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REVISÃO DE DIREITO URBANÍSTICO

- PROVA PGM CURITIBA -

- INFORMATIVOS STF/STJ –
- DOUTRINA TEMÁTICA-
- ANÁLISE OBJETIVAS-

Prof. Álvaro Veras


Prof. Filippe Augusto
Profa. Lara Teles
 

INFORMATIVOS STF/STJ

“Solo criado é o solo artificialmente criado pelo homem (sobre ou sob o solo
natural), resultado da construção praticada em volume superior ao permitido
nos limites de um coeficiente único de aproveitamento. (...) Não há, na
hipótese, obrigação. Não se trata de tributo. Não se trata de imposto.
Faculdade atribuível ao proprietário de imóvel, mercê da qual se lhe permite
o exercício do direito de construir acima do coeficiente único de
aproveitamento adotado em determinada área, desde que satisfeita prestação
de dar que consubstancia ônus. Onde não há obrigação não pode haver tributo.
Distinção entre ônus, dever e obrigação e entre ato devido e ato necessário. (...)
Instrumento próprio à política de desenvolvimento urbano, cuja execução
incumbe ao Poder Público municipal, nos termos do disposto no art. 182 da
Constituição do Brasil. Instrumento voltado à correção de distorções que o
crescimento urbano desordenado acarreta, à promoção do pleno
desenvolvimento das funções da cidade e a dar concreção ao princípio da
função social da propriedade (...).” (RE 387.047, Rel. Min. Eros Grau,
julgamento em 6-3-2008, Plenário, DJE de 2-5-2008.)
Conclusão: O solo criado, previsto no Estatuto da Cidade, não é tributo, uma
vez que lhe falta a característica da compulsoriedade.

ADMINISTRATIVO. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. LOTEAMENTO IRREGULAR.


DANO AMBIENTAL. RESPONSABILIDADE DO MUNICÍPIO. ART. 40 DA
LEI N. 6.766/79. PODER-DEVER. PRECEDENTES.
1. O art. 40 da Lei 6.766/79, ao estabelecer que o município "poderá regularizar
loteamento ou desmembramento não autorizado ou executado sem observância
das determinações do ato administrativo de licença", fixa, na verdade, um
poder-dever, ou seja, um atuar vinculado da municipalidade. Precedentes.
2. Consoante dispõe o art. 30, VIII, da Constituição da República, compete ao
município "promover, no que couber, adequado ordenamento territorial,
mediante planejamento e controle do uso, do parcelamento e da ocupação do
solo urbano".
3. Para evitar lesão aos padrões de desenvolvimento urbano, o Município não
pode eximir-se do dever de regularizar loteamentos irregulares, se os loteadores
e responsáveis, devidamente notificados, deixam de proceder com as obras e
melhoramentos indicados pelo ente público.
 

4. O fato de o município ter multado os loteadores e embargado as obras


realizadas no loteamento em nada muda o panorama, devendo proceder, ele
próprio e às expensas do loteador, nos termos da responsabilidade que lhe é
atribuída pelo art. 40 da Lei 6.766/79, à regularização do loteamento executado
sem observância das determinações do ato administrativo de licença.
5. No caso, se o município de São Paulo, mesmo após a aplicação da multa e o
embargo da obra, não avocou para si a responsabilidade pela regularização
do loteamento às expensas do loteador, e dessa omissão resultou um dano
ambiental, deve ser responsabilizado, conjuntamente com o loteador, pelos
prejuízos dai advindos, podendo acioná-lo regressivamente.(STJ - Recurso
Especial 1.113.789 / SP, julgado em 16/06/2009)
Conclusão: Quando o ente público se omite em regularizar o loteamento, e
dessa omissão ocorre dano ambiental, deve ele responder solidariamente. Pode,
caso tenha que arcar com a responsabilidade, acionar o particular causador
direto do dano de forma regressiva.

EMENTA : RECURSO ESPECIAL. USUCAPIAO. FAIXA DE FRONTEIRA.


POSSIBILIDADE. AUSÊNCIA DE REGISTRO ACERCA DA PROPRIEDADE
DO IMÓVEL. INEXISTÊNCIA DE PRESUNÇAO EM FAVOR DO ESTADO DE
QUE A TERRA É PÚBLICA.
1. O terreno localizado em faixa de fronteira, por si só, não é considerado de
domínio público, consoante entendimento pacífico da Corte Superior.
2. Não havendo registro de propriedade do imóvel, inexiste, em favor do
Estado, presunção iuris tantum de que sejam terras devolutas, cabendo a este
provar a titularidade pública do bem. Caso contrário, o terreno pode ser
usucapido.
3. Recurso especial não conhecido. (STJ, REsp 674558/RS, Min. Rel. LUIS
FELIPE SALOMAO - QUARTA TURMA)
Conclusão: Não se presume a titularidade do ente publico de terrenos quando
inexiste registro de propriedade do imóvel. Deve, assim, efetivamente
comprovar a sua propriedade, sob pena de nao incidir sobre o bem a vedação
de aquisição por usucapião de bens públicos.

ADMINISTRATIVO. PROCESSUAL CIVIL. DESAPROPRIAÇÃO.


INTERVENÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO. INEXISTÊNCIA DE
INTERESSE SOCIAL NO CASO CONCRETO. AFASTADA A APLICAÇÃO
DO ART. 18, § 2º, DA LC N. 76/1993. DEFICIÊNCIA DE FUNDAMENTAÇÃO
DAS RAZÕES RECURSAIS. APLICAÇÃO, POR ANALOGIA, DA SÚMULA
284/STF. DIVERGÊNCIA JURISPRUDENCIAL NÃO DEMONSTRADA.
INTELIGÊNCIA DOS ARTS. 541, PARÁGRAFO ÚNICO, DO CPC E 255 DO
RISTJ. DECISÃO MANTIDA.
 

1. No caso concreto, debate-se interesse patrimonial restrito às partes e


destituído de generalização social. Ausente, portanto, a necessidade de
atuação do Parquet, na forma do art. 18, § 2º, da Lei Complementar n. 76/1993,
específica para as ações relativas à desapropriação de imóvel rural, por
interesse social, para fins de reforma agrária.
2. A deficiência das razões recursais que impede a exata compreensão da
controvérsia nem esclarece a suposta afronta à legislação federal atrai, por
analogia, o óbice da Súmula 284/STF.
3. A simples transcrição de ementas ou votos não se presta à demonstração da
divergência jurisprudencial, na forma exigida pelos arts. 541, parágrafo único,
do CPC e 255 do RISTJ.
Agravo regimental improvido.
(AgRg no REsp 1174225/SC, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA
TURMA, julgado em 06/06/2013, DJe 14/06/2013)
Conclusão: Inexiste interesse publico apto a justificar a intervenção do
Ministério Publico nas ações de desapropriação de imóvel urbano. Situacao
diversa e a de desapropriação de imóvel rural, por interesse social, para fins de
reforma agraria.

“Município de Belo Horizonte. Pedido de licença de instalação de posto de


revenda de combustíveis. Superveniência de lei (Lei 6.978/1995, art. 4º, § 1º)
exigindo distância mínima de duzentos metros de estabelecimentos como
escolas, igrejas e supermercados (...). Requerimento de licença que gerou
mera expectativa de direito, insuscetível – segundo a orientação assentada na
jurisprudência do STF –, de impedir a incidência das novas exigências
instituídas por lei superveniente, inspiradas não no propósito de estabelecer
reserva de mercado, como sustentado, mas na necessidade de ordenação física
e social da ocupação do solo no perímetro urbano e de controle de seu uso em
atividade geradora de risco, atribuição que se insere na legítima competência
constitucional da municipalidade.” (RE 235.736, Rel. Min. Ilmar Galvão,
julgamento em 21-3-2000, Primeira Turma, DJ de 26-5-2000.)
Conclusão: A mera confecção de pedido de licença gera expectativa de direito,
podendo uma lei nova superveniente exigir novos requisitos, o que também se
justifica diante da necessidade do Municipio de ordenar seu espaço físico e
social de ocupação.

“O caput do art. 195 da Constituição do Estado do Amapá estabelece que 'o


plano diretor, instrumento básico da política de desenvolvimento econômico e
social e de expansão urbana, aprovado pela Câmara Municipal, é obrigatório
para os Municípios com mais de cinco mil habitantes'. Essa norma
constitucional estadual estendeu, aos Municípios com número de habitantes
 

superior a cinco mil, a imposição que a CF só fez àqueles com mais de vinte mil
(art. 182, § 1º ). Desse modo, violou o princípio da autonomia dos Municípios
com mais de cinco mil e até vinte mil habitantes, em face do que dispõem os
arts. 25, 29, 30, I e VIII, da CF, e o art. 11 do ADCT.” (ADI 826, Rel. Min. Sydney
Sanches, julgamento em 17-9-1998, Plenário, DJ de 12-3-1999.)
Conclusão: Viola a autonomia municipal norma de Constituicao Estadual que
exige plano diretor para Municipios com menos de vinte mil habitantes, ou seja,
que cria parâmetro diverso do ja estabelecido pela Constituicao Federal. Ha de
se salientar, no entanto, que o Estatuto da Cidade, em seu art. 41, cria outras
hipóteses de exigência de plano diretor, como por exemplo de municípios que
estão situados em áreas de especial interesse turístico, sem que possa se falar de
inconstitucionalidade, incidindo aqui tanto a presunção de constitucionalidade
tanto a ideia de que o parâmetro é notadamente nao relativo ao que ja foi
estabelecido na Carta Magna.

“Usucapião de domínio útil de bem público (terreno de marinha). (...) O


ajuizamento de ação contra o foreiro, na qual se pretende usucapião do
domínio útil do bem, não viola a regra de que os bens públicos não se
adquirem por usucapião." (RE 218.324-AgR, Rel. Min. Joaquim Barbosa,
julgamento em 20-4-2010, Segunda Turma, DJE de 28-5-2010.)
Conclusao: A usucapião do domínio útil do bem, e nao da sua propriedade, nao
viola a regra da imprescritibilidade dos bens públicos. Isso ocorre porque
mesmo que ocorra a usucapião do domínio útil, a propriedade permanece com
o ente publico.

"É inconstitucional a lei municipal que tenha estabelecido, antes da EC


29/2000, alíquotas progressivas para o IPTU, salvo se destinada a assegurar o
cumprimento da função social da propriedade urbana." (Súmula 668.)

NOVO: “Lei do Distrito Federal 899/1995. (...) Previsão de alteração dos


limites territoriais entre o Distrito Federal e o Estado de Goiás.
Inconstitucionalidade material.” (ADI 1.509, rel. min. Gilmar Mendes,
julgamento em 11-9-2014, Plenário, DJE de 18-11-2014.)

5. A Lei Lehmann (Lei 6.766/1979) contempla, de maneira expressa, as


"restrições urbanísticas convencionais do loteamento, supletivas da legislação
pertinente" (art. 26, VII). Do dispositivo legal resulta, assim, que as restrições
urbanístico-ambientais legais apresentam-se como normas-piso, sobre as
quais e a partir das quais operam e se legitimam as condicionantes
contratuais, valendo, em cada área, por isso mesmo, a que for mais restritiva
(= regra da maior restrição).
 

6. Em decorrência do princípio da prevalência da lei sobre o negócio jurídico


privado, as restrições urbanístico-ambientais convencionais devem estar em
harmonia e ser compatíveis com os valores e exigências da Constituição
Federal, da Constituição Estadual e das normas infraconstitucionais que regem
o uso e a ocupação do solo urbano.
8. As cláusulas urbanístico-ambientais convencionais, mais rígidas que as
restrições legais, correspondem a inequívoco direito dos moradores de um
bairro ou região de optarem por espaços verdes, controle do adensamento e
da verticalização, melhoria da estética urbana e sossego.
9. A Administração não fica refém dos acordos "egoísticos" firmados pelos
loteadores, pois reserva para si um ius variandi , sob cuja égide as restrições
urbanístico-ambientais podem ser ampliadas ou, excepcionalmente, afrouxadas.
(STJ, RE 302.906 - SP, Rel Min Herman Benjamin)
Conclusão: Podem as partes convencionar normas mais rígidas que as restrições
legais trazidas pelas leis urbanísticos-ambientais.

“A utilização de termos distintos para as hipóteses de desmembramento de


Estados-membros e de Municípios não pode resultar na conclusão de que cada
um teria um significado diverso, sob pena de se admitir maior facilidade para o
desmembramento de um Estado do que para o desmembramento de um
Município. Esse problema hermenêutico deve ser evitado por intermédio de
interpretação que dê a mesma solução para ambos os casos, sob pena de, caso
contrário, se ferir, inclusive, a isonomia entre os entes da federação. O presente
caso exige, para além de uma interpretação gramatical, uma interpretação
sistemática da Constituição, tal que se leve em conta a sua integralidade e a sua
harmonia, sempre em busca da máxima da unidade constitucional, de modo
que a interpretação das normas constitucionais seja realizada de maneira a
evitar contradições entre elas. Esse objetivo será alcançado mediante
interpretação que extraia do termo ‘população diretamente interessada’ o
significado de que, para a hipótese de desmembramento, deve ser consultada,
mediante plebiscito, toda a população do Estado-membro ou do Município, e
não apenas a população da área a ser desmembrada. A realização de plebiscito
abrangendo toda a população do ente a ser desmembrado não fere os
princípios da soberania popular e da cidadania. O que parece afrontá-los é a
própria vedação à realização do plebiscito na área como um todo. Negar à
população do Território remanescente o direito de participar da decisão de
desmembramento de seu Estado restringe esse direito a apenas alguns
cidadãos, em detrimento do princípio da isonomia, pilar de um Estado
Democrático de Direito. Sendo o desmembramento uma divisão territorial,
uma separação, com o desfalque de parte do território e de parte da sua
população, não há como excluir da consulta plebiscitária os interesses da
 

população da área remanescente, população essa que também será


inevitavelmente afetada. O desmembramento dos entes federativos, além de
reduzir seu espaço territorial e sua população, pode resultar, ainda, na cisão da
unidade sociocultural, econômica e financeira do Estado, razão pela qual a
vontade da população do território remanescente não deve ser desconsiderada,
nem deve ser essa população rotulada como indiretamente interessada.
Indiretamente interessada – e, por isso, consultada apenas indiretamente, via
seus representantes eleitos no Congresso Nacional – é a população dos demais
Estados da Federação, uma vez que a redefinição territorial de determinado
Estado-membro interessa não apenas ao respectivo ente federativo, mas a todo
o Estado Federal. O art. 7º da Lei 9.709, de 18-11-1998, conferiu adequada
interpretação ao art. 18, § 3º, da Constituição, sendo, portanto, plenamente
compatível com os postulados da Carta Republicana. A previsão normativa
concorre para concretizar, com plenitude, o princípio da soberania popular, da
cidadania e da autonomia dos Estados-membros. Dessa forma, contribui para
que o povo exerça suas prerrogativas de cidadania e de autogoverno de
maneira bem mais enfática.” (ADI 2.650, rel. min. Dias Toffoli, julgamento em
24-8-2011, Plenário, DJE de 17-11-2011.)
Conclusão: Nas hipóteses de desmembramento de Estados, deve ser consultada
por meio de plebiscito toda a população do Estado, não devendo se restringir
apenas à parcela do território que poderá se separar.

“EC 15/1996. Criação, incorporação, fusão e desmembramento de Municípios,


nos termos da lei estadual, dentro do período determinado por lei
complementar e após divulgação dos estudos de viabilidade municipal.
Inexistência da lei complementar exigida pela CF. Desmembramento de
Município com base somente em lei estadual. Impossibilidade.” (ADI 2.702,
rel. min. Maurício Corrêa, julgamento em 5-11-2003, Plenário, DJ de 6-2-2004.)
No mesmo sentido: ADI 4.992, rel. min. Gilmar Mendes, julgamento em 11-9-
2014, Plenário, DJE de 13-11-2014.
Conclusão: Em face da falta de lei complementar federal que possibilite a
criação de novos municípios, torna-se impossível ocorrer o desmembramento
de Município com base tão somente em lei estadual.

"Regiões metropolitanas, aglomerações urbanas, microrregiões. CF, art. 25, § 3º.


Constituição do Estado do Rio de Janeiro, art. 357, parágrafo único. A
instituição de regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões,
constituídas por agrupamentos de Municípios limítrofes, depende, apenas,
de lei complementar estadual.” (ADI 1.841, Rel. Min. Carlos Velloso,
julgamento em 1º-8-2002, Plenário, DJ de 20-9-2002.) No mesmo sentido: ADI
 

1.842, rel. p/ o ac. min. Gilmar Mendes, julgamento em 6-3-2013, Plenário, DJE
de 16-9-2013.
Conclusão: A formação de regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e
microrregiões necessita apenas de lei complementar estadual.

- TRECHOS E FRAGMENTOS DE LIVROS -

Livro: Direito Municipal e Urbanístico


Daniele Regina Pontes e Jose Ricardo Vargas
IESDE BRASIL SA
Curitiba 2009
Tipos e teorias de planejamento(pags. 154 e 155)
Ao administrador público cabe ainda reconhecer as diferenças entre
metodologias e teorias de maneira que sua opção seja consciente em relação a
tal ou qual forma de condução e execução do planejamento. De acordo com
Danilo Gandin (1994), existem pelo menos três grandes linhas que caracterizam
estas metodologias e teorias:

1) O gerenciamento da qualidade total: tem um caráter eminentemente


conservador, pois não pretende uma transformação do atual estado de coisas.
Via de regra é extremante técnico, ou seja, trata apenas dos “melhores meios”
ou dos meios mais eficientes para alcançar metaspreestabelecidas. Os fins
desejados não são definidos na esfera do planejamento, mas apenas as ações a
serem desenvolvidas, pois se entende o planejamento como uma atividade
‘técnica’ e não ‘política’.
2) O planejamento estratégico: ao contrário do anterior, as definições políticas
sobre os fins desejados fazem parte do planejamento, porém, são estabelecidas
pela ‘Direção’, ou seja, pelo grupo político que detém o poder de definição. Os
conflitos e contradições internas são desconsiderados ou reprimidos para efeito
do direcionamento político da instituição que planeja. Quando admite a
participação, restringe-se às decisões operacionais ou aos aspectos executivos.
[...]
3) O planejamento participativo: neste caso a participação não se restringe à
execução, mas à definição de prioridades segundo as demandas percebidas por
 

todos os segmentos da população. Esta participação ocorre na definição de


objetivos compartilhados pelos sujeitos sociais envolvidos e na leitura da
realidade existente de modo que todos possam conhecer os diferentes aspectos
da sociedade em que vivem e escolher os melhores meios de ação. Requer, por
isso, a criação de espaços e oportunidades de diálogo que garantam: (i) que os
diferentes segmentos sociais tenham real condição de defesa dos seus interesses
específicos e (ii) que todos os participantes se comprometam com o processo
estabelecido sendo co-responsáveis sobre suas definições e resultados.
Finalmente, cabe ressaltar que ao entender o planejamento como um processo, é
necessário definir também as formas democráticas de avaliação e
monitoramento do plano, como conselhos municipais, audiências, consultas e
conferências públicas.

Livro: Direito Urbanístico Brasileiro


JOSÉ AFONSO DA SILVA
6a edição – Editora Saraiva - 2010
Característica das normas urbanísticas: Normas urbanística sãoo de caráter
público, compulsorias, cogentes, uma vez que impõem normas para serem
seguidas pelos particulares.

Possuem, no entanto, uma característica que nao se encontra em outras normas


jurídicas: coesão dinâmica, ja que é por sua natureza um método de
transformação da realidade, de superposição daquilo que será a realidade do
futuro àquilo que é a realidade atual.

Classificação das normas urbanísticas:

1) Normas de sistematizacao urbanistica - que estruturam os instrumento de


organizacao dos espacos habitaveis, e sao pertinentes ao planejamento
urbanistico, a ordenacao do slo em geral e de area de interesse especial

2) Normas de intervencao urbanistica - que se referem a delimitacao e


limitacoes ao direito de propriedade e ao direito de construir

3) Normas de controle urbanistico - destinadas a reger a conduta dos


individuos em relacao ao uso do solo, como as que regulam a licenca para
urbanizar ou para edificar.
 

O que é propriedade urbana de interesse publico?

Sao aqueles imóveis, sejam eles publicos ou particulares, qualificados por certos
valores em vistas dos quais devam ficar subordinados a uma disciplina juridica
especial, para consecucao do fim atingido. Condiciona-se, assim, a atividade e
os negocios a ele relativos. Cita-se como exemplo o direito de preempcao,
previsto no art. do Estatuto da Cidade.

O que são obras de urbanização primária e de urbanização secundária?

Obras de urbanização primária as obras de armamento, de espaços para


estacionamento, de escoamento de águas pluviais, de coleta, tratamento e
despejo de águas servidas e suas respectivas redes, de alimentação e
distribuição de água potável e respectiva rede, de distribuição de energia
elétrica e de gás, de colocação de guias e saqetas, de iluminação pública, e
semelhantes. São de urbanificação secundária todas as obras que servem para
obter o beneficiamento completo do território, como as de ligação da zona com
os serviços públicos, a instalação de escolas, mercados, praças de esporte,
centros sociais, culturais, igrejas e outros edifícios para serviços religiosos, áreas
verdes, parques etc.1(pag. 316)

O que é desdobro de lote?

Desdobro de lote é a divisão da área do lote para formação de novo ou de novos


lotes. Estes devem atender às exigências mínimas de dimensionamento e
índices urbanísticos para sua edificação, tal comose prevê para o plano de
loteamento. Quando o desdobro do lote estiver vinculado a projeto de
edificação, será aprovado automaticamente, com a aprovação desse projeto. Do
contrário deverá ser submetido à aprovação da Prefeitura, mediante
requerimento do proprietário, acompanhado com os documentos e projetos
exigidos em lei, relativos à situação existente e às modificações pretendidas e
identificação dá área, devendo ser levado ao Registro de Imóveis competente,
para averbação. (pag. 337)

Licenças para construir – formas de extinção:

Caducidade - transcurso do prazo de perempção quando, durante ele, não se


tiver dado início às obras licenciadas.
 

Anulação - vício de legalidade que tornem as licenças inválidas. Administração


pode conhecer de oficio. Se a Administração não o fizer, qualquer interessado
legítimo pode pleitear sua correção por via judiciaria.
Revogação - controle de mérito, quando sobrevêm motivo de interesse público
que desaconselhe a realização da obra licenciada, podendo ocorrer seja pela
mudança das circunstâncias, adoção de novos critérios de apreciação e erro na
sua outorga.

LIVRO: Leis Especiais para Concurso


FERNANDA LOUSADA
Editora Juspodivm –v. 19(2015) – 6a edição
1) TRIBUTÁRIO. IPTU E ITR. INCIDÊNCIA. IMÓVEL URBANO. IMÓVEL
RURAL.CRITÉRIOS A SEREM OBSERVADOS. LOCALIZAÇÃO E
DESTINAÇÃO. DECRETO-LEIN. 57/66. VIGÊNCIA. 1. Não se conhece do
recurso especial quanto a questão federal não prequestionada no acórdão
recorrido (Súmulas n. 282 e 356/STF). 2. Ao disciplinar o fato gerador do
imposto sobre a propriedade imóvel e definir competências, optou o
legislador federal, num primeiro momento, pelo estabelecimento de critério
topográfico, de sorte que, localizado o imóvel na área urbana do município,
incidiria o IPTU, imposto de competência municipal; estando fora dela, seria
o caso do ITR, de competência da União. 3. O Decreto-Lei n. 57/66, recebido
pela Constituição de 1967 como lei complementar, por versar normas gerais
de direito tributário, particularmente sobre o ITR, abrandou o princípio da
localização do imóvel, consolidando a prevalência do critério da destinação
econômica. O referido diploma legal permanece em vigor, sobretudoporque,
alçado à condição de lei complementar, não poderia será atingido pela
revogação prescrita na forma do art. 12 da Lei n.5.868/72.4. O ITR não incide
somente sobre os imóveis localizados na zona rural do município, mas
também sobre aqueles que, situados na área urbana, são comprovadamente
utilizados em exploração extrativa, vegetal, pecuária ou agroindustrial.5.
Recurso especial a que se nega provimento.(STJ , Relator: Ministro JOÃO
OTÁVIO DE NORONHA, Data de Julgamento: 17/08/2004, T2 - SEGUNDA
TURMA)

2) Usucapião de area mínima(pag. 56): Vem aumentando a demanda junto ao


Judiciário do reconhecimento de aquisição da propriedade imobiliária por
usucapião de área menor que o lote mínimo definido por lei para a região. São
situações em que o ocupante tem a posse dos fundos de um terreno ou de
apenas um corredor de um grande lote. Nesses casos, há o conflito entre o
 

direito de propriedade e o dever do Ente Publico em ordenar o espaço urbano.


Há quem entenda pela impossibilidade jurídica do pedido no caso da área
usucapienda ser menor que o lote mínimo. Nesse caso, buscar-se-ia uma burla
ser menor do que o lote mínimo. A matéria esta pendente de julgamento pelo
STF. 1407458 AGRAVO REGIMENTAL. AGRAVO. RECURSO ESPECIAL.
USUCAPIÃO ESPECIAL. LEGISLAÇÃO MUNICIPAL. RECURSO
ESPECIAL. NÃO CABIMENTO. PREQUESTIONAMENTO. AUSENTE.
SÚMULA 211 DO STJ. USUCAPIÃO. ÁREA MENOR QUE MÓDULO
URBANO. IMPOSSIBILIDADE. AGRAVO REGIMENTAL DESPROVIDO.
(STJ, Relator: Ministro PAULO DE TARSO SANSEVERINO, Data de
Julgamento: 07/05/2013, T3 - TERCEIRA TURMA)

3) PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO. ART. 535 DO CPC.


ALEGAÇÃO GENÉRICA. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO. OLEODUTO. AREA
NON AEDIFICANDI. LEI DE PARCELAMENTO DO SOLO URBANO. 1. O
recurso especial foi interposto nos autos de ação de desapropriação indireta,
postulando-se indenização consistente no valor da área non aedificandi ao
redor de oleodutos existentes no imóvel do autor. 2. Não se conhece do recurso
especial pela alegada violação ao artigo 535 do CPC nos casos em que a
arguição é genérica, por incidir a Súmula 284/STF, assim redigida: "É
inadmissível o recurso extraordinário, quando a deficiência na fundamentação
não permitir a exata compreensão da controvérsia". 3. É indevido o direito à
indenização se o imóvel for adquirido após o implemento da limitação
administrativa, porque se supõe que as restrições de uso e gozo da
propriedade já foram consideradas na fixação do preço. 4. Recurso especial
conhecido em parte e provido. (STJ , Relator: Ministro CASTRO MEIRA, Data
de Julgamento: 27/04/2010, T2 - SEGUNDA TURMA)

4) DECSRICAO ADMINISTRATIVO – RECURSO ORDINÁRIO EM


MANDADO DE SEGURANÇA – REGULARIZAÇÃO DE IMÓVEL URBANO –
DIREITO DE PROTOCOLO – ALTERAÇÃO SUPERVENIENTE DA
LEGISLAÇÃO – EFEITOS DE AÇÃO CIVIL PÚBLICA – INEXISTÊNCIA DE
DIREITO ADQUIRIDO – RECURSO ORDINÁRIO IMPROVIDO.
1. CONTROVÉRSIA. Sobre a existência de direito adquirido a regime
jurídico fundado em lei revogada, quando o suposto titular apresentara mero
requerimento administrativo.
2. DIREITO ADQUIRIDO A REGIME JURÍDICO. O conceito de direito
adquirido, instituto sediado na Constituição Federal (art. 5°, inciso XXXVI,
CF/1988), encontra densidade discursiva no direito infraconstitucional,
especificamente o art.6º, § 2º, LICC, que assim considera o direito exercitável
 

sem limite por termo pré-fixo ou condição pré-estabelecida inalterável ao


arbítrio de outrem.
3. AUSÊNCIA DOS REQUISITOS DO DIREITO ADQUIRIDO. Observado o
critério proposto na obra de Francesco Gabba, o recorrente não tem direito
adquirido a regime jurídico, porquanto: a) não possuía, à época do
requerimento, todas as condições necessárias para o implemento do direito à
regularização imobiliária, porque seu requesto demandava, além de outros
aspectos, o placet do órgão administrativo, verdadeiro requisito de eficácia do
direito a que almejava; b) a superveniente alteração legislativa esvaziou sua
pretensão, antes do preenchimento dos requisitos plenos, necessários à
aquisição do direito; c) a nova lei suprimiu a possibilidade de concessão de
eficácia ao que pretendia o requerente, na medida em que impediu seu
reconhecimento jurídico, o que tornou impossível a constituição do próprio
direito.
4. EFEITOS DO "DIREITO DE PROTOCOLO" NO CASO CONCRETO.
Nesta espécie, não há como se resguardar o "direito de protocolo", ou seja, o
direito à aplicação, durante todo o processo administrativo, do regime
jurídico existente no momento do protocolo da petição inicial, na forma como
deseja o recorrente. Precedente do STF.
5. ATUAÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO. A legislação originária, sob a qual
se fundava o protocolo do recorrente, foi escoimada de ilegal e inconstitucional.
Esses foram os fundamentos da ação civil pública movida pelo Ministério
Público de São Paulo. A severidade dessa increpação foi tamanha que o
Município, ora recorrido, não mais deu seqüência ao procedimento do
recorrente e, momentos depois, revogou os atos normativos impugnados.
Recurso ordinário improvido. (STJ - RMS 27641 / SP RECURSO ORDINÁRIO
EM MANDADO DE SEGURANÇA 2008/0186468-4)

6) Loteamentos ilegais(pag. 56): Existem duas modalidades - os irregulares e os


clandestinos.
Segundo Fernanda Lousada, os irregulares são aqueles aprovados pela
Prefeitura, não sendo objeto de registro público. Também são qualificados como
irregulares os loteamentos que são implantados de forma diversa daquela
aprovada pela Prefeitura e registrada no RGI. Os loteamentos clandestinos são
aqueles implantados sem nem receber a aprovação da Prefeitura. É dever do
Poder Público Municipal usar seu poder de policia para coibir os loteamentos
ilegais, impondo a ordem urbana em toda a cidade.

7) Teoria do concurso voluntário (pag. 64)


Art. 22. Desde a data de registro do loteamento, passam a integrar o domínio do
Município as vias e praças, os espaços livres e as áreas destinadas a edifícios
 

públicos e outros equipamentos urbanos, constantes do projeto e do memorial


descritivo.
Assim é chamada a transferência de áreas destinadas a logradouro publico ao
município. A doutrina também fala em doação legal. O dispositivo define um
dos efeitos do registro do PAL. A incorporação das áreas ao patrimônio público
é um dos requisitos exigidos pela lei para aprovar o loteamento.
O ato translativo de domínio é o registro do PAL e não da área em espécie. A
transferência, portanto, independe de titulo aquisitivo e de transcrição. Sendo
tais áreas de natureza publica, sobre elas não é possível ocorrer usucapião.

7) ADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL. REINTEGRAÇÃO DE POSSE.


LOTEAMENTO. REGISTRO. DESNECESSIDADE. PRECEDENTES. ARTIGO
535, II, CPC. ALEGADA VIOLAÇÃO. NÃO OCORRÊNCIA. DIVERGÊNCIA
JURISPRUDENCIAL. NÃO CARACTERIZAÇÃO. 1. Não houve omissão no
aresto recorrido, porquanto este foi devidamente fundamentado pelo Tribunal
de Justiça do Estado de São Paulo. É cediço o entendimento nesta Corte de que
o órgão julgador não está adstrito ao pronunciamento acerca dos dispositivos
suscitados pelas partes, devendo aplicar ao caso os que entender pertinentes, de
acordo com o seu livre convencimento motivado. 2. Quanto ao mérito, a
questão cinge-se em saber se é dispensável ou não a inscrição no registro
imobiliário para a comprovação do caráter público da área cujo loteamento
foi aprovado pelo Poder Público. Já é pacífico no STJ o entendimento no
sentido de que, independentemente do registro em cartório imobiliário,
incorporam-se ao domínio do Município as áreas destinadas ao uso comum,
sendo suficiente a aprovação do loteamento. Precedentes. 3. O recurso
também não merece passagem pela alínea c do permissivo constitucional, uma
vez que a simples transcrição de trechos de votos e de ementas considerados
paradigmas não é suficiente para dar cumprimento ao que exigem os arts. 541
do CPC e 255 do RISTJ. 4. Recurso especial parcialmente conhecido e, nessa
extensão, não provido. (STJ , Relator: Ministro MAURO CAMPBELL
MARQUES, Data de Julgamento: 28/09/2010, T2 - SEGUNDA TURMA)

8) RECURSO ESPECIAL. AÇÃO DE DESAPROPRIAÇÃO INDIRETA.


LOTEAMENTO. APROVAÇÃO. ÁREA DESTINADA A UMA PRAÇA.
TRANSMISSÃO AO DOMÍNIO PÚBLICO. DOCUMENTO ESPECÍFICO DE
DOAÇÃO. IRRELEVÂNCIA. DECRETO-LEI Nº 58/1937. PRECEDENTES DO
STF E DO STJ. POSTERIOR PERMUTA. AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO.
SÚMULA 7/STJ. 1. Cuida-se de ação de desapropriação indireta proposta por
herdeiros do autor do loteamento contra a municipalidade, buscando
indenização decorrente de alegado esbulho praticado pelo Poder Público em
 

áreas que, inicialmente destinadas à efetivação de uma praça, conforme o


projeto aprovado em 1959, teriam sido objeto de posterior permuta por outros
lotes mediante "acordo de cavalheiros" entre o falecido e os Prefeitos que se
sucederam na administração da municipalidade. 2. A aprovação de loteamento
pela Administração Pública transfere, automaticamente, os bens destinados
ao uso comum ou ao uso especial da municipalidade para o domínio público,
independente de registro. Precedentes do STF e do STJ. 3. Considerando que a
transferência ao domínio público dos bens destinados ao uso comum (uma
praça) se deu com a aprovação do loteamento, em 1959, cabia aos autores
provar que os lotes 49 e 63 voltaram ao patrimônio privado (fato constitutivo do
direito) mediante as permutas que teriam sido efetuadas pelo alegado "acordo
de cavalheiros", em decorrência das quais a municipalidade teria recebido
outros lotes, tudo na forma do art. 333, I, do Código de Processo Civil. 4. Incide
a vedação contida na Súmula 7/STJ na parte em que o Tribunal de origem
entendeu, expressamente, não estar comprovada a posterior permuta
envolvendo os lotes 49 e 63 - objetos da aprovação original do loteamento - por
outros lotes de interesse das administrações que se sucederam. 5. Transferidos
os lotes ao domínio público já em 1959 e não comprovado que tais bens
voltaram à propriedade particular mediante permutas, a ação de
desapropriação indireta não pode ser julgada procedente, pois é inviável a
indenização a quem não é proprietário. 6. Recurso especial não provido. (STJ ,
Relator: Ministro CASTRO MEIRA, Data de Julgamento: 06/06/2013, T2 -
SEGUNDA TURMA)

9) Súmula: 239 STJ: O direito à adjudicação compulsória não se condiciona


ao registro do compromisso de compra e venda no cartório de imóveis.

10) Súmula: 84 STJ: É admissível a oposição de embargos de terceiro


fundados em alegação de posse advinda do compromisso de compra e venda.

11) PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO. RECURSO ESPECIAL.


JULGAMENTO ANTECIPADO DA LIDE. NÃO OCORRÊNCIA DE
CERCEAMENTO AO DIREITO DE AMPLA DEFESA E AO
CONTRADITÓRIO. ALEGAÇÃO DE VIOLAÇÃO AOS ARTS. 302, III, 331, § 2º,
332, 333, I E II DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL. AUSÊNCIA DE
PREQUESTIONAMENTO. SÚMULA N. 211 DO STJ. AÇÃO CIVIL PÚBLICA.
LOTEAMENTO IRREGULAR. MUNICÍPIO. PODER-DEVER. ART. 40 DA LEI
6.766/79. PRECEDENTES DO STJ. 1. Hipótese em que o Ministério Público do
Estado de São Paulo ajuizou ação civil pública contra o Município, a Associação
de Ocupantes e dois sócios, objetivando a regularização do loteamento, que foi
julgada procedente para condenar os requeridos à realização de obras
 

necessárias à infra-estrutura do loteamento irregular, dentre outras cominações.


2. A ausência de prequestionamento dos dispositivos legais tidos como violados
(302, III, 331, § 2º, 332, 333, I e II do Código de Processo Civil) torna
inadmissível o recurso especial. Incidência das Súmulas 282/STF e 211/STJ. 3. É
pacífico o entendimento desta Corte Superior de que o Município tem o
poder-dever de agir para fiscalizar e regularizar loteamento irregular, pois é o
responsável pelo parcelamento, uso e ocupação do solo urbano, atividade
essa que é vinculada, e não discricionária. Precedentes: REsp 432.531/SP, 2ª
Turma, Rel. Min. Franciulli Netto, DJ de 25.4.2005; REsp 448.216/SP, 1ª Turma,
Rel. Min. Luiz Fux, DJ de 17.11.2003; REsp 131.697/SP, 2ª Turma, Rel. Min. João
Otávio de Noronha, DJ de 13.6.2005. 4. Recurso especial parcialmente conhecido
e, nessa extensão, não provido. (STJ , Relator: Ministro BENEDITO
GONÇALVES, Data de Julgamento: 20/05/2010, T1 - PRIMEIRA TURMA)REsp
1113789

12) Possibilidade de instituição de progressiva extrafiscal no âmbito do Direito


Urbanístico - prevista no art. 156, parágrafo primeiro, inciso I, CF/88

13) Acessio possesionis - art. 10 do Estatuto da Cidade - diferentemente da


forma individual, a lei permite na usucapião coletiva a soma de posse entre
pessoas vivas, desde que essas sejam contínuas

14) Direito de prelacão dupla no direito de superfície - art. 22 do Estatuto da


Cidade - Consiste no direito de preempção que ocorre tanto com relação ao
superficiário quanto com relação ao proprietário. Ou seja, se o superficiário
quiser vender seu direito real de superfície, deve dar ciência do preço e das
vantagens ao proprietário do imóvel, para o caso de ele querer adquirir em
igualdade de condições. E da mesma forma ocorre se o proprietário quiser
vender o seu direito real de propriedade.

15) Na Lei 10.257, diferentemente do Código Civil, pode ser objeto de servidão
administrativa também o subsolo.

16) CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO DE REINTEGRAÇÃO DE POSSE.


AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL.
CONCESSÃO DE USO ESPECIAL PARA FINS DE MORADIA. BEM PÚBLICO.
MP N. 2.220/2001. ANIMUS DOMINI. AUSÊNCIA DE
PREQUESTIONAMENTO. ÁREA EFETIVAMENTE OCUPADA.
IRRELEVÂNCIA DA ÁREA DO IMÓVEL. 1. A ausência de oposição de
embargos de declaração para sanar, na origem, eventuais omissões do julgado,
atrai a aplicação do óbice contido nos enunciados n. 282 e 356 do STF. 2. No
 

caso concreto, não foi analisada na instância ordinária a tese apresentada no


recurso especial no sentido de que os réus não teriam comprovado o requisito
da ocupação do imóvel como próprio, com animus domini. Não cuidando a
recorrente de provocar a Corte local para o exame da questão, via recurso
declaratório, a argumentação carece do necessário prequestionamento. 3. O art.
1º da Medida Provisória n. 2.220/2001 não limita o tamanho total do imóvel
público, mas exclusivamente a parcela ocupada pelo possuidor, para fins de
concessão do uso especial previsto no art. 183, § 1º, da Constituição Federal. 4.
O Tribunal local, com suporte nos elementos probatórios dos autos e aplicando
o dispositivo legal, concluiu estarem preenchidos os requisitos legais, fazendo
constar expressa observação de que a área ocupada pelo interessado estaria
discriminada. Sobre o tema, o agravo regimental não trouxe argumentos
capazes de infirmar a decisão agravada, sobretudo em relação à incidência do
enunciado n. 7 da Súmula do STJ. 5. Agravo regimental improvido. (STJ, AgRg
no AREsp 333647/RS, julgado 10/02/2015)

QUESTOES OBJETIVAS
Análise - Provas de Procuradorias
Tal material foi realizado a partir de uma análise das últimas provas que
cobravam Direito Urbanístico, colocando-se aqui os temas mais recorrentes. É
imprescindível que o aluno leia tais conclusões das questões e busque também
um maior conhecimento para fixar a matéria.
1) IPTU progressivo no tempo é uma medida de política extrafiscal.

2) Segundo Jose dos Santos Carvalho Filho, limitações administrativas de


caráter geral, através das quais o Poder Público impõe a proprietários
determinados obrigações positivas, negativas ou permissivas, para o fim de
condicionar as propriedades ao atendimento da função social.

3) LEI 12651/12 (CÓDIGO FLORESTAL)


Art. 19. A inserção do imóvel rural em perímetro urbano definido mediante lei
municipal NÃO desobriga o proprietário ou posseiro da manutenção da área de
Reserva Legal, que só será extinta concomitantemente ao registro do
parcelamento do solo para fins urbanos aprovado segundo a legislação
específica e consoante as diretrizes do plano diretor de que trata o § 1o do art.
182 da Constituição Federal.

4) Fases para obter a licença para edificar ou para construir: fase introdutória,
apreciação de pedido e fase decisória.
 

5) Art. 38. A elaboração do EIV NÃO substitui a elaboração e a aprovação de


estudo prévio de impacto ambiental (EIA), requeridas nos termos da legislação
ambiental

6) Estudar bem a classificacao dos instrumentos art 4 do Estatuto da


Cidade(planejamento municipal, financeiros e tributários, jurídicos e políticos,
EIA e EIV)

7) Art. 40.§ 3o A lei que instituir o plano diretor deverá ser revista, pelo menos,
a cada dez anos.

8) Muita atenção para a distinção entre DESMEMBRAMENTO e


LOTEAMENTO.

§ 1º - Considera-se loteamento a subdivisão de gleba em lotes destinados


a edificação, com abertura de novas vias de circulação, de logradouros
públicos ou prolongamento, modificação ou ampliação das vias
existentes.
Art. 2º, § 2º- considera-se desmembramento a subdivisão de gleba em
lotes destinados a edificação, com aproveitamento do sistema viário existente,
desde que não implique na abertura de novas vias e logradouros públicos, nem
no prolongamento, modificação ou ampliação dos já existentes.

8) Art. 34-A. Nas regiões metropolitanas ou nas aglomerações urbanas


instituídas por lei complementar estadual, poderão ser realizadas operações
urbanas consorciadas interfederativas, aprovadas por leis estaduais
específicas. (Incluído pela Lei nº 13.089, de 2015)
Parágrafo único. As disposições dos arts. 32 a 34 desta Lei aplicam-se às
operações urbanas consorciadas interfederativas previstas no caput deste
artigo, no que couber.

9) As limitações administrativas, em regra, não geram direito à indenização,


diante de seu caráter geral (Procuradoria do Recife - 2014 - FCC)

10) O EIV é um documento público, e o cidadão interessado em obter acesso ao


seu conteúdo pode formular requerimento fundamentado ao orgao competente
do poder publico municipal, que analisara a procedencia do pedido.
 

11) Caso o imóvel urbano seja considerado subutilizado, o proprietário deverá


ser notificado pelo Poder Executivo municipal, averbando-se a notificação no
cartório de registro de imóveis, e não no de titulos e documentos.

12) Plano diretor é obrigatório para cidades com mais de 20 mil habitantes, não
eleitores.

13) Art. 39 da Lei 6.766/79: Art.39. Será nula de pleno direito a cláusula de
rescisão de contrato por inadimplemento do adquirente, quando o loteamento
não estiver regularmente inscrito.

14) Regra: A Súmula 237, STF, permite que todo e qualquer tipo de usucapião
seja invocado na contestação como matéria de defesa (exceção substancial). Se
o usucapião for acatado, o juiz julgará o pedido como improcedente. Ocorre
que, ordinariamente, justamente por não se ter dado ampla ciência a terceiros
no procedimento especial, essa sentença de improcedência não pode ser levada
a registro no cartório.
Exceção: 
Em se tratando de usucapião 
especial urbano e especial rural,
o Estatuto da Cidade e a Lei 6.969/81 autorizam o registro.

14) PGM- Teresina - FCC 2010 - De acordo com o parágrafo primeiro da Lei
10.257, o direito de preempção aplica-se apenas às áreas limitadas por LEI, e
não por decreto.

15) Art. 14 da Lei 10257 - Art. 14. Na ação judicial de usucapião especial de
imóvel urbano, o rito processual a ser observado é o sumário.

16) PGM - Natal - CESPE - 2008 - O Estatuto da Cidade não traz apenas
obrigações aos Municípios. Um exemplo disso são as obrigações trazidas à
União, no bojo do art. 3 da lei.

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