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INSTITUTO FEDERAL DE ENSINO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO PIAUÍ

CAMPUS TERESINA CENTRAL


DEPARTAMENTO DE GESTÃO E NEGÓCIOS
COORDENAÇÃO DE GESTÃO EM RECURSOS HUMANOS
CURSO: TECNOLOGIA DE GESTÃO EM RECURSOS HUMANOS
DISCIPLINA: METODOLOGIA CIENTÍFICA
PROFESSOR ME. LEONARDO BRUNO VIEIRA SANTOS
DISCENTE: MARIA RODRIGUES DE MATOS DA SILVA

OS FATORES QUE LEVARAM O CRESCIMENTO DAS FACULDADES PRIVADAS


EM TERESINA-PI, NOS ÚLTIMOS 10 ANOS

TERESINA-PI, JANEIRO/2019
1. OBJETIVO

1.1 TEMA

Educação Superior

1.2 DELIMITAÇÃO

Essa pesquisa limita-se em analisar a realidade do ensino superior privado na


cidade de Teresina-PI, voltado para as causas que resultam na explosão das
faculdades, nos últimos 10 anos (2009 á 2018).

Em busca de uma problematização ampla sobre o objeto da pesquisa, serão


retiradas referências de várias áreas dos saberes humanos, para produzir saberes
em torno do singular aumento das faculdades superiores em Teresina.

1.3 OBJETIVO GERAL

Analisar o que influenciou o crescimento do ensino superior privado na cidade


de Teresina-PI, no período de 2008 a 2018.

1.4 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Analisar o mercado de trabalho e como ele influenciou a chegada das


faculdades em Teresina.

Caracterizar as políticas de incentivo ao ensino privado no Piauí, como as


cotas e programas como o FIES, na inclusão dos jovens nas faculdades, destacando
sua influência no acesso à educação superior em Teresina.

Discutir os planos para educação superior na LDB (lei de diretrizes básicas da


educação nº 9.394/96) evidenciando limites e potencialidades.

2. JUSTIFICATIVA
Esse objeto de pesquisa se insere no horizonte de possibilidades e desafios
nos quais as ciências humanas, como a historiografia, têm se enveredado com
frequência desde a década de 1980. Doravante, nos posicionamos no sentido de
valorizar o trabalho como uma operação de caça, demarcando distância de
diagnósticos com certezas edificantes. Interessa, por meio de análises de sintomas,
"reconstruir as formas e movimentos das presas invisíveis pelas pegadas na
lama"(GINSBURG, 1985, p.151), para promover operações mentais em torno de um
tema ainda pouco saturado, se pensado principalmente dentro do viés regional.

Evidencia-se o aumento das faculdades superiores privadas em Teresina,


pela busca das pessoas por maior crescimento profissional, visando aumento de
recursos e valores agregados. Além disso, o crescimento populacional e a lógica
capitalista ocasionaram grande necessidade de profissionais qualificados, para
chefiar cargos que exigem capacitação e qualificação em grandes empresas.
Acrescido a esse contexto existe a necessidade do trabalhador de se manter
empregado frente a competividade do mercado de trabalho, conjunto as suas
mudanças de exigências para contratação do profissional. Esse trabalho pauta-se
na mensuração dos benefícios promovidos aos estudantes da escala superior,
demandada pelo o mercado de trabalho.

Enfatizamos a importância do trabalho, por entender que deles emerge a


cidade e os sentidos dados a ela, seja pelos perfis econômicos, ou nos discursos
normatizadores, sutis ou não. Em suma, se trata de percorrer aspectos cotidianos
que trazem à superfície como políticas aparentemente invisíveis recriam,
disponibilizam e regulam o acesso não apenas a universidade, mas aos direitos
básicos a vida na cidade. Nesse sentido, o trabalho tem como relevância dentro de
duas frentes: Contribuir com o debate em torno das políticas públicas em torno da
educação e averiguar as reais potencialidades de programas assistencialistas como
FIES e Prouni, com relação ao ensino superior. Espera-se por fim, que o trabalho
estimule maiores debates em torno de como ocorre a educação superior no Piauí,
evidenciando fragilidades e potencialidades.

3. OBJETO
3.1 PROBLEMA

O que levou ao grande crescimento das faculdades privadas em Teresina –


PI?

3.2 HIPÓTESE

A possível hipótese que norteia essa pesquisa está relacionada a ideia de que
inclusão das pessoas em faculdades está diretamente ligada a políticas públicas de
cunho neoliberal e as exigências do mercado de trabalho.

4. METODOLOGIA

Em face da construção do texto para organizar o projeto, será produzido uma


pesquisa bibliográfica e documental, para apresentamos as fontes que serão o mote
para análise em cada objetivo. A pré análise dos artigos será feita com uma base
para busca de artigos acadêmicos, como Scielo, onde serão selecionados conforme
a temática de expansão do ensino superior em redes privadas em outras regiões do
Brasil, dentro dos anos de 2000 a 2018. Também serão utilizados dados
provenientes dos censos do IBGE e INEP dentro do recorte temporal proposto, bem
como será realizada a leitura dos planos de incentivo a educação superior, como o
PROUNI e o FIES. Em seguida será feito o fichamento com base em trechos do
material que contestem ou confirmem a hipótese. A última fase é a de análise dos
dados, onde é possível configurar as interpretações e concluir a pesquisa.

5. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Sobre o ensino superior do Brasil, destacaremos alguns trabalhos relevantes


nas áreas da educação e sociologia. A fim de interpretar textos as metas da lei de
diretrizes básicas da educação no Brasil, o trabalho de Dourado (2002) é basilar por
estabelecer que a LDB, incorpora, projetos de lei, decretos e reformas
constitucionais no seio dos anos 80. Esse controverso contexto desemboca no
recorte temporal proposto e fala não apenas a nível de ensino, mas atua na esfera
da construção e na reforma do Estado brasileiro. Sobre as condições as quais a LDB
se constitui, o autor destaca um possível paradoxo:

A LDB reserva à educação superior um conjunto de princípios


que indicam alterações para esse nível de ensino, balizado, de
um lado, paradoxalmente, pelos processos ditos de
descentralização e flexibilização presentes nessa legislação e,
de outro lado, por novas formas de controle e padronização por
meio de processos avaliativos estandardizados. (DOURADO,
2002, p. 242).

Para auxiliar na análise de dados como censos de educação para perceber


como a privatização cria distinções na educação superior, será tomada como base
as referências dadas pelo trabalho de Castanheira e Cecília (2009) onde se
mapeiam como a lógica utilitarista neoliberal afeta as escolhas e prioridades do
Estado para com a educação. Nesse contexto, os autores compreendem que há
uma tendência a privilegiar cursos técnicos, incutindo no alunado a vinculação com o
imediatismo do mercado de trabalho e o consequente encurtamento dos estudos de
pós-graduação, contribuindo para a formação sem senso crítico dos estudantes,
priorizando uma abordagem pragmática e mercantilista sobre a profissão. Cabe,
nesse contexto, perceber a abordagem de Ristoff e Giolo (2006), que defendem a
expansão e privatização como partes da mesma moeda, diretamente proporcionais.
Segundo esses autores, instituições se apoiam no aumento maciço da busca pelo
curso superior por enxergarem uma boa oportunidade de negócio:

Essa demanda era o que faltava para que a iniciativa privada


vislumbrasse, na educação, uma excelente oportunidade de
negócio. Instituições com fins lucrativos, ágeis e competitivas,
disseminaram-se pelos quadrantes do Brasil, obrigando toda a
rede privada a se mobilizar na mesma direção. [...] A política
educacional sentia-se plenamente justificada com a resposta
dada pela iniciativa privada na oferta da educação superior, de
modo que não viam razões para expandir a rede pública. Com
efeito, as instituições do sistema federal receberam pouca
atenção e pouco investimento, por isso seu relativo
encolhimento no conjunto do sistema (RISTOFF; GIOLO, 2006,
p. 20)

Em síntese, intui-se que a mercantilização da educação privada no Piauí é


fruto de políticas de privatização que priorizam dividendos em detrimento do acesso
a educação de qualidade. Para amenizar a situação, o estado de cunho social
democrata de bem estar social dos anos pós 2000, implementaram medidas e
maiores investimentos na área da educação, disponibilizando bolsas de estudo e
ajuda financeira, para alunos sem grande poder aquisitivo. No entanto, grande parte
desses investimentos foram dirigidos a empresas de iniciativa privada, embora
tenham contribuído para a entrada e a continuidade dos alunos em instituições
públicas. Grosso modo, o aluno recém saído do ensino médio precisa cumprir
algumas exigências para conseguir a bolsa. Segundo o MEC, a bolsa pode ser tanto
integral como parcial, sendo que em ambos os casos, a comprovação do estudo na
escola pública se faz necessária.
Cabe citar a existência de uma medida que beneficia os professores da rede
pública de ensino básico, com a ressalva de que precisam comprovar estarem no
exercício pleno do magistério. O curso a ser pleiteado também é limitado a áreas
correlatas dentro da licenciatura, ou da educação como a pedagogia. (MEC, 2011)
Partindo desses primeiros apontamentos, esse trabalho visa a partir do
funcionamento dos programas na sociedade mafrense, comparar os resultados de
políticas públicas de acesso a universidade, para mensurar seus impactos na práxis.
Para concluir, o governo federal, por meio de programas como o prouni, tem como
propósito:

Com o propósito de ampliar o acesso ao ensino superior, o


governo federal criou, em janeiro de 2005, o Programa
Universidade para Todos (ProUni), através da Lei nº. 11.096. O
Programa tem como finalidade a concessão de bolsas de
estudos integrais e parciais (50% e 25%) a estudantes de baixa
renda, em cursos de graduação e sequenciais de formação
específica, em instituições privadas de educação superior,
oferecendo, em contrapartida, isenção de alguns tributos
àquelas que aderirem ao Programa. A justificativa do MEC,
autor do projeto de lei enviado ao Congresso, foi a de que a
implantação desse Programa seria uma forma de criar novas
vagas no ensino superior para alunos cotistas sem, contudo,
nenhum investimento adicional por parte do governo federal,
pois, como afirma Almeida (2006), a renúncia fiscal seria de R$
50 milhões, muito inferior ao montante para gerar o mesmo
número de vagas em IES públicas, estimado em R$ 350
milhões. (AMARAL, 2011).
No início dos anos 2000, juntamente com o surgimento de novas
universidades públicas e a expansão sistemática da rede privada, outra política
pública voltada para a educação foi criada. O FIES, como o conceito abaixo sugere,
é um fundo de financiamento em que o estado paga as mensalidades do aluno na
faculdade, como se fosse uma espécie de empréstimo onde, depois de formado, o
estudante paga, por meio de prestações parceladas, a quantia devida ao governo. O
programa, nascido no fim da década de 1990, funciona atualmente pelo intermédio
de dos bancos como agentes para operações financeiras: O Banco do Brasil e a
caixa econômica federal. A partir dos anos de 2010, o Fundo Nacional de
Desenvolvimento da Educação (FNDE) passou atuar auxiliando na operação do
Programa, contribuindo para a redução das taxas de juros, bem como contribuiu
para a maior flexibilidade do programa, permitindo ao discentes solicitarem o
financiamento em qualquer época do ano. (BARROS, 2015) Dentre as grandes
vantagens dessa política, percebe-se o maior fluxo de investimentos a regiões de
economias e rendas mais baixas, como o Norte e o Nordeste:

Desde o início da década, o FIES tem desempenhado um


papel importante na expansão da educação superior por
garantir os recursos financeiros necessários para o pagamento
das semestralidades/anuidades para aqueles que não os
possuem. Além da contribuição à democratização da
educação superior, o FIES tem contribuído também para a
superação do desequilíbrio entre as regiões, canalizando um
maior volume de recursos para as regiões com renda média
per capita mais baixa, no Norte e Nordeste. (OLIVEIRA, 2010).

As políticas que deram origem a programas assistencialistas como PROUNI e


FIES se configuram segundo Dourado, (2002) dentro de movimentos assincrônicos,
Essa heterogeneidade aproxima a educação superior tanto com a natureza dos
investimentos públicos quanto com a esfera do privado. A predominância é
efusivamente liberal, seja pela criação e reformulações de IES. Muitos desses
cadastros são pensados dentro de um sentido quantitativo, onde não prezam pela
qualidade do ensino. Nos últimos 10 anos, sabe-se que esse inchaço expansionista
sem o devido planejamento contribui para o sucateamento das instituições públicas,
privatização do acesso e da expansão das ciências e a redução de debates sobre
como esses projetos poderiam ser melhor aplicados na sociedade, para melhor
garantir a inclusão de camadas menos favorecidas e se aproximar do tão sonhado
estado de bem estar social proposto pelos manuais da social democracia. Em linhas
gerais, a pesquisa busca avaliar, por meio de escolhas conceituais imersas em uma
agenda de pesquisas e de conceitos basilares sobre o tema, o impacto das políticas
neoliberais no sistema de educação superior, privilegiando a esfera do privado, sem
deixar de relacionar com o que ocorre nas instituições públicas.

6. CRONOGRAMA

Atividades jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez
Levantamento da
x
bibliografia
Pré análise dos artigos x
Análises de dados x
Análise dos documentos x
Fichamento x
Redação e revisão x
Divulgação dos resultados x

7. BIBLIOGRAFIA
AMARAL, D. P. do; OLIVEIRA, F. B. de. O ProUni e a conclusão do ensino superior:
questões introdutórias sobre os egressos do programa na zona oeste do Rio de
Janeiro. Ensaio: aval. e politicas públicas em educação. Rio de Janeiro, v. 19, n. 70,
jan./mar. 2011.

BARROS, Aparecida da Silva Xavier. Expansão da educação superior no Brasil:


Limites e possibilidades. Educ. Soc., Campinas, v. 36, nº. 131, p. 361-390, abr./jun.
2015

CASTANHEIRA, Antônio Maurício et al. Expansão, privatização e diferenciação da


educação superior no Brasil pós - LDBEN/96: evidências e tendências Ensaio: aval.
Políticas Públicas. Rio de Janeiro, v. 17, n. 62, p. 55-86, jan./mar. 2009

DOURADO, Luís Fernandes. Reforma do estado e as políticas para A educação


superior no brasil nos anos 90. Educ. Soc. Campinas, vol. 23, n. 80, p. 234-252,
2002.

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. SECRETARIA DE EDUCAÇÃO SUPERIOR.


Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades
Federais. Reuni 2008 – Relatório de Primeiro Ano, 30 de outubro de 2009.
Disponível em: <http://reuni.mec.gov.br/index. php?
option=com_content&view=article&id=25&Itemid=28>. Acesso em: 28/01/2019.

OLIVEIRA, Zenaide dos Reis Borges Balsanulfo; CARNIELLI, Beatrice Laura. Fundo
de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior (FIES): visão dos estudantes.
Jornal de Políticas Educacionais, v. 4, n. 7, 2010.
RISTOFF, D.; GIOLO, J. Introdução: A educação superior no Brasil: panorama geral.
In: ______.; ______. (Org.). Educação superior brasileira 1991- 2004. Brasília, INEP,
2006, p. 114-126.

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