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Imagem 1: Fonte: Ivan Veras. Imagem capturada de um vídeo. Imagem 2: Fonte: Ivan Veras. Imagem capturada de um Imagem : Fonte: Ivan Veras. Imagem capturada de
vídeo. um vídeo.
Dalcroze afirmava que era o ritmo, o facilitador e o organizador da prática dos elementos musicais
pela criança e o que lhe tocava de imediato a sensibilidade.
SOBRE O MÉTODO DE EDGAR WILEMS:
Ele pregava que a educação musical estava à disposição de todos, independente do talento
musical. Seu método buscava desenvolver o ouvido, o senso rítmico, fornecendo as bases para
que o aluno possa solfejar, tocar um instrumento ou utilizá-lo em qualquer disciplina musical.
Qualquer meio que fosse extra-musical estava fora do seu método, não era usado nem como
referência de base, ponto de partida. Todos os elementos constantes são inspirados na música.
A sua metodologia está dividida em uma série de fases fundamentais:
1. Desenvolvimento sensorial e auditivo. Esse desenvolvimento nada mais é do que a educação do ouvido musical no seu
triplo: sensorial, afetivo e mental. Para tanto, o professor deve se valer de vasto material que leve a criança a: ouvir,
reconhecer e reproduzir;
2. Desenvolvimento do instinto rítmico. Movimentos corporais naturais: andar, correr, saltar, etc., partindo da própria música
e tendo por finalidade o desenvolvimento mínimo da corporalidade e do máximo de sentido de tempo. 1º é o ritmo físico e plástico;
2º é o ritmo expressivo (PAZ, 2013)
3. Canções (que devem ser selecionadas pedagogicamente, ou seja, pensadas dentro do contexto do que se deseja alcançar): elas
são para ele o elemento mais eficaz para despertar a vida afetiva. Ele sugere que se use canções de 2 a 5 notas, canções de
intervalos e canções para trabalhar o movimento;
4. Desenvolvimento do “tempo” e do “caráter” mediante marchas.
Edgar Willems aconselhava que se trabalhasse com grupos reduzidos de crianças para que
se pudesse dar mais atenção a elas, mas dentro da realidade das escolas brasileiras isso é
muitas vezes impossível de se conseguir. Nesse momento, o professor precisa estar com
seu trabalho bem estruturado, seu plano de aula deve contar com um certo grau de
criatividade para poder driblar esses percalços.
Uma outra grande dificuldade que pode surgir é tocar o método, conseguir fazer um
trabalho musical sem instrumentos, como ele utilizava. Nesse caso, a criatividade tem que
entrar em cena mais uma vez, para que professor e aluno possam conduzir o trabalho
que estiver à mão.
Para proporcionar um desenvolvimento auditivo pleno das crianças, Willems pesquisou várias
fontes sonoras e criteriosamente passou a empregar algumas em seu trabalho, sugerindo seu
uso a outros professores:
Fonte: http://4.bp.blogspot.com/-OejwKbd9nUw/UqCw98m4zAI/AAAAAAAAAGg/bgiczIu-ZIk/s1600/manossolfa_Kodaly.png
Muitos dos métodos que foram escritos por Ádám durante o tempo em que trabalharam
juntos acabaram sendo adotados por Kodály e passaram a fazer parte de sua metodologia.
E, com base em suas pesquisas sobre o folclore do seu povo, ele elegeu o canto como a
principal ferramenta do método. Todos os seres humanos saudáveis podem cantar e,
assim, a prática musical se torna acessível a todos, diferente de tocar um instrumento,
onde nem todos podem adquirir um ou ter condições de aprender o instrumento
escolhido.
Outra proposta considerada um dos pilares do método Kodály foi a do Solfejo Relativo
(conhecido como Dó-móvel ou tonic-solfa), que tem sua gênese ligada ao sistema
hexacordal, criado no século XI pelo monge beneditino Guido de Arezzo. Esse sistema
ganhou projeção dentro e fora da Hungria ao ser adotado por Kodály. Ele conheceu o Dó-
móvel na Inglaterra, onde o já era usado há um certo tempo.
A questão rítmica foi outro aspecto da sua metodologia que ganhou especial atenção. Foi adotada a Silabação Rítmica. Na
silabação as figuras são representadas por sílabas: “ta” para semínima, “ta-te” para colcheia, “ta-fa-te-fe” para
semicolcheia. Kodály dizia que o contato do aluno com a silabação deveria ser lúdica, que proporcionasse um aprendizado
natural, intuitivo e prazeroso. (COSTA E SILVA, 2013).
Em meados da década de 1930, Kodály e Jenö estiveram à frente de um projeto de longo
prazo que visava reformular a educação musical nas escolas húngaras, onde obtiveram
pleno êxito.
O que conhecemos como Método Kodály é uma coletânea de 22 obras, que vão das
Canções de Berçário, para crianças a partir do 3 anos de idade, até os Epigramas, para
duas vozes e piano, que em geral é utilizado nos conservatórios e cursos superiores de
Música.
SOBRE O MÉTODO ORFF:
Profuso compositor e pedagogo, Orff afirmava que o texto, por sua importância, teria a primazia
sobre a melodia. Ambos seriam unidades indissociáveis, tanto que se o texto sofresse tradução
sua relação com a melodia estaria comprometida.
Na década de 1920, Carl Orff começou a se dedicar à área da arte educação. Em 1924
fundou a Escola Günther (Günther – Schule München), cuja a proposta pedagógica era
fundir música e movimento. Para concretizar essa proposta, Carl Orff se juntou à ginasta e
artista plástica Dorothee Günther.
Orff, nesta escola, desenvolveu o conceito de uma música primeva, uma forma de reunir todos os
elementos da música, da linguagem e do movimento.
Nos anos 1930 ele se dedicou a um novo projeto voltado para o ensino de música. Incentivado
por amigos, dentre eles podemos citar Curt Sachs que além de musicólogo é o fundador da
Organologia, ele se aproxima da música “não-europeia” e se familiariza com toda a gama de
instrumentos utilizados, que serviram de base para que Orff criasse sua coleção de
instrumentos, conhecidos hoje como Instrumental Orff (esses instrumentos e sua proposta
deram origem ao Müsik für Kinder (música para crianças) e dessa proposta surge o Método
Orff ou Orff – Schulwerk).
Embora o método Orff possua similaridades com outros, o seu instrumental é um excelente
assessório no processo de ensino aprendizagem. Ele não escreveu teorias ou teses sobre
seu trabalho, tudo que podemos inferir de sua pedagogia e as ideias sobre ela, foram
tiradas da sua obra musical, em especial a composta para a Schulwerk, e da forma como
essas ideias foram aplicadas no ambiente escolar. (ÁVILA, 2014)
SOBRE O MÉTODO SUZUKI:
Quando retornou ao Japão após a Segunda Guerra Mundial, uma indagação o intrigava: “Todos
nascemos com o mesmo talento para a música?
Para responder a essa interrogação ele se valeu do axioma: “o único aprendizado satisfatório que
o homem realiza com prazer é o da língua materna.” (ÁVILA,2014,aula6,p.2).
A partir daí, ele passou a se perguntar como as crianças adquiriam o domínio do idioma muito
antes de adquirir a capacidade de ler e escrever. Depois de muito elucubrar sobre o assunto, ele
chegou à conclusão que isso acontecia pela imitação, pelo estímulo e pelo amor.
“Mais do que um simples método de ensino instrumental, a Educação do talento é uma verdadeira filosofia
educacional que propõe uma nova leitura da criança instrumentista, do talento, do papel da socialização na
aprendizagem instrumental e do potencial da educação musical na vida humana” (ILARI & MATEIRO,2010,
p.187)
Suzuki deu uma contribuição importante à discussão que envolve a noção de talento
musical. Para Suzuki, o talento não é resultado da casualidade, nem é algo congênito
que nasce com o indivíduo, mas está intimamente relacionado com a imaginação
criadora e com a experiência sensível, ou seja, consequência de um estudo sistemático
(SUZUKI,1983 [1969], apud: ILARI & MATEIRO,2010, p.187).
Para Suzuki, toda criança possui a capacidade de aprender, desde que as condições
propícias sejam oferecidas: estímulo, amor e educação adequada.
Suzuki formulou sua filosofia bem antes que outras teorias psicológicas e educacionais fossem
formuladas. Uma dessas modernas teorias é a do psicólogo cognitivo e educacional norte-americano
Howard Gardner:
“Sabe-se que a competência musical precoce apresenta-se nos indivíduos já quando estes são bebês. As
crianças normais cantam e balbuciam. Podem emitir sons individuais, produzir padrões ondulantes, imitar
padrões prosódicos e sons cantados por outros com precisão tal que afasta a mera produção aleatória de
sons” (GARDNER, 1994,p.85).
Nesse aspecto Gardner e Suzuki tem pensamentos semelhantes. Suzuki, antes de mais nada,
almejou com a sua filosofia uma formação integral do ser humano.
Mas Gardner, que propôs a Teoria das Múltiplas Inteligências (dentre ela a inteligência musical)
se preocupava com algumas propostas contidas no Método Suzuki, que eram limitadoras. Dentre
elas o caráter limitado do repertório Suzuki, e sobre isso ele expressou o que lhe preocupava:
As crianças ficam com a impressão de que o importante em música é repetir um som assim como ouviu e não
modificá-lo de nenhuma maneira. Não é de se admirar que poucos, se é que há, alunos treinados por Suzuki,
mostram alguma inclinação pela composição. Até a ideia de uma outra possibilidade, a de decompor uma
peça até chegar às suas próprias variações preferidas, é evitada nessa tão alta forma imitativa de ensinar.
(GARDNER, 1994,p.86)
A preocupação do psicólogo americano procede, mas o Método Suzuki, como outros métodos ativos,
abrem espaço para que o professor possa evitar limitações.
Ele era defensor da proposta de que o aluno deveria ter flexibilidade e liberdade de movimentos, e
em todas as aulas os alunos tocavam em pé para proporcionar aos mesmos essa mobilidade.
Suzuki era um idealista, cria no homem e na educação. Para ele, o papel do professor não se restringe a
ensinar música ao aluno, mas tem o papel de ajudar a criança a cultivar a espiritualidade que lhe permita
observar o mundo musical. Seu objetivo principal não é o ensino do instrumento propriamente dito, mas a
educação musical da criança. ( ÁVILA,2014).
“Se o educador tiver conhecimento das capacidades que podem ser desenvolvidas, a capacidade
gerará capacidade e o talento desenvolverá o talento” (SUZUKI,1983,p.13-14)
Bibliografia Unidade III :
ÁVILA, Marli B. Métodos Ativos (II). São Paulo: artigo, 2014. Disponível In:
http://www.anhembi.br/html/ead01/pedag_musical/aula5.pdf
COSTA E SILVA, Carlos Fagner da. O APRENDIZADO DO SOLFEJO PELO MÉTODO KODÁLY. Rio de Janeiro: TCC- Unirio,
2013. Disponível in: http://www.domain.adm.br/dem/licenciatura/monografia/carlossilva.pdf
DALCROZE, Jacques Émile. Le Rythme, la Musique et L’Éducation.Lausanne: Editions Foetisch, 1965.
GERHARD, Marcus. Breve resumo. Disponível in: http://batepapoafinado.blogspot.com.br/2009/09/metodo-dalcroze-breve-
resumo.html
ILARI, Beatriz (org.),PAREJO, Enny. Pedagogias em Educação Musical. Curitiba:IBPEX,2011.
PAZ, Ermelinda A. Pedagogia Musical Brasileira no Século XX, Metodologia e Tendências. 2. ed. revista e
aumentada. Brasília: Editora MusiMed, 2013.
SUZUKI, Shinichi. Educação é Amor: um novo método de educação. 2ª ed. Santa Maria: Imprensa Universitária,1983