Professional Documents
Culture Documents
Ética Empresarial
e Econômica
Curso: Ciências Econômicas
Turma: 1V
Orientador: Prof. Valter de Oliveira
Nomes:
Caroline de Sousa Bento
Carlos Eduardo R. dos Santos
Inácia M.M. Marçal
Rodrigo Pereira Jordão
Soraya Kazumi S. Mukotaka
Tânia Ap. Gomes Paes
Vivian Graziella Ribeiro
________________________________________________________________________
Campus São Paulo: Rua da Consolação, 896 – Consolação – São Paulo – SP – CEP 01302-907
Tel. (11) 3236-8766 Fax (11) 3255-2588 – www.mackenzie.br
ÍNDICE
APRESENTAÇÃO ........................................................................................................................................................... 3
Correntes Éticas ......................................................................................................................................... 4
ÉTICA NA GRÉCIA CLÁSSICA ........................................................................................................................... 4
A ÉTICA DE KANT: ÉTICA DO DEVER ............................................................................................................. 6
A ÉTICA DA SIMPATIA OU PSICOLOGISMO – ADAM SMITH ..................................................................... 7
O UTILITARISMO – JEREMY BENTHAM E JOHN STUART MILL................................................................ 7
O PRAGMATISMO – CHARLES PIERCE, WILLIAM JAMES E JOHN DEWEY ............................................ 8
CORRENTES ÉTICAS POR MEIO DE UM EXEMPLO ...................................................................................... 8
Definições de Ética..................................................................................................................................... 9
Evolução do Conceito de Ética Empresarial ........................................................................................... 10
DÉCADA DE 60 / 70 ............................................................................................................................................ 11
DÉCADA DE 80 / 90 ............................................................................................................................................ 11
ÉTICA EMPRESARIAL NA AMÉRICA LATINA ............................................................................................. 11
ÉTICA EMPRESARIAL NO BRASIL ................................................................................................................. 12
Códigos de Ética ....................................................................................................................................... 12
Ética da Virtude e da Liderança .............................................................................................................. 13
ÉTICA DA VIRTUDE........................................................................................................................................... 13
LIDERANÇA ÉTICA ............................................................................................................................................ 14
Ética em Marketing e Propaganda .......................................................................................................... 15
ÉTICA NA PESQUISA DE MARKETING .......................................................................................................... 15
ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO DO PRODUTO E DO PREÇO ........................................................................ 16
ÉTICA NA PROPAGANDA ................................................................................................................................. 17
ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO DA DISTRIBUIÇÃO ....................................................................................... 17
Ética em Vendas ....................................................................................................................................... 18
Ética na Relação Empresa-Consumidor ................................................................................................. 19
ÉTICA DO CONSUMO E DA DEFESA DO CONSUMIDOR............................................................................ 20
Ética em Finanças ................................................................................................................................... 21
VIRTUDES NA ATIVIDADE FINANCEIRA ..................................................................................................... 22
ÉTICA ECONÔMICA NO MERCADO DE CAPITAIS ...................................................................................... 23
Ética na Gestão de Pessoas ...................................................................................................................... 23
ÉTICA NO RELACIONAMENTO COM EMPREGADOS: CONTRATAÇÃO, PERMANÊNCIA E
DESLIGAMENTO ................................................................................................................................................ 24
ÉTICA NO RELACIONAMENTO COM ESTAGIÁRIOS POR PARTE DA EMPRESA.................................. 25
FORMAÇÃO DO PERFIL ÉTICO E A PROCURA PELA EMPRESA ÉTICA ................................................. 26
Ética em Negócios Internacionais ........................................................................................................... 26
COMUNICAÇÃO E LINGUAGEM ..................................................................................................................... 27
CRENÇAS E ATITUDES ..................................................................................................................................... 27
ESTÉTICA, VESTUÁRIO, COMIDA E HABITOS DE ALIMENTAÇÃO ........................................................ 27
EFEITO DAS CULTURAS SOBRE AS ORGANIZAÇÕES ............................................................................... 28
Ética e Economia ..................................................................................................................................... 28
O QUE É ECONOMIA? ........................................................................................................................................ 28
RELAÇÃO ENTRE ÉTICA E ECONOMIA ........................................................................................................ 29
Ética e Inflação ........................................................................................................................................ 29
Ética e Capital Humano........................................................................................................................... 30
TRABALHO, CAPITAL HUMANO E DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO ............................................... 30
Ética e Crescimento Econômico .............................................................................................................. 31
CRESCIMENTO ECONÔMICO E DIFERENÇAS DE RENDA ENTRE PAÍSES ............................................ 31
CRESCIMENTO E DISTRIBUIÇÃO DE RENDA ENTRE PESSOAS .............................................................. 32
EDUCAÇÃO, DISTRIBUIÇÃO DE RENDA E CRESCIMENTO ECONÔMICO ............................................. 33
Ética e Microcrédito ................................................................................................................................. 34
O BANCO QUE AJUDA APENAS AOS POBRES ............................................................................................. 34
Ética na Era da Informação .................................................................................................................... 35
I E II FÓRUM FEDERASUL DE ÉTICA ............................................................................................................. 36
ATUALIDADES ................................................................................................................................................... 39
CONCLUSÃO ................................................................................................................................................................. 40
Referências Bibliográficas ....................................................................................................................... 41
APRESENTAÇÃO
O idealismo platônico
A ética de Platão relaciona-se com sua filosofia política, pois, para ele, a pólis é o terreno
próprio da vida moral. No idealismo platônico, agir bem, moralmente, é perceber que a autêntica
realidade não é a do mundo sensível, mas a ideal, ligada ao mundo das idéias. Comportar-se
eticamente é agir de acordo com a retidão de consciência (logos). A inteligência, corretamente
utilizada, conduz ao Bem (ARRUDA, 2003, p.25).
Pela razão, como faculdade superior e característica do homem, a alma se eleva ao mundo
das idéias. Seu fim último é libertar-se da matéria e, para isso, é preciso praticar várias virtudes, que
correspondem a cada uma das partes da alma e consistem no seu funcionamento perfeito: a virtude
da razão é a prudência; a da vontade ou ânimo, a fortaleza; e a do apetite, a temperança. Estas
virtudes guiam ou refreiam uma parte da alma. A harmonia entre as diversas partes constitui a
quarta virtude, ou justiça (VÁZQUEZ, 2006, pp.270-271).
Para Platão, o ser humano é bom enquanto bom cidadão, ou seja, o homem se realiza
somente no Estado ou Comunidade pública. “A ética desemboca necessariamente na política”, visão
que será reforçada por seu discípulo, Aristóteles. Em sua obra prima, A República, Platão constrói
um Estado ideal, em que cada parte da alma é representada por uma camada social: à razão,
corresponde a classe dos filósofos-governantes; à vontade, a classe dos guerreiros; e ao apetite, os
artesãos e os comerciantes, encarregados dos trabalhos materiais e utilitários. Cada classe social
deve dedicar-se à sua tarefa e deixar as demais para as outras. Compete à justiça social estabelecer a
harmonia na pólis (VÁZQUEZ, 2006, p.271).
Devido a essas limitações de classe, a ética de Platão possui uma estreita unidade entre
moral e política porque, para ele, o homem se forma moralmente somente no Estado, mediante à
submissão do indivíduo à comunidade (IDEM, Ibidem, p.271).
O realismo aristotélico
Discípulo de Platão e preceptor de Alexandre da Macedônia, fundador do Liceu, em Atenas,
cujos discípulos eram chamados de “peripatéticos” (porque aprendiam enquanto caminhavam com
o mestre). Aristóteles se opõe ao chamado dualismo ontológico de Platão, afirmando que não há a
dicotomia entre ideal e sensível. A idéia não existe separada do indivíduo, que é a única existência
real.
É necessária, porém, a distinção, no ser individual, entre ato e potência (um grão é uma
planta em potência; uma planta, como ato, é a realização da potência). “O homem, portanto, é
atividade, passagem da potência ao ato”. Mas qual o fim desta atividade? Qual a finalidade do
homem? Segundo Aristóteles, é a felicidade (eudaimonia). E esta se dá por meio de uma vida
contemplativa – a atividade humana guiada pelo que há de mais característico e elevado no homem:
a razão. (VÁZQUEZ, 2006, p.272).
No realismo aristotélico, a ética é a ciência de praticar o bem. O bem de cada coisa está
definido em sua natureza e é uma meta a alcançar. Depende da auto-realização do agente, ou seja,
de sua felicidade. E esta ocorre com a prática de uma vida virtuosa, cuja virtude mais importante é a
sabedoria. (ARRUDA, 2003, p.26).
a razão, (...) sem se deixar levar por paixões ou afetos interiores ou pelas coisas exteriores.
(...) O homem (...) conquista sua liberdade interior bem como sua auto-suficiência absoluta.
necessário da vida moral. O estóico vive moralmente como cidadão do cosmos, não da
O pensamento estóico pode ser resumido na máxima “nada te inquiete, nada te perturbe”,
bem como nas palavras de Sêneca: “Todas as coisas nos são alheias: somente o tempo é nosso”.
Para viver retamente, é necessário lutar contra as paixões, boas ou más, em adequação à ordem
natural do mundo que mede o que é justo ou não (ARRUDA, 2003, p.30).
Para os epicuristas, não há nenhuma intervenção divina nos fenômenos físicos, nem na vida
do homem. Libertado do temor religioso, o homem pode buscar o bem que, para Epicuro, é o
prazer. Mas nem todos os prazeres são igualmente bons. É preciso escolher aqueles que são mais
duradouros e estáveis e estes são os do espírito, não os do corpo. Os melhores prazeres são os que
contribuem para a paz da alma. Dessa forma, o epicurista encontra o prazer fora da vida social, mas
sem recorrer ao sobrenatural, encontrando-o em si mesmo ou em num círculo de amigos, de forma
auto-suficiente. (VÁZQUEZ, 2006, p.275).
Tanto na ética estóica, como na epicurista, a unidade entre a moral e a política se desfaz,
pelos motivos já explanados.
Definições de Ética
Porque:
Quem diz tudo o que sabe
Quem faz tudo o que pode
Quem acredita em tudo o que ouve
Quem gasta tudo o que tem
Muitas vezes,
Diz o que não convém
Faz o que não deve
Julga o que não vê
Gasta o que não pode.”
Provérbio árabe
A ética parte do fato da existência da moral, isto é, toma como ponto de partida a
diversidade de morais no tempo, com seus respectivos valores, princípios e normas. Como
teoria, não se identifica com nenhuma moral em particular. (...) Conquanto seja certo que
ética que os estabelece numa determinada comunidade. A ética depara (...) com uma série
DÉCADA DE 80 / 90
Esforços isolados, principalmente de Professores Universitários nos EUA e Europa,
dedicam-se ao ensino de Ética dos Negócios nas Faculdades de Administração e Programas de
MBA. Surge na época, a primeira revista científica na área de Administração: Journal of Business
Ethics. Formam-se redes acadêmicas de estudo – ISBEE (International Society for Business,
Economics and Ethics) e EBEN (Europa Business Ethics Network) nos EUA e Europa,
respectivamente, universalizando o conceito de ética empresarial. Especialistas sistematizaram os
enfoques perseguidos nos estudos de ética dos negócios nos cinco continentes. A rica contribuição
de todos os continentes, regiões ou países, deu origem a publicações esclarecedoras, informativas e
de profundidade científica. Ressaltou-se a existência de três modos inter-relacionados de abordagem
da ética no âmbito das empresas: A semântica, a teórica e a prática. E, alguns temas específicos se
delinearam, como um foco de preocupação internacional: corrupção, liderança e as
responsabilidades corporativas.
Códigos de Ética
O Código de ética é um instrumento de realização dos princípios, visão e missão da
empresa. Serve para orientar as ações de seus colaboradores e explicitar a postura social da empresa
em face dos diferentes públicos com os quais interage. É da máxima importância que seu conteúdo
seja refletido nas atitudes das pessoas a que se dirige e encontre respaldo na alta administração da
empresa. Para definir sua ética, sua forma de atuar no mercado, cada empresa precisa saber o que
deseja fazer e o que espera de cada funcionário. Os códigos de ética devem ser concebidos por cada
empresa que deseja dispor deste instrumento. Podem-se buscar referências em outras empresas, mas
a empresa que desejar implantá-lo deverá expressar a vontade e a cultura da própria empresa. O
próprio processo de implantação cria um mecanismo de sensibilização de todos os interessados,
pela reflexão e troca de idéias que supõe. É uma ótima oportunidade para aumentar a integração
entre os funcionários da empresa e estimular o comprometimento deles.
O código de ética tem a missão de padronizar e formalizar o entendimento da organização
maior lealdade e dedicação. O ato de emprestar o seu trabalho a uma organização que age
LIDERANÇA ÉTICA
Líderes são pessoas que exercem influência ética sobre outras, orientando sua conduta. Para
que a liderança se exerça com ética, é preciso conhecer bem os liderados, saber onde querem
chegar, de que modo, com que fins e objetivos. Seguro de que tudo isso é bom, certo e correto, resta
ainda uma atitude que exige extrema prudência: a intervenção quando conveniente, com muita
habilidade, sem um mínimo de despotismo, sem insistência nem omissão e na medida justa. O líder
ético faz que seus seguidores o sigam com liberdade e bom senso, e não por medo.
No final do século XX, foram definidas razões para que a liderança empresarial seja ética.
Os líderes precisam conquistar a boa vontade dos empregados, pois estes atualmente possuem mais
conhecimentos, detêm mais informações e poder, de modo que eles ponham seus talentos a serviço
dos objetivos da empresa. A sociedade em geral não aceita mais o uso coercitivo ou manipulador do
poder, de forma que as pessoas não respeitem os líderes, ou não confiem neles apenas por seu cargo
ou função, mas pelo poder exercido com dignidade e responsabilidade, sendo assim os funcionários
devem ser tratados com respeito.
problemas dessa natureza. Sem o efeito moderador de uma cultura empresarial moral bem
porém, pode ser utilizado para promover o que é verdadeiro e ético, ou contribuir para a
lucro, em geral, ganha força e significado puramente financeiro. Essa é uma visão estreita
que não contempla a riqueza social e psicológica do resultado positivo, como indicador de
compartilhado, mutuamente usufruído como bem comum. É a realização pessoal, onde está
A obsessão pelo lucro acaba por gerar o não-lucro, pois desgasta parceiros e inibe clientes,
operação. O relacionamento com os clientes envolve todas as comunicações ainda que não
Toda empresa tem, em princípio, a obrigação ética de fornecer bens e serviços produzidos
conforme as especificações técnicas e legislações pertinentes, mesmo que o consumidor não tenha
condições de proceder à verificação. Para isso existem os órgãos de ajuda e defesa do consumidor
em a relação aos termos técnicos e normativos.
A relação entre a empresa e o consumidor verifica-se fundamentalmente pela propaganda, e
pelos serviços de atendimento ao consumidor. Há um problema ético sério na venda de produtos
que constituem um múltiplo de seu preço real de custo, em função dos investimentos feitos em
propaganda, repassado no preço ao consumidor.
Quanto aos serviços de atendimento ao cliente, cada vez menos procurados para reclamação
e mais utilizados para informação, tem seu papel de conciliação e integração entre a empresa e o
consumidor. Contudo, os atendentes deverão ter sempre em mente que servir ao consumidor não
significar atender indiscriminadamente a todas as suas vontades e caprichos. Essa consciência foi
adquirida com surgimento da SECANP – Associação Nacional de Serviços a Consumidores em
Empresas, que estabeleceu critério de análises e avaliações de queixas e solicitações de
consumidores. E pela criação da figura do ombudsman, um interlocutor entre a empresa e o
consumidor.
O consumidor ao fazer alguma reclamação, se ele for retamente intencionado, desenvolve
uma atitude positiva e leal em relação à empresa, garantindo-lhe uma imagem de seriedade e
fidelidade. Entretanto, não faltam consumidores inescrupulosos, que se aproveitam da ocasião e
assumem atitudes egoístas, injustas e mal intencionadas.
dos clientes, os preços das ações, a moral dos empregados e o crescimento da empresa.
Assim, como uma categoria, não é difícil para esses profissionais ir mais além,
por alguns indivíduos e grupos, enquanto as desvantagens serão identificadas por outros.
Ética em Finanças
As questões éticas permeiam todas as atividades humanas, mesmo porque os indivíduos
sempre têm uma dimensão moral. Filósofos, administradores e economistas estudam a riqueza e o
comportamento humano como uma relação entre fins e meios escassos, que têm usos alternativos.
O que é a administração financeira senão gestão de recursos para usos alternativos de riquezas?
É preciso que empresas, políticas e normas assegurem que sejam atendidas as necessidades
humanas de bens e serviços escassos, possibilitando o desenvolvimento das pessoas,
individualmente e em relação à sociedade. Muitos profissionais parecem despertar para a ética em
finanças no momento em que grandes escândalos são divulgados. Porém, se as transações
financeiras não estiverem apoiadas em determinadas regras e comportamentos morais, o mercado se
ressentirá e a impressão de oportunismo poderá comprometer negativamente os investimentos de
muitos cidadãos, de empresas e de instituições financeiras.
Enquanto na administração financeira buscam-se os meios, na ética é necessário considerar
o fim e o objeto, além das conseqüências e circunstâncias, que atenuam ou agravam a ação. Assim,
a um administrador financeiro cabe a tarefa de, entre as inúmeras opções que tem, escolher a que
maximize a riqueza dos acionistas ou investidores, considerando as conseqüências éticas dessa
ação.
A ética é necessária no ramo de serviços financeiros. Os produtos são desenvolvidos para
atender às necessidades das pessoas e seu marketing deve ser feito de maneira responsável, sem
táticas coercitivas ou enganosas.
é possível tratá-las só com o inconsciente, sendo necessário distinguir o que são justiça,
acordo de troca, consciência pessoal e “garra”. Ser justo e respeitar direitos humanos não
são coisas idênticas. Tem pontos de partida e resultados sutilmente distintos... O manto da
CRENÇAS E ATITUDES
Por natureza, o homem é um ser religioso, voltado ao sobrenatural, e isso concretiza – se em
práticas, rituais e posturas que influenciam o comportamento de compra. Desta forma, padrões de
consumo estabelecem –se em função da crença.
Os costumes religiosos orientam também o padrão de desenvolvimento econômico das
pessoas, no que diz respeito, por exemplo, aos hábitos de consumo, estilo de vida, posse de bens
materiais, tipo de trabalho. Sendo assim, a produção, propaganda, promoção de vendas no varejo e
outras providências de marketing são tomadas em conseqüência disso.
Podemos dizer que um dos efeitos da economia global é a adoção, por todo o mundo, de
padrões éticos e morais mais rigorosos, seja pela necessidade das próprias organizações de
manter sua boa imagem perante o público, seja pelas demandas diretas do público para que
todas as organizações atuem de acordo com tais padrões (ASHLEY, 2006, p.7).
a inversão por parte da sociedade na educação, a inversão por parte dos empregadores no
adestramento e a inversão de tempo e dinheiro por parte dos indivíduos para seu próprio
parecia ter piorado. Emergiu um consenso que não é suficiente para a política de
desenvolvimento perseguir uma alta taxa de crescimento do produto da renda per capita. A
Eu não antevi, com clareza, como com a opulência reagiríamos diante da situação daqueles
que não compartilhavam da boa fortuna. Eu devia ter entendido que com o bem-estar geral,
reagiríamos segundo a mais antiga, senão a mais admirável, tradição dos bem-protegidos
p.167).
Talvez a conclusão a que cheguemos seja, em termos práticos, de que o egoísmo é uma
tendência natural no homem, e que o altruísmo e a solidariedade não se dão sem esforço, em função
de um objetivo ou finalidade superior. Por isso, o crescimento econômico não necessariamente
conduz a uma preocupação com o bem-estar social ou a uma justa distribuição de renda.
prestação, sua felicidade é imensa, pois ela provou ser capaz de ganhar o suficiente para
pagar suas dívidas. Depois vêm a segunda e a terceira prestações. É uma experiência
extraordinária. Ela descobre a sua própria capacidade, e transborda de alegria, uma alegria
palpável e contagiosa que se transmite a todos. Ela percebe que vale mais do que as pessoas
O empréstimo Grameen não é apenas dinheiro, é uma espécie de passaporte para a auto-
Portanto, o primeiro ponto que eu gostaria de enfatizar é que, seja em que aspecto for da
ética, nós não podemos simplificar para colocar numa perspectiva em que existem os do
bem e os do mal. Ou seja, nós todos estamos a caminho. Alguns com mais intenção, outros
sem nenhuma intenção, porém, muitas vezes, felizmente, sendo arrastados pelo rumo dos
acontecimentos de uma humanidade que, cada vez mais, percebe que não tem o direito de
Mas o que eu quero contar agora é um episódio sobre como eu aprendi uma lição
fundamental, não com jornalista, mas com um simples cidadão. Foi há menos de três anos,
dia, acho que era um sábado, exibimos uma reportagem sobre uma doença neurológica
degenerativa e incurável, uma doença que atingia crianças. Não era uma daquelas matérias
que falam de doenças, mas não falam da cura, (...). Falava sobre uma família que obteve na
Justiça o direito de tratar o filho nos Estados Unidos, com uma técnica experimental para
essa doença. Tomamos todos os cuidados possíveis com a matéria ou reportagem, ela foi
vista e revista sete ou oito vezes antes de ir ao ar. Questionamos a nova técnica para não
precauções. Apenas um detalhe nos escapou. Uma frase curta, de poucas palavras, dita pelo
costuma matar as sua vitimas muito cedo. O jornal acabou, e esse cidadão de que eu falei
ligou para a TV. Atendi ao telefone e ouvi mais ou menos esta frase: „O que eu devo dizer
para os meus dois filhos de 10 e 12 anos que têm esta doença? Estavam vendo o telejornal
conosco e não sabiam que iriam morrer ainda jovens.‟ Aquilo foi para mim como um soco
no estômago. Não sabia o que dizer para ele. Emudeci primeiro, depois balbuciei algumas
telespectador, o que já deveria saber. Quem fala para 50 milhões de brasileiros não deve
pensar apenas sete ou oito vezes no que está dizendo. Tem de pensar muito mais.
Essa empresa,que exerce essa função por delegação, é uma entidade estadual que atua,
nesse particular, em âmbito nacional. Para desenvolver essa função que lhe foi atribuída,
ATUALIDADES
Abaixo, seguem textos com referências a reportagens que complementam o que foi
apresentado anteriormente:
No final do ano passado, um usuário da internet, cujo apelido é Fearwall, descobriu
uma falha de segurança inédita no programa Excel da Microsoft. O internauta decide
fazer um leilão pela informação adquirida. Sem que ocorresse o leilão, a Microsoft o
convidou para ajudar a solucionar o problema. A discussão ética sobre o ocorrido
cria comentários sobre o quanto essa atitude pode nos beneficiar referente à
segurança na rede de informações, ou seja, o quanto essa atitude estimula a procura
de falhas e a renovação da tecnologia que se reflete a favor da sociedade. (Juliano
Barreto, Empresas usam piratas para achar falhas, Folha Online - Informática,
12/04/2006).
“Para tentar disciplinar a pesquisa para trabalhos e frear as agressões entre alunos em
ambientes virtuais - o que pode acarretar até em processo criminal - escolas
particulares de São Paulo decidiram incluir nas suas atividades o ensino de ética no
uso da Internet”. Devido a problemas ocasionados pelo mau uso da internet, escolas
particulares introduziram a nova matéria para ensinar aos alunos qual a melhor forma
de utilizar a internet, mostrando como não se deve proceder em casos que podem
gerar processos criminais. Além de palestras sobre os vários assuntos que abrangem
as informações fornecidas na rede, e aulas de como realizar pesquisas da internet
(Fábio Takahashi, Escolas particulares de SP ensinam ética no uso da Internet,
Folha Online – Educação, 26/03/2007).
CONCLUSÃO
Provavelmente, há outros assuntos relacionados ao tema que podem não ter sido retratados
nesta peça, mas o nosso desejo foi elencar o que há de mais interessante a respeito, fazendo uma
abordagem simples e demonstrando como esse tema é relevante para a formação dos estudantes das
ciências sociais, em especial das Ciências Econômicas. Também desejamos que este trabalho sirva
para a informação dos profissionais e dos demais interessados pela ética nas relações econômicas e
empresariais.
Referências Bibliográficas
1. AGUILAR, Francis J. A ética nas empresas. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1996.
2. ARISTÓTELES. Ética a Nicômaco. São Paulo: Abril cultural, 1973. Livros II, IV, VI.
3. ARRUDA, Maria Cecília Coutinho de (org.); WHITAKER, Maria do Carmo; RAMOS, José
Maria Rodrigues. Fundamentos de ética empresarial e econômica. 2. ed. São Paulo:
Atlas, 2003.
4. ASHLEY, Patrícia Almeida et al. Ética e responsabilidade social nos negócios. 2. ed. São
Paulo: Saraiva, 2006.
5. BARRETO, Juliano. “Empresas usam piratas para achar falhas”, Folha Online -
Informática, 12/04/2006.
6. BENJAMIN, Antônio Herman V. O que é defesa do consumidor? São Paulo: Brasiliense,
1994.
7. BITTAR, Carlos Alberto. Direitos do consumidor: código de defesa do consumidor. Rio
de Janeiro: Forense Universitária, 1990.
8. CASEY, John L. A ética no mercado financeiro. 2. ed. Rio de Janeiro: IMF, 1990.
9. DUALIB, Julia. “Tem areia no concreto”. Revista Veja. São Paulo, ed. 1999, ano 40,
n.º10, 14 de março de 2007.
10. FÓRUM FEDERASUL DE ÉTICA (1.:1999: Porto Alegre). Ética. Porto Alegre: Federasul,
2000.
11. HARBISON. Desenvolvimento, trabalho e educação. 2. ed. Rio de Janeiro: Zahar, 1974.
12. MOREIRA, Joaquim Manhães. A ética empresarial no Brasil. São Paulo: Thompson,
2002.
13. MOREIRA, José Manuel. A contas com a ética empresarial. Cascais: Principia, 1999.
14. NAVRAN, Frank. “Indicadores de clima ético nas empresas”. RAE - Revista de
administração de empresas, ano 40, n.º 3, pp.26-35, jul. / set. 2000.
15. NUNES, Ângela. “E-mail bem mais eficaz”. Veja. São Paulo: Abril, ed. 1673, ano 33,
n°44, 1º novembro de 2000.
16. ROBBINS, Lionel. An essay on the nature and significance of economic science. 2. ed.
Londres: Macmillan, 1935.
17. SAMUELSON, Paul. A Introdução à análise econômica. 8. ed. Rio de Janeiro: Livraria
Agir, 1979.
18. SOUZA, Okky; ZAKABI, Rosana. “O cérebro, esse perdulário” Revista Veja. São Paulo,
ed. 1993, ano 40, n.º 4, 31 de janeiro de 2007.
19. SROUR, Robert Henry. Ética empresarial: a gestão da reputação. 2. ed. Rio de Janeiro:
Campus, 2003.
20. TAKAHASHI, Fábio. “Escolas particulares de SP ensinam ética no uso da Internet”.
Folha Online – Educação, 26/03/2007.
21. VÁZQUEZ, Adolfo Sánchez. “Doutrinas Éticas Fundamentais”. Ética. Trad. João
Dell‟Anna. 28. ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2006.
22. YUNUS, Muhammad; JOLIS, Alan. O banqueiro dos pobres. São Paulo: Ática, 2000.
23. s.a. Estudos avançados. São Paulo, v.15, n.º 41, Jan./Abr.2001
24. CERIS - Centro de Estatística Religiosa e Investigações Sociais: http://www.ceris.org.br
25. Grandes Vendedores: http://www.grandesvendedores.com.br
26. Página da web: Ética empresarial, relações humanas no trabalho, ética profissional, in:
http://www.mercosulshop.com.br/conteudo/View_Article_Stage_3.asp?Article_ID=125
27. Resumo de Ética Empresarial, in: http://www.fgvsp.br
28. SEBRAE: http://www.sebrae.com.br/br/parasuaempresa/microcredito_1014.asp
29. Wikipédia - a enciclopédia livre, in: http://pt.wikipedia.org