You are on page 1of 5

Primeiro Comando da Capital

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.


Primeiro Comando da Capital (PCC) é uma organização
Primeiro Comando da Capital
criminosa do Brasil [1]. O grupo comanda rebeliões, assaltos,
Fundação 1993
sequestros, assassinatos e narcotráfico. A facção atua principalmente
em São Paulo, mas também está presente em 22 dos 27 estados
Local de Casa de Custódia de Taubaté
fundação São Paulo
brasileiros, além de países próximos, como Bolívia, Paraguai e
Anos 1993 – presente
Colômbia. Possui cerca de 30 mil membros, sendo que só no estado
ativo
de São Paulo são mais de 8 mil membros.[2][3] É considerada uma
Território Brasil e partes do
das maiores organizações criminosas do país.[4][5] (s) Paraguai, Bolívia e
Colômbia
A organização é financiada principalmente pela venda de maconha e
Atividades Assassinatos, assaltos, tráfico de
cocaína, mas roubos de cargas e assaltos a bancos tambémsão fontes drogas, extorsão, rebeliões e
de faturamento. O grupo está presente em 90% dos presídios atividades terroristas.
[2]
paulistas e fatura cerca de 120 milhões de reais por ano. Aliados ADA, TCP
Rivais CVRL, FDN, SDC, OKD, CRBC,
O grupo surgiu em 1993 no Centro de Reabilitação Penitenciária de TCC, SS, CDL, PGC
Taubaté, no Vale do Paraíba, local que acolhia prisioneiros
transferidos por serem considerados de alta periculosidade pelas autoridades, e calcula-se que hoje tenha cerca de seis mil integrantes
dentro do sistema penitenciário e outros 1,6 mil em liberdade, apenas no estado de São Paulo.[2] O PCC também é identificado pelos
números 15.3.3, pelo fato de a letra "p" ser a 15ª letra do alfabeto português na época[6] e a letra "c" ser a terceira.

Vários dos ex-líderes da organização estão presos, como o criminoso Marcos Willians Herbas Camacho (vulgo Marcola), que
atualmente cumpre sentença de 44 anos, principalmente por assalto a bancos, no Centro de Readaptação Penitenciária de Presidente
Venceslau, onde está presa toda a cúpula da facção.[2][7]

Índice
História
Ataques de 2006
Ataques de 2012
Disputa com o Comando Vermelho
Terceiro Comando da Capital
Conjuração de 2017
Funcionamento
Estatuto
Ver também
Referências
Bibliografia
Ligações externas

História
PCC foi fundado em 31 de agosto de 1993 por oito presidiários, no Anexo da Casa de Custódia de Taubaté (a 130 quilômetros da
cidade de São Paulo), chamada de "Piranhão", até então a prisão mais segura do estado deSão Paulo.[2]

O PCC, que foi também chamado no início como Partido do Crime, afirmava que pretendia "combater a opressão dentro do sistema
prisional paulista" e "vingar a morte dos cento e onze presos", em 2 de outubro de 1992, no "massacre do Carandiru", quando a
Polícia Militar matou presidiários no pavilhão 9 da extinta Casa de Detenção de São Paulo. O grupo usava o símbolo chinês do
equilíbrio yin-yang em preto e branco, considerando que era "uma maneira de equilibrar o bem e o mal com sabedoria".[carece de
fontes?]

Em fevereiro de 2001, Sombra tornou-se o líder mais expressivo da organização ao coordenar, por telefone celular, rebeliões
simultâneas em 29 presídios paulistas, que se saldaram em dezesseis presos mortos. Idemir Carlos Ambrósio, o "Sombra", também
chamado de "pai", foi espancado até a morte no Piranhão cinco meses depois por cinco membros da facção numa luta interna pelo
comando geral do PCC.[carece de fontes?]

O PCC começou então a ser liderado por "Geleião" e "Cesinha", responsáveis pela aliança do grupo com a facção criminosa
Comando Vermelho (CV), do Rio de Janeiro. "Geleião" e "Cesinha" passaram a coordenar atentados violentos contra prédios
públicos, a partir do Complexo Penitenciário de Bangu, onde se encontravam detidos. Considerados "radicais" por uma outra corrente
do PCC, mais "moderada", Geleião e Cesinha usavam atentados para intimidar as autoridades do sistema prisional e foram depostos
da liderança em Novembro de 2002, quando o grupo foi assumido por Marcos Willians Herbas Camacho, o "Marcola". Além de
depostos, foram jurados de morte sob a alegação de terem feito denúncias à polícia e criaram o Terceiro Comando da Capital (TCC).
Cesinha foi assassinado em presídio deAvaré, São Paulo.[8]

Sob a liderança de Marcola, também conhecido como "Playboy", atualmente detido por assalto a bancos, o PCC teria participado no
assassinato, em Março de2003, do juiz-corregedor António José Machado Dias, juiz da Vara de Execuções de Presidente Prudente. A
facção tinha recentemente apresentado como uma das suas principais metas promover uma rebelião de forma a "desmoralizar" o
governo e destruir o RDD (Regime Disciplinar Diferenciado), onde os detidos passam vinte e três horas confinados às celas, sem
[carece de fontes?]
acesso a jornais, revistas, rádios ou televisão por apresentarem alto risco a sociedade.

Ataques de 2006
Iniciada na noite de 12 de maio de 2006, uma onda de atentados contra forças de
segurança e alguns alvos civis teve origem no estado de São Paulo. No dia 14, o
ataque já havia se espalhado por outros estados do Brasil, como Espírito Santo,
Paraná, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e Bahia (este último sem ligação direta
com o PCC). Os ataques tomaram uma repercussão gigantesca na mídia brasileira,
que somados à falta de informações por parte do governo de São Paulo e ao enorme
sensacionalismo da imprensa, além de vários boatos infundados, acabaram por
causar pânico geral e clima de terrorismo na população, principalmente na segunda-
Os policiais militares são os
feira. Os atentados foram destaque na mídia internacional durante os dias do principais alvos dos ataques do
ocorrido.[2][9] grupo.

Ataques de 2012
No final de 2012, outra onda de ataques contra a polícia começou. A causa era aparentemente um anúncio feito por líderes do PCC e
espalhado aos membros da gangue fora da cadeia. Durante cerca de trinta dias, todos os dias um ou dois policiais foram mortos, na
maior parte em circunstâncias indefesas, como em folgas, em férias, ou até mesmo oficiais aposentados. Muitos policiais foram
assassinados na frente de familiares ou amigos, geralmente quando chegavam ou saiam de suas casas. Em dezembro, as mortes
[10]
começaram a diminuir e cessaram sem motivo conhecido.

Disputa com o Comando Vermelho


Diante do enfraquecimento do Comando Vermelho do Rio de Janeiro, que tem perdido vários pontos de venda de droga no Rio, o
PCC aproveitou para ganhar campo comercialmente e chegar à atual posição de maior facção criminosa do país, com ramificações
em presídios de váriosestados do Brasil como Mato Grosso do Sul, Paraná, Bahia, Minas Gerais e outros mais.[carece de fontes?]

Em 16 de outubro de 2016, na penitenciária agrícola de Monte Cristo, em Boa Vista, Roraima, ao menos 10 presos do CV foram
mortos quando detentos ligados ao PCC arrebentaram os cadeados que separam as alas e invadiram o setor da facção fluminense.
Segundo o Sindicato dos Agentes Penitenciários de Roraima, pelo menos seis presos foram decapitados e queimados, o que dificultou
a identificação dos corpos. Horas depois, numa prisão de Porto Velho, um motim semelhante deixou 8 presos mortos, parte deles
membros do PCC. No início de janeiro de 2017, em uma rebelião em um presídio do Amazonas, a organização FDN, aliada do CV,
matou 60 integrantes do PCC, no segundo maior massacre em um presídio do Brasil, após massacre
o do Carandiru.

Em São Paulo, houve uma rebelião no presídio de Franco da Rocha, com a fuga de entre 200 e 300 detentos, sem informações sobre
mortos, feridos ou indicações suficientes até agora de relação com os episódios no Norte do país. Uziel de Castro, secretário de
Justiça e Cidadania de Roraima, afirmou nesta segunda-feira que as rebeliões foram uma "determinação nacional" do PCC para que
seus integrantes atacassem integrantes do CV. "Eles declararam guerra entre as facções (...) estamos percebendo nacionalmente o
rompimento desse acordo entre eles." Castro citou também rebeliões no Pará, mas a informação não foi confirmada pelas autoridades
[11]
locais. Os atos simbolizaram o fim do acordo de paz entre as duas facções.

Terceiro Comando da Capital


Terceiro Comando da Capital, ou TCC, é um grupo rival do PCC. Foi articulado por César Augusto Roris da Silva (mais
conhecido por Cesinha), ex-líder do PCC.[12][13]

A facção atua em presídios paulistas e, mesmo tendo sido fundada por ex-membros do PCC, a facção vem perdendo forças desde do
assassinato de seu principal líder, morto a facadas no presído da cidade de Avaré, comandado pela facção rival do PCC. O Terceirão,
como é conhecido, domina poucos presídios do estado de São Paulo e acaba sendo até mesmo desconhecida por muitos.

Conjuração de 2017
No início do ano de 2017, com a pacificação das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC), o PCC e o Comando
Vermelho iniciaram uma disputa por aquilo que tem sido chamado de espólio das FARC.[14] Com isso uma onda de fugas em
[15]
presídios localizados no Norte do Brasil foi iniciada, havendo mortes de encarcerados em decorrência delas.

Funcionamento
Com o objetivo de conseguir dinheiro para financiar o grupo, os membros do PCC exigem que os "irmãos" (os sócios) paguem uma
taxa mensal de cinquenta reais, se estiverem detidos, e de mil reais, se estiverem em liberdade. O dinheiro é usado para comprar
[carece de fontes?]
armas e drogas, além de financiar ações de resgate de presos ligados ao grupo.

Para se tornar membro do PCC, o criminoso precisa ser apresentado por um outro que já faça parte da organização e ser "batizado"
tendo como padrinho 3 "irmãos". Um "irmão" só pode batizar outro membro 120 dias após ele próprio ter sido batizado, e o novo
[carece de fontes?]
"irmão" tem de cumprir um estatuto de dezesseis itens, redigido pelos fundadores e atualizado por Marcos Camacho.

Estatuto
O estatuto do Primeiro Comando da Capital foi divulgado em jornais brasileiros no ano de 2001.[16] É uma lista de princípios da
organização. O item 7 do documento prevê que os membros "estruturados" e livres devem contribuir com os demais membros presos
sob a pena de "serem condenados à morte, sem perdão".

Ver também
Criminalidade no Brasil
Escândalo Gugu-PCC
Movimento Viva Brasil
Narcoterrorismo

Referências
8. «Ex-líder do PCC é morto no interior de SP - e Trra -
1. Adalton Marques (2010).«"Liderança", "proceder" e Guerra Urbana» (http://noticias.terra.com.br/brasil/guer
"igualdade": uma etnografia das relações políticas no raurbana/interna/0,,OI1095669-EI7061,00-Exlider+do+
Primeiro Comando da Capital» (http://etnografica.revu PCC+e+morto+no+interior+de+SP .html).
es.org/303). Etnográfica - Revista do Centro em Rede noticias.terra.com.br. Consultado em 17 de dezembro
de Investigação em Antropologia. Consultado em 25 de 2017
de fevereiro de 2017. Cópia arquivada em 25 de
fevereiro de 2017 (https://archive.is/5iUqe) 9. «Três ônibus são incendiados na Bahia»(http://www.e
stadao.com.br/ultimas/cidades/noticias/2006/mai/15/12
2. O Estado de S. Paulo, ed. (11 de outubro de 2013). 3.htm) - Estadao.com.br, 15 de Maio de 2006
«Maior investigação da história do crime organizado
denuncia 175 do PCC»(http://sao-paulo.estadao.com. 10. [1] (http://conjur.estadao.com.br/static/text/47269,1)
br/noticias/geral,maior-investigacao-da-historia-do-crim 11. País, Ediciones El (20 de outubro de 2016).
e-organizado-denuncia-175-do-pcc,1084346). «Rebeliões sinalizam fim de pacto entre PCC e CV e
Consultado em 6 de junho de 2014 espalham tensão em presídios»(http://brasil.elpais.co
3. HowStuffWorks (ed.). «Como funciona o PCC - m/brasil/2016/10/17/politica/1476734977_178370.html)
Primeiro Comando da Capital»(http://pessoas.hsw.uol. . EL PAÍS
com.br/pcc.htm). Consultado em 6 de junho de 2014 12. «Polícia Civil realiza Operação Rota Norte/Sul»(http://
4. Extra. «Traficante de São Paulo controla a maior www.interligadonline.com/2012/06/28/policia-civil-de-le
facção do Brasil e quer ser o número um do Narcosul» opoldina-realiza-operacao-rota-nortesul/).
(http://extra.globo.com/noticias/mundo/traficante-de-sa interligadonline.com. Consultado em 11 de outubro de
o-paulo-controla-maior-faccao-do-brasil-quer-ser-nume 2012
ro-um-do-narcosul-12614228.html). Consultado em 26 13. «Facção criminosa PCC foi criada em 1993»(http://ww
de janeiro de 2016 w1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano/ult95u121460.shtm
5. Sandra Stein. «O PCC é hoje a maior facção criminosa l). folha.uol.com.br. Consultado em 11 de outubro de
do Brasil» (http://www.talkingdrugs.org/pt-br/o-pcc-%C 2012
3%A9-hoje-a-maior-fac%C3%A7%C3%A3o-criminosa- 14. «DefesaNet - PCC - Gangues - PCC e CV Miram o
do-brasil). Consultado em 26 de janeiro de 2016 Espólio das FARC» (http://www.defesanet.com.br/pcc/
6. O alfabeto português foi modificado: com o advento do noticia/24477/PCC-e-CV-Miram-o-Espolio-das-FARC/).
Acordo Ortográfico de 1990, o alfabeto passou a ter 26 DefesaNet
letras, com o acréscimo de K, W e Y e oP passou a 15. País, Ediciones El (3 de janeiro de 2017).«Massacre
ser a 16ª letra. de 56 em prisão de Manaus revela desencontro de
7. País, Ediciones El (16 de julho de 2014).«A polícia autoridades» (http://brasil.elpais.com/brasil/2017/01/0
prende 40 suspeitos de integrarem o PCC»(http://bras 3/politica/1483479906_807653.html). EL PAÍS
il.elpais.com/brasil/2014/07/16/politica/1405468046_53 16. Folha Online (19 de fevereiro de 2001).«Estatuto do
6247.html). EL PAÍS PCC prevê rebeliões integradas»(http://www1.folha.uo
l.com.br/folha/cotidiano/ult95u22521.shtml)

Bibliografia
BIONDI, Karina. Etnografia no movimento: território, hierarquia e lei no PCC
. 2014. 336 f. Tese (Doutorado em
Ciências Humanas) - Universidade Federal de São Carlos, São Carlos, 2014. link

Ligações externas
Uma radiografia do PCC(Le Monde Diplomatique, em português)
Nota da TV Globo explicando sua decisão(Folha Online)
Globo atende a exigências e exibe vídeo de sequestradores de repórter
(Folha Online)
PCC planeja eleger dois deputados em outubro (16/5/2006) (O Estado de S. Paulo)
São Paulo Sob Ataque(Cobertura dos atos criminosos do PCC)
Nova Ameaça de Ataques em 2008
BIONDI, Karina. (2009) Junto e Misturado: imanência e transcendência no PCC. Dissertação de mestrado,
PPGAS/UFSCar.
A quem serve negar o impacto PCC? (Sobre a política de “paz” do PCC e a redução da taxa de homicídios em SP)
(Caros Amigos)
Obtida de "https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Primeiro_Comando_da_Capital&oldid=50970793
"

Esta página foi editada pela última vez à(s) 03h21min de 9 de janeiro de 2018.

Este texto é disponibilizado nos termos da licençaCreative Commons - Atribuição - Compartilha Igual 3.0 Não Adaptada
(CC BY-SA 3.0); pode estar sujeito a condições adicionais. Para mais detalhes, consulte as
condições de uso.

You might also like