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Frente III
CAPÍTULO 7 – REFRAÇÃO DA LUZ
gente aquele que apresenta maior índice de
Introdução refração.
Vimos no capítulo anterior que um feixe de Quanto maior o Índice de Refração Absoluto
luz, ao incidir numa superfície de separa-ção de de um meio, menor a velocidade com que a
meios, reflete-se. Além de refletir, esse raio luz o atravessa.
também penetra no meio adjacen-te. Verifica-se
experimentalmente que este feixe se propaga em Definimos também o índice de refração
uma direção diferente da direção do feixe relativo entre dois meios 1 e 2 como sendo:
incidente. Por exemplo, a direção de propagação
n1
da luz é alterada quando ela passa do ar para o n1,2
vidro. Quando isso acontece, dizemos que a luz n2
sofreu refração. Veja a figura:
Leis da refração
Consideremos dois meios homogêneos e
transparentes 1 e 2, com índices de refra-ção
absolutos n1 e n2 para uma dada luz
monocromática, separados por uma fronteira.
Considere 1 o ângulo de incidência da luz e
2 o ângulo de refração da luz. N é a normal à
fronteira no ponto de incidência.
O fenômeno da refração consiste, então,
da mudança de direção de propagação de
um feixe de luz ao passar de meio para outro.
Isto só pode ocorrer quando a luz se propaga
com velocidades diferentes nos dois meios.
Índice de Refração
Cada meio em que a luz se propaga
pode ser caracterizado por uma grandeza
denominada índice de refração absoluto
(n). Por definição, tal grandeza é obtida pelo
quociente entre a velocidade da luz no vácuo
(c = 300.000km/s) e a velocidade da luz no
1a Lei da Refração: O raio refratado pertence ao
meio (v).
plano de incidência.
c
n 2a Lei da Refração: Lei de Snell-Descartes
v
Note que o índice de refração (n) deve
ser sempre maior ou igual a 1, pois velocida-
n1 sen 1 n2 sen 2
de de propagação da luz é maior no vácuo do Da Lei de Snell, é importante notar que:
que em qualquer meio material (c > v). Para
o ar, temos aproximadamente, n = 1. Se n1 n2 sen 1 sen 2 1 2
Portanto:
Quando a luz passa de um meio menos refringente
para um mais refringente, seu raio se aproxima da
normal. Já quando a luz passa do meio mais Da figura, temos que: CD = BD – CD
refringente para o meio menos refringente, seu Mas como o ângulo de incidência é 1 = 45º
raio se afasta da normal. (diagonal do quadrado), temos que BD = x.
Do enunciado, temos que BC = 10 cm.
Exercícios de Sala Assim: CD x 10 (I)
01. Sabe-se que a luz se propaga em um Do triângulo CDE, obtemos também que
certo cristal com uma velocidade v = 1,5.10 8
m/s. CD x.tan 2 (II)
a) Qual é o valor do índice de refração do
cristal? De (I) e de (II), obtemos:
b) O cristal é mais ou menos refringente que 10
o sal, que tem índice de refração nsal =1,54? x (III)
1 tan 2
02. Um raio de luz, vindo do ar, atinge uma Da lei de Snell, temos que:
mesa de vidro, segundo um ângulo de 30º n1 sen 1 n2 sen 2
com a horizontal. Sendo que o ângulo de
refração observado foi de 45º, determine: Como n1 =1 (ar) e n2 =4/3 (água), obtemos:
a) O índice de refração absoluto do vidro.
b) Se o raio de luz incidisse perpendicular- 3 3 2
sen 2 sen 45º ou sen 2
mente na mesa, qual seria o ângulo de refra- 4 8
ção? Faça um desenho da situação. Usando as propriedades trigonométricas:
sen 2 sen 2
Exercício Resolvido tan 2
cos 2 1 sen2 2
01. Um recipiente cúbico, com paredes opa-cas, é Substituindo os dados e simplificando:
colocado de tal modo que o olho de um
observador não vê seu fundo, mas vê 3 2
integralmente a parede AB. Qual a altura mínima 8 3 23
tan 2 tan 2
de água que é necessário colocar no recipiente, 2 23
3 2
para que um observador possa ver um objeto C 1
que se encontra a 10 cm de B. A aresta do cubo 8
mede 40cm. Voltando na equação (III) e substituindo o
Use nágua = 4/3 valor da tangente calculado, obtemos:
n2
sen L
n1
Reflexão Total
Mas e se direcionarmos o raio, na fronteira O peixe, por sua vez, vê a criança cima da sua
entre um meio mais refringente e um menos posição, pois o raio que refrata e atinge o peixinho
refringente, de modo que seu ângulo de é como se estivesse sido emitido de outro lugar, no
incidência seja maior que o ângulo limite caso, um pouco acima, onde o peixinho verá uma
calculado? Nesse caso, não ocorrerá imagem virtual da criança.
refração, isto é, nenhuma fração do raio Quando estamos na beira de uma pisci-na de
atravessará a fronteira, sendo que todo ele águas tranqüilas, ela nos aprece mais rasa, como
será refletido, num fenômeno que chamamos você já deve ter observado. O que estamos vendo
Reflexão Total Interna. não é o fundo da piscina, mas uma imagem,
elevada em relação ao fundo, em virtude da
refração dos raios luminosos ao passarem para o
ar.
Elementos Principais
Centro Óptico: é o ponto do eixo
principal por onde passa um raio luminoso
sem sofrer desvio angular.
Foco (F): como a lente pode receber e
refratar luz nos dois sentidos, ela possui dois 2 – O raio de luz que incide paralelamente
focos, igualmente espaçados do Centro ao eixo principal refrata-se na direção do
Óptico, o Foco Imagem e o Foco Objeto. foco imagem
1 1 1
Imagem: Real, Mesmo Tamanho, Invertida
5) Objeto além do Centro de Curvatura f d i do
Equação do Aumento Linear Transversal
i d i
A
o do
Novamente, temos que um aumento positivo
significa que a imagem formada é direita e um
Imagem: Real, Menor, Invertida aumento negativo, que a imagem é invertida.
Lente Divergente: qualquer posição do objeto Vergência de uma Lente:
1
V
f
Associação de Lentes:
Em lentes justapostas, a vergência da
associação é igual à soma das vergências.
Miopia
A correção é feita com lentes externas
Em um míope, a formação da imagem de convergentes, que formam uma imagem no
objetos distantes se dá um pouco à frente da ponto próximo da pessoa de um objeto que
retina. Como conseqüência, objetos estaria a 25 cm do olho. Esta imagem será
próximos, que exigem um poder de refração perfeitamente focalizada na retina. A distân-
maior, são vistos com nitidez normal, mas os cia focal da lente para o hipermétrope é dada
objetos mais afastados vão ser vistos fora de pela seguinte expressão:
foco, sem definição. Veja o esquema do olho
1 1 1
míope abaixo.
f PPN PPH
Onde PPN é o ponto próximo normal e PPH é
o ponto próximo do hipermétrope, ambos
positivos. A presbiopia, ou vista cansada,
também é corrigida com lentes convergentes.
Astigmatismo
O astigmatismo é causado por imperfei-
ções no raio de curvatura da córnea. Estas
O ponto remoto (PR), para os míopes, imperfeições fazem com que cada raio
não está no infinito mas sim próximo do olho. luminoso focalize em um local diferente,
A correção da miopia é feita com lentes dependendo de seu ponto de entrada na
externas divergentes, que formam uma córnea. Isto impede a formação de uma
imagem de objetos que estão muito longe em imagem perfeita. A imagem aparece borrada
um ponto onde o míope enxerga bem. Em para qualquer distância. O astigmatismo pode
virtude disso, a distância focal da lente para o ser corrigido com o uso de lentes cilíndricas.
míope é dada pela seguinte expressão:
* Lupa
f PR Vimos que quando um objeto é colocado
entre uma lente convergente e seu foco,
Hipermetropia obtém-se uma imagem virtual e maior que o
objeto. Quanto menor for a distância focal da
Um olho com hipermetropia focaliza as lente convergente, maior será a ampliação
imagens em um plano depois da retina. Isso que é possível obter com ela.
causa uma dificuldade para focalizar objetos
muito próximos.
Uma pessoa com hipermetropia não
consegue enxergar nitidamente objetos a 25
cm, que seria o limite para um adulto normal,
o chamado ponto próximo. Veja a figura:
Exercícios de Sala
01. Na figura deste exercício, temos apenas
desenhados a imagem, o objeto e o eixo
principal. Utilizando raios principais, reconsti-
tua a lente em questão e determine
Quando uma lente convergente é usada geometricamente seus focos, vértice e centro
nessas condições, produzindo uma imagem óptico.
virtual aumentada, dizemos que ela é uma Resolução:
lupa, ou lente de aumento.
* Microscópio
Quando desejamos observar objetos
muito pequenos, necessitando de um
aumento maior do que o fornecido por lupas,
usamos um microscópio. Apesar de serem
aparelhos complexos, podem ser considera-
dos como constituídos de dois sistemas de
lentes que funcionam como duas lentes
convergentes. A lente que fica mais próxima
do objeto é denominada objetiva e aquela
através da qual a pessoa observa a imagem
ampliada é denominada ocular. 02. Um objeto de 200 cm de altura é
colocado a 5m de uma lente convergente.
a) Qual deve ser a distância focal da lente
para que uma imagem real se forme a 5 cm
da lente?
b) Qual deve ser o tamanho da imagem?
c) Faça um desenho da situação
Exercícios Resolvidos
01. A que distância de uma lente biconvexa, com Resolução:
distância focal f = 1m, é necessário colocar um
espelho esférico côncavo, que tem raio de Aplicando-se a Equação dos Pontos Conju-gados
curvatura R =1 m, a fim de que o raio que incide para uma das situações da imagem nítida, temos:
na lente, paralelamente ao eixo óptico principal do 1 1 1
sistema, depois da reflexão no espelho, saia da f d i do
lente e continue paralelo ao eixo óptico? Desenhe
1 1 1 1 DLL
a imagem de um objeto sobre o eixo principal.
f L D L f L D L
Resolução:
1 D
São possíveis dois casos: fD L D L (I)
I) O espelho encontra-se sobre o eixo principal a f L D L
uma distância d = f + R.
II) O espelho está a uma distância d = f = R. Repetindo o mesmo procedimento para a outra
situação de imagem nítida, temos:
I) Como queremos que o raio volte paralelo, uma
1 1 1
alternativa é fazer com que o raio refletido volte fD L' D L' (II)
sobre o raio refratado. Como ao incidir na lente f L' D L'
paralelamente, o raio refratado passa pelo foco, Igualando I e II, vem:
podemos fazer com que ele reflita sobre ele mesmo
se o foco da lente estiver sobre o centro de L D L L' D L'
17. (U.F. CAXIAS DO SUL) Com auxílio de uma 22. (UFF-RJ) Sobre o eixo óptico de uma lente delgada
lente convergente de distância focal f quer se obter a convergente, e muito afastado dela, é colocado um
imagem de uma vela acessa (objeto) de modo que a objeto real e pontual. A imagem deste objeto, formada
imagem e objeto tenham mesmas dimensões. Para tal pela lente, situa-se a 6,0 cm da mesma. Colocando-se
deve-se colocar: agora este objeto a 18,0 cm da lente (ainda sobre o seu
próprio eixo óptico), a nova imagem estará situada a
uma distância da lente aproximadamente igual a:
a) 3cm b) 4,5cm c) 9cm d) 12cm e) 24cm
02. (UNB) Um ladrão escondeu o produto de seu roubo 05. (UNICAMP) Ao vermos miragens, somos levados
numa pequena caixa, pendurada por uma corda de a pensar que há água no chão de estradas. O que vemos
2,4m de comprimento e amarrada no centro de uma é, na verdade, a reflexão da luz do céu por uma camada
bóia de base circular. A bóia estava em águas de índice de ar quente próxima ao solo. Isso pode ser explicado
de refração absoluto 5/4. Qual o raio mínimo que deve por um modelo simplificado como o da figura abaixo,
ter a bóia, para que, de nenhuma posição fora d’água, onde n representa o índice de refração. Numa camada
possa se ver a caixa? próxima ao solo, o ar é aquecido diminuindo assim seu
03. (ITA) Um prisma de vidro, de índice de refração n índice de refração n2. Considere a situação na qual o
ângulo de incidência é de 84°. Adote n1 = 1,010 e use a
= 2 , tem por seção normal um triângulo retângulo
aproximação sen 84° = 0,995.
isósceles ABC no plano vertical. O volume de seção
transversal ABD é mantido cheio de um líquido de
índice de refração n’ = 3 . Um raio incide
11. Um feixe de raios paralelos incide em uma placa 17. (UNESP) Dispondo-se de duas lentes convergentes
transparente, plana, paralela e infinita. A cada de distancia focais iguais a 1,00 cm, colocadas a uma
passagem pelo limite de divisão, de dois meios, a parte distancia d uma da outra e com seus eixos principais
de energia refletida é igual a p, i.é., Eref = pEinc, sendo, coincidentes, pretende-se obter uma imagem virtual
que não existe absorção no material da placa. Que parte 100 vezes ampliada de um pequeno objeto colocado a
da energia total do feixe incidente possuirá a luz que 2,00 cm da primeira lente. Qual deve ser a distância
passou? entre as lentes?
18. (FUVEST) Uma lente L é colocada sob uma
12. (VUNESP) Um objeto com 8,0 cm de altura está a lâmpada fluorescente AB cujo comprimento é AB =
15 cm de uma lente convergente de 5,0 cm de distância 120 cm. A imagem é focalizada na superfície de uma
focal. Uma lente divergente de distância focal –4,0 cm mesa a 36 cm da lente. A lente situa-se a 180 cm da
é colocada do outro lado lâmpada e o seu eixo principal é perpendicular à face
da convergente e a 5,0 cm dela. Determine a posição e cilíndrica da lâmpada e à superfície plana da mesa.
a altura da imagem final. A figura abaixo ilustra a situação. Pede-se:
a) O novo percurso dos raios extremos A1 e A2, 22. (FUVEST) Uma máquina fotográfica, com uma
identificando-os, respectivamente, por B1 e B2. (Faça, a lente de foco F e eixo OO’, está ajustada de modo que
lápis, as construções necessárias e, com caneta, o a imagem de uma paisagem distante é formada com
percurso solicitado). nitidez sobre o filme. A situação é esquematizada na
b) O novo tamanho e formato da região iluminada, na figura 1, apresentada na folha de respostas. O filme, de
representação vista de frente, assinalando as posições 35 mm, rebatido sobre o plano, também está
de incidência de B1 e B2. esquematizada na figura 2, com o fotograma K
correspondente. A fotografia foi tirada, contudo, na
presença de um fio vertical P, próximo à máquina,
perpendicular à folha de papel, visto de cima, na
mesma figura. No esquema da folha de respostas,
a) Represente, na figura 1, a imagem de P,
identificando-a por P’ (Observe que essa imagem não
se forma sobre o filme).
b) θ2 = 48º
5. a) n2 = 1,005
b) v2 > v1
25. (OBF) Supondo que o ponto próximo de uma 6. a)
pessoa esteja a 90 cm de distância da vista, qual a
potência dos óculos que esta pessoa deveria usar para
trazer o ponto próximo a 25 cm da vista? (Ponto
próximo é o ponto mais perto que o cristalino é capaz
de focalizar a imagem na retina; potência de uma lente
é igual ao inverso da distância focal)
CASD Vestibulares Físca 81
b) np = 2
7. a)
b)
c)
23. c
24. a) d = 35,3 mm
b) 4,12 m
25. 2,89 di
26. a) lente convergente; A = 5; i = 10 mm
b) maior, virtual e direita
1 1 1 / n2
27. F
2
6F1F2 8F1F2
28. F ' F ''
4F1 3F2 4F1 3F2
Anotações
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