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Como plantar uma igreja congregacional saudável?

“Enquanto isso, acrescentava-lhes o Senhor, dia a dia, os iam sendo salvos” ( At 2.47b)
Talvez não exista pergunta mais importante ou tão urgente como essa para – nós
congregacionais. A preocupação gerada pela problemática tem sido externada pelos
congregacionais de todo o Brasil. Passamos por um momento de reflexão, através do qual
muito se questiona o não crescimento de nossa denominação e ainda somos assombrados
com a possibilidade de um decréscimo vertiginoso nos próximos anos. Pensando a partir de
minha região, no agreste pernambucano, onde, por décadas, os campos congregacionais que
surgiram foram em sua maioria frutos de divisões de igrejas congregacionais já existentes, o
que não se representa como um real crescimento, mas, tão somente, um fracionamento de
membresia já existente.
No entanto, graças ao bom Deus, novos ares estão soprando em nossa região, novos
campos estão sendo plantados, surge uma nova esperança em nossos corações de dias
melhores. Fui agraciado com a honra de ser responsável pela plantação de uma nova igreja,
tenho enfrentado todas as dificuldades inerentes a essa tarefa, contudo também posso
testemunhar como é inspirador ver o surgimento de uma nova comunidade cristã. Proponho,
três características, que entendo serem imprescindíveis para a plantação de igrejas
saudáveis, esperando que possam ser usadas como princípios que produzam inspiração para
novos projetos, porém que sejam tratadas como integrantes de um modelo do que é certo
ou errado.
A primeira característica que acredito ser indispensável para a plantação de uma igreja
saudável é ter um início correto. Quero dizer com isso, que o projeto de plantação deve ser
algo que surja por causa do engajamento de igrejas congregacionais, que amam a obra
missionária e que, depois de um período de reflexão e oração, decidam, com o apoio de seus
membros, abrir um novo campo. Começar de maneira correta, facilitará e muito na obtenção
de tudo aquilo que será necessário para a plantação, desenvolvimento, manutenção,
supervisão e futura emancipação. Esta tem sido minha experiência. Começamos o nosso
trabalho com o apoio de igrejas que amam à obra missionária, mas todo processo se deu
seguindo os passos corretos. Isso nos proporciona um clima extremamente favorável.
Quando um novo campo surge, é de suma importância ter todo apoio financeiro, espiritual e
pastoral, o que será mais facilmente oferecido quando se inicia de forma correta. Uma
relação de respeito, submissão, irmandade, solidariedade e prestação de contas com essas
igrejas parceiras deve ser algo buscado por aqueles que serão alcançados pela abertura do
novo campo missionário. Ao existir uma relação saudável com as igrejas plantadoras é quase
garantida a plantação de uma nova igreja congregacional sadia.
A segunda característica é a escolha de um bom pastor ou missinário, que ficará
responsável pela futura comunidade. E quando escrevo bom, não estou pensando em
alguém superpreparado, ou um extraordinário pregador, nem tão pouco em um excelente
gestor. Mas, tão somente, alguém que esteja vivendo uma vida ministerial saudável, que se
relacione bem com sua família, que caminhe bem com outros pastores e que demonstre um
notado amor e zelo pela expansão do reino de Deus. Além disso, deve ser alguém que tenha
plena consciência de um projeto coletivo, que não trate a Igreja de Cristo como um mero
projeto pessoal, ou seja, que não tratará essa futura igreja como sua. Um líder que não verá
seus futuros congregados como seus seguidores, mas com ovelhas de Jesus Cristo,
dispensando-as o melhor cuidado pastoral possível, sabendo que um dia deverá prestar
contas por cada uma delas. Alguém cujo principal objetivo seja pregar tão somente o
Evangelho, de forma integral e fiel, não excluindo nenhuma de suas exigências. Um homem
de Deus que confiará no crescimento do trabalho, porque crê, com todas as forças de sua
alma, que o Espírito Santo é competente para atrair e converter pecadores e que Ele será o
único que poderá produzir um crescimento saudável.
Como terceira característica, proponho que reflitamos um pouco na importância de um
púlpito sadio. Como plantar uma igreja saudável, tendo um púlpito fraco, frágil e doente? É
necessário investirmos cada vez mais na preparação dos nossos futuros plantadores de
igrejas e na capacitação dos que já estão à frente dos campos. Quem sabe, oferecendo uma
pós-graduação específica ao término de nossos cursos de Teologia. Carecemos de uma nova
geração de plantadores de igrejas, homens e mulheres que saiam dos nossos seminários
tomados pelo sentimento de urgência da abertura de novos campos, mas que sejam
cônscios de que isso apenas será possível, se eles entenderem a responsabilidade de serem
representantes de púlpitos fortes, os quais serão usados para proporcionar a alimentação
saudável dos futuros congregados. Aqui, tratamos de algo quase que inquestionável: se
oferecermos uma boa alimentação espiritual poderemos, sim, descansarmos na certeza de
que Deus irá edificar um corpo saudável.
Concluo afirmando que devemos acreditar na reversão de nossa atual realidade. Sou
testemunha de que Deus pode criar uma igreja onde nada havia. Assim, é importante
rejeitarmos qualquer tipo de conformismo pessimista baseado na piora das coisas. Nós,
congregacionais, podemos reagir sim! Existem inúmeros de lugares que ainda não foram
alcançados por um projeto de plantação de uma igreja congregacional. Eu acredito, e luto
por isso. Não há nada que me impeça de acreditar que possamos viver nos dias futuros um
grande despertar missionário, o qual produzirá a abertura de centenas de novas igrejas
congregacionais.

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