - forma triangular
- número de faces: 8
- número de vértices: 6
- número de arestas: 12
Icosaedro: - forma triangular
- número de faces: 20
- número de vértices: 12
136
- número de arestas: 30
Dodecaedro: - forma pentagonal
- número de faces: 12
- número de vértices: 20
- número de arestas: 30
Depois de aprendermos mais sobre arestas e vértices na sala de aula, fomos
para a sala de informática da escola aprender mais sobre as formas geométricas,
porém, dessa vez aprendemos com o Geogebra. No início a professora Vanessa
ensinou a turma a mexer no Geogebra, montando os pontos, achando os ângulos dos
demais sólidos, também aprendemos a planificar. Começamos a montar os sólidos
sugeridos pela professora, como o cubo, pirâmide, entre outros.
Logo em seguida, a professora ensinou como calcular a área e o volume dos
geométricos com uma aula bem interessante utilizando ainda o Geogebra. Também,
durante essas aulas com o Geogebra, aprendemos a diferenciar os triângulos em
equilátero (todo triângulo que apresenta os três lados com a mesma medida),
isósceles (todo triângulo que apresenta dois lados iguais) e escalenos (todo triângulo
que apresenta todos os lados com medidas diferentes).
Diferenciar os quadriláteros, como retângulo, losango, quadrado e
paralelogramo. Aprendi algo muito importante durante essa aula. A professora
Vanessa perguntou para a turma se todo losango era quadrado, e eu mais alguns
colegas respondemos que sim, mas depois dessa aula descobri que estava errada.
Compreendemos porque todo quadrado é um retângulo como também é um losango,
mas nem todo losango é um quadrado, porque o losango tem todos os lados iguais e
dois ângulos agudos e dois obtusos, já o quadrado tem todos os ângulos iguais.
Durante essa atividade trabalhada com o Geogebra, a professora também passou
algumas atividades para ser resolvida, que ajudou muito. Durante as atividades
resolvidas, tivemos a oportunidade de praticar as fórmulas dadas pela professora. Foi
um projeto muito importante tanto para a professora quanto para nós alunos, enquanto
estávamos trabalhando no Geogebra, tivemos oportunidades de tirar dúvidas e no
meu caso, a dúvida do losango.
Estou grata pela professora ter escolhido nossa turma para realizar o projeto e
por ter realizado. Ajudou muito no nosso aprendizado e foi um jeito legal e diferente
de estudarmos e aprendermos geometria.
137
Aluno: ITAMBÉ
Descobrindo o Geogebra:
Podemos desfrutar de uma novidade no estudo em matemática, o software que
nos proporciona estudar cálculo, geometria e álgebra. Além de nos ensinar de uma
maneira mais divertida e fácil, conseguimos entender o quão importante é a aula em
laboratório de informática, para que assim possamos nos desenvolver e sair um pouco
da aula teórica e aprender na prática. Aprender matemática fica melhor quando se
tem algo novo a ser estudado, ou uma novidade para nós alunos, como o Geogebra
por exemplo. Foi de grande relevância este conteúdo.
138
Essa foi mais uma das atividades bases da matéria de matemática, e que
realizamos com grande com êxito esse conteúdo. Gostaria de agradecer a Professora
Vanessa por ter nos proporcionado esta oportunidade de Aprendizagem.
139
APÊNDICES
140
SÓLIDOS PLATÔNICOS:
ESTUDANDO CONCEITOS
GEOMÉTRICOS COM MATERIAIS
CONCRETOS E RECURSO
COMPUTACIONAL NO ENSINO
MÉDIO
142
APRESENTAÇÃO DO PRODUTO PARA O PROFESSOR
17EXE Learning é um aplicativo disponível gratuitamente na internet de autoria Open Source, para
ajudar os professores e acadêmicos na publicação de conteúdo web sem a necessidade de se tornar
proficientes em HTML ou marcação XML.
arquivo físico em uma página na internet. Para tanto, basta hospedá-lo em um servidor
de rede, transformando a página em um site de acesso para outros usuários.
Como esse programa, possibilita-se, também, utilizá-lo no formato off line,
utilizando este recurso na elaboração dos desafios do CD, com a aplicação de códigos
html18, para embarcar aplicações produzidos no Geogebra, assim permitiu aos alunos
acessar os desafios através de um CD ou pendrive, fazendo a simulação dos desafios
em uma página da internet.
146
18HTML é a sigla de Hyper Text Markup Language, expressão inglesa que significa "Linguagem de
Marcação de Hipertexto". Consiste em uma linguagem de marcação utilizada para produção de
páginas na web, que permite a criação de documentos que podem ser lidos em praticamente
qualquer tipo de computador e transmitidos pela internet.
ANÁLISE DOS RECURSOS NO ENSINO DE GEOMETRIA
A título de exemplo, pode ser descrita a seguinte situação em geometria plana: uma reta que passa por
um ponto que é interior à região limitada por uma circunferência vai interceptar ou não essa
circunferência? Uma maioria expressiva de alunos que têm uma pequena iniciação em geometria não
tem dificuldade em concluir que a reta realmente irá não somente interceptar a circunferência como o
fará em dois pontos. Este tipo de conhecimento, aceito ou enunciado de imediato, é uma forma intuição.
Por outro lado, este mesmo resultado pode também ser concluído por uma construção experimental
através da realização de um desenho. Neste caso, o desenho que é utilizado para descobrir ou verificar
uma proposição é uma forma de conhecimento experimental. Mas a interseção da reta com a
circunferência poderia também ser constatada por meio de uma demonstração sem o recurso direto da
intuição, ou do desenho, o que consistiria no aspecto teórico do conhecimento geométrico. (PAIS, 1996,
p.72)
O USO DA INFORMÁTICA PARA O ENSINO DE GEOMETRIA
Sequência de atividades
Nº. do Encontro
Atividade Objetivo Recursos didáticos
Atividade 1
Sólido planificado, jujuba,
Construção de palito de dente, cola, tesoura
Identificar o vértice, face,
1º, 2º e 3º esqueleto e montagem e fotocópia da tabela 1 dos
aresta e a relação de Euler.
da planificação dos sólidos regulares de Platão
sólidos regulares de (APÊNDICE A).
Platão.
Computadores, software
Atividade 8 Apreciar, verificar e identificar
Geogebra, projetor
as ferramentas do Geogebra
13º multimídia e um sólido de
Conhecer a janela de 3D.
acrílico (Prisma de base
visualização 3D do Identificar as características de
hexagonal).
software Geogebra. um prisma de base hexagonal.
Computadores, software
Atividade 9
Geogebra, projetor
Construir, verificar e identificar
14º e 15º multimídia e poliedros
Investigar os poliedros as propriedades dos poliedros
regulares de Platão em
regulares de Platão no regulares de Platão.
acrílico.
Geogebra em 3D.
Nº. do Encontro
Atividade Objetivo Recursos didáticos
Construir e identificar as
Atividade 10 propriedades de um prisma de Computadores, software
base quadrada. Geogebra, projetor
16º e 17º
Elaborar possíveis estratégias multimídia e prisma de base
Generalizando o cálculo para o cálculo de área e do quadrada em acrílico.
de área e volume. volume do prisma de base
quadrada.
155
Atividade 11
Ler, interpretar e utilizar
18º Atividade xerocada.
representações matemáticas
na resolução de problemas.
Resolução de atividades
Atividade 12
Ler, interpretar e utilizar
19º Atividade xerocada.
representações matemáticas
na correção de problemas.
Correção das atividades
Atividade 13
Identificar as alturas do
Computadores, software
triângulo.
20º e 21º Geogebra, projetor
Generalizar, a partir da área de
Investigação dos multimídia.
quadrilátero, a área de
quadriláteros e
triângulo.
triângulos.
Objetivos:
➫ Montar os esqueletos;
➫ Montar os sólidos a partir das planificações
➫ Visualizar os vértices e arestas nos esqueletos dos sólidos;
➫ Coletar características dos esqueletos dos sólidos;
➫ Nomear os sólidos.
Recursos:
Palito de dente;
Jujubas;
Cola;
Tesoura;
Planificação de sólidos.
Desenvolvimento:
◊ Os alunos serão organizados em dupla;
◊ Cada aluno recebera um kit contendo 50 jujubas e, aproximadamente, 100 palitos de dente
e planificação dos cinco sólidos regulares de Platão;
◊ O professor deve iniciar esclarecendo aos alunos que participarão de uma atividade
investigativa e que eles terão a oportunidade de expor as observações ao final da atividade,
intervir sobre as observações dos demais colegas e salientar que o importante neste tipo de
atividade não consiste em certo ou errado, mas que, ao finalizarem, poderão perceber quanto
o grupo enriqueceu os conhecimentos sobre os sólidos;
◊ O professor deve pedir aos alunos que façam uso da câmera fotográfica do celular; registrar
as atividades através de fotos e transcrever em uma folha as observações;
◊ O professor deve propor as atividades em forma de desafio:
- Tetraedro: usar as jujubas como se fossem os vértices e os palitos como se fossem as
arestas para montar um esqueleto de sólido que possua 4 vértices e 6 arestas, ou seja, 4
jujuba e 6 palitos. No entanto, de cada vértice deve sair três arestas. Depois de montar o
esqueleto, construir o sólido na forma planificada.
- Hexaedro: Construir um esqueleto com 8 vértices e 12 arestas, sendo que de cada vértice
saiam 3 arestas. Depois de montar o esqueleto, montar o sólido na forma planificada.
- Octaedro: Construir um esqueleto que tenha 6 vértices e 12 arestas sendo que de cada 157
vértice saiam 4 arestas. Depois de montar o esqueleto, montar o sólido na forma planificada.
- Icosaedro: Construir um esqueleto de sólido que tenha 12 vértices e 30 arestas, sendo que
de cada vértice saiam cinco arestas. No entanto, as faces deste sólido são triangulares.
Observação: como este esqueleto exige mais conhecimentos abstratos dos alunos, se
eles sentirem muita dificuldade, sugere-se que entregue antes a planificação para, depois
montarem o esqueleto.
- Dodecaedro: Construir um esqueleto de sólido que contenha 20 vértices e 30 arestas, sendo
que de cada vértice saiam 3 arestas e que as faces do sólido que será montado o esqueleto
sejam pentagonais.
Observação: como o esqueleto exige mais conhecimentos abstratos dos alunos, se
eles sentirem muita dificuldade sugere-se que entregue a planificação para ser montada antes
do esqueleto.
Atenção!
- Durante a montagem, é importante a interação do professor com os alunos, para, assim,
poder propor e instigar reflexões sobre os conceitos geométricos e incentivar a interação entre
os colegas. Ao final de cada esqueleto montado, propor uma socialização das observações,
mas não somente captar as respostas dos questionamentos, mas um diálogo enriquecedor
com ponderação, para que todos se sintam valorizados em seu direito de participar,
mostrando como são importantes suas intervenções. Cabe ao professor, portanto, estimular
os alunos a refletir e explanar conceitos matemáticos.
- Incentivar os alunos a fazerem uso da câmera fotográfica do celular, registrar através de
fotos e escrever as observações, porque estas serão expostas para os demais colegas.
Material para o aluno
158
159
160
161
- ATIVIDADE 2 –
Objetivos:
➫ Nomear os sólidos;
Recursos:
Desenvolvimento:
◊ O professor deve entregar a tabela aos alunos pedindo para que eles a preencham com
base na atividade anterior;
◊ Depois que todos preencherem a tabela através de um diálogo com a turma, verificar como
ocorreu a atividade e estimular aos alunos a analisar as respostas;
◊ Desafiar os alunos a observarem se existe uma relação matemática entre o número de faces,
vértices e arestas.
Atenção!
Objetivos:
Recursos:
Textos;
Planificação dos sólidos;
Cola;
Tesoura;
Tabela de sólidos de poliedros e não poliedros.
Desenvolvimento:
◊ Distribuir um texto aos alunos, para que façam uma leitura e iniciar com intervenções
esclarecendo, questionando e instigando os alunos a refletirem;
◊ Distribuir planificação de diversos sólidos, para que os alunos montem;
◊ Solicitar aos alunos que preencham a tabela.
Atenção!
O professor deve ficar atento aos questionamentos, reflexões e perguntas feitas pelos alunos,
mas deixar para respondê-las na próxima atividade, pois a tabela permitirá aos alunos
refletirem sobre a existência de vértice, face e arestas em sólidos.
◊ Se for possível, faça um levantamento estatístico das respostas dos alunos para se produzir
um diagnóstico se eles realmente construíram os conceitos de face, vértice, aresta, polígono
e poliedro.
165
Material para o aluno
166
______________________________________
1 Texto do livro didático: DANTE, Luiz Roberto. Matemática: contexto & aplicações. 2 ed. São Paulo:
Ática, 2013. p.214.
167
_______________________________________
2 Textos
do livro didático: SOUZA, Joamir Roberto de. Novo olhar da matemática. 2 ed. São Paulo:
FTD, 2013. p.70.
Planificação de diversos sólidos para serem montados
168
169
170
171
172
173
174
175
TABELA DE SÓLIDOS
Sólido Nome Forma Número Número Número Observações
do da de de de
sólido face faces vértices arestas
176
– ATIVIDADE 4 –
Objetivos:
Recursos:
Cartolina.
Pincel;
Livros didáticos (se necessário para consulta, indicamos Dante (2013) porque possui
um glossário com as definições matemáticas, além de textos com explicações e
exemplos);
Fita adesiva;
Tabela preenchida na atividade anterior.
Desenvolvimento:
◊ Com base nas respostas da tabela da atividade anterior, o professor poderá verificar se é
necessário ou conveniente um reforço a mais, principalmente no que diz respeito a polígono
e poliedro.
Atenção!
Sugere-se que cada equipe faça um cartaz com uma definição. Neste caso, seria interessante
dividir a turma em cinco equipes e propô-los a fazerem cartazes com as definições de vértice,
aresta, face, polígono e poliedro. Entre as características desse cartaz, deve-se utilizar uma
linguagem que os colegas possam entender, para ser apresentado em sala de aula, e,
posteriormente, ser fixado nas paredes da sala, para consultarem sempre que necessário.
178
– ATIVIDADE 5 –
179
Objetivos:
Recursos:
Desenvolvimento:
◊ Para esta atividade, é interessante os alunos estarem em grupos de, no máximo, quatro
alunos. O professor deve pedir aos alunos que de posse de todos os sólidos montados,
separe-os em dois grupos considerando suas características comuns. Em seguida, pedir para
que exponham para a turma as divisões e explique qual o critério utilizado para a separação,
cabendo aos outros alunos concordarem ou não com o critério adotado pelos colegas. Deve-
se lembrar aos alunos de que se trata de uma atividade investigativa e todas as respostas são
válidas, pois a não validação por parte da turma do critério utilizado também é aprendizado
para todos. O que se espera, neste primeiro momento, é que, ao final, os alunos consigam
visualizar os poliedros e não poliedros. Em seguida, o professor deve construir junto com os
alunos o esquema abaixo:
SÓLIDOS
NÃO
POLIEDROS POLIEDROS
SÓLIDOS CONE
REGULARES
PIRÂMIDES PRISMAS
CILINDRO
Atenção!
◊ Depois que os alunos conseguirem identificar os poliedros dos não poliedros, pedir para que
separem os poliedros em grupos considerando características comuns. Em seguida,
apresente para os colegas os critérios utilizados para as subdivisões e exponha para os
colegas que nome poderia receber esses grupos de sólidos. Este é um momento fundamental,
porque, durante a apresentação, alguns alunos podem observar que o hexaedro é um solido
regular de Platão, um prisma de base quadrada pode ser classificado como paralelepípedo e
também é conhecido como cubo. Cabe, portanto, ao professor instigar os alunos a refletirem
sobre as possíveis subdivisões e quais características possuem os sólidos pertencentes
aquele subgrupo de sólidos. Não cabe ao professor expor, e sim, fazer com os alunos sintam-
se os atores principais das observações, aí, junto com os alunos, completarem o esquema.
Ao final, pedir aos alunos que façam anotações das observações no caderno para futuras
pesquisas.
◊ Devolver a tabela anterior para os alunos. De forma dialogada, professor e alunos devem
analisar as respostas e refletirem, fazendo correções se for preciso. Ressalta-se que na tabela
é questionado quantos vértices, arestas e faces possuem o cone e o cilindro, sendo que esses
não possuem faces e arestas; portanto, o aluno será desafiado a refletir sobre os conceitos
geométricos. A insistência na solidificação destes conceitos se deve ao fato de que a sua
compreensão será primordial na interpretação dos problemas na geometria plana e espacial.
– ATIVIDADE 6 –
Objetivos:
Recursos:
Acesso à internet.
Desenvolvimento:
19
OS SÓLIDOS PLATÔNICOS. 2011. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=R5J5ePrHi_M>.
Acesso em: 17 jun. 2015.
– ATIVIDADE 7 –
CONHECENDO O GEOGEBRA
182
Objetivos:
Recursos:
Computador do laboratório de informática;
Lousa
Pincel ou giz.
Desenvolvimento:
◊ O professor deve levar os alunos para o laboratório de informática e pedir para que eles
acessem o programa Geogebra nos computadores.
◊ Explanar sobre o Geogebra, informando que é um software livre, criado pelo matemático
Markus Hohenwarter, por meio de um projeto iniciado em 2001, para ser utilizado no
ambiente escolar. Ele já foi traduzido para mais de cem idiomas. O Geogebra é um dos
programas mais utilizados no mundo para o ensino de Matemática na atualidade.
◊ Desafiar os alunos, para que manipulem e descubram as ferramentas e as janelas do
Geogebra.
◊ Em seguida, o professor deve apresentar o Geogebra, mas na forma de um diálogo com
perguntas e com os alunos manipulando e refletindo sobre as ferramentas do software.
183
◊ Apresentar a barra de menu, mas não se ater aos detalhes, pois os jovens possuem muita
facilidade com as tecnologias:
1º) Criar um ponto e observar na janela algébrica o nome dado ao ponto pelo Geogebra.
2º) Mover o ponto e observar o que acontece na janela algébrica.
3º) Exibir ou não a malha quadriculada e fazer com que eles percebam a diferença, criar
184 pontos através da malha por meio da ferramenta “criar pontos”.
4º) Criar uma reta. Movimentar esta reta e observar o nome dado à reta pelo Geogebra e a
janela algébrica.
5º) Construir uma semirreta e depois um segmento de reta. Questionar os alunos sobre a
diferença entre reta, segmento e semirreta.
6º) Exibir a ajuda na barra de ferramenta (para que os alunos tenham uma maior autonomia
no manuseio do software) seguindo o processo abaixo:
185
Esse poderá ser um momento de revisar os conceitos de geometria plana, em especial, sobre
os tipos de triângulos. Caberá, portanto, ao professor observar que, apesar de ter uma
infinidade de maneiras para se construir um triângulo no software, os alunos, em sua maioria,
fazem suas construções conforme os modelos mais usados nos livros, chamados por Pais
(2000) de “figuração geométrica”:
9º) Construir um triângulo equilátero. Após os alunos tentarem, solicitar que eles relatem para
os colegas como fizeram suas construções, se nenhum aluno descobrir sobre a ferramenta
“polígono regular”, ensiná-los a utilizar essa ferramenta e a outra ferramenta “polígonos”.
– ATIVIDADE 8 –
CONHECENDO O GEOGEBRA 3D
186
Objetivos:
Recursos:
Laboratório de informática;
Prisma de base quadrangular
Desafio número 1 do CD (ANEXO).
Desenvolvimento:
Atenção!
- Quando a janela 2D estiver ativada, ela fica mais escura, assim, os recursos do 3D não
funcionam:
187
◊ No campo de entrada, solicitar aos alunos que digitem dodecaedro. Eles irão perceber que
são necessários dois pontos. Portanto, criem dois pontos na janela 2D. Em seguida, escolham
a opção dois pontos. Tecle a tecla [Enter] e terá um dodecaedro com praticamente três ou
quatro digitações. Aguarde algum tempo para os alunos medirem os ângulos e as arestas do
poliedro. No entanto, o professor deve estar circulando entre os alunos, para verificar como
estão realizando a atividade. Este é momento para que o professor verifique, junto com os
alunos, o que é um sólido regular.
◊ Os alunos deverão construir um prisma de base quadrada. Inicie construindo a base do
prisma. Portanto, lembre-os de que se trata de um polígono, e que, por isso, ele deve ser
construído na janela de visualização 2D.
◊ Fazendo uso do campo de entrada, solicite aos alunos para digitarem prisma e escolher a
opção [<polígono>,<altura>]. Substituir a palavra polígono pelo nome que o Geogebra
forneceu ao quadrilátero e, na altura, digite o valor. Em seguida, tecle [Enter]. Deixe os
manusear, mudar as cores das faces e conhecer as ferramentas.
◊ Solicite aos alunos que observem o prisma de base quadrangular e digam quais as suas
características, indicando o porquê de ele ser classificado como prisma e o porquê do nome.
188
<número>]. Substituía poliedro pelo nome dado ao prisma na janela algébrica pelo
190
Objetivos:
Recursos:
Laboratório de informática;
Desafio número 4 do CD;
Quadro/Lousa;
Projetor multimídia;
Pincel e/ou giz.
Desenvolvimento:
◊ No laboratório de informática, pedir para que os alunos abram o arquivo salvo na aula
anterior, ou construa outro prisma de base quadrada e planifique-o.
◊ Este é o momento de o professor questionar aos alunos: matematicamente é possível saber
quanto de papel é necessário para construir este prisma do Geogebra? Será que uma folha
A4 ou mais? É fundamental que o professor provoque os alunos, para, assim, lembrarem ou
mesmo construir o conceito do cálculo de área. Assim, é fundamental fazer com que os alunos
visualizem que a multiplicação das duas dimensões do polígono gera a área deste. Ao final
desta atividade, os alunos devem sentir que eles perceberam a fórmula.
◊ Depois de construído o conceito de área através de um debate, levar os alunos a
reconhecerem o que é área da base, área lateral e área total no prisma. Os alunos podem
Atenção!
192
Orientação para o professor
Objetivos:
➫ Identificar as alturas do triângulo;
➫ Generalizar, a partir da área de quadrilátero, a área de triângulo;
➫ Calcular área da base, área lateral, área total e volume de um prisma de base triangular.
Recursos:
Laboratório de informática.
Quadro/Lousa
Projetor multimídia
Pincel e/ou giz.
Desafio número 2 do CD.
Desenvolvimento:
◊ No laboratório de informática pedir para que aos alunos abram o arquivo no desafio número
2 do CD e respondam.
193
- Crie dois pontos, usando a ferramenta . Escolha a opção 4 “vértice” e tecle ok.
- Com a ferramenta , construa o triângulo ABC clicando nestes pontos do
quadrilátero.
- Acione a ferramenta e, na janela algébrica, clique sobre “pol1” e, em seguida, “pol2”.
Assim, será exibida a área dos polígonos.
- Com o botão direito do mouse, renomeie o quadrilátero e o triângulo.
- Arraste o texto para fora da construção usando a ferramenta .
- Na janela algébrica, clique com o botão direito do mouse sobre um dos polígonos, e, em
propriedades, mude a cor.
◊ Em seguida, manipulando os pontos e incentivando os alunos a falar o que observam, faça
o seguinte questionamento: Que relação pode ser feita com o cálculo da área de quadrado e
triângulo? Assim, os alunos perceberão como fazer o cálculo de área de triângulo.
◊ O próximo passo é desafiar os alunos a calcularem a área de um triângulo obtuso, por
194 exemplo.
Atenção!
◊ Depois que o professor promoveu todo esse debate sobre os triângulos, as suas alturas,
perímetro e como efetuar o cálculo de área, sugere-se que os alunos retornem ao desafio 2 e
refaçam a atividade. Ao término dos cálculos, recorram ao Geogebra para conferir as
respostas, pois cada aluno terá, neste momento, triângulos com medidas diferentes dos
colegas, porque eles manipularam os desenhos no início da atividade.
◊ Para finalizar, desafie os alunos para que construam um prisma de base triangular e façam
o cálculo das áreas e do volume no caderno. O professor deve estar circulando para verificar
como os alunos estão racionando e se realmente construíram o conhecimento. Assim, poderá
verificar junto com os alunos se os cálculos estão corretos, fazendo uso das ferramentas
e do Geogebra.
– ATIVIDADE 11 –
Objetivos: 195
Recursos:
Laboratório de informática.
Quadro/Lousa
Projetor multimídia
Pincel e/ou giz.
Desafio número 3 do CD.
Desenvolvimento:
◊ No laboratório de informática, pedir para que aos alunos abram o arquivo no desafio 3.
Peçam aos alunos que encontre as áreas aproximadas tendo como base a malha. No entanto,
é preciso saber, primeiro, a unidade de medida da malha. Em seguida, perguntar para os
alunos como se calcula a área de quadrado e retângulo. Depois, desafiá-los a encontrar uma
sequência matemática para o cálculo de área do pentágono e do hexaedro. Procure ouvir os
diversos métodos propostos pelos alunos. Em seguida, proponha a eles que, ao usar as
ferramentas , decomponha o hexaedro em triângulos usando a ferramenta
. Encontre as medidas necessárias e deixe-os encontrar a área
para, depois, exporem para os colegas como raciocinaram. Repita o procedimento no
pentágono, porém, é necessário medir os ângulos para que os alunos percebam que
na decomposição nem sempre se obtém triângulos equiláteros.
◊ O professor deve propor uma atividade, pois este é o momento propício para verificar se os
objetivos foram atingidos. Assim, é importante está circulando entre os alunos e fazer as
intervenções que julgar necessárias, refinando conceitos e esclarecendo dúvidas.
Observação:
Como exemplo, sugere-se a seguinte atividade:
- Encontre a área total e o volume dos seguintes prismas.
196 a) De base hexagonal, cuja aresta da base mede 5 cm e a aresta lateral 10 cm.
b) De prisma, com as mesmas dimensões do anterior, no entanto, com base heptagonal.
– ATIVIDADE 12 –
197
Objetivos:
Recursos:
Laboratório de informática.
Quadro/Lousa
Projetor multimídia
Pincel e/ou giz.
Desafio número 4, 5 e 6 do CD.
Desenvolvimento:
◊ No laboratório de informática, solicite aos alunos que construam uma pirâmide de base
quadrada fornecendo os valores da aresta da base e a altura, depois solicito-os para que
identifiquem os elementos que compõe a pirâmide. Em seguida, desafie-os a calcular a área
lateral, a área da base e o volume da pirâmide. Como pesquisa, sugira os desafios 5 e 6 do
CD. Circule entre os alunos observando como realizam o trabalho proposto, verificando o que
sabem e como pensam.
◊ Ao final, proponha um debate para que eles possam expor suas ideias, para que o professor
possa refiná-las e fazer as devidas intervenções. Assim, os alunos encontrarão métodos e
sistematizarão os cálculos para a pirâmide de base quadrada.
– ATIVIDADE 13 –
Objetivos:
198
➫ Inferir sobre os conhecimentos adquiridos pelos alunos sobre os conceitos geométricos;
➫ Elaborar um texto sobre tudo o que foi visto até o momento sobre os sólidos.
Recursos:
Computador do laboratório de informática;
Anotações e fotos produzidas pelos alunos durante as atividades.
Desenvolvimento:
◊ O professor deve levar os alunos para o laboratório de informática. Em seguida, propor para
que eles relatem o que aprenderam sobre os conceitos geométricos na forma de um texto,
podendo ilustrar e enriquecê-lo com as fotos e anotações coletadas no decorrer das atividades
anteriores.
REFERÊNCIAS
DANTE, Luiz Roberto. Matemática: contexto & aplicações. 2 ed. São Paulo: Ática,
2013.
FIORENTINI, Dário; MIORIM, Maria Ângela. Uma reflexão sobre o uso de materiais
concretos e jogos no ensino da Matemática. Boletim da SBEM-SP, n. 7, de jul./ago.
199
1990. p.6. Disponível em: http://www.drb-
assessoria.com.br/1UmareflexaosobreousodemateriaisconcretosejogosnoEnsinoda
Matematica.pdf. Acesso em: 5 abr. 2016.
SOUZA, Joamir Roberto de. Novo olhar da matemática. 2 ed. São Paulo: FTD,
2013.
SUGESTÕES DE LEITURA E ESTUDOS
200 ANDRADE, José Antônio Araújo; NACARATO, Adair Mendes. Atuais tendências
didático-pedagógicas no ensino de Geometria: um olhar sobre os anais dos
ENEM’S. Encontro Nacional de Educação Matemática, 8. Recife, PE. Anais…
Recife,2004. p.1-13.
DANTE, Luiz Roberto. Tudo é matemática. v.1 a 4. São Paulo: Ática, 2002.
GAZIRE, Eliane Scheid. O não resgate das Geometrias. Campinas, SP: UNICAMP,
2000.
http://www.geogebra.im-uff.mat.br/vtt.html
https://www.youtube.com/watch?v=ba5aJSeSOYc
http://www.prof-edigleyalexandre.com/2015/08/como-criar-poliedros-
202 planificalos-animalos-geogebra.html
http://www.ogeogebra.com.br