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Habilidades sociais e satisfação conjugal: uma revisão atualizada

Estudos de Psicologia – # 801


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14Equipe editorial

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2 Habilidades sociais e satisfação conjugal: uma revisão atualizada

Resumo

4 As habilidades sociais dos cônjuges tem sido associada à satisfação marital na literatura.

No entanto, poucos estudos mostraram correlação entre estas duas variáveis. Assim, este

6artigo tem como objetivo revisar e analisar os conceitos de habilidades sociais e satisfação

conjugal, assim como os instrumentos utilizados para avaliar estes construtos. Pretende-se

8também apresentar intervenções visando à promoção de habilidades sociais e satisfação

conjugal na terapia cognitivo-comportamental. Conclui-se que os conceitos revisados

10necessitam de definições mais precisas, o que favorecerá a construção de instrumentos de

avaliação mais consistentes. Observa-se o potencial da terapia cognitivo-comportamental

12na promoção de habilidades sociais e satisfação conjugal.

Palavras-chave: habilidades sociais; satisfação conjugal; terapia cognitivo-

14comportamental.

Social skills and marital satisfaction: an update revision

16 Abstract

Marital social skills are assicuated to marital satisfaction according studies. Therefore, few

18studies show significant correlations between these two variables. In this sense, this paper

aims to review and analyze concepts as: social skills and marital satisfaction as well as

20measures that are commonly used to investigate these processes. It was aimed to also

present some interventions proposals to stimulate social skills and marital satisfaction in

22the area of Cognitive-Behavioral Therapy. It was evidenced that the reviewed concepts

need more precise definitions which will allow the construction of better and more

24appropriated measures. Cognitive-Behavioral Therapy techniques seem to be efficient in

the promotion of social skills and also the improvement in marital satisfaction.
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Keywords: social skills; marital satisfaction; cognitive-behavioral therapy.

2 Diversos estudos têm indicado a importância de um elaborado repertório de

habilidades sociais para os indivíduos, em diferentes contextos (Caballo, 2003; Del Prette

4& Del Prette, 1999). Destaca-se o papel destas habilidades na interação conjugal, já que a

experiência marital é considerada central para o bem-estar do indivíduo e da família. Nessa

6direção, uma relação considerada estável e desejada tem impactos positivos para a

satisfação pessoal, em contrapartida, uma relação deteriorada influi na dinâmica familiar e

8nas próprias cognições e comportamentos dos cônjuges (Bonet & Castilla, 1998).

Os problemas no casamento estão entre os principais agentes de estresse e estão

10associados a transtornos psicológicos como depressão e ansiedade (Epstein & Schlesinger,

2004). Tem sido observado que quando há desarmonia matrimonial, há um aumento no

12risco dos cônjuges apresentarem psicopatologias, doenças físicas, assim como envolverem-

se em acidentes automobilísticos, cometerem suicídio, homicídios e atos de violência,

14oferecendo risco ao desenvolvimento dos filhos (Braz, 2005). Deste modo, tornam-se

necessários estudos sobre a interação marital com vistas à promoção de bem-estar nas

16díades. Neste sentido, há evidências de que as habilidades sociais estão relacionadas à

satisfação no relacionamento conjugal (Arias & House, 1998; Karney & Bradbury, 1995;

18Villa, 2005).

20Habilidades Sociais

Inúmeras são as definições acerca de um comportamento socialmente hábil, sem

22que se tenha chegado a um acordo sobre o que o constitui. Meichenbaum, Bluter e Gruson

(1981) referem que é impossível desenvolver um conceito consistente de habilidade social,

24uma vez que esta é parcialmente dependente da situação na qual se insere. Do ponto de

vista interacionista, a habilidade social deve ser considerada dentro de um contexto cultural
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determinado, sendo que os padrões de comunicação variam de forma ampla entre as

2culturas, dependendo de fatores como idade, sexo, classe social e educação. Demais

características do indivíduo como atitudes, valores, crenças, capacidades cognitivas e um

4estilo único de interações interferem nas situações e nos seus resultados. Nesse sentido,

considera-se que as habilidades sociais possuem um caráter multidimensional e que ainda

6não há um consenso universal sobre sua definição. Contudo, o termo tem sido utilizado

para denominar um repertório de capacidades comportamentais aprendidas, que envolve

8interações sociais (Del Prette & Del Prette, 1999).

Alguns teóricos consideram o construto de habilidades sociais como sendo

10equivalente ao de assertividade, que é a capacidade de agir conforme os próprios

interesses, sem ansiedade indevida, expressando sentimentos honestos sem negar os

12direitos dos outros. O comportamento assertivo é ainda entendido como a expressão, pelo

indivíduo, de atitudes, sentimentos, opiniões e desejos, respeitando a si próprio e aos

14outros, havendo, em geral, resolução dos problemas da situação e diminuição da

probabilidade de problemas futuros (Alberti & Emmons, 1978; Caballo, 2003).

16 Por outro lado, teóricos definem as habilidades sociais como um repertório mais

amplo de respostas (Del Prette & Del Prette, 1999; Falcone, 2000), sustentando que a

18assertividade não contempla toda a noção de competência social. Segundo estes autores, os

comportamentos socialmente hábeis incluem não apenas a asserção, mas também outras

20variáveis como comunicação, resolução de problemas, cooperação, desempenhos

interpessoais na profissão e direito à cidadania. Nesta perspectiva, o conceito de empatia

22também é visto como parte do construto de habilidades sociais, sendo uma atitude

complementar ao comportamento assertivo. A empatia consiste em abrir mão, por alguns

24momentos, dos próprios interesses e sentimentos para se dedicar a ouvir e compreender,

sem julgar, o que a outra pessoa está sentindo. Considera-se também que a empatia é mais
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efetiva na manutenção de relacionamentos mais longos e que a assertividade é mais

2importante nas fases iniciais de qualquer interação social (Falcone, 2000).

Ainda quanto à sobreposição de conceitos, Del Prette e Del Prette (1999)

4distinguem habilidades sociais (HS), desempenho social (DS) e competência social (CS)

que, muitas vezes, são utilizados como sinônimos. Basicamente, o termo HS refere-se ao

6repertório de comportamentos que o indivíduo dispõe para lidar com situações

interpessoais. O DS significa simplesmente à emissão de qualquer comportamento em uma

8situação, seja ele adequado ou não. A CS está relacionada aos resultados obtidos no

desempenho do indivíduo, em uma situação específica, tendo, portanto, caráter avaliativo.

10A CS visa a qualificar o nível de proficiência com que os comportamentos são ou deveriam

ser emitidos, bem como sua congruência e adequação às situações.

12 A sistematização de taxonomias para o comportamento socialmente hábil é

importante para avaliação das habilidades sociais e para orientar intervenções clínicas.

14Nesse sentido, Caballo (2003) apresenta classes molares de respostas hábeis envolvidas na

comunicação, tais como: fazer e aceitar elogios; fazer e recusar pedidos; expressar

16sentimentos; iniciar e manter conversações; defender os próprios direitos; expressar

opiniões pessoais; pedir a mudança de conduta do outro; desculpar-se; enfrentar críticas,

18entre outros. São também definidos os aspectos moleculares, presentes na emissão dessas

respostas, como: 1) componentes não-verbais (p.ex.: latência da resposta, expressões

20faciais, gestos); 2) componentes paralinguísticos (p.ex.: voz, entonação); 3) componentes

verbais (p.ex.: perguntas, reforços, explicações) e 4) componentes mistos mais gerais

22(p.ex.: afeto, conduta). Já na taxonomia proposta por Del Prette e Del Prette (1999) são

acrescentadas habilidades empáticas (p.ex.: parafrasear, apoiar) e aspectos cognitivo-

24afetivos (p.ex.: habilidade de interpretar as situações) e fisiológicos (p.ex.: respiração e

taxa cardíaca) como sendo influentes nos comportamentos socialmente hábeis. Assim, com
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base nos autores citados, observam-se diferenças teóricas quanto à definição de habilidades

2sociais e de suas variáveis.

A aquisição dessas habilidades visa a potencializar as capacidades dos indivíduos,

4assim como generalizar os ganhos para todos os contextos de inserção do mesmo. Uma

pessoa que possui habilidades sociais tem maior facilidade para resolver problemas

6interpessoais, aumenta seu senso de auto-eficácia e auto-estima, melhorando a qualidade

dos seus relacionamentos. Por outro lado, há evidências de que déficits de comportamentos

8socialmente hábeis estão correlacionados com desordens emocionais e conflitos conjugais,

assim como à procura de ajuda terapêutica (Bratfisch, 1997; Del Prette & Del Prette, 2001;

10Gottman & Rushe, 1995; Karney & Bradbury, 1995; Rangé & Dattilio, 1995; Sanders,

Halford, & Behrens, 1999; Starkey, 1991).

12 Nesse sentido, habilidades sociais como assertividade, empatia, expressão de

sentimentos positivos, automonitoria e comunicação têm sido encontradas como

14necessárias diante das demandas afetivas e de resolução de problemas próprias da vida

marital (Villa, 2005). Nesta perspectiva, o termo habilidades sociais conjugais foi,

16recentemente, definido como o conjunto de comportamentos específicos da interação com

o cônjuge ou companheiro afetivo, que favorece a qualidade do relacionamento a dois (Del

18Prette, Villa, Freitas, & Del Prette, 2008). Existem várias evidências de que a ampliação e

o aprimoramento de habilidades sociais conjugais consistem em um indicador de satisfação

20com a união (Norgren, 2002; Schaper, 2000).

22Satisfação Conjugal

O conceito de satisfação conjugal, assim como o de habilidades sociais, é bastante

24discutido, sendo ainda mais controvertido na literatura. Há diversas definições para este

conceito, o que implicou no surgimento de várias abordagens para mensurar e relacionar


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este construto (Falcke, Diehl, & Wagner, 2002; Fletcher, Simpson, & Thomas, 2000). Dela

2Coleta (1989) apóia a concepção de que a satisfação conjugal é um conceito subjetivo,

implicando em uma atitude de respeito para com o casamento, assim como em ter os

4desejos e necessidades atendidas e, ao mesmo tempo, corresponder ao que o parceiro

espera. Nesta visão, a satisfação conjugal é considerada como resultado das expectativas

6que os cônjuges têm em comparação com a realidade experienciada no casamento.

Falcke, Diehl e Wagner (2002) sustentam que a satisfação conjugal é influenciada

8por variáveis como: sexo, grau de escolaridade, número de filhos, nível socioeconômico e

sócio-cultural, tempo de casamento, características de personalidade e experiências na

10família de origem. Além disto, as habilidades de comunicação, resolução de problemas e

empatia são consideradas preditoras de satisfação conjugal conforme pesquisas

12(Christensen et al., 2008; Villa, 2005). Nessa direção, inúmeros estudos têm investigado

fatores supostamente influentes na satisfação conjugal (Karney & Bradbury, 1995).

14Contudo, teóricos apontam que o próprio conceito carece de uma definição mais

específica, visto que é utilizado como equivalente aos termos qualidade e ajustamento

16conjugal (Gottman & Notarius, 2002).

O modelo Vulnerability Stress Adaptation (Karney & Bradbury, 1995) foi

18considerado o mais coerente em sua definição de qualidade conjugal, em um estudo

realizado por Mossman, Wagner e Féres-Carneiro (2006). De acordo com o modelo, a

20qualidade conjugal é um conceito mais amplo e multidimensional, dinâmico e interativo do

casal, sendo a satisfação definida como um de seus componentes. A qualidade conjugal

22permite aos indivíduos julgar, com certa independência, aspectos importantes para uma

avaliação global da relação. Deste modo, mesmo casais que entram em conflito, podem

24apresentar altos níveis de satisfação por sua habilidade de se comunicar e resolver os


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problemas enfrentados. E ainda, um parceiro pode avaliar o seu relacionamento como bom

2(qualidade), mesmo que ele não esteja satisfeito com outros aspectos da relação.

Para Karney e Bradbury (1995) a satisfação conjugal também é vista como um

4conceito semelhante ao de ajustamento que, por sua vez, pressupõe a própria satisfação

como parte de seu processo (Mossman et al., 2006). Essa perspectiva também é adotada

6por Spanier (1976) quando afirma que o ajustamento conjugal é um processo, cujo

resultado é determinado pelo grau de diferenças incômodas entre o casal, tensão entre os

8parceiros, ansiedade pessoal, “satisfação conjugal” e coesão diádica. Com base nesses

parâmetros, um dos principais obstáculos à definição desses termos reside justamente no

10uso indiscriminado dos conceitos de satisfação e ajustamento conjugal (Gottman &

Notarius, 2002). Isso também repercute na confiabilidade dos instrumentos psicométricos

12construídos com base nestas definições.

14Avaliação de habilidades sociais e satisfação conjugal

Instrumentos psicométricos para avaliação de habilidades sociais e de satisfação

16conjugal são importantes para orientar intervenções terapêuticas, assim como para verificar

a sua efetividade. Caballo (1987, 2003) desenvolveu escalas para avaliação de habilidades

18sociais, que avaliam aspectos cognitivos e comportamentais influentes no desempenho

social em várias situações como, por exemplo, nas interações com o sexo oposto. O autor

20validou a Escala Multidimensional de Expressão Social – Parte Cognitiva (EMES-C) e a

Escala Multidimensional de Expressão Social – Parte Motora (EMES-M), que

22apresentaram propriedades psicométricas satisfatórias com amostras de universitários

espanhóis. A partir do trabalho de Caballo (1987, 2003), Del Prette e Del Prette (2000)

24desenvolveram o Inventário de Habilidades Sociais (IHS-Del Prette) no Brasil, que avalia

ações ou sentimentos diante de determinadas situações sociais, inclusive aquelas


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relacionadas com a interação heterossexual. O IHS-Del Prette apresentou qualidades

2psicométricas satisfatórias em seu estudo de validação, com boa consistência interna (α =

0,75), sendo amplamente utilizado nas pesquisas.

4 Esses instrumentos, apesar de contemplarem situações relacionadas à interação com

o sexo oposto, não abrangem a esfera conjugal, pois abordam situações mais comuns a

6pessoas solteiras. Assim, tornam inviável o estudo empírico e a avaliação clínica das

habilidades sociais na conjugalidade, uma vez que o construto sustenta a influência do

8contexto específico das relações na emissão desses comportamentos. Com base nessas

considerações, Villa (2002, 2005) procurou investigar possíveis relações entre a satisfação

10conjugal dos cônjuges e as habilidades sociais gerais e conjugais. A partir do IHS-Del

Prette, a autora desenvolveu o Inventário de Habilidades Sociais Conjugais (IHSC-Villa/

12Del Prette), com alterações para torná-lo mais adequado às situações próprias do

relacionamento a dois. Essa versão adaptada avalia a freqüência da emissão de

14comportamentos socialmente habilidosos no contexto marital. O IHSC-Villa/Del Prette

apresentou boa consistência interna (α = 0,81) e uma estrutura de seis fatores que

16explicaram 45% da variância total obtida. Na pesquisa, foram evidenciadas correlações

entre as três variáveis: satisfação conjugal, habilidades sociais gerais e conjugais. O

18instrumento apresentou correlação positiva com o IHS-Del Prette, o que apontou

associação entre a presença de habilidades sociais gerais e conjugais. Foi também

20verirficado que classes de comportamentos específicos conjugais do respondente e de seu

cônjuge estiveram especificamente associadas à satisfação no relacionamento.

22 No âmbito da satisfação conjugal, a incongruência conceitual dos termos qualidade,

satisfação e ajustamento tem se refletido na multiplicidade de escalas criadas para

24mensurar estes aspectos e a pouca clareza teórica que influencia a forma com que os

instrumentos têm sido utilizados nas pesquisas (Fincham & Bradbury, 1987). Dentre os
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inventários e escalas existentes na área, um dos mais conhecidos é a Escala de

2Ajustamento Diádico (DAS), desenvolvida por Spanier (1976), traduzida e adaptada à

população brasileira. A DAS tem sido considerada uma das medidas mais sólidas e globais

4de aspectos da relação conjugal (Perlin & Diniz, 2005). Isso em razão de sua consistência

interna e por possuir itens que versam sobre o futuro, a avaliação, a harmonia e outros

6aspectos ligados ao relacionamento. A escala possui 32 itens agrupados nas subescalas: a)

satisfação, b) coesão, c) consenso e d) expressão de afeto, tratando tanto de avaliações

8gerais quanto de avaliações de aspectos distintos da relação, visando chegar à satisfação

geral.

10 Contudo, o conceito de ajustamento que sustenta a escala recebe críticas por

oferecer dificuldades metodológicas ao instrumento. Norton (1983) refere que a DAS

12combina processos interacionais (desentendimentos, compartilhar idéias) com resultados

(avaliações subjetivas do nível de felicidade do casal). Isso dificulta a interpretação dos

14dados, já que as correlações entre as variáveis independentes – estilos de comunicação e

satisfação – aumentam porque a primeira (comunicação) já está incluída na definição de

16satisfação conjugal da escala. Assim, há impossibilidade de verificar exatamente em que os

conceitos de ajustamento e satisfação se distinguem (Heyman, Bellack, & Sayers, 1994).

18Nesse sentido, Bubsy, Christensen, Craine e Larson (1995) criaram uma nova versão da

DAS, que foi denominada RDAS (Escala de Ajustamento Diádico Revisada) com base no

20método de delimitação de hierarquias. Assim, alguns itens considerados híbridos e sem

sustentação teórica foram excluídos. De acordo com Bubsy et al. (1995), a RDAS avalia o

22“ajustamento ou satisfação marital”, o que indica que a revisão da escala focaliza-se apenas

no método de sua construção, mas ainda não se preocupa em delimitar conceitos

24(Jamieson, 2007).
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Outro instrumento bastante utilizado no Brasil para mensurar a satisfação no

2relacionamento é o Inventário de Satisfação Conjugal (ISC), traduzido e validado no Brasil

por Dela Coleta (1989). A escala possui três subescalas: a) Satisfação com aspectos

4emocionais do cônjuge; b) Satisfação com a Interação Conjugal e, c) Satisfação com a

forma de organização e cumprimento de regras pelo cônjuge. O ISC obteve boa

6consistência interna (α = 0,91).

Uma opção metodológica para aprofundar os estudos sobre a satisfação e o

8ajustamento conjugal pode consistir na aplicação do ISC (Dela Coleta, 1989) concomitante

com a RDAS (Bubsy et al., 1995). Isto com o objetivo de verificar a validade convergente

10entre ambas. Além disto, faz-se necessária a própria validação da RDAS no Brasil, o que

contribuiria para o campo conceitual e à avaliação das propriedades psicométricas das

12escalas. Instrumentos bem estabelecidos de satisfação conjugal permitiriam investigar as

relações deste conceito com o de habilidades sociais.

14 Na literatura nacional e internacional, relações empíricas entre os construtos

revisados são expressas de forma indireta. As pesquisas investigam o papel da interação

16social entre os cônjuges na satisfação conjugal, utilizando construtos como “estilos

interpessoais” (Schaper, 2000) ou habilidades de comunicação e de resolução de problemas

18(Karney & Bradbury, 1995; Christensen et al., 2008), sem referir-se a essas variáveis como

classes de habilidades sociais. Desse modo, há consenso na literatura em relação à

20influência indireta das habilidades sociais na satisfação conjugal (Villa, 2005). No estudo

de Villa (2005), buscou-se avançar nestas questões, pois através dos instrumentos ISC

22(Dela Coleta, 1989), IHSC (Villa, 2005) e IHS-Del Prette (Del Prette, 2000) pôde-se

verificar relações entre classes de habilidades sociais conjugais e de satisfação conjugal.

24Encontrou-se que esposas, cujos maridos possuíam repertório de habilidades sociais

conjugais, mostraram-se mais satisfeitas na relação. Já os maridos, cujas mulheres tinham


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2
habilidades de evitar conflitos, apresentaram-se mais satisfeitos com a união e com os

2aspectos emocionais das esposas.

Finalmente, a consolidação de instrumentos de habilidades sociais direcionados ao

4contexto marital e medidas de satisfação conjugal, construídas com base em parâmetros

rigorosos, permitirão investigar relações mais claras entre as variáveis desses construtos,

6aprofundando suas inter-relações. Isto poderá contribuir para o aprimoramento da atuação

clínica com casais.

8Habilidades sociais e satisfação conjugal na terapia cognitivo-comportamental

As habilidades sociais têm sido enfatizadas nas psicoterapias, seja na promoção ou

10na reativação da satisfação marital (Arias & House, 1998; Caballo, 2003; Cordova &

Jacobson, 1999; Dattilio, 2004; Epstein & Schlesinger, 2004; Rangé & Dattilio, 1995). As

12habilidades de comunicação e de resolução de problemas têm sido consideradas elementos-

chave na terapia cognitivo-comportamental com casais e devem ser focalizados após uma

14adequada avaliação da situação conjugal.

A avaliação terapêutica pode ter os seguintes objetivos: a) observar os problemas

16apresentados, as fontes de conflito e mal-estar (Arias & House, 1998); b) retomar a história

do relacionamento desde as etapas pré-conjugais, atentando para ocorrência de cada

18estressor (linha do tempo) e as formas de enfrentamento utilizadas; c) observar os padrões

de interação durante a entrevista (Epstein & Schlesinger, 2004) e d) especificar as

20habilidades necessárias a serem desenvolvidas para reduzir a crise, promovendo as

mudanças desejadas pelo casal (Arias & House, 1998). Inventários e questionários

22padronizados como o ISC e o IHSC podem ser utilizados a fim de contemplar um maior

número de informações, otimizando o tempo da terapia. Estes instrumentos podem ser

24utilizados de acordo com a necessidade do casal e reaplicados em sessões posteriores como

forma de avaliar os progressos terapêuticos (Arias & House, 1998).


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Após o período de avaliação, é importante oferecer um feedback ao casal sobre as

2informações coletadas nas entrevistas iniciais. Isso parece contribuir sobre o estado de

crise ou problemas de um modo geral, tranqüilizando os cônjuges. Também pode ser

4apresentado o quadro geral de intervenções voltadas a comunicação e resolução de

problemas, familiarizando o casal com o modelo de intervenção (Epstein & Schlesinger,

62004).

O desenvolvimento de habilidades de comunicação é realizado através do treino da

8assertividade (Alberti & Emmons, 1978), que inclui fazer pedidos não-coercitivos, recusar

pedidos de forma não-agressiva e emitir mensagens de conteúdo positivo (p.ex.: elogios).

10Também inclui redução de mensagens aversivas como interrupções, acusações ou fixação

no passado (Epstein & Schlesinger, 2004). Os cônjuges são auxiliados a diferenciar entre

12expressões assertivas, não-assertivas e agressivas, que diferem nos seus aspectos não-

verbais, verbais e nas conseqüências.

14 O comportamento não-assertivo caracteriza-se, por exemplo, pela falta de emissão

de comportamentos hábeis, acompanhando manifestações não-verbais como: olhos para

16baixo, vacilações, evitação da situação; conteúdos verbais como talvez, apenas, você se

incomodaria; e efeitos como depressão, conflito e aborrecimento. Por outro lado, o

18comportamento agressivo vem acompanhado de olhar fixo, voz alta, fala rápida e postura

intimidadora, que sem acompanhamento verbal caracteriza a agressão passiva. A

20mensagem agressiva comporta expressões como: Seria melhor que você, Se você não fizer

e associa-se a conseqüências como culpa, tensão e frustração. O comportamento assertivo

22pressupõe contato visual direto, fala fluente, gestos firmes e respostas diretas. Acompanha

frases que iniciam com: Penso, Sinto, Façamos, Como poderemos resolver isso? Que

24acha? e expressões na primeira pessoa. Os efeitos da assertividade consistem na resolução

de problemas, satisfação, bem-estar para si e para o outro (Del Greco, 1983).


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Outras orientações transmitidas ao casal consistem em expressar pensamentos e

2sentimentos de forma clara e específica; fazer perguntas abertas que não possam ser

respondidas com “sim” ou “não” (Bonet & Castilla, 1998) e demonstrar empatia pelo outro

4(Falcone, 2000). Orienta-se eliminar comportamentos negativos não-verbais (caretas,

gestos negativos), paralinguísticos (alto tom de voz), verbais (sarcasmo, deboche, queixas,

6ironia, críticas constantes) e indiretos/ mistos (bater portas ou dar respostas secas) porque

obstruem a comunicação (Bonet & Castilla, 1998).

8 Um procedimento amplamente utilizado é a aprendizagem de habilidades

específicas de fala e escuta, na qual os cônjuges se revezam nas posições de emissor e

10ouvinte empático (Epstein & Schlesinger, 2004). O ouvinte deve mostrar receptividade aos

sentimentos do parceiro verbal (tradicionais sons: “ahã”, “uhum”, “sim”, “sei”) e não-

12verbalmente (gestos com a cabeça) (Bonet & Castilla, 1998). Para este fim, é realizado o

treinamento em parafrasear as falas do cônjuge (Cordova & Jacobson, 1999) seguido de

14um feedback positivo ou corretivo do outro parceiro acerca da exatidão da mensagem que

emitiu. Ademais, manter o contato ocular, orientação adequada e proximidade física,

16embora óbvio, deve ser enfatizado na interação entre o casal, pois nos parceiros

disfuncionais a atenção ao comunicador é muito baixa (Bonet & Castilla, 1998). Esses

18componentes moleculares não-verbais têm papel fundamental no modelo comportamental

das habilidades sociais e devem ser coerentes e fortalecedores da mensagem verbal, a fim

20de que tenham alcance sobre o interlocutor. As pesquisas (Caballo, 1987; Del Prette & Del

Prette, 1997) mostram que a compreensão da comunicação entre os indivíduos depende,

22em grande parte, dos aspectos não-verbais presentes na interação face-a-face. Além disso,

os componentes moleculares são usualmente pouco conscientes, o que exige o exercício de

24autopercepção e automonitoria, pois sua funcionalidade contribui “decisivamente” para

uma maior percepção de competência social no relacionamento conjugal.


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De um modo geral, as habilidades comunicacionais, em especial a aprendizagem de

2quem fala e escuta, proporcionam aos cônjuges um componente essencial para o

enfrentamento dos problemas (Epstein & Schlesinger, 2004). Nesse sentido, a maior parte

4do treino em comunicação ocorre durante a fase de aquisição das habilidades de resolução

de problemas. Algumas instruções são importantes para que o casal obtenha êxito nesse

6procedimento: 1) escolher o momento e o lugar para falar do problema, 2) começar com

algo positivo (começar com críticas é provável que o interlocutor revide iniciando um ciclo

8disfuncional), 3) ser específico e breve, 4) expressar sentimentos, sem assumir que as

emoções são óbvias, 5) admitir a própria responsabilidade na geração e manutenção do

10problema, e 6) descrever as conseqüências negativas do problema e as situações em que

ocorre (Bonet & Castilla, 1998). Na segunda fase o casal deve: (1) listar o maior número

12de soluções possíveis, (2) avaliar as vantagens e desvantagens de cada uma e depois eleger

a mais viável, e (3) colocar em prática a solução escolhida e avaliar sua eficácia.

14Estressores do ambiente externo, questões de gerenciamento do tempo, distribuição de

responsabilidades ou resultantes das características de cada parceiro também são focos de

16aplicação do treino em resolução de problemas (Epstein & Schlesinger, 2004). O

monitoramento, realizado pelos cônjuges, do emprego dessas estratégias em casa,

18avaliando suas interações e os resultados, é fundamental à avaliação do desempenho social

diante dos problemas do casal.

20 Além das intervenções comportamentais descritas, as estratégias cognitivas são

componentes fundamentais da terapia com casais. O modelo teórico-prático das

22Habilidades Sociais pressupõe e destaca o papel dos fatores cognitivos enquanto

mediadores na emissão de comportamentos hábeis. De um modo geral, cada cônjuge tende

24a interpretar e a reagir de modo idiossincrático a questões como respeito, fidelidade, sexo,

educação dos filhos, finanças, entre outros (Dattilio & Padeski, 1995). Mesmo fatores de
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2
vulnerabilidade como os traços de personalidade podem se relativizar de acordo com a

2percepção do parceiro. Casais felizes tendem a realçar e valorizar as características do

outro que nos casamentos infelizes tendem a ser avaliados como negativos e prejudiciais.

4As expectativas e demais tipos de processos cognitivo-afetivos vão influenciar o grau de

satisfação conjugal (Gottman & Notarius, 2002).

6 Nessa direção, recomenda-se a avaliação de cognições influentes nas escolhas

comportamentais dos cônjuges e na disfunção no relacionamento. A tipologia de Baucom,

8Epstein, Sayers e Sher (1989) inclui cinco formas de processamento de informação

suscetíveis à distorção entre os cônjuges, são elas: 1) percepção seletiva: tendência de um

10indivíduo perceber aspectos negativos do que ocorre em seu relacionamento e ignorar os

positivos, o que culmina em comportamentos de crítica, desprezo, defensividade e

12retraimento que os reforçando, 2) atribuições: inferências arbitrárias sobre os aspectos que

influenciam as próprias ações, bem como as do cônjuge, uma das atribuições mais comuns

14consiste em culpar o parceiro pelos acontecimentos negativos do casamento, o que

comprovadamente está relacionado a mais estresse e menos qualidade marital (Graham &

16Conoley, 2006). A “leitura mental” é uma das mais típicas formas de inferência arbitrária,

pois muitas vezes, em uma relação íntima, algum membro do casal supõe que o outro “já

18sabe que o ama” e não verbaliza esse carinho, como se o outro fosse um “leitor de mentes”,

que já conhece o que a outra pessoa pensa sem que seja dito (Caballo, 2003), 3)

20expectativas: previsões sobre a probabilidade de que certas coisas irão acontecer no

relacionamento, 4) pressupostos: crenças acerca das características naturais das pessoas e

22dos relacionamentos e 5) padrões: crenças sobre as características que as pessoas e os

relacionamentos “deveriam” ter. Verificou-se que esses padrões de pensamento estão

24envolvidos no desajustamento marital e que as atribuições cognitivas acerca das causas e

as responsabilidades produzem e mantém a insatisfação (Baucom & Epstein, 1993).


17
2
De um modo geral, as intervenções apresentadas denotam o potencial da terapia

2cognitivo-comportamental na promoção de habilidades sociais conjugais. Finalmente, o

grau em que a terapia deverá abordar aspectos molares e/ou moleculares de

4comportamentos interpessoais entre os cônjuges deverá variar conforme a necessidade do

casal em busca de satisfação na união.

Considerações Finais

8 Retomando os objetivos desta revisão e análise da literatura, foi possível

estabelecer uma interface entre os conceitos de habilidades sociais e satisfação conjugal.

10Observaram-se relações, ainda que não específicas, entre os construtos discutidos, já que a

literatura considera estes conceitos de forma abrangente, o que é reforçado pela falta de

12especificidade dos instrumentos utilizados para avaliar estas dimensões.

Apenas recentemente, estudos relacionando habilidades sociais conjugais e

14satisfação conjugal (Del Prette & Villa, 2005) vêm se preocupando em delimitar estes

conceitos de forma mais precisa. Poucas investigações têm se dedicado ao tema, mas é

16somente a partir do conhecimento acerca de quais habilidades sociais estão mais

relacionadas a aspectos específicos da satisfação conjugal que será possível avançar nesta

18discussão. Além disso, a continuidade dessas pesquisas permitirá avaliar a efetividade e

adequação da promoção de capacidades interpessoais nas terapias com casais.

20

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