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Direito subjetivo, objetivo e potestativo: as

relações jurídicas e as posições Jurídicas dos


indivíduos1
Daniela Coelho
A relação jurídica é o vinculo entre duas ou mais pessoas. Conferindo a
(s) uma (s) o direito subjetivo de exigir e a (s) outra (s) o cumprimento de
um dever.
O direito OBJETIVO é o conjunto de normas escritas (jus scriptum) e nao
escritas representadas por modelos genéricos como os códigos, as
leis,Ex cpc, Lei do ECA , estatudo do idoso,... O direito OBJETIVO é
CONSIDERADO UMA NORMA DE AGIR (norma agendi) e visa ordenar
as relações sociais através de normas escritas).
Já o direito SUBJETIVO é o oposto pois associa-se a noção de
faculdade, de "facultas agendi". De acordo com Perlingiere o direito
subjetivo é o poder reconhecido pelo ordenamento jurídico a um sujeito
para a realização de um interesse do próprio sujeito. Refere-se a
POTENCIALIDADE do exercicio de um direito. Podem ser :
• DIREITOS DE GOZO: Existe independente da intervenção do
particular ex direito a vida, ao nome, a honra,...
• DIREITOS DE AGIR- praticas de certos atos que devem decorrer de
sua vontade. ex: de sindicalizar-se, de propor uma ação
• DIREITOS FUNCOES: Existe independente da MANIFESTAÇÃO de
vontade do seu titular: ex direito do Estado em punir, tributos,..
Ao sujeito ativo se dá o direito de exigir da outra. Ao sujeito passivo o
cumprimento de um dever.
Posições Jurídicas dos indivíduos é a situação jurídica do sujeito em uma
relação, por força da qual é chamado a agir na esfera jurídica do outro.
Podem ser:

1 Fonte: https://danicoelho1987.jusbrasil.com.br/artigos/577910182/direito-subjetivo-objetivo-e-
potestativo. Acesso em: 20 fev. 2019.

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POSIÇÕES JURÍDICAS ATIVAS=> Há uma posição de vantagem de um
dos sujeitos da relação jurídica em relação ao outro, em decorrência de
uma norma jurídica.
· Poder jurídico - a uma pessoa é atribuída poderes relativos sobre outra
· Direito Subjetivo - implicam atos bilaterais dos sujeitos da relação
jurídica
· Direito Potestativo - decorrem de ato unilateral de seu titular. Ex: O
direito que tem o mandante (outorgante) de revogar o mandato concedido
ao seu mandatário (outorgado), divórcio, retirada de sociedade,
demissão.
· faculdade jurídica – É o poder de agir permitido pelo direito, pela
satisfação do interesse legitimo. EX: FACULDADE DE CONTRATAR,
TESTAR, CASAR,..
POSIÇÕES JURÍDICAS PASSIVAS => É a posição contra quem é
dirigida a vontade do sujeito ativo.
· Obrigação - é o dever jurídico de uma prestação
· Ônus - a necessidade que o agente tem de comportar-se de
determinado modo para realizar interesse próprio. Ex:sujeito que tem o
ônus de provar em juízo os fatos alegados (art. 373 doCPC).
· Sujeição - efeitos jurídicos que se impõem a outra pessoa
· Dever jurídico -Ao direito subjetivo contrapõe-se o dever jurídico Ex: o
locatário paga os alugueres (dever/obrigação) para satisfazer o titular do
direito (no caso o locador).
CLASSIFICAÇÃO DOS DIREITOS SUBJETIVOS
• públicos e privados
• absolutos e relativos
• patrimoniais e extra patrimoniais
• originários e derivados
• principais e acessórios

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Direito Subjetivo Público - Titularidade pertence ao público – É o
PODER/DEVER DO ESTADO. Nas relações jurídicas de direito público, o
Estado pode ser sujeito ativo ou passivo, basta que esteja atuando no
interesse público, no interesse da sociedade – ex: art. 5º, II da CF
Direito subjetivo privado – são aqueles que provêm de normas de
caráter privado, ou seja, que tratam das pessoas em uma relação de
igualdade. Constituem a maioria dos direitos subjetivos.
Sob o aspecto econômico, os direitos subjetivos privados dividem-se
em patrimoniais e não patrimoniais.
Patrimoniais – Valor de ordem material, podendo ser apreciados
pecuniariamente. Os Dir. patrimoniais subdividem-se em reais,
obrigacionais, sucessórios e intelectuais.
• Reais têm por objeto um bem móvel ou imóvel ex: usufruto, penhor
• Obrigacionais - também chamados de crédito ou pessoais, têm por
objeto uma prestação pessoal, como ocorre no mútuo, contrato de
trabalho etc.
• sucessórios surgem em decorrência do falecimento de seu titular e
são transmitidos aos seus herdeiros.
• intelectuais dizem respeito aos autores e inventores, que têm o
privilégio de explorar a sua obra, com exclusão de outras pessoas.
Os direitos subjetivos de caráter não patrimonial desdobram-se em:
personalíssimos - direitos da pessoa em relação à sua vida, integridade
corpórea e moral, nome etc. Chamados também de inatos, porque
tutelam o ser humano a partir do seu nascimento.
Ø familiais ou inatos Os primeiros são os direitos da pessoa em relação
à sua vida, integridade corpórea e moral, nome etc. São também
denominados inatos, porque tutelam o ser humano a partir do seu
nascimento. Já os direitos familiais decorrem do vínculo familiar, como os
existentes entre os cônjuges e seus filhos.
Direitos Subjetivos Principais - independentes, autônomos. Ex.: Direito
de propriedade, direito de crédito oriundo de controle, o Poder Familiar,
direito a alimentos.

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Direitos Subjetivos Acessórios- aqueles que dependem do principal,
não possuindo existência autônoma.Ex.:Contrato de fiança.
Direitos subjetivos transmissíveis e intransmissíveis
Os direitos subjetivos são, em regra, transmissíveis, isto é, podem
ser transferidos para outros sujeitos.
Os direitos intransmissíveis dizem respeito aos direitos da
personalidade. Ex.: Direito à honra, à vida, ao nome, à imagem. Além
desses, temos alguns direitos patrimoniais que são intransmissíveis
através da sucessão hereditária como, por exemplo, o usufruto, o
contrato de trabalho, o dever de prestar alimentos etc.
Sub-rogação- Significa, em sentido amplo, substituição de um titular de
direito por outro , ou de uma coisa por outra.
Sub-rogação Pessoal: quando uma pessoa natural ou jurídica substitui
outra na relação jurídica seja por ato inter vivos, seja causa mortis.
Sub-rogação Real: quando um bemt oma lugar de outro como objeto do
direito
Sucessão - Na hipótese de transmissão derivada, o novo titular adquire o
direito do seu anterior titular. Nesse caso, temos o fenômeno da
SUCESSÃO. Dá-se a sucessão quando alguém assume o lugar do outro
sujeito em um determinado direito subjetivo.
Pode ocorrer inter vivos, : compra e venda
causa mortis, como no caso da sucessão hereditária.
A sucessão é presidida por certos princípios gerais, como, por exemplo, o
de que ninguém pode rtransmitir mais direitos do que possui ou de que
não se pode adquirir mais direitos do que possuía o seu titular anterior.
Direitos Subjetivos Absolutos - exercidos erga omnes = que tem
efeito ou vale para todos (diz-se de ato jurídico). Assim, a principal
característica dos direitos absolutos é o dever geral de abstenção
Os Direitos Subjetivos Relativos são aqueles em que está na situação
jurídica passiva uma pessoa ou pessoas determinadas. Existe uma
relação jurídica entre as partes, seja decorrente de contrato, de ato ilícito
ou de imposição legal.

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Aquisição de direitos derivada – transmissão de um titular para o outro.
Ex:compra e venda
Aquisição de direitos originário – o direito nasce no momento em que o
titular se apropria, o direito nasce com fato. Ex: usucapião Translativa–
transferência total ex: compra e venda avista.
Constitutiva–transferência parcial. Ex: doação com usufruto
Inalienabilidade -É a indisponibilidade de uma coisa ou de um direito.
Pelo nosso Direito, há três categorias de bens inalienáveis:
• os NATURALMENTE indisponíveis, como, por exemplo, o ar
atmosférico e o mar, considerados como bens não-econômicos,
em face de sua grande quantidade
• os que são LEGALMENTE inalienáveis, como, por exemplo, os
bens públicos de uso comum do povo ou de uso especial, os bens
dotais, os bens de incapazes, o corpo, a vida, etc.;
• os inalienáveis pela VONTADE HUMANA, isto é, resultante de
manifestação de vontade que não pode ser arbitrária, somente
pode ocorrer nos casos previstos em lei. Pode ser temporária ou
vitalícia.
Direitos renunciáveis e não renunciáveis – os direitos renunciáveis são
aqueles em que o sujeito ativo, por ato de vontade, pode deixar a
condição de titular do direito sem a intenção de transferi-lo a outrem
Direitos não renunciáveis ex os direitos personalíssimos.
Direito adquirido: art. 5º, XXXVI, da constituição federal. Direito
adquirido é, pois, todo direito fundado sobre um fato jurídico que já
sucedeu, mas que ainda não foi feito valer.
Se o direito subjetivo não for exercido, sobrevindo uma lei nova, tal direito
transmuda-se em direito adquirido, porque era um direito exercitável e
exigível à vontade do seu titular e que já tinha incorporado ao seu
patrimônio, para ser exercido quando conviesse. Todavia, se o direito
não configurava direito subjetivo antes da lei nova, mas sim mera
expectativa de direito, não se transforma em direito adquirido sob o

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regime da lei nova, pois esta não se aplica à situação objetiva constituída
sob a vigência da lei anterior.
Há por conseguinte, expectativa de direito quando ainda não se
perfizerem os requisitos adequados ao seu advento, sendo possível sua
futura aquisição.
O patrimônio vem a ser o conjunto das relações jurídicas (direitos e
obrigações), efetivamente constituídas, como valor econômico, da
atividade de uma pessoa física ou jurídica de direito privado ou de direito
público.
Portanto, o que não pode ser atingido pelo império da lei nova é apenas o
direito adquirido e jamais a simples expectativa de direito.
Realmente, expectativa de direito é mera possibilidade ou esperança de
adquirir um direito por estar na dependência deum requisito legal ou de
um fato aquisitivo específico.
O direito adquirido já se integrou ao patrimônio, enquanto a expectativa
de direito dependerá de acontecimento futuro para poder constituir um
direito.

Daniela Coelho
Bacharel em Direito, Bacharel em relações internacionais, pós- graduada
pela COPPEAD.

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