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http://shangri-la-spirit.blogspot.com/2010/02/os-tres-senhores-do-
ego.html
Nas últimas poucas décadas, tem se tornado cada vez mais claro que a
humanidade está enfrentando uma crise de proporções sem
precedentes. A ciência moderna desenvolveu medidas efetivas que
poderiam resolver a maior parte dos problemas urgentes do mundo atual
– combate à maioria das doenças, eliminar a pobreza e a fome, reduzir a
quantidade do desperdício industrial e substituir os combustíveis não
renováveis por fontes de energia limpa.
Entregar-se não significa ser inferior e tolo, nem querer ser elevado e
profundo. Não tem nada a ver com níveis e avaliações. Ao invés disso,
entregamo-nos porque gostaríamos de nos comunicar com o mundo tal
"como ele é". Não precisamos nos classificar como cultos ou como
ignorantes. Sabemos onde estamos e, portanto, fazemos o gesto de
entrega, da abertura, que quer dizer comunicação, ligação, comunicação
direta com o objeto da nossa entrega. Não nos constrangemos com
nossa rica coleção de qualidades cruas, rudes, belas e puras.
Apresentamos tudo ao objeto da nossa entrega. O ato básico da entrega
não implica a adoração de um poder externo. Antes disso, significa
trabalhar junto com a inspiração, de modo que nos tomamos um
recipiente aberto no qual o conhecimento pode ser vertido.
Embora não possamos evitar o sofrimento, nós podemos ter uma certa
influência em sua ocorrência e na forma que ele se apresente. Minhas
observações ao trabalhar com os estados holotrópicos indicam que
quando confrontamos com o lado sombrio da existência numa forma
condensada e focalizada em sessões deliberadamente planejadas, nós
podemos reduzir significativamente suas várias manifestações em nossa
vida do dia-a-dia. Existem alguns outros modos nos quais a auto
exploração sistemática pode nos ajudar a enfrentar com sucesso o
sofrimento e as experiências de situações difíceis da existência. Depois
de termos aprendido a suportar a intensidade extrema das experiências
dos estados holotrópicos, nossa atitude básica ao enfrentar o início de
qualquer sofrimento sofre uma profunda mudança e as provações e
atribulações da vida do dia-a-dia serão muito mais fáceis de suportar.
Há uma história sobre o Buda em que se conta como ele, de uma feita,
transmitiu ensinamento a um famoso tocador de citara que desejava
estudar meditação. Perguntou o músico: "Devo controlar minha mente
ou devo deixá-la completamente solta?" O Buda respondeu: "Visto que
você é um grande músico, diga-me como afinaria as cordas do seu
instrumento." Disse o músico: "Eu não as deixaria ficar nem demasiado
retesadas nem demasiado frouxas." "Da mesma forma," acudiu o Buda,
"na sua prática da meditação você não deve impor nada com demasiada
força à sua mente, nem deve permitir que fique ao leu." Eis aí o
ensinamento de como deixar a mente ser de um modo bastante aberto,
de como sentir o fluxo da energia sem tentar sujeitá-lo e sem deixar que
ele se descontrole, de como acompanhar o padrão da energia da mente.
Essa é a prática da meditação.