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REMODELAR

A CASA
RENOVE OS ESPAÇOS À SUA MEDIDA

DECO PROTESTE DIGITAL


INSTRUÇÕES DE NAVEGAÇÃO

ÍNDICE GERAL

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REMODELAR
A CASA
REMODELAR A CASA

Título da obra original: L’aménagement intérieur


© ÉDITIONS DE LÁSSOCIATION DES CONSOMMATEURS a.s.b.l., 1984

Tradução da obra original: Inês Lourinho


Revisão técnica e adaptação da presente edição: Agência da Paisagem
(Manuela Geirinhas — arquiteta — e Nuno Mota — arquiteto paisagista)
Coordenação editorial: Alda Mota
Revisão de texto: Florbela Barreto
Projeto gráfico, capa e paginação: Alexandra Lemos
Ilustrações originais: Agência da Paisagem (pág. 91) e Daniel Delville
(todas as restantes, adaptadas para a presente edição)
Ilustração da capa: Thinkstock Photos

Diretora e editora de publicações: Cláudia Maia


Coordenador dos guias práticos: João Mendes

© 2016 DECO PROTESTE, Editores, Lda.


Todos os direitos reservados por:
DECO PROTESTE, Editores, Lda.
Av. Eng. Arantes e Oliveira, 13
1900-221 LISBOA
Tel.: 218 410 800
Correio eletrónico: guias@deco.proteste.pt

1.ª edição: novembro de 2016

Depósito legal n.º 416120/16


ISBN 978-989-737-080-9

Impressão:
AGIR
Rua Particular, Edifício Agir
Quinta de Santa Rosa
2680-458 CAMARATE

Esta edição respeita as normas


do novo Acordo Ortográfico.

Esta publicação, no seu todo ou em parte,


não pode ser reproduzida nem transmitida
por qualquer forma ou processo, eletrónico,
mecânico ou fotográfico, incluindo fotocópia,
xerocópia ou gravação, sem autorização prévia
e escrita da editora.

deco.proteste.pt/guiaspraticos
REMODELAR
A CASA
RENOVE OS ESPAÇOS À SUA MEDIDA

DECO PROTESTE DIGITAL


Prefácio
Decorar uma casa, instalar os móveis e outros elementos de uma
forma que seja, simultaneamente, prática, agradável e confortável:
eis uma tarefa nem sempre fácil.

Quer se trate de coordenar as cores, os volumes, os espaços, de


colocar tapetes numa sala de estar, de escolher os móveis para
uma cozinha ou de instalar uma lareira, é conveniente, antes de
tomar decisões que vão ser duradouras, refletir sobre alguns aspe-
tos fundamentais.

Neste guia, pretendemos dar o máximo de informações sobre


cada assunto tratado. Procurámos respeitar, sempre que possível,
vocabulário específico do mundo da arquitetura e do design de
interiores. No entanto, quando considerámos que tal podia condi-
cionar a correta compreensão do texto, apresentámos exemplos e
ilustrámos as ideias partilhadas. E tal não significa que tenhamos
a última palavra sobre todos os temas.

Não nos limitamos aos aspetos técnicos da decoração de interiores.


A medida do homem em relação aos diversos elementos de uma
casa é um ponto essencial para compreender este livro, uma vez
que daqui partem, em geral, as justificações para se conseguir o
desejado conforto.

Fornecemos conselhos e soluções para cada um desses elementos


(portas, janelas, escadas, etc.). As ideias que propomos, como, por
exemplo, para a decoração de uma casa de banho ou a organiza-
ção de um espaço, estão ilustradas com desenhos muito práticos.

Damos, também, ideias sobre as características das cores, os


jogos de luz, a forma mais conveniente de distribuir o mobiliário,
a iluminação... enfim, procurámos sugestões para organizar da
melhor forma os espaços dentro de uma habitação, para aumentar
o seu conforto.

Este guia, bem ilustrado e documentado, vai ser seguramente


uma ajuda para decorar, ou remodelar, os espaços de acordo com
as suas necessidades, concebendo e recriando o seu “território”
à sua medida.
Índice
PARTE 1
O homem e o seu ambiente
Para cada tipo de pessoa 14
O homem como medida de todas as coisas 17
O olho e a perspetiva 22
Visão e efeitos óticos 22
Transforme o espaço 26
Corrigir os volumes 34
A cor 38
A diversidade cromática 39
As características da cor  40
A combinação das cores 42
A perceção das cores 44
As dimensões e as cores 46
Orientação e cor 47
A orientação da habitação 48
Higiene e conforto 52
A higiene 52
O conforto: a cada zona uma função 55
Como desenhar e ler uma planta 65
Desenhar uma planta 65
Como utilizar uma planta 68
Como realizar o levantamento das divisões 71

PARTE 2
Alguns elementos da habitação
As portas 78
Alguns termos mais usados 78
Características de uma porta 78
Outros tipos de separações 88
As janelas 93
Alguns termos mais usados 93
A importância do campo de visão 94
A proteção contra o ruído 103
A ventilação 106
O caixilho 106
As aberturas das janelas 112
As escadas 121
Alguns termos mais usados 121
Tipos de escadas 121
Alguns aspetos técnicos 122
Corrimãos e balaustradas 127
Os materiais de revestimento 128
As diferenças de nível 128
O vão da escada 128
A lareira 129
Alguns termos mais usados  129
As exigências técnicas 131
Uma perspetiva mais estética 136
A casa de banho 138
A cozinha 150
Os equipamentos 151
A decoração  164
Os resíduos 172

PARTE 3
O recheio
Algumas considerações práticas 176
Por onde começar? 176
Cadeiras e bancos 177
As poltronas 182
A mesa 186
A cama 190
Os móveis para montar (em kit) 195
A arrumação 196
Algumas considerações práticas 196
Armários de parede e de chão 198
O closet 202
As gavetas 203
As prateleiras 204
A iluminação artificial 206
Os vários tipos de lâmpadas  206
Qual a melhor iluminação? 207
Os aparelhos de iluminação 210
A iluminação adequada para cada divisão 215
A iluminação dos pontos particulares 219

Nota final 223


Índice remissivo 225
PARTE 1
O HOMEM
E O SEU AMBIENTE
REMODELAR A CASA A

PARA CADA TIPO


DE PESSOA

Cada pessoa tem a sua própria forma de viver e, assim,


de organizar a sua habitação. Algumas viajam muito,
outras gostam mais de ficar por casa e de receber convidados.
De qualquer forma, quando entram na sua própria casa, todas
procuram calma e segurança, num espaço adaptado às suas
necessidades e aos seus gostos.
Como é obvio, estas necessidades variam com a personalidade
de cada um, sendo, cada vez mais, determinadas pelo local
de residência, isto é, uma mesma família não vive da mesma
forma num apartamento urbano que numa casa de campo
durante um fim de semana.

Enfim, pode dizer-se que cada caso é um caso. As soluções para


cada tipo de problema podem ser encontradas através de uma
análise de muitas situações particulares. Assim, o melhor é
começar por definir o seu tipo de vivência.

1. Vive sozinho e trabalha fora de casa


A sua casa é apenas um local de passagem, uma espécie de
dormitório, pois o emprego rouba-lhe a maior parte do tempo,
certo? Se se identifica com este perfil, não terá necessidade
de um grande apartamento, mas apenas de um espaço onde
possa “refugiar-se”, um local organizado, em que seja possível
arrumar tudo em pouco tempo. A cozinha, ainda que pequena,
deverá estar organizada racionalmente, e a casa de banho
equipada com um material que lhe permita uma limpeza rápida
e sem muitos incómodos. Deverá, assim, canalizar todos os
seus cuidados para que, depois de um dia de trabalho, tenha o
merecido descanso.

2. É estudante
A sua atividade exige-lhe que permaneça muito tempo em casa.
Deverá organizar o seu espaço de trabalho de forma a ter sempre
à mão todos os documentos de que necessita. E não se esqueça
de que a iluminação é muito importante. Mantenha, sobre a
secretária, ou sobre a mesa de trabalho, uma luz suave, a fim
de evitar um grande contraste relativamente ao resto da divisão.

14
A O HOMEM
E O SEU AMBIENTE

Grandes contrastes luminosos significarão uma maior fadiga


para os olhos. A cozinha poderá ser apenas uma kitchenette.
Quanto à casa de banho, o ideal é que esteja equipada com um
chuveiro termostático (em que seja possível misturar a água fria
com a água quente).
Um fofo edredão com cobertura tornará a sua cama mais
confortável, além de que permitirá ser mais fácil arrumá-la
de manhã. Paralelamente, algumas almofadas grandes serão
uma boa solução para acomodar os amigos sempre que estes
o visitarem.

3. Vive com a família


Uma família com duas ou mais pessoas tem necessidades
diferentes e complexas: os gostos e as exigências
multiplicam-se. A personalidade de cada um dos elementos irá
refletir-se no seu domínio próprio, sobretudo no seu quarto.
Pelo contrário, as divisões comuns, onde a família vive em
conjunto, deverão estar organizadas de forma que haja zonas
específicas para cada ocupação: refeições, repouso, conversas,
leitura, etc.

Se a divisão principal não for suficientemente grande, será


preciso sobrepor várias funções. Por exemplo, o espaço
destinado ao repouso, à conversa, à leitura, noutro momento
poderá servir como local para ver televisão, ler o jornal ou um
livro, jogar no tablet ou descarregar fotografias no computador.
A mesma zona, se estiver mobilada com um sofá-cama, poderá
acomodar uns amigos ou familiares que se encontrem de visita.
Esta mesma divisão deverá ter zonas de arrumação distintas
para as várias atividades do grupo: música, projeção de imagens
ou filmes, espaço para jogos de tabuleiro ou eletrónicos, etc.
Tente também manter, sobretudo de início, algum espaço
desocupado, uma vez que a tendência é para, no futuro, ter
sempre mais coisas para arrumar.

Na medida do possível, é de todo o interesse que os quartos


estejam afastados das divisões comuns, a fim de manter uma
certa calma: crianças e adultos deverão poder descansar,
estudar ou trabalhar sem serem incomodados, por exemplo,
pelo barulho da televisão.

Finalmente, o ideal seria que existissem duas casas de banho,


em que uma fosse reservada às crianças e aos amigos.

15
REMODELAR A CASA A

4. Recebe visitas frequentemente


Deverá cuidar particularmente da entrada da sua casa, pois é
nesse espaço que começa a arte de bem receber. Se este espaço
estiver incorporado no vestíbulo de entrada (hall), na sala de
estar, ou no salão, tanto melhor, já que acaba por torná-los mais
amplos, resolvendo, assim, a sua necessidade de espaço.
ATENÇÃO! Conforme os casos, o ambiente poderá ser mudado através
Quando quiser da iluminação, ou mesmo da disposição dos assentos.
decorar a sua A sua receção tornar-se-á mais ou menos solene apenas
casa, faça
primeiro uma com a conjugação destes dois elementos.
análise precisa das Se costuma receber os seus amigos de maneira informal,
suas necessidades. o ambiente será mais caloroso, mais intimista, com diversas
Tenha em conta os
seguintes aspetos: fontes de iluminação.
o ambiente
e o conforto 5. Vive no campo
desejados, locais
para arrumações, Se vive no campo, por exemplo numa quinta, deverá ter em
o trabalho a conta as necessidades específicas da vida rural, mais rude e,
efetuar, o repouso, com frequência, dependente do clima. A casa é mais difícil de
a higiene e…
todas as tarefas aquecer, devido ao facto de as portas darem diretamente para
domésticas. o exterior. Os principais melhoramentos a efetuar neste tipo de
Escusado será casas, muitas vezes bonitas mas sem conforto, são a instalação
aconselhá-lo a
prestar atenção de uma casa de banho bem equipada e, eventualmente, de um
ao orçamento sistema de aquecimento central e de isolamento térmico.
de que dispõe Para decorar uma casa de campo, uma boa solução é procurar
para o efeito.
artesanato regional e conjugá-lo com mobiliário moderno,
mas sóbrio.

6. Trabalha em casa
As dimensões e a decoração da sua sala de trabalho dependerão
diretamente do seu ofício. Com efeito, é o seu tipo de ocupação
que irá determinar as cores, os materiais, os espaços para
arrumações, a iluminação (artificial e natural). No seu local
de trabalho deverá imperar a organização, uma vez que esta
poderá aumentar-lhe o rendimento, favorecendo a calma
e o raciocínio.

Os exemplos fornecidos nestas páginas são, obviamente,


limitados, mas mostram-lhe que existem diversas soluções
para cada tipo de pessoa, cada caso e várias situações.

16
A O HOMEM
E O SEU AMBIENTE

O HOMEM COMO MEDIDA


DE TODAS AS COISAS

Cada pessoa, no seu espaço (habitação), deverá poder


movimentar-se à vontade, isto é, executar diversas tarefas, fazer
gestos, sentar-se e dormir sem se aborrecer nem se incomodar.
A escala humana é, deste modo, a base de trabalho do arquiteto
ou do designer, os quais deverão conhecer as dimensões do
homem médio, as do espaço útil ocupado por este quando se
encontra em diversas posições, as das passagens para a sua
circulação, as do volume ideal para que possa executar as suas
tarefas e andar livremente em cada divisão da sua casa.

Contudo, o homem não é apenas um corpo que necessita de


um espaço racional. É, também, um ser sensível à estética dos
objetos que o rodeiam. O bem-estar de uma pessoa dependerá,
então, da forma como o espaço da respetiva habitação foi
medido, dividido, pintado, iluminado e organizado e decorado.

“O homem é a medida de todas as coisas, das coisas


que são, enquanto são, das coisas que não são,
enquanto não são.”
(Protágoras, 480-411 a.C.)

A frase é atribuída a Protágoras, sofista da


Grécia Antiga, e tem por base o pensamento
de Heráclito, segundo o qual o conhecimento
pode ser alterado graças às circunstâncias
mutáveis da perceção de cada homem.

Se o homem é a medida de todas as coisas,


por consequência, nenhuma medida pode ser
a medida para todos os homens. As coisas,
assim, vão ser definidas pelas pessoas que as
definem. O que vale para determinada situação
não vai valer para outras. As coisas vão ser
conhecidas particularmente por cada indivíduo.

17
REMODELAR A CASA A

DIMENSÕES DO HOMEM MÉDIO (em cm)

226

175
163

108

92
86

79

122
43
60

De pé Sentado

As alturas 226

175
140

113
86
70
43
27

Os espaços necessários

175 27 27
175

27
137,5
150

87 112 87,5

18
A O HOMEM
E O SEU AMBIENTE

70
125

120
90
85

30
60
65
82

Mobilidade condicionada
(com cadeira de rodas)
135

73-75
75-80

40-45
45-48

87,5 87,5

À secretária Numa cadeira


comum, à mesa
70

62,5
38-40

30-35

90/100 125

Numa cadeira reclinada, Numa poltrona


à mesa de um café com estofo

19
REMODELAR A CASA A

ESPAÇO NECESSÁRIO PARA QUE UMA PESSOA


POSSA ADOTAR DIVERSAS POSIÇÕES (em cm)

225
200

150

112,5 100 112,5 87,5 62,5 87,5 100

187,5
87,5

75

30

125 150 200

20
A O HOMEM
E O SEU AMBIENTE

DIMENSÕES DA CRIANÇA MÉDIA (em cm)

99
88
80
70
50 56

34
24

Aos 18 meses

101,5 103
91
79
60
52
38
26

Aos 3 anos

132
118
103
94

72
62
48
32

Aos 6 anos

21
REMODELAR A CASA A

O OLHO E A PERSPETIVA

Visão e efeitos óticos


O olho humano saudável tem capacidade para apreender
várias zonas simultaneamente, mas nem todas com a mesma
nitidez.

1. O campo visual
O campo visual compreende:
——o campo central ou campo nítido. Por exemplo, mesmo que
uma pessoa se encontre a uma certa distância, pode ser capaz
de ver, com precisão, a superfície da unha de um dos seus
dedos (um detalhe);
——o campo periférico, ou seja, o conjunto de tudo o que o
olho pode apreender, mesmo sem nitidez, num ângulo de,
sensivelmente, 120 graus.

O campo visual é apreendido de formas diferentes, de acordo


com a organização dos espaços. Por exemplo, num ambiente
fechado, as nossas sensações variam conforme este seja
exíguo ou amplo. Um local onde podemos perceber os limites
superiores (teto) com apenas um olhar dá-nos a sensação de
segurança; pelo contrário, um espaço amplo, que, para ser
apreendido, exija um movimento dos olhos, proporcionará uma
sensação de opressão, na medida em que o observador tende a
sentir-se muito “pequeno”.
Diante de um prédio muito alto, o olho apenas consegue
apreender os limites superiores se fizer um movimento no
sentido do topo; este prédio parecerá ilimitado e grandioso.

2. As ilusões óticas
O olho humano está sujeito a ilusões. Por exemplo, avalia
melhor as larguras do que as profundidades ou as alturas.
Estas últimas parecem sempre maiores do que realmente
são. As arestas verticais nunca parecem desalinhadas, e as
horizontais “apresentam-se” curvas no centro. É necessário ter
em conta estes efeitos, pois serão tanto mais notórios quanto
mais a escala aumentar.

22
A O HOMEM
E O SEU AMBIENTE

ZONA DE VISÃO HORIZONTAL ÂNGULO DE VISÃO

Limite de visão
superior
Ângulo normal
de visão
50º-55º
60º
5º-30º

5º-30º 0º
60º

Ângulo máximo
70º-80º
de visão
Limite de
visão inferior
EXEMPLO DE CAMPO VISUAL (em cm)
300

Numa divisão baixa,


160

o espaço é apreendido
com apenas um olhar
(imagem imediata)

300
500

Numa divisão alta, o espaço


é apreendido através
160

de um movimento dos
olhos, de baixo para cima
(imagem corrida)

300

23
REMODELAR A CASA A

••Alguns exemplos
Uma trave comprida perfeitamente horizontal parecerá
abaulada no centro. Para que pareça direita, terá de ser curva
no sentido do teto.

Um prédio poderá parecer mais alto quando visto de cima.


A nossa própria altura é “acrescentada” à do prédio. Pelo
contrário, de baixo para cima, a nossa altura é “descontada”
à do prédio. Quando olhamos de cima para baixo, temos uma
sensação de insegurança (por exemplo, vertigens), e o mesmo
prédio parece-nos mais alto do que numa situação em que

ILUSÕES ÓTICAS

Na horizontal, as linhas tendem


a parecer abauladas

Os retângulos desenhados a seguir parecem ter tamanhos diferentes


apenas devido à forma como foram preenchidos

A. O preto parece mais pequeno, pois esta cor absorve a luz


B. O branco parece maior porque reflete a luz
C. As linhas verticais dão uma sensação de alongamento
D. As linhas horizontais tornam o retângulo mais largo
E. O xadrez alonga e alarga simultaneamente

24
A O HOMEM
E O SEU AMBIENTE

experimentemos um estado de segurança (olhando o prédio


de baixo para cima).

Ainda que tenham áreas iguais, os corpos pretos parecem sempre


mais pequenos do que os brancos (cerca de um quinto dos mesmos).

Para dar uma impressão de igualdade, as superfícies brancas


deverão ser reduzidas relativamente às pretas, ou vice-versa.

Cores claras conjugadas com cores-sombra, mais escuras, levam


a que estas pareçam ainda mais sombreadas, ou escurecidas.

A posição do olhar altera


a perceção da altura (A).
Olhar uma pessoa de baixo
para cima fá-la parecer
maior; de cima para baixo,
parece menor

O facto de determinada área estar a preto ou a branco


influencia a perceção do seu tamanho

25
REMODELAR A CASA A

Transforme o espaço
1. O revestimento do chão
Tendo em conta as características da nossa visão, podemos,
dentro de certos limites, transformar um dado espaço, graças
a alguns truques. As imagens seguintes podem, por exemplo,
aplicar-se à orientação do soalho numa determinada divisão
da casa.

EFEITOS DOS DIFERENTES TIPOS DE CHÃO

O revestimento claro e uniforme torna O revestimento em tons contrastados


uma divisão maior em termos visuais reduz visualmente o tamanho da divisão

As linhas horizontais tornam uma As linhas verticais “alongam”


divisão mais ampla uma divisão

26
A O HOMEM
E O SEU AMBIENTE

2. O revestimento das paredes


Também o modo como são revestidas as paredes pode
influenciar a perceção de luz e espaço de uma determinada
divisão, também dentro de certos limites.

3. Efeitos conseguidos com um espelho


Ter um apartamento na cidade pode implicar uma redução
de espaço. Pretendemos fornecer-lhe algumas ideias para

EFEITOS DOS REVESTIMENTOS DAS PAREDES

As linhas horizontais proporcionam


uma sensação de alongamento
e levam a que o teto pareça mais
baixo

As linhas verticais dão uma


impressão de altura e tornam
a divisão mais estreita

27
REMODELAR A CASA A

modificar visualmente os volumes sem, no entanto, os alterar


em termos físicos.
Nem sempre é fácil colocar um espelho grande numa parede.
Assim, poderá ser necessário dividi-lo em diversos elementos.
Contudo, as zonas de união, por vezes, são inestéticas.
Para resolver o problema, certifique-se de que não ficam
à altura do olhar (entre 1,50 metros e 1,60 metros de altura).

EFEITOS COM ESPELHOS

Quarto pequeno iluminado por uma janela ou uma superfície envidraçada.


Se perpendicularmente a essa superfície for colocado um espelho, a luminosidade
aumentará e multiplicar-se-á o volume dessa divisão. A superfície envidraçada
tornar-se-á dupla (em termos visuais, obviamente) e o efeito dinâmico das
linhas horizontais será ampliado, o que tornará o quarto mais amplo

As portas do roupeiro foram substituídas por uma porta de correr espelhada,


o que leva a crer que o quarto é maior

28
A O HOMEM
E O SEU AMBIENTE

4. O efeito de elevação
Geralmente, nos apartamentos contemporâneos, as paredes
não são muito altas. Contudo, a sensação de opressão que tal
facto pode produzir pode ser anulada se pintar as paredes de
uma cor-sombra e o teto num tom claro, ou branco. O mesmo
efeito obtém-se jogando com elementos decorativos ou
luminosos nos cantos (veja as imagens da página seguinte).

A superfície do espelho deve fazer com a parede um ângulo de 90 graus, a fim de


evitar que as linhas de fuga da perspetiva sejam quebradas

Subindo as zonas de união do espelho (por exemplo, acima de 1,60 metros),


estas deixam de ser tão evidentes ao olhar

29
REMODELAR A CASA A

Por outro lado, se pintar o teto num tom escuro, a sensação


de “esmagamento” será maior.

5. O efeito de alargamento
Do mesmo modo, poderá usar certos truques sempre
que uma divisão parecer muito pequena. Por exemplo,
os corredores, normalmente, parecem estreitos, pelo que

MODIFICAR A PERCEÇÃO DE ALTURA

O tom que escolhe para a pintura e os contrastes permitem alterar a sensação


produzida pela altura do teto

Se um teto parecer demasiado baixo, poderá contrariar este efeito


com elementos luminosos verticais ou outros elementos decorativos

30
A O HOMEM
E O SEU AMBIENTE

deverá usar cores, linhas ou espelhos para lhes dar um aspeto


mais agradável.

6. A modificação das proporções


São as proporções de uma divisão que, geralmente, lhe conferem
o seu caráter de intimismo, de frieza ou de solenidade. É possível,
também neste campo, corrigir certos efeitos e realçar outros.

MODIFICAR A PERCEÇÃO DE LARGURA

Linhas horizontais fortemente contrastantes dão uma impressão


de largura. É possível fazê-las apenas numa parede

Linhas transversais no revestimento do chão dão uma impressão de largura.


Da mesma forma, espelhos (na imagem, veja as letras A e B) colocados nas
paredes – entre o chão e o teto – fazem recuar os limites visuais do espaço

31
REMODELAR A CASA A

MODIFICAR A PROPORCIONALIDADE

A porta ao centro da
parede reduz a superfície
desta última e dá ao
conjunto proporções
pouco elegantes

Neste caso, a porta


está mais bem situada.
Graças à grande
superfície da parede,
a divisão mantém
uma boa proporção

Se desejar reduzir as proporções de uma parede, divida ao máximo a sua


superfície através de tonalidades fortes

32
A O HOMEM
E O SEU AMBIENTE

Um corredor alto e comprido pode tomar proporções mais agradáveis


se as paredes forem pintadas com um tom claro e o teto com uma
cor carregada, o que levará a que este último pareça mais baixo.
Também poderá ser reduzida a altura do teto com a introdução de
um teto falso de gesso cartonado

A altura do teto de uma divisão pode ser “aumentada” levando os


cortinados até ao teto, dando a sensação de uma sala mais ampla

Numa construção antiga de teto alto, a altura será disfarçada


se os elementos contrastantes forem acentuados, por exemplo
introduzindo um toque de cor

33
REMODELAR A CASA A

Corrigir os volumes
Os volumes dos objetos de que dispomos nem sempre são
harmoniosos ou compatíveis com a decoração desejada.
Contudo, existem diversas soluções simples para remediar
este inconveniente.

1. Tornar um teto mais baixo


Se as linhas horizontais forem acentuadas, as paredes parecerão
mais longas e o teto mais baixo.

Um teto falso, total ou parcial, poderá ajudar a definir o


espaço. O teto rebaixado em relação ao seu nível geral
criará, por exemplo, um espaço para refeições mais íntimo,
delimitando essa zona.

2. A sobrelevação do pavimento
A elevação do pavimento proporciona um resultado muito
semelhante ao rebaixamento do teto. Contudo, criar desníveis
em espaços pequenos nem sempre será a melhor solução,
porque poderá obstruir a circulação de pessoas.

Pelo contrário, em grandes áreas, podemos conceber diversos


níveis de elevação, criando vários ambientes dentro da mesma
habitação.

3. A separação
Outra forma de modificar os volumes dos espaços é através
de separações ligeiras. As persianas, os biombos, os móveis
baixos, as prateleiras ou os sofás, por um lado, e os elementos
decorativos, como painéis de correr opacos ou transparentes,
vitrinas, arcos e lareiras, são algumas ideias possíveis.

4. A rutura dos volumes


A existência de uma escada de canto poderá pesar dentro de
uma sala. O jogo entre a pintura de parede e o revestimento
dos degraus é importante para aliviar esse peso.

Uma iluminação artificial também reduz as proporções.


A iluminação baixa poderá deixar a zona superior na sombra.
Se esta for bem concebida, poderá dividir as linhas de fuga.

34
A O HOMEM
E O SEU AMBIENTE

DAR HARMONIA AOS ESPAÇOS

O teto rebaixado ajuda


a criar um ambiente
de refeições mais íntimo

O desnivelamento permite
a coexistência de ambientes
diferentes dentro do mesmo
espaço

A separação de espaços pode ser


feita de forma bastante subtil

35
REMODELAR A CASA A

A criação de vãos e de espaços abertos permite, igualmente,


delimitar melhor as áreas, deixando adivinhar novos espaços
à medida que se caminha para o interior. No caso de pequenos
apartamentos, este truque proporciona uma sensação
de espaço, preservando a intimidade de cada zona.

••Um exemplo
Vejamos o exemplo de transformação apresentado na página
seguinte. No início, havia sete portas para cinco pequenas
divisões, muito fechadas. Depois da transformação, as salas

➜ DAR HARMONIA AOS ESPAÇOS (cont.)

A tonalidade usada para pintar as paredes permite “aliviar”


o peso da escada

A iluminação artificial permite reduzir ou aumentar as proporções,


consoante o desejado

36
A O HOMEM
E O SEU AMBIENTE

de estar e de jantar tornaram-se um único e amplo espaço,


dividido por um móvel duplo, destinado a guardar livros e
loiças, que não elimina a sensação de profundidade. A luz entra
através das janelas de ambas as paredes.

A cozinha tornou-se comunicável com a entrada e a sala


de jantar, tornando a circulação mais lógica.
O conjunto formado pelo quarto e pela instalação sanitária foi
deliberadamente “afastado” das salas, a fim de preservar a sua
calma e a sua intimidade.

APARTAMENTO SUJEITO A TRANSFORMAÇÃO (exemplo 1)

instal.
ANTES
sanitária

quarto

vest.
entrada
cozinha

sala de estar

sala de jantar

instal.
DEPOIS
sanitária

quarto
vest.
entrada cozinha

sala de estar sala de jantar

37
REMODELAR A CASA A

A COR

A cor é uma característica da luz. Sem luz, a cor não existe.


A cor é composta por ondas eletromagnéticas de diferentes
comprimentos, das quais apenas algumas são percetíveis
pelo olho humano.

Através de um prisma, podemos decompor a luz e fazer


aparecer as diferentes cores que a constituem: violeta, anil,
azul, verde, amarelo, laranja e vermelho. O arco-íris, produzido
pela refração e reflexão dos raios solares nas gotas da chuva,
é composto pelas cores do prisma.

Existem ondas mais curtas antes do violeta (ultravioletas) e


ondas mais compridas para além do vermelho (infravermelhos).
Contudo, nenhuma das duas é percetível pelo olho humano.
Neste capítulo, falaremos apenas das cores visíveis.

CÍRCULO CROMÁTICO
Cores frias
AZ
UL

TA
-E

AZUL
LE
SV

IO
ER

-V
DE

VE A
UL

ET
AD

RD
AZ

L
O

E VIO
AMARELO-ESVERDEADO VERMELHO-VIOLETA

O MA
REL GE
VE

NT
DO

A
LARANJA
RM

AM A
JA
AN

EL
HO
AR

-A
AL

LA
O-

RA
EL

NJ
AR

AD
AM

Cores quentes

38
A O HOMEM
E O SEU AMBIENTE

A diversidade cromática
Existem cores puras e cores obtidas por mistura. As primárias
e secundárias formam a base das cores vivas, ou puras, que
são reagrupadas consoante as suas dependências recíprocas,
num esquema especial designado por “círculo cromático”
(veja o esquema na página anterior).

1. As cores primárias
As cores primárias não podem ser decompostas, nem
obtidas por mistura. São os chamados “tons puros”: trata-se
do vermelho (magenta), do amarelo e do azul (ciano).

2. As cores secundárias
Estas são as cores obtidas através da mistura das cores
primárias em partes iguais:
——azul + amarelo = verde;
——azul + vermelho = violeta;
——vermelho + amarelo = laranja.

3. As cores terciárias
Estas são cores menos precisas, que resultam da combinação
de cores vizinhas no círculo cromático. Por exemplo, o azul-
-violeta, cor terciária, obtém-se misturando o azul e o violeta.
O quadro seguinte apresenta mais alguns exemplos.

Cor Combinação de cores*


Azul-violeta Azul + violeta
Violeta-avermelhado Violeta + vermelho
Vermelho-alaranjado Vermelho + laranja
Amarelo-alaranjado Amarelo + laranja
Amarelo-esverdeado Amarelo + verde
Verde-azulado Verde + azul
* proporções: 2/3 + 1/3.

4. As cores complementares ou opostas


A cor complementar de uma outra é a que, no círculo
cromático, lhe for diametralmente oposta (veja o esquema da

39
REMODELAR A CASA A

página 38). Assim, o vermelho é complementar do verde, assim


como o violeta é complementar do amarelo e o azul do laranja.
Estas cores são designadas “complementares” simplesmente
porque... se completam.

Faça uma experiência... Observe, durante alguns momentos,


uma superfície vermelha, bem iluminada. Se fechar os olhos
rapidamente, verá aparecer, como se estivesse projetada
na sua retina, o verde, como se esta cor, a que não prestara
atenção anteriormente, faltasse ao equilíbrio normal, e o seu
cérebro a restituísse. Para existir uma harmonia cromática,
isto é, para manter o equilíbrio e tranquilizar o espírito, o
cérebro introduz, na retina, a cor complementar da que
observámos.

As características da cor
Saturação, luminosidade e intensidade são três das principais
características das cores. Vejamos como se definem.

1. A saturação
O grau de intensidade de uma cor é designado por “saturação”.
Todas as cores ditas “puras” (que não foram misturadas)
são saturadas.

As cores obtidas por mistura são tanto mais saturadas


quanto a cor dominante se aproximar da pura.
As cores puras são mais luminosas no seu ponto de saturação.
É curioso constatar que a cor, mesmo sem ser modificada
através de uma mistura, pode aumentar a intensidade, tornar-se
mais concentrada ou saturada.

As cores podem ser profundamente modificadas se forem


misturadas com o branco. Com um pouco de branco,
o vermelho-carmim toma um tom azulado, o violeta fica mais
claro, o amarelo perde um pouco do seu calor. Adicionar
branco às diversas cores leva a que estas se tornem mais
suaves até se distanciarem completamente do tom inicial.
Assim, podemos verificar que existe uma grande diferença
entre o vermelho puro e o vermelho-rosado, que, no entanto,
tem a mesma origem.

40
A O HOMEM
E O SEU AMBIENTE

2. A luminosidade
Uma cor não se define apenas pela sua intensidade ou pela sua
saturação, mas também pela luminosidade, que se caracteriza
pelo teor de cinzento ou de preto. Na verdade, a grande maioria
das cores que nos rodeiam, mesmo os azuis e os vermelhos
muito vivos, contém uma certa quantidade de cinzento.

O cinzento nem sempre é uma cor desvitalizada, uma simples


mistura entre o preto e o branco. Pelo contrário, pode assumir
uma infinidade de tons. Um olho bem treinado é capaz de
reconhecer um cinzento-azulado, um cinzento-amarelado,
um cinzento-esverdeado, um cinzento-alaranjado, um
cinzento-rosado, etc. O cinzento tem a notável faculdade de se
associar facilmente a todas as cores sem lhes tirar a essência.
Aumentando progressivamente a proporção de cinzento, é
possível tornar uma cor totalmente cinzenta. Contudo, este
cinzento tem sempre um reflexo da sua cor original (cinzento-
-azulado, cinzento-esverdeado, etc.). Comparando um cinzento
proveniente do azul com outro obtido a partir do vermelho,
podemos aperceber-nos de que um é frio e o outro é quente e
que não se harmonizam entre si porque são muito diferentes.

3. Os valores
Os valores são a expressão da intensidade luminosa das cores.
O preto é o valor mais escuro e o branco o mais claro. O valor
é, assim, a transposição, em intensidade luminosa, de uma cor,
sem ter em conta a qualidade da sua coloração.

Entre as cores puras, a escala dos valores é constituída da


seguinte forma: o amarelo é a mais clara, vindo, de seguida,
o alaranjado, o vermelho, o verde, o azul e o violeta (que é uma
cor carregada). Mas os valores também podem ser dados pelas
cores obtidas por mistura ou pelas cores a que foi adicionado
o preto ou o branco. Obtém-se, assim, uma série de cinzentos
com maior ou menor intensidade, mais ou menos coloridos,
que têm valores particulares, mas muitas vezes iguais.
As sensações de igualdade ou de proximidade dos valores
traduzem-se em vibrações, elementos vivos dentro de uma
harmonia.

As vibrações são calmas se os valores utilizarem tons neutros;


são estridentes se as igualdades forem compostas por cores

41
REMODELAR A CASA A

vivas. O jogo dos valores soma-se ao das cores na harmonia


geral e deve ser corretamente doseado. Para simplificar, pode
dizer-se que, mesmo fotografando um motivo colorido com
uma película a preto e branco, deve existir um bom equilíbrio
geral.

A combinação das cores


Uma cor não tem de ser obrigatoriamente pura para que as
suas características sejam interessantes. As características
das cores podem ser modificadas se forem misturadas com
preto, branco ou outras cores. Estas misturas permitem
tons compostos, os quais são difíceis de obter por pessoas
inexperientes.
Damos-lhe alguns exemplos simples: um amarelo puro,
misturado com branco, torna-se mais luminoso, mas,
simultaneamente, um pouco mais azulado. Para conservar as
suas características originais, é necessário juntar-lhe um pouco
de amarelo dourado. Inversamente, este mesmo amarelo,
misturado com uma pequena quantidade de preto, perde a
luminosidade e ganha um tom esverdeado. Assim, é necessário
temperá-lo com uma mistura de amarelo-ocre. Os exemplos
apresentados são muito simples, mas, para encontrar o tom
desejado, ainda é necessário misturar quatro ou cinco cores
em proporções diferentes. O tom obtido, se for misturado com
outras cores, pode já adquirir uma densidade e uma presença
impensáveis para um “amador”.

1. Variações de uma cor


Uma cor clara, muito saturada e não contendo cinzento,
é viva: azul puro, amarelo-vivo, vermelho-vivo. Uma cor
misturada com branco torna-se “pálida”, suave: azul-celeste,
amarelo-pálido, rosa. Uma cor saturada, misturada com
preto, adquire profundidade (por exemplo, azul-escuro).
Uma cor-sombra misturada com um cinzento carregado
aproxima-se do preto, sendo, assim, esbatida ou “apagada”.

É possível temperar uma cor forte com uma porção de cinzento


(isto é, um pouco de preto misturado com branco), mas
uma cor pura perde a sua força luminosa quando misturada
com o preto. O verde suporta melhor do que o azul esta
mistura, mas perde rapidamente a sua luminosidade; o azul

42
A O HOMEM
E O SEU AMBIENTE

abandona a sua vivacidade; o vermelho torna-se violeta; o


violeta torna-se “ameaçador”; o amarelo retrai-se, tornando-se
“mórbido” e inquietante.

Os esfumados são harmonias compostas por uma mesma cor,


mas com valores diferentes. Por exemplo, o conjunto que vai
do bege ao castanho, passando pelo castanho-claro e a cor de
tabaco amarelada, forma uma harmonia calma em esfumado.
Estas harmonias também podem ser muito coloridas se
forem feitas, por exemplo, em torno dos amarelos, passando
do amarelo-limão ao ocre, utilizando os amarelos intensos
e os branco-amarelados.

As harmonias em esfumado, mesmo coloridas, proporcionam


sempre um sentimento de calma. Muitas vezes, para animar
uma composição, ou seja, para que esta não seja demasiado
calma, bastará uma pequena quantidade da cor complementar.

2. Os contrastes
Para não tornar uma composição demasiado confusa, convém
não abusar das cores e usá-las com bom gosto e moderação.

Os contrastes coloridos podem ser notados de forma imediata,


parecendo, simultaneamente, evidentes ou mesmo brutais.
As crianças, quando começam a manipular a cor, têm tendência
para utilizar cores muito contrastantes. Os povos dos países
quentes também as utilizam, habituados que estão aos fortes
contrastes entre a luz e a sombra.
Os contrastes mais fortes podem ser obtidos com as cores
primárias, mas igualmente com as secundárias, sendo mais
evidentes quando as cores são puras.
Os contrastes acentuam-se quando as cores são separadas
com os brancos ou com os pretos. Com efeito, a impressão
de contraste pode dever-se apenas à combinação de uma
cor intensa com o branco ou com o preto, que intensificam
a presença dessa mesma cor. Posta perto do preto, uma cor
parece mais brilhante e, perto do branco, torna-se mais baça,
perdendo luminosidade.

Atenção, não convém confundir “contraste colorido”


com “vibração colorida”, de que falámos em Os valores (veja
a página 41). O contraste colorido é sempre acompanhado
pelo contraste dos valores.

43
REMODELAR A CASA A

Os contrastes de quantidade resultam da relação de forças


entre as cores, entre os valores, ou entre ambos. Para que
se tenha uma sensação de equilíbrio, é necessário que os
contrastes de quantidade sejam nítidos. De facto, se formos
confrontados com superfícies (e quantidades) iguais de cores
diferentes, teremos um sentimento indefinido. Pelo contrário,
um conjunto dominado por uma cor, mas que, no entanto, seja
realçado pelas complementares, proporciona uma sensação
de estabilidade e segurança. A cor minoritária toma uma
densidade e uma intensidade mais fortes, como se se quisesse
defender da “invasão” das restantes.

3. A influência da luz
Temos estado a falar de cores observadas à luz natural ou
artificial. Se esta luz branca for transformada, o que pode
facilmente conseguir-se através da iluminação elétrica,
a perceção das cores modifica-se. A luz elétrica clássica,
com a sua cor amarela dominante, leva a que o amarelo pareça
mais brilhante e o azul mais carregado. Se os objetos forem
iluminados com uma luz vermelha, todas as suas superfícies
vermelhas parecerão mais claras.
As lâmpadas de sódio eliminam totalmente as cores,
não deixando aparecer senão os valores.

A perceção das cores


Diversos estudos científicos comprovaram a influência das
cores na sensibilidade e no comportamento do indivíduo.
Naturalmente, esta influência não se faz sentir de igual forma
em todas as pessoas, dependendo da sua personalidade,
de algumas associações de ideias e de recordações mais ou
menos conscientes. Assim se explica que uma cor associada
a recordações felizes nos pareça sempre alegre sem que nos
apercebamos disso. Por outro lado, as cores nunca são únicas,
e a sua sobreposição com outras ou apenas com o cinzento
pode mudar a sua perceção.

Cada pessoa tem mais ou menos presente o sentido das


conveniências relativamente às cores. Como é óbvio, não passa
pela cabeça de ninguém pintar de vermelho um quarto de
hospital, mas uma parede de uma ala hospitalar pediátrica com
uns bonecos vermelhos poderá ser mais bem aceite.

44
A O HOMEM
E O SEU AMBIENTE

Algumas cores dão a sensação de calor, evocando o sol e o


bom tempo. Outras estão associadas a uma impressão de
frescura. Geralmente, considera-se que as cores quentes vão
do amarelo-esverdeado ao vermelho-arroxeado, passando pelo
laranja, enquanto as cores frias passam pelo azul. As cores
de partida e de chegada podem, conforme o ambiente e o
contraste com os tons vizinhos, parecer quentes ou frias.
Esta sensação pode ser explorada para corrigir, dentro de
certos limites, a orientação das divisões de uma casa: daí que
resulte bem escolher tons quentes para divisões viradas a norte
e tons frios para zonas expostas ao sol e à luz.

• O amarelo é a cor mais clara, alegre, luminosa e jovem,


tónica e brilhante. O amarelo, quando misturado com o
branco, apesar de manter alguma luminosidade, perde a sua
força. Pelo contrário, ganha dinamismo se for sobreposto Atenção!
com cores-sombra. Junto ao cor-de-rosa, torna-se ácido, mas Tudo quanto
foi dito
perto do laranja, simboliza o Sol. Com o azul, em quantidades anteriormente
iguais, perde muito do seu fulgor. De resto, o azul também. pode ser alterado
No entanto, com o violeta, retoma toda a sua vitalidade. pela qualidade das
tintas utilizadas
e da superfície
• O vermelho é uma cor viva e excitante. Com o verde, que tem onde estas
uma intensidade sensivelmente equivalente, em quantidades forem aplicadas.
É evidente que
iguais, tem uma vibração mais luminosa e, conforme o a ressonância
ambiente que o circunda, pode ser estridente, exultante ou de uma mesma
vulgar. Conjugado com o cinzento médio, proporciona um cor será diferente
de acordo com
sentimento trágico. a superfície onde
for aplicada:
• O azul é uma cor profunda e mística, calma e forte. Combina por exemplo,
esta poderá ser
muito bem com o branco e com um grande número de verdes. mate, aveludada,
Dá vida aos castanhos, respeitando todas as suas características. brilhante, vidrada
ou lacada. Neste
último caso,
• O verde, se tiver mais amarelo do que azul, é uma cor viva. a cor aparecerá
Pelo contrário, se tiver mais azul do que amarelo, pode mais fria e
tornar-se uma cor triste. Porém, associado ao azul, mantém refletirá as cores
que estiverem
todas as suas virtudes. O verde é uma cor que permite um próximas.
número quase infinito de variantes. Basta observar o ciclo da Pelo contrário,
natureza, desde a primavera ao outono. se a superfície
for mate, terá
um aspeto
• O laranja é a cor mais dinâmica, brilhante e “orgulhosa”, mais quente.
conjugando a alegria do amarelo com a ação do vermelho. Poder-se-á
utilizar este truque
Também é uma cor viva e excitante, que, no entanto, perde para tirar partido
facilmente a sua intensidade quando misturada com o branco. de uma cor fria.

45
REMODELAR A CASA A

Pelo contrário, misturada com o preto, forma castanhos densos


e belos.

• O violeta, nobre e altivo, é, por excelência, a cor do


secretismo. Associado ao vermelho, torna-se ainda mais
intenso. Misturado com o branco, aproxima-se da cor de
malva. Contudo, o violeta-avermelhado é forte e espiritual e o
violeta-azulado evoca a solidão e o frio. A sobreposição destas
cores permite uma variação infinita de sensações, que, muitas
vezes, é necessário temperar com cores neutras, naturais,
tranquilizadoras, adaptadas aos materiais utilizados.

Lembre-se: cores, superfícies, materiais e luz podem


ser conjugados para se obter o efeito desejado.

As dimensões e as cores
A cor constrói os volumes e corrige eventuais deficiências
das superfícies, sendo, também, uma boa solução para resolver
alguns problemas de espaço.

••Teto baixo
É possível dar uma impressão de altura, com paredes sem
frisos, pintadas num único tom. As linhas verticais também
poderão dar uma ajuda. A mesma sensação de altura pode ser
obtida com um pavimento e um teto de cores claras.

••Teto alto
A altura pode ser corrigida se o teto for de uma cor-sombra,
utilizando um pavimento escuro, e se os papéis de parede
e os cortinados não tiverem motivos verticais.

••Divisão pequena
Numa divisão pequena poderão ser utilizados alguns truques.
O pavimento deverá ser composto por uma única e grande
superfície de cor clara. Evite demasiados tapetes que dividam
o espaço. As paredes deverão ser claras, sem revestimentos
com motivos grandes, algo que diminui a superfície. Deverá ser
utilizada a mesma técnica para as portas.

46
A O HOMEM
E O SEU AMBIENTE

Um grande espelho, estrategicamente colocado, aumentará,


através dos reflexos, o volume do local, aumentando também,
a claridade.

Divisão estreita e comprida


Deverá jogar com duas superfícies: a superfície que desejar
“recuar” poderá ser pintada num tom frio e muito claro
(por exemplo, verde-água, azul-claro ou branco), ou poderá
colocar um espelho numa das paredes. A superfície que
quiser “aproximar” será pintada num tom muito carregado
ou ainda numa cor-sombra (verde-escuro, azul-escuro, laranja
ou castanho).

Orientação e cor
Como já referimos, certas cores têm uma ressonância quente;
outras, fria. Assim, é possível jogar com as cores, de modo
a modificar o aspeto geral de uma divisão.

••Divisão virada a norte


A luz muito fria estraga a harmonia. É necessário escolher cores
luminosas e quentes.

••Divisão virada a este


O levante proporciona uma iluminação dura. Escolha cores
suaves, mas não muito frias.

••Divisão virada a sul


As cores intensificadas pela luz correm o risco de cansar a vista
se forem muito fortes. Com a exceção deste aspeto, todas as
cores podem ser utilizadas. As persianas filtram a luminosidade.

••Divisão virada a oeste


O sol poente aquece as cores. É possível temperar o vermelho
dominante da luz com um pouco de azul ou de cinzento,
sem, no entanto, abusar das cores frias.

47
REMODELAR A CASA A

A ORIENTAÇÃO
DA HABITAÇÃO

Quando se projeta uma habitação, deve ter-se em conta a sua


orientação. A incidência dos raios solares numa casa e, em última
instância, o seu aquecimento dependem da orientação que
lhe for dada. É conveniente saber utilizar ao máximo os efeitos
benéficos do sol, mas, também, proteger a casa do calor excessivo
através de uma correta orientação das aberturas (portas, janelas,
etc.). Sob o ponto de vista do conforto, é importante que os
compartimentos estejam bem distribuídos. Se os ângulos que
os raios solares fazem com a Terra nas diversas estações do ano
forem bem aproveitados, é possível receber o sol no inverno e,
de certa forma, “eliminá-lo” no verão. Assim, a melhor orientação
é a que aponta para o local onde o sol incide ao meio-dia (sul,
para o hemisfério norte; norte, para o hemisfério sul), visto que,
no verão, esta recebe menos horas de calor do que no inverno
(veja ilustração na página seguinte, em baixo).

1. A importância deste fator


As aberturas viradas a leste e a oeste recebem mais horas de sol
no verão do que no inverno.
As aberturas orientadas para leste, no inverno, recebem os
raios de sol nascente até metade da manhã. No verão, o período
prolonga-se até cerca do meio-dia. Assim, no inverno, como o
sol atua durante um curto período, não tem tempo de aquecer
a atmosfera, pelo que as divisões da casa orientadas para leste
são menos quentes do que as que se encontram expostas a sul.
Já no verão, são temperadas pelo sol da manhã, que quebra o
ambiente mais fresco da noite.
É conveniente que os quartos estejam virados a leste, pois,
deste modo, o sol da manhã pode entrar através das janelas,
iluminando toda a divisão.
As aberturas orientadas para oeste são “castigadas” pelo sol
da tarde durante o verão, recebendo a luz da pior forma, na
segunda metade do dia, quando a atmosfera já está aquecida.
No inverno, o sol incide obliquamente, pelo que o frio da noite
não é compensado senão depois do meio-dia.
Uma divisão exposta a norte recebe mais sol no verão do
que no inverno, razão pela qual este ponto cardeal não é a

48
A O HOMEM
E O SEU AMBIENTE

POSIÇÃO DO SOL AO LONGO DO ANO

Solstício de verão
(21 de junho)

Equinócio da primavera (março)


Equinócio de outono (setembro)

Solstício de inverno
(21 de dezembro)

Solstício de verão

No solstício de verão,
o Sol está mais afastado
da Terra do que no
solstício de inverno
Solstício de inverno

INCIDÊNCIA DO SOL AO MEIO-DIA

Verão

Inverno

49
REMODELAR A CASA A

melhor escolha. Contudo, esta é uma boa opção se se pretender


uma iluminação uniforme, por exemplo para a localização
de um estúdio de pintura.

2. Disposição das divisões segundo a orientação solar


Sempre que possível, a orientação solar da habitação deve ditar
a localização das várias divisões. Neste sentido, a distribuição
do calor será a seguinte:
——das 07h00 às 09h00 — leste (verão/inverno): o sol da manhã
ajuda a temperar o ambiente frio da noite;
——das 10h00 às 12h00 — leste (inverno): o sol atua por pouco
tempo, daí não conseguir aquecer suficientemente a atmosfera;
——das 16h00 às 18h00 — sul (inverno): sol muito baixo, bastante
agradável, entrando em abundância nas divisões.

DISPOSIÇÃO IDEAL DAS DIVISÕES DA CASA

NORTE
Recebe o máximo de sol no
verão. Iluminação uniforme

entrada/ casa
/garagem de banho

cozinha quarto

OESTE ESTE
No inverno, Zona menos
sala quarto
é uma zona quente
de jantar
fria. No verão, no verão
pelo contrário,
é bastante
quente sala escritório
de estar

SUL
Zona soalheira no inverno

50
A O HOMEM
E O SEU AMBIENTE

3. Abrangência dos raios solares segundo os pontos


cardeais e de acordo com as estações do ano
A exposição solar no nosso país é condicionada pelas estações
do ano e absolutamente superior no verão face ao inverno.
Os esquemas abaixo permitem clarificar esta situação.

EXPOSIÇÃO SOLAR CONSOANTE AS ESTAÇÕES DO ANO


Portugal fica compreendido entre os 37 e os 42 graus
norte (latitude) e os sete e os dez graus oeste (longitude).
Esta localização condiciona a abrangência dos raios solares

NO NE
noite

VERÃO

Trajetória do Sol no solstício


de verão (sensivelmente a
O E 21 de junho), que corresponde
ao dia mais longo do ano

dia

SO SE
N

S NE
NO
noite

INVERNO O E
Trajetória do Sol no solstício
de inverno (sensivelmente a
21 de dezembro), que corresponde
ao dia mais curto do ano
dia

SO SE

51
REMODELAR A CASA A

HIGIENE E CONFORTO

A casa é um refúgio, um local de repouso, e, por vezes,


um espaço de trabalho, que deverá proteger o homem das
intempéries e agressões exteriores, mas, também, constituir-se
como um ambiente favorável ao seu bem-estar psíquico e ao
bom rendimento das suas atividades.
A realização destas condições depende de três fatores
principais: a localização da habitação, o tipo de construção
e a disposição das respetivas divisões.
Uma habitação será confortável e protegida se:
——estiver bem isolada do frio pelo tipo de construção;
——dispuser de janelas suficientemente amplas e colocadas
de forma conveniente;
——for bem arejada, mas sem correntes de ar;
——puder ser mantida à temperatura ideal sem dificuldade;
——permitir a delimitação de zonas funcionais, bem adaptadas
e confortáveis;
——puder receber mobiliário prático.

A higiene
Neste capítulo, pretendemos dar conselhos gerais passíveis de
serem adaptados a cada um, consoante as suas necessidades.

1. A ventilação
O homem consome oxigénio e expulsa dióxido de carbono
e vapor de água. As quantidades variam consoante o peso,
a alimentação, a atividade e o meio ambiente em que se move.
Em média, numa hora, cada pessoa produz 0,02 metros cúbicos
de dióxido de carbono e 40 gramas de vapor de água.

Ainda que um teor de dióxido de carbono na ordem dos um a


três por mil (1‰-3‰) seja apenas percetível quando se respira
profundamente, o ar de um quarto não deverá ter mais do
que um por mil (1‰) deste gás. Em condições normais, são
necessários 32 metros cúbicos de ar para um adulto e 15 metros
cúbicos para uma criança. Mesmo com as janelas fechadas,
a circulação normal do ar em edifícios isolados é duas vezes
superior, pelo que são suficientes os seguintes volumes de ar:

52
A O HOMEM
E O SEU AMBIENTE

CONSUMO DE OXIGÉNIO E LIBERTAÇÃO


DE DIÓXIDO DE CARBONO E DE VAPOR DE ÁGUA

SONO

± 0,012 m3/h de oxigénio


40 g/h de vapor de água

REPOUSO

± 0,015 m3/h de oxigénio


± 0,015 m3/h 32 g/h de vapor de água
de dióxido de carbono

± 0,0167 m3/h
de dióxido
de carbono
ATIVIDADE

± 0,03 m3/h de oxigénio


58 g/h de vapor de água

± 0,043 m3/h
de dióxido de carbono

53
REMODELAR A CASA A

de 16 a 24 metros cúbicos para adultos (conforme o tipo


de construção) e de oito a 12 metros cúbicos para crianças.
O que equivale a dizer que, se a altura da sala for, no mínimo,
de 2,5 metros, um adulto deverá ocupar de 6,4 a 9,6 metros
quadrados e uma criança de 3,2 a 4,8 metros quadrados.
Se a circulação do ar aumentar (através de janelas abertas ou
ar condicionado), o volume pode ser reduzido para 7,5 metros
cúbicos por pessoa nas divisões em geral e a dez metros cúbicos
por cama nos quartos. Quando o ar é adulterado por lâmpadas
acesas, equipamentos, maus cheiros — ou, simplesmente,
quando um espaço está fechado —, a ventilação artificial deverá
colmatar a insuficiência de oxigénio e anular a abundância de
dióxido de carbono.

2. O calor
A temperatura mais agradável situa-se entre os 18 e os 20 graus
centígrados, para uma pessoa em repouso e, conforme as
tarefas, entre os 15 e os 18 graus centígrados para um indivíduo
em atividade. O homem pode ser comparado a uma estufa:
aquecido pelos alimentos que ingere, produz, por hora, cerca
de 1,5 quilocalorias por quilo do seu próprio peso. Assim, um
adulto que pese 70 quilos produz 105 quilocalorias por hora,
o que perfaz cerca de 2500 quilocalorias diárias, quantidade
suficiente para aquecer 25 litros de água. A produção de calor
varia consoante a posição do corpo, aumentando quando a
temperatura do ambiente baixa ou quando a pessoa se encontra
em movimento.

consumo de energia
Idade/atividade kcal/hora
Lactente cerca de 15
Criança de dois anos e meio cerca de 40
Adulto em repouso cerca de 96
Adulto em atividade média cerca de 118
Adulto em esforço cerca de 140
Idoso cerca de 90

As condições térmicas são o resultado de um compromisso


entre a temperatura real de uma divisão e o calor libertado

54
A O HOMEM
E O SEU AMBIENTE

pelo corpo humano no seu meio ambiente. Um homem


sentado e em repouso, que liberta poucas calorias, só se
sentirá confortável se o ambiente que o envolve estiver quente.
Pelo contrário, para compensar o calor que um corpo humano
liberta quando efetua um trabalho físico duro, é necessário
baixar o nível da temperatura ambiente.

3. A humidade
Como já referimos, o homem, nas suas atividades, liberta vapor
de água. A perda de água aumenta sempre que a temperatura
ambiente também aumentar, sobretudo quando passa dos
37 graus. A atmosfera de uma divisão é agradável quando o
teor de humidade relativa se situa entre os 50 e os 60 por
cento, não devendo descer abaixo dos 40 por cento, nem ser
superior a 70 por cento. Um grande teor de humidade favorece
o desenvolvimento de doenças, a putrefação e a condensação,
enquanto o ar demasiado seco irrita as mucosas do nariz
e da garganta.

4. A luz e as cores
Uma boa iluminação pode evitar problemas oculares. A luz
deverá ser abundante numa casa: antes defender-se do sol com
persianas do que ter janelas, ou portas, muito pequenas.
As cores, por sua vez, também desempenham um papel
importante no âmbito da perceção geral de um espaço (veja as
páginas 38 e seguintes).

O conforto: a cada zona uma função


Todos os tipos de habitações (desde o grande apartamento ao
estúdio), com a sua decoração, respondem às diversas funções
da vida quotidiana, encontrando-se, deste modo, divididos
em diferentes zonas.

1. A zona de circulação
Esta zona é constituída pelo vestíbulo de entrada, pelos
corredores, pelas escadas, pelos patamares que servem
o conjunto das divisões de um apartamento ou de uma
moradia e, claro está, pelo espaço existente entre os móveis.
A circulação deverá ser fácil, sem muitas curvas bruscas,
e o mais curta possível. De facto, é preferível deixar o máximo
de espaço livre para as divisões principais e evitar longos

55
REMODELAR A CASA A

trajetos entre estas. As portas deverão abrir no sentido do


interior de cada divisão, a fim de não perturbar a circulação.

••As circulações horizontais: entradas e corredores


A função do vestíbulo é proporcionar um acolhimento
agradável assim que se entra numa casa. O seu papel é, por isso,
muito importante.

A luz do dia raramente se faz sentir na entrada de uma casa,


uma vez que, em geral, se reservam as janelas para as divisões
principais. Assim, há que cuidar da iluminação artificial. A sua
intensidade deverá ser um pouco mais fraca do que as das
divisões onde recebe as visitas, de modo a não parecerem
tristes. As paredes iluminadas com lâmpadas colocadas no teto
proporcionam uma sensação de espaço, de respiração.
Se as portas que comunicam com a sala de estar ou com o salão
forem de correr, a passagem será totalmente livre e, em certas
ocasiões, esta pode ser uma forma de aumentar o espaço.
Se necessário, podem mesmo ser eliminadas.
No caso de grandes corredores, poderá alargá-los em
termos visuais se diminuir oticamente o seu comprimento
(veja a página 31).

Enquanto espaço de transição entre a rua e a habitação, a


entrada desempenha, também, uma função utilitária. É na
entrada que as pessoas deixam e retomam certos acessórios
e vestuário diretamente relacionados com o exterior.
Caso disponha de espaço para tal, coloque no seu vestíbulo
um bengaleiro para acomodar os casacos e outros acessórios
dos seus convidados e amigos. Um espelho pendurado
numa parede (pode também ter a função de “aumentar”
o espaço) será cómodo para verificar, antes de sair, se a roupa
ou o penteado estão em ordem.

••A circulação vertical: as escadas


As escadas unem os volumes de forma vertical. Na maioria
das vezes situam-se nos corredores, ou entradas, mas também
podem fazer a ligação entre as divisões principais (por exemplo,
de uma sala grande para o piso superior).
Existem diferentes tipos de escadas, mas todos deverão
obedecer à regra do equilíbrio entre os degraus (veja o capítulo
As escadas, nas páginas 121 e seguintes).

56
A O HOMEM
E O SEU AMBIENTE

Para evitar acidentes, deverá existir uma proteção entre


o corrimão e os degraus. A largura das escadas deverá ser
suficiente para permitir a passagem dos móveis.

2. A zona comum
Como o próprio nome indica, esta zona está à disposição
de todos. É aqui que a família se reúne e recebe os amigos.
A zona comum compreende a cozinha e a sala de estar,
onde se localizam os espaços para as refeições e para o repouso
(por exemplo, os sofás).

••A cozinha
No campo, a cozinha é, frequentemente, a divisão principal de
uma casa. Muitas vezes tem o aspeto da sala comum de outros
tempos, é a maior divisão do lar, que se presta a todos os tipos
de ocupações e de tarefas desempenhadas em conjunto.
A grande lareira, a que as pessoas que vivem no campo por
vezes não ligam muito, mas que os citadinos quase sempre
apreciam, é, não raras vezes, o elemento decorativo principal.
Na cidade, pelo contrário, a cozinha é, geralmente, pequena,
pelo que se deve tirar o melhor partido do espaço existente.
Se for bem concebida, uma pequena cozinha torna-se menos
fatigante do que uma grande, pois as zonas destinadas às
diversas funções estão muito próximas.

Na decoração da sua cozinha tente respeitar a ordem das


seguintes funções: lavagem, preparação e cozedura dos
alimentos, de modo a evitar ao máximo as deslocações.
Não se esqueça dos eletrodomésticos fundamentais, tais como
a máquina de lavar loiça, o fogão e o frigorífico.

Instale a cozinha o mais próximo possível da divisão destinada


às refeições. Uma boa opção consiste em integrar logo ali uma
pequena zona para refeições rápidas. Qualquer que seja a
sua opção, defina bem, logo à partida, as áreas de circulação,
para evitar desperdícios de espaço inúteis. Se passar muito
tempo na cozinha, sem menosprezar a escolha dos móveis e
dos aparelhos, tente organizar um ambiente agradável e bem
iluminado, onde a sua sombra não seja projetada na bancada de
trabalho. Escolha a cor e o material dos ladrilhos ou de outros
revestimentos de acordo com o seu gosto pessoal, mas tendo
em conta a facilidade de limpeza.

57
REMODELAR A CASA A

••A sala de estar


A sala de estar compreende, como já referimos, um espaço para
refeições e um espaço para repouso. É uma sala comum, onde
as pessoas fazem as suas refeições, vivem, repousam, sendo, à
partida, a maior divisão da casa. A sua superfície varia em geral
entre os 24 e os 25 metros quadrados, indo idealmente até aos
35 metros quadrados no caso de uma família de quatro pessoas.
É possível tornar este espaço mais amplo, se não o for na
realidade, pelo menos recorrendo a alguns truques visuais (veja
as páginas 22 e seguintes).
Se o seu apartamento dispõe de uma sala de jantar e de um
salão de pequenas dimensões, poderá, eventualmente, eliminar
a parede ou a ligação entre estas duas divisões (veja um
exemplo na página 37).

A zona de estar serve para o repouso e para a comunicação.


Este espaço deverá, então, ser mobilado com confortáveis
poltronas ou sofás, cuja disposição permita que cada pessoa
possa ver o seu interlocutor. Por outro lado, as mesas e as
estantes baixas deverão estar colocadas, de preferência, ao
lado das poltronas e não à sua frente. A iluminação desta zona
deverá poder ser modificada de acordo com a atividade em
questão. Por exemplo, pontual e bastante forte para a leitura,
mais suave para a conversa, muito discreta quando se ouve
música, ou se vê televisão.

Se dispõe de um piano, assegure-se de que o teclado fica bem


iluminado e de que as zonas de passagem não incomodam o
executante.

A zona da televisão deverá ter uma iluminação integrada, isto é,


com vários pontos de luz, para evitar que os olhos se cansem.
Não coloque o seu televisor em contraluz, pois, desta forma,
faz aumentar os contrastes luminosos e aumenta o esforço
dos olhos. A zona em redor da televisão deverá também não ser
escura, ou pouco iluminada (contrastes inversos).

Se, por acaso, tiver a sorte de possuir uma lareira nesta divisão,
o espaço para o repouso organizar-se-á bem em seu redor.

No campo, como em geral a superfície está menos limitada


e a altura das paredes é geralmente maior, por vezes, coloca-se
a lareira no centro da divisão.

58
A O HOMEM
E O SEU AMBIENTE

Os volumes destinados à arrumação têm, igualmente,


um interesse particular, pois acomodam todos os objetos
relacionados com as atividades da sala de estar. Uma solução
prática é dotar toda uma parede com elementos de arrumação
(por exemplo, estantes ou prateleiras). Assim, perto da zona
de refeições deverão estar os serviços, os vidros e os cristais,
as toalhas de mesa, bem como os aperitivos e as bebidas
alcoólicas. Por outro lado, tudo o que se relacionar com o lazer
deverá estar agrupado noutro espaço. É o caso dos livros, do
sistema de vídeo e som, das fotografias, etc.

••A zona de refeições


Outrora, as pessoas tomavam as suas refeições na sala de jantar,
que era exclusivamente reservada para o efeito. Contudo, dado
o espaço cada vez mais diminuto e caro, atualmente é comum
ver-se o espaço para refeições incorporado na sala de estar,
ou mesmo na cozinha. De qualquer forma, as refeições devem
ser tomadas, tanto quanto possível, próximo da cozinha.

Uma refeição será tanto mais agradável quanto mais calmo


e intimista for o ambiente em que é tomada. Assim, evite que
o local seja atingido por ruídos desagradáveis, ou por uma
iluminação incómoda. Algumas soluções poderão passar por
rebaixar um teto demasiado alto, por evitar, tanto quanto
possível, escadas de acesso e por instalar uma iluminação
pontual, mas suave, de modo a eliminar os reflexos.

As dimensões do espaço para refeições, como é óbvio,


dependem do número habitual de comensais. A largura
média necessária para uma pessoa sentada à mesa é de
60 centímetros. Esta medida, de que falaremos na terceira
parte do guia (veja a página 189), serve de base para o cálculo
das dimensões de uma mesa para refeições.

3. A zona privada
Este espaço é servido pela zona de circulação, que acaba por
amortecer os ruídos. Compreende as zonas do sono, da higiene
e do trabalho pessoal dos habitantes da casa.

••O espaço do sono


O isolamento dos quartos é uma necessidade. Com efeito, a
vida moderna submete-nos a ritmos cada vez mais exigentes,
e o repouso num ambiente calmo representa um fator de

59
REMODELAR A CASA A

equilíbrio psicológico, sem o qual o nosso organismo não


resistiria muito tempo. Situadas na parte mais calma da
habitação, estas divisões deverão ser isoladas umas das outras.
A exposição de um quarto a norte poderá ser solucionada com
um sistema de aquecimento, deixando, assim, as divisões mais
soalheiras da casa para a vida em comum.

O quarto poderá ser isolado em termos sonoros com


revestimentos nas paredes (por exemplo, tapeçarias), os quais
criarão uma atmosfera agradável e quente. Esta divisão deverá
proporcionar, logo à entrada, uma sensação de equilíbrio
e de harmonia entre os volumes e as cores, permitindo uma
calma interior.

O quarto principal (por exemplo, dos chefes de família)


deverá estar próximo da casa de banho (podendo mesmo
incluí-la) e ser equipado com elementos para arrumar o
vestuário: roupeiros com prateleiras, ou um closet. Poderá
ainda dispor de um toucador, de uma pequena escrivaninha,
ou de um verdadeiro escritório, conforme o espaço existente.
Os quartos não deverão ter menos de nove metros quadrados
de superfície, o que já é muito reduzido. Uma boa medida
encontra-se entre os 10 e os 12 metros quadrados.

No quarto de hóspedes ou que alojem pessoas com uma idade


avançada, por exemplo os avós, coloque uma cama com uma
boa altura (cerca de 50 centímetros), de modo a permitir uma
arrumação fácil e, em caso de doença, para que possa cuidar
deles com menos dificuldade.

Dificilmente se poderá pensar em acomodar mais de duas


crianças num quarto, salvo em caso de necessidade absoluta,
ou numa casa de férias, em que elas estão quase sempre fora.
A disposição dos móveis no quarto das crianças dependerá
das idades e dos seus interesses e estudos. Se se tratar de
crianças pequenas, é absolutamente necessário reservar a
maior parte do espaço para as suas brincadeiras. Para tal,
coloque as camas numa extremidade do quarto, ponta com
ponta, ou sobrepostas, em beliche, ou gavetões (uma desliza
por debaixo da outra como se fosse uma gaveta). Os brinquedos
e os jogos serão arrumados dentro do quarto, num caixote, ou
em gavetas, debaixo das camas. Os revestimentos do chão e
das paredes serão escolhidos tendo em conta a sua resistência

60
A O HOMEM
E O SEU AMBIENTE

e a sua facilidade de limpeza. Uma mesa perto da janela servirá


tanto para os jogos, como para trabalhar no computador,
como para fazer os trabalhos de casa. A iluminação deste plano
deverá ser pontual, mas não incomodativa. Crie um ambiente
claro e alegre, mas não exagere.

Os materiais utilizados deverão permitir à criança viver


livremente, sem obstáculos inúteis. Certifique-se de que tanto
os equipamentos como o mobiliário são seguros, sobretudo
quando se tratar de crianças muito pequenas, evitando os
ângulos retos, as arestas, os materiais demasiado rígidos, ou
demasiado frágeis, as tomadas elétricas expostas e as janelas
acessíveis e sem parapeito.

••A zona da higiene


A casa de banho é, por definição, a divisão funcional, onde
todos os objetos estão pensados para um uso rápido e da forma
mais agradável, sem no entanto tornar a limpeza problemática.
Deverá ser alegre, acolhedora e agradável, de modo a
acompanhar uma pessoa, logo de manhã ao acordar, e dispor
de um equipamento fiável. Esta divisão deverá ter, pelo menos,
uma sanita, um chuveiro e um lavatório.

Para podermos mover-nos comodamente, a zona do banho


deverá medir 90 × 90 centímetros ou 80 centímetros por  um
metro. Existem muitos modelos de lavatórios diferentes,
normalmente colocados num móvel cuja parte inferior pode
servir para arrumações. O bidé, por vezes ainda utilizado,
deverá ser do mesmo modelo que as restantes peças do
equipamento da casa de banho. A escolha da banheira
dependerá do espaço existente; os modelos são variados,
incluindo modelos com hidromassagem.

Escolha torneiras misturadoras termostáticas, que acabam por


ser mais práticas.

Os espelhos são, também, um acessório indispensável numa


casa de banho, sendo colocados, por exemplo, por cima do
lavatório, ou nas paredes dos armários.

Se tiver bastante espaço, é na casa de banho que deverá


arrumar as toalhas e os turcos. Tradicionalmente, é também
nesta divisão que se arrumam os medicamentos, mas a

61
REMODELAR A CASA A

temperatura, por vezes demasiado elevada, poderá alterar


as suas propriedades, pelo que deverá escolher outro local,
não acessível a crianças, que esteja sempre fresco.

••A zona de trabalho


As crianças podem fazer os trabalhos de casa na mesa da sala
de jantar, ou numa pequena secretária, adequada às suas
dimensões, colocada no seu quarto. Esta última situação
é preferível.

Os adolescentes, por seu lado, definem normalmente o seu


espaço de trabalho dentro do respetivo quarto. Conforme as
necessidades, o espaço de trabalho será constituído por uma
secretária, formando um pequeno escritório.

O estudante e o adulto, geralmente, necessitam de um espaço


de trabalho amplo. Esta zona deverá ser delimitada em termos
físicos e sonoros para facilitar a concentração. O espaço para
arrumações será adaptado aos objetos. A iluminação deverá ser
uniforme e suficiente, para evitar grandes contrastes luminosos
que possam cansar a vista.

A pessoa que se dedica à bricolagem utiliza instrumentos e


máquinas que fazem muito barulho e libertam poeiras. Assim,
o seu local de trabalho deverá ser arejado e iluminado, mas
afastado e isolado. Uma garagem, um sótão ou uma cave são,
obviamente, as melhores soluções. Preste atenção ao sistema de
ventilação, pois este poderá ajudar a libertar gases tóxicos, bem
como ao isolamento elétrico, que deverá ter obrigatoriamente
tomadas com ligação à terra, uma norma de segurança.

4. A zona da arrecadação
As zonas de arrecadação ocupam pouco espaço dentro da
moradia, dadas as reduzidas dimensões dos locais disponíveis.
Pelo contrário, todas as pessoas apreciam a existência de uma
cave e/ou de uma garagem.

••A cave
Pode servir de casa das máquinas (por exemplo, de lavar e de
secar roupa) ou, simplesmente, como espaço para arrumações.
Pinte esta divisão com uma tinta especial a fim de evitar a
presença de insetos ou fungos. Coloque várias prateleiras
sólidas, bem como uma tomada com ligação à terra. Se tiver a

62
A O HOMEM
E O SEU AMBIENTE

sorte de possuir uma cave calma, isto é, ao abrigo das vibrações


causadas pela circulação, pouco iluminada, a uma temperatura
situada entre os 12 e os 14 graus centígrados e com um grau de
humidade constante, pondere transformá-la numa adega.

••A garagem
Este é o local de refúgio do seu automóvel, onde também
pode arrumar os objetos sazonais, como as canas de pesca, as
raquetas e as bicicletas, ou ainda objetos fora de uso, mas que
poderão ter a atenção das gerações futuras.

ESQUEMA DE UMA MORADIA

lavandaria

sala de jantar cozinha


despensa
garagem

entrada

sala de estar

lavabos/ entrada
/roupeiro

quarto vestíbulo escritório

Zona de circulação
Zona comum
quarto
casa de visitas Zona privada
quarto
banho
Zona de arrecadação

63
REMODELAR A CASA A

Poderá colocar algumas prateleiras ou pequenos armários


numa parede. Uma pequena bancada, com algumas
ferramentas básicas, permitir-lhe-á fazer reparações
elementares no seu carro, ou em qualquer outra máquina.

Tomadas estanques e com ligação à terra permitem a utilização


de ferramentas elétricas, de uma aparelhagem de som, ou de
um carregador de baterias. Se tiver essa possibilidade, construa
uma garagem com espaço para que possa abrir as portas do
carro sem que estas toquem nas paredes. Ou seja, no mínimo,
três metros, para que as portas se abram completamente de um
dos lados, ou quatro metros, para que possam abrir-se dos dois
lados. O comprimento da garagem não deverá ser inferior a seis
metros se quiser colocar uma bancada ao fundo.

A ventilação da garagem é muito importante, pois os gases,


sobretudo quando o automóvel arranca, são muito nocivos.

casa [káz ]. s.f. (Do lat. casa, “cabana”)


a

Falando do conforto reservado às várias divisões


da “casa”, é interessante lembrar a etimologia
da palavra. De facto, em latim, casa é sinónimo
de cabana, barraca, tugúrio, choça ou edificação rural
de pequeno porte.

Pensa-se que, no período da ocupação da Península


Ibérica, os romanos terão encontrado como locais
de habitação espaços muito mais pobres do que
aqueles a que costumavam chamar domus. Daí que
tenham começado por utilizar a palavra casa para
designar uma morada de qualidade inferior.

Com o decorrer do tempo, no entanto, o seu uso


tornou-se transversal a todas as residências,
sobretudo térreas, independentemente da qualidade
que ostentam.

64
A O HOMEM
E O SEU AMBIENTE

COMO DESENHAR
E LER UMA PLANTA

Desenhar uma planta


Uma planta é uma perspetiva de um conjunto visto de cima.
Esta representação pressupõe que as paredes estão cortadas
a, sensivelmente, um metro do chão.
Desenhar uma planta implica proporcionalidade e a utilização
de símbolos específicos que sejam facilmente interpretáveis.
É a essa necessidade de manter as proporções adequadas e às
características dos símbolos mais utilizados que nos dedicamos
nesta e nas próximas páginas.

1. Alguns símbolos comuns


Uma planta comporta uma série de indicações esquemáticas,
que simbolizam os elementos (por exemplo, portas,
janelas, etc.) de uma construção. Assim, é de todo conveniente
conhecer os símbolos pelos quais são representados, de modo
a poder ler as plantas dos profissionais ou mesmo idealizar
um esquema antes de empreender algumas transformações
em casa.

Além disso, as plantas são sempre desenhadas mediante


uma certa escala. Esta exprime a relação entre as distâncias
ou as dimensões desenhadas e a realidade (veja Como desenhar
à escala, na página 68).

65
REMODELAR A CASA A

SÍMBOLOS A UTILIZAR

Parede dupla ESCADA JANELA

Parede pouco
espessa
Simples (a seta indica
Conduta o sentido da subida) A. Parapeito
da chaminé

PORTA

Corte de
ventilação
Com dois lanços
e um patamar
Simples

Parede de betão
Helicoidal
(de caracol)
Parede
de alvenaria
Dupla

Reboco, areia
ou cimento
Radiador De correr

Madeira

ISOLAMENTO Mesa e
Flexível Lareira cadeiras

Rígido
Poltrona

Armário

Sofá de três lugares


Cómoda

66
A O HOMEM
E O SEU AMBIENTE

SANITÁRIOS LAVA-LOIÇA

Sanita Sanita com autoclismo Duas cubas


compacta incorporado e escorredor
na parede

Uma cuba
e escorredor

Base
Bidé de duche Uma cuba
e escorredor
de canto

FOGÃO FRIGORÍFICO
LAVATÓRIO
Simples

Duplo Placa a gás Placa


elétrica

De apoiar em bancada

Máquina de Máquina
lavar roupa de lavar loiça

BANHEIRA

Simples Hidromassagem
Cama
de solteiro

Cama dupla
Cadeiras

Cama de casal
Televisão

67
REMODELAR A CASA A

2. Como desenhar à escala


Em geral, as plantas são desenhadas mediante escalas
que reduzem as proporções dos objetos como forma
de os representar. Para simplificar, poderá utilizar uma régua
de escalas, que possui as mais utilizadas.

A ESCALA 1:50

3,25 m

No desenho, dois centímetros correspondem a um


metro; um centímetro corresponde a meio metro;
6,50 centímetros correspondem a 3,25 metros

A ESCALA 1:20

1,70 m

No desenho, cinco centímetros correspondem a um metro;


2,5 centímetros, a meio metro; 8,5 centímetros a 1,7 metros

Como utilizar uma planta


Uma das formas mais simples de fazer experiências de
transformação da sua casa consiste em traçar, mediante
uma escala adequada, a respetiva planta sobre um papel.

68
A O HOMEM
E O SEU AMBIENTE

De seguida, coloque por cima da planta uma folha de papel


vegetal, onde deverá desenhar as suas ideias. Desta forma,
poderá tentar diversas soluções sem ter de estar sempre
a desenhar a planta.
Para elaborar a planta da sua casa, o mais conveniente será
começar por desenhar as diferentes divisões e só depois
o mobiliário e as circulações.
Através destes elementos, procure, então, a solução mais
adequada.

A
C

A. Desenho de base
B. Experiência
C. Projeto de decoração

1. As circulações
Na página seguinte temos o exemplo de uma planta sujeita a
transformação. Na primeira imagem, há várias ligações erradas:
para se passar dos quartos para a casa de banho, é necessário
atravessar o vestíbulo de entrada; para ir da cozinha para a sala,
é preciso fazer um desvio pelo vestíbulo de entrada.

Na planta posterior à transformação, as funções foram


agrupadas. No lado direito da planta, encontra-se a zona íntima,
com os três quartos e as instalações sanitárias. Estas divisões
foram agrupadas em torno de um vestíbulo mais recatado,
mantendo-se assim a intimidade dos seus ocupantes.
Na parte esquerda da planta, encontramos a zona social da
casa, destinada ao convívio e às refeições. A sala de jantar

69
REMODELAR A CASA A

APARTAMENTO SUJEITO A TRANSFORMAÇÃO (exemplo 2)

ANTES

A. Entrada 4. Instalação sanitária


1. Sala de jantar 5. Lavabos
2. Sala de estar 6. Vestíbulo de entrada
3. Cozinha 7. Quartos

DEPOIS

A. Entrada 5. Vestíbulo de entrada


1. Sala de jantar 6. Instalação sanitária
2. Sala de estar 7. Lavabos
3. Cozinha 8. Vestíbulo da zona íntima
4. Roupeiro 9. Quartos

70
A O HOMEM
E O SEU AMBIENTE

comunica, agora, diretamente com a cozinha. Assim, a zona de


estar já não é perturbada pela circulação entre as duas divisões.
Por outro lado, o vestíbulo de entrada ficou mais amplo e já
dispõe de um roupeiro de apoio.

2. A distribuição do mobiliário
Para distribuir os móveis de que dispõe, desenhe-os primeiro Atenção!
num papel, conforme explicámos anteriormente, depois Tente evitar que
recorte e aplique-os. Desta forma, poderá obter várias soluções a distribuição do
mobiliário e das
sem ter de desenhar a planta por diversas vezes. portas entrave
a circulação.
Se quiser mudar
a estrutura
Como realizar o levantamento das divisões das paredes,
é conveniente
Comece por traçar aproximadamente, mas em proporção, consultar um
profissional. A lei
as paredes e os restantes elementos do espaço a assinalar na assim o obriga.
planta e a medir. De seguida, com a ajuda de uma fita métrica, Se desejar alterar
tire as medidas da divisão. a estrutura do
seu imóvel, terá
de enviar o
As medidas obtidas através das medições no levantamento projeto à câmara
são sempre assinaladas em metros e posteriormente municipal da
sua área e pedir
representadas em desenho à escala. Se trabalhar à escala 1:50 uma autorização
e se uma parede medir 3,40 metros, deverá assinalar na planta para o efeito.
de levantamento 3,40 metros e na planta final e à escala,
6,80 centímetros.

Para saber se uma divisão tem os ângulos retos (90 graus), trace
duas diagonais na planta, tire as medidas na divisão com uma
fita métrica. Se estas medidas forem iguais, os ângulos são retos.

71
REMODELAR A CASA A

1. A verificação dos ângulos retos


Em seguida apresentamos uma forma simples de verificar se
um ângulo é reto (se tem 90 graus): partindo do canto, assinale
três metros numa parede. Na outra, que forma o mesmo
ângulo, meça quatro metros. De seguida, una os dois pontos
já assinalados e meça o segmento. Se a distância for de cinco
metros, o ângulo é reto (veja a página seguinte).

No caso de a sua divisão ser pequena e não ter as medidas


indicadas, faça os cálculos com múltiplos dos números 3, 4 e 5.

Obviamente, quanto mais pequenas forem as medidas


escolhidas, maior será a precisão.

LEVANTAMENTO DAS SALAS DE ESTAR E DE JANTAR (em cm)

A. Dimensões gerais
B. Dimensões parciais
C. Diagonais

1. Sala de estar
2. Sala de jantar
3. Cozinha

P.D. Pé-direito (altura
do chão ao teto)
80
80

0
61
500
340
30

72
A O HOMEM
E O SEU AMBIENTE

É necessário verificar a perpendicularidade das paredes


antes de desenhar a divisão em planta

4m

90º

4m
3m

m 3m
5

5m

DESENHAR FORMAS IRREGULARES

Parede de base

Parede de base

Atenção!
Uma divisão que pareça quadrada ou – com um giz, trace diversas quadrículas
retangular poderá, na realidade, ter de 50 em 50 centímetros no pavimento
forma de trapézio ou de paralelogramo. da divisão em questão, partindo de uma
Sempre que uma divisão tenha formas parede de base (a que for mais direita).
irregulares, faça o seguinte: Os seus quadrados ficarão incompletos
– desenhe as diagonais (unindo quatro onde encontrarem paredes oblíquas.
ângulos da sala) e as dimensões das Meça os dois lados e assinale-os na
paredes periféricas partindo da parede planta. A forma da divisão aparecerá
mais direita; rapidamente no desenho.

73
REMODELAR A CASA A

VERIFICAR A PERPENDICULARIDADE DAS PAREDES

Assegure-se de que os lados são


perpendiculares. Tome como
referência dois pontos quaisquer e,
com a ajuda de um cordel, trace
dois arcos de circunferência. Depois,
AB. Linha de base com uma régua, una os dois pontos
A. Ponto de partida de interseção. Assim, obtém a
B. Ponto de chegada perpendicular do traço inicial
CC’. Perpendicular do segmento AB

2. Levantamento dos desníveis


Se o pavimento da sua casa for desnivelado, pegue numa
mangueira transparente e proceda como mostram as figuras
abaixo. Encha a mangueira de água, não deixando entrar

TRAÇAR UMA LINHA HORIZONTAL PERFEITA (em cm)


240

242

A. Nível de referência
B. Mangueira

74
A O HOMEM
E O SEU AMBIENTE

nenhuma bolha de ar (para conseguir esse efeito, basta


continuar a introduzir água até que o ar desapareça). Depois,
uma pessoa deverá transportar uma extremidade da mangueira
até um dos cantos do local em questão e a outra ponta livre
até ao ângulo oposto. A primeira pessoa marca na parede um
metro e eleva a mangueira até que o nível da água corresponda
a essa altura. Deverá esperar-se um pouco até que a água
estabilize; a segunda pessoa procederá, então, da mesma
forma. Se os dois traços estiverem exatamente ao mesmo nível,
estaremos em presença de uma linha horizontal perfeita.
A distância do segundo traço ao chão corresponde ao declive.
Assim, bastará assinalar a respetiva medida no seu desenho.

Este método pode, também, ser-lhe útil para desenhar


na planta diversos níveis partindo de um ponto de referência ou
para estabelecer os desníveis de um pavimento.

ASSINALAR DESNÍVEIS DO PAVIMENTO NA PLANTA (em cm)

100 120 135


100

A. Nível de referência
100 100
100

135

75
PARTE 2
Alguns elementos
da habitação
REMODELAR A CASA A

AS PORTAS

Outrora bastante trabalhadas e cinzeladas, as portas foram,


desde sempre, um elemento decorativo fundamental.
Nos nossos dias, são mais sóbrias e discretas, mas também,
por vezes, mais pequenas e em menor número, a fim de facilitar
a circulação dentro das casas, tendencialmente mais espaçosas
e com menor número de barreiras. Contudo, não deverão ser
esquecidas.

Para além do seu valor estético, uma porta tem a função de


isolar termicamente um local, de o preservar do ruído exterior
e de manter a intimidade dos ocupantes.

Uma boa porta:


——não ocupa muito espaço;
——é leve, mas resistente;
——não deixa passar as correntes de ar e funciona sem causar
ruído.

Alguns termos mais usados


Antes de analisar pormenorizadamente as portas, convém
começar por definir os termos mais frequentemente usados.
Os desenhos da página seguinte resumem designações
frequentes para os diferentes elementos.

Características de uma porta


Regra geral, a altura útil da porta não deve ser inferior a dois
metros e a largura útil não deve ser inferior a 77 centímetros,
medidos entre a face da folha da porta quando aberta
e a guarnição do lado oposto. As portas que servem as
comunicações comuns dos edifícios deverão ter uma largura
útil de, pelo menos, 80 centímetros.

1. O espaço ocupado
Para poder colocar uma porta, é necessário que a abertura
tenha mais cinco centímetros de largura e mais 3,5 centímetros

78
A ALGUNS ELEMENTOS
DA HABITAÇÃO

ELEMENTOS DE UMA PORTA

Dobradiça

Guarnição
da ombreira

Maçaneta
ARO DE MADEIRA

Buraco da
fechadura
Prancha

ARO METÁLICO

A. Topo da parede E. Dobradiça


B. Taco F. Guarnição
C. Encabeçado da ombreira
D. Prancha da porta G. Listel

FECHADURA

A. Chapa-testa
B. Encaixe da lingueta
C. Lingueta do trinco
D. Lingueta da fechadura
E. Maçaneta
F. Entrada de chave
G. Espelho

79
REMODELAR A CASA A

PUXADORES

Maçaneta Puxador Trinco Maçaneta Tirante


em forma
de azeitona

Tirante Manilha Entalhes Manilha

FECHOS E BATENTE

A. Mola hidráulica
B. Ferrolho
C. Trinco
D. Corrente de segurança
E. Batente

80
A ALGUNS ELEMENTOS
DA HABITAÇÃO

de altura do que a porta. Isto significa, por exemplo


para uma prancha de 77 centímetros de largura, um total
de 82 centímetros. Obviamente, é possível mandar fazer
uma porta por medida.

As imagens seguintes mostram claramente qual a forma mais


adequada para a colocação da porta no que diz respeito ao
respetivo sentido de abertura. No exemplo A, para entrar no
local, é necessário abrir a porta a 110 graus; no B, basta abrir
a porta a 45 graus. A solução B é, assim, mais racional.

AMPLITUDE DE ABERTURA

No exemplo A,
a amplitude de
abertura da porta é
claramente superior,
110º 45º
o que torna a solução
B a mais aconselhada
A B

2. Tipos de portas
Como já referimos, uma boa porta deverá ser leve, mas
resistente. É possível construir uma porta com diversos
materiais, entre os quais a madeira, o vidro, o metal e o plástico
(veja alguns exemplos na página 84).

••Porta de madeira
A porta tradicional é fabricada em madeira ou em aglomerado
de madeira. É possível pintá-la, folheá-la, cobri-la com uma
madeira mais nobre, com cabedal ou pele sintética, ou mesmo
com um espelho. Uma porta pode ser vidrada, ter ripas,
persianas ou painéis.

O melhor é escolher o tipo de porta que se adeque à função que


vai desempenhar. Por exemplo, as portas pintadas são menos
adequadas para o exterior, porque são menos resistentes à
humidade e às condições climáticas. Uma porta de um chuveiro
terá de ser particularmente resistente à água. Como tal, neste
caso, é, geralmente, escolhido o vidro temperado.

81
REMODELAR A CASA A

DISTÂNCIA ENTRE AS PORTAS TIPOS DE PORTAS, NÚMERO


E AS DIVISÓRIAS/PAREDES (em cm) DE BATENTES E SENTIDOS
DE ABERTURA
8

Distância mínima entre


a porta e a divisória.
Coloque um batente, para
evitar que o puxador bata
na parede/divisória

20

Imaginando que tem um


radiador, é de prever um
espaço de 20 centímetros, Um batente
ou superior, conforme a (uma abertura)
profundidade do aparelho

68
Por exemplo, com um
móvel de 60 centímetros de
profundidade, é necessário
prever mais cerca de oito
centímetros (móvel e batente)

Batente giratório

82
A ALGUNS ELEMENTOS
DA HABITAÇÃO

Dois batentes
Dois batentes Porta de correr
vaivém

Dois batentes Quatro batentes Porta de fole


(porta de cavalariça) flexíveis

83
REMODELAR A CASA A

As portas que dão para o exterior, independentemente do


seu aspeto e do respetivo acabamento, podem ter um interior
em material isolante. As portas de metal (por exemplo, de
alumínio), que têm a vantagem de resistir às intempéries e
cuja manutenção é quase nula, são, pelo contrário, de um
ponto de vista térmico, altamente desaconselhadas para os
exteriores. O alumínio, sendo um excelente condutor térmico,
deixa o calor passar para o exterior e o frio para o interior.
A madeira é 1400 vezes mais isolante do que o alumínio.
Uma porta de alumínio, ainda que com o interior em material
isolante, nunca será tão eficaz como uma de madeira.

PORTAS DE PRANCHA INTEIRA

Para pintar Revestida Folheada Revestida Porta


a madeira a cabedal ou de vidro
peles sintéticas

PORTAS ENVIDRAÇADAS PORTAS DE RIPAS

Verticais Horizontais Oblíquas

PORTAS DO TIPO “PERSIANA” PORTAS COM PAINÉIS

84
A ALGUNS ELEMENTOS
DA HABITAÇÃO

No entanto, se é o aspeto do alumínio que lhe interessa,


pode sempre forrar uma porta de madeira com uma folha
deste material.

••Porta de vidro
Quando se fala em porta de vidro, trata-se sempre de vidro
temperado, já que este é o único cuja resistência é adequada
para o efeito. Estas portas podem ser de vidro claro, fumado,
despolido (fosco), martelado, etc., devendo ser instaladas
com um sistema de ferragens de aço. Geralmente, delimitam
apenas um espaço e não são estanques como as portas de

TIPOS MAIS CORRENTES DE PORTAS DE VIDRO


TEMPERADO SEM CAIXILHO

Duplo batente Batente único


com guarnição longa com guarnição pequena

Batente único
com eixo descentrado
Batente único
e imposta

Porta de correr
Porta de correr simples
e imposta

85
REMODELAR A CASA A

madeira. No geral, são uma boa solução em termos estéticos,


tornando os ambientes leves.

Muito frequentemente, estas portas são utilizadas entre o


vestíbulo de entrada e a sala de estar, deixando ver o interior
desta última e constituindo-se como uma barreira entre a parte
privada e a zona de receção da casa.

••Porta de metal
As portas de metal, mais caras e de colocação e manutenção
mais difíceis, são pouco utilizadas. Trata-se, sobretudo,
de um elemento decorativo. Podem ser de diversos tipos:
——simples, tendo apenas a beleza do metal (por exemplo, latão,
cobre, aço, etc.);
——trabalhadas, ou seja, podem ser verdadeiras esculturas em
alto ou baixo relevo. Por vezes, são mesmo feitas por escultores;
——rendilhadas, como, por exemplo, grades de ferro forjado
de todas as espécies.

••Porta anti-incêndio
A divisão de um edifício com paredes resistentes ao fogo será
inútil se as portas não tiverem as mesmas características.

As portas classificam-se pelo grau de resistência ao fogo,


determinado pelo tempo de duração da sua resistência
em minutos. Estes graus podem ser de um quarto de hora,
meia hora, uma hora e uma hora e meia.

As leis e as regulamentações sobre incêndios são de uma


complexidade tal que seria inútil enumerá-las no presente
guia. O mais importante a reter é que os locais (garagem,
arrecadação, etc.) que contenham materiais potencialmente
inflamáveis devem ser equipados com portas anti-incêndio,
munidas de fechos automáticos. Informe-se junto de um
profissional.

3. Os puxadores
Podemos encontrar no mercado uma variedade infindável de
puxadores de portas. Os nossos exemplos adaptam-se, também,
às portas de vidro.

Existem obviamente muitas outras soluções, mas convém ter


em consideração que, no caso de portas de vidro, os furos

86
A ALGUNS ELEMENTOS
DA HABITAÇÃO

ESPECIFICIDADES DE UMA PORTA DE VIDRO TEMPERADO


Cachimbo
de gonzo Guarnição
superior

Porta de vidro
temperado

Furos para
puxadores

Guarnição
inferior Fechadura
Mecanismo para Placa
fechar a porta metálica Fixação ao
pavimento

PUXADORES (em mm)


50
esp.
vidro
10 43 43

furo

Estes puxadores
10 podem ser colocados
na vertical 203
ou na horizontal a 333

Numa porta com dez milímetros


de espessura, esta medida representa
a distância mínima de segurança 85 85
30/33
ao limite da porta (dez milímetros)

87
REMODELAR A CASA A

para os puxadores devem estar a uma distância do bordo igual


à espessura do vidro. Ou seja, no caso de uma porta com um
vidro de, por exemplo, dez milímetros de espessura, os furos
deverão ser feitos a uma distância de dez milímetros do bordo
da mesma (veja a ilustração na página anterior).

Além disso, é necessário deixar um espaço suficiente para as


mãos entre o puxador e a porta.

Outros tipos de separações


Além das portas clássicas, há outras formas de gerar
a separação dos espaços.

1. As portas de correr
A porta de correr é menos usada do que a de abrir, o que
acontece, sem dúvida, por uma questão de comodidade.
A sua principal vantagem é ocupar menos espaço quando
está integrada na própria parede. No entanto, quando tal
não acontece, a porta impede que uma parede inteira seja
utilizada, acabando por ser a causa de um grande desperdício
de espaço.

Se forem bem feitas, as portas de correr não são menos


estanques do que as comuns. Regra geral, é de evitar a
colocação de portas de correr nos locais da casa mais
frequentados por visitas: não sabendo que se trata de uma
porta deste tipo, as pessoas têm como primeiro instinto
empurrá-la, o que poderá comprometer o respetivo sistema.
As portas de correr são mais elegantes do que as suas
congéneres de abrir, pois estão livres de toda uma série de
acessórios, tais como os aros, os batentes, as dobradiças, etc.

Podem, também, ser de grandes dimensões e possuir


proporções mais equilibradas do que o clássico e longo
retângulo vertical. Se tiver dimensões suficientes, uma porta de
correr poderá funcionar como divisória. Um interior decorado
com uma porta de correr permite, no caso de uma grande
família, abrir o espaço num verdadeiro estilo japonês.

Para esconder o mecanismo de abertura, use, por exemplo,


uma barra de um qualquer material.

88
A ALGUNS ELEMENTOS
DA HABITAÇÃO

ESPECIFICIDADES DE UMA PORTA DE CORRER

Gancho de CORTE DE UM CARRIL


fixação lateral
Rolamento Calha

Fecho de
condução

Entrada para puxador

Prancha Prancha
da porta da porta

Atenção!
Estas portas deverão ser acessíveis,
para limpeza e manutenção mais fáceis.

Caixa para
esconder a calha

A porta de correr é recolhida


junto à parede ou corre numa
caixa (por dentro da parede)

Fecho de
condução

89
REMODELAR A CASA A

As salas de estar e de jantar


podem ser divididas por uma
grande porta de correr lacada

ESPECIFICIDADES DE UMA PORTA EM FOLE

Espaço ocupado pelas divisórias


em fole quando estão abertas

Mola

Largura
da abertura

OUTRAS OPÇÕES

Nestes casos, a separação é, sobretudo,


psicológica. Som e ar continuam a passar

90
A ALGUNS ELEMENTOS
DA HABITAÇÃO

Um biombo permite manter


alguma intimidade no espaço
da refeição

Na ausência de um vestíbulo
de entrada, uma estante pode
criar um espaço de receção
aos visitantes

Neste caso, a estante


permite dividir o espaço
em duas áreas com funções
distintas

A separação com ripas


permite algum recolhimento

91
REMODELAR A CASA A

Como é evidente pelo exposto nas páginas anteriores, podem


encontrar-se à venda portas de correr muito diversas: de ripas,
de persianas, de tela transparente ou opaca, translúcidas, etc.

Os envasamentos e os aros em aglomerado são


desaconselháveis, pois são pouco resistentes aos choques e à
humidade. A fixação das dobradiças horizontais é, geralmente,
precária neste tipo de estrutura.

Uma porta de madeira maciça nunca deverá ser pintada, uma


vez que, ao fim de algum tempo, a pintura tem tendência para
se deteriorar. O mais conveniente é encerá-la ou envernizá-la, o
que deixa transparecer a beleza da madeira.

2. As portas de fole
As portas de correr de fole ocupam menos espaço mural, mas
são mais frágeis, menos estanques e de manutenção difícil.

Estas divisões são construídas segundo o princípio do acordeão:


são suspensas por uma calha fixa na cabeça de envasamento
sem nenhuma fixação ao chão. Os painéis são pendurados com
molas invisíveis, agrafadas a anilhas de forma trapezoidal.

3. Outras opções
Tal como mostram as ilustrações das páginas anteriores,
existem outras formas de fazer a separação entre divisões:
tapeçarias, biombos, telas, persianas, cortinas de bambu, de
contas, redes, etc. Podem ainda usar-se móveis como biombos
ou estantes para fazer algumas divisórias entre espaços na
mesma divisão.

Neste caso, a separação é, sobretudo, de natureza psicológica,


ou seja, as pessoas têm a sensação de estar isoladas, na medida
em que existe uma separação visual, mas a estanquidade é
relativa: ar e ruído passam com maior ou menor facilidade,
de acordo com o material com que é feita a divisão.

92
A ALGUNS ELEMENTOS
DA HABITAÇÃO

AS JANELAS

A janela tem uma função estética essencial. Na verdade, é um dos


elementos mais importantes da arquitetura, devido aos diferentes
efeitos estéticos que proporciona.
A janela condiciona, conforme a hora do dia, o jogo subtil entre a
luz e a sombra que é produzido sobre os objetos que integram o
ambiente. Enfim, é um elemento decorativo que, como tal, merece
toda a nossa atenção. Mas a janela também tem uma função prática:
tal como a porta, protege do ruído e dos elementos da natureza.

Uma boa janela:


——é estanque à água, ao ar, ao frio e ao calor;
——não ocupa muito espaço;
——isola do ruído exterior;
——é fácil de manobrar e de limpar.

Alguns termos mais usados


Comecemos aqui também por um resumo do vocabulário mais
usado quando nos referimos às janelas. Neste caso, anexamos
pequenas explicações para uma melhor compreensão.

ELEMENTOS DE UMA JANELA

A. Imposta. Numa janela composta,


é a parte superior à travessa
B. Verga. Parte superior que está
em contacto com a parede
C. Caixilho. Moldura fixa ou não,
que recebe o vidro
D. Travessa. Peças horizontais
E. Ombreiras. Partes verticais
F. Ombreira que recebe as dobradiças
G. Aro. Divide o conjunto da janela em
diversas partes
H. Cercaduras. Elementos finos
(em metal ou em massa de vidraceiro)
que fixam os vidros
I. Travessa inferior
J. Peça de pequena secção que divide o
caixilho
K. Travessa da imposta

93
REMODELAR A CASA A

A importância do campo de visão


A janela permite a comunicação visual entre o interior
e o exterior da casa. Esta relação visual depende quer
da localização da janela quer do seu formato ou das suas
dimensões.

1. A perspetiva para o exterior


A localização e as dimensões de uma janela são condicionadas
pelas estruturas visuais do homem. O olho humano saudável
consegue apreender um campo de cerca de 120 graus no plano
horizontal e de 160 graus no vertical.
Conforme a sua posição, o sujeito descobre o ambiente
que o envolve a alturas (e com perspetivas) diferentes.

APREENSÃO DO CAMPO VISUAL

60º

60º
O olhar comum direciona-se,
frequentemente, para uma linha mais
baixa do que a horizontal

50º-56º

10º

70º-80º

••A localização
A relação visual entre o interior e o exterior depende, como já
foi exposto, da localização da janela. Tanto a comodidade como
a impressão estética serão diferentes conforme a janela se situe
num plano mais alto ou mais baixo.

94
A ALGUNS ELEMENTOS
DA HABITAÇÃO

DIRECIONAMENTO DO OLHAR (em cm)

165
115
125 90-100
60

De pé e em Sentado numa cadeira Sentado numa poltrona


cadeira de rodas

H + 40
40

90
Na cama Altura média do olhar para
H: Altura da cama crianças até cerca dos seis anos

IMPRESSÃO ESTÉTICA CONDICIONADA PELA LOCALIZAÇÃO DA JANELA

Janela baixa,
pouco acessível
para um adulto.
Desaconselhável

Janela alta,
pouco acessível.
Melhor solução
do que a
anterior, se
não houver
outra escolha

Janela a uma
altura correta

95
REMODELAR A CASA A


Vista
panorâmica.
Apenas
possível
com uma
arquitetura
particular

Perspetiva
ampla

Perspetiva
de acordo
com a altura

ALTURAS STANDARD PARA VÁRIOS TIPOS DE JANELAS (em cm)


150
157
50 200

100
78

Janela Apartamento Altura normal Sala


panorâmica com uma (a janela situa-se de trabalho
bela vista à altura da mesa)

96
A ALGUNS ELEMENTOS
DA HABITAÇÃO

••A forma e o fracionamento da janela


A comunicação entre o interior e o exterior depende,
igualmente, da forma e do fracionamento da janela
(veja as ilustrações na página seguinte).

Em última instância, a relação de uma divisão com o exterior


será apreendida de forma diferente consoante a janela tenha ou
não entraves visuais.
Por exemplo, uma trave vertical ao centro da janela dá uma
impressão de divisão. Pelo contrário, as duas barras transmitem
um efeito visual repousante.

As divisões verticais e horizontais aumentam as barreiras


visuais. Para a visão, a divisão vertical não incomoda tanto,
pois, regra geral, os olhos movem-se horizontalmente. Assim,
as traves horizontais não deverão estar à altura dos olhos, o que
será particularmente desagradável.

A perspetiva com dois cortes pode parecer menos cansativa


para o olhar, mas reduz visualmente a amplitude de uma
divisão.

Além disso, a perspetiva fragmentada, como uma janela muito


dividida em vidros pequenos, pode dar uma impressão mais
elaborada do panorama, mas reduz bastante a iluminação,
pelo que só deverá ser utilizada numa região bastante
soalheira.

2. A luz
A dimensão e a localização de uma janela têm pouca
relevância no que se refere ao grau de luminosidade.
Regra geral, o impacto da luz que entra pela janela será
menor se a luminância do interior for aumentada, por
exemplo com a utilização de cores claras. Aconselhamos que
pinte os enquadramentos das janelas com cores claras para
evitar que se forme um grande contraste com os tons do céu
no exterior.

••Luz frontal
No caso de iluminação frontal — a fonte de luz situa-se no
campo visual —, o controlo dos efeitos luminosos nem sempre é
fácil. A iluminação será máxima se houver uma grande abertura
num ambiente de tons claros.

97
REMODELAR A CASA A

A FORMA DA JANELA

A perspetiva é, frequentemente,
mais completa através de uma
janela vertical, na medida em que
esta permite ver o céu, a linha
do horizonte e o Sol.
A imagem prolonga-se mais na
horizontal do que na vertical

Com uma pequena superfície a


enquadrar os motivos distantes,
teremos uma sensação diferente caso
se trate de uma vista panorâmica
ou de um pormenor

O FRACIONAMENTO DA JANELA

Na primeira janela, a
trave gera uma divisão,
algo que não acontece na
imagem de baixo

A amplitude de
uma divisão parece
diminuir com a
introdução de dois
cortes numa janela

98
A ALGUNS ELEMENTOS
DA HABITAÇÃO

EFEITOS DE LUZ NA DIVISÃO

Parede frontal escura: Parede frontal escura com teto


efeito desagradável claro: divisão mais iluminada

Duas zonas da parede escuras Máxima iluminação


com pavimento e teto muito claros:
boa iluminação

A ILUMINAÇÃO NATURAL

A iluminação é mais forte Neste caso, a iluminação


devido ao reflexo da luz no teto é mais direcionada

99
REMODELAR A CASA A

Numa divisão escura (num vão ou sótão), a janela frontal e


zenital suplanta a falta de luz. Veja uma boa representação
deste efeito nas ilustrações de baixo da página anterior.

••Luz lateral
Com janelas laterais, a iluminação é mais fácil de controlar,
pois aquelas não se encontram dentro do campo visual.
Este tipo de janelas permite mais intimidade, na medida
em que protege do contacto direto com o exterior, limitando a
curiosidade alheia.

••Luz zenital
Uma divisão terá mais luz se a iluminação se fizer a partir de
um plano superior (iluminação zenital). Além disso, a fonte

➜ A ILUMINAÇÃO NATURAL (cont.)

Luz zenital

Luz lateral

Luz mista

Janela frontal e lateral Janela lateral e zenital


Janelas interessantes em termos A parede frontal é valorizada:
de perspetiva. Estas aberturas - é um local ideal para expor
dão a impressão de estarem objetos;
separadas da divisão - muito agradável para a leitura

100
A ALGUNS ELEMENTOS
DA HABITAÇÃO

de luz está demasiado elevada relativamente ao campo visual


para que possa perturbar as pessoas.

••Luz mista
Uma divisão com janelas com diferentes orientações recebe
intensidades de luz variadas. Isto permite adaptar o espaço em
função da quantidade de luz existente. Por exemplo, locais mais
iluminados são muito favoráveis para leitura ou para ter plantas
que requeiram boa luz solar.

••Luz difusa
Com um certo tipo de janelas, a luz é indireta e, como tal,
mais suave, criando um ambiente particularmente agradável
para o repouso, para ouvir música e para conversar.

Neste exemplo, a luz é


“conduzida” pela curva
da parede. Obtém-se,
Iluminação indireta, assim, uma bela gradação
que incide no sobreteto da luz, o que faz o teto
parecer mais alto

exterior

interior

Planta de uma abertura utilizada em


muitas construções antigas. A inclinação
das paredes para lá do caixilho não
impede a luz de entrar. Partindo Num espaço com janelas estreitas, tipo
do mesmo princípio e reduzindo a seteiras, se as paredes oblíquas forem
superfície da abertura, a luz torna-se pintadas de branco ou de outra cor
difusa muito clara, a difusão da luz será ainda
maior

101
REMODELAR A CASA A

3. O período de iluminação solar


Já nos referimos ao período de iluminação solar no
capítulo sobre A orientação da habitação (veja a página 48).
Acrescentemos, porém, algumas considerações.

A trajetória do Sol é, claro está, diferente consoante a estação


do ano. O Sol está mais alto no verão do que no inverno.

INCLINAÇÃO DOS RAIOS SOLARES

Atmosfera

42º N P*
Trópico Solstício
de Câncer de verão
37º N

Equinócios
Equador da primavera
e do outono

Trópico de
Capricórnio Solstício
de inverno

*P – Portugal,
(latitude 37º-42º N)

O sol, no solstício de inverno, tem de atravessar uma maior


camada de atmosfera, pelo que o nosso país recebe menos calor.
No verão, está mais alto, incidindo mais diretamente sobre
Portugal. Daí os verões quentes

102
A ALGUNS ELEMENTOS
DA HABITAÇÃO

É conveniente ter em conta estes aspetos não só no momento


da construção de um imóvel mas também quando e se,
posteriormente, quiser modificar as janelas.

Se não puder transformar a sua janela, é ainda possível


proteger-se do sol de outras formas, por exemplo através
da plantação de árvores frondosas.

O Sol descreve um movimento (aparente) durante o dia.


As sombras que projeta numa habitação evoluem desde a
manhã até à noite. Este fenómeno dá origem a uma particular
animação.

Hora a hora, a posição do Sol é cada vez mais alta, para voltar a
descer no fim do dia. Este movimento (aparente) proporciona
maiores ou menores sombras (veja a figura do fundo da página
seguinte). No inverno, as sombras são mais longas.

A proteção contra o ruído


São vários os fatores que influenciam o isolamento acústico
das janelas.

Comecemos pelo tipo de estrutura e pelo material do


respetivo caixilho. Quanto mais elementos amovíveis tiver
um caixilho, menos acusticamente isolada será uma janela.
Os caixilhos metálicos são, quanto a este aspeto, menos eficazes
do que os seus congéneres de madeira.

No que diz respeito aos vidros, os duplos ou triplos são mais


eficazes do que os simples, mesmo que estes últimos tenham
uma espessura considerável. Os caixilhos duplos utilizados
em certos países são particularmente eficazes. Existem à
venda vidros duplos antirruído constituídos por placas de
diferentes espessuras, separadas por um gás especial. Graças a
este sistema, cada vidro vibra separadamente. Contudo, estes
vidros são mais caros do que os duplos normais. Existem,
também, vidros especiais, utilizados, sobretudo, em estúdios de
gravação. Porém, dado o seu preço, bem como o dos respetivos
caixilhos, dificilmente será vantajoso utilizá-los numa habitação
comum.

103
REMODELAR A CASA A

POSIÇÃO E DIMENSÃO DAS JANELAS

Esta casa, com uma janela estreita Se for feita uma transformação:
e alta, apanha mais sol no verão - janela alargada: no verão, há mais
e recebe os raios solares em toda sol, mas também um maior risco de
a superfície sobreaquecimento;
- janela rebaixada: no inverno, recebe
menos sol

No solstício de verão, as folhas No solstício de inverno, o uso


protegem dos raios solares de árvores de folhas caducas permite
a passagem dos raios solares

SOL

Parede com
um orifício

Sombra Trajetória aparente do Sol

104
A ALGUNS ELEMENTOS
DA HABITAÇÃO

A posição das janelas pode, também, influenciar o conforto


acústico, determinando se esta se encontra ou não protegida
da agressão dos ruídos. A proteção mais eficaz será a de um
material tenso (bem esticado), contendo o maior número de
cavidades possível, o que impede o som de se refletir ou de
transmitir vibrações a outros elementos rígidos. As plantas
(vegetação) no exterior e as tapeçarias no interior são indicadas
para o efeito.

PROTEÇÃO CONTRA O RUÍDO

Aterro: proteção Uma varanda


contra os ruídos também pode
exteriores reduzir os ruídos
exteriores
Zona
ruidosa

Fonte
de ruído
Zona mais
calma

As plantas com uma altura correta A melhor solução é aliar varanda


também permitem a redução do ruído. e plantas, em simultâneo
Têm, contudo, alguma permeabilidade
às ondas sonoras

105
REMODELAR A CASA A

A ventilação
É possível produzir-se uma ventilação natural numa divisão
se as respetivas aberturas estiverem distribuídas de acordo com
as correntes de ar que envolvem o edifício (veja as imagens
abaixo). Para acelerar a ventilação, é necessário abrir as janelas
com regularidade (veja o quadro das páginas 108 e 109).

O caixilho
Tal como a janela, o caixilho em que esta se encontra
integrada desempenha um papel importante, quer do ponto

VENTILAR A CASA MUDAR OS CAIXILHOS

Baixa pressão

Para se conseguir tirar o ar de dentro da


habitação, tem de haver um ponto de entrada
e um ponto de saída. Para provocar este D. Uma longa prateleira cria a
movimento, tem de existir uma baixa pressão impressão de que se deverá estar
numa das saídas da casa. O ar é, assim, longe da janela. O parapeito
sugado. Tenha em atenção as correntes de ar também poderá fazer parte
que envolvem o edifício do mobiliário

106
A ALGUNS ELEMENTOS
DA HABITAÇÃO

de vista estético quer numa perspetiva de bem-estar físico.


Mudá-lo ou adaptá-lo tem um impacto direto não somente
no aspeto da divisão como no bem-estar de quem dela
diariamente usufrui.

1. A estética
A forma, os cortes e o material do caixilho influenciam
o ambiente de uma divisão e determinam, ao mesmo nível
que o vidro, a qualidade da comunicação com o exterior.

O caixilho absorve diferentes quantidades da luz do dia,


dependendo da sua forma e do material de que é feito
(por exemplo, madeira ou metal).

B C

As decorações A, B e C permitem colocar o mobiliário livremente.


Os projetos B e C delimitam a paisagem de forma mais precisa

E F

E. A janela mais larga do que alta F. Uma janela mais pequena


diminui a vista para o exterior, reduz a perspetiva para o exterior
estimulando a necessidade de se ir
ver mais de perto

107
REMODELAR A CASA A

sistemas de
Tipo de janela Vantagens Desvantagens
Caixilho com uma A ventilação pode ser A proteção contra a
abertura e uma parte controlada. Não obstrui chuva e o vento não é
fixa. os painéis interiores. verdadeiramente eficaz.
Não se pode usar
com ventos fortes.

Caixilho com uma Esta pequena janela Manipulação mais difícil


abertura e uma parte pendente permite (a janela é muito alta).
fixa e uma pequena uma ventilação mais A segurança depende
janela pendente a suave. Melhor proteção do ângulo de abertura.
abrir. contra a chuva e o vento.

Janela pendente É possível controlar É difícil de abrir


que abre para fora. a ventilação. completamente.
Não oferece segurança
no interior para as crianças.
Pode tornar-se um
obstáculo inesperado
no exterior.
O vento entra facilmente.
Quando utilizada em
prédios, a limpeza exterior
é um problema.
Janela pendente As possibilidades É difícil utilizar cortinas
que abre para dentro. de ventilação dependem e persianas quando a janela
das peças de fixação. está aberta.
Boa proteção contra a chuva
e o vento.
Segurança tanto no interior,
como no exterior.
Janela giratória Pode controlar-se Quando está aberta, não se
horizontal. a ventilação. podem usar cortinas, salvo
Limpeza fácil. se existir uma incorporada
na própria janela.
Boa proteção contra a chuva
e o vento.

Janela giratória É possível controlar a Má proteção contra a chuva


vertical. ventilação. e o vento.
Limpeza fácil. O uso de cortinas não é
prático.
Não se podem colocar
objetos no parapeito
da janela.

108
A ALGUNS ELEMENTOS
DA HABITAÇÃO

ventilação
Tipo de janela Vantagens Desvantagens
De correr. Pode controlar-se a Limpeza difícil.
ventilação. Não cria A chuva e o vento entram
problemas para cortinas, facilmente.
toldos ou persianas.
Segurança exterior
e manipulação fácil.

Guilhotina de duas Ventilação baixa ou alta. Má estanquidade. Limpeza


direções. Sem estorvo para as exterior não muito fácil.
persianas. Estáveis mesmo Má proteção contra o vento
com rajadas de vento. e a chuva.

Guilhotina giratória. Pode controlar-se Difícil de manipular.


a ventilação. Poderá ser um obstáculo
Boa proteção contra o vento exterior.
e a chuva.

Janela com duas Pode controlar-se Má proteção contra a chuva


meias-portas. a ventilação. e o vento.
A fixação em algumas
posições não é eficaz.

Persiana de vidro. É possível controlar bem Má estanquidade.


a ventilação. Nunca se pode fechar
Impede a chuva e o vento totalmente.
de entrarem.

Janela oscilante. Boa ventilação em qualquer Elementos de fixação


condição climática. (metálicos) mais caros.
Passíveis de controlar. Uso difícil das cortinas
Limpeza fácil. tradicionais.

109
REMODELAR A CASA A

ABSORÇÃO DA LUZ DO DIA POSICIONAMENTO DOS


DE ACORDO COM O CAIXILHO CAIXILHOS E EFEITOS OBTIDOS

METAL MADEIRA
20% 35%

17% 30%

25% 30%

Para a mesma área de janela, A verticalidade e a grande altura


os caixilhos do lado direito absorvem dos caixilhos reduzem visualmente
mais luz do que os do lado esquerdo, a perspetiva do local
porque estes são mais finos.
Os caixilhos de metal refletem mais
a luz do que os de madeira

110
A ALGUNS ELEMENTOS
DA HABITAÇÃO

2. O isolamento
Um caixilho deverá apresentar as seguintes características:
——ser impermeável ao vento;
——ser impermeável à chuva;
——isolar do frio e do calor;
——resistir às intempéries;
——resistir às utilizações bruscas e violentas.

Neste sentido, qual, então, o material mais adequado


para um caixilho?

Apesar de as diferenças de preço serem relevantes, não se


concentre simplesmente neste aspeto, pois as qualidades
oferecidas variam de material para material (veja as ilustrações
na coluna da esquerda da página anterior). Mudar as janelas
antigas por modelos mais eficientes ao nível energético
compensa em conforto e respeito pelo ambiente. Se não quiser
fazê-lo, reduza as fugas de ar e de calor através dos interstícios
dos caixilhos e das janelas, calafetando todo o conjunto.

• Os caixilhos de madeira conferem bom isolamento e, com uma


manutenção cuidada, podem durar muito. Exigem, contudo,
uma manutenção regular (pintura, verniz para madeira, etc.).

• Os de alumínio, mais leves e sem exigirem grande tratamento,


são os mais usados em Portugal. Pouco estéticos no passado, os
acabamentos têm agora mais opções, algumas a imitar madeira.
O alumínio deixa passar muito calor do ambiente mais quente
para o mais frio. Para resolver o problema, os fabricantes
introduziram uma película de poliamida entre a parte externa
e a interna do caixilho para bloquear o calor. Trata-se dos
chamados “caixilhos de corte” ou “rutura térmica”.

• Os caixilhos de PVC, plástico com boa rigidez, são estáveis e


pouco sujeitos a dilatações, a menos que sejam submetidos a
temperaturas extremas. Proporcionam bom isolamento térmico
e acústico. A eficiência na transmissão do calor pode até ser
superior à da madeira se o interior do caixilho for composto
por câmaras com material isolante. Em geral, a sua cor é menos
estável com o passar dos anos (por exemplo, o branco pode
amarelecer). Não confunda PVC com “revestimento” de PVC:
o que significa que o material no interior é de alumínio ou
algum outro produto, coberto por uma fina camada de PVC.

111
REMODELAR A CASA A

• Os caixilhos de aço ou de aço inoxidável são pouco usados.


São muito resistentes, permitem caixilhos grandes e muito
finos, mas por vezes possuem mau isolamento.

Com o tempo, as janelas de PVC podem deformar-se e


ficar distorcidas em temperaturas extremas, seja calor ou
frio, enquanto as janelas de alumínio podem corroer-se e
deteriorar-se em áreas com muita humidade ou maresia. Se
não prescinde de um acabamento de madeira no interior, opte
por modelos híbridos. A madeira é combinada com alumínio
ou PVC no exterior.

3. Num teto falso


Quando se coloca um teto falso, há que ter em conta os
caixilhos das janelas, a sua abertura e a estética exterior.
A melhor forma de o fazer consiste em colocar o teto falso ao
nível da trave da imposta (no caso de a janela ter imposta).
Veja alguns elementos constituintes na página seguinte.

4. A manutenção
Todos os caixilhos, ainda que de boa qualidade, necessitam de
manutenção. O ideal é verificar, uma vez por ano, os seguintes
pontos:
— se o batente não funcionar bem, regule o parafuso fixo para a
afinação do fecho;
— certifique-se de que os furos de despejo da água não estão
obstruídos;
— lubrifique regularmente os elementos metálicos;
— verifique o estado das juntas entre os caixilhos.

As aberturas das janelas


Para regular a quantidade de sol ou de luz incidente numa
divisão, é possível agir no interior ou no exterior da mesma.

1. O controlo a partir do exterior


Existem diversas soluções para controlar a entrada de sol e de
luz a partir do exterior, com vantagens e inconvenientes.

• O guarda-sol (toldo) horizontal constitui a solução mais eficaz


contra o excesso de calor.

112
A ALGUNS ELEMENTOS
DA HABITAÇÃO

ALGUNS ELEMENTOS DE UM TETO FALSO

Iluminação

Galeria

Teto falso

Travessa
Passagem para o da bandeira
batente do caixilho

Cortinado

Base do teto falso


(de tons claros)

Travessa
da bandeira

113
REMODELAR A CASA A

• O guarda-sol vertical, com persianas direcionáveis, é, também,


eficaz, mas reduz a visibilidade.

• A persiana veneziana permite dosear a quantidade de luz,


mas a sua manutenção requer alguma paciência.

• A persiana de tela, a mais barata, existe em diversas cores e


dimensões. Se optar por este tipo de persiana, escolha um modelo
resistente à humidade e às pressões do vento e com uma cor sólida.

• As portadas são, frequentemente, de madeira, plástico


ou alumínio.

• As paredes divisórias externas apresentam a vantagem


de manter a intimidade, mas, pelo contrário, têm o
inconveniente de, na maioria das vezes, serem fixas.
São mais utilizadas nas regiões de clima quente.

• Por fim, o simples ato de colocar um caixilho numa parede


espessa cria uma (agradável) zona de sombra.

2. O controlo a partir do interior


As proteções interiores, cuja manipulação é mais fácil do que a
das exteriores, apresentam, contudo, um inconveniente. Com
efeito, contrariamente às primeiras, não permitem formar uma
barreira contra os raios solares antes que a energia entre na
divisão e aqueça o ambiente.

As cortinas existem em mil e um modelos e texturas diferentes,


pelo que nos é impossível dar conselhos específicos para cada
caso. Quando escolher, não se esqueça, porém, de ter em
conta que uma persiana se encontra a contraluz, isto é, com
a luz a vir do exterior. Lembre-se, também, de que os motivos
decorativos aparecerão quer com um tecido esticado, quer com
um franzido. A natureza do material que constitui a proteção
determina o grau de obstrução à luz. Pode encontrar-se à venda
um tecido preto especial, com uma face refletora (prateada),
que, se necessário, pode servir de cortina ocultante.

Os efeitos de luz criados durante o dia pelo sol dependem,


igualmente, do material escolhido. Como mostraremos adiante
(veja a página 118), alguns pequenos truques de iluminação
permitem reproduzir estes efeitos também à noite.

114
A ALGUNS ELEMENTOS
DA HABITAÇÃO

CONTROLAR A LUMINOSIDADE PELO EXTERIOR

GUARDA-SOL (TOLDO) HORIZONTAL

exterior interior

JANELA COM PERSIANA DIRECIONÁVEL

exterior interior

Posição Posição
sombra luz difusa

exterior interior exterior interior

A entrada da luz é influenciada pela posição


das lâminas

115
REMODELAR A CASA A

➜ PERSIANA DE TELA À ITALIANA

exterior interior exterior interior

Persiana de tela à italiana, sustentada por duas


barras laterais. É resistente ao vento

PORTADAS EXTERIORES

De abrir Rolante De correr

Parede para
ensombramento
exterior

Os tijolos absorvem a luz O mesmo efeito é conseguido


através de um elemento saliente

116
A ALGUNS ELEMENTOS
DA HABITAÇÃO

••As cortinas
As cortinas colocam-se de diferentes formas, pelo que cabe a
cada um decidir qual a mais adequada, tendo em conta o local
em questão. A utilização será mais silenciosa se não houver
elementos metálicos, mas sintéticos. Assegure-se de que o peso
do conjunto não é excessivo para a estrutura em questão.

Para a confeção de uma cortina, calcule uma largura igual


a 1 + 1/2 do comprimento do varão. Para a altura, meça a
distância que vai da parte de baixo do varão até ao pavimento
e desconte um a três centímetros. Conte com cerca de 10 a
15 centímetros para o folho superior (ao nível do varão) e
com 20 a 30 centímetros para as bainhas. Se o tecido tiver
motivos, preste atenção às costuras, para que fiquem certas.
Coloque os ganchos sensivelmente de dez em dez centímetros.

A suspensão das cortinas e das tapeçarias traz, por vezes,


problemas. O varão deverá ser corretamente colocado com uma
distância entre os pontos de suspensão (suportes ou parafusos)
não superior a 50 centímetros. Não se esqueça de que todos
os sistemas requerem um mínimo de manutenção.

No que se refere à escolha, tenha em atenção certos fatores,


nomeadamente:
——o grau de humidade e de salinidade do ar (no caso de uma
habitação próxima do mar, convém que os materiais utilizados
não se oxidem com facilidade);
——a facilidade de colocação, para que não tenha de fazer
muitos buracos;
——o peso da calha para suspender as cortinas.

O alumínio, o PVC e o nylon têm diversas qualidades.


Os materiais plásticos têm a vantagem de ser mais silenciosos.
Podem usar-se carris de suspensão das cortinas em alumínio,
ou PVC. Além dos carris, também há a hipótese de recorrer
a varões com argolas de madeira, plástico ou metal.

Se quiser correr as cortinas manualmente, arrisca-se a


estragar os ganchos de suspensão e, como consequência,
todo o sistema. Para o efeito, aconselha-se um cordão ou
um puxador. Para a colocação da cortina, existem, também,
diversas hipóteses. Tenha atenção que os ganchos de suspensão
em PVC não suportam muito peso.

117
REMODELAR A CASA A

CONTROLAR A LUMINOSIDADE PELO INTERIOR

DE DIA DE NOITE A luz é voluntariamente


A luz solar A luz artificial projetada para o interior:
é projetada é projetada os elementos de iluminação
para o interior para o exterior são colocados entre as
janelas e os cortinados

Foco de
luz (spot)

COLOCAR CORTINADOS

Cortinados ao nível Cortinados colocados Cortinados instalados


da parede em frente da janela: num painel: não há perda
impedem a passagem de superfície mural
da luz

Se as calhas forem cruzadas,


a luz não entrará na sala.
A obstrução será perfeita

••Os estores
A utilização dos estores é mais limitada do que a dos
cortinados, mas aqueles também são um elemento decorativo.
Há diversos tamanhos e materiais (veja a página 120):
——de enrolar. Para que o tecido se enrole convenientemente,
a sua largura deverá ser, no máximo, de 1,20 metros. Convém
que o comprimento não seja exagerado;
——romanos (a fixar na parede ou no teto). A escolha dos
materiais é mais relevante do que para os estores anteriores;

118
A ALGUNS ELEMENTOS
DA HABITAÇÃO

CAMUFLAR A CALHA

Sistema com caixa


(teto falso)

Teto falso

Atenção!
No caso de existir um sistema
de aquecimento, certifique-se
de que as cortinas não
condicionam a boa distribuição
do calor.

TIPOS DE VARÕES

Varão simples Varão com calha


de madeira incorporada

——venezianos (de plástico, metal ou madeira). Existem em


diversas dimensões, podendo ser utilizados em exteriores.
É possível regular as lamelas com bastante precisão;
——vertical (tipo “louver”). São possíveis várias combinações
com este tipo de estore;
——as persianas giratórias constituídas por bandas verticais
de tecido, telas plastificadas, materiais sintéticos ou finas
placas de madeira formam elementos verticais muito
elegantes.

119
REMODELAR A CASA A

TIPOS DE ESTORES E PAINÉIS

Estores de enrolar Estores romanos

Estores venezianos

Estores tipo
“louver”

Painéis
de correr

120
A ALGUNS ELEMENTOS
DA HABITAÇÃO

AS ESCADAS

As escadas fazem uma ligação vertical entre os volumes em


alturas diferentes. São geralmente colocadas em vestíbulos
e corredores, podendo ser usadas também noutros espaços,
como, por exemplo, em salas com alguma dimensão.

Uma escada interior pode tornar-se um elemento decorativo de


uma sala de estar muito grande ou de um vestíbulo de entrada.

Alguns termos mais usados


Comecemos por nos centrar no vocabulário mais utilizado
quando nos referimos a escadas.

ELEMENTOS DE UM DEGRAU

A. Cobertor
B. Espelho
C. Focinho

Tipos de escadas
As escadas devem obedecer a certos critérios de proporção
para que possam ser utilizadas sem perigo. A profundidade
(largura do cobertor) e a altura (espelho) de um degrau têm
uma relação fixa. O equilíbrio de uma escada ou de uma rampa
não são encontrados aleatoriamente: obedecem a normas.
Por exemplo, os degraus no interior de uma casa diferem dos
degraus no exterior (na rua ou no jardim), sendo os primeiros
mais pequenos e mais altos.

121
REMODELAR A CASA A

••Escadas retas
As escadas retas podem ser de dois tipos:
——sem patamar intermédio. Cobrem praticamente a mesma
superfície que as escadas helicoidais, mas a distância entre
o começo e o fim será menor se forem “em caracol”;
——com patamar intermédio. São mais confortáveis e permitem,
sem dificuldade, a passagem de objetos de grandes dimensões
(por exemplo, móveis), apesar de ocuparem mais espaço.

••Escadas “em caracol”


As escadas com desenvolvimento elíptico (“em caracol”),
apesar de ocuparem pouco espaço, nem sempre são práticas.
Frequentemente, gera-se uma situação difícil quando duas
pessoas se cruzam: o espaço é reduzido. A menos que não
sejam muito largas, instale-as, principalmente, em locais de
pouca circulação. Têm um grande valor estético, prestando-se a
diversos efeitos, sobretudo quando ligam duas divisões situadas
em níveis diferentes.

••Escadotes de biblioteca
Muito mais íngremes do que as escadas normais, os escadotes
de biblioteca são utilizados quando o espaço é reduzido.
Confortáveis, têm a desvantagem de ter de se descer com o
corpo voltado para a parte da frente, tal como acontece num
escadote normal. Apesar de facilitar o acesso aos objetos a
alcançar (por exemplo, os livros), esta posição põe o utilizador
de costas para o espaço onde o escadote está a ser utilizado.
A distância entre os degraus deve ser de 23 a 25 centímetros.

••Escadas retráteis
As escadas retráteis são utilizadas quando há falta de
espaço, por exemplo para ascender a um sótão. Geralmente,
escondem-se por detrás de uma tampa, no teto.

Alguns aspetos técnicos


O declive da escada, o perfil dos degraus e a altura para
a passagem devem obedecer a normas. Os degraus no
interior de uma casa devem ter um espelho com o máximo
de 19 centímetros. O cobertor deverá ter, no mínimo,
28 centímetros. No exterior, não devem ter menos de 15
centímetros de espelho e 30 de cobertor.

122
A ALGUNS ELEMENTOS
DA HABITAÇÃO

DESENHAR ESCADAS EM PLANTA E EM PERFIL

LANÇO DE UMA ESCADA RETILÍNEA

Rés-do-chão Primeiro andar

ESCADA CURVA

Primeiro
andar

Primeiro
andar

Rés-do-chão

Primeiro andar

Rés-do-chão

Rés-do-chão

ESCADA RETILÍNEA COM DOIS LANÇOS

Primeiro andar

Primeiro andar

Rés-do-chão
Rés-do-chão

123
REMODELAR A CASA A

Se pretender criar um desnível, deverá introduzir, no mínimo,


três degraus.

••Largura da escada
Numa casa individual, a escada deve ter uma largura mínima
de 90 centímetros. Contudo, o ideal será prever cem
centímetros de largura, de modo que possa ser respeitada
a dimensão exigida na lei da acessibilidade e da mobilidade
para todos.

••Vão de uma escada com dois lanços


Numa casa individual, os vãos de uma escada com dois lanços
devem ter entre 1,80 e dois metros.

➜ DESENHAR ESCADAS EM PLANTA E EM PERFIL (cont.)

ESCADA "EM CARACOL"

ESCADA RETRÁTIL

Sótão

124
A ALGUNS ELEMENTOS
DA HABITAÇÃO

exemplos de dimensões dos degraus


Escada pequena 13 × 35 centímetros
Escada média 17 × 29 centímetros
Escada desmontável 118 × 27,5 centímetros
Escada rígida 19 × 25 centímetros
22/25 × 19 centímetros (distância entre
Escadote de biblioteca
degraus de 25 centímetros)
Escada no exterior 12 × 40 centímetros

••Número de degraus
O número de degraus entre dois níveis varia de acordo
com a altura do andar e dos próprios degraus.

PERFIS DOS DEGRAUS

O tacão do sapato O espelho retraído Escada aberta


poderá sujar o degrau proporciona uma maior (sem espelho)
(difícil de limpar) superfície de apoio

É possível poupar espaço com escadas


exatamente sobrepostas

125
REMODELAR A CASA A

Elevador
DECLIVES HABITUAIS

a
tec
da
(em cm)

bib te
lio
de cado
Esca
25

Es
20-25

75º

º
60
o
çã
bita
ha

º
45
de
da
13-19 ca
Es
º
30

º r
20 r to
Cobe
15º

5º Rampa de acesso

altura do vão da escada (em cm)*


Número Altura dos degraus (em cm)
de degraus 15 15,5 16 16,5 17 17,5 18 18,5 19
2 30 31 32 33 34 35 36 37 38
3 45 46,5 48 49,5 51 52,5 54 55,5 57
4 60 62 64 66 68 70 78 74 76
5 75 77,5 80 82,5 85 87,5 90 92,5 95
6 90 95 96 99 102 105 108 111 114
7 105 108,5 112 115,5 119 122,5 126 129,5 133
8 120 124 128 132 136 140 144 148 152
9 135 139,5 144 148,5 153 157,5 162 166,5 171
10 150 155 160 165 170 175 180 185 190
11 165 170,5 176 181,5 187 192,5 198 203,5 209
12 180 186 192 198 204 210 216 222 228
13 195 201,5 208 214,5 221 227,5 234 240,5 247
14 210 217 224 231 238 245 252 259 266
15 225 232,5 240 247,5 255 262,5 270 277,5 285
16 240 248 256 264 272 280 288 296 304
17 255 263,5 272 280,5 289 297,5 306 314,5 323
18 270 279 288 297 306 315 334 333 342
19 285 294,5 304 313,5 323 332,5 342 351,5 361
20 300 310 320 330 340 350 360 370 380
21 315 325,5 336 346,5 357 367,5 378 388,5 399
22 330 341 352 363 374 385 396 407 418
23 345 356,5 368 379,5 391 402,5 414 425,5 437
24 360 372 384 396 408 420 432 444 456
25 375 387,5 400 412,5 425 437,5 450 462,5 475
* Os números a negro são os mais comuns.

126
A ALGUNS ELEMENTOS
DA HABITAÇÃO

Corrimãos e balaustradas
Essenciais para apoio e prevenção de quedas, corrimãos
e balaustradas têm características específicas a seguir.

1. O corrimão
A altura do corrimão, medida verticalmente entre o focinho
(ângulo) dos degraus e o bordo superior do corrimão, deve ser
de 85 a 90 centímetros.

Se contarmos a partir do patamar, terá cem centímetros.


Precisamos de mais espaço à altura das ancas do que ao nível
dos pés. Desta forma, a instalação mais racional é a que permite
prolongar o corrimão para além das partes laterais da escada
(oito centímetros é uma boa distância).

O corrimão deverá poder agarrar-se facilmente, não


apresentando qualquer saliência que impeça as mãos de
deslizar. Deverá ser fabricado num material polido. O respetivo
suporte deverá estar um pouco afastado, para que as mãos não
se magoem.

2. As balaustradas
As balaustradas servem para suportar o corrimão e para evitar
eventuais quedas. O espaço entre os elementos da balaustrada
deverá ser suficientemente reduzido para que a cabeça de uma
criança não passe através do mesmo, ou seja, esta distância não
deverá ser superior a nove centímetros.
Esta precaução é indispensável, sobretudo se existirem crianças
a viver ou a frequentar a casa em questão.

TIPOS DE CORRIMÃO
Metal (má posição
do suporte, uma
Madeira, vez que impede a Metal
modelo clássico Madeira Madeira passagem da mão) e plástico

127
REMODELAR A CASA A

Os materiais de revestimento
O material com que uma escada é fabricada deverá ser
agradável em termos estéticos e suficientemente resistente
ao uso. Opte, por exemplo, pela faia, pelo carvalho,
pelos ladrilhos, pelo mármore, etc.
Se decidir embelezar a sua escada com outros materiais,
assegure-se de que estes são suficientemente resistentes,
colocando-os de forma adequada. Evite superfícies em que
possa escorregar com facilidade.

As diferenças de nível
As diferenças de nível são, tal como o rebaixamento do teto,
transformações fáceis de efetuar, e delimitam e personalizam
as zonas da habitação. Contudo, convém não abusar. Muitos
desníveis cortam a perspetiva e, mais grave, tornam as
deslocações cansativas, pois implicam a existência de muitas
escadas. Lembre-se de que, por razões de segurança, as escadas
não devem ter menos de três degraus.
As elevações devem ser executadas com cuidado, de forma
estável. São apenas recomendáveis em espaços muito grandes.

O vão da escada
O espaço livre por debaixo de uma escada pode ser recuperado
para arrumações ou, mesmo, para um vestiário (veja um
exemplo na ilustração abaixo).

Aproveitamento
do vão da escada

128
A ALGUNS ELEMENTOS
DA HABITAÇÃO

A LAREIRA

A lareira é um elemento arquitetónico atrativo que proporciona


ambientes intimistas e confortáveis.

Não há fórmulas precisas para construir uma lareira, existindo,


no entanto, algumas regras fundamentais que convém ter em
conta, mas que, no entanto, poderão ser modificadas para se
adaptarem a cada caso. Aconselhe-se junto de um profissional.

É muito importante saber, à partida, onde colocar a lareira.


Da sua localização dependerá o seu volume e os respetivos
elementos decorativos, e os aspetos técnicos relacionados
com o traçado e a altura da conduta.

Existem muitas razões que tornam ou não uma lareira


adequada a um espaço e que, por outro lado, proporcionam
ou não uma boa tiragem de fumo.

Alguns termos mais usados


Na página seguinte, começamos por mostrar alguns
dos elementos presentes numa lareira.

Evitar acidentes

Se decidiu instalar uma lareira, lembre-se de que


os madeiros podem rolar para fora da braseira
e que, por vezes, saltam fagulhas, que chegam
a ser projetadas a metros de distância. Assim,
certifique-se de que os móveis, as cortinas, os
tapetes e outros elementos de decoração estão
a uma distância segura das chamas e das brasas.
Ao atiçar o fogo, proteja-se devidamente: evite
roupas demasiado largas ou facilmente inflamáveis.
Colocar uma grelha de proteção é uma opção muito
sensata para garantir uma maior segurança.

129
REMODELAR A CASA A

ELEMENTOS DE UMA LAREIRA

Saída
de fumo Parte
superior
Tubo
Cume
Espaço entre
Cavalo duas traves

Conduta
Trave

Aspirador
Garganta
Mecanismo que
impede o fumo de
voltar para trás
Bordo
lateral Lintel
Final da
conduta
Bordo Trave
lateral

Degrau Braseira Conduta


Rodapé

Parede
de apoio
Cavalo

Chaminé

Aspirador Saída
de ar
Garganta

Entrada
Bordo lateral de ar frio
Final da
Braseira conduta

Degrau

130
A ALGUNS ELEMENTOS
DA HABITAÇÃO

As exigências técnicas
Para que uma lareira funcione eficazmente, deverá ser
respeitada uma série de aspetos técnicos, simples, mas nem
sempre fáceis de executar. De preferência, contacte um
especialista. Não se aventure a fazer uma bela lareira que,
depois, não funcione devidamente.

1. A tiragem
Quando falamos da tiragem referimo-nos à capacidade de
extração do ar quente e do fumo que sobe pela chaminé.
Existem vários fatores que podem influenciar a tiragem de
uma lareira (veja as ilustrações que apresentamos nas páginas
seguintes).

••Os fatores externos


Duas lareiras, ainda que idênticas, podem ter uma capacidade
de extração do ar diferente, por exemplo devido à existência
de uma simples fiada de árvores. Estas podem ou não
ser um fator favorável. A altura da lareira, tal como a sua
posição relativamente aos ventos dominantes, será um fator
preponderante.

A eficácia das condutas das lareiras varia consoante a sua parte


exterior (aquela que se situa acima do telhado). Uma “boa”
conduta de lareira deverá ser 30 centímetros a um metro mais
alta do que o telhado, sendo orientada perpendicularmente
ao sentido dos ventos dominantes.

••Os fatores internos


Para uma maior eficácia, a conduta de fumo deverá
ser, interiormente, o mais reta possível, com os ângulos
arredondados, de largura constante em toda a sua altura,
servindo apenas para uma única lareira. A sua altura mínima
deverá ser de 3,5 a quatro metros.

Numa conduta cilíndrica, o escoamento é perfeitamente


homogéneo. A altura mínima da conduta deverá, também
neste caso, estar compreendida entre os 3,5 e os quatro
metros.

Os ângulos exteriores, se forem arredondados, favorecem o


escoamento do fumo.

131
REMODELAR A CASA A

CONDICIONANTES EXTERNOS DA TIRAGEM

Dependendo da sua localização, as árvores podem ou não


ser fatores favoráveis à extração dos fumos

Direção
dos ventos

2 × altura
das árvores

Direção
dos ventos

Direção
dos ventos

Alta
pressão

Baixa Baixa Baixa


pressão pressão pressão

Alta
Alta pressão
pressão

Índice de eficácia Índice de eficácia Índice de eficácia


100 85 110

132
A ALGUNS ELEMENTOS
DA HABITAÇÃO

LOCALIZAÇÃO DA CHAMINÉ
Bom

Mau

Direção dos ventos


dominantes

mín. 30-100 cm

Mau Bom

133
REMODELAR A CASA A

CONDICIONANTES INTERNOS DA TIRAGEM

Uma conduta com uma superfície lisa


evita o depósito de partículas, bem
como as turbulências

Evite as secções
muito grandes

Na conduta da chaminé, os elementos


inclinados deverão ter exatamente
a mesma secção que os direitos O ângulo de
inclinação
não deve ser
superior a
30 graus,
para não
comprometer
a extração
do fumo

Atenção!
A secção (largura) da conduta de – o isolamento da conduta
fumo é um fator fundamental para e da braseira propriamente dita.
a eficácia da tiragem. Contudo, Descurar um destes aspetos traz
a secção ideal não é fácil de algumas consequências. Uma
encontrar, uma vez que depende de conduta com uma secção pequena
vários aspetos: impede os gases de sair, mas uma
– a altura da conduta; conduta com uma secção grande
– a forma da conduta e a não facilita o arrefecimento dos gases
existência de rugosidades interiores; antes de estes se libertarem.
– os eventuais desvios da conduta; Deste modo, o ar frio tem mais
– a superfície da lareira e, dificuldade em subir, mantendo-se
indiretamente, o seu volume; dentro da conduta. A largura da
– a existência de uma corrente conduta tem uma grande influência
de ar frio; na extração de fumos.

134
A ALGUNS ELEMENTOS
DA HABITAÇÃO

O fumo deverá, de preferência, ser dirigido para um dos lados


da lareira e não para a parte de trás. O ângulo formado pela
linha oblíqua (de inclinação) e pela vertical deverá ser de 10 ou
20 graus, de modo a não obstruir a extração de fumo. O ângulo
de 30 graus é um limite a não ultrapassar.

2. Os componentes da lareira
Uma lareira é um conjunto de vários elementos que têm
de estar devidamente construídos e em sintonia.

••A braseira
A braseira, onde se produz a combustão, deverá respeitar duas
condições:
——ser refratária (resistente ao fogo);
——estar bem isolada, a fim de não transmitir calor ao pavimento.

••Os bordos laterais


Os bordos laterais são os elementos verticais que ladeiam a
lareira cuja função é suportá-la e distribuir o calor de forma
eficaz. Podem ser dispensáveis, sendo possível fazer uma lareira
suspensa. A produção do calor depende, assim, da sua forma.

••A “caixa” da lareira


A caixa é o local onde se produz a combustão. É limitada pela
braseira e pelas paredes laterais e posteriores, desembocando
na conduta.
As proporções da abertura da caixa são mais importantes do
que o seu volume. A profundidade deverá ser suficiente para
que a combustão se produza dentro da lareira. Esta medida
deverá estar compreendida entre os 30 e os 35 centímetros,
nunca ultrapassando os 60 centímetros.

••A "garganta de cavalo"


A inclinação da parte inferior da conduta permite aumentar
consideravelmente a libertação de calor para a divisão. Esta
inclinação permite a existência de uma válvula que impede os
fumos de voltarem para trás, isto é, de um sistema de tiragem,
a que se chama “garganta de cavalo”.

••A entrada de ar
A entrada de ar deve ser sempre colocada a meia altura
da lareira. O ideal é estar situada no exterior e a um nível mais
baixo do que a entrada da conduta.

135
REMODELAR A CASA A

Uma perspetiva mais estética


O objetivo de um espaço concebido em torno de uma lareira
é reunir os membros da família, os amigos e os convidados.
Assim, surge a pergunta: onde a instalar?

A dimensão da divisão que acolhe o “canto do fogo” condiciona,


também, o tamanho da lareira. Uma lareira imponente terá
de ser colocada numa divisão não menos impressionante.

ESPECIFICIDADES DA LAREIRA

A eficácia da distribuição do calor varia em


função da forma e da posição dos bordos laterais

Bom Melhor Muito bom

A CAIXA

A 12 cm
D
60º
D
B A 30º
B A
B

A. Altura C. Largura *A profundidade deverá ser de cerca de 30 a


B. Profundidade* D: Garganta 35 centímetros e nunca mais de 60

136
A ALGUNS ELEMENTOS
DA HABITAÇÃO

O espaço da lareira poderá ser extravagante ou discreto.


Por exemplo, se estiver num recanto protegido do resto da sala,
manter-se-á discreto e afastado, podendo ser acentuado mesmo
por uma diferença de nível.

No momento de escolher a localização da lareira, tenha em


conta não só o respetivo tamanho como a disposição dos sofás
que serão colocados em seu redor e o espaço livre de circulação
entre eles.

Entrada
de ar frio
na lareira

A lareira pode ser um


elemento central na sala

137
REMODELAR A CASA A

A CASA DE BANHO

Os maiores problemas relacionados com as instalações


sanitárias são de dois tipos:
——provenientes da alimentação e do escoamento de águas
e esgotos;
——com origem na estanquidade ou na impermeabilidade
dos materiais.

A instalação de água numa casa de banho é relativamente


simples. As canalizações deverão ter um diâmetro (secção)
apropriado, o qual dependerá, entre outros fatores,
do número de equipamentos existentes. O escoamento
dos esgotos deverá também ter canalização própria, sendo
sempre considerada a ventilação de esgoto e a do espaço
da instalação sanitária. Se não houver abertura de vão
para o exterior, será necessário escoar o ar, por conduta,
através de um ventilador.

Os revestimentos da casa de banho deverão ser estanques,


sendo a parede e o pavimento revestidos a materiais
impermeáveis como o ladrilho ou o azulejo, sobretudo
nas zonas da base de duche e da banheira. Os revestimentos
impermeáveis do tipo papel de vinil são desaconselhados
em zona com água, pois esta poderá entrar através de
fendas, mantendo-se nas paredes ou no chão. Com o tempo,
estes acabam por se deteriorar.

Por fim, não se esqueça das medidas de segurança elétrica.


Existem normas específicas para este domínio. Por exemplo,
os interruptores e as tomadas não podem ser instalados
em qualquer local. Os radiadores elétricos estão sujeitos
a normas exigentes. Aconselhe-se junto de um profissional
qualificado.

No que diz respeito aos sanitários, estes variam consoante


as necessidades das pessoas que utilizam a casa.
Idosos ou quem tenha mobilidade reduzida poderão necessitar
de zonas de apoio e de acesso mais fácil. Por outro lado,
há quem não dê uso ao bidé e prescinda dele com facilidade,
e o mesmo se passa com o urinol, mais comum em casas

138
A ALGUNS ELEMENTOS
DA HABITAÇÃO

de banho usadas por empresas ou comunidades do que


nas nossas casas.

1. A banheira
Podem encontrar-se no mercado diversas banheiras:
——acrílicas;
——de aço;
——de superfície sólida;
——de fundição;
——de hidromassagem.

As banheiras de acrílico são mais leves, fáceis de limpar e


conservam melhor a temperatura da água. As de aço esmaltado
oferecem uma boa resistência a riscos e abrasão. As banheiras
de superfície sólida permitem desenhos mais versáteis e são
muito utilizadas por designers, arquitetos e decoradores.

Deverá ter em atenção o peso de uma banheira cheia de água,


com um ocupante de peso médio. Assegure-se de que o seu
chão aguenta o peso: uma banheira de tamanho médio, com
1,70 metros de comprimento, necessita de pelo menos 250
litros de água. A título de comparação, veja que o duche apenas
consome cerca de 30 litros.

As banheiras de hidromassagem, hoje muito utilizadas, são


equipadas com uma bomba que permite a utilização da água
da banheira e a devolve em jatos através de bucais fixados
na banheira. A banheira de hidromassagem utilizada no
banho diário permite agradáveis momentos de relaxamento
e de hidroterapia.

••A forma
A mais vulgar é a banheira para encastrar retangular. Como
é óbvio, a forma varia consoante o fabricante. Contudo,
as dimensões situam-se nos 150 a 180 centímetros para o
comprimento e nos 70 a 80 centímetros para a largura.

Existem, igualmente, banheiras de dimensões mais pequenas


para espaços reduzidos ou banheiras de dimensões realmente
grandes, como é o caso de alguns modelos de hidromassagem.
É possível encontrar um grande número de modelos especiais,
incluindo banheiras com forma de cadeira (veja as ilustrações
na página seguinte).

139
REMODELAR A CASA A

ESPECIFICIDADES DAS BANHEIRAS MAIS COMUNS (em cm)

150-180

Banheira do tipo
"cadeira"
70-80

Banheira comum

DIFERENTES MODELOS
64

60

56
104 125 150
47

170 187

ACESSÓRIOS FUNDAMENTAIS AO BOM


FUNCIONAMENTO DA BANHEIRA

Painel de vidro
temperado na banheira

Conjunto
válvula
com sifão

Válvula
Acesso para reparação
(com tampa)

140
A ALGUNS ELEMENTOS
DA HABITAÇÃO

••A zona de utilização


Para tirar o melhor partido de uma banheira, é necessário
prever uma área com, pelo menos, 60 × 60 centímetros,
que permita uma livre movimentação do utilizador.

Caso se trate de uma instalação sanitária para uma pessoa


de mobilidade reduzida, esta medida não é suficiente: consulte
a legislação do regime de acessibilidade em vigor.

••Os acessórios
É fundamental que a banheira esteja equipada com certos
acessórios, nomeadamente:
——uma válvula com um sifão. A válvula deverá estar tapada por
um sistema mecânico. O conjunto válvula-sifão deverá estar
sempre acessível para que se possa abrir em caso de reparação.
Geralmente é tapado por uma tampa;
——uma válvula que impeça a água de voltar para trás e os maus
cheiros provenientes da canalização das águas sujas de se
propagarem.

Poderá ainda encontrar vários acessórios úteis, como


toalheiros, saboneteiras, barras de apoio para banheiras,
bancos de parede, prateleiras, que poderão ser instalados
na casa de banho. Existem toalheiros elétricos ou ligados
ao sistema de aquecimento central para aquecer as toalhas.

Para isolar a banheira do resto da casa de banho e evitar


os salpicos de água, é possível colocar uma porta de correr
ou um painel em vidro temperado.

••As torneiras
Existem no mercado diversos tipos de torneiras para banheiras.
O misturador mecânico clássico permite temperar a água
quente com a água fria. A torneira misturadora termostática
garante uma temperatura constante durante o banho e permite
uma maior economia de água quente e a menor possibilidade
de o utilizador se queimar.

É também possível encontrar torneiras totalmente


automáticas, comandadas por uma célula fotoelétrica ou por
um emissor-recetor de ondas. Estas torneiras poderão ser
completadas por um chuveiro fixo ou manual e por uma barra
de fixação para duche. Poderá ainda dispor de um distribuidor
de jatos reguláveis.

141
REMODELAR A CASA A

2. O duche
Os materiais utilizados para fabricar as bases de duche são os
referidos para as banheiras. As bases podem ser executadas
também com o mesmo material do chão, após a execução de
um isolamento com tela, para o qual deverá solicitar a ajuda
de um bom profissional, garantindo uma boa estanquidade
e a inclinação devida para o escoamento das águas.

••A forma
Hoje existem no mercado muitos modelos de base de duche
(quadradas, retangulares e de canto), sendo as mais comuns as
que possuem dimensões de 80 × 80 centímetros ou de 80 × 100
centímetros.

••A zona de utilização


Tal como na banheira, a área de utilização do duche deverá ser
de, pelo menos, 60 × 60 centímetros.
Caso se trate de uma instalação sanitária para uma pessoa
com mobilidade condicionada, esta medida não é suficiente.
Consulte a legislação do regime de acessibilidade a edifícios
em vigor.

••Os acessórios
O duche deverá ser equipado, tal como a banheira, com
diversos acessórios. Há os obrigatórios, como a válvula e o sifão,
mas ainda poderá colocar um apoio para as mãos, a saboneteira
e, eventualmente, um pequeno assento rebatível.
Para o isolamento, o mais adequado será uma porta de vidro,
devidamente estanque nas extremidades.

Atenção! ••As torneiras


Para se utilizar Existem várias torneiras no mercado, sem bica, sendo mais
uma misturadora
termostática é recomendável a utilização de uma misturadora termostática,
necessário que que poderá gerir não só a água que sai de um chuveiro superior
a pressão seja mas também dos laterais.
forte e, também,
que o sistema
de escoamento 3. Os lavatórios
seja eficiente, Para os lavatórios, geralmente, utiliza-se cerâmica sanitária,
para drenar a
quantidade de embora existam no mercado soluções de aço, pedra, vidro,
água debitada. superfície sólida de compósito mineral, etc.

142
A ALGUNS ELEMENTOS
DA HABITAÇÃO

ESPECIFICIDADES DAS PORTAS DE VIDRO TEMPERADO


UTILIZADAS NA CASA DE BANHO (em cm)

85

80 135

180-190
Porta do duche integrada Porta da cabina
na banheira de duche colocada
com dobradiças

90 90 140-215
100-150
180

Cabina de duche Porta de duche de correr,


com dois painéis de vidro integrada na banheira

143
REMODELAR A CASA A

••A forma
É difícil definir qual a melhor forma de lavatório, dada a
quantidade de modelos existentes e também os espaços onde
os mesmos vão ser instalados.

Os lavatórios podem ser de encastrar ou semiencastrar


em armário, de pousar em tampo, de coluna ou suspensos.

Os lavatórios podem ser simples, de uma cuba, ou duplos, com


duas cubas. Se pretender colocar lavatórios duplos encastrados
numa bancada de uma casa de banho, será necessário,
no mínimo, um tampo de 150 centímetros.

Geralmente, o lavatório coloca-se a uma altura de 80


centímetros do chão, podendo esta altura variar conforme
o utilizador. Para uma pessoa com 1,85 metros de altura,
o lavatório pode ser colocado a 90 centímetros do chão.

••A zona de utilização


Exceto nas casas de banho de pessoas com mobilidade
reduzida, que se regem por legislação própria, a zona de
utilização ideal de um lavatório é de 100 × 120 centímetros.
É necessário reservar 20 centímetros em cada um dos lados
do lavatório a fim de se evitar bater nas paredes ou incomodar
outra pessoa que, eventualmente, esteja a utilizar a mesma
bancada.

••Os acessórios
O acessório indispensável é, obviamente, a válvula, que tem
por função impedir os maus cheiros das águas sujas de chegar
ao lavatório (veja na página seguinte). Esta pode ser manual ou
mecânica.
Os canos de alimentação dos lavatórios deverão ter,
obrigatoriamente, uma torneira de segurança, para regular a
pressão da água e permitir cortá-la no caso de ser necessária
uma reparação.
Toalheiros, móveis, tampos, espelhos e outros possíveis
acessórios completarão a instalação.

••As torneiras
O ideal é optar por uma torneira misturadora central. Existem
diversos modelos que respeitam as normas europeias. Podem
ser de alavanca ou de botão e, por vezes, dispõem de um
pequeno chuveiro amovível.

144
A ALGUNS ELEMENTOS
DA HABITAÇÃO

ESPECIFICIDADES DOS LAVATÓRIOS (em cm)

Em vista

Em corte

Saliente Instalado de Integrado


baixo para cima

150
90 60

20
100
60
120

20
30 30 60

Lavatório com bancada Lavatório simples

COMPONENTES ESSENCIAIS

Válvula

Sifão

Sifão
Torneiras de segurança

145
REMODELAR A CASA A

No caso de lavatórios duplos, equipe cada um com uma


torneira misturadora.

4. O bidé
O bidé, é, essencialmente, fabricado em cerâmica sanitária.

••A forma
A forma tradicional do bidé é muito semelhante à da sanita.
As formas e o aspeto variam de acordo com o fabricante.
Existem, também, bidés suspensos.
A respetiva dimensão é, geralmente, de 40 × 60 centímetros
para uma altura de cerca de 40 centímetros.

••A zona de utilização


Para permitir uma utilização racional de um bidé, são
necessários, pelo menos, 80 × 120 centímetros, isto é, cerca de
20 centímetros de cada um dos lados e 60 centímetros na parte
da frente (30 centímetros para o utilizador e outros 30 para
circulação).

5. A sanita
A sanita é fabricada em cerâmica. No caso de sanitas
com autoclismo incorporado, este é, geralmente,
também de cerâmica.

••A forma
A sanita combina uma bacia e um sifão, permitindo a existência
de uma quantidade de água suficiente para eliminar os dejetos
e os maus cheiros.

Existem dois tipos de sanitas:


——com autoclismo incorporado;
——suspensa, cujo princípio técnico é o mesmo, mas que
está fixa na parede (e não no chão) através de um sistema
especial. Neste caso, o autoclismo está incorporado na parede.
Contudo, deverá estar acessível para eventuais reparações.
Este é o sistema mais silencioso.

••A zona de utilização


Para se poder utilizar convenientemente uma sanita, é
necessário dispor de uma área de 80 × 130 centímetros. Isto
significa que, em cada um dos lados, deverá existir um espaço
livre de 20 centímetros e, à frente, de 30 centímetros. Se, em

146
A ALGUNS ELEMENTOS
DA HABITAÇÃO

ESPECIFICIDADES DAS SANITAS E DOS BIDÉS (em cm)

DIMENSÕES DO BIDÉ

30 30 55

20
36
76
20
SANITA SUSPENSA SANITA SUSPENSA
EM CORTE

DIMENSÕES DA SANITA
20

84
44
20

30 70
100

147
REMODELAR A CASA A

frente da sanita, existir um lavatório, esta distância já deverá


ser de 130 centímetros.

Caso se trate de uma instalação sanitária para uma pessoa com


mobilidade condicionada, esta área de utilização da sanita não
será suficiente, pelo que deverá ser consultada a legislação
do regime de acessibilidade em vigor.

••Os acessórios
Há diversos acessórios indispensáveis, geralmente fabricados
em aço, escovado ou com brilho, como o porta-papel higiénico
ou o porta-piaçaba.

Para escolher a tampa da sanita, deverá ter em conta o seu


modelo ou a sua forma. A sua fixação poderá ser por encaixe
plástico ou pelo sistema de dobradiça, mais prático para limpar
e montar. Pode encontrar no mercado tampos de sanita em
diferentes materiais, como, por exemplo, madeira natural,
resina e plástico ou outros materiais artificiais e, ainda, com
diferentes cores.

Normalmente, na escolha do modelo de sanita com autoclismo


exterior, deverá encontrar uma solução que se adapte ao
modelo escolhido. Caso opte por uma sanita suspensa,
deverá utilizar uma solução de autoclismo integrado na
parede. Existem várias soluções no mercado, que se adaptam
a diferentes tipos de situações, sejam elas a espessura das
paredes ou a sua composição. Para fazer a melhor opção,
aconselhe-se com um profissional.

••As canalizações
A canalização do autoclismo deverá ter sempre uma torneira
de segurança, colocada em local acessível.
A utilização de materiais plásticos evita os depósitos de
calcário.

••O urinol
Este aparelho, hoje em dia frequentemente esquecido, existe,
no entanto, em diversos modelos “domésticos”.
A área de utilização de um urinol é de 60 × 60 centímetros,
podendo ser facilmente incorporado na parede.
O urinol é acompanhado por uma torneira para descargas
de água.

148
A ALGUNS ELEMENTOS
DA HABITAÇÃO

A DISPOSIÇÃO DOS ELEMENTOS (em cm)

ESPAÇO MÍNIMO

30 70 60

Banheira e lavatório Lavatórios Lavatório e sanita


ou bidé

60
160

Sanita e bidé
190

Sanita
ou bidé e lavatório
Banheira ou base de
duche e sanita ou bidé

ESPAÇO MÍNIMO OCUPADO POR UMA PESSOA


200
220

200

70 70 60 60

149
REMODELAR A CASA A

A COZINHA

Uma cozinha bem equipada representa um investimento


considerável. Também a sua organização merece um estudo
aprofundado. De resto, uma cozinha agradável e bem
organizada facilita o trabalho.

A oferta de cozinhas prefabricadas é enorme. Por outro lado,


as cozinhas por medida também são comuns. Assim, como
escolher dentro de tão grande variedade?

Antes de tudo, tenha em conta as suas necessidades: é a cozinha


que deverá estar adaptada às suas tarefas e não o contrário.
Pense no que será útil ter à mão, quais os objetos e os produtos
a arrumar e como repartir os volumes. Por outro lado, defina
tudo aquilo de que não precisa com tanta frequência e escolha
um local adequado para o guardar.

Imagine a cozinha dos seus sonhos, mas não abandone a


realidade, isto é, o espaço de que dispõe. Assegure-se de que
a planta (indispensável para que possa pedir um orçamento
correto) está o mais completa possível: portas, janelas,
canalização de entradas e de saídas de água, enfim, tudo deverá
estar corretamente anotado.

Antes de se dirigir a uma loja, convém ter já uma ideia mais ou


menos precisa do que lhe interessa. Qualquer que seja o espaço
disponível, a sua disposição e a instalação das canalizações,
há sempre a possibilidade de decorar e equipar uma cozinha
de forma racional. Para que na cozinha, a verdadeira “oficina”
familiar, reine uma certa harmonia, é necessário, antes de mais,
que esta tenha características que correspondam ao modo de
vida do seu utilizador. A estética, a forma, a cor e a decoração
vêm depois. Desta forma, a cozinha tornar-se-á um local
agradável e prático.

Por fim, lembremos que existe legislação (normas) para a


segurança nas cozinhas, onde, por exemplo, estão aparelhos
a gás. Para fazer as instalações interiores, dirija-se sempre
a uma entidade qualificada.

150
A ALGUNS ELEMENTOS
DA HABITAÇÃO

Os equipamentos
A cozinha deverá ser dividida em várias zonas consoante
as funções a que se destinam: a preparação, a confeção,
a conservação, a arrumação e a lavandaria. Quer se trate
de uma reorganização do espaço quer de uma remodelação
profunda das áreas, dedique algum tempo à escolha
dos materiais e ao planeamento.

a melhor escolha online


O desempenho dos eletrodomésticos varia consoante as mar-
cas, e o mesmo acontece com os preços praticados nas lojas. Para
saber qual a melhor opção e escolher o modelo mais adequado às
suas necessidades, esteja atento aos testes que publicamos regu-
larmente na revista proteste e no nosso sítio na Internet (www.
deco.proteste.pt/eletrodomesticos).

Lavar os utensílios
A preparação dos alimentos é uma tarefa que exige bastante
espaço. As bancadas de trabalho podem ser distribuídas
de diversas formas, seja em redor dos aparelhos (do fogão,
do forno, etc.), seja em ângulos ou numa ilha central. Estas
são, geralmente, em materiais fáceis de limpar e resistentes a
manchas e riscos.

Os balcões de apoio são aqueles onde se utilizam,


simultaneamente, vários aparelhos eletrodomésticos,
como, por exemplo, a fritadeira, a torradeira, a máquina
de café, a faca elétrica e a varinha mágica. Deste modo,
é conveniente instalar diversas tomadas de uso geral, para
ligação à eletricidade, nas paredes ou mesmo nos balcões. Uma
mesa de apoio, integrada ou não no balcão, onde se possam
tomar refeições rápidas ou trabalhar, completa o conjunto de
bancadas da cozinha.

••O lava-loiça
O lava-loiça pode ser fabricado em aço inoxidável,
em grés ou em resina. Para se fazer uma instalação racional,
é necessário reservar para a função “lavagem” um espaço

151
REMODELAR A CASA A

de 120 a 180 centímetros de comprimento por 60 centímetros


de profundidade.

O lava-loiça mais corrente é composto por uma ou duas cubas


com um escorredor à esquerda ou à direita, mas também é
possível encontrar modelos só com cubas e sem escorredores.

As formas e os modelos variam de fabricante para fabricante.


O lava-loiça deverá ser escolhido de acordo com o material
usado nos vários elementos da cozinha.

As torneiras de alimentação do lava-loiça deverão,


obrigatoriamente, compreender um misturador, já que, na
cozinha, é fundamental ter água quente e água fria. Estas
torneiras poderão ser instaladas na parede ou diretamente
no lava-loiça. Neste último caso, é preferível um misturador
monomanual com cabo extensível.

••A máquina de lavar loiça


Optar por ter uma máquina de lavar loiça na cozinha representa
uma poupança considerável, além de, regra geral, ser uma
opção mais prática.

Uma máquina de lavar loiça comum consome, em média,


15 litros de água por lavagem. Além disso, muitas pessoas
passam a loiça por água previamente, ou lavam os tachos e
os utensílios de cozinha à parte, operações que requerem,
pelo menos, mais dez litros de água. No total, cada lavagem na
máquina consome mais de 25 litros de água. Lavar a loiça de
uma refeição à mão, enxaguamento prévio incluído, consome,
em média, cerca de 60 litros de água.

É possível incorporar uma máquina de lavar loiça sob o


escorredor de um lava-loiça. Desta forma, ficará com um
elemento de lavagens completo e integrado. Mas também são
possíveis outras disposições, embora a localização por baixo
do lava-loiça seja a que permite um melhor funcionamento
no momento de arrumar a loiça suja na máquina.

Na escolha de uma máquina de lavar loiça, quatro programas


são suficientes: loiça normal, passagem por água, loiça muito
suja e loiça frágil. Contudo, a maior parte das pessoas acaba por
utilizar apenas a lavagem para loiça normal. Diversas máquinas

152
A ALGUNS ELEMENTOS
DA HABITAÇÃO

A máquina de lavar loiça pode ser


instalada por baixo do escorredor

estão equipadas com um ou mais programas económicos.


A máquina consome um volume de água menor, além de esta
não ser tão aquecida.

A água a uma temperatura entre os 50 e os 55 graus, em vez


de 60 a 70 graus, significa uma poupança de 12 a 20 por cento,
sem que a qualidade da lavagem seja menor. Os detergentes
atuais também são mais eficazes e concentrados, assegurando
a limpeza a temperaturas mais baixas.

Poderá encontrar no mercado máquinas de lavar loiça de Atenção!


encastrar, com um painel frontal no mesmo material dos móveis A torneira de
da cozinha, de modo a adaptarem-se melhor à decoração. segurança da
máquina de lavar
Existem também máquinas de lavar loiça de livre instalação. loiça deverá
estar facilmente
2. A preparação dos alimentos acessível.

A decoração das cozinhas tem mudado muito ao longo


destes últimos anos, e os respetivos elementos principais,
os eletrodomésticos, não são exceção. Podemos encontrar,
atualmente, uma grande diversidade, quer ao nível da
conceção, quer dos equipamentos ou mesmo dos preços.

153
REMODELAR A CASA A

••Os aparelhos
A preparação dos alimentos é, em conjunto com a lavagem
da loiça, uma tarefa essencial desempenhada na cozinha.
Assim, a escolha dos aparelhos adequados é fundamental.

O tradicional e clássico fogão, com quatro bicos e um


forno, praticamente desapareceu em favor dos elementos
independentes.

Tendo em conta o tipo de energia utilizada (gás ou eletricidade),


atualmente, o mercado está cheio de opções.

Podem encontrar-se no mercado placas de encastrar a gás ou


elétricas, de aço ou vitrocerâmicas. As placas vitrocerâmicas
elétricas poderão, ainda, ser de indução. Estas últimas são as
mais caras no mercado, mas apresentam inúmeras vantagens.
Apesar de serem mais caras e obrigarem à utilização de bases
de trens de cozinha especiais em ferrite, cozinham mais rápido
do que as vitrocerâmicas elétricas normais e são bastante
seguras para quem tem crianças, pois necessitam de uma base
de ferrite para gerarem calor. Como inconveniente, estas placas
são bastante mais caras do que uma placa elétrica ou a gás,
sendo ainda obrigatório investir num conjunto de cozinha com
base de ferrite.

Além das placas de preparação de alimentos acima referidas,


em formatos com dimensões de 90, 60 ou 30 centímetros,
podemos encontrar no mercado outros equipamentos
para encastrar nas bancadas da cozinha, fazendo uma
combinação perfeita para cozinhar. O grelhador, a fritadeira
ou, por exemplo, a chapa de inox conhecida por "Tepan-Yaki",
muito utilizada para preparar cozinha japonesa, são
equipamentos que podem ser conjugados com as tradicionais
placas a gás ou elétricas.

O forno de encastrar é composto por um painel de comandos


e por um forno, e funciona a eletricidade. As respetivas
dimensões estão normalizadas, podendo encontrar-se fornos
de 90 centímetros ou, os mais comuns, de 60 centímetros.
Poderá, também, colocar este aparelho por baixo de uma
bancada com 85 centímetros de altura, encastrado por baixo
das placas de cozinhar. Em alternativa, o equipamento pode
ser encastrado num armário alto, preparado para o efeito.

154
A ALGUNS ELEMENTOS
DA HABITAÇÃO

Ao estudar a sua cozinha, poderá criar uma zona de armários


altos, onde será encastrado o forno e o micro-ondas, o
frigorífico e o congelador, ou um forno a vapor e uma gaveta
aquecedora de pratos e de alimentos. Evite, no entanto, juntar
o equipamento de produção de calor com o frigorífico ou o
congelador.

Assim, os aparelhos para cozinhar podem ser divididos em


duas unidades: o forno encastrado e as placas de cozinha, que
poderão ser encastradas no local mais adequado para o efeito.
Na prática, as placas de cozinha poderão estar situadas no cimo
de um forno independente, mas encastrado. A sua utilização
é exatamente a mesma da de um tradicional fogão elétrico
com forno. As placas de cozinha, por um lado, e o forno,
por outro, permitem uma arrumação mais racional da bancada
de trabalho, bem como uma certa facilidade de limpeza.

Existem modelos com programador que permitem começar e


parar automaticamente a cozedura dos alimentos. Também é
possível programar a duração e a temperatura. O forno dispõe
de elementos blindados mais ou menos visíveis, que mantêm
a temperatura ambiente, enquanto os raios infravermelhos
asseguram um bom grelhado. Geralmente, um espeto rotativo
é um equipamento adicional muito apreciado. É conveniente
escolher um modelo com porta transparente e iluminação
interior. Cada vez com mais frequência, é possível encontrar
fornos que se limpam automaticamente, através de processos
de painéis “autolimpantes”: as respetivas paredes contêm uma
substância que dissolve a gordura.

A vantagem principal de um forno micro-ondas consiste


na sua rapidez, sobretudo a descongelar e a aquecer
alimentos, além de consumir menos energia do que um forno
clássico. Existe uma grande diversidade de modelos e, também,
de preços.

Partindo de alguns elementos simples para encastrar, é possível


organizar as bancadas de trabalho de acordo com as mais
variadas necessidades.

Alguns exemplos destes aparelhos são: placa com dois bicos


a gás, placa vitrocerâmica, placa vitrocerâmica de indução,
grelhador e fritadeira (veja as ilustrações nas páginas seguintes).

155
REMODELAR A CASA A

OS ELEMENTOS PARA ENCASTRAR

A placa pode ou
não ficar localizada
sobre o forno

Gás Eletricidade

Os fornos são colocados


num espaço com dimensões
standardizadas, a uma altura
acessível

Na bancada de trabalho perto do forno


devem estar todos os utensílios de que
necessita para cozinhar

156
A ALGUNS ELEMENTOS
DA HABITAÇÃO

Uma bancada organizada facilita a confeção


das refeições e a limpeza dos elementos

Placa com
dois bicos Placas de vitrocerâmica
a gás e de indução Grelhador Fritadeira

Exaustor

Placa Forno
Reservar armários e gavetas
Máquina
para a organização dos
de lavar
utensílios é essencial
loiça

157
REMODELAR A CASA A

O espaço para cozinhar deverá ser mobilado com elementos


adequados a esta tarefa. Qualquer que seja o tipo de aparelho
que tenha escolhido para cozinhar, assegure-se de que existe,
em cada um dos seus lados, uma mesa (plano de trabalho)
com 60 centímetros. Se o espaço disponível não for suficiente,
reserve, pelo menos, 30 centímetros para o efeito.

Para que uma pessoa possa trabalhar à vontade, deverá dispor


de um espaço de 150 centímetros entre bancadas, cumprindo
assim, também, a legislação para pessoas com mobilidade
condicionada. As mesas de trabalho deverão ser apoiadas por
armários, especialmente concebidos para a arrumação dos
diversos utensílios. É aconselhável e útil ter uma gaveta para os
talheres perto da bancada de trabalho.

••Os exaustores
Cheirar um bom refogado não é necessariamente desagradável,
podendo, mesmo, servir para abrir o apetite. Mas se, muito
tempo depois da refeição, ainda se sentir na casa o odor do
cozinhado, o caso muda de figura.
A função de um exaustor é purificar o ambiente, eliminando os
vapores de água, os cheiros, as gorduras, os fumos e as poeiras
em suspensão no ar.

Existem dois tipos de funcionamento de exaustores: o aparelho


que expele o ar viciado para o exterior, por intermédio de uma
Atenção! conduta, geralmente equipado com a função de ventilação, e
Quanto mais o que recicla o ar, não o enviando para o exterior. O ar viciado
comprida for passa por um filtro, e o aparelho volta a libertá-lo. A saída do ar
uma conduta
de escoamento, para o exterior é a solução ideal.
apresentando
rugosidades e Atualmente, são diversos os modelos de exaustores que
ângulos, menor
será a quantidade oferecem estas duas possibilidades, desempenhando as tarefas
de ar expelido, de evacuação e de reciclagem. Um exaustor de evacuação pode,
qualquer que também, servir para eliminar a humidade e a condensação.
seja a velocidade
de rotação Um exaustor de reciclagem não tem quaisquer “poderes”
do extrator. contra o vapor de água e o fumo.

No mercado podem encontrar-se exautores integráveis,


de chaminé de parede ou em ilha, de inox, etc.

Os exaustores podem ter diversas dimensões: altura entre


18 e 30 centímetros, profundidade entre 50 e 60 centímetros

158
A ALGUNS ELEMENTOS
DA HABITAÇÃO

O exaustor deve ter, no mínimo,


as dimensões da área ocupada
pelas placas de cozinhar

e largura entre 55 e 120 centímetros. Geralmente, o exaustor é


escolhido de acordo com as dimensões da área ocupada pelas
placas de cozinhar, se bem que, se for maior, terá um maior
poder de extração. Um exaustor de 90 centímetros para uma
placa de 60 será mais eficaz do que um outro com as mesmas
dimensões da placa.

Um exaustor de evacuação expulsa o ar quente com a ajuda de Atenção!


ar mais frio. A perda de calor é, no entanto, pouco relevante. Se Não queime nada
a sua cozinha estiver equipada com um fogão, um esquentador por debaixo do
exaustor, pois o
ou com outro aparelho a gás, assegure-se de que existe uma respetivo filtro,
conduta de ventilação para cada equipamento. em geral, é
fabricado com um
material sintético
3. A conservação inflamável.
A diversidade dos aparelhos destinados à conservação dos Aconselha-se
alimentos é enorme: é possível encontrar desde pequenos vivamente o
uso de filtros
frigoríficos até grandes arcas frigoríficas. Entre estes dois amovíveis de
extremos, podemos encontrar diversas combinações de malha metálica,
diferentes dimensões. Os frigoríficos e congeladores de integrar fáceis de limpar,
que podem ir
podem ser cobertos com um painel no material de revestimento à máquina de
dos armários de cozinha. lavar loiça e que
são, sem dúvida,
os mais seguros
••O frigorífico no caso de se
O frigorífico deverá ser escolhido de acordo com o número formarem chamas
de elementos de uma família. Conte com 40 a 60 litros por altas no fogão
(devido a óleos
pessoa e 150 litros, no mínimo, por família (por exemplo, de muito quentes,
três elementos). O número de estrelas indicado tem que ver por exemplo).

159
REMODELAR A CASA A

com a capacidade de refrigeração: quanto mais forem, maior é


a capacidade do aparelho para refrigerar. Por exemplo, quatro
estrelas equivalem a uma temperatura ideal para congelar
alimentos frescos, três estrelas bastam para conservar os
produtos congelados e uma estrela não permite guardar mais
do que sorvetes.

Atualmente, os frigoríficos estão equipados com um dispositivo


automático de descongelação. Esta operação deverá ser feita
regularmente, a fim de evitar um consumo desnecessário
de energia e obter o melhor funcionamento do aparelho.
Caso compre um aparelho no frost, não necessita de fazer a
descongelação, mas sim de efetuar apenas uma limpeza regular.

••As arcas frigoríficas


As arcas frigoríficas são úteis para famílias numerosas e/ou que
façam muitas refeições em casa e se desloquem poucas vezes às
compras ou então que pretendam guardar produtos provenientes
de quintas ou hortas familiares. Precisam, assim, de mais espaço
para guardar alimentos em boas condições de conservação.

Para escolher o aparelho que mais lhe convém, conte com


20 a 30 litros por pessoa e escolha um equipamento com
dimensões adequadas à sua cozinha. Opte por um modelo com
um consumo energético adequado: por exemplo, um modelo
de classe energética A consome mais 45 por cento de energia
do que um modelo de classe A++.

As arcas frigoríficas encontram-se a temperaturas muito baixas,


inferiores a 25 graus negativos em todo o seu volume e entre 30
e 35 graus negativos junto às paredes.

Deverão ser capazes de, no período de 24 horas, congelar cerca


de um terço da sua capacidade. Permitem, assim, a congelação
dos alimentos e a sua conservação durante muito tempo.

Existem modelos horizontais (arcas) e verticais. A diferença no


consumo energético entre as duas formas é, atualmente, quase
impercetível, portanto opte pelo formato que mais lhe convém.

••Os aparelhos combinados


É possível encontrar modelos combinados, que compreendem
um congelador e um frigorífico. Trata-se de modelos que

160
A ALGUNS ELEMENTOS
DA HABITAÇÃO

dispõem de compartimentos distintos, cada um com a sua


porta individual.

Cada uma destas partes possui os seus próprios compressor


e termóstato. Assim, não devem ser confundidos com outros
aparelho de frio, que têm um único compressor e termóstato
para os dois compartimentos.

A integração de diferentes tipos


de frigorífico na cozinha

4. A arrumação
A organização dos espaços destinados à arrumação deverá
permitir um fácil acesso a todos os objetos de que se necessita
com mais frequência (alimentos, loiça ou eletrodomésticos).
Para fazer uma boa instalação, é necessário combinar diversos
tipos de armários, com diferentes funções (preparação dos
alimentos, lavagem e conservação). Estes armários deverão
estar equipados com um sistema que permita a regulação
do espaço livre entre as prateleiras.

••Os armários suspensos


Estes armários são adequados para a arrumação da loiça e
dos alimentos. Têm, geralmente, cerca de 35 centímetros de
profundidade para uma altura e largura variáveis conforme o
desenho da cozinha e o modelo escolhido.

Por cima do exaustor e do forno encastrado, pode colocar-se


um elemento destinado à arrumação de produtos ou utensílios

161
REMODELAR A CASA A

não muito utilizados. É possível instalar também elementos


mais estreitos entre os armários maiores e os planos de
trabalho. Estes elementos deverão estar especialmente
estudados para a arrumação das especiarias, do café, do
açúcar, do azeite, do vinagre e de outros condimentos.
Por outro lado, também poderão acomodar pequenos
eletrodomésticos (tais como a máquina de café, o copo
misturador, a torradeira, etc.).

Nos locais previstos para a utilização destes pequenos


eletrodomésticos, deverão ser colocadas tomadas de uso
geral para a alimentação elétrica. Por debaixo dos armários
suspensos, é conveniente colocar lâmpadas para a iluminação
dos planos de trabalho.

••Os armários altos


As dimensões de um armário alto situam-se entre os 210
e os 250 centímetros de altura, os 57 de profundidade e os
60 de largura. Podem servir para a arrumação dos aparelhos
e dos utensílios de limpeza (detergentes, pás, vassouras, etc.),
dispondo de prateleiras amovíveis, a colocar conforme a função
a que se destinarem.

Também existem elementos altos especialmente concebidos


para acomodar os fornos e os frigoríficos de encastrar.

••Os armários baixos (colocados no chão)


Estes são os elementos mais diversificados. Regra geral, têm
cerca de 60 centímetros de profundidade, 60 de largura
e 85 ou 90 de altura, incluindo um rodapé e o plano de
trabalho (balcão). Estes armários adaptam-se a todo o tipo de
arrumações. É possível encontrar elementos de canto (com
ângulo), blocos de gavetas, compartimentos para garrafas,
armários para a loiça. Pequenos elementos, com cerca de 30
centímetros de comprimento, completam a gama de armários
disponíveis no mercado.

Assegure-se de que as portas têm dobradiças sólidas, invisíveis


e reguláveis, se possível que fechem automaticamente e que
permitam uma grande abertura (entre 90 e 170 graus). As
gavetas deverão abrir-se e fechar-se sem dificuldade sobre
carris.

162
A ALGUNS ELEMENTOS
DA HABITAÇÃO

DISPOSIÇÃO DOS ARMÁRIOS EM FUNÇÃO


DO UTILIZADOR (em cm)

85-90
30-35
+/- 205
53
85-90
10-20

8
60

5. O espaço destinado às refeições


As refeições podem ser tomadas na cozinha. As possibilidades
são diversas: uma mesa simples com cadeiras, uma mesa de abrir
e fechar adaptada para o efeito, um balcão tipo bar, uma gaveta
com tábua ou mesa de correr, etc. De qualquer forma, neste
caso, é ideal aumentar a superfície da cozinha contando para:
——quatro pessoas, 2,6 metros quadrados;
——cinco ou seis pessoas, 3,9 metros quadrados;
——sete ou oito pessoas, 5,2 metros quadrados.

Em função da disposição dos móveis, é ainda necessário ter


uma largura de cerca de 30 centímetros para a circulação
e o acesso às cadeiras.

163
REMODELAR A CASA A

6. Lavandaria
Existem muitas formas de organizar a função de lavagem
da roupa:
——inseri-la na cozinha;
——criar um espaço contíguo à cozinha;
——criar um espaço totalmente isolado.

Se estas soluções não se adequarem ao seu caso, coloque a


sua máquina de lavar roupa (e, eventualmente, de secar) nas
proximidades de outros aparelhos domésticos, o que evitará
uma multiplicação das canalizações. Um móvel baixo, com
um cesto para a roupa suja, poderá acompanhar a máquina.
O equipamento é completado por uma “zona seca”, para as
tarefas relativas ao passar a ferro.

O local da “lavandaria” deverá dispor de tomadas com pontos


de ligação à rede elétrica (tomadas de uso geral), rede de águas
e de esgotos. Este espaço poderá ser adjacente à cozinha ou
afastado desta divisão. Porém, se estiver perto, evitar-se-ão
canalizações muito longas.

Entre o equipamento deste local poderão encontrar-se um


pequeno tanque, um cesto de roupa suja, eventualmente uma
máquina de secar, uma de costura, uma tábua de passar a ferro,
etc.

Se não tiver essa possibilidade, coloque as máquinas de lavar e


de secar roupa num local acessível (por exemplo, próximo da
garagem).

Estes aparelhos poderão ser acompanhados por um tanque


de lavagens. Neste caso, um espaço de 180 × 180 centímetros é
suficiente. Se possível, complete a sua “lavandaria” com uma
mesa e um armário para arrumações, de modo a acomodar os
detergentes e a roupa.

A decoração
A regra de ouro é evitar as distâncias muito longas,
concentrando as funções essenciais (preparação dos alimentos
e lavagem). Deste modo, evitará os esforços inúteis.

164
A ALGUNS ELEMENTOS
DA HABITAÇÃO

ELEMENTOS DE UMA LAVANDARIA

Máquina de Cesto da
Costura lavar roupa roupa suja

Máquina de
Tanque
secar roupa

Armário Tábua de
passar a ferro

TÁBUA DE PASSAR A FERRO RETRÁTIL (em cm)

140 45

30-42
140
140

170
230
85

90
90

165
REMODELAR A CASA A

••Os acessos
Os acessos da cozinha são muito importantes. A solução
clássica é dotar esta divisão de três acessos: um para o exterior
(eventualmente, um jardim ou um terraço), o segundo para o
vestíbulo de entrada e o último para a sala de jantar.
Contudo, se existirem apenas dois (ou mesmo um) acessos,
a decoração é facilitada, uma vez que há uma menor perda
de espaço.

••O equipamento
Não existe um equipamento ideal para uma cozinha, uma vez
que se trata de encontrar a solução mais equilibrada entre
muitas variáveis, tais como o dinheiro disponível, o espaço,
as paredes, as aberturas nas paredes, o espaço ocupado pelos
móveis e pelos eletrodomésticos..

Como medidas de base, é necessário ter em conta:


——a altura das bancadas de trabalho (85 ou 90 centímetros);
——a profundidade das mesmas (cerca de 60 centímetros);
——a largura dos elementos (idealmente, múltiplos de 30
centímetros).

A dimensão ideal de uma cozinha considera, de facto, que


todas as dimensões lineares são múltiplas de 30 centímetros.
O espaço destinado à cozinha não tem necessariamente de
ser gigantesco se as portas e as janelas forem distribuídas de
forma racional. Para a instalação dos móveis, conte com uma
Atenção! largura entre bancadas que permita inscrever um círculo
Evite colocar o de 1,50 metros, o que respeita a lei das acessibilidades a pessoas
frigorífico perto de mobilidade reduzida.
de uma fonte
de calor, como
um aparelho A máquina de lavar loiça deverá estar colocada perto do
de aquecimento lava-loiça, para concentrar as canalizações. O frigorífico deverá
ou um forno. estar nas proximidades da mesa de trabalho.
Assegure-se de
que as tomadas
são suficientes, ••Alguns exemplos
considerando Nas páginas 168 e 169, apresentamos exemplos de como
as tomadas de
apoio a pequenos uma distribuição harmoniosa e funcional dos elementos e
eletrodomésticos uma correta definição dos acessos aos diferentes espaços
nas bancadas. Se da cozinha podem ser feitas independentemente da forma
necessário, reforce
o seu contador escolhida. Nas páginas 170 e 171, mostramos uma cozinha sujeita
de eletricidade. a transformação e o resultado final.

166
A ALGUNS ELEMENTOS
DA HABITAÇÃO

CONCENTRAÇÃO DE FUNÇÕES ESSENCIAIS


(COZINHAR, LAVAR, ETC.)

TRIÂNGULO DE ATIVIDADE
ACESSOS
Refrigeração/
/armazenamento Jardim

Sala de
refeições

Lavagem Preparação
Entrada

DIMENSÕES STANDARD DOS MÓVEIS (em cm*)

90
85-

30
30
60 *múltiplos de 30.

167
REMODELAR A CASA A

ALGUNS BONS EXEMPLOS DE COZINHAS

Cozinha em U, com um
canto para refeições
separado por armários

168
A ALGUNS ELEMENTOS
DA HABITAÇÃO

Cozinha em G, com bancada


em recanto aproveitada
para espaço de refeições

169
REMODELAR A CASA A

COZINHA SUJEITA A TRANSFORMAÇÃO

ANTES

Espaço com 4 × 3,10 metros a recuperar


e adaptar a uma cozinha mais funcional
e atual

170
A ALGUNS ELEMENTOS
DA HABITAÇÃO

DEPOIS

A disposição da cozinha permitiu


ganhar espaço de arrumação,
e a despensa transformou-se
num lavabo espaçoso

171
REMODELAR A CASA A

Os resíduos
O caixote do lixo, bem como os recipientes para a separação de
Atenção! resíduos a reciclar, deverá estar próximo do espaço de trabalho,
Reserve espaços sendo a localização ideal por baixo das cubas do lava-loiça.
para outros
resíduos que
também podem Encontrará no mercado conjuntos com dois, três ou quatro
ser reciclados: por baldes para os diferentes tipos de resíduos urbanos, o que
exemplo, pequenos
eletrodomésticos, permite uma mais fácil separação. Para melhor identificação e
óleos alimentares, não dar azo a enganos, é boa ideia colocar sacos com as cores
pilhas, rolhas, que definem os diferentes tipos de lixo: azul para o papel e o
lâmpadas,
cápsulas de café cartão, amarelo para os plásticos, verde para os vidros e preto
e chá, etc. para o lixo indiferenciado que não pode ser reciclado.

Caixote-gaveta com
diferentes espaços para
lixos diferenciados,
integrado no armário
do lava-loiça

Aproveitando a canalização do lava-loiças, é ainda possível


instalar um triturador de desperdícios. Como o nome indica,
este aparelho tritura todos os desperdícios, mas, em especial,
os alimentos facilmente perecíveis. Este aparelho é adequado
para habitações distantes dos grandes centros urbanos e, em
especial, se estas dispuserem de fossas séticas. Lembre-se de
que, para não comprometer o funcionamento do sistema, não
deverão ser colocados no triturador objetos duros, como, por
exemplo, vidro, porcelana, conchas de bivalves, etc.!

172
A ALGUNS ELEMENTOS
DA HABITAÇÃO

“Tudo se transforma.”
(Antoine Lavoisier, 1743-1794)

Usamos parte da Lei de Lavoisier para sublinhar que,


atualmente, (quase) tudo pode ser reciclado. Para
tal, é preciso dar aos resíduos o destino certo, sejam
os contentores disponibilizados nas ruas, sejam
os pontos de recolha específicos instalados em
superfícies comerciais, seja o próprio ecocentro.

Depois da reciclagem, a incineração com valorização


energética (para produção de eletricidade) é o
destino mais indicado para os resíduos separados.
Só em último lugar surge a deposição em aterro
sanitário, infelizmente ainda o destino mais comum
para os resíduos produzidos em Portugal.

173
PARTE 3
O recheio
REMODELAR A CASA A

ALGUMAS
CONSIDERAÇÕES
PRÁTICAS

Equipamentos de base, os móveis e os aparelhos de iluminação


devem ser, simultaneamente, práticos e agradáveis à vista.
Não são substituídos com muita frequência, dado o seu preço
geralmente elevado.

Por onde começar?


Antes de pôr mãos à obra e dar início à decoração da sua casa,
existem certos aspetos a que deverá prestar atenção.

O orçamento disponível
Quanto dinheiro está disposto a gastar? Atenção que os
móveis com um design sofisticado de algumas marcas podem
ser muito caros, mas esse facto nem sempre é uma garantia
de qualidade. Não avance para a compra sem avaliar bem o seu
orçamento.

Uma compra transitória ou definitiva


Em função das suas possibilidades financeiras ou da utilização
que pretende fazer dos móveis, pense bem neste aspeto:
precisa dos móveis para um período de transição ou trata-se
Atenção! de uma compra definitiva? A resposta a esta pergunta irá
Contrariamente condicionar o seu investimento.
ao que se poderia
pensar, os kits
de móveis nem Faça você mesmo?
sempre são Os móveis para serem montados em casa são facilmente
desmontáveis. transportáveis e poderão ser uma solução económica. Contudo,
Se não quiser
ter surpresas é necessário que os monte e os transporte com os seus próprios
desagradáveis, meios. Tem disponibilidade para tal?
informe-se antes
de comprar.
O espaço
É útil desenhar uma planta da divisão ou do espaço que deseja
mobilar e decorar, fazendo o levantamento do máximo de
medidas possível, sem esquecer os rebordos dos parapeitos

176
A O RECHEIO

das janelas ou das chaminés, dos elementos de aquecimento


fixos, dos rodapés, das tomadas e dos interruptores, das portas,
das janelas e do seu sentido de abertura. No que se refere à
escolha dos móveis, convém deixar uma margem de segurança
em termos de espaço: paredes opostas, o chão e o teto nem
sempre são totalmente paralelos. Se os móveis se destinam a
um apartamento, tenha em conta as dimensões das janelas, a
largura da escada ou do elevador, além de se informar sobre a
possibilidade de, em caso de necessidade, utilizar uma roldana.

Cadeiras e bancos
Móveis isolados, bem estruturados, as cadeiras têm sido objeto
de estudos aprofundados, que as transformaram em “esculturas
funcionais”.
Extremamente diversas, as cadeiras desempenham um papel
importante na decoração de uma casa, quer em termos
de volume quer de forma.
A cadeira é, indubitavelmente, um dos elementos fundamentais
do mobiliário, pelo menos no que se refere a conforto. Tem
diversas utilizações, devendo ser adaptada a cada uma delas.
Contudo, o mais corrente é que um mesmo modelo sirva ara
diversas funções: refeições, trabalho, confraternização, etc.

O ideal seria que uma cadeira fosse personalizada e adaptada


à morfologia de cada um. Como isto é impraticável, existem
normas (em geral, experimentais) para criadores e fabricantes,
nomeadamente a altura das cadeiras, e do respetivo assento,
que deverá ser de 45 centímetros.

Alguns dos designers mais afamados — como Breuer


e Le Corbusier, que se destacaram nos anos 20 do século
passado — deixaram exemplares que ainda hoje podem ser
apreciados (veja as ilustrações da página 179). As suas técnicas
continuam a ser utilizadas pelos criadores contemporâneos.

1. A cadeira para refeições


Esta é a cadeira mais comum. Leveza, maleabilidade, conforto
e solidez deverão ser as suas características fundamentais.
Por outro lado, deverá ter uma estética agradável, isto é, deverá
estar em harmonia com o resto da decoração, não causando
incómodos de qualquer espécie.

177
REMODELAR A CASA A

A cadeira para refeições deverá ter 45 centímetros de altura


(medida que contempla o abatimento da cadeira devido ao peso
do corpo).

O espaldar, não sendo vertical, não deverá ser muito inclinado


para trás, nem muito alto.

A superfície do assento deverá ser horizontal ou ligeiramente


inclinada para trás, sendo a sua profundidade de cerca
de 40 centímetros. Exceto no caso de uma cadeira com braços,
a largura não deverá ultrapassar os 47 centímetros.

Existem tantos modelos de cadeiras, fabricados em materiais


tão diversos, que é impossível mencioná-los a todos. Mas,
qualquer que seja o modelo, uma cadeira deverá ser, antes de
mais, robusta e confortável.

Se for de madeira, os veios deverão estar orientados no sentido


do esforço requerido.

Verifique a solidez das pernas. As cadeiras sem travessas são


mais frágeis. E, claro, tenha em conta a solidez de todo o
conjunto. Para tal, apoie uma mão no assento e a outra no
espaldar e empurre em todos os sentidos.

Examine a parte inferior da cadeira. Se o modelo em


questão tiver um revestimento, veja qual a possibilidade
de, mais tarde, poder substituí-lo por tecido ou por outro
material.

Para uma pessoa inexperiente, é difícil avaliar a qualidade


das cadeiras de metal. No entanto, o acabamento poderá ser
evidente (arestas, ângulos, etc.).

As cadeiras de plástico podem riscar-se com facilidade,


dependendo do tipo de material utilizado.

2. A cadeira de trabalho
Devendo ter as mesmas características que a cadeira para
refeições, pode, no entanto, ser mais pesada. Neste caso, será
giratória. Se for possível regular a altura do assento, poderá
adaptar-se melhor a cada utilizador.

178
A O RECHEIO

ESPECIFICIDADES DE CADEIRAS E BANCOS (em cm)

Cadeira criada em Cadeira longa regulável, com tubos de


1928 por Marcel aço cromado, criada, em 1929, por Le
Breuer Corbusier, Pierre Jeanneret e Charlotte
Perriand

Dimensões típicas 4
de uma cadeira

40
45
40

47

A cadeira numa As cadeiras empilháveis arrumam-se


mesa de trabalho, com maior facilidade, permitindo
vista em planta poupar espaço quando não
estão a ser utilizadas

179
REMODELAR A CASA A


As cadeiras de abrir
e fechar deverão ser leves
e de fácil utilização

110

65

Dimensões standard
para cadeiras altas
para mesas de estirador
ou para balcão

Banco alto Banco de design


tipo “Yanagi”
180
130-
45

35 Dimensões standard
-4
0 de um banco
de correr

180
A O RECHEIO

Uma correta distância entre o assento e o plano de trabalho,


variável com a altura de cada pessoa, é fundamental para
minimizar o cansaço das costas e, nomeadamente, da coluna
vertebral.

Não hesite em gastar mais dinheiro numa cadeira adequada


caso necessite de trabalhar muitas horas sentado. Pode crer que
as suas despesas médicas serão mais reduzidas.

Alguns modelos destas cadeiras estão montados sobre rodas,


permitindo que o utilizador alcance os objetos de que necessita
sem ter de se levantar.

3. A cadeira que pode sobrepor-se


Muito utilizada em coletividades, em piscinas e em restaurantes
com esplanadas, esta cadeira também pode ter um uso
doméstico. A sobreposição pode ser vertical, horizontal ou, até,
de ambas as formas, obliquamente.

4. A cadeira de abrir e fechar


Esta é uma boa solução quando há falta de assentos e não se
quer ter muito incómodo. Podendo arrumar-se num armário
sem grandes problemas, deve ser leve e de fácil utilização.

Alguns modelos, muito bem desenhados, são demasiado


bonitos para serem utilizados exclusivamente como assentos de
apoio, podendo, também, adquirir um espaço no conjunto da
decoração. Todas as cadeiras deste tipo têm um funcionamento
semelhante, podendo ser uma solução elegante para quem
recebe visitas com frequência.

5. O banco
O banco torna-se prático dado o pouco espaço que ocupa
(arruma-se debaixo de uma mesa), sendo muito utilizado nas
cozinhas. Existem modelos que se sobrepõem, o que facilita
ainda mais a utilização.

Da mesma altura que a cadeira, mas ocupando menos espaço,


o banco raramente ultrapassa os 30 × 30 centímetros. Apenas
os que se destinam a bares e a mesas de desenho (estiradores)
são claramente mais altos (65 centímetros para uma altura do
balcão entre um metro e 1,10 metros).

181
REMODELAR A CASA A

6. O banco de correr
O banco de correr, outrora vulgarmente utilizado nos salões
das casas de quintas, retoma, agora, uma certa “juventude”.
As casas de campo voltaram a adotá-lo como peça de decoração
(quase) imprescindível. Apesar de ser menos confortável que
as cadeiras, é muito prático. Quando aparece um grande grupo
de amigos, este banco, geralmente de madeira maciça, permite
que as pessoas se “apertem” um pouco para acomodar mais
alguém. Existirá algo mais simpático?

As poltronas
Trata-se de cadeiras confortáveis, destinadas à conversação,
à leitura, a ver televisão... Enfim, são uma boa opção para
relaxar depois de um dia de trabalho. O conforto é a razão da
sua existência. Mas de que conforto se trata exatamente?

O conforto máximo (“duro”) existirá quando a poltrona se


adaptar totalmente, isto é, quando for “moldada” ao corpo
do seu utilizador. É fundamental que a coluna vertebral esteja
bem apoiada. Se tal não for possível, coloque uma almofada na
poltrona em que está habituado a ler ou a ver televisão, a fim de
reforçar o apoio lombar.

O conforto “flexível” baseia-se no princípio inverso: é o corpo


que se adapta ao assento. Podemos ter uma sensação de
conforto, mas o corpo não está verdadeiramente apoiado, já
que o assento se deforma com uma pressão mínima.
Este tipo de conforto é muito bem ilustrado pela cadeira Sacco
(veja a página 184), criada por designers italianos. É constituída
por uma espécie de bolsa de couro macio ou de tecido com
elásticos, que assume a forma desejada. Assim, cada um pode
moldar os volumes a seu gosto. Esta bela invenção tem sido
muito copiada e, muitas vezes, da pior forma.
O aspeto não estruturado desta poltrona dificilmente permitirá
a existência de vários exemplares numa mesma divisão. É,
sobretudo, o assento único do espaço destinado à leitura.

A poltrona deverá integrar-se na decoração da divisão, quer


através das suas formas, quer das cores, quer ainda da textura
do seu revestimento: devemos ter em conta que o couro tem
um aspeto diferente do tecido, por exemplo.

182
A O RECHEIO

1. O sofá individual
Cadeirão baixo e confortável, munido de braços, o sofá
individual faz geralmente parte de um conjunto em que se
podem encontrar poltronas e sofás de vários lugares. As normas
para este tipo de assentos são, evidentemente, menos rígidas
do que as destinadas a cadeiras.

Tendem a modificar-se com a menor altura dos sofás.


No entanto, convém prestar atenção à base de sustentação
do busto: se o corpo estiver muito inclinado para trás, é
indispensável ter os rins e, sobretudo, a cabeça apoiados (a fim
de não magoar os músculos do pescoço). O assento deverá ser
inclinado para trás, formando um ângulo sensivelmente de cem
graus com o espaldar. Desta forma, o centro de gravidade do
corpo está situado no centro do cadeirão, o que é uma solução
perfeita.

Também nesta área existe uma infinidade de modelos e


materiais. Prefira estofos em que seja possível tirar o forro,
a fim de poder ser lavado.

2. A poltrona para relaxar


A sua filosofia assenta no conforto “duro”. Está,
frequentemente, estudada para acompanhar curvas próximas
das do corpo humano. Permite apoiar as pernas na horizontal
ou mesmo ligeiramente elevadas, bem como os rins e a cabeça.
A maioria destas poltronas possui uma inclinação regulável.
Alguns modelos, muito confortáveis, dispõem de um pequeno
banco para apoiar as pernas.

3. O sofá de diversos lugares


O sofá tem as mesmas características das poltronas, podendo
assumir diversas formas. Por exemplo, o sofá-cama permite,
quando necessário, transformar a sala de estar em quarto.
O espaço é, assim, utilizado a tempo inteiro, o que é a solução
mais racional quando este é reduzido. Contudo, o conforto de
um sofá não se aproxima do de uma verdadeira cama.

O sofá-cama utiliza dois sistemas:


——a cama desenrola-se no sentido do comprimento;
——o assento e o espaldar são formados por duas semialmofadas.
Quando se abre o sofá, estas duas metades formam uma única
superfície plana.

183
REMODELAR A CASA A

ESPECIFICIDADES DE POLTRONAS E SOFÁS (em cm)

Cadeira longa e banco


para pousar os pés
(design de Charles Eames)

Poltrona
Sacco

14
1
35-4
40

103º
24

Medidas standard das


poltronas individuais
37
40

75
-8
0

O assento deverá formar um


ângulo sensivelmente de cem
graus com o espaldar

100º

184
A O RECHEIO

A inclinação pode
muitas vezes ser
regulada

Espaço ocupado pelos diversos tipos


de assentos
80-85

75
50-60

45
80-100
70-75
70-80
55

Pufe Poltrona Poltrona Poltrona


de repouso
80-100

80-100

120-150 190-220

Sofá de dois lugares Sofá de três lugares

185
REMODELAR A CASA A

A mesa
A mesa é composta, essencialmente, por um tampo e por
um conjunto de pernas, podendo assumir diversas formas,
de acordo com as suas múltiplas utilizações. Mas, qualquer
que seja o modelo, há diferentes aspetos que merecem a sua
atenção.

Em primeiro lugar, as pernas deverão ser robustas e resistentes


aos choques, estando solidamente ligadas ao tampo. Este aspeto
é particularmente importante para as mesas com uma única
perna central.

Verifique se o tampo está fixo por um número suficiente


de parafusos. É possível verificar a estabilidade e a resistência
do conjunto apoiando o peso do corpo sobre uma extremidade
do tampo. Se o tampo for folheado a madeira ou a um material
sintético, a folha deverá cobrir o canto, para que não se descole.
A melhor solução para o canto do tampo é um acabamento
de madeira maciça.

Se optar por uma mesa extensível, isto é, com uma tábua ao


centro que permite aumentar o seu tamanho, não hesite em
abri-la, a fim de testar o sistema.

DIMENSÕES DO ESPAÇO PARA REFEIÇÕES (em cm)

Com móvel Na parede Com banco

100 50-60 45

186
A O RECHEIO

A altura de uma mesa está sempre ligada à altura das cadeiras


que lhe estiverem destinadas. A altura clássica (mais corrente)
é de 73 centímetros, para uma distância entre o chão
e o assento de 45 centímetros.
Se a cadeira for um pouco mais baixa, o tampo poderá estar
apenas a 70 centímetros do chão. É também necessário pensar
na altura indispensável para que se possa passar as pernas por
debaixo da mesa. Esta não deverá ser inferior a 62 centímetros.
O segundo aspeto a ter em consideração é a largura necessária
para acomodar um conviva: 60 centímetros é o ideal, mas esta
medida pode ser reduzida para 55 centímetros em certos casos.
Este espaço de 60 centímetros é importante para determinar a
dimensão do tampo. A largura da mesa de refeições não deverá
ser inferior a 80 centímetros, pois é necessário muito espaço
de cada um dos lados dos pratos e dos talheres e, ao centro,
para colocar as travessas e, eventualmente, as panelas.

1. A mesa redonda
Este tipo de mesa apresenta uma grande vantagem:
os comensais podem ver-se uns aos outros, não existindo,
assim, “maus lugares”. Pode ser aumentada com tábuas
centrais (ou reduzida, recolhendo estas mesmas tábuas).

O número de convivas multiplicado por 60 centímetros


corresponde ao perímetro da mesa. Assim, para seis pessoas,
é conveniente um diâmetro de 1,20 metros; para oito, é
necessário 1,60 metros, o que já corresponde a uma grande
mesa.

As medidas mais comuns para o diâmetro estão compreendidas


entre 1,10 metros e 1,20 metros, com a possibilidade de duas
tábuas de alongamento.

2. A mesa retangular ou quadrada


Estes dois tipos de mesa obedecem aos mesmos princípios
das redondas: por exemplo, uma mesa com um comprimento
entre os 1,40 metros e os 1,50 metros poderá acomodar seis
pessoas, duas de cada um dos lados e uma em cada ponta.
A mesa quadrada de 80 centímetros de lado, ou melhor, de
90 centímetros, pode servir para quatro convivas. Duas mesas
de 80 centímetros de lado juntas formam uma mesa para seis
pessoas.

187
REMODELAR A CASA A

ESPECIFICIDADES DAS MESAS MAIS COMUNS (em cm)

Mesa redonda Mesa redonda


para seis pessoas para oito pessoas

mesa redonda
Número Diâmetro
de pessoas ideal
4 90 cm
5 110 cm
6 120 cm
Com tábuas
8 160 cm Fechada de alongamento

Mesa quadrada
para quatro pessoas

mesa quadrada
Número Tamanho
de pessoas ideal
2 70 × 70 cm
2 80 × 80 cm
4 90 × 90 cm

Mesa retangular para Mesa retangular


quatro pessoas para seis pessoas

mesa retangular
Número Tamanho
de pessoas ideal
4 80 × 120 cm Mesa retangular Mesa retangular
6 80 × 180 cm para oito pessoas para dez pessoas

6 90 × 145 cm
8 90 × 200 cm
10 90 × 250 cm

188
A O RECHEIO

OS PRINCIPAIS SISTEMAS DE ALONGAMENTO

Inclui uma (ou mais)


tábua extra

Abas rebatíveis

34/38

A dimensão da mesa deverá


corresponder ao número habitual
de ocupantes 36/42
55/60

Espaço necessário para uma pessoa

32 56 32 44,5 56 44,5
120 145

Cálculo do comprimento da mesa

189
REMODELAR A CASA A

A cama
Passamos um terço da nossa vida na cama. Assim, é lógico
que nos preocupemos com os aspetos que poderão condicionar
o nosso conforto durante o tempo de repouso.

O que é uma boa cama? Trata-se, essencialmente, de uma cama


feita com materiais de qualidade. A estrutura em torno do estrado
(“caixilho”), a cabeceira, que protege a cabeça dos choques com a
parede, e os “pés da cama”, que amparam o colchão, não passam
de acessórios. Mais estéticos que práticos, poderão não existir,
como, por exemplo, no caso das camas integradas nos elementos
arquitetónicos (na parede, no chão, etc.).

Móvel complementar da cama, a mesa de cabeceira pode ser


pequena, tendo apenas um pé, baixa, colocada ao lado da cama
ou, ainda, estar integrada na própria cama (na cabeceira).

1. A cama e o conforto
Uma cama é composta por três partes fundamentais: o estrado
(destinado a suportar o colchão), o colchão e o caixilho (ou
moldura). O estrado deverá ser suficientemente resistente.
Contudo, a sua influência sobre o conforto da cama termina aqui.

O colchão deverá ter quatro características, as quais


determinam o conforto da cama: a rigidez, a forma como o
corpo é apoiado (conformidade), o poder de isolamento e o
meio pelo qual a humidade é expelida (permeabilidade).

Existem diversos equívocos quanto à rigidez de um bom


colchão. Nos anos 50, abundavam os colchões fofos com molas.
Os especialistas começaram a aconselhar o uso de colchões
mais duros.
Atualmente, estas teorias suscitam algumas interrogações, e os
especialistas tendem a aconselhar colchões que mantenham,
tanto quanto possível, a posição natural do corpo, sem que
a coluna vertebral se encontre muito curvada. Isto exige um
colchão que, por um lado, não ceda muito devido ao peso do
corpo, mas que, por outro, não seja demasiado duro.

O importante é que o colchão suporte bem o peso do corpo,


adaptando-se bem à sua forma.

190
A O RECHEIO

Para a maioria das pessoas, tal significa que os ombros e as


ancas deverão poder “afundar” no colchão, para que o seu
corpo possa ser suportado, mantendo a coluna direita. Um
colchão muito duro adapta-se mal às formas do corpo; a coluna
vertebral sofre um abatimento negativo, o que poderá causar
dores nas costas. Apenas as pessoas com as costas sólidas e
direitas não sofrerão com os inconvenientes de uma cama
muito dura.

POSIÇÃO DO CORPO CONSOANTE O TIPO DE CAMA

Um estrado deformado força a


coluna vertebral a curvar-se

Uma boa cama é composta por um


estrado que não se deforme e por
um colchão suficientemente flexível.
A coluna vertebral mantém-se
direita

Se o colchão não for suficientemente


flexível, não poderá acompanhar
os contornos do corpo, pelo que a
coluna vertebral sofre deformações

Resumindo, a dureza de um colchão prende-se mais com o


gosto pessoal (exceto no caso de prescrição médica) do que
com a saúde.

Pelo contrário, a conformidade (adaptação do colchão ao


corpo) é um fator determinante no que se refere à qualidade.
Algumas pessoas poderão, no entanto, contentar-se com uma
cama que se adapte menos ao seu corpo; tudo depende da
estrutura de cada um.

191
REMODELAR A CASA A

O calor da cama é determinado pelo seu poder de isolamento.


Este depende sobretudo do colchão.

Cada pessoa transpira cerca de um quarto de litro de suor por


noite. A maior parte da transpiração passa pelos cobertores
(ou pelo edredão) e pelas aberturas entre esses mesmos
cobertores ou, ainda, através do colchão. Uma parte desta
transpiração deverá, no entanto, poder sair através da própria
cama. É por isso que o colchão e a moldura deverão ser
suficientemente permeáveis. Uma permeabilidade insuficiente
pode provocar na pessoa uma sensação de humidade. Como
umas pessoas transpiram mais do que outras, a permeabilidade
necessária é, assim, variável. Não é recomendável dormir num
colchão colocado diretamente no chão, porque, deste modo,
não existe ventilação.

Independentemente destes fatores ligados ao conforto, uma


boa cama deverá ser, claro está, bastante sólida, a fim de
receber uma pessoa cansada que se deixe cair com menor
cuidado sobre o colchão.

Por fim, uma cama deve ser durável e resistente ao uso.

2. Os vários elementos de uma cama


Apesar de o colchão ser, evidentemente, a peça mais
importante, o caixilho e o estrado têm uma importância
fundamental no conforto e na estabilidade de uma cama.

••O caixilho
O caixilho tem mais importância a partir de uma perspetiva
estética do que do ponto de vista do conforto. Deverá, no
entanto, escolher um caixilho com medidas adequadas.

A dimensão confortável para uma cama de uma pessoa


é de 90 centímetros de largura. No caso de camas juntas
(encostadas), podem utilizar-se colchões com 80 centímetros
de largura, o que forma uma superfície de 1,60 metros.
Hoje, a largura mais usual de uma cama de casal é de 1,40,
1,60 ou 1,80 metros, dependendo da dimensão do quarto.
Existem, também, camas de 1,20 e de 1,30 metros para quartos
muito pequenos. O comprimento normal é de 1,90 metros a
dois metros, mas é possível encontrar comprimentos maiores,
dada a maior estatura das novas gerações.

192
A O RECHEIO

Os modelos são diversos: estilos diferentes, modernos, antigos,


altos, baixos, simples, com design sofisticado, etc. As escolhas
são múltiplas.

Os sofás-camas têm, geralmente, mecanismos muito frágeis. Se,


por um lado, servem perfeitamente como camas de apoio, por
outro, são pouco resistentes a um uso diário.

••O estrado
Primeiro elemento da cama, o estrado tem uma importância
que raramente se imagina. Do estrado depende a valorização
do colchão. Como sempre, quando diversos aspetos concorrem
para um resultado final, é a harmonia entre os diversos
elementos que é necessário encontrar.

Existem quatro tipos de estrados:


——em rede de aço. Este tipo é relativamente duro. O seu grau
de conformidade é medíocre, mas a permeabilidade é muito
boa;
——em espirais de aço. São, geralmente, fixados à cabeceira
e aos pés da cama e, por vezes, também aos lados.
Desta forma, mantêm-se esticados, não deixando que
as pessoas se “afundem”. A rigidez destes estrados é muito
variável, devendo-se, em muito, ao fabricante. O respetivo
grau de conformidade é muito bom, mas a permeabilidade
é média;
——de ripas de madeira ou metal. Podem ser flexíveis e,
por vezes, rebatíveis. Como para os estrados anteriores,
existem modelos em que é possível elevar a cabeceira e/ou os
pés da cama. Neste caso, a combinação entre um estrado de
ripas e um colchão de molas está excluída, uma vez que este
último é muito rígido. Estes estrados são relativamente duros
e oferecem um bom grau de conformidade. A permeabilidade
é boa;
——de molas ou sommiers. São constituídos por uma
superfície de madeira munida de molas e de um acolchoado.
Por vezes, são vendidos conjuntamente com pernas
que se atarraxam.

Os sommiers são muito moles, tendo um grau médio de


conformidade. A permeabilidade é, no entanto, medíocre.
É conveniente que não sejam utilizados com colchões de látex
ou de poliéster.

193
REMODELAR A CASA A

••O colchão
Segundo elemento do conforto de uma cama, um colchão pode
ser de vários tipos: de espuma, de molas, de látex e de água, ou
ortopédico.

Os colchões com molas de aço têm elasticidade, firmeza e boa


ventilação. Neste último aspeto, os modelos de molas ganham
aos de espuma, pelo que são mais adequados para quem
transpira muito ou vive em regiões com verão quente. Se tiver
alergias ou asma, um colchão de espuma ou látex é a melhor
opção. Deve revesti-lo com uma capa antiácaros, lavável, mais
fácil de colocar.

Os sistemas de molas bicónicas (ou de Bonell) e de molas


independentes (ensacadas) permitem definir zonas
ergonómicas, fazendo variar a rigidez do aço com que são
fabricados. Com as molas sem-fim, tal não é possível.

Nos modelos de molas ensacadas, não há transmissão de


movimento entre molas, pelo que são muito confortáveis
sobretudo se o acompanhante se mexe muito enquanto dorme.

Os modelos para cama de casal tornam-se difíceis de


transportar por serem grandes, sobretudo se não tiverem
pegas.

Muitos modelos anunciam uma face de verão e outra de inverno


(mais fresca ou mais quente), mas são raros os que apresentam
dois lados diferentes.

Em suma, são várias as características que distinguem os vários


tipos:
——colchão de espuma. A elasticidade, a densidade e a firmeza
do colchão dependem da densidade da espuma e do ar injetado
nas suas células, em poliuretano ou poliéster. Tem um bom
isolamento térmico, o que é uma mais-valia no inverno, mas
não no verão. Adapta-se tanto a estrados de madeira perfurada
e de ripas (mais rígidos) como de molas (mais suaves).
——colchão de molas. Apresenta como principal risco o facto de
as molas se partirem ou perderem elasticidade, provocando
deformações do colchão. É inevitável alguma perda de altura
com o uso. Tem melhor ventilação do que os de espuma e os de

194
A O RECHEIO

látex, pelo que é mais adequado para quem transpira muito ou


vive em regiões de verão quente.
——colchão de látex. Composto por um núcleo de borracha
natural ou sintética, é geralmente mais caro. O látex é
perfurado para assegurar uma boa ventilação e regular a
firmeza. Adapta-se ao corpo, tem uma razoável ventilação e
um isolamento correto. Adequa-se quer a estrados de madeira
quer de molas. Mencionando aspetos negativos, é mais difícil de
deslocar do que os restantes e é mais quente no verão;
——colchão de água. Constituído por um saco de borracha ou PVC
cheio de água, é pesado e difícil de transportar. Adapta-se bem
ao corpo, mas com os movimentos pode causar algum ruído e
dificultar o sono.
——colchão ortopédico. Não se deixe enganar por imitações: o
verdadeiro colchão ortopédico é constituído por gel ou espuma
viscoelástica, permite uma ótima distribuição da pressão e evita
feridas em doentes acamados. Bastante mais caro do que os
restantes tipos de colchão, não oferece vantagens para pessoas
saudáveis.

Os móveis para montar (em kit)


O sucesso dos móveis para montar é cada vez maior. Tal facto
explica-se por diversos fatores: o móvel pode modificar-se,
desmontar-se, completar-se, adaptando-se perfeitamente
às necessidades do utilizador. Por outro lado, o seu preço é
geralmente inferior ao dos móveis já montados.

Na gama dos móveis para montar (modulares), podem


encontrar-se não apenas armários mas também mesas,
conjuntos de cadeiras, poltronas, sofás e móveis de escritório.
A maior parte dos móveis modulares dispõe de um sistema
de montagem e desmontagem fácil, indispensável para fazer
inúmeras combinações, de acordo com as necessidades e o
orçamento disponível.

195
REMODELAR A CASA A

A ARRUMAÇÃO

Algumas considerações práticas


A arrumação pode revelar-se um problema de difícil solução.
O espaço ou é insuficiente ou inadequado ou, ainda, mal
distribuído.
A regra de ouro é conceber os espaços para arrumação em
função dos objetos a que estiverem destinados.

ESPAÇOS DE ARRUMAÇÃO (em cm)


O volume dos objetos e a frequência da sua utilização
determinam a altura a que devem ser arrumados

Objetos Objetos
usados nos relacionados Roupa
tempos com as de casa e
livres refeições vestuário

Pouco uso

Altura do
varão para
pendurar
roupa

Uso diário

Pouco uso

196
A O RECHEIO

Como arrumar? A resposta é: da forma mais prática possível.


Assim, eis algumas sugestões:
——o espaço de arrumação deve estar perto do local de utilização;
——os objetos devem estar acessíveis, sem, no entanto, ser
preciso desarrumar outros;
——os objetos de uso corrente devem ter acesso fácil.

1. As normas de altura
As zonas de arrumação situam-se entre o chão e o teto, isto é,
na maioria das casas, entre dez centímetros e dois metros e
meio. Isto significa três zonas para arrumações.

Duas regras de base para a escolha dos espaços de arrumação:


——devem poder ver-se com facilidade os objetos que se procuram;
——devem poder alcançar-se com facilidade os objetos.

Posto isto, recomendamos que arrume:


——entre o chão e o meio metro de altura, os objetos pesados e
volumosos. As gavetas e os gavetões com carris facilitarão muito
o acesso. Contudo, é sempre necessário pôr-se de joelhos para
alcançar os objetos;
——entre meio metro e 1,80 metros, todos os tipos de
arrumações. Entre os 50 e os 80 centímetros de altura, é a
zona privilegiada para serem colocadas preferencialmente as
gavetas, à altura da vista. Nesta área, todos os objetos são de
fácil acesso;
——entre 1,80 e 2,5 metros, as bagagens, as mantas, etc. Evite
guardar nesta área objetos demasiado pesados, pois necessitará
de um escadote para aceder a este nível, mais elevado.

2. As normas de profundidade
O que arrumar (e onde):
——a 15 centímetros de profundidade: livros, serviços de chá/café,
pequenas peças de roupa interior, lenços. Esta é a profundidade
dos armários de casa de banho (do tipo “farmácia”);
——a 25 centímetros: vestuário, loiça, quase todos os tipos de
livros;
——a 35 centímetros: dossiers, pastas, discos de vinil, camisas,
camisolas, sapatos, etc.;
——a 45 centímetros: a roupa de casa (toalhas, guardanapos,
lençóis, mantas, cobertores) e a aparelhagem de som. Com esta
profundidade, só é possível pendurar objetos com um varão;

197
REMODELAR A CASA A

——a 60 centímetros: trata-se da profundidade adequada para


pendurar objetos, nomeadamente roupa.

3. A apresentação
Em geral, utilizar móveis com a altura da parede (desde o
chão até ao teto) é uma solução elegante, que, por outro
lado, impede o pó de se acumular, além de permitir arrumar
os objetos de que raramente se necessita. Os roupeiros são
uma boa opção, pois, não tendo mais do que 60 centímetros
de profundidade, podem ir do chão até ao teto, criando um
bom aproveitamento de espaço para arrumação. Podem,
também, servir para separar dois quartos. Neste caso, a parede
é substituída pelo móvel.

4. Objetos e espaço médio que ocupam


As casas não são todas iguais, tal como acontece com as
pessoas. No que diz respeito a vestuário, por exemplo,
há quem tenha muita roupa e quem pouco lhes baste.
Independentemente do volume de objetos existente, para
garantir uma adequada arrumação é importante ter sempre em
conta o espaço médio ocupado por cada peça (veja na página
seguinte).

Armários de parede e de chão


Simples, duplos ou múltiplos, sejam de parede ou de chão, os
armários deverão não só ser agradáveis à vista como também
sólidos. Preste particular atenção a estes aspetos:
——a espessura das portas deve permitir que não se deformem;
——os varões dos guarda-fatos deverão ser suficientemente
sólidos para suportar o peso da roupa;
——os suportes móveis para prateleiras permitem adaptar
o espaço para arrumações às necessidades de cada um.
Desta forma, é possível colocar as prateleiras onde melhor
convier;
——as dobradiças horizontais e verticais deverão ser
particularmente robustas. O ponto mais delicado é a fixação
ao móvel. As dobradiças invisíveis, de que existem diversos
modelos no mercado, permitem alinhar as portas, uma vez que
são reguláveis. As mais recomendadas são as que dispõem de,
pelo menos, três parafusos. As que têm apenas um parafuso
estão mais sujeitas a ruturas.

198
A O RECHEIO

ESPAÇO MÉDIO OCUPADO PELOS OBJETOS (em cm)

Calças 5-8 casacos 5-8 sobretudos


90

70

85

125-135
130

90 55

43
55≥60

9
12

55 3 pijamas
4 camisas
55
45

1 gravata
3 toalhas
48

de rosto
30
30
30

23
13
18

14

24 fronhas
12 lençóis
41

40

12 lençóis
45
47

12
15

31
27
27

12

199
REMODELAR A CASA A

ESPECIFICIDADES DOS ARMÁRIOS DE PAREDE (em cm)

Dimensões standard
em corte

Em planta

90
90
90 90
250
160

60

200
A O RECHEIO

Em corte

95
Em planta

60
95
250

35

Em corte

170
Em planta
250

35

60

201
REMODELAR A CASA A

As páginas anteriores mostram que a arrumação interior se


“desenha” de acordo com o espaço onde está inserida, ou seja,
são várias as formas de organizar os armários.

O closet
De todas as soluções apresentadas, o closet é a mais cómoda
e económica. Com efeito, existem apenas uma ou duas portas
de acesso. Uma vez no interior do local, é possível aceder

ESPECIFICIDADES DE UM CLOSET (em cm)

Ventilação
alta

58 90-100 35

Ventilação
baixa
Espelho

58 90-100 35

202
A O RECHEIO DA CASA

facilmente a todas as peças de roupa. O equipamento está


confinado a dois varões, a prateleiras e a gavetas.

As gavetas
É possível fabricar gavetas em materiais diversos. As largas
e pouco profundas deformam-se mais do que as estreitas e
profundas. Para que abram bem, é necessário que disponham
de carris de boa qualidade (veja abaixo).

TIPOS DE GAVETAS

Gaveta com malhetes


em cauda de andorinha

Gaveta de correr Gaveta telescópica


com rolamentos

203
REMODELAR A CASA A

As prateleiras
As prateleiras podem ter diversas utilizações: desde a simples
prancha de madeira até à fina vitrina que acomoda objetos
de arte, tudo é possível.

Atenção! O leque de escolha das prateleiras é quase ilimitado: madeira


Quanto mais longa maciça, folheada, vidro, folha de metal, natural ou lacada,
for uma prateleira
e quanto mais estuque, pedra natural, etc. O que interessa é que a espessura
peso tiver de seja adequada ao peso que suporta (veja as ilustrações abaixo).
suportar (livros,
discos, loiça, etc.),
maior deverá ser A altura das prateleiras deverá ser regulável, o que permite
a sua espessura. variar a altura de acordo com a dos objetos a arrumar.

ESPECIFICIDADES DE ALGUMAS ESTANTES (em cm)

ESTANTES VISTAS EM CORTE


Prateleira abaulada
pelo peso dos livros
25
Estante com
duas faces

Livros

Uma prateleira arqueada


contraria o peso
Enciclopédias
e dicionários

35

204
A O RECHEIO DA CASA

É possível instalar as prateleiras na parede, encastrá-las,


ou colocá-las a separar duas zonas de uma divisão grande.

A biblioteca é um elemento muito decorativo, pois o conjunto de


cores das lombadas cria, por si só, um ambiente. As estantes para
livros deverão ter capacidade para acomodar obras com diferentes
dimensões. Para o efeito, o melhor é ter prateleiras inferiores mais
profundas, que permitirão arrumar enciclopédias, dicionários,
enfim, todos os volumes pesados e de grandes dimensões (veja a
ilustração na página anterior).

Para as bibliotecas que disponham de volumes de valor ou com


boas encadernações, o mais adequado será instalar portas de vidro,
a fim de os preservar do pó.

As prateleiras de uma estante com duas faces poderão ter uma


profundidade maior, pois existe mais do que um acesso.

205
REMODELAR A CASA A

A ILUMINAÇÃO ARTIFICIAL

A iluminação artificial é, provavelmente, o fator mais


importante para se conseguir um bom ambiente noturno
numa decoração. Pode mesmo dizer-se que contribui com
85 a 90 por cento para o efeito. É, assim, um elemento a que se
deverá, imprescindivelmente, prestar atenção, quer na escolha
das lâmpadas a utilizar, na temperatura da luz quente ou luz
branca, quer nos aparelhos de iluminação.

Os vários tipos de lâmpadas


Os principais tipos de lâmpadas que podemos encontrar para
uso doméstico são as fluorescentes, compactas ou tubulares, as
LED, as lâmpadas de halogénio e as incandescentes.

• As lâmpadas fluorescentes, classificadas de acordo com o seu


formato como tubulares ou compactas, proporcionam uma boa
iluminação, com pouca potência e baixo consumo energético.
Foram desenvolvidas para substituir as vulgares lâmpadas
incandescentes, possuindo os mesmos casquilhos tradicionais
destas últimas e preparadas para um elevado número de horas
de utilização. Estas lâmpadas existem em “branco quente”
(tom adequado para zonas de descanso) e em “branco frio”
(para zonas de maior atividade).

• As lâmpadas LED são indiscutivelmente, em termos de


consumo de energia elétrica, muito económicas. Embora
possuam um preço superior às fluorescentes compactas,
têm um período de vida muito superior e um consumo menor.

• As lâmpadas de halogénio têm uma boa eficiência energética


e um tempo de vida útil superior ao das tradicionais. Com este
tipo de lâmpadas é fácil orientar a emissão de luz com
diferentes ângulos de abertura.

• As lâmpadas incandescentes, ainda presentes em algumas


habitações, iluminam menos e têm menor tempo de vida útil.
A sua baixa eficiência resulta do facto de converterem parte da
energia em calor e uma pequena percentagem em luz. Ficam

206
A O RECHEIO

muito quentes pouco depois de serem acesas. Estas lâmpadas


devem ser substituídas devido à sua ineficiência energética.

Qual a melhor iluminação?


As fontes luminosas, quando bem utilizadas, permitem compor
um ambiente e, simultaneamente, fornecer luz suficiente para
as diversas atividades a desempenhar na divisão.

É possível obter diversos tipos de iluminações, nomeadamente


a direta e a indireta. Entre estes dois extremos, que, de resto,
podem ser utilizados em simultâneo, é possível encontrar
iluminações semidiretas e semi-indiretas, bem como
iluminações pontuais e arquitetónicas.

A iluminação direta
Esta é a iluminação mais fácil de obter, por exemplo com
uma única lâmpada suspensa no centro de uma divisão. A luz
emitida é completamente utilizada, mas a intensidade luminosa
fere a vista. As sombras são duras.

Se multiplicarmos os pontos de luz direta, conseguiremos


um resultado melhor, pois é possível escolher os espaços a
iluminar. Alguns dispositivos para “esconder” a fonte luminosa
Uma lâmpada
poderão, apesar de diminuírem a sua intensidade, aumentar o suspensa ilumina
conforto visual. É de salientar que, se as fontes luminosas forem de forma ampla
multiplicadas, o ofuscamento será reduzido. Assim, já não mas fere a vista.
Um candeeiro
existe o contraste inerente aos pontos de luz isolados. permite direcionar
a iluminação

proteger os olhos
Uma iluminação fraca causará um cansaço inútil aos seus olhos.
Assim, deverá respeitar as seguintes regras:
—— certifique-se de que a luz incide no livro, no plano de trabalho, no
equipamento, mas nunca nos seus olhos;
—— use iluminação complementar (por exemplo, para costurar);
—— o nível de iluminação depende, igualmente, do tom da
superfície que recebe a luz. Uma folha branca reflete a luz; uma
castanho-escura absorve-a (refletindo só uma pequena parte);
—— evite os grandes contrastes e as fontes de ofuscamento;
—— instale a sua fonte de luz a uma distância adequada: por exemplo,
uma lâmpada de 60 watts a 60 centímetros tem o mesmo poder
de iluminação que 150 watts a um metro.

207
REMODELAR A CASA A

A iluminação indireta
Contrariamente à técnica anterior, neste caso, as fontes
luminosas estão escondidas, incidindo numa superfície que,
por sua vez, reflete a luz recebida. O rendimento luminoso
equivale a cerca de metade da intensidade produzida,

ILUMINAÇÃO INDIRETA

A iluminação incide numa superfície


que reflete a luz, dando a sensação
de o teto estar mais alto

Com calha

Com cornija

Quando a iluminação é instalada ao redor de um teto falso,


a sala parece maior

208
A O RECHEIO DA CASA

por vezes menos, se a superfície em que incidir for colorida.


A luz difusa é suave, as sombras são ténues e pouco definidas,
sobretudo no caso de incidir em grandes superfícies
(por exemplo, a totalidade de um teto). Assim, obtém-se uma
luz uniforme, mas sem vida.

ILUMINAÇÃO DIRETA, COMPLEMENTAR E PONTUAL

O uso de iluminação complementar Mesmo num espaço devidamente


é essencial para a realização de iluminado, o recurso a projetores
determinados trabalhos serve para destacar um objeto

Em caso de
iluminação
pontual, evite a
incidência da luz
sobre os olhos
Lâmpadas
dirigidas à
bancada são
ideais para
preparar
os alimentos

209
REMODELAR A CASA A

A iluminação pontual
Falamos de iluminação pontual quando são utilizados
projetores que dirigem a luz para um ponto preciso. Esta é
uma iluminação direta, que utiliza lâmpadas com refletor
incorporado ou lâmpadas claras com um refletor formado
pelo próprio projetor. A luz é dura, intensa e muito contrastada.

A iluminação arquitetónica
As fontes luminosas utilizadas na decoração são incorporadas
na arquitetura interior (ou nos móveis). A iluminação
mais comum é feita com o encastramento de projetores.
O encastramento poderá ser total ou parcial. Estas fontes
de luz também podem ser instaladas em carris elétricos, no
teto. O efeito obtido é semelhante ao da iluminação direta,
mas multiplicado por um grande número de fontes.

Este tipo de iluminação é menos ofuscante, devido à


possibilidade de direcionar o feixe de luz. Desta forma,
os feixes combinam-se, anulando-se. Também é possível
conseguir uma iluminação arquitetónica proveniente do teto.
Para o efeito, basta colocar lâmpadas fluorescentes em locais
precisos, por detrás de painéis difusores instalados no teto ou,
simplesmente, em tetos falsos. As fontes luminosas colocadas
em cornijas ou nas galerias dos cortinados também integram
esta categoria (veja as ilustrações da página 208).

Cada um destes tipos de iluminação pode ter um grande


número de aplicações, variantes que se prestam a uma
infinidade de soluções.

Os reóstatos
Estes equipamentos servem para fazer variar a intensidade
da luz emitida pelos aparelhos em que estão inseridos.
Atenção!
A iluminação Desta forma, é possível obter desde a intensidade máxima até
baixa, em que
a fonte está à extinção total da luz. A quantidade de eletricidade utilizada é
muito próxima proporcional à intensidade luminosa.
da superfície
iluminada, faz
aparecer os
menores defeitos Os aparelhos de iluminação
dessa mesma
superfície,
seja um teto, Os aparelhos de iluminação são tão numerosos que
uma parede, etc. é inútil pretender referi-los a todos. Descrevemos

210
A O RECHEIO

PONTOS DE ILUMINAÇÃO FIXOS

Candeeiros de pendurar Apliques Lustres de teto

Projetores encastrados simples

Projetores encastrados
com direção regulável

Projetores encastrados,
mas com uma moldura saliente

os principais, mencionando as suas características,


vantagens e inconvenientes.

1. Para suspender
Os aparelhos de iluminação para suspender servem para
iluminar uma superfície que se encontre num plano inferior.
Também aqui podem distinguir-se tipos específicos de
aparelhos.

••Os aparelhos suspensos, de iluminação direta e pontual


Neste caso, devem ser colocados num plano tão baixo quanto
possível, para evitar que a luminosidade da lâmpada incomode
a vista. Podem dispor de uma grelha que esconda a lâmpada
e que não impeça a passagem da luz. Outros oferecem a
possibilidade de variar a sua altura (descer ou subir) através
de um contrapeso ou de um sistema que enrola o fio, o que
permite adaptá-los a necessidades específicas de determinado
momento.

211
REMODELAR A CASA A

••Os lustres destinados a uma iluminação geral


São, também, instalados no teto, mais frequentemente no
centro da divisão. A sua principal qualidade é assegurar uma
iluminação geral suficiente. Qualquer que seja a sua forma e
o tipo de iluminação, é sempre conveniente acompanhá-los
de mais pontos de luz, a fim de iluminar zonas onde se
desempenhem tarefas particulares.

••Os lampiões para uma iluminação de ambiente


Extremamente leves, muitas vezes com formas divertidas ou
esféricas, são feitos de papel japonês. Não servem para uma
iluminação intensa, mas, sobretudo para criar um ambiente
caloroso e doce. Alguns modelos são feitos de vidro normal
ou opalino.

2. Para fixar
Os aparelhos de iluminação para fixar funcionam para iluminar
direta, semidireta ou indiretamente uma superfície (conforme
a orientação da fonte). Também aqui as opções são numerosas.

••Os apliques
Os apliques são sempre instalados nas paredes, sendo
utilizados, sobretudo, em quartos e vestíbulos de entrada.
Alguns foram especialmente estudados para a iluminação e
a leitura na cama (veja os exemplos da página 217). Outros,
de forma alongada, equipados com lâmpadas fluorescentes,
ou linhas de LED, podem ser integrados na iluminação
arquitetónica.

••Os lustres de teto


Feitos de diversos materiais difusores e instalados diretamente
no teto, produzem uma luz global. Conjugue-os com outro tipo
de iluminação, a fim de evitar um ambiente frio.

••Os projetores
Graças ao seu feixe luminoso muito dirigido, têm a capacidade
de valorizar um objeto, através de uma iluminação precisa, mas
intensa. Conseguem realçar pormenores que, de outra forma,
passariam despercebidos.

Também é possível dissimulá-los atrás de um móvel. Com uma


iluminação muito baixa, o efeito um pouco teatral dá à
decoração uma nota de alegria.

212
A O RECHEIO DA CASA

••Os projetores de encastrar


São instalados no teto, necessitando, de preferência, de um
espaço compreendido entre os 12 e os 24 centímetros. Alguns
são muito pequenos, outros reguláveis. Podem ser colocados
em linha numa entrada e iluminar uma parede, o que leva a que
o espaço pareça maior.

3. Facilmente substituíveis
Estas são opções adequadas para situações provisórias ou para
quem gosta de mudar com frequência a decoração da casa.

••Os candeeiros de pé
São diversos e apreciados, pois muitos apartamentos novos não
dispõem de instalação elétrica no teto, mas, simplesmente, de
tomadas comandadas por interruptores. O facto de se poder
regular a altura aumenta as suas possibilidades de utilização.

Os que possuem bases que dispõem de um braço são,


igualmente, muito práticos. Por exemplo, permitem iluminar
pontualmente uma mesa de jogo, uma mesa de refeições ou
uma zona de repouso, sem que, no entanto, seja necessário
qualquer ligação elétrica ao teto. É deste tipo um candeeiro
desenhado pelo italiano Achille Castiglioni, que pode iluminar
um ponto situado a dois metros de distância e cuja base é
constituída por um bloco de mármore branco, muito pesado,
de forma a assegurar a estabilidade do conjunto. Depois do
sucesso alcançado por este candeeiro, foram lançados no
mercado outros modelos do mesmo tipo (veja a primeira
imagem, na página seguinte, em cima).
Os candeeiros
de mesa para
O aparecimento de novos materiais contribuiu para a eclosão trabalho devem
de formas inéditas: assim, o “casulo” metálico, constituído ser reposicionáveis
por um projetor de plástico, colocado
sobre uma base, é utilizado quer em
candeeiros de pé, quer nos modelos
para fixar, ou ainda nos de suspender.
A sua leveza constitui mais um ponto
a seu favor.

••Os candeeiros de mesa


Também muito numerosos, certos
modelos são meramente decorativos,
funcionando apenas para criar um

213
REMODELAR A CASA A

PONTOS DE ILUMINAÇÃO FACILMENTE SUBSTITUÍVEIS

CANDEEIROS DE PÉ

São muito úteis para quando o teto não dispõe de instalação elétrica e permitem
iluminar um ponto específico (uma mesa de jogo, um espaço de leitura, etc.)

CANDEEIROS DE MESA

Estes elementos decorativos também são muito


úteis como auxiliares de trabalho

214
A O RECHEIO

ambiente leve ou insólito. Muitos, com formas e tamanhos


diversos, servem como candeeiros de trabalho.

A iluminação adequada para cada divisão


Cada atividade necessita de uma iluminação específica,
portanto é necessário adaptar esta última em cada divisão da
casa.

1. A sala de estar
É a divisão mais difícil de iluminar devido às diversas atividades
que aí se desempenham.

Cada uma destas atividades necessita de uma iluminação


adequada. Quaisquer que sejam as suas dimensões, a sala de
estar deverá ser iluminada por diversas fontes, que permitirão
jogar com as luzes, modificá-las, regulá-las, valorizando-se,
desta forma, os diversos espaços existentes.

Antes de mais, é obrigatória uma luz suave. Poderá ser


relativamente fraca, indireta, conseguida, por exemplo, com
lâmpadas fluorescentes escondidas.

No entanto, tal não significa que, simultaneamente, não se


utilizem pontos de iluminação direta ou pontual sobre zonas
específicas. Existem dois meios diferentes de iluminar uma sala
de forma indireta; apresentamo-los de seguida.

Quando não existe teto falso, podem ser instaladas diversas


lâmpadas fluorescentes ou de LED numa cornija (parte saliente
em torno da sala), colocada a 20 ou 30 centímetros do teto.
O teto, que assim parecerá mais alto, refletirá esta luz, doce,
sem sombras, sobre a sala.

Com um teto falso, pode ser deixado, ao redor da sala, um


espaço suficiente (15-20 centímetros) para colocar algumas
lâmpadas. Desta forma, o teto falso, agora saliente, não é
iluminado. Pelo contrário, as paredes, iluminadas, refletem
a luz sobre a sala. A sala parecerá maior e o teto mais
baixo. Por outro lado, este espaço periférico pode servir,
simultaneamente, como “caixa” para os cortinados. Poderá
ainda servir para dissimular a eventual iluminação desta

215
REMODELAR A CASA A

Atenção! zona, das janelas e dos cortinados. A sala é iluminada em todo


O candeeiro o seu perímetro ou pontualmente, o que produz um efeito
articulado, de rebaixamento visual do teto (veja as ilustrações no fundo da
excelente para
iluminar o plano
página 208).
de trabalho, não
é suficiente para Para uma iluminação pontual, deverá escolher outro tipo
o resto da divisão.
É necessário fazê-
de candeeiros de pé ou de mesa (veja a página 214). Estes
-lo acompanhar candeeiros de iluminação pontual são uma boa escolha, pois
por uma a luz direta poderá servir tanto para a leitura como, noutro
iluminação geral,
de ambiente, que
momento, para iluminar uma mesa de jogo.
se possa deslocar
facilmente. É sobretudo na sala de estar que se podem fazer jogos de
luz, criando efeitos decorativos. Uma luz que parta do chão
e incida no teto é imprescindível. Se a fonte luminosa estiver
escondida poderá produzir um efeito bastante agradável.
Uma sala com um teto muito alto ganhará se for iluminada a
partir do chão.

2. O espaço para refeições


Aqui, o segredo é iluminar a mesa e não os seus ocupantes.
De facto, é desagradável receber a luz nos olhos ou na
cabeça. Quanto mais alta for a iluminação, mais acentuará as
imperfeições do rosto.

Pelo contrário, a luz projetada sobre a mesa é refletida por esta,


iluminando os rostos de baixo para cima. Desta forma, atenua
as irregularidades do rosto, tornando os seus traços mais
suaves.

Coloque a luz a uma distância da mesa de 60 centímetros. Se


necessário, instale a sua fonte de luz num pé, a assentar no
chão ou numa calha fixa no teto.

Pode também utilizar-se um projetor, cuja largura do feixe


luminoso incida apenas na superfície da mesa. No caso de
uma mesa comprida, é necessário instalar uma iluminação em
profundidade, emitida por dois ou mesmo três aparelhos.

3. O quarto
A iluminação é, também neste caso, múltipla, mas, no entanto,
mais simples, pois no quarto desempenham-se menos funções:
——a iluminação geral da divisão pode ser feita através de
apliques ou com projetores de teto. Deverá fazê-la de modo a

216
A O RECHEIO DA CASA

que sirva também para iluminar os elementos de arrumações


existentes no quarto. Uma solução boa é que haja um
dispositivo que faça acender uma luz assim que se abrir a porta
de cada armário;
——a outra iluminação indispensável é a da cabeceira da cama.
Esta iluminação é frequentemente assegurada por um pequeno
candeeiro, colocado na mesa de cabeceira. Geralmente, é má
porque está colocada num plano muito baixo. A boa iluminação
deverá situar-se aproximadamente à altura dos olhos (ou um
pouco mais alto), à esquerda ou à direita da cabeça, a dez

A ILUMINAÇÃO NO QUARTO DE DORMIR

Uma luz colocada a


toda a extensão da
cama, comandada por
um interruptor, fornece
uma discreta iluminação
do quarto

Um aplique orientável
permite, por exemplo,
ler na cama

217
REMODELAR A CASA A

centímetros da mesma, e o mais atrás possível. Este efeito pode


ser conseguido por candeeiros de cabeceira muito altos, ou
melhor, por apliques orientáveis.

Cada aplique, colocado em cada um dos lados da cama,


deverá ter o seu próprio interruptor. O feixe de luz deverá ser
suficiente para a leitura, sem incomodar o vizinho do lado,
eventualmente a dormir.

Diferentes interruptores deverão comandar os vários aparelhos.

4. O quarto das crianças


A iluminação deverá ser muito suave. O reóstato é adequado
para o efeito, mas, atenção, não o coloque ao alcance dos mais
pequenos.

A zona de trabalho deverá ser iluminada intensamente.


O mesmo já não se aplica no ambiente geral, que deve sê-lo
menos, a fim de evitar os grandes contrastes luminosos,
que provocam um cansaço visual.

5. A cozinha
A iluminação deverá ser tanto geral como pontual, neste caso
sobre todos os planos de trabalho onde são confecionados os
alimentos ou consumidas as refeições. A cozinha é um local
onde as lâmpadas fluorescentes ou LED são bastante úteis, pois
podem ser colocadas por debaixo dos elementos de arrumação
(armários suspensos), não expostas à vista.

Desta forma, não há o risco de estes armários aquecerem, o


que não aconteceria com lâmpadas incandescentes. A luz das
lâmpadas “brancas quentes” é muito agradável para este fim
(veja um exemplo na página 209).

6. O vestíbulo, a entrada e os corredores


Estas divisões necessitam de uma iluminação geral,
ligeiramente mais fraca do que a das salas principais. O que não
significa que a mesma seja triste.

Os projetores, com a sua luz direta a incidir sobre um objeto


(um quadro, plantas, etc.), são indicados para o efeito: a
iluminação geral permanece suave, mas o ponto em que o
projetor incide torna-se forte e alegre.

218
A O RECHEIO

A iluminação dos pontos particulares


São vários os elementos da casa que ganham vida com luz
direcionada para eles. Vale a pena apostar neste tipo de
iluminação.

••Como iluminar cortinados?


Já falámos deste aspeto: os elementos de iluminação podem
ser incorporados na “caixa” dos cortinados. As lâmpadas
fluorescentes ou LED desempenham bem esta tarefa,
uma vez que não produzem calor nem modificam as cores
dos tecidos.

Prefira os tons de luz quente, pois estes adaptam-se melhor à


iluminação incandescente.

ILUMINAR CORTINADOS

exterior interior exterior interior

Com a iluminação à frente dos Com a iluminação mais perto


cortinados, é possível ver o que da janela, não é possível ver o
se passa no interior da sala interior da sala a partir do lado
a partir do exterior de fora

219
REMODELAR A CASA A

ILUMINAR QUADROS E OUTRAS OBRAS DE ARTE

Um grupo de quadros
numa parede deve ser
iluminado em conjunto

Uma escultura ou
um quadro isolado
numa parede deve
ser iluminado com
um foco

Mais exemplos de iluminação


de obras de arte

220
A O RECHEIO DA CASA

Existem duas formas de o fazer:


——as lâmpadas são colocadas em frente dos cortinados. Esta é a
forma mais utilizada. A iluminação é intensa. Quem estiver do
lado de fora poderá ver o que se passa no interior da sala, não
sendo possível ver para o exterior;
——as lâmpadas são colocadas por detrás dos cortinados,
mais perto da janela. Os cortinados são iluminados por
transparência, tal como durante o dia. Não é possível ver o
interior do lado de fora, a não ser que a sala esteja fortemente
iluminada.

••Como iluminar um quadro?


O tipo de iluminação escolhida para iluminar um quadro
depende do facto de este estar isolado ou acompanhado numa
parede. No primeiro caso, a obra solitária deve ser iluminada
com um projetor. Também é possível iluminar uma escultura
com um projetor direcionado. No segundo caso, faça incidir um
feixe de luz sobre as obras de arte. O resto da divisão deverá ter
uma iluminação suave.

221
REMODELAR A CASA

222
Nota final
Ao longo deste livro fomos abordando diversos assuntos, dos quais
alguns, embora façam parte do nosso dia-a-dia enquanto utilizadores,
estão condicionados pela legislação em vigor. Desta forma, quando
confrontados com temas em que a legislação é determinante, colo-
cámos sempre essa informação, por forma a ser feita a respetiva
consulta.

Em caso de dúvida e se pretender obter uma resposta mais segura,


procure informar-se com profissionais ou efetuar uma consulta
da legislação referente a cada assunto, seja no que diz respeito a
questões relacionadas com a lei das acessibilidades e mobilidade
para todos seja com outro tema específico.

Relativamente às instalações especiais, isto é, instalações de gás,


água, eletricidade, estes temas não foram desenvolvidos, pois con-
sideramos que deverão ser consultados técnicos qualificados, de
forma a garantir o cumprimento dos regulamentos em vigor, para
além das boas práticas profissionais.

O guia Remodelar a Casa pretende clarificar pontos de vista nos


diversos temas, apoiados numa experiência profissional e num
trabalho de pesquisa dos assuntos relacionados com o conforto
da casa. Como mais-valia, considere contratar um profissional
da área da arquitetura e do design para esclarecer dúvidas que
possam surgir e prestar o apoio devido.

Agora está nas suas mãos: crie ambientes, renove os espaços e


faça da sua casa um sítio perfeito para viver.

223
REMODELAR A CASA

224
Índice remissivo
A arco-íris�������������������(veja espetro de cores)
absorção da luz����������������������������������������24, 110 áreas de circulação na cozinha�������������� 57,
Achille Castiglioni��������������������������������213-214 164-171
acolhimento���� (veja vestíbulo de entrada) arejar a casa������������������������(veja ventilação)
acomodar visitas�������������������������15, 182-183 arestas verticais e horizontais�����������������22
adaptar a casa��������������������������������������������14-16 armários�������������������������������������������� 66, 161-171
(veja também transformar a casa) (veja também organização
adega ���������������������������������������������������������������������63 do armário)
alargar os espaços�������� 24, 30-31, 47, 56 arrecadação����������������������������������������������62-63
almofadas grandes������������������������������������������15 arrumar
alongar bicicletas�����������������������������������������������������������63
as mesas���������������������������������������������������������189 brinquedos�������������������������������������������� 60, 196
os espaços���������������������������������������������� 26-27 canas de pesca���������������������������������������������63
altear os espaços����������������������������30, 33, 46 loiças e tachos�������������������������� 161-171, 196
alterar objetos fora de uso���������������������������63, 196
a perceção de espaço������24, 27, 29-31, raquetas�������������������������������������������������������������63
33, 46-47, 56, 58 toalhas e turcos������������������������������������61, 196
a perceção do volume�������������������������������46 arrumos������������������������������ (veja arrecadação
proporções�����������������������������������������������31-33 e também garagem)
altura aspirador (lareira) �����������������������������������������130
do homem médio���������������������������������18-20 assinalar desníveis do pavimento�� �� (veja
ideal para a cama������������������� 60, 190-195 levantamento dos desníveis)
ideal para o espelho��������������������������28-29 aumentar
amarelos������������������������������������������������������38-45 a luminosidade��������������������������������������� 27, 47
ambientes neutros�����������������������������������������46 a perceção de espaço24, 30-31, 47, 56
ampliar o volume�����������������������������������������������������������47
a divisão�������������� (veja alterar a perceção autoclismo��������������������������������������67, 146-148
de espaço) automóvel �������������������������������(veja garagem)
com cortinados���������������������������������������������33 avaliar orçamento disponível����������������� 176
com espelhos���������������������������������������� 27-29 azuis����������������������������������������������������������������38-47
amplitude de abertura
das portas��������������������������������������������������� 81-83 B
ângulos balaustradas������������������������������������������ 127-128
de visão�������������������������������������������������������������23 bambu������������������(veja cortinas de bambu)
retos nas paredes �������������������������������� 71-74 bancada de trabalho na cozinha������������ 57,
apliques�������������������������������� 211-212, 216-218 151-158, 167-171, 218
aquecimento ����������������������������������� 48, 54-55 bancos�������������������������������������������� 177, 180-182
(veja também orientação da casa) banheira�������������������������������������61, 67, 139-149
ar condicionado �����������������������������������������������54 base de duche�����������������������������������������67, 149
arcas frigoríficas���������������������������������������������160 batentes ��������������������������������������������� 80, 82-83

225
REMODELAR A CASA

bege�����������������������������������������������������������������������������43 revestimento�����������������������������������������������������138
beliche �����������������������������������������������������������������������60 símbolos ��������������������������������������������������������������� 67
bengaleiro�����������������������������������������������������������������56 casas
bicicletas (arrumar)�������������������������������������������63 transformar������ (veja transformar a casa)
bidés ���������������������������������������������61, 146-147, 149 pequenas �������������� (veja alterar a perceção
biombos�����������������������������������������������������34, 90-91 de espaço)
brancos ������������������������������������������������������������ 40-47 castanhos�������������������������������������������������������� 43-47
(veja também cores claras) Castiglioni������������������(veja Achille Castiglioni)
braseira (lareira)���������������������������������������130, 135 cavalo (elemento da lareira)�������������130, 135
Breuer��������������������������������������������������������������177, 179 cave�������������������������������������������������������������������� 62-63
bricolagem�������������������������������������������������������62, 64 cercadura (janela)�����������������������������������������������93
brilho nas tintas ���������������������������������������������������45 cesto da roupa suja�������������������������������������������165
brincar (espaços)���������������������������������������� 60-61 chaise longue����������������������������� (veja poltronas
e também cadeiras reclináveis)
C chamin������������������������������������������������������������������133
cachimbo de gonzo������������������������������������������� 87 chão��������������������(veja revestimento do chão)
cadeiras chapa-testa����������������������������������������������������������� 79
de rodas������(veja mobilidade condicionada) Charles Eames ���������������������������������������������������184
de trabalho����������������������������������������������� 178-181 chuva�������������������������������������������� 108-109, 111-112
dimensões������������������������������������������������177-181 (veja também espetro de cores)
para refeições��������������������177-179, 186-189 chuveiro������������������������������������������������������������61, 142
reclináveis������������������������������������������������������������179 (veja também torneiras
símbolo���������������������������������������������������������� 66-67 termostáticas)
café e restaurante����������������������(veja espaços ciano��������������������39 (veja também cores puras)
para mesa e cadeira) cinzento�������������������������������������������������������������� 41, 47
caixilhos��������������������������������93, 98-99, 103-112 circulação
calor�����������������������������������������(veja aquecimento do ar������������������������������������������(veja ventilação)
e também cores quentes) horizontal��������������������������������������(veja entrada
camas������������������������������������20, 60, 67, 190-195 e também corredores)
campo vertical ���������������������������������������� (veja escadas)
visual�������������������������������������������22-23, 94-103 círculo cromático����������������������������������������38-39
viver������������������������������(veja viver no campo) closet ���������������������������������������������������60, 198-203
canas de pesca (arrumar)�����������������������������63 cobertor (elemento de um degrau)������� 121,
candeeiros������������ (veja iluminação artificial) 126
características das cores ������������ (veja cores cobertura do edredão���������������������������������������� 15
e seu uso) colchão������������������������������������������������(veja camas)
carro�������������������������������������������������(veja garagem) combinação das cores����������������������������42-44
casa de banho combinado��������������������������������� (veja frigorífico)
disposição ideal������������������������������������������������� 70 cómoda������������66 (veja também vestuário)
elementos essenciais������61-62, 138-149 complementaridade da cor����������������������(veja
localização ideal �����������������������������������������������63 harmonizar as cores)
número ideal por casa������������������������������������ 15 comportamento e cores���������������������������������44
orientação ideal�������������������������������������������������50 computador (localização ideal)�������������������� 61

226
ÍNDICE REMISSIVO

condensação�����������������������������������������������������55 harmoniosas������������������ (veja harmonizar


condições térmicas����(veja aquecimento) as cores)
conduta (símbolo)�������������������������������������������66 intensas�������������������������������������������������������������47
conforto de cada zona ������������������������55-64 luminosas�����������������������(veja cores puras)
(veja também aquecimento mórbidas�����������������������������������������������������������43
e ventilação) neutras������������������������������������������������������� 41, 46
conjugar cores������������������������������������������24-25 opostas����(veja cores complementares)
consumo pálidas�����������������������������������������������������������������42
de energia���������������������������������������������������������54 primárias�������������������������(veja cores puras)
de oxigénio�������������������������������������������������������53 puras ����������������������������������������������������������39-43
contas������������������� (veja cortinas de contas) quentes ����������������������������������������������������38-47
contrastes ���������26, 30-31, 33, 43-44, 58 secundárias�������������������������������������������� 39, 43
controlar o aquecimento pelo sol�������(veja suaves�����������������������������������������������������������������47
orientação da casa) terciárias�����������������������������������������������������������39
conveniências das cores�����������������������������44 trágicas���������������������������������������������������������������45
cor tristes �����������������������������������������������������������������45
de laranja������������������������������������ (veja laranja) vivas�������������������������������������������39-40, 42, 45
de malva �����������������������������������������������������������46 -sombra������������������ 29-30, 33, 42, 45-47
de tabaco����������������������������������� (veja tabaco) corredores����������������������������������������55-56, 218
e tamanho �������� (veja alterar a perceção corrente de segurança���������������������������������80
de espaço) correta orientação das aberturas���������48
-de-rosa�����������������������������������������(veja rosa) corrigir
Corbusier������������������������(veja Le Corbusier) a altura do teto��������(veja rebaixar o teto
cores e também altear os espaços)
animadas�����������������������������������������������������������43 a orientação da casa com cores���������45
aveludadas�������������������������������������������������������45 deficiências das superfícies�����������������������46
baças�������������������������������������������������������������������43 os volumes����������������������������������������������34-37
calmas�����������������������������������������������������������������43 um corredor�����������������������������������������������������33
características��������������������������������������40-42 corrimãos��������������������������������������������������� 57, 127
carregadas�������������������������������������������������������47 cortinados
claras��������������������������������������������������24-26, 29 como colocar ���������������������������� 117-119, 219
complementares ���������������39-40, 43, 44 divisão�����������������������������������������������������������������92
compostas���������������������(veja combinação efeitos������������������������������������ 33, 46, 114-120
das cores) iluminação��������������������������������������������219, 221
de partida e de chegada���������������������������45 padrão�����������������������������������������������������������������46
do prisma ���������������������������������������������������������38 varões��������������������������������(veja varões para
e dimensões������������������������������(veja alterar os cortinados)
a perceção de espaço) cortinas
e personalidade���������������������������������������������44 de bambu �������������������������������������������������91-92
e seu uso��������������������������������������������������38-47 de contas���������������������������������������������������90, 92
esbatidas�����������������������������������������������������������42 costura�������������� (veja máquina de costura)
escuras����������������������������������������������24-26, 47 cozinha����������� 50, 57, 63, 70, 150-173, 218
estridentes��������������������� (veja cores vivas) crianças
frias���������������������������������������������� 38, 41, 45-47 chão resistente���������������������������������������������60

227
REMODELAR A CASA

dimensões����������������������������������������������������21, 95 do homem médio���������������������������������������17-21


quarto������������������������������������������������������������� 60-61 do mobiliário����������������������������������������� 176-205
viver com ���������������������������������������������������� 15, 127 e cores������������������������������������������������������������ 46-47
criar disposição
desníveis�����������34-35, 128 (veja também da casa�������������������������������������������������������������������� 15
levantamento dos desníveis) das divisões���������������������������������������������������������50
equilíbrio no quarto�����������������������������������������60 do mobiliário����������������������������������������58, 60, 91
espaço de refeições������������34-35, 91, 163, distribuição
169, 186-189 das divisões de uma moradia�������������������63
sombras����������������������������������������������������103-104 do mobiliário���������������������������������������������������������71
vãos�������������������������������������������������������������������������36 dos compartimentos�������������������������������������48
vários ambientes diversidade cromática ����������������������������39-40
na mesma divisão�������������������������������������34, 91 divisão
cristaleira �����������������������������������������������������������������59 do espaço��������������������������������������������� 17, 88-92
cubas������������������������������������������ (veja lava-loiças) estreita�����������������(veja alargar os espaços)
cuidados mal orientada���������������������� (veja orientação
com a circulação�������������������������������������������������71 da casa)
com crianças�������������������������������������������������������� 61 pequena����������� 46 (veja alterar a perceção
com instalação elétrica��������������������������61, 64 de espaço)
com instalações de gás��������150, 159, 223 dobradiças��������������������������������������������������������������� 79
na escolha dos materiais domus����������(veja etimologia da palavra casa)
para a cozinha������������������������������������������������� 57 dormitórios���������14 (veja também quartos)
cume (elemento da lareira)�������������������������130 dourado���������������������������������������������������������������������42
duche ����������������������������������������������� (veja banheira
D e também chuveiro)
declives das escadas ������������������������������������� 126
decomposição da luz�����������������������������������������38 E
deficiência Eames�������������������������������(veja Charles Eames)
da superfície�������������������������������������������������������46 ecrã de televisão�������������������������������������������������58
motora ���(veja mobilidade condicionada) edredão com cobertura������������������������������������ 15
degraus������������������������������������������ (veja escadas) efeitos
densidade das cores�����������������������������������������42 com cortinados�������������������������������������������������33
dependência cromática��������������������������38-40 com espelhos���������������������� 27-31, 47, 56, 61
desenhar com janelas�������������������������������������� 27, 93-120
à escala���������������������������������������������������������� 68-75 da complementaridade na retina�����������40
formas irregulares������������������������������������������� 73 da escala no encurvamento
uma planta�������������������������������������������������� 65-75 das linhas����������������������������������������������������������� 22
desníveis�������������������������� (veja criar desníveis) das cores������������������������������������������������������ 24-26
despensa�������������������������������������������������������� 63, 171 das lâmpadas�� (veja iluminação artificial)
diferenciar o lixo������������������������(veja resíduos) de alargamento��������������������������� (veja alargar
dimensões os espaços)
da criança média������������������������������������������������ 21 de elevação��������������������������������������������������������� 29

228
ÍNDICE REMISSIVO

dinâmicos de linhas horizontais ��������� 27 humana �������������������������������������������������������17-21


do preenchimento no tamanho�����������24 escolher a casa������������������������������������������14-16
do xadrez��������������������������������������������������24-25 escorredor�������������������������� (veja lava-loiças)
no soalho�����������������������������������������������������������26 escritório
óticos���������������������������������������������������������� 22-25 espaço�����42, 62 (veja também estúdio)
eficácia da extração dos fumos��������(veja localização ideal �������������������������������������������63
tiragem da lareira) orientação ideal���������������������������������������������50
elementos luminosos verticais���������������30 secretária����������������������������������������������������������19
eletrodomésticos ������������������������ 57, 151-161 escrivaninha�������������������������������������������������������60
elevar a altura do teto����������������(veja altear esculturas�� �� (veja iluminação de quadros
os espaços) e obras de arte)
encabeçado (elemento esfumados�����������������������������������������������������������43
de uma porta)������������������������������������������������� 79 espaços
encastráveis�������������������� 139, 144, 154-162, alterar a perceção ���������������������������������������46
210-211, 213 de circulação���������������������������������������������17-21
encurtar um corredor����������������������������31, 56 estreitos���������� (veja alargar os espaços)
encurvamento de linhas���������������������22, 24 fechados����������������������������(veja ventilação)
entalhes�����������������������������������������������������������������80 medidas gerais��������������17-21, 55, 161-171
entrada ocupados pelo homem�������������������� 18-20
espaço ���������(veja vestíbulo de entrada) para bricolagem�������������������������������������62, 64
iluminação������������������������������������������������������218 para brincar��������������������������������������21, 60-61
orientação ideal���������������������������������������������50 para cama����������������������������������� 20, 190-195
equilíbrio cromático������ (veja harmonizar para estudantes �������������������� 14, 42, 61, 96
as cores) para mesa e cadeira���������������19, 186-189
equipamento essencial para mobilidade condicionada��������(veja
na casa de banho������������61-62, 138-149 mobilidade condicionada)
na cozinha����������������151-161, 166, 172-173 para refeições��������������������� 59, 90-91, 163,
escadas 169, 186-189
características������������������ 56-57, 121-128 para repouso���� 58 (veja também quartos)
de canto�������������������������������������������������������������34 pequenos ���������������������������������������������������������46
declives habituais��������������������������������������126 espelhos
desenhar����������������������������������������������123-125 efeitos���������(veja efeitos com espelhos)
em caracol �����������������������������������66, 122, 124 num degrau����������������������������������������������������121
largura ideal����������������������������������������������������� 57 numa fechadura������������������������������������������� 79
número de degraus�����������������������������������126 espetro de cores ���������������������������������������������38
retráteis�������������������������������������������������122, 124 estantes ��������������� 37, 58-59, 91, 204-205
revestimento�������������������������������������������������128 estores���������������������������������������34, 47, 118-120
símbolo���������������������������������������������������������������66 (veja também persianas)
terminologia ��������������������������������������������������121 estrado da cama������������������������(veja camas)
escadotes de biblioteca��������122, 125-126 estreitar���������������������������������������������������������� 27, 31
escala estudar�� (veja espaços para estudantes)
como utilizar���������������������������������������������������68 estúdio�������������������������������������������������������������������50
dos valores das cores��������������������������������41 etimologia da palavra casa �����������������������64

229
REMODELAR A CASA

evitar presença de insetos ��������������������������� 62 H


evocar hall de entrada���������������������������� (veja vestíbulo
o sol �������������������������������������������������������������������������45 de entrada)
sentimentos �������������������������������������������������������46 harmonizar
exaustores����������������������������������������������������157-161 as cores������������������������������������������������40-43, 47
exiguidade��������������������������������������������������������������� 22 os espaços�������������������������������������������������� 35-36
exposição solar os volumes e as cores������������������34-37, 60
em Portugal��������������������������������������51, 102, 104 hidromassagem���������������������������������������������������� 61
higiene e conforto�������������������������������������� 52-64
F homem como medida de todas
fazer adaptações em casa�����(veja adaptar as coisas ���������������������(veja escala humana)
a casa) horizontalidade
fazer um projeto de decoração��������������(veja na parede ����������������������������������������������27, 74-75
desenhar uma planta) na visão����������������������������������������������������������������� 23
fechaduras������������������������������������������������������ 79-80 no chão������������������������������������������������������������������� 26
fechos de porta�����������������������������������������������������80 humidade���������������������������������������������������������53, 55
ferrolho ���������������������������������������������������������������������80
filtrar a luminosidade����������������������������������������� 47 I
(veja também cortinados) iluminação
focinho de um degrau�������������������������������������� 121 arquitetónica�����������������������������������������210-220
focos de luz����������������������������������������������������44, 118 artificial��������������������27, 44, 47, 118, 206-221
fogão��������������������������������������������������������������������������� 67 da sala���������������������������������������������������������������������58
(veja também da zona de estudo����������������������� 61, 207, 213
placas para a cozinha) de quadros e obras de arte209, 220-221
fole���������������������������������������� (veja portas de fole) direta����������������������������������������������206, 209-214
formas irregulares ����������������� (veja desenhar do espaço de refeições���������������������������������59
formas do espaço de trabalho��������������62, 209, 213
irregulares) dura��������������������������������������������������������������������������� 47
fracionamento da janela������������������������ 97-98 fixa���������������������������������������������������������������� 210-215
frigorífico ����������������������������������� 67, 159-161, 166 indireta����������������������������������������������������� 206-221
frisos nas paredes�����������������������������������������������46 junto a uma escada�����������������������������������������34
fritadeira������������������������������������������������������������������157 na cozinha����������������������������������������57, 209, 218
fungos������������������������������(veja prevenir fungos) na entrada���������������������������������������������������56, 218
nos cantos ����������������������������������������������������������� 29
G para leitura����������������������������58, 209, 213, 217
garagem ��������������������������������������������������50, 62-64 ilusões de ótica�������������������������������������������� 22-25
garganta (elemento da lareira) �������130, 135 importância
garrafeira�������������������������������������������������������������������63 da escala���������������������������������������������������������������65
gás��(veja cuidados com instalações de gás) do isolamento���������������������������������52, 103, 105
grelhador ����������������������������������������������������������������157 imposta (elemento de uma janela)�����������93
guarda-fatos ������������������������������ (veja roupeiro) incêndio���������������������������������������������������������129, 159
guarda-sol horizontal��������������������(veja toldo) (veja também
guarnição das portas ��������������������������������79, 87 portas anti-incêndio)

230
ÍNDICE REMISSIVO

incidência dos raios solares������������ 48-49, lâmpadas ���������������������������� (veja iluminação)


102, 104 laranja (cor)�������������������������������� 38-41, 45, 47
influência da luz e das cores���������������������44 lareira
infravermelhos �������������������������������������������������38 como divisão���������������������������������������������������34
insetos������������������������� (veja evitar presença constituição���������������������������������������������������130
de insetos) exigências técnicas������������������������131-135
instalação localização ideal ������������� 57-58, 136-137
elétrica (cuidados)�������������������������������61-62 símbolo���������������������������������������������������������������66
sanitária��������������������(veja casa de banho) terminologia ��������������������������������������129-130
intensidade da cor������������ (veja saturação) largura
intimidade no espaço ����������������������������59, 91 das escadas����������������������������������������������������� 57
isolamento do homem médio���������������������� (veja escala
acústico������������������������������������������������ 103, 105 humana)
das divisões������������������������������� 59, 103-105 lavabos��������������������������63, 70 (veja também
do espaço de bricolagem ���������������62, 64 casa de banho)
elétrico�������������������������������������������������������61-62 lava-loiças���������67, 151-153, 157, 167-172
símbolo���������������������������������������������������������������66 lavandaria��������������������������������������� 63, 164-165
térmico������������������������������������������(veja portas lavatórios
e também janelas) características���������������� 61, 142, 144-145
dimensões������������������������������� 144-145, 149
J disposição�������������������������������������������������������149
janelas forma������������������������������������������������������144-145
amplitude da abertura��������� 52, 108-109 símbolo��������������������������������������������������������������� 67
correta orientação���������������������������� 48, 104 Le Corbusier��������������������������������������������177, 179
forma ideal�������������������������� 55, 95-101, 104 legislação����������������������������������������������������71, 150
impacto do seu ler uma planta ������������������������������������������ 65-75
posicionamento��������������������������������95-96 levantamento
localização ideal ����������������������������������95-96 das divisões����������������������������������������������71-75
símbolo���������������������������������������������������������������66 das necessidades da casa����������������������16
sistemas mais comuns����������������108-109 dos desníveis�����������������������������������������74-75
terminologia ���������������������������������������������������93 levante����������������(veja orientação da casa)
jogar com limão (cor)�����������������������������������������������������������43
as cores�����������������������������������������������������43, 47 limites da visão�������������������������������������������������23
elementos decorativos�����������������������������29 lingueta (fechadura)��������������������������������������� 79
espelhos ���(veja efeitos com espelhos) linhas
o tom do pavimento���������������������������26, 46 horizontais perfeitas�������������������������74-75
horizontais na parede�������� 27, 31, 74-75
K horizontais no chão �����������������������������������26
kitchenette����������������������������������������������������������15 que se curvam���������������������������������������22, 24
kits de móveis���������������������������������������176, 195 transversais������������������������������������������������������31
verticais�����������������������������������������������������26, 46
L lintel (elemento da lareira) �����������������������130
lacados���������������������������������������������������������� 45, 90 listel ������������������������������������������������������������������������� 79

231
REMODELAR A CASA

livros ����������������������������������������������� (veja estantes) mudar


lixo������������������������������������������������������(veja resíduos) a estrutura das paredes���������������������������������71
localização da porta������������������������������������������� 32 a perceção de altura�������������� (veja rebaixar
louver (estores)��������������������������������������� 119-120 o teto e também altear os espaços)
luminosidade da cor�����������������������������������40-41 a perceção de espaço�������������� (veja alterar
lustres��������������������������������������������������������������211-212 a perceção de espaço)
luz a perceção de largura��������������� (veja alargar
artificial���������������� (veja iluminação artificial) os espaços)
e efeitos�������������������������������������������������27, 30, 55 multiplicar o volume da divisão��������������(veja
natural������� 97-103, 110, 118 (veja também alterar a perceção de espaço)
orientação da casa)
N
M nitidez�������������������������������������������������������(veja visão
maçanetas������������������������������������������������������ 79-80 e efeitos óticos)
magenta ������������������������� 38-39 (veja também
cores puras) O
malva���������������������������������������������������������������������������46 obrigações legais���������������������������������������������������71
manilhas�������������������������������������������������������������������80 ocre �����������������������������������������������������������������������������43
máquina oeste������������������������ (veja orientação da casa)
da loiça��������������������������������������67, 151-153, 157 olho e perspetiva��������������������� 22-37, 94-102
da roupa��������������������������������������������������������� 62, 67 olhos������������������� (veja visão e efeitos óticos)
de costura�����������������������������������������������������������165 ombreiras��������������������������������������������������������� 79, 93
mate�����������������������������������������������������������������������������45 ondas
materiais infravermelhas���������������������������������������������������38
para desenhar uma planta�������������������������69 ultravioletas���������������������������������������������������������38
símbolos usados�����������������������������������������������66 orçamento������������������������������������������ (veja avaliar
maus cheiros��������������������������(veja ventilação) orçamento disponível)
medicamentos (guardar)�������������������������������� 61 organização
medir as divisões��������������������������������������������������71 do armário�����������������������������59, 66, 196-205
mesas���������������������������������������������������������58, 61, 66, dos espaços e campo visual���������������17, 22
186-189 orientação
miúdos��������������������������������������������(veja crianças) da casa��������������������������������������������������� 45, 47-51
mobiliário������ 61, 71, 176-221 (veja também do quarto���������������������������������������������������������������60
móveis) do soalho�����������(veja revestimento do chão)
mobilidade condicionada��������19, 95, 124, 138, e cor������������������������������������������������������������������������� 47
141, 148, 158, 166
mola hidráulica�������������������������������������������������������80 P
moradia���������������������������������������������������������������������63 padrão���������������������������������������������������������������� 24-25
móveis�������������������������������������������������������34, 66, 91, painéis ���������������������������������������������������� 34, 90, 120
161-171, 196-205 papel de parede ���������������������������������������������������46
(veja também paredes
kits de móveis) do quarto das crianças ��������������������������������60

232
ÍNDICE REMISSIVO

exposição solar�������������� (veja orientação poente ����������������(veja orientação da casa)


da casa) poliban������������������������������������������������������������61, 67
iluminar���������������������������������������������������������������99 poltronas������������������19, 58, 66, 95, 182-185
junto a escada �������������������������������������� 36-37 pontos cardeais ��������������������������������������� 47-51
não perpendiculares �����(veja desenhar portadas�����������������������������������������������������114, 116
formas irregulares) portas
perpendiculares������������������������������������ 71-74 amplitude de abertura�����������������������81-83
pintar�������������������������������������������������������������������99 anti-incêndio���������������������������������������������������86
revestimento��������������������������������������������������� 27 características�������������������������������������� 78-92
símbolo���������������������������������������������������������������66 como pintar�����������������������������������������������������46
vermelhas���������������������������������������������������������44 correta orientação���������������������������������������48
passagens������(veja espaços de circulação) de cavalariça���������������������������������������������������83
passar a ferro����������������������������������������164-165 de correr �����������������������������������������83, 88-90
patamares�����������������������������������������������������������55 de fole����������������������������������������������� 83, 90-92
pavimento de metal�������������������������������������������������������������86
claro���������������������������������������������������������������������46 de prancha inteira�����������������������������������������84
desnivelado��������������� (veja levantamento de ripas���������������������������������������������������������������84
dos desníveis) de vidro��������������������������������������������84-87, 143
escuro�����������������������������������������������������������������46 dimensões������������������������������ 55, 78, 81-88
sobrelevado������������(veja criar desníveis) do tipo persiana���������������������������������������������84
pedir autorização para mudar envidraçadas��������������������������������������������������84
a casa�������������������������������������������������������������������� 71 espelhadas�������������������������������������������������������28
pé-direito������������������������������������������������������������� 72 folheadas�����������������������������������������������������������84
perceção localização ideal �������������������������������������������32
das cores������������������������������������������������� 44-46 revestidas���������������������������������������������������������84
de espaço���������� (veja alterar a perceção sentido de abertura�������������������� 56, 81-83
de espaço) símbolo���������������������������������������������������������������66
de largura������� (veja alargar os espaços) terminologia essencial�������������������� 78-79
para cada casa����������������������������������������14-16 posição
periferia do olhar�������(veja campo visual) do ser humano vs. espaço��������������18-21
persianas ���������������������������������34, 47, 55, 109, do sol�������������������������������������������������������������������49
114-116, 118-120 potenciar os efeitos benéficos
perspetiva �������������������������������22-37, 94-102 do sol����������������(veja orientação da casa)
piaçaba�����������������������������������������������������������������148 prancha da porta ��������������������������������������������� 79
piano�����������������������������������������������������������������������58 prateleiras
pintar como divisão���������������������������34, 204-205
a casa das máquinas���������������������������������62 na sala����������������������������������������� 59, 204-205
as paredes��������������17, 30, 33-34, 36, 45 preenchimento vs. tamanho �������������������24
o teto��������������������������������������������17, 29, 33, 46 preservar a intimidade��������������������������36, 91
portas �����������������������������������������������������������������46 preto ���������������������������������������������������������������41-43
um quarto pequeno �����������������������������������46 prevenir
placas para a cozinha ��������������67, 154-159 fungos�����������������������������������������������������������������62
planta (desenhar)���������������������������������� 65-75 incêndios��������������������������������(veja incêndio)

233
REMODELAR A CASA

intoxicações��������������������������������������������������������� 62 ultravioletas������(veja ondas ultravioletas)


poeiras ������������������������������������������������������������������� 62 raquetas (arrumar)��������������������������������������������63
prisma cromático�������������������������������������������������38 rebaixar o teto������������������������������30, 33-35, 59
projeto de decoração������������� (veja desenhar receção ���������������(veja vestíbulo de entrada)
uma planta) rechear a casa�������������������������������������������176-221
projetores���������209-213, 216, 218, 220-221 reciclagem������������������������������������(veja resíduos)
proporcionalidade reciprocidade cromática������������������������38-40
a desenhar�����������������������������������������������������������65 recuar uma parede��������������������������������������������� 47
das paredes�������������������������������������������������� 32, 71 reduzir a proporção
proporções de uma escada���������������������������������������������������34
das cores�������������������������������������������������������39, 42 de uma parede��������������������������������������������������� 32
dos elementos numa divisão������������������� 32 refeições
proteção junto ao corrimão��������������������������� 57 espaço ����58-59, 163, 169, 186-189 (veja
proteger a casa da incidência solar ����(veja também sala de jantar)
orientação da casa) rápidas ������������������������������������������������������������������� 57
pufe ������������������������������������������������������� (veja Sacco) reflexão
putrefação���������������������������������������������������������������55 da luz������������������������������������������������������24, 99, 110
puxadores �������������������������������������79-80, 86-88 dos raios solares������������������������������38, 99, 110
das cores���������������������������������������������������������������45
Q refração da cor �����������������������������������������������������38
quadros e obras de arte�����(veja iluminação régua de escalas �������������������������������������������������68
de quadros e obras de arte) relação entre dimensões e cores �������46-47
qualidade das tintas�������������������������������������������45 remover uma parede�������������������������������������������71
quartos reóstatos�����������������������������������������������������������������210
características������������������������������������������� 59-61 representar à escala ������������� (veja desenhar
com casa de banho incluída�����������������������60 à escala)
de hóspedes�������������������������������������������������������60 resíduos���������������������������������������������������������172-173
dimensão ideal���������������������������������������������������60 ressonância das cores�����������������������������45, 47
disposição ideal������������������������������������������������� 70 retina (efeitos da cor)���������������������������������������40
iluminação����������������������������������������������� 216-218 retrete��������������������������������������������������� (veja sanita)
localização ideal �����������������������������������������������63 revestimento
orientação ideal�������������������������������� 48, 50, 60 das paredes������������������������������������������������� 27, 60
para crianças�������������������������������������������������������60 do chão������������������������������������������� 26, 31, 46, 60
quem habita a casa�������������������������������������� 14-16 romanos (estores)�������������������������������������������120
rosa (cor) ���������������������������������������������������������42, 45
R roupeiro�����������������������������������������������60, 198-203
radiador ruído����������������������������������������������(veja isolamento
atrás de uma porta �����������������������������������������82 acústico)
símbolo�������������������������������������������������������������������66 rutura dos volumes �������������������������������������������34
raios
infravermelhos�������������������������������(veja ondas S
infravermelhas) Sacco���������������������������������������������������������������182, 184

234
ÍNDICE REMISSIVO

sala de estar T
características���������������������������������������������� 58 tabaco (cor)���������������������������������������������������������43
disposição ideal���������������������������������������������70 taco (elemento de uma porta)����������������� 79
iluminação�����������������������������������58, 215-216 tamanho
localização ideal �������������������������������������������63 das janelas�������������������������������������������������������55
mobiliário�����������������������������������������������������������58 ideal para as mesas�����������������������188-189
orientação ideal���������������������������������������������50 tanque ������������������������������������������������������164-165
sala de jantar tapetes
características���������������������������������������59, 63 efeito no tamanho da divisão���������������46
criar divisão���������������������������������������������90-91 nas paredes�����������������������������������������������������60
iluminação������������������������������������������������������216 televisão
sanita localização�������������������������������������������������������58
características���������������������������61, 146-149 símbolo��������������������������������������������������������������� 67
dimensões������������������������������������������146-149 temperar
símbolo��������������������������������������������������������������� 67 a luz do sol �������������������������������������������������������47
sanitários��������������������������������������������(veja casa as cores�������������������������������������������������������������46
de banho) temperatura ideal da casa �����������������52, 54
saturação��������������������40-41 (veja também teor
cores puras) de cinzento��������������������������������������������������������41
secretária (espaço necessário)��������������19 de preto ��������������������������������������������������������������41
sentido de abertura das portas��������������56, Tepan-Yaki��������������������������������������������������������154
81-83 testes a eletrodomésticos������������������������151
separação dos espaços���� 34-35, 88-92 tetos
sifão������������������������������������������������������������ 140, 145 altura ����������������������������(veja rebaixar o teto
símbolos específicos���������������������������� 65-67 e também altear os espaços)
soalho�������������������������������� (veja revestimento cor������������������������������������� (veja pintar o teto)
do chão e também falsos���������������������������������������������������������113, 119
criar desníveis) (veja também rebaixar o teto)
sobrelevar o pavimento�������������������������������34 tintas
sobrepor aveludadas�������������������������������������������������������45
escadas�����������������������������������������������������������125 brilhantes �������������(veja brilho nas tintas)
cores �������������������������������������������������������������������46 lacadas������������������������������������� (veja lacados)
funções na mesma divisão�������������15, 91 mate�������������������������������������������������(veja mate)
sofás��������������������������15, 34, 58, 66, 183-185 para a casa das máquinas�����������������������62
sol��������������������������(veja orientação da casa) vidradas��������������������������������� (veja vidrados)
soluções para cada pessoa����������������14-16 tipos de tintas���(veja qualidade das tintas
sombras ������������������������� (veja criar sombras e também cores)
e também cores-sombra) tiragem da lareira���������������������������������131-135
sommiers�����������������������������������������������������������193 tirantes�������������������������������������������������������������������80
sono����������������������������������������������� (veja quartos) tirar as medidas ��������� (veja levantamento
sótão��������������������������������62, 99, 100, 122, 124 das divisões)
suíte�������������������������������������������������������������������������60 toalhas e turcos ������������������������������������������������61
superfícies envidraçadas��������������������������� 27 toldo�������������������������������������������������������������� 112-115

235
REMODELAR A CASA

tons ���������������������������������������������������������(veja cores) vertigens�������������������������������������������������������������������24


tornar vestiário�����������������������������������������������(veja closet)
um teto mais baixo���������������� (veja rebaixar vestíbulo de entrada ����������������16, 55-56, 63,
o teto) 70, 91, 204-205, 218
uma divisão mais quente ����������������������(veja vestuário���������������������������������������������60, 198-203
aquecimento) vibração das cores��������������������������������������41, 43
torneiras vida rural������������������������������������������������� (veja viver
de segurança ������������������� 144-145, 148, 153 no campo)
termostáticas����� 15, 61, 141-142, 144-146 vidrados (tintas)���������������������������������������������������45
toucador�������������������������������������������������������������������60 vidro temperado��������������������������������������������������� 87
trabalhar em casa��������������������������������16, 62, 64 violeta (cor)����������������������������38-41, 43, 45, 46
traçar linha horizontal perfeita ����������� 74-75 visão
trajetória do Sol������������������������������������������������������ 51 e efeitos óticos������������������������������������������ 22-25
tranquilidade�����������������������������������������������������������46 horizontal������������������������������������������������������������� 23
transformar a casa���������������������26-37, 69-71 vista panorâmica�������������������������������������������������96
travessa (elemento de uma janela)���������93 vitalidade do amarelo���������������������������������������45
trincos���������������������������������������������������������������� 79-80 vitrinas�����������������������������������������������������������������������34
triturador de desperdícios����������������������������172 vitrocerâmica������������������������������������ (veja placas
truques com casas pequenas����������������(veja para a cozinha)
alterar a perceção de espaço) viver
com crianças����������������������������(veja crianças)
U no campo ��������������������������������������������� 16, 57-58
ultravioletas �����������������������������������������������������������38
unir espelhos������������������������������������������������ 28-29 X-Y
utilizar uma planta����������������������������������������68-71 xadrez (efeitos)�������������������������������������������� 24-26
Yanagi���������������������������������������������������������������������� 180
V
vãos���������������������������������������������� 36, 100, 124, 126 Z
varões para os cortinados���������������������������� 119 zona
venezianos (estores) �������������������������������������120 comum�������������������������������������������������� 57-59, 63
ventilação��������������������� 52-55, 62, 64, 66, 106 da higiene����������������������������������������������������� 61-62
verdes������������������������������������������������38-42, 45, 47 de arrumos ���������������������� 128 (veja também
verga (elemento de uma janela)�����������������93 sótão e arrecadação)
verificar perpendicularidade de circulação ��������������������� 55-57, 63, 69-71
da parede ������������������������������������������������������ 71-74 de lazer�������������������������������������������������������������������59
vermelhos������������������������������������������������������38-46 de refeições��������� 59, 90-91, 169, 186-189
verticalidade de trabalho���������������������������������������������������62, 96
nas linhas da parede����������������������������������������27 privada�����������������������������������������������������������59, 63
no revestimento do chão���������������������������� 26 (veja também
(veja também revestimento do chão) preservar a intimidade)

236
GUIA DO CONDÓMINO
Disponível em livro e versão digital

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www.deco.proteste.pt/guiaspraticos

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