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UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE

CCSA - Centro de Ciências Sociais e Aplicadas

Ética Empresarial
e Econômica
Curso: Ciências Econômicas
Turma: 1V
Orientador: Prof. Valter de Oliveira

Nomes:
Caroline de Sousa Bento
Carlos Eduardo R. dos Santos
Inácia M.M. Marçal
Rodrigo Pereira Jordão
Soraya Kazumi S. Mukotaka
Tânia Ap. Gomes Paes
Vivian Graziella Ribeiro

São Paulo, 07 de maio de 2007.

________________________________________________________________________
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Tel. (11) 3236-8766 Fax (11) 3255-2588 – www.mackenzie.br
ÍNDICE
APRESENTAÇÃO ........................................................................................................................................................... 3
 Correntes Éticas ......................................................................................................................................... 4
ÉTICA NA GRÉCIA CLÁSSICA ........................................................................................................................... 4
A ÉTICA DE KANT: ÉTICA DO DEVER ............................................................................................................. 6
A ÉTICA DA SIMPATIA OU PSICOLOGISMO – ADAM SMITH ..................................................................... 7
O UTILITARISMO – JEREMY BENTHAM E JOHN STUART MILL................................................................ 7
O PRAGMATISMO – CHARLES PIERCE, WILLIAM JAMES E JOHN DEWEY ............................................ 8
CORRENTES ÉTICAS POR MEIO DE UM EXEMPLO ...................................................................................... 8
 Definições de Ética..................................................................................................................................... 9
 Evolução do Conceito de Ética Empresarial ........................................................................................... 10
DÉCADA DE 60 / 70 ............................................................................................................................................ 11
DÉCADA DE 80 / 90 ............................................................................................................................................ 11
ÉTICA EMPRESARIAL NA AMÉRICA LATINA ............................................................................................. 11
ÉTICA EMPRESARIAL NO BRASIL ................................................................................................................. 12
 Códigos de Ética ....................................................................................................................................... 12
 Ética da Virtude e da Liderança .............................................................................................................. 13
ÉTICA DA VIRTUDE........................................................................................................................................... 13
LIDERANÇA ÉTICA ............................................................................................................................................ 14
 Ética em Marketing e Propaganda .......................................................................................................... 15
ÉTICA NA PESQUISA DE MARKETING .......................................................................................................... 15
ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO DO PRODUTO E DO PREÇO ........................................................................ 16
ÉTICA NA PROPAGANDA ................................................................................................................................. 17
ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO DA DISTRIBUIÇÃO ....................................................................................... 17
 Ética em Vendas ....................................................................................................................................... 18
 Ética na Relação Empresa-Consumidor ................................................................................................. 19
ÉTICA DO CONSUMO E DA DEFESA DO CONSUMIDOR............................................................................ 20
 Ética em Finanças ................................................................................................................................... 21
VIRTUDES NA ATIVIDADE FINANCEIRA ..................................................................................................... 22
ÉTICA ECONÔMICA NO MERCADO DE CAPITAIS ...................................................................................... 23
 Ética na Gestão de Pessoas ...................................................................................................................... 23
ÉTICA NO RELACIONAMENTO COM EMPREGADOS: CONTRATAÇÃO, PERMANÊNCIA E
DESLIGAMENTO ................................................................................................................................................ 24
ÉTICA NO RELACIONAMENTO COM ESTAGIÁRIOS POR PARTE DA EMPRESA.................................. 25
FORMAÇÃO DO PERFIL ÉTICO E A PROCURA PELA EMPRESA ÉTICA ................................................. 26
 Ética em Negócios Internacionais ........................................................................................................... 26
COMUNICAÇÃO E LINGUAGEM ..................................................................................................................... 27
CRENÇAS E ATITUDES ..................................................................................................................................... 27
ESTÉTICA, VESTUÁRIO, COMIDA E HABITOS DE ALIMENTAÇÃO ........................................................ 27
EFEITO DAS CULTURAS SOBRE AS ORGANIZAÇÕES ............................................................................... 28
 Ética e Economia ..................................................................................................................................... 28
O QUE É ECONOMIA? ........................................................................................................................................ 28
RELAÇÃO ENTRE ÉTICA E ECONOMIA ........................................................................................................ 29
 Ética e Inflação ........................................................................................................................................ 29
 Ética e Capital Humano........................................................................................................................... 30
TRABALHO, CAPITAL HUMANO E DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO ............................................... 30
 Ética e Crescimento Econômico .............................................................................................................. 31
CRESCIMENTO ECONÔMICO E DIFERENÇAS DE RENDA ENTRE PAÍSES ............................................ 31
CRESCIMENTO E DISTRIBUIÇÃO DE RENDA ENTRE PESSOAS .............................................................. 32
EDUCAÇÃO, DISTRIBUIÇÃO DE RENDA E CRESCIMENTO ECONÔMICO ............................................. 33
 Ética e Microcrédito ................................................................................................................................. 34
O BANCO QUE AJUDA APENAS AOS POBRES ............................................................................................. 34
 Ética na Era da Informação .................................................................................................................... 35
I E II FÓRUM FEDERASUL DE ÉTICA ............................................................................................................. 36
ATUALIDADES ................................................................................................................................................... 39
CONCLUSÃO ................................................................................................................................................................. 40
 Referências Bibliográficas ....................................................................................................................... 41
APRESENTAÇÃO

O presente trabalho apresenta um recorte do que há nas bibliografias a respeito de ética


empresarial e econômica. Este é um assunto atual e de extrema importância para o estudo da
disciplina Ética e Cidadania, bem como para as empresas e instituições às quais interessa este tema.
Inicialmente, estão delineadas as principais doutrinas éticas que surgiram ao longo da
história e que ainda hoje servem de influência para o pensamento ético. São apresentadas, também,
as diferentes definições de ética e cita-se brevemente a questão do pluralismo moral decorrente
dessa diversidade de correntes éticas.
A seguir, é apresentado um histórico do conceito de ética empresarial, seu desenvolvimento
em países da América Latina e, em especial, no Brasil. Falamos também sobre o advento dos
códigos de ética e passamos a ilustrar as questões éticas nos âmbitos específicos das empresas,
como a ética em vendas, em marketing, em finanças, nos negócios internacionais etc.
Após abordarmos as questões éticas nas empresas, falamos sobre ética e economia e as
implicações éticas relacionadas a temas como inflação e crescimento econômico, dentre outros.
Concluímos, então, apontando a necessidade da discussão ética com o surgimento das novas
tecnologias e meios que modificam profundamente as relações humanas, na chamada Era da
Informação.
 Correntes Éticas

ÉTICA NA GRÉCIA CLÁSSICA


 Sócrates e a ética da virtude
Para Sócrates, o saber fundamental é o saber a respeito do homem, que se caracteriza por ser
um conhecimento universalmente válido, contra o que sustentam os sofistas – mestres da arte da
persuasão; caracteriza-se também por ser um conhecimento moral e prático. Portanto, a ética
socrática é racionalista. Nela encontram-se uma concepção do bem, como sendo a felicidade da
alma, e do bom, como o útil para a felicidade; a tese da virtude (areté) como conhecimento e do
vício como ignorância; e a tese, de origem sofista, de que a virtude pode ser transmitida.
Na ética socrática, bondade, conhecimento e felicidade se relacionam intimamente. O
homem age retamente quando conhece o bem e o pratica; e, somente deste modo, pode alcançar a
felicidade. (VÁZQUEZ, 2006, pp.269-270).

 O idealismo platônico
A ética de Platão relaciona-se com sua filosofia política, pois, para ele, a pólis é o terreno
próprio da vida moral. No idealismo platônico, agir bem, moralmente, é perceber que a autêntica
realidade não é a do mundo sensível, mas a ideal, ligada ao mundo das idéias. Comportar-se
eticamente é agir de acordo com a retidão de consciência (logos). A inteligência, corretamente
utilizada, conduz ao Bem (ARRUDA, 2003, p.25).
Pela razão, como faculdade superior e característica do homem, a alma se eleva ao mundo
das idéias. Seu fim último é libertar-se da matéria e, para isso, é preciso praticar várias virtudes, que
correspondem a cada uma das partes da alma e consistem no seu funcionamento perfeito: a virtude
da razão é a prudência; a da vontade ou ânimo, a fortaleza; e a do apetite, a temperança. Estas
virtudes guiam ou refreiam uma parte da alma. A harmonia entre as diversas partes constitui a
quarta virtude, ou justiça (VÁZQUEZ, 2006, pp.270-271).
Para Platão, o ser humano é bom enquanto bom cidadão, ou seja, o homem se realiza
somente no Estado ou Comunidade pública. “A ética desemboca necessariamente na política”, visão
que será reforçada por seu discípulo, Aristóteles. Em sua obra prima, A República, Platão constrói
um Estado ideal, em que cada parte da alma é representada por uma camada social: à razão,
corresponde a classe dos filósofos-governantes; à vontade, a classe dos guerreiros; e ao apetite, os
artesãos e os comerciantes, encarregados dos trabalhos materiais e utilitários. Cada classe social
deve dedicar-se à sua tarefa e deixar as demais para as outras. Compete à justiça social estabelecer a
harmonia na pólis (VÁZQUEZ, 2006, p.271).
Devido a essas limitações de classe, a ética de Platão possui uma estreita unidade entre
moral e política porque, para ele, o homem se forma moralmente somente no Estado, mediante à
submissão do indivíduo à comunidade (IDEM, Ibidem, p.271).

 O realismo aristotélico
Discípulo de Platão e preceptor de Alexandre da Macedônia, fundador do Liceu, em Atenas,
cujos discípulos eram chamados de “peripatéticos” (porque aprendiam enquanto caminhavam com
o mestre). Aristóteles se opõe ao chamado dualismo ontológico de Platão, afirmando que não há a
dicotomia entre ideal e sensível. A idéia não existe separada do indivíduo, que é a única existência
real.
É necessária, porém, a distinção, no ser individual, entre ato e potência (um grão é uma
planta em potência; uma planta, como ato, é a realização da potência). “O homem, portanto, é
atividade, passagem da potência ao ato”. Mas qual o fim desta atividade? Qual a finalidade do
homem? Segundo Aristóteles, é a felicidade (eudaimonia). E esta se dá por meio de uma vida
contemplativa – a atividade humana guiada pelo que há de mais característico e elevado no homem:
a razão. (VÁZQUEZ, 2006, p.272).
No realismo aristotélico, a ética é a ciência de praticar o bem. O bem de cada coisa está
definido em sua natureza e é uma meta a alcançar. Depende da auto-realização do agente, ou seja,
de sua felicidade. E esta ocorre com a prática de uma vida virtuosa, cuja virtude mais importante é a
sabedoria. (ARRUDA, 2003, p.26).

 Ética estóica e epicurista


O estoicismo e epicurismo surgem no processo de decadência do antigo mundo greco-
romano (séc. IV a.C.), que se caracteriza pela perda de autonomia dos Estados gregos e pela
ascensão e queda dos grandes impérios, macedônio e romano. Os principais representantes do
estoicismo são Zenão de Cítio, na Grécia, e Sêneca, Epíteto e Marco Aurélio, em Roma. O
epicurismo é representado por Epicuro, na Grécia, e por Tito Lucrécio Caro, em Roma.
Ambas as correntes possuem uma visão cosmopolita, isto é, ligada ao cosmos ou ao
universo, não mais ligada somente à pólis. “O problema moral é colocado sobre o fundo da
necessidade física, natural, do mundo. Por isto, tanto no estoicismo quanto no epicurismo, a física é
a premissa da ética.” (VÁZQUEZ, 2006, p.274).
Para os estóicos, o bem supremo é viver de acordo com a natureza, ou seja, de acordo com

a razão, (...) sem se deixar levar por paixões ou afetos interiores ou pelas coisas exteriores.

(...) O homem (...) conquista sua liberdade interior bem como sua auto-suficiência absoluta.

O indivíduo, assim, define-se moralmente sem necessidade da comunidade como cenário

necessário da vida moral. O estóico vive moralmente como cidadão do cosmos, não da

pólis. (VÁZQUEZ, 2006, p.274).

O pensamento estóico pode ser resumido na máxima “nada te inquiete, nada te perturbe”,
bem como nas palavras de Sêneca: “Todas as coisas nos são alheias: somente o tempo é nosso”.
Para viver retamente, é necessário lutar contra as paixões, boas ou más, em adequação à ordem
natural do mundo que mede o que é justo ou não (ARRUDA, 2003, p.30).
Para os epicuristas, não há nenhuma intervenção divina nos fenômenos físicos, nem na vida
do homem. Libertado do temor religioso, o homem pode buscar o bem que, para Epicuro, é o
prazer. Mas nem todos os prazeres são igualmente bons. É preciso escolher aqueles que são mais
duradouros e estáveis e estes são os do espírito, não os do corpo. Os melhores prazeres são os que
contribuem para a paz da alma. Dessa forma, o epicurista encontra o prazer fora da vida social, mas
sem recorrer ao sobrenatural, encontrando-o em si mesmo ou em num círculo de amigos, de forma
auto-suficiente. (VÁZQUEZ, 2006, p.275).
Tanto na ética estóica, como na epicurista, a unidade entre a moral e a política se desfaz,
pelos motivos já explanados.

A ÉTICA DE KANT: ÉTICA DO DEVER


A ética de Kant é chamada deontológica, ligada ao dever pelo dever. O pensamento
kantiano, contrariando a ética da Grécia clássica, afirma que “aspirar ao bem é egoísmo, e o
egoísmo não pode fundamentar os valores morais”. A única atitude desarraigada do egoísmo é a boa
vontade, isto é, agir pelo cumprimento do dever. (ARRUDA, 2003, p.32).
A moralidade depende, portanto, da intenção de agir respeitando o que a boa vontade
ordena. Kant chama a esse mandamento de imperativo categórico: “Age de maneira que possas
querer que o motivo que te levou a agir se torne uma lei universal”. (VÁZQUEZ, 2006, p.283).
Outras máximas formuladas por Kant são “Age sempre de tal maneira que trates o humano,
em ti ou em outro, como um fim e nunca como um meio” e “Age sempre como se fosses ao mesmo
tempo legislador e súdito na república das vontades livres e racionais”, ou seja, a razão é o princípio
do dever. (ARRUDA, 2003, p.33).
A ética kantiana é formal e autônoma, pois tem de postular um dever para todos os homens e
porque surge como a culminação da tendência antropocêntrica iniciada no Renascimento, a qual se
opõe à ética medieval. “Por conceber o comportamento moral como pertencente a um sujeito
autônomo e livre, ativo e criador, Kant é o ponto de partida de uma filosofia e de uma ética na qual
o homem se define antes de tudo como ser ativo, produtor ou criador” (VÁZQUEZ, 2006, p.283).

A ÉTICA DA SIMPATIA OU PSICOLOGISMO – ADAM SMITH


Para Adam Smith, “a simpatia é a condição necessária e suficiente para fundamentar a
moral”. Nesse pensamento, o juízo moral consiste na aprovação ou desaprovação e isso é uma
demonstração da presença ou ausência de simpatia. Para ele, devemos atuar de forma a obter a
simpatia de um observador imparcial. Contudo, a simpatia não se mede por uma lei moral, trata-se
somente de um sentimento altruísta. (ARRUDA, 2003, p.35).
Podemos dizer que, na concepção ética de Adam Smith, não há lugar para um valor objetivo
da moral e podemos considerar sua ética um passo atrás em relação à ética de Kant. “O outro já não
é considerado como um fim em si mesmo, mas como alguém que vale desde que fique dentro do
âmbito da simpatia”. (IDEM, Ibidem, p.35).

O UTILITARISMO – JEREMY BENTHAM E JOHN STUART MILL


O utilitarismo foi uma doutrina fundada por Jeremy Bentham e difundida por John Stuart
Mill, sendo que este liga a doutrina de Bentham ao epicurismo: “o objetivo da ética é a maior
felicidade para o maior número de pessoas”. Assim como na filosofia de Epicuro, a felicidade
traduz-se na presença do prazer e na ausência de dor. Não há, contudo, um critério estabelecido para
o que é ou deixa de ser ético, o que caracteriza o utilitarismo como uma doutrina relativista.
(ARRUDA, 2003, pp.35-36).
“Indagar-se a respeito dos fins é indagar que coisas são desejáveis. A doutrina utilitarista
estabelece que a felicidade é desejável, e que é a única coisa desejável como fim; todas as outras
coisas são desejáveis somente como meios para esse fim”. (J.S. MILL, 1863 apud ARRUDA, 2003,
p.36).
O PRAGMATISMO – CHARLES PIERCE, WILLIAM JAMES E JOHN DEWEY
O pragmatismo, como filosofia e doutrina ética, nasce e se difunde particularmente nos
Estados Unidos, no último quarto do século XIX e nas primeiras décadas do século XX, com
Charles S. Pierce, William James e John Dewey. “O progresso científico e técnico e o
desenvolvimento do „espírito de empresa‟ criavam condições favoráveis para a aparição de uma
filosofia antiespeculativa, afastada dos problemas abstratos da velha metafísica e atenta às questões
práticas, entendidas num sentido utilitário.” (VÁZQUEZ, 2006, p.288).
No utilitarismo, ocorre uma identificação da verdade com o que é útil, no sentido de que
ajuda a melhor viver e conviver. No campo da ética, dizer que algo é bom equivale a dizer que é
eficaz na obtenção de um fim. Os valores, princípios e normas são esvaziados de um conteúdo
objetivo e o valor do que é bom muda de acordo com cada situação. Assim, o pragmatismo torna-se
uma variante utilitarista marcada pelo egoísmo, apresentando-se como uma versão do subjetivismo
e irracionalismo. (IDEM, Ibidem, p.288).

CORRENTES ÉTICAS POR MEIO DE UM EXEMPLO


Um exemplo concreto (GÓMEZ PÉREZ, 1990 apud ARRUDA, 2003, p.38) pode ser
ilustrativo para se fixarem as doutrinas apresentadas.
Um empresário A tem acesso a uma informação segundo a qual uma empresa concorrente B,
embora menor e em pior situação financeira, será incorporada a uma terceira empresa C, também
concorrente. A informação foi fornecida pelo filho mais velho do maior acionista da empresa B, que
diz odiar seu pai. Por isso fornece a informação ao empresário A para que este possa comprar em
Bolsa as ações da companhia B, certo de que subirão de preço, quando for divulgada a absorção de
B pela outra empresa. Trata-se então de organizar uma operação financeira cujos benefícios serão
distribuídos entre o empresário A e o filho delator. A empresa B desaparecerá após a operação.
A questão é: pode o empresário A aceitar esta operação, eticamente falando?
A maior parte das correntes éticas concorda que o filho delator agiu mal e de que o
empresário A, se aceitar essa proposta, também agirá mal. Porém, as explicações de cada doutrina
são diferentes:
– um platônico observaria no fato um afastamento do Bem;
– um aristotélico veria uma ausência de virtudes como a fidelidade, no filho, e a justiça, no
empresário;
– um estóico diria que toda a operação é suficientemente suja e turbulenta, mostrando que se
afasta do bem do homem;
– um epicurista não consideraria Bem, no filho, o prazer da vingança, nem no empresário, o
prazer da auto-afirmação;
– Kant claramente diria que essa conduta não pode erigir-se em lei universal e, portanto, é imoral;
– Adam Smith, sem outras justificativas, argumentaria que não há nessa atitude nenhuma mostra
de simpatia.
Somente o utilitarismo poderia aceitar esse modo de atuar se, no fim, resultasse um maior bem para
um maior número de pessoas. Ou seja, seria bom se as conseqüências fossem boas.
Esta colocação é controvertida e pode levar a muitas condutas antiéticas.

 Definições de Ética

“Não digas tudo o que sabes


Não faças tudo o que podes
Não acredites em tudo o que ouves
Não gastes tudo o que tens

Porque:
Quem diz tudo o que sabe
Quem faz tudo o que pode
Quem acredita em tudo o que ouve
Quem gasta tudo o que tem

Muitas vezes,
Diz o que não convém
Faz o que não deve
Julga o que não vê
Gasta o que não pode.”

Provérbio árabe

Este provérbio demonstra claramente a importância de se distinguir entre “o que se pode


fazer fisicamente” e “o que se pode fazer eticamente”. Os dois significados atribuídos à palavra
“pode” nos revelam um axioma: “nem tudo o que é possível é ético” (MOREIRA, 1999, p.31). As
diferentes doutrinas éticas surgiram para tentar explicar o que se pode fazer e o que se deve fazer.
Em suma, para dizer o que é eticamente valioso, no sentido de que contribui para o bem do homem.
Para definirmos o que vem a ser a ética, é necessário levar em consideração a origem
etimológica da palavra e os diferentes usos que os pensadores fazem dos vocábulos “ética” e
“moral”. O primeiro vem do grego ethos e significa costume, maneira habitual de agir, índole. O
mesmo sentido é atribuído à palavra latina mos, moris, donde provém o segundo.
Há autores que consideram “ética” e “moral” sinônimos, cujo sentido é o de “ciência prática
que tende a procurar pura e simplesmente o bem do homem” (ARRUDA, 2003, p.41). Atualmente,
porém, muitos consideram que os termos têm significados distintos, como afirma Adolfo Sánchez
Vázquez:

A ética parte do fato da existência da moral, isto é, toma como ponto de partida a

diversidade de morais no tempo, com seus respectivos valores, princípios e normas. Como

teoria, não se identifica com nenhuma moral em particular. (...) Conquanto seja certo que

toda moral supõe determinados princípios, normas ou regras de comportamento, não é a

ética que os estabelece numa determinada comunidade. A ética depara (...) com uma série

de práticas morais já em vigor e, partindo delas, procura determinar a essência da moral,

sua origem, as condições objetivas e subjetivas dos juízos morais, os critérios de

justificação destes juízos e o princípio que rege a mudança e a sucessão de diferentes

sistemas morais. (VÁZQUEZ, 2006, p.22).

Em suma, “a ética é a teoria ou ciência do comportamento moral dos homens em sociedade,


ou seja, é a ciência de uma forma específica de comportamento humano” (VÁZQUEZ, 2006, p.23).

 Evolução do Conceito de Ética Empresarial


A ética empresarial atinge as empresas e organizações em geral. A empresa necessita
desenvolver-se de tal forma que a ética, a conduta ética de seus integrantes, bem como os valores e
convicções primários da organização se tornem parte de sua cultura. Assim, desenvolveremos a
seguir a trajetória de como ocorreu a evolução dos seus conceitos.

A ética empresarial é o comportamento da empresa – entidade lucrativa – quando ela age de

conformidade com os princípios morais e as regras do bem proceder aceitas pela

coletividade (regras éticas). A evolução histórica da ética empresarial seguiu o próprio

desenvolvimento econômico. (MOREIRA, 2002, p.28).


DÉCADA DE 60 / 70
O ensino da Ética em faculdades de Administração e Negócios tomou impulso,
principalmente nos Estados Unidos, quando alguns filósofos contribuíram, com as sua formação em
vivência empresarial, aplicando os conceitos de Ética à realidade dos negócios, deram origem a uma
nova dimensão: A Ética Empresarial. Tornou-se notório os estudos de Ética dos Negócios
realizados nos Estados Unidos pelo Professor Baumhart, através de pesquisas sobre o tema junto a
empresários. Na época, o enfoque dado à Ética nos Negócios residia na conduta ética pessoal e
profissional. Ocorreu, no mesmo período, a expansão das multinacionais oriundas principalmente
dos Estados Unidos e da Europa, com a abertura de subsidiárias em todos os continentes, o que
possibilitou abrangência dos estudos.

DÉCADA DE 80 / 90
Esforços isolados, principalmente de Professores Universitários nos EUA e Europa,
dedicam-se ao ensino de Ética dos Negócios nas Faculdades de Administração e Programas de
MBA. Surge na época, a primeira revista científica na área de Administração: Journal of Business
Ethics. Formam-se redes acadêmicas de estudo – ISBEE (International Society for Business,
Economics and Ethics) e EBEN (Europa Business Ethics Network) nos EUA e Europa,
respectivamente, universalizando o conceito de ética empresarial. Especialistas sistematizaram os
enfoques perseguidos nos estudos de ética dos negócios nos cinco continentes. A rica contribuição
de todos os continentes, regiões ou países, deu origem a publicações esclarecedoras, informativas e
de profundidade científica. Ressaltou-se a existência de três modos inter-relacionados de abordagem
da ética no âmbito das empresas: A semântica, a teórica e a prática. E, alguns temas específicos se
delinearam, como um foco de preocupação internacional: corrupção, liderança e as
responsabilidades corporativas.

ÉTICA EMPRESARIAL NA AMÉRICA LATINA


Pesquisadores e professores universitários empreendiam esforços isolados ao lado de
subsidiárias de empresas internacionais em toda América Latina, quando o Brasil foi palco do I
Congresso Latino Americano de Ética, Negócios e Economia, em julho de 1998. Nessa ocasião foi
possível conhecer as iniciativas no campo da ética nos negócios, semelhanças e diferenças entre os
vários países, especialmente da América do Sul. Da troca de experiências acadêmicas e
empresariais, da identificação criada entre os vários representantes de países latinos presentes, da
perspectiva de se dar continuidade aos contatos para aprofundamento de pesquisas e sedimentação
dos conhecimentos específicos da região em matéria de ética empresarial e econômica, emergiu a
idéia de formação de uma rede. Foi, então, fundada a ALENE - Associação Latino-americana de
Ética, Negócios e Economia.

ÉTICA EMPRESARIAL NO BRASIL


Em São Paulo, a ESAN - Escola Superior de Administração de Negócios, primeira
faculdade de administração do país fundada em 1941, privilegiou o ensino da ética nos cursos de
graduação desde seu início. O MEC - Ministério da Educação e Cultura, em 1992, sugeriu
formalmente que todos os cursos de administração, em nível de graduação e pós-graduação,
incluíssem em seu currículo a disciplina de ética. E, a Fundação Getúlio Vargas, em São Paulo,
criou o CENE - Centro de Estudos de Ética nos Negócios. Depois de vários projetos de pesquisa
desenvolvidos com empresas, os próprios estudantes da EAESP-FGV - Escola de Administração de
Empresas de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas, solicitaram a ampliação do objetivo do
CENE, para abarcar organizações do governo e não governamentais. Assim, a partir de 1997, o
CENE passou a ser denominado Centro de Estudos de Ética nas Organizações e introduziu novos
projetos em suas atividades. O CENE-EAESP-FGV foi um pólo de irradiação da ética empresarial,
por suas intensas realizações no Brasil e no exterior: ensino, pesquisas, publicações, eventos e
desenvolvimento dos indicadores de clima ético.
Para Frank Navran (2000, pp.26-35), a inclusão contínua de novos dados, ou novas
organizações possibilita uma visão da evolução do clima ético vigente em setores ou regiões,
permitindo a cada empresa comparar seus resultados com os do indicador médio.
Atualmente, em São Paulo, há várias Faculdades de Administração de Empresas e Economia
que incluíram o ensino da ética em seus currículos.

 Códigos de Ética
O Código de ética é um instrumento de realização dos princípios, visão e missão da
empresa. Serve para orientar as ações de seus colaboradores e explicitar a postura social da empresa
em face dos diferentes públicos com os quais interage. É da máxima importância que seu conteúdo
seja refletido nas atitudes das pessoas a que se dirige e encontre respaldo na alta administração da
empresa. Para definir sua ética, sua forma de atuar no mercado, cada empresa precisa saber o que
deseja fazer e o que espera de cada funcionário. Os códigos de ética devem ser concebidos por cada
empresa que deseja dispor deste instrumento. Podem-se buscar referências em outras empresas, mas
a empresa que desejar implantá-lo deverá expressar a vontade e a cultura da própria empresa. O
próprio processo de implantação cria um mecanismo de sensibilização de todos os interessados,
pela reflexão e troca de idéias que supõe. É uma ótima oportunidade para aumentar a integração
entre os funcionários da empresa e estimular o comprometimento deles.
O código de ética tem a missão de padronizar e formalizar o entendimento da organização

empresarial em seus diversos relacionamentos e operações. A Existência do Código de

Ética evita que os julgamentos subjetivos deturpem, impeçam ou restrinjam a aplicação

plena dos princípios. (MOREIRA, 2002, p.33).

O conteúdo do código de ética é formado de um conjunto de políticas e práticas específicas,


abrangendo os campos mais vulneráveis. Este material é reunido em um relatório de fácil
compreensão para que possa circular adequadamente entre todos os interessados. Uma vez
aprimorado com sugestões e críticas de todos os envolvidos o relatório dará origem a um
documento que servirá de parâmetro para determinados comportamentos, tornando claras as
responsabilidades. As idéias abordadas deverão ser colocadas em prática, pois de nada adiantará
possuir um código de ética para deixar exposto em local de honra na empresa. Entre os inúmeros
tópicos abordados no código de ética, predominam alguns como respeito às leis do país, conflitos de
interesse, proteção do patrimônio da instituição, transparência nas comunicações internas e com os
stakeholders (todos que de forma direta ou indireta contribuem para o bom desempenho da
empresa) da organização, denúncia, prática de suborno e corrupção em geral. Uma vez que a
organização adota um código de ética, é importante estabelecer um comitê de ética de alta
qualidade. Cabe ao comitê delinear uma política a ser adotada e modernizar o código de conduta de
tempos em tempos, acompanhando as mudanças e atendendo às necessidades dos stakeholders. É
absolutamente imprescindível que haja consistência e coerência entre o que está disposto no código
de ética e o que se vive na organização. Caso contrário, ficaria patente uma falsidade que desfaz
toda a imagem que a empresa pretende transmitir ao seu público.

 Ética da Virtude e da Liderança


ÉTICA DA VIRTUDE
A ética associada à excelência é mais uma tentativa de aglutinação da virtudes de
cooperação e integridade. Virtudes são qualidades que capacitam as pessoas para agir bem. Elas são
essencialmente hábitos bons que, para florescer, devem ser praticados.
A ética da virtude ensina que o exercício contínuo de bons hábitos conduz à aquisição da
virtude, mesmo que seja árduo o caminho para conquistá-lo.
Ao estabelecer como regra e praticar uma conduta ética, a empresa coloca-se em posição de

exigir o mesmo de seus empregados e administradores. Desse modo, pode cobrar-lhes

maior lealdade e dedicação. O ato de emprestar o seu trabalho a uma organização que age

com ética constitui-se para o empregado em uma compensação abstrata, de valor

incalculável. (MOREIRA, 2002, p.31).

As organizações empresariais têm a responsabilidade de promover, incentivar e encorajar o


comportamento ético, componente fundamental da cultura empresarial. Estimuladas a tomar
decisões corretas, as pessoas estarão crescendo na virtude almejada. Os Stakeholders acabam por
solidificar sua confiança na empresa, pela percepção que têm de sua cultura. Eles esperam
encontrar, por exemplo, muita dedicação aos clientes, cooperação com a comunidade, respeito às
pessoas, trabalho em equipe, espírito empreendedor e integridade nos profissionais de todos os
níveis hierárquicos. Decorre daí ser a ética uma ciência também prática, e as virtudes, o resultado de
ações no intuito de solucionar dilemas.
A virtude ética diz respeito ao caráter. Assim, à medida que cresce o hábito de praticar boas
ações, o caráter da pessoa torna-se mais enriquecido e ela mais virtuosa. Aristóteles, em Ética a
Nicômaco, elencou inúmeras virtudes importantes para o administrador: prudência, justiça,
moderação, liberdade, ambição, sabedoria e amizade. (1973, Livros II, IV, VI).
Para que os objetivos pretendidos anteriormente sejam alcançados, torna-se imprescindível o
constante esforço de fazer bem todas as coisas, de atuar bem, no pequeno e no grande sempre.
Como resultado, a empresa passa a ser vista como uma instituição ética, integra e de valor.

LIDERANÇA ÉTICA
Líderes são pessoas que exercem influência ética sobre outras, orientando sua conduta. Para
que a liderança se exerça com ética, é preciso conhecer bem os liderados, saber onde querem
chegar, de que modo, com que fins e objetivos. Seguro de que tudo isso é bom, certo e correto, resta
ainda uma atitude que exige extrema prudência: a intervenção quando conveniente, com muita
habilidade, sem um mínimo de despotismo, sem insistência nem omissão e na medida justa. O líder
ético faz que seus seguidores o sigam com liberdade e bom senso, e não por medo.
No final do século XX, foram definidas razões para que a liderança empresarial seja ética.
Os líderes precisam conquistar a boa vontade dos empregados, pois estes atualmente possuem mais
conhecimentos, detêm mais informações e poder, de modo que eles ponham seus talentos a serviço
dos objetivos da empresa. A sociedade em geral não aceita mais o uso coercitivo ou manipulador do
poder, de forma que as pessoas não respeitem os líderes, ou não confiem neles apenas por seu cargo
ou função, mas pelo poder exercido com dignidade e responsabilidade, sendo assim os funcionários
devem ser tratados com respeito.

A liderança ética na empresa depende do sucesso da alta administração em evitar e resolver

problemas dessa natureza. Sem o efeito moderador de uma cultura empresarial moral bem

enraizada, o número e natureza de problemas éticos incômodos podem transcender a

capacidade da administração de resolvê-los. Reciprocamente, problemas éticos

controversos podem servir de teste do compromisso ético da gerência. A incapacidade ou

má vontade em resolvê-los põem em dívida o compromisso assumido e a capacidade da

administração, solapando um bem administrado processo de ética empresarial; a solução

eficaz proporciona uma confirmação e reforços valiosos, de grande importância, dessas

qualidades. (AGUILAR, 1996, p.28).

 Ética em Marketing e Propaganda


ÉTICA NA PESQUISA DE MARKETING
A pesquisa de marketing tem o objetivo de conhecer as necessidades e os desejos do
consumidor. Para isso é necessário que sejam feitos estudos com princípios éticos, para que o
oportunismo ou a ganância não se sobreponham ao principal objetivo do marketing, que é o de
satisfazer a demanda real, e não impor o consumo, transformando o que é supérfluo em necessário.
É indispensável que o pesquisador esteja integrado com a empresa que o contratou, informando
todos os passos da pesquisa, seus custos, eventuais desdobramentos para alcançar as metas
almejadas e principalmente que as conclusões sejam apresentadas com precisão e objetividade. No
levantamento de informações, o entrevistador deve ter uma postura transparente em relação aos
entrevistados. Deve manter o anonimato do patrocinador da pesquisa, evitar perguntas demasiado
pessoais e nunca realizar estudos de observação sem o consentimento prévio do participante.
A ética recomenda cuidado no tratamento dos dados levantados. A informação coletada é
confidencial e deve ser resguardada para que não ocorram eventuais conflitos de interesse. No
Brasil, existem várias organizações que se preocupam com a ética na pesquisa de mercado e
dispõem de códigos que servem como referencial, como por exemplo, a ABIPEME (Associação
Brasileira dos Institutos de Pesquisa de Mercado) e a SBPM (Sociedade Brasileira dos Institutos de
Pesquisa de Mercado).
ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO DO PRODUTO E DO PREÇO
Para se ter ética na administração do produto é necessário considerar a intenção da empresa
ao vender, seus meios ou métodos empregados na produção de bens e serviços e o julgamento das
conseqüências que podem gerar uma ação pouco ética por parte do administrador de marketing. Ou
seja, o marketing propõe um benefício ligado a um produto, e não divulga as restrições que
envolvem seu uso.
Em marketing é necessário pensar no consumidor ou usuário desde a fase de
desenvolvimento do produto ou serviço até as atividades de pós-venda. E para isso alguns
questionamentos podem facilitar a análise ética do gerente de produto. Entre eles: se o conceito do
produto ou serviço é ético, se ele atende as finalidades a que se propõe, se é seguro quando utilizado
da forma prevista e de forma incorreta, porém previsível, se viola alguma patente ou direito autoral
do concorrente, se é compatível com o meio ambiente físico e finalmente se algum stakeholder
organizacional apresenta objeção ao produto.
Um último aspecto da análise ética da gerência de produtos é sua responsabilidade no
período de pós-venda. Assistência técnica e recalls são atitudes que reforçam a atitude ética dos
profissionais de marketing. Nesse sentido, a informação ao consumidor deve ser amplamente
divulgada sobre o produto que se deseja comercializar.
Da mesma forma, os princípios de justiça e eqüidade são indispensáveis para que sejam
estabelecidos os critérios da fixação de preços dos produtos, serviços ou idéias, uma das tarefas
mais complexas de marketing.
Muitas vezes devido à escassez de um produto são cobrados valores exorbitantes pelo
mesmo. Existe a ludibriação do consumidor quando as características do produto são mostradas
com falta de transparência. Quando há urgência ou necessidade extrema de um produto ou serviço,
por vezes são cobrados preços abusivos. Acontece também do marketing e da propaganda
transformarem produtos supérfluos em essenciais e devido às condições de pagamento facilitado, a
compra desses produtos se torna acessível.
Um exemplo de que não houve consideração ética na formação de preços foi noticiado na
revista Veja, em que os maiores fabricantes de cimento do país como a Votorantin, Camargo
Corrêa, Lafarge, Cimpor, Holcim, Soeicom, Itambé e Itabira, foram acusados de combinar preços
para dominar o mercado. Com isso estima-se que o saco de cimento teve um acréscimo de até 20%
no seu preço. Esse cartel possui até um “código de conduta” o qual sugere que o grupo atue de
“forma discreta, eficiente, eficaz” para melhorar o “desempenho da classe”.(DUALIB, Julia. “Tem
areia no concreto”. Revista Veja. São Paulo, ed. 1999, ano 40, n.º10, 14 de março de 2007.)
ÉTICA NA PROPAGANDA
A propaganda tem como objetivo a divulgação das qualidades de um produto, serviço ou
marca através de um meio de comunicação geralmente de massa.
Do ponto de vista econômico, a publicidade e a propaganda guiadas por normas morais
podem levar ao desenvolvimento da sociedade. Podem ajudar na tomada de decisão prudente dos
consumidores e contribuir para a redução dos preços. Conseqüentemente facilita o aumento do
volume de negócios, a geração de empregos e a promoção de melhor qualidade de vida.
A propaganda ética é aquela que tem o compromisso de expor a verdade, não induzir ao
erro, não escandalizar, não se referir aos defeitos do concorrente, submete-se à liberdade de escolha
e não ofender a moralidade da sociedade a que se destina.
Na linha ética e social, é louvável o teor construtivo de muitos anúncios, cujas mensagens
inspiram fé, patriotismo, tolerância, compaixão e serviço ao próximo, promovem o cuidado com a
saúde e incentivam a educação. Entretanto, a propaganda também pode ser vulgar e degradante,
quando ressalta deliberadamente sentimentos de inveja, status social e cobiça; pode ser escandalosa
que apela aos instintos, utilizando uma mensagem sem relação direta com o objeto de divulgação,
captando mais a atenção pela cena do que pelo objeto divulgado. Muitas vezes, procura comover e
chocar o consumidor com apelos que contribuem para corroer os valores morais, atingindo
particularmente os mais indefesos, as crianças e os jovens.

A propaganda em si não é boa ou má. É apenas um instrumento. Seu poder de persuasão,

porém, pode ser utilizado para promover o que é verdadeiro e ético, ou contribuir para a

corrupção das pessoas e para a degeneração do tecido social. A todos cabe a

responsabilidade de fazer com que a propaganda promova, de fato, o desenvolvimento

pessoal e social. (ARRUDA, 2003, p.8).

No Brasil, o Conselho Nacional de Auto-Regulamentação Publicitária (Conar) tem um


Código de Ética que serve como referência para anunciantes, publicitários e profissionais dos
veículos de comunicação de massa que queiram trabalhar eticamente.

ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO DA DISTRIBUIÇÃO


Os canais de distribuição prevêem que os produtos cheguem ao consumidor, nas melhores
condições possíveis, exatamente como saíram do estabelecimento produtor.
Compete ao profissional de marketing decidir se prefere trabalhar com atacadistas,
distribuidores exclusivos, varejistas, franquias ou vendas diretas.
 Ética em Vendas
Qual seria o perfil de um bom vendedor? Será aquele que atinge seus objetivos e os da
empresa ou seria aquela pessoa bem intencionada que procura orientar o cliente em sua decisão?
Uma coisa é certa, um bom vendedor precisa acima de tudo ter ética.
A atividade de vendas, por característica, implica uma poderosa força de persuasão,
chegando a modelar atitudes e comportamentos. Quando uma meta a ser cumprida passa a ser a
principal função do vendedor, deixando de lado o papel de informação sobre especificações,
capacidade e limitações do produto ou serviço que pretende vender, este acaba gerando críticas para
sua categoria. Outro ponto importante que destaca o vendedor é sua atitude transparente e delicada
em relação aos concorrentes. Sua conduta ética predispõe o comprador a receber sua visita, sua
argumentação e suas ofertas com muito mais consideração. Para o vendedor a oportunidade de
relacionar-se com um público diversificado auxilia no aprimoramento e agilidade intelectual.
Uma das maiores habilidades de um vendedor é saber ouvir seus clientes, tirar suas dúvidas
e até mesmo aconselhá-los nas suas tomadas de decisões, agindo de forma ética sem incentivar o
consumismo. E mesmo trabalhando eticamente é possível ter lucro? Francisco Gomes de Matos,
consultor de estratégia empresarial e vice-presidente do Conselho Empresarial de Ética e
Responsabilidade Social da Associação Comercial do Rio de Janeiro, responde afirmativamente a
essa questão.

O bom conceito traduz-se em confiabilidade, e esta é fundamental para efetivar negócios. O

lucro, em geral, ganha força e significado puramente financeiro. Essa é uma visão estreita

que não contempla a riqueza social e psicológica do resultado positivo, como indicador de

saúde institucional. O lucro, em sentido maior, referenda o projeto coletivo vitorioso,

compartilhado, mutuamente usufruído como bem comum. É a realização pessoal, onde está

embutida a auto-realização. Não estou falando de uma ideologia política meramente

socializante, mas de humanismo e cristianização da sociedade empresarial.

A obsessão pelo lucro acaba por gerar o não-lucro, pois desgasta parceiros e inibe clientes,

donde dificilmente a Ética sai imune. (Retirado da Internet: www.ceris.org.br).

O comentário de Oscar Schild, vendedor, gerente de vendas e escritor, conclui com um


apelo veemente: “(...) Lute pela ética na nossa profissão, vendedor. Quer por maus vendedores (será
que podem ser chamados de vendedores?), quer por empresas que somente enxergam um lado (o
delas). Toda venda deve ser boa para três lados: a empresa, o cliente e aquele que a pratica”.
(Retirado da Internet: www.grandesvendedores.com.br).
 Ética na Relação Empresa-Consumidor
A relação da empresa com seus clientes é afetada por uma tensão fundamental entre dois
conjuntos de expectativas conflitantes. O objetivo da empresa é a maximização do lucro; o do
cliente é obter o melhor produto ou serviço pelo menor preço. Contudo, um enfoque econômico e
social da ética leva à compreensão de que a função de oferta, determinada na economia de mercado
pelo desejo de lucro, cabe ao empresário. Na atividade de troca ele é o que oferece bens e serviços
visando benefícios, e o consegue uma vez que satisfaz à demanda com poder aquisitivo,
contribuindo para o cumprimento do fim social da economia e da empresa.
Com os conceitos de fim social da economia e da produtividade econômico-social
encontram-se vinculados aos valores de bem ou serviço, não podem ser vistos apenas em seus
aspectos de curto prazo, mas devem refletir a preocupação do futuro da sociedade, mediante as
previsíveis possibilidades de satisfação das necessidades de capital e cultura, a partir das atuais
tendências de consumo.
Mário René Schweriner, coordenador do curso de pós-graduação em ciências do consumo
aplicadas da Escola Superior de Propaganda e Marketing, avalia que “a maior oferta de produtos no
mercado, somada à redução do tempo para absorver toda a informação disponível causada pela
correria da vida moderna, criou um consumidor ansioso que nunca está satisfeito com o que tem e
sempre está de olho no próximo lançamento”. (SOUZA, Okky; ZAKABI, Rosana. “O cérebro, esse
perdulário” Revista Veja. São Paulo, ed. 1993, ano 40, n.º 4, 31 de janeiro de 2007).
Com isso, é natural que as empresas busquem a satisfação das necessidades culturais e
vitais dos homens, com o maior grau possível de atividade e auto-responsabilidade individuais, de
acordo com os interesses da sociedade.

As relações com os clientes abrangem todos os atos e contatos destinados a estabelecer a

operação comercial. Estas relações continuam a existir mesmo após a concretização da

operação. O relacionamento com os clientes envolve todas as comunicações ainda que não

individualizadas. (MOREIRA, 2002, p.49).

Toda empresa tem, em princípio, a obrigação ética de fornecer bens e serviços produzidos
conforme as especificações técnicas e legislações pertinentes, mesmo que o consumidor não tenha
condições de proceder à verificação. Para isso existem os órgãos de ajuda e defesa do consumidor
em a relação aos termos técnicos e normativos.
A relação entre a empresa e o consumidor verifica-se fundamentalmente pela propaganda, e
pelos serviços de atendimento ao consumidor. Há um problema ético sério na venda de produtos
que constituem um múltiplo de seu preço real de custo, em função dos investimentos feitos em
propaganda, repassado no preço ao consumidor.
Quanto aos serviços de atendimento ao cliente, cada vez menos procurados para reclamação
e mais utilizados para informação, tem seu papel de conciliação e integração entre a empresa e o
consumidor. Contudo, os atendentes deverão ter sempre em mente que servir ao consumidor não
significar atender indiscriminadamente a todas as suas vontades e caprichos. Essa consciência foi
adquirida com surgimento da SECANP – Associação Nacional de Serviços a Consumidores em
Empresas, que estabeleceu critério de análises e avaliações de queixas e solicitações de
consumidores. E pela criação da figura do ombudsman, um interlocutor entre a empresa e o
consumidor.
O consumidor ao fazer alguma reclamação, se ele for retamente intencionado, desenvolve
uma atitude positiva e leal em relação à empresa, garantindo-lhe uma imagem de seriedade e
fidelidade. Entretanto, não faltam consumidores inescrupulosos, que se aproveitam da ocasião e
assumem atitudes egoístas, injustas e mal intencionadas.

Os administradores julgam continuamente os prováveis efeitos de ações sobre a satisfação

dos clientes, os preços das ações, a moral dos empregados e o crescimento da empresa.

Assim, como uma categoria, não é difícil para esses profissionais ir mais além,

acrescentando às suas análises a preocupação ética, através da incorporação ao sistema dos

prováveis efeitos de uma decisão empresarial. Os benefícios evidentes serão identificados,

por alguns indivíduos e grupos, enquanto as desvantagens serão identificadas por outros.

(CASEY, 1990, p.21).

ÉTICA DO CONSUMO E DA DEFESA DO CONSUMIDOR


A ética do consumo é muitas vezes relegada a um segundo plano, pois a demanda efetiva
assume especial importância na dinâmica do mercado e o consumidor se torna o personagem central
da economia social. A relação empresa-consumidor surge com um significado muito mais
profundo, o de contribuição para a formação de uma ordem econômica voltada para o bem estar
social. Isso exigirá não só um novo tipo de empresário, que se fala tanto atualmente, como um novo
tipo de consumidor atuando consciente e decisivamente no restabelecimento de seu papel
dominante na economia.
Antônio Herman V. Benjamin (1994) diz que o aparecimento do direito do consumidor
decorre da incapacidade do mercado em proteger, com suas próprias leis o consumidor de maneira
adequada.
O tema do consumidor tem sido bastante divulgado nos meios de comunicação. No Brasil, a
criação de órgãos e associações que surgiram e continuam a aparecer a cada dia incentivou a
racionalização do processo de compra fazendo com que o consumidor se tornasse mais exigente e
seletivo. O Procon, por exemplo, criado para proteção e defesa do consumidor tem como objetivo
tornar o cidadão apto a defender seus direitos como consumidor. Para isso, dá forte importância à
educação ou orientação do consumidor, sendo sua atuação um canal de comunicação entre a
comunidade e o Estado. É, portanto, um órgão de defesa do consumidor e não fiscalizador.
Segundo Carlos Alberto Bittar, a partir de 1988, com a promulgação da Constituição da
República Federativa do Brasil, ficou estabelecido que o Estado promoveria a defesa do consumidor
e elaboraria um código específico. O código da Defesa do consumidor veio a lume com a Lei n.º
8.078, de 11 de setembro de 1190. Seus objetivos básicos são, entre outros, à garantia da
regularidade das atividades empresarias, permitindo o desenvolvimento dos processos produtivo e
distributivo dentro das normas próprias, em que imperam os princípios éticos da honestidade e
lealdade, e a preservação dos direitos do consumidor, dentro de uma sistemática eficaz, em que
denuncia e sanciona práticas abusivas detectadas na experiência fática. (BITTAR, 1990, pp.23-24).

 Ética em Finanças
As questões éticas permeiam todas as atividades humanas, mesmo porque os indivíduos
sempre têm uma dimensão moral. Filósofos, administradores e economistas estudam a riqueza e o
comportamento humano como uma relação entre fins e meios escassos, que têm usos alternativos.
O que é a administração financeira senão gestão de recursos para usos alternativos de riquezas?
É preciso que empresas, políticas e normas assegurem que sejam atendidas as necessidades
humanas de bens e serviços escassos, possibilitando o desenvolvimento das pessoas,
individualmente e em relação à sociedade. Muitos profissionais parecem despertar para a ética em
finanças no momento em que grandes escândalos são divulgados. Porém, se as transações
financeiras não estiverem apoiadas em determinadas regras e comportamentos morais, o mercado se
ressentirá e a impressão de oportunismo poderá comprometer negativamente os investimentos de
muitos cidadãos, de empresas e de instituições financeiras.
Enquanto na administração financeira buscam-se os meios, na ética é necessário considerar
o fim e o objeto, além das conseqüências e circunstâncias, que atenuam ou agravam a ação. Assim,
a um administrador financeiro cabe a tarefa de, entre as inúmeras opções que tem, escolher a que
maximize a riqueza dos acionistas ou investidores, considerando as conseqüências éticas dessa
ação.
A ética é necessária no ramo de serviços financeiros. Os produtos são desenvolvidos para
atender às necessidades das pessoas e seu marketing deve ser feito de maneira responsável, sem
táticas coercitivas ou enganosas.

No mundo do administrador, imparcialidade e direitos individuais são tratados de forma

espontânea e inconsciente. Na medida em que as transações de tornam mais complexas, não

é possível tratá-las só com o inconsciente, sendo necessário distinguir o que são justiça,

acordo de troca, consciência pessoal e “garra”. Ser justo e respeitar direitos humanos não

são coisas idênticas. Tem pontos de partida e resultados sutilmente distintos... O manto da

justiça pode levar ao comportamento autocrático e paternalista. (CASEY, 1990, pp.21-22)7.

VIRTUDES NA ATIVIDADE FINANCEIRA


A gestão de negócios na área financeira, em que muitas leis e regulamentos já existem,
preocupa-se em ser ética, não porque isso gere lucros, mas porque ela acontece entre seres
humanos, os quais em qualquer circunstância devem agir corretamente, com independência em
relação às conseqüências dessa atuação.
A preocupação com o caráter ético em finanças tem se concentrado bastante sobre a
regulamentação do mercado de modo a lhe garantir um mínimo de credibilidade bem como em
estabelecer limites de exposição para os diversos agentes em função do risco sistêmico. O poder
inerente à área financeira de uma empresa, ou a uma instituição do mercado financeiro, pode ser
empregado de maneira distorcida, independentemente do porte da organização. A rentabilidade, e
não o tamanho, é o fator gerador de riqueza ou de renda. Assim, o poder não deve ser associado à
quantidade de recursos outorgados, mas à faculdade de dar ou negar tais recursos, e isso de forma
discricionária. Deve-se avaliar de maneira minuciosa e responsável às pessoas ou instituição antes
da concessão de crédito para realização de qualquer tipo de projeto. As atitudes éticas e/ou
socialmente responsáveis levadas a cabo pelas empresas são legitimadas dentro do conceito de
maximização da riqueza dos acionistas.
Uma empresa financeira, ou área financeira de uma organização fará uso de seu poder para
discriminar as empresas de forma construtiva, indo além do critério de solvência e capacidade de
devolução dos valores de crédito. A discriminação de projetos em empresas implica deixar de lado
outros investimentos mais eficazes e talvez ocasione o encerramento de operações de uma
organização que, por falta de criatividade inovadora, parece satisfazer-se com a rotina de ramos
mais amadurecidos da economia. O bem comum, princípio e conceito tipicamente ético, deve ser
considerado e preservado nas decisões das instituições financeiras, assegurando seu bom uso do
poder.
Francis J. Aguilar acredita que a capacidade da empresa financeira de evitar problemas
éticos que podem ser evitados, de enfrentar os que não podem ser evitados ou que, erroneamente,
não o são e criar uma atmosfera organizacional de confiança e respeito mútuo requer administração
deliberada, hábil, constante e de aplicação geral. (1996, p.29).

ÉTICA ECONÔMICA NO MERCADO DE CAPITAIS


A evolução dos mercados de capitais deve proporcionar à economia os recursos financeiros
necessários para suas transações e seu crescimento. Os bancos, por exemplo, tem o papel de
intermediar no mercado de dinheiro, crédito e capital. Entender e viver a consistência da ética é o
desafio dos agentes do mercado de capitais.
Em um mercado de capitais mais estável, alguns comportamentos podem ser identificados
como eticamente questionáveis: o tráfico de informação privilegiada - que os economistas
defendem por que aumenta a eficácia do mercado e os juristas recriminam com argumento de
justiça e eqüidade para com os acionistas - e a especulação, que é eticamente admissível enquanto
cumpre uma função objetiva na economia: a redução da incerteza sobre capacidade de
comercialização de ações.
O poder do mercado, a capacidade das empresas e dos agentes econômicos de definir preços
acima dos custos marginais são três pontes importantes da ética no mercado de valores. O problema
ético do poder de mercado reside em um acionista de empresa que objetive maximização de
benefícios tentando maximizar o poder de monopólio da empresa. Isso pode provocar distorções em
outros setores da economia. É possível que a melhor garantia para a eficiência econômica seja ainda
uma vigorosa concorrência no mercado.

 Ética na Gestão de Pessoas


Na gestão de pessoas, as organizações preocupam-se com as leis trabalhistas, com os
acordos sindicais e outros aspectos previstos em regulamentos governamentais e diretrizes da
empresa.
Deve haver um compromisso ético da empresa em relação a seus stakeholders, sempre
enfocando o relacionamento entre pessoas: entre a empresa, seus executivos e acionistas, seus
clientes e fornecedores e a sociedade ou a comunidade em que está inserida, incluindo os
concorrentes; entre os executivos e os empregados e entre os próprios funcionários.
ÉTICA NO RELACIONAMENTO COM EMPREGADOS: CONTRATAÇÃO,
PERMANÊNCIA E DESLIGAMENTO
É possível considerar a ética na gestão de pessoas analisando três momentos da vida de
qualquer funcionário ou diretor de uma organização: a contratação, a permanência e o
desligamento.
A organização no momento de contratar deve ser transparente, clara e sempre escolher as
pessoas que trabalharão na área de seleção com maestria. Esses escolhidos não podem ter a intenção
de retaliação por algum motivo alheio ao candidato e não devem fazer nenhum tipo de
discriminação de qualquer tipo (raça, credo, sexo, idade, condição sócio-econômica).
É dever da empresa contratante fornecer, de modo mais realista possível, todas as
informações importantes sobre a empresa e o futuro cargo a ser exercido, até o limite considerado
adequado, dentro da linha de sigilo profissional.
Quando não há a contratação, a empresa deve expor com objetividade as reais razões pelas
quais o candidato não foi selecionado, através de um telefonema, uma carta ou um e-mail em tom
profissional e delicado. Essa atitude seria suficiente para que a pessoa pudesse se conhecer melhor,
aprender com a experiência e sentir-se estimulada a continuar seu esforço para encontrar trabalho,
superando a depressão que muitas vezes causa o desemprego.
Na vida do funcionário na empresa, a ética é essencial durante a sua permanência. A
transparência, honestidade e sinceridade na comunicação costumam predispor todos os empregados
a agirem com lealdade e liberdade. À medida que uma pessoa demonstra mais responsabilidade no
trabalho, contribuindo com suas idéias e esforços, espera-se dela, e em relação a ela,
confidencialidade, eqüidade e compromisso com respeito ao processo de valorização e
compensação.
A questão da remuneração é sempre muito delicada, do ponto de vista ético, porque não se
trata apenas de proporcionar uma recompensa imediata, mas de averiguar aspectos de
empregabilidade e desenvolvimento.
O funcionário deve ter a preocupação constante de buscar meios de se atualizar. Cabe à
empresa zelar por essa disposição de estudo e aprendizagem habituais, procurando sempre
incentivar o aprimoramento dos funcionários.
É muito importante o momento em que a organização avalia o desempenho do empregado.
O avaliado tem o direito de saber seus pontos fortes e fracos, para continuar se destacando naqueles
em que apresenta bons resultados e ter a possibilidade de se corrigir naqueles em que seu
desempenho não é tão bom assim.
No momento do desligamento, há dois fenômenos que geralmente ocorrem: o funcionário
quer desligar-se da empresa por vontade própria ou a empresa julga conveniente dispensar o
funcionário que deseja permanecer na empresa.
Quando há a necessidade de demissão forçada na organização por motivos imperiosos, esta
deve valer-se de critérios de desempenho e desenvolvimento profissionais, pensando na pessoa e
suas características particulares.
A saída não desejada requer muita compreensão e respeito. Em muitos casos surgem
atitudes pouco éticas por parte do empregado que não deseja sair: pressão, ameaça, trabalho
malfeito, boicote. Quando é a empresa que se opõe ao desligamento do empregado, é importante
deixar clara a possibilidade de futuro retorno, fazer ou não contra ofertas - quando o problema for
salarial -, ou procurar um acordo, se houver outras a razão para a demissão.
O desligamento por aposentadoria também exige alguns cuidados éticos. É preciso honrar
todos os compromissos assumidos durante a permanência do funcionário.

ÉTICA NO RELACIONAMENTO COM ESTAGIÁRIOS POR PARTE DA EMPRESA


Atualmente, os estagiários executam tarefas tão importantes quanto os próprios empregados.
Num contrato de estágio, a organização e o estagiário são beneficiados. É importante perceber as
atitudes éticas que essa pessoa em formação já possui e ajudá-la a lapidar esse comportamento
apresentado no dia-a-dia da empresa.
Se por parte da empresa a finalidade do estágio é proporcionar aprendizado, a ética deve
permear o programa de formação, incentivando o estudante a já se comportar eticamente de várias
formas. Primeiro, não tendo medo de pensar, refletir, meditar sobre a razão das coisas e das ações.
Sendo sincero, verdadeiro e coerente com a sua forma de pensar e agir em seu convívio profissional
e também conversando com as pessoas quando notar que alguma atitude ou conduta no ambiente
profissional pareça desdizer dos princípios éticos que está acostumado a viver, dentro ou fora da
organização.
O estagiário deve aproximar-se de pessoas que aparentam possuir critérios éticos sérios,
podendo aprender e aprofundar-se. Atualmente o perfil da personalidade do profissional, sua
conduta ética e sua maturidade passaram a ser vantagem competitiva nos processos de seleção de
empresas.
Um profissional competente que, para suas decisões profissionais, conta com seus
princípios, certamente estará mais preparado para assumir mais responsabilidades no trabalho que
uma pessoa pouco habituada a refletir e agir eticamente. As organizações hoje estão avaliando o
perfil ético e a característica de liderança nos candidatos a um cargo ou posição em seu quadro de
funcionários.
FORMAÇÃO DO PERFIL ÉTICO E A PROCURA PELA EMPRESA ÉTICA
O profissional ético é uma pessoa formada técnica e moralmente para exercer uma função
dentro de uma organização ou de forma autônoma. Tecnicamente, porque o profissional que diz
possuir as habilidades necessárias e na realidade não está preparado prejudica a si próprio e à
empresa que o contratou. Moralmente, porque o caráter ético é notado em muitos pormenores do
seu desempenho.
Esse profissional possui as seguintes características: honestidade, sinceridade, franqueza,
transparência; sugere alternativas quando a forma habitual de atuar na empresa ou no ramo de
negócios for contrária à moral ou aos bons costumes, sabe dizer não com personalidade, sabe
ponderar o que é bom para si, para a organização e para a sociedade e não se limita a cumprir o que
lhe é solicitado. Atualmente, há profissionais que preferem receber salários inferiores, mas trabalhar
com ética, do que receber maiores salários e ter que trabalhar de uma forma que julga ser antiética.
A produtividade, o bem-estar e o progresso profissional de uma pessoa dependem muito do
ambiente ou da cultura da organização em que e para a qual ela trabalha. Normalmente, antes de
ingressar numa empresa, o candidato questiona como os negócios são realizados e se são realizados
com eticidade.
Nos dias de hoje, em todo o mundo, nota-se uma volta à moralidade. Clientes, consumidores
e fornecedores prezam valores como honestidade, transparência, lealdade e competência.

 Ética em Negócios Internacionais


Com a globalização de mercados, defrontam–se culturas diferentes. Segundo Maria Cecília
C. Arruda, “cultura é um sistema integrado de padrões comportamentais aprendidos,
compartilhados e transmitidos de geração em geração, que distinguem as características de uma
determinada sociedade”. (2003, p.128).
É preciso desenvolver estratégias de negócios internacionais, funções e processos que levem
em consideração fatores ambientais poderosos e interdependentes, como a política, a economia, as
leis, a tecnologia, a cultura e, sobretudo, a ética em relação às nações hospedeiras. É de extrema
importância a preocupação com hábitos e costumes locais desde que sejam preservados os
princípios e valores básicos.
Em negócios internacionais, um ponto muito importante que pode levar ao sucesso é saber
adaptar e ajustar as culturas diferentes, pois o comportamento considerado normal em uma cultura
pode ser inaceitável em outra, ainda, práticas aceitas em um país podem ser consideradas imorais
em outro.
COMUNICAÇÃO E LINGUAGEM
A linguagem sendo um dos meios primários de comunicação dá sentido a acontecimentos
específicos, pensamentos e sentimentos, possibilitando interpretar o meio ambiente. Os
profissionais de negócios internacionais costumam tratar a linguagem como uma ferramenta de
comunicação.
Numa comunicação por telefone, uma pausa ou um tom de voz podem modificar o
significado das palavras que estão sendo pronunciadas. O mesmo se pode dizer do silêncio. A
linguagem silenciosa, ou não verbal, abrange gestos, caretas, postura, cor e distância. Por exemplo,
nos Estados Unidos os interlocutores mantêm uma distância média de 45 cm, enquanto para os
latino-americanos essa distância cai para 30 cm, e nos países árabes é ainda menor.
Os gestos podem ser simbólicos ou sinais mímicos, com significados especiais dependendo
da cultura. Cabe ao profissional de mercados globalizados escolher as palavras, o sotaque, o dialeto
e outros padrões de linguagem, escrita, falada ou silenciosa, que podem ser corretamente
compreendidos numa determinada cultura.

CRENÇAS E ATITUDES
Por natureza, o homem é um ser religioso, voltado ao sobrenatural, e isso concretiza – se em
práticas, rituais e posturas que influenciam o comportamento de compra. Desta forma, padrões de
consumo estabelecem –se em função da crença.
Os costumes religiosos orientam também o padrão de desenvolvimento econômico das
pessoas, no que diz respeito, por exemplo, aos hábitos de consumo, estilo de vida, posse de bens
materiais, tipo de trabalho. Sendo assim, a produção, propaganda, promoção de vendas no varejo e
outras providências de marketing são tomadas em conseqüência disso.

ESTÉTICA, VESTUÁRIO, COMIDA E HABITOS DE ALIMENTAÇÃO


A estética refere-se às idéias que prevalecem em uma cultura, no que diz respeito à beleza e
bom gosto, geralmente expressos nas artes e à apreciação de cores e formas. As roupas e músicas
variam de cultura para cultura. A escolha dos nomes de marca normalmente é mais bem
compreendida quando utilizada linguagem local.
O modo como os alimentos são preparados, servidos e comidos variam, por exemplo,
enquanto em países latino-americanos e da Europa os órgãos internos de alguns animais são
apreciados, nos Estados Unidos são considerados comida de cachorro.
Na globalização de mercados, mais importante que a cultura do profissional de marketing é
a cultura do consumidor. É difícil adquirir todo o conhecimento cultural necessário à administração
de negócios internacionais. Informações objetivas são obtidas pela comunicação com outras
pessoas, através de pesquisas, educação e atitude de respeito.

EFEITO DAS CULTURAS SOBRE AS ORGANIZAÇÕES


Enquanto alguns produtos são bem sucedidos em mercados globais, outros exigem
adaptações nos vários países em que são lançados. A tecnologia de processo pode ter que se ajustar
em função de aspectos culturais.
Do ponto de vista ético, os efeitos da cultura sobre funções gerenciais específicas aparecem
quando um executivo tenta impor seus próprios valores e sistemas a outra sociedade. No trato com
negócios internacionais, um cuidado extremo deve ser tomado para evitar que o gerente cause a
impressão de que sua cultura é superior à dos demais.

Podemos dizer que um dos efeitos da economia global é a adoção, por todo o mundo, de

padrões éticos e morais mais rigorosos, seja pela necessidade das próprias organizações de

manter sua boa imagem perante o público, seja pelas demandas diretas do público para que

todas as organizações atuem de acordo com tais padrões (ASHLEY, 2006, p.7).

 Ética e Economia


O QUE É ECONOMIA?
Há varias maneiras de identificar a economia. Para os economistas clássicos como Adam
Smith, David Ricardo ou John Stuart Mill, a economia é o estudo do processo de produção,
distribuição, circulação e consumo da riqueza. É o estado de como os homens e a sociedade
decidem, com ou sem utilização do dinheiro, empregar recursos em aplicações, visando retorno
favorável. A palavra economia vem do latim oeconomia, ou seja, é a arte ou ciência de bem
administrar uma casa ou um estabelecimento, poupança, moderação ou contenção nos gastos,
ciência que trata da produção, distribuição, acumulação e consumo de bens materiais.
Segue abaixo algumas definições de Economia:
1- A economia é fundamentalmente a ciência que estuda a produção e distribuição de bens
utilizando recursos escassos.
2- As pessoas têm necessidades e desejos.
3- A economia pode englobar os ramos de atividade e processos relacionados com gestão de
recursos públicos, privados, dinheiro, crédito, títulos, ações e obrigações do Estado.
Para Robbins, “economia é a ciência que estuda o comportamento humano como um
relacionamento entre fins e meios escassos que têm usos alternativos” (1935, pp. 124-125).
RELAÇÃO ENTRE ÉTICA E ECONOMIA
A Economia como ciência não pode afastar-se dos aspectos éticos, já que os fins
econômicos a que uma pessoa se propõe não são totalmente independentes da ética. Por isso, é
irretorquível a afirmação de Paulo VI: “Economia e técnica não têm nenhum sentido senão para o
homem a quem devem servir”.
A ética estuda as ações do homem em relação à sua moralidade, isto é, julga se são boas ou
más; o homem é um ser com uma unidade essencial e profunda em sua vida. Ele pode desempenhar
uma profissão, construir famílias, comprar carros, casas, mas essas finalidades são passíveis de
julgamento ético e moral, precisamente em função da unidade de sua pessoa.
Por isso, podemos dizer que economia e ética são ciências autônomas, porém são inter-
relacionadas. A economia esta subordinada à ética, embora elabore suas teorias e propostas com
liberdade.

 Ética e Inflação


Inflação é a queda do valor de mercado ou poder de compra do dinheiro. Isso é equivalente
ao aumento no nível geral de preços. Inflação zero, ou muito baixa, é uma situação chamada de
estabilidade de preços.
A desvalorização do valor aquisitivo da moeda corrói as relações econômicas entre os
agentes e semeia a desconfiança institucional e política. Até onde vai o jogo da inflação? A
hiperinflação é o limite.
A experiência de países que sofreram as conseqüências de uma hiperinflação não augura
esperanças promissoras. A moeda nacional perde o valor e deixa de ser o norte de referência das
transações econômicas. Os custos sociais são imprevisíveis. Nessa situação, aparentemente alguém
ganha e alguém perde, mas na verdade todos perdem: o governo e o particular, o empresário e o
empregado, o comerciante e o consumidor.
O sucesso do combate à inflação passa pelo apoio que os planos recebem e se sustenta na
confiança e no exemplo que o governo inspira e manifesta. Sem credibilidade, sem o exemplo de
quem dita as regras e tem o poder de emitir moeda, não se cria o clima de confiança que permite
controlar a inflação.
 Ética e Capital Humano
O fator do trabalho consiste na aplicação do esforço humano à atividade produtiva. O
trabalho pode ser manual, intelectual ou a combinação de ambos, dar aula ou escrever um livro é
uma atividade produtiva e tem uma contrapartida econômica. O trabalho é importante, pois sem ele
não temos as produções, sem trabalho o capital se perde.
A produção só pode ter lugar se para tal estiverem disponíveis os recursos necessários. Os
fatores de produção são normalmente divididos em três categorias principais: terra (recursos
naturais), trabalho (conjunto dos recursos humanos) e capital (recursos produzidos pelo homem).

TRABALHO, CAPITAL HUMANO E DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO


A questão da qualificação do trabalho e dos trabalhadores não preocupou somente os
teóricos e gestores do capital, muito pelo contrário; os críticos do capitalismo e defensores do
trabalho têm discutido questões relativas à qualificação e formas de organização, analisando-as,
essencialmente, à luz do conceito de trabalho.
O trabalho manual envolve percepção e pensamento. Nenhum trabalho é tão completamente
rotinizado que possa ser executado sem que se tenha alguma forma de organização conceitual. Da
mesma forma, todo trabalho mental envolve alguma atividade corporal, a qual é, em muitos casos,
um aspecto vitalmente importante desse trabalho. Se o capital humano é elemento essencial na
produção, o capital humano é a chave da produtividade.
O conceito de capital humano é fundamental para estudar o crescimento e desenvolvimento
econômico dos países. Esse processo supõe que ajustes institucionais, fiscais e jurídicos são
necessários, bem como incentivos para inovações e investimentos em um sistema eficiente de
produção e distribuição de bens e serviços à população. O fator do trabalho está condicionado pelo
capital humano, ou seja, pelo conjunto de habilidades que os trabalhadores possuem.
A expressão "formação de capital humano", empregada por Harbison, constitui:

O processo de formação e incremento do número de pessoas que possuem as habilidades, a

educação e a experiência indispensáveis para o desenvolvimento político e econômico de

um país. A criação de capital humano se assimila, desse modo, a uma inversão em

benefício do homem e de seu desenvolvimento como um recurso criador e produtivo. Inclui

a inversão por parte da sociedade na educação, a inversão por parte dos empregadores no

adestramento e a inversão de tempo e dinheiro por parte dos indivíduos para seu próprio

desenvolvimento. Tais inversões possuem elementos qualitativos e quantitativos, isto é, a

formação de capital humano implica não apenas gastos de educação e adestramento em


sentido estrito, mas também o cultivo de atitudes favoráveis à atividade produtiva.

(HARBISON, 1974, p.153.)

 Ética e Crescimento Econômico


O crescimento econômico é muito importante para a estabilidade do país e é definido como
incremento do produto interno bruto ou renda per capita. Por esta última, pode-se saber o grau de
desenvolvimento de um país e da divisão de renda nacional; para isso foi criado o Índice de
Desenvolvimento Humano – IDH – com o objetivo de medir o nível de desenvolvimento do país.
A natureza do crescimento econômico consiste em ser fundamental nas estratégias de
desenvolvimento mais eficazes; é necessário perceber esse em todas as áreas e suas dimensões. O
crescimento demográfico atual não é um assunto numérico somente; trata-se de algo mais
substantivo: o drama difícil e complexo do desenvolvimento humano que uma grande parte da
humanidade enfrenta no novo século.

CRESCIMENTO ECONÔMICO E DIFERENÇAS DE RENDA ENTRE PAÍSES


As evidências apontam na direção de que o crescimento econômico das últimas décadas não
somente amenizou o problema das nações menos favorecidas economicamente, como deteriorou a
distribuição de renda, causando maiores desigualdades sociais.
O crescimento distribuiu-se assimetricamente entre os países. A distância entre países
pobres e ricos aumentou nas últimas décadas. De acordo como o Relatório do Desenvolvimento
Humano (1999), publicado pelas Nações Unidas, 20% dos países mais ricos detêm 86% do PIB
mundial, enquanto os 20% mais pobres apenas participam em 1% da produção mundial. Os países
da OCDE, comenta o Relatório, “com 19% da população total, têm 71% do comércio mundial de
bens e serviços, 58% do investimento total e 91% do total dos usuários da Internet”. (World
Development Report, 1999 apud ARRUDA, 2003 p 165).
O tema central que emerge da análise da quantificação do crescimento é um “generalizado e
sem precedente distanciamento em termos de nível de renda e desempenho entre países, e
especialmente entre a OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) e
muitos países em desenvolvimento, tanto na primeira quanto na segunda metade do século XX”.
(CRAFTS, 2000 apud ARRUDA, 2003, p.165).
Em torno a 1970, um desapontamento crescente expressava que, depois de duas décadas de

taxas de crescimento econômico sem precedentes na maioria do terceiro mundo, centenas

de milhões permaneciam na mais objeta pobreza e em muitos países a distribuição de renda

parecia ter piorado. Emergiu um consenso que não é suficiente para a política de

desenvolvimento perseguir uma alta taxa de crescimento do produto da renda per capita. A

política precisava atender mais diretamente objetivos sociais – emprego, melhorara

distribuição, reduzir a pobreza (ARNDT, 1983 apud ARRUDA, 2003, pp.165-166).

O pensamento expressado por Arndt, relaciona as conseqüências do distanciamento dos


níveis de renda entre países com a pobreza e a desigualdade de renda dos países menos
desenvolvidos, porém é importante também analisar a evolução da distribuição de renda nos
últimos decênios.

CRESCIMENTO E DISTRIBUIÇÃO DE RENDA ENTRE PESSOAS


Crescimento econômico e distribuição da renda são temas básicos da teoria e análise
econômica do desenvolvimento, em país com desigualdade extremamente elevada. Parece
consensual que é necessário reduzir essa desigualdade, mas toda medida prática nesse sentido gera
polêmica.
Uma idéia equivocada a respeito do relacionamento entre crescimento e distribuição de
renda resume-se na célebre frase “os ricos se tornaram mais ricos e os pobres mais pobres”. Os
dados evidenciam que, de fato, os benefícios do crescimento foram mal distribuídos. Contudo, isso
não significa que as classes menos favorecidas não tenham partilhado também dos benefícios do
crescimento econômico.
Estudo desenvolvido por Dollar e Kraay analisa como o crescimento econômico mundial
afetou os pobres. Com base em dados de 80 países ao longo de quatro décadas conclui-se que os
pobres viram sua renda aumentar na mesma proporção que o crescimento econômico geral. Ou seja,
na realidade não ocorre o distanciamento entre ricos e pobres a que se refere o dito popular. Outro
resultado derivado da pesquisa empírica de Dollar e Kraay é que o relacionamento pobreza-
crescimento não se altera em épocas de crise, quando comparados a períodos normais, contrariando
a idéias de que os pobres sofrem mais com a recessão econômica (DOLLAR e KRAAY, 2000 apud
ARRUDA, 2003, p.166).
A questão distributiva ainda está longe de uma solução, tanto no âmbito internacional,
quanto no Brasil. Por essa razão, aqueles que depositaram a esperança em que o crescimento
econômico melhoraria substancialmente as condições de vida de toda a sociedade, por meio de uma
distribuição de renda mais eqüitativa, estão vendo suas expectativas frustradas. Essas boas
perspectivas não correspondem à realidade do atual contexto econômico mundial.
Decorridos 25 anos da publicação de seu célebre livro The affluent society, Galbraith
reexaminou seu pensamento para manifestar que estava equivocado ao pensar que os pobres seriam
beneficiados com o aumento de riqueza dos mais favorecidos economicamente:

Eu não antevi, com clareza, como com a opulência reagiríamos diante da situação daqueles

que não compartilhavam da boa fortuna. Eu devia ter entendido que com o bem-estar geral,

reagiríamos segundo a mais antiga, senão a mais admirável, tradição dos bem-protegidos

financeiramente; isto é, as pessoas, uma vez estando razoavelmente confortáveis,

encontraram motivos plausíveis – ou, mais freqüentemente, menos implausíveis – para se

eximirem de preocupações com os pobres (GALBRAITH, 1984 apud ARRUDA, 2003,

p.167).

Talvez a conclusão a que cheguemos seja, em termos práticos, de que o egoísmo é uma
tendência natural no homem, e que o altruísmo e a solidariedade não se dão sem esforço, em função
de um objetivo ou finalidade superior. Por isso, o crescimento econômico não necessariamente
conduz a uma preocupação com o bem-estar social ou a uma justa distribuição de renda.

EDUCAÇÃO, DISTRIBUIÇÃO DE RENDA E CRESCIMENTO ECONÔMICO


A mudança na distribuição de renda de uma nação é um lento processo a longo prazo e
envolve múltiplos fatores. Uma das variáveis-chaves para desencadear esse processo é a educação,
ou, em termos técnicos, o capital humano.
Na produção o único elemento essencial e insubstituível é o trabalho, e trabalho são pessoas,
isto é, o fator humano. Fator humano que pode ser entendido em dois sentidos: como característica
cultural de um país e como resultado da educação, ou seja, do nível de instrução e capacitação
profissional da população.
O crescimento é uma condição necessária de um maior bem estar econômico, mas não
suficiente. É imperativa a erradicação da miséria e desejável a minimização da pobreza, mas
alcançadas as condições materiais que permitam levar uma vida digna, o grau desejável de bem-
estar e os meios para alcançá-lo são questões ainda não resolvidas.
Com relação à educação e treinamento profissional, amplo consenso afirma ser esta a chave
do verdadeiro desenvolvimento econômico e social. Aplica-se à educação o célebre provérbio:
oferecer um peixe a quem não tem comida tira a fome um dia; ensinar a pescar resolve o problema
da fome para a vida inteira.
Alterar o perfil da distribuição de renda é uma meta a ser perseguida a longo prazo,
mediante uma política educacional adequada em todos os níveis. A educação, sob esta perspectiva,
deve ser considerada um condicionante ético do desenvolvimento econômico e humano.
Pode-se afirmar que o crescimento econômico é algo desejável, em termos éticos, à medida
que pode contribuir para o aperfeiçoamento das pessoas e da sociedade. Entretanto, esse
crescimento não deve ocorrer à margem de um aumento da pobreza ou de uma maior desigualdade
na distribuição de renda. A questão-chave desse processo encontra-se no âmbito educacional, em
proporcionar os recursos educativos que permitam às pessoas ganhar a vida honestamente.

 Ética e Microcrédito


Microcrédito é um instrumento financeiro que se caracteriza por empréstimos de valores
relativamente pequenos a empreendedores de baixa renda, que vivem, em geral, na economia
informal. Entretanto, há que se considerar que o microcrédito, além disso, tem sido desenvolvido
para atender as necessidades dos pequenos empreendimentos, portanto, leva em conta, além das
suas condições econômicas, as relações sociais do tomador. Utiliza-se de metodologia própria
voltada ao perfil e às necessidades dos empreendedores, estimulando as atividades produtivas e as
relações sociais das populações mais carentes, gerando, assim, ocupação, emprego e renda.

O BANCO QUE AJUDA APENAS AOS POBRES


O Microcrédito foi criado pelo Professor Muhammad Yunus. Yunus, também conhecido
como professor da Universidade de Chittagong, deixou as salas de aula há mais de dez anos para
dedicar-se exclusivamente ao cargo de Diretor Executivo do Grameen Bank.
A criação de banco é uma aplicação da ética econômica e social que leva em consideração a
integridade da pessoa humana, restituindo aos pobres a dignidade e os direitos que descobriram em
contato com seu trabalho. O Grameen é baseado na confiança. A fiscalização é feita pela própria
comunidade. Há um conjunto de regras e critérios rígidos para os empréstimos e o crédito não é
fornecido para todo mundo.
Assim, os que estão na fila controlam os pagamentos e cumprimento das normas
estabelecidas. Para aumentar os recursos dos pobres, o auto-emprego, apoiado por créditos, tem um
potencial maior que o emprego assalariado.
Quando a pessoa que nunca havia tomado dinheiro emprestado antes paga a primeira

prestação, sua felicidade é imensa, pois ela provou ser capaz de ganhar o suficiente para

pagar suas dívidas. Depois vêm a segunda e a terceira prestações. É uma experiência

extraordinária. Ela descobre a sua própria capacidade, e transborda de alegria, uma alegria

palpável e contagiosa que se transmite a todos. Ela percebe que vale mais do que as pessoas

pensavam, e tem em si potencialidades insuspeitadas.

O empréstimo Grameen não é apenas dinheiro, é uma espécie de passaporte para a auto-

descoberta e a auto-exploração. Quem o recebe começa a explorar seu potencial e a

perceber sua criatividade oculta (YUNUS, 2000, p.139).

 Ética na Era da Informação

Portanto, o primeiro ponto que eu gostaria de enfatizar é que, seja em que aspecto for da

ética, nós não podemos simplificar para colocar numa perspectiva em que existem os do

bem e os do mal. Ou seja, nós todos estamos a caminho. Alguns com mais intenção, outros

sem nenhuma intenção, porém, muitas vezes, felizmente, sendo arrastados pelo rumo dos

acontecimentos de uma humanidade que, cada vez mais, percebe que não tem o direito de

se eliminar, destruindo-se mutuamente. (Roseli Fischmann, 1999 apud FORUM

FEDERASUL DE ÉTICA, 2000, p. 313-314).

As mudanças ocorridas após a invenção do browser (linguagem multimídia) afetaram


consideravelmente o comportamento e a relação entre as pessoas e isso acarretará em mudanças
também na área empresarial.
A revolução da informação trouxe a necessidade de reavaliarmos ou até criarmos conceitos
éticos antes não ordenados e estabelecidos. O abuso na prestação de serviços de informática, a
manipulação, a pirataria e até a exclusão tecnológica são problemas em que profissionais de ética e
líderes empresariais deverão discutir para esse inicio de milênio.
I E II FÓRUM FEDERASUL DE ÉTICA
Fóruns realizados para a discussão ética de vários assuntos, o primeiro ocorrido no Rio
Grande do Sul, um em 1999, o segundo ocorreu em Porto Alegre em 2000, serão alvo de nossa
análise sobre problemas ou questões éticas. Sobre o primeiro Fórum comentaremos sobre o painel
referente à comunicação, no segundo os assuntos selecionados foram os aspectos referentes à
tecnologia de informação e seus problemas em uma visão que afetará, em suma, decisões
empresariais.
Apresentamos, assim, algumas teses do professor Richard T. de George, que discorreu sobre
o tema Business ethics in the information age, no I Fórum (1999, pp. 184-189):

 Diferentes percepções da informática


A tecnologia de informação está presente desde as atividades econômicas e de produção, ao
nosso cotidiano, porém o sentido da informática é compreendido de forma diferente pelas diversas
pessoas. Essa desigualdade vem desde a quantidade de tecnologia que cada país tem capacidade de
adquirir à falta de acesso à rápida evolução do material necessário utilizado nos computadores (os
softwares).
Essa realidade traz como conseqüências situações antiéticas, como uma possível segregação
de informação que afetará, por exemplo, o mercado mundial. Além disso, existem questões
referentes à pirataria de softwares, discos e livros digitais que derivam do difícil acesso à tecnologia
de última geração, sendo esta, muitas vezes, indispensável ao modo de vida atual. Por exemplo,
uma empresa entrou no mercado e necessita de ferramentas hábeis à concorrência, porém ainda não
possui recursos suficientes; sua solução mais prática é recorrer à pirataria.

 Mito da amoralidade dos sistemas


Prestadores de serviços de informática passaram a fazer parte do cotidiano das empresas
nessa nova Era. A escolha da terceirização dessa área foi adotada no intuito de não trazer o
conhecimento da computação e da tecnologia de informação para dentro das empresas.
Essa atitude causou uma falsa imagem de que computadores e tecnologias de informação
não possuem responsabilidade sobre suas falhas, o que na realidade nem sempre poderá ser vista
dessa forma.
A falta de ética empresarial encontra-se essencialmente quando ocorre uma lesão na empresa
contratante sem haver uma justificativa hábil devido à aparente amoralidade do sistema.
 Contexto holístico, ou seja, visão do todo
Partindo do pressuposto que a informação é algo verdadeiro, ou seja, livre de erros e
enganos; a confiança e a precisão da informação são essenciais na sua característica. Caso haja uma
falha nesse conceito o descrédito por ela trará problemas, como: o comprometimento de uma
prestadora de serviços, conseqüências econômicas e sociais ou manipulação, devido ao computador,
atualmente, ter o poder de modificar o conceito que as pessoas possuem do próprio ser humano.
Assim, chega-se à vulnerabilidade das redes de computadores, pensando no risco de
sabotagem nos vários ramos empresariais e sociais.

 Comunicação não se separa de informação

Mas o que eu quero contar agora é um episódio sobre como eu aprendi uma lição

fundamental, não com jornalista, mas com um simples cidadão. Foi há menos de três anos,

quando eu tinha acabado de assumir a função de editor-chefe do Jornal Nacional. Naquele

dia, acho que era um sábado, exibimos uma reportagem sobre uma doença neurológica

degenerativa e incurável, uma doença que atingia crianças. Não era uma daquelas matérias

que falam de doenças, mas não falam da cura, (...). Falava sobre uma família que obteve na

Justiça o direito de tratar o filho nos Estados Unidos, com uma técnica experimental para

essa doença. Tomamos todos os cuidados possíveis com a matéria ou reportagem, ela foi

vista e revista sete ou oito vezes antes de ir ao ar. Questionamos a nova técnica para não

criar falsas esperanças, ouvimos especialistas brasileiros, cercamo-nos de todas as

precauções. Apenas um detalhe nos escapou. Uma frase curta, de poucas palavras, dita pelo

repórter: o mero e imperceptível aposto explicativo, a informação de que aquela doença

costuma matar as sua vitimas muito cedo. O jornal acabou, e esse cidadão de que eu falei

ligou para a TV. Atendi ao telefone e ouvi mais ou menos esta frase: „O que eu devo dizer

para os meus dois filhos de 10 e 12 anos que têm esta doença? Estavam vendo o telejornal

conosco e não sabiam que iriam morrer ainda jovens.‟ Aquilo foi para mim como um soco

no estômago. Não sabia o que dizer para ele. Emudeci primeiro, depois balbuciei algumas

desculpas, gaguejei algumas explicações e aprendi ali, naquele telefonema de um

telespectador, o que já deveria saber. Quem fala para 50 milhões de brasileiros não deve

pensar apenas sete ou oito vezes no que está dizendo. Tem de pensar muito mais.

(MARONA, 1999 apud FORUM FEDERASUL DE ÉTICA, 2000, pp. 298-299).


“A comunicação é um elemento importantíssimo nesse processo de reconhecimento da ética
como valor humano, como valor empresarial, como valor político, como algo que tem de nortear
nossas relações cada vez mais.” (Carlos Eduardo Jardim, I Fórum Federasul de Ética (1.:1999:
Porto Alegre), Porto Alegre: 2000, p. 293).
Observando a partir desses exemplos e transferindo-os para a realidade das informações em
rede, é possível afirmar que a falta de veracidade e precisão são vilões que podem trazer graves
conseqüências para a sociedade, e conseqüentemente para as empresas.
A oportunidade de divulgação de informações anonimamente favorece internautas
inescrupulosos que transmitem mensagens pouco confiáveis ou até criminosas, sem uma devida
punição. Sabendo que há ramos de atividades que utilizam e dependem das informações da rede,
por exemplo, o marketing; está claro que é preciso uma preocupação ética para evitar que isso
aconteça.
Outra discussão no ramo empresarial está no uso dos e-mails. De acordo com uma pesquisa
realizada pela Federação e Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp/Ciesp) com 1.700
indústrias paulistas, 83% delas empregam o e-mail para as mais diferentes atividades ligadas a seus
negócios (Ângela Nunes, E-mail bem mais eficaz. Veja, São Paulo: Abril, ed. 1673, ano 33, n.° 44,
1º novembro de 2000.)
Portanto questões como: quem possui as propriedades contidas no e-mail ou na caixa de
mensagens, a empresa ou o empregado? Quem assegurará a eticidade do uso do e-mail empresarial?
Qual o limite de uso particular do e-mail da empresa? São perguntas de valor ético que, por
enquanto, estão sendo sanadas por escolha da empresa, sem garantias de decisões devidamente
justas.

 Privacidade e segurança referente a dados pessoais


A chamada coordenação legal internacional surgiu de um esforço para que problemas
referentes à privacidade de informação obtivessem uma interpretação uniformizada em países que
ainda não possuem uma legislação especifica para esses casos.
Há uma preocupação com relação à segurança das informações pessoais. As pessoas temem
uma má utilização ou uma divulgação descontrolada de seus dados, fato que se dá a episódios
relacionados com roubo de números e senhas de cartões de cheques, dados de identidade, entre
outros.
 Nova concepção de propriedade
Na rede de informações, nem sempre existem casos em que se aplicam diretamente os
direitos autorais, necessitando assim de uma nova legislação que reoriente essa nova forma de
divulgações de informações.

Na legislação brasileira, enquanto o Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) é

responsável pelo registro de marcas e patentes, quem cuida do cadastro de domínios na

Internet é atualmente a Fundação de Amparo à Pesquisa do estado de São Paulo (FAPESP).

Essa empresa,que exerce essa função por delegação, é uma entidade estadual que atua,

nesse particular, em âmbito nacional. Para desenvolver essa função que lhe foi atribuída,

criou o Núcleo de Patenteamento e Licenciamento de Tecnologia (ARRUDA, 2003, p.190).

ATUALIDADES
Abaixo, seguem textos com referências a reportagens que complementam o que foi
apresentado anteriormente:
 No final do ano passado, um usuário da internet, cujo apelido é Fearwall, descobriu
uma falha de segurança inédita no programa Excel da Microsoft. O internauta decide
fazer um leilão pela informação adquirida. Sem que ocorresse o leilão, a Microsoft o
convidou para ajudar a solucionar o problema. A discussão ética sobre o ocorrido
cria comentários sobre o quanto essa atitude pode nos beneficiar referente à
segurança na rede de informações, ou seja, o quanto essa atitude estimula a procura
de falhas e a renovação da tecnologia que se reflete a favor da sociedade. (Juliano
Barreto, Empresas usam piratas para achar falhas, Folha Online - Informática,
12/04/2006).
 “Para tentar disciplinar a pesquisa para trabalhos e frear as agressões entre alunos em
ambientes virtuais - o que pode acarretar até em processo criminal - escolas
particulares de São Paulo decidiram incluir nas suas atividades o ensino de ética no
uso da Internet”. Devido a problemas ocasionados pelo mau uso da internet, escolas
particulares introduziram a nova matéria para ensinar aos alunos qual a melhor forma
de utilizar a internet, mostrando como não se deve proceder em casos que podem
gerar processos criminais. Além de palestras sobre os vários assuntos que abrangem
as informações fornecidas na rede, e aulas de como realizar pesquisas da internet
(Fábio Takahashi, Escolas particulares de SP ensinam ética no uso da Internet,
Folha Online – Educação, 26/03/2007).
CONCLUSÃO

Provavelmente, há outros assuntos relacionados ao tema que podem não ter sido retratados
nesta peça, mas o nosso desejo foi elencar o que há de mais interessante a respeito, fazendo uma
abordagem simples e demonstrando como esse tema é relevante para a formação dos estudantes das
ciências sociais, em especial das Ciências Econômicas. Também desejamos que este trabalho sirva
para a informação dos profissionais e dos demais interessados pela ética nas relações econômicas e
empresariais.
 Referências Bibliográficas

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