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DEMENECH, Flaviana∗
Introdução
∗
Discente do Mestrado de Educação da Universidade de Passo Fundo – UPF, professora alfabetizadora do
Instituto Educacional – IE, pesquisadora do Grupo de Pesquisa em Práticas Educativas – MEDIAR e do Grupo
de Estudos e Pesquisa em Alfabetização – GEPALFA, formada em Pedagogia pela Universidade Estadual do
Oeste do Paraná (UNIOESTE), E-mail: flavi_sti@hotmail.com.
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A contribuição de Ariés (2006) é uma pesquisa realizada na França, o que devemos cuidar e diferenciar
algumas contribuições em relação à construção e constituição história da família no Brasil.
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Conceito de famílias
A família com o passar dos tempos foi sofrendo diversas mudanças, tanto externas
quanto referente às funções internas com os indivíduos integrantes dentro desta instituição2
em relação ao seu papel social dentro da sociedade de cada época.
Família é uma instituição historicamente construída, logo não podemos descrever ou
assimilá-la como algo estático, pacífico, com determinadas características especificas, como
algo único, mas sim em modelos distintos, diferentes, ou seja, família não se restringe a um
modelo nuclear, já que são de diversas as formas de estrutura e funcionamento familiar, pois
esta instituição se modifica de acordo com a história e com a cultura.
No século XV, o conceito de família diferenciava-se das características de amor, afeto
e cuidado. Nessa época, os pais biológicos enviavam seus filhos para outras famílias quando
esses completavam sete anos, idade em que a criança era batizada (pela Igreja Católica) e, por
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Descrevemos família como uma instituição, devido a não existência de uma família e sim famílias.
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conseguinte, tornava-se ‘imortal’ (assim fixada pela literatura moralista e pedagógica) visto
que era comum a morte de crianças antes dessa idade. Era tamanho o descaso para com as
crianças que a Igreja Católica ponderava que a criança era pura e inocente, como um anjo,
logo se ela morresse, nasceria outra para substituir. Entretanto, nessa outra família a qual eram
enviadas, recebiam ensinamentos para o trabalho e para o serviço doméstico. Esse
aprendizado era difundido por todos, independentes da classe e da condição social da família.
Nesse período (se estendendo até o século XVIII), a criança necessitava cumprir
deveres dentro da própria casa. Isto é, as atitudes que ela possuía é que demonstrava o quão
educada era. Por exemplo, uma maneira de mostrar-se bem educada era sua atitude ao servir à
mesa aos pais, visitas e demais pessoas: “O serviço da mesa continuou a ser tarefa dos filhos
de família e não dos empregados pagos” (ARIÈS, 2006: 157). Essa concepção possuiu
tamanho destaque que se encontrava presente até nos manuais de civilidade, como boas
maneiras.
O servidor era uma criança, uma criança grande, quer estivesse colocada em casa
alheia por um período limitado a fim de partilhar da vida familiar e assim se iniciar
na vida adulta, quer não tivesse esperança de algum dia passar “de criado a
mestre”, pela obscuridade de sua origem (ARIÈS, 2006: 157).
Tratando da escola, nesse momento, ela era limitada a alguns. Enquanto que esses (em
sua maioria, clérigos e latinófones) possuíam o acesso à escola, outras crianças nem se quer
conheciam e participavam da educação escolar. Com o decorrer do tempo, essa exceção se
alterou e passou a ser vista como regra, como afirma Ariès (2006):
A escola, a escola latina, que se destinava apenas aos clérigos, aos latinófones,
aparece como um caso isolado, reservado a uma categoria muito particular. E a
escola era na realidade uma exceção, e o fato de mais tarde ela ter-se estendido a
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toda a sociedade não justifica descrever através dela a educação medieval: seria
considerar a exceção como regra (ARIÈS, 2006: 157).
nos deveres dos pais relativos à escolha do colégio e do preceptor, e à supervisão dos estudos,
à repetição das lições, quando a criança vinha dormir em casa”.
Preceptor, definido na citação, diz respeito à pessoa que acompanhava a criança ao sair
de casa, sendo em sua maioria, crianças ricas. Considera-se, portanto, uma transformação
considerável no interior e no sentimento da família, passando a preocupar-se e concentrar-se
na criança.
Porém, essa escolarização “não afetou uma vasta parcela da população infantil, que
continuou a ser educada segundo as antigas práticas de aprendizagem” (ARIÈS, 2006: 160).
Como por exemplo, as meninas permaneceram sendo educadas em casa, ou na de parentes, de
vizinhos ou outros. Isto é, enquanto alguns iam para a escola para serem educados, as meninas
continuavam sendo educadas sob uma antiga prática de aprendizagem, como de costume: em
casa. Enquanto entre os meninos a escolarização também era restrita primeiramente “à
camada média da hierarquia social” (ARIÈS, 2006: 160).
Quanto à família, uma condição existente foi o benefício que um único filho, em sua
maioria o primogênito, possuía diante os direitos familiares. “O privilégio do filho,
beneficiado por sua primogenitura ou pela escolha dos pais, foi a base da sociedade familiar
do fim da Idade Média até o século XVII, mas não mais durante o século XVIII” (ARIÈS,
2006: 161). Esse privilégio foi colocado à discussão diante a atitude de escolha de um
determinado filho que os pais possuíam, significando portanto, a preferência que esses tinham
para com o primogênito. Evidencia-se assim a prioridade desse filho escolhido perante os seus
irmãos, assumindo, portanto, a postura de que é alguém melhor que eles. Mas se formos
pensar no aspecto da desigualdade, o que os filhos mais novos fizeram ou possuíam para
merecer tanto descaso? Simplesmente pelo fato de não serem o primeiro filho? E, o que
aquele primogênito havia de tal especial para ser considerado o melhor? Tudo era uma
questão de injustiça e desigualdade proporcionada pelos próprios pais.
Entretanto como exposto no parágrafo acima, aquela concepção de preferência para
com o filho primogênito perdurou até o século XVII. Após esse período de ‘privilégios’, mais
especificadamente no século XVIII, uma nova configuração de família começou a ser
esboçada, não existindo mais preferências por algum filho em específico: “esse respeito pela
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igualdade entre os filhos de uma família é uma prova de um movimento gradual de família-
casa em direção à família sentimental moderna” (ARIÈS, 2006: 162).
Tratando desse novo conceito moderno de família, afirma Ariès (2006: 179) que “a
primeira família moderna foi à família desses homens ricos e importantes”. Esses homens
possuíam uma família grande, não limitada à pai, mãe e filhos, pelo contrário, a casa era
repleta de pessoas (clérigos, servidores, empregados, aprendizes, criados, entre outros). Além
dos moradores havia muitas visitas que ocupavam o tempo da criança. Elas não eram apenas
amigas, mas também profissionais3. Além da presença das visitas, a casa da família moderna
era tumultuada, contendo muitas pessoas, dentre elas os criados e empregados. Tratando do
meio familiar, da relação das crianças e dos criados percebe-se que “não havia uma grande
diferença de idade entre as crianças da casa e os criados, que eram admitidos muito jovens, e
alguns dos quais eram irmãos de leite dos membros da família” (ARIÈS, 2006: 182). A
diferença consistia na obrigação que os chefes da família possuíam, sendo os responsáveis
pela educação desses. Era tão grande a relação entre o “pai da família” e esses criados, que:
“nessas salas sem destinação especial onde se comia, dormia e recebia, os criados nunca se
separavam de seus senhores” (ARIÈS, 2006: 184).
Porém, ao tratar da família conceituada moderna, “no século XVIII, a família começou
a manter a sociedade a distancia, a confiá-la a um espaço limitado, aquém de uma zona cada
vez mais extensa de vida particular” (ARIÈS, 2006: 184). Nesse período é que a casa foi
tomando forma da casa moderna. Isto é, os cômodos foram despendidos de forma individual,
sendo separados por um corredor. Assim como o conforto, que “nasceu ao mesmo tempo em
que a intimidade, a discrição e o isolamento” (ARIÈS, 2006: 185). As camas foram colocadas
em quartos em específico, não estando em toda a parte da casa, como antigamente era,
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Os conceitos e as necessidades de criança eram insignificantes para os adultos. Um contexto no qual no centro
das relações estava a figura do pai. As ligações entre os adultos e as crianças eram de propriedade de alguém, ou
seja, o pai e o clero tinham poder sobre a criança. Conforme Gomes e Adorno (1990), não existiam a
conscientização e a preocupação com o cuidado da descendência de pai para filho. O conceito de especificidade
da infância começa a ser desenvolvido a partir do século XIII, abrindo preceitos para análise de como a criança
era, isto é, inicia-se a descoberta das especificidades do corpo, da fala e dos hábitos das crianças pequenas.
Segundo Moraes & Kassar (2008), os adultos passam a diferenciar-se da criança, como por exemplo, com a
mudança de suas vestimentas. Os espaços também foram restritos aos adultos, impossibilitando que as crianças
frequentassem tais ambientes.
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Como afirma Àries (2006: 188) “A saúde e a educação: a partir dessa época, seriam essas as
duas principais preocupações dos pais”.
Considerando esse novo modelo de família, comparamos àquele apresentado no início
deste artigo e percebe-se o quanto o conceito de família evoluiu e como se desenvolveu.
Passou a valorizar os filhos e não mais considerá-los como alguém desmerecedor de cuidado
e atenção. “Esse grupo de pais e filhos, felizes com sua solidão, estranhos ao resto da
sociedade, não é mais a família do século XVII, aberta para o mundo invasor dos amigos,
clientes e servidores: é a família moderna” (ARIÈS, 2006: 188).
Amor familiar
A base da nossa sociedade e a ideia de família que temos tem como referencial o
patriarcalismo, que pode ser definido, segundo Ferreira, como um regime social em
que o pai é a autoridade máxima. Porém, atualmente esta autoridade já não é tão
inquestionável, tendo o declínio do patriarcado se mostrado evidente em muitos
contextos sociais, especialmente os da família (GIRALDI & WAIDEMAN, 2007: 4).
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[...] De acordo com Samara (1998), este modelo patriarcal, existente especialmente
no período colonial, apresentava-se estruturalmente como composta de um núcleo
central, representado pelo chefe da família, e por membros subsidiários, que são os
legítimos descendentes, seja da família materna ou paterna. No modelo patriarcal, a
autoridade é exclusiva do marido, e a esposa era passada da mão do pai para o
esposo, ficando incumbida pela organização da casa e pelo cuidado dos filhos
(GIRALDI & WAIDEMAN, 2007: 5).
No entanto, cada vez mais as famílias fogem deste modelo nuclear, havendo grandes
mudanças tanto em sua composição quanto nas relações existentes dentro desta instituição.
Com diversas transformações culturais, sociais, políticas e econômicas a família também teve
algumas características alteradas, como descritas anteriormente, ela passa da condição de
simples reprodução de descendentes para preocupação com os integrantes familiares,
valorização dos filhos e concepção de amor e carinho dentro do laço matrimonial e familiar.
No século XVI e XVII a família não exercia função afetiva e nem socializadora,
dando-se pouca importância à vida doméstica, aos cuidados maternos e ao cuidado
com as crianças. Ariès (1978) afirma que o fato da família do século XV não ter
vivido o vínculo entre pais e filhos de maneira semelhante aos atuais não quer dizer
que não tenha existido amor dos genitores pelos seus filhos; essa relação pautava-
se muito mais na contribuição que as crianças poderiam trazer para a família e
para o bem comum do que no apego ao infante (GIRALDI & WAIDEMAN, 2007: 3).
atenções e cuidados tem por finalidade o bem do outro como se fosse o seu próprio”
(ARANHA, 1998: 143).
Portanto, a família tem sua transformação, o que era uma instituição passa a ser um
sentimento, significa que ela passa a compor fraternidade, amizade, cumplicidade,
solidariedade e amor entre os integrantes da mesma, de tal modo que a inexistência desses
aspectos afeta a sua manutenção. “Assim, a família se forma através do afeto e transforma
seus seres a partir do afeto. Desta forma, são as relações familiares que despertam o
entendimento baseado na compreensão e no carinho” (LEVY, 2010: 7).
Assim, a afetividade familiar tem seu papel imprescindível, é o elemento formador da
família na sociedade atual, "as trocas afetivas na família imprimem marcas que as pessoas
carregam a vida toda, definindo direções no modo de ser com os outros afetivamente e no
modo de agir com as pessoas" (SZYMANSKI, 2002: 12).
Segundo Dias (2006):
Apontam que o modelo tradicional de família – pai, mãe e filho(s) – perde, a cada
ano, espaço para novas formas de arranjos familiares. Em 2005, essas famílias
passaram a representar 50% do total. Em 1995, eram 57,6%. Isso significa que,
pela primeira vez, esse modelo, apesar de continuar sendo o mais comum, já divide
o mesmo espaço dos outros tipos de famílias, que, somadas, representam também
50% do total. Cresceram, nos últimos dez anos, as famílias com um único morador
(10,4% do total), os casais sem filhos (15,2%), as mulheres solteiras com filhos
(18,3%) e outras formas de arranjos (6,3%). Uma hipótese é que esse avanço tem a
ver com o aumento da expectativa de vida e com a emancipação feminina. No caso
dos idosos, como os brasileiros estão vivendo mais, aumenta o número deles
morando sozinhos ou com o cônjuge sem filhos. No caso das mulheres, elas estão
aumentando sua presença no mercado de trabalho (portanto ficando mais
independentes financeiramente) e adiando o projeto de ter filhos, o que faz, também,
com que a fecundidade caia. A emancipação feminina ajuda a explicar por que, de
1995 a 2005, foi de 20,2% para 28,5% o percentual de mulheres entre o total de
chefes de família. Esse aumento aconteceu mesmo em famílias onde havia cônjuge.
Em 1995, do total de mulheres chefes de família, 3,5% viviam com seus maridos.
Nesse mesmo levantamento de dados do IBGE, esse percentual aumentou para
18,6%. Entre as regiões metropolitanas, as mulheres chefiavam proporcionalmente
mais lares em Salvador, 42%. O índice é alto também em Belém (40,9%). Em
Curitiba, estava em 30,3%. Para o presidente do IBGE, Eduardo Pereira Nunes, a
intensa urbanização brasileira das últimas décadas está por trás dessa e de outras
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Através do programa de extensão “Universidade sem fronteiras” da Universidade Estadual do Oeste do Paraná
(UNIOESTE) foi criado o Núcleo de Estudos e Defesa dos Direitos da Infância e Juventude (NEDDIJ) que tem
como objetivo atuar como defensor público ou curador especial em casos que envolvam o enfrentamento à
Violência Sexual Infanto-Juvenil, assim como medida de proteção, abrigamento e destituição de poder familiar.
A partir dos atendimentos realizados pelo Núcleo são desenvolvidos projetos de pesquisa com intuito de intervir
nas escolas e locais de maior incidência dos casos, buscando a prevenção e educação da sociedade civil em geral.
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Pesquisa realizada quando eu pertencia como pedagoga ao Núcleo de Estudos e Defesa dos Direitos da Infância
e da Juventude (NEDDIJ), programa de extensão ‘Universidade sem fronteiras’ da Universidade Estadual do
Oeste do Paraná (UNIOESTE), dados obtidos a partir do projeto Causas da Criminalidade entre os Adolescentes:
locais de maior incidência (Caderno de Campo: fevereiro-agosto, 2012).
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Quando apregoamos a palavra genitor para denominar pai e mãe, devido à constatação que pai e mãe são
pessoas que amam a seus filhos.
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Irmãos, cunhados, padrasto e avós.
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moram com os pais; 11% moram com os avos; 7,8% moram com o pai; 4,7% moram
com os tios; 4,7% moram os com os irmãos e 6,2% moram com outros.
O que podemos verificar é que a estrutura familiar que a sociedade ocidental descreve
como perfeita (pai, mãe e filho) não é presente, pois como no caso destes adolescentes que
estão em conflito com a lei, verifica-se que não possuem tal estrutura familiar. Ou seja, o
modelo familiar imposto pela sociedade já foi vista por nós que é falho, o que
compreendemos como família na atualidade é o grupo de pessoas que possui amor entre os
familiares e lhes dão proteção, garantindo o melhor possível a todos. Assim nos questionamos
e devemos investigar como se dá a relação das famílias desses adolescentes em conflito com a
lei: Será que falta de amor familiar é um dos fatores para estes adolescentes entrarem e
permanecerem em conflito com a lei? Essas e outras questões ainda não podemos responder,
mas nos faz refletir sobre a família e sobre os atos infracionais cometidos por crianças e
adolescentes.
Dentro desta perspectiva, Eiguer (1985) afirma que a família é uma realidade
inconsciente para cada membro, ou seja, por mais que se afirme que a família
moderna está se fragmentando devido a divórcios, produções independentes ou
qualquer outra forma de constituição e reorganização, ela se faz presente através
de representações do vínculo e do coletivo grupal. Ainda segundo este autor, a
família é composta de membros que têm modalidades de funcionamento psíquico
inconsciente diferentes de seu funcionamento individual (GIRALDI & WAIDEMAN,
2007: 8).
Segue alguns escritos dos adolescentes em conflito com a lei para suas famílias,
muitas vezes pedindo desculpas ou até mesmo mostrando o amor que os meus tenspor seus
familiares, visto que, na maioria a família deles se constitui somente da mãe:
Mae voce é a única pessoa que se preocupa comigo eu presizo que voce fica do
meu lado a qui não é fasio eu não quero mais cai aqui não vou mais uzar mais
drogas porque ela estraga a minha família mais eu prometo que vou aguntar ela de
novo so preciso de mais uma chanse e peso que voce mede esachance. (L. K. da S.)
(Caderno de Campo, junho, 2012).
Mãe se eu tivesse escutado seus conselhos não estaria aqui, dizia para eu estudar e
ser alguém na vida mas ouvimos conselhos mas pensamos que é só ilusão, mas
estou vendo, como diz o ditado quem não ouve conselho, ouve coitado agora todos
dizem coitado do R. Mas tudo o que acontece em nossas vidas nada é em vão, que
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nem a senhora disse isso é uma lição. (R. R. de S) (Caderno de Campo, junho,
2012).
Pensar a criança e adolescente como um cidadão com direitos e deveres, e não como
um ser qualquer, implica, no entanto, outro modo de conceber a sociedade e a vida humana.
Diversas transformações ocorridas na sociedade, tais como o aumento das separações
conjugais, desigualdades sociais e educacionais, regionais e raciais, também obrigam aos
membros da família, inclusive crianças e adolescentes, a buscar condições materiais que
garantam sua existência, muitos acabam cometendo erros e entrando em conflito com a lei.
Os casos concretos corroboram os dados acima descritos, conforme trechos dos
depoimentos de alguns adolescentes apreendidos, afirmando os motivos familiares que os
levaram a entrar em conflito com a lei:
L.K.S (16 anos) alega: Eu estava a procura de trabalho e voltar para a escola, mas
as coisas ficaram difíceis e minha família precisava de dinheiro, então, eu fui
furtar.
O.I.C.F. (17 anos) afirma: Levei os cigarros para ganhar dinheiro e pagar o
colégio em que estudo, pois meus pais estão sem dinheiro.
G.S.M. (15 anos) pronuncia: Meu pai está doente e estamos devendo no mercado,
com esse dinheiro eu ajudaria meu pai com os remédios e a comida. (Caderno de
Campo, abril, 2012).
Considerações Finais
Referências bibliográficas
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ARANHA, Maria Lúcia de Arruda. Temas de filosofia. 2 ed. São Paulo: Moderna, 1998.
DIAS, Maria Berenice. Manual de Direito das Famílias. 3 ed. Porto Alegre: Revista dos
Tribunais, 2006.
OLIVEIRA, Beatriz Rosana Gonçalves de & ROBAZZI, Maria Lúcia do Carmo Cruz. O
adolescente trabalhador: determinadas e repercussões do trabalho precoce. Cascavel:
Edunioeste, 2006.