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14Equipe editorial
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Resumo
4 As habilidades sociais dos cônjuges tem sido associada à satisfação marital na literatura.
No entanto, poucos estudos mostraram correlação entre estas duas variáveis. Assim, este
6artigo tem como objetivo revisar e analisar os conceitos de habilidades sociais e satisfação
conjugal, assim como os instrumentos utilizados para avaliar estes construtos. Pretende-se
14comportamental.
16 Abstract
Marital social skills are assicuated to marital satisfaction according studies. Therefore, few
18studies show significant correlations between these two variables. In this sense, this paper
aims to review and analyze concepts as: social skills and marital satisfaction as well as
20measures that are commonly used to investigate these processes. It was aimed to also
present some interventions proposals to stimulate social skills and marital satisfaction in
22the area of Cognitive-Behavioral Therapy. It was evidenced that the reviewed concepts
need more precise definitions which will allow the construction of better and more
the promotion of social skills and also the improvement in marital satisfaction.
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Keywords: social skills; marital satisfaction; cognitive-behavioral therapy.
habilidades sociais para os indivíduos, em diferentes contextos (Caballo, 2003; Del Prette
4& Del Prette, 1999). Destaca-se o papel destas habilidades na interação conjugal, já que a
6direção, uma relação considerada estável e desejada tem impactos positivos para a
8nas próprias cognições e comportamentos dos cônjuges (Bonet & Castilla, 1998).
12risco dos cônjuges apresentarem psicopatologias, doenças físicas, assim como envolverem-
14oferecendo risco ao desenvolvimento dos filhos (Braz, 2005). Deste modo, tornam-se
necessários estudos sobre a interação marital com vistas à promoção de bem-estar nas
satisfação no relacionamento conjugal (Arias & House, 1998; Karney & Bradbury, 1995;
18Villa, 2005).
20Habilidades Sociais
22que se tenha chegado a um acordo sobre o que o constitui. Meichenbaum, Bluter e Gruson
24uma vez que esta é parcialmente dependente da situação na qual se insere. Do ponto de
vista interacionista, a habilidade social deve ser considerada dentro de um contexto cultural
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determinado, sendo que os padrões de comunicação variam de forma ampla entre as
2culturas, dependendo de fatores como idade, sexo, classe social e educação. Demais
4estilo único de interações interferem nas situações e nos seus resultados. Nesse sentido,
6não há um consenso universal sobre sua definição. Contudo, o termo tem sido utilizado
12direitos dos outros. O comportamento assertivo é ainda entendido como a expressão, pelo
16 Por outro lado, teóricos definem as habilidades sociais como um repertório mais
amplo de respostas (Del Prette & Del Prette, 1999; Falcone, 2000), sustentando que a
18assertividade não contempla toda a noção de competência social. Segundo estes autores, os
comportamentos socialmente hábeis incluem não apenas a asserção, mas também outras
22também é visto como parte do construto de habilidades sociais, sendo uma atitude
sem julgar, o que a outra pessoa está sentindo. Considera-se também que a empatia é mais
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efetiva na manutenção de relacionamentos mais longos e que a assertividade é mais
4distinguem habilidades sociais (HS), desempenho social (DS) e competência social (CS)
que, muitas vezes, são utilizados como sinônimos. Basicamente, o termo HS refere-se ao
8situação, seja ele adequado ou não. A CS está relacionada aos resultados obtidos no
10A CS visa a qualificar o nível de proficiência com que os comportamentos são ou deveriam
importante para avaliação das habilidades sociais e para orientar intervenções clínicas.
14Nesse sentido, Caballo (2003) apresenta classes molares de respostas hábeis envolvidas na
comunicação, tais como: fazer e aceitar elogios; fazer e recusar pedidos; expressar
18entre outros. São também definidos os aspectos moleculares, presentes na emissão dessas
22(p.ex.: afeto, conduta). Já na taxonomia proposta por Del Prette e Del Prette (1999) são
taxa cardíaca) como sendo influentes nos comportamentos socialmente hábeis. Assim, com
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base nos autores citados, observam-se diferenças teóricas quanto à definição de habilidades
4assim como generalizar os ganhos para todos os contextos de inserção do mesmo. Uma
pessoa que possui habilidades sociais tem maior facilidade para resolver problemas
dos seus relacionamentos. Por outro lado, há evidências de que déficits de comportamentos
assim como à procura de ajuda terapêutica (Bratfisch, 1997; Del Prette & Del Prette, 2001;
10Gottman & Rushe, 1995; Karney & Bradbury, 1995; Rangé & Dattilio, 1995; Sanders,
marital (Villa, 2005). Nesta perspectiva, o termo habilidades sociais conjugais foi,
18Prette, Villa, Freitas, & Del Prette, 2008). Existem várias evidências de que a ampliação e
22Satisfação Conjugal
24discutido, sendo ainda mais controvertido na literatura. Há diversas definições para este
implicando em uma atitude de respeito para com o casamento, assim como em ter os
espera. Nesta visão, a satisfação conjugal é considerada como resultado das expectativas
8por variáveis como: sexo, grau de escolaridade, número de filhos, nível socioeconômico e
12(Christensen et al., 2008; Villa, 2005). Nessa direção, inúmeros estudos têm investigado
14Contudo, teóricos apontam que o próprio conceito carece de uma definição mais
específica, visto que é utilizado como equivalente aos termos qualidade e ajustamento
22permite aos indivíduos julgar, com certa independência, aspectos importantes para uma
avaliação global da relação. Deste modo, mesmo casais que entram em conflito, podem
2(qualidade), mesmo que ele não esteja satisfeito com outros aspectos da relação.
4conceito semelhante ao de ajustamento que, por sua vez, pressupõe a própria satisfação
como parte de seu processo (Mossman et al., 2006). Essa perspectiva também é adotada
6por Spanier (1976) quando afirma que o ajustamento conjugal é um processo, cujo
resultado é determinado pelo grau de diferenças incômodas entre o casal, tensão entre os
8parceiros, ansiedade pessoal, “satisfação conjugal” e coesão diádica. Com base nesses
16conjugal são importantes para orientar intervenções terapêuticas, assim como para verificar
a sua efetividade. Caballo (1987, 2003) desenvolveu escalas para avaliação de habilidades
social em várias situações como, por exemplo, nas interações com o sexo oposto. O autor
espanhóis. A partir do trabalho de Caballo (1987, 2003), Del Prette e Del Prette (2000)
o sexo oposto, não abrangem a esfera conjugal, pois abordam situações mais comuns a
6pessoas solteiras. Assim, tornam inviável o estudo empírico e a avaliação clínica das
8contexto específico das relações na emissão desses comportamentos. Com base nessas
considerações, Villa (2002, 2005) procurou investigar possíveis relações entre a satisfação
12Del Prette), com alterações para torná-lo mais adequado às situações próprias do
apresentou boa consistência interna (α = 0,81) e uma estrutura de seis fatores que
24mensurar estes aspectos e a pouca clareza teórica que influencia a forma com que os
instrumentos têm sido utilizados nas pesquisas (Fincham & Bradbury, 1987). Dentre os
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inventários e escalas existentes na área, um dos mais conhecidos é a Escala de
população brasileira. A DAS tem sido considerada uma das medidas mais sólidas e globais
4de aspectos da relação conjugal (Perlin & Diniz, 2005). Isso em razão de sua consistência
interna e por possuir itens que versam sobre o futuro, a avaliação, a harmonia e outros
geral.
18Nesse sentido, Bubsy, Christensen, Craine e Larson (1995) criaram uma nova versão da
DAS, que foi denominada RDAS (Escala de Ajustamento Diádico Revisada) com base no
sustentação teórica foram excluídos. De acordo com Bubsy et al. (1995), a RDAS avalia o
22“ajustamento ou satisfação marital”, o que indica que a revisão da escala focaliza-se apenas
24(Jamieson, 2007).
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Outro instrumento bastante utilizado no Brasil para mensurar a satisfação no
por Dela Coleta (1989). A escala possui três subescalas: a) Satisfação com aspectos
8ajustamento conjugal pode consistir na aplicação do ISC (Dela Coleta, 1989) concomitante
com a RDAS (Bubsy et al., 1995). Isto com o objetivo de verificar a validade convergente
10entre ambas. Além disto, faz-se necessária a própria validação da RDAS no Brasil, o que
18(Karney & Bradbury, 1995; Christensen et al., 2008), sem referir-se a essas variáveis como
20influência indireta das habilidades sociais na satisfação conjugal (Villa, 2005). No estudo
de Villa (2005), buscou-se avançar nestas questões, pois através dos instrumentos ISC
22(Dela Coleta, 1989), IHSC (Villa, 2005) e IHS-Del Prette (Del Prette, 2000) pôde-se
rigorosos, permitirão investigar relações mais claras entre as variáveis desses construtos,
10na reativação da satisfação marital (Arias & House, 1998; Caballo, 2003; Cordova &
Jacobson, 1999; Dattilio, 2004; Epstein & Schlesinger, 2004; Rangé & Dattilio, 1995). As
chave na terapia cognitivo-comportamental com casais e devem ser focalizados após uma
16apresentados, as fontes de conflito e mal-estar (Arias & House, 1998); b) retomar a história
mudanças desejadas pelo casal (Arias & House, 1998). Inventários e questionários
22padronizados como o ISC e o IHSC podem ser utilizados a fim de contemplar um maior
2informações coletadas nas entrevistas iniciais. Isso parece contribuir sobre o estado de
62004).
8assertividade (Alberti & Emmons, 1978), que inclui fazer pedidos não-coercitivos, recusar
no passado (Epstein & Schlesinger, 2004). Os cônjuges são auxiliados a diferenciar entre
12expressões assertivas, não-assertivas e agressivas, que diferem nos seus aspectos não-
16baixo, vacilações, evitação da situação; conteúdos verbais como talvez, apenas, você se
18comportamento agressivo vem acompanhado de olhar fixo, voz alta, fala rápida e postura
20mensagem agressiva comporta expressões como: Seria melhor que você, Se você não fizer
22pressupõe contato visual direto, fala fluente, gestos firmes e respostas diretas. Acompanha
frases que iniciam com: Penso, Sinto, Façamos, Como poderemos resolver isso? Que
2sentimentos de forma clara e específica; fazer perguntas abertas que não possam ser
respondidas com “sim” ou “não” (Bonet & Castilla, 1998) e demonstrar empatia pelo outro
gestos negativos), paralinguísticos (alto tom de voz), verbais (sarcasmo, deboche, queixas,
6ironia, críticas constantes) e indiretos/ mistos (bater portas ou dar respostas secas) porque
10ouvinte empático (Epstein & Schlesinger, 2004). O ouvinte deve mostrar receptividade aos
sentimentos do parceiro verbal (tradicionais sons: “ahã”, “uhum”, “sim”, “sei”) e não-
12verbalmente (gestos com a cabeça) (Bonet & Castilla, 1998). Para este fim, é realizado o
14um feedback positivo ou corretivo do outro parceiro acerca da exatidão da mensagem que
16embora óbvio, deve ser enfatizado na interação entre o casal, pois nos parceiros
disfuncionais a atenção ao comunicador é muito baixa (Bonet & Castilla, 1998). Esses
das habilidades sociais e devem ser coerentes e fortalecedores da mensagem verbal, a fim
20de que tenham alcance sobre o interlocutor. As pesquisas (Caballo, 1987; Del Prette & Del
22em grande parte, dos aspectos não-verbais presentes na interação face-a-face. Além disso,
enfrentamento dos problemas (Epstein & Schlesinger, 2004). Nesse sentido, a maior parte
4do treino em comunicação ocorre durante a fase de aquisição das habilidades de resolução
de problemas. Algumas instruções são importantes para que o casal obtenha êxito nesse
algo positivo (começar com críticas é provável que o interlocutor revide iniciando um ciclo
ocorre (Bonet & Castilla, 1998). Na segunda fase o casal deve: (1) listar o maior número
12de soluções possíveis, (2) avaliar as vantagens e desvantagens de cada uma e depois eleger
a mais viável, e (3) colocar em prática a solução escolhida e avaliar sua eficácia.
24a interpretar e a reagir de modo idiossincrático a questões como respeito, fidelidade, sexo,
educação dos filhos, finanças, entre outros (Dattilio & Padeski, 1995). Mesmo fatores de
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vulnerabilidade como os traços de personalidade podem se relativizar de acordo com a
outro que nos casamentos infelizes tendem a ser avaliados como negativos e prejudiciais.
influenciam as próprias ações, bem como as do cônjuge, uma das atribuições mais comuns
comprovadamente está relacionado a mais estresse e menos qualidade marital (Graham &
16Conoley, 2006). A “leitura mental” é uma das mais típicas formas de inferência arbitrária,
pois muitas vezes, em uma relação íntima, algum membro do casal supõe que o outro “já
18sabe que o ama” e não verbaliza esse carinho, como se o outro fosse um “leitor de mentes”,
que já conhece o que a outra pessoa pensa sem que seja dito (Caballo, 2003), 3)
Considerações Finais
10Observaram-se relações, ainda que não específicas, entre os construtos discutidos, já que a
literatura considera estes conceitos de forma abrangente, o que é reforçado pela falta de
14satisfação conjugal (Del Prette & Villa, 2005) vêm se preocupando em delimitar estes
conceitos de forma mais precisa. Poucas investigações têm se dedicado ao tema, mas é
relacionadas a aspectos específicos da satisfação conjugal que será possível avançar nesta
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