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DEPEN – DEPARTAMENTO DE ENSINO

COORDENAÇÃO DE ENGENHARIA ELÉTRICA


DISCIPLINA: INSTITUIÇÕES DO DIREITO

A Profissão do Engenheiro Eletricista no Brasil e Seus Regulamentos


Acimarney Correia Silva Freitas¹, Ivan da Silva Bié2, Marcus Vinicius Silva Ferraz3, Mariana
Cardoso Mendes4

¹Orientador deste Artigo e Professor de Direito - IFBA. E-mail: acimarney@gmail.com


2
Graduando em Engenharia Elétrica- IFBA. E-mail: ivanbie1@hotmail.com
3
Graduando em Engenharia Elétrica - IFBA. E-mail: marcusvinicao@gmail.com
4
Graduanda em Engenharia Elétrica - IFBA. E-mail: marimaricme@gmail.com

Resumo: Este trabalho apresenta um estudo sobre o exercício do engenheiro


eletricista no Brasil. Mostrando os regulamentos necessários para o exercício
das competências desse profissional a partir do que esta inscrita no código civil
brasileiro. A metodologia utilizada tem como base leis, decretos, portarias,
resoluções encontradas no código civil brasileiro e nos sites dos conselhos que
regem as atividades dos engenheiros. Desta forma, este trabalho possibilitou
um estudo amplo sobre os direitos e deveres de um engenheiro eletricista.

1- INTRODUÇÃO

O engenheiro eletricista é o profissional capacitado para trabalhar na geração e


distribuição de energia elétrica, na construção de aparelhos eletrônicos, na
transmissão de informação dentre outras. As especializações dos engenheiros
eletricista se dividem em quatro grandes ênfases: eletrônica, eletrotécnica, automação
e telecomunicação.
As diretrizes de um engenheiro eletricista são regulamentadas principalmente
pela lei Nº 5.194, assim como os ramos da engenharia e arquitetura. Além da lei Nº
5.194 existe várias leis, decretos, resoluções e portarias que tem o papel de
regulamentar a profissão do engenheiro eletricista. Essas leis dispõem das atribuições
dos conselhos federais e regionais, CONFEA e CREA respectivamente, são estes que
normatizam e fiscalizam do registro ao exercício da profissão.
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A lei N°5.194 foi sancionada em 24 de Dezembro de 1966 pelo então


presidente da Republica Marechal Humberto de Alencar Castello Branco. O Conselho
Federal de Engenharia e Agronomia (CONFEA) em sua condição de órgão legislativo
publicaram as Resoluções N°1.002 de Dezembro de 2002 e a N°1.010 de 22 de
Agosto de 2005.

2- METODOLOGIA

Este artigo foi feito com base no estudo principalmente da lei Nº 4.950-
A, de 22 abril de 1966 e a lei Nº 5.194, 24 de dezembro de 1966, de vários
decretos, resoluções e portarias encontrados no código civil brasileiro e em
sites do Confea/Crea.

3- DESENVOLVIMENTO

No Brasil toda e qualquer atividade profissional relacionada ao ensino


superior necessita da graduação em uma instituição reconhecida pelo MEC e
um registro em seus respectivos conselhos, além de leis que regulamentam os
seus direitos e deveres.
O engenheiro eletricista é um profissional habilitado para exercer as
atividades em diferentes âmbitos, a depender das suas especializações
realizadas na instituição durante a graduação. As instituições de ensino
oferecem especializações nas áreas de automação industrial, eletrônica,
eletrotécnica e telecomunicação, a partir destas vertentes pode-se então gerar
vários meandros.
O profissional engenheiro eletricista no Brasil para o exercício da sua
profissão precisa estar registrado no Confea/Crea (Conselho Federal de
Engenharia, Arquitetura e Agronomia e Conselho Regional de Engenharia,
Arquitetura e Agronomia) se somente se registrado então o trabalhador pode
operar na sua área, sendo considerado irregular se conduzido de diferente

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forma. Esses conselhos então regulamentam através de: Lei Nº 4.950-A, de 22


abril de 1966, Lei Nº 5.194, de 24 de dezembro de 1966, Resolução Nº 1010 de
22 de agosto de 2005.
A lei Nº 5.194, de 24 de dezembro de 1966, disponibiliza praticamente
todos os atos normativos precisos para o exercício da profissão do engenheiro.
São eles o exercício profissional da Engenharia, da Arquitetura e da
Agronomia, o registro e fiscalização profissional, as disposições gerais e as
disposições transitórias. No qual constam o exercício das seguintes atribuições:

Art. 7°- As atividades e atribuições profissionais do engenheiro, do


arquiteto e do engenheiro-agrônomo consistem em:
a) desempenho de cargos, funções e comissões em entidades
estatais, paraestatais, autárquicas e de economia mista e
privada;
b) planejamento ou projeto, em geral, de regiões, zonas,
cidades, obras, estruturas, transportes, explorações de
recursos naturais e desenvolvimento da produção industrial e
agropecuária;
c) estudos, projetos, análises, avaliações, vistorias, perícias,
pareceres e divulgação técnica;
d) ensino, pesquisa, experimentação e ensaios;
e) fiscalização de obras e serviços técnicos;
f) direção de obras e serviços técnicos;
g) execução de obras e serviços técnicos;
h) produção técnica especializada, industrial ou agropecuária.

De acordo com as atribuições citadas acima cabe ao engenheiro


eletricista exercer as que se encaixam em suas especialidades, onde acima
estão consideradas num âmbito geral não especifico. É especificado sobre as
atividades do engenheiro eletricista nos Anexos I e II da Resolução Nº 1010 de
22 de agosto de 2005, resolução que dispõe sobre “a regulamentação da
atribuição de títulos profissionais, atividades, competências e caracterização do
âmbito de atuação dos profissionais inseridos no Sistema Confea/Crea, para
efeito de fiscalização do exercício profissional”. Esses anexos possuem tabelas
das áreas da engenharia dividas por suas especialidades, no caso de interesse
são mencionadas sobre os profissionais da elétrica, esclarecendo dessa forma

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todo o ramo de atuação desse profissional.

Em relação a remuneração do engenheiro eletricista, o piso salarial é


definido na da Lei Nº 4.950-A, de 22 abril de 1966, essa lei dispõe sobre “a
remuneração de profissionais diplomados em Engenharia, Química,
Arquitetura, Agronomia e Veterinária”. Onde são definidas as horas trabalhadas
de 6 horas diárias, o adicional noturno de 25%, o piso salarial como sendo
definido por seis vezes maior que o salário mínimo vigente no país.

Código de ética

A ética pode ser considerada como o conjunto de valores para tornar a


convivência em sociedade mais fácil. As profissões também necessitam de um
aglomerado de normas para que elas sejam executadas visando sempre o
ganho da sociedade, evitando que os interesses pessoais prevaleçam.

O código de ética que rege os engenheiros eletricista foi regulamentado


pela resolução N°205, de setembro de 1971, tendo em vista que a nossa
sociedade é dinâmica surgiu à necessidade de algumas alterações,
principalmente no sentido de deixar código de ética profissional mais claro, a
fim de evitar que infrações ficassem impunes, essa resolução foi revogada pela
resolução N°1002, de 26 de novembro 2002. Onde o CONFEA em suas
atribuições facultadas como pela lei N°5194, definiu os atos normativos do
código de ética.

A resolução N°1002 tem como objetivo tornar o exercício da função de


engenheiro segura e ética, determinando ao engenheiro o caminho a seguir
para desempenhar suas tarefas visando sempre à boa conduta no exercício da
função. Deixando claro o seu direito, como por exemplos, a proteção de seus

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trabalhos profissionais e uma remuneração condizente com suas atribuições


valorizando o profissional.

Com base na lei N°5194 as punições para o descumprimento da


resolução N°1002 ficaram a cargo dos Conselhos Federais (CREAS) através
das Câmaras Especializadas (estas câmaras são formadas por um
representante eleito pelo conselho e no mínimo três profissionais da mesma
área de atuação) esse fato fica exposto nos seguintes artigos:

• Art. 27. São atribuições do Conselho Federal:

n) julgar, em grau de recurso, as infrações do Código de


Ética Profissional do engenheiro, arquiteto e engenheiro-
agrônomo, elaborado pelas entidades de classe;
• Art. 34. São atribuições dos Conselhos Regionais:
d) julgar e decidir, em grau de recurso, os processos de
infração da presente Lei e do Código de Ética,
enviados pelas Câmaras Especializadas;
• Art. 45. As Câmaras Especializadas são os órgãos dos
Conselhos Regionais encarregados de julgar e decidir sobre os
assuntos de fiscalização pertinentes às respectivas especializações
profissionais e infrações do Código de Ética.

• Art. 46. São atribuições das Câmaras Especializadas:


b) julgar as infrações do Código de Ética;

• Art. 71. As penalidades aplicáveis por infração da presente Lei


são as seguintes, de acordo com a gravidade da falta:
a) advertência reservada;
b) censura pública;
c) multa;
d) suspensão temporária do exercício profissional;
e) cancelamento definitivo do registro.
• Parágrafo único. As penalidades para cada grupo profissional
serão impostas pelas respectivas Câmaras Especializadas ou, na
falta destas, pelos Conselhos Regionais.
• Art. 72. As penas de advertência reservada e de censura
pública são aplicáveis aos profissionais que deixarem de cumprir
disposições do Código de Ética, tendo em vista a gravidade da falta
e os casos de reincidência, a critério das respectivas Câmaras
Especializas.
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Portanto percebe-se que o código de ética profissional é de suma


importância para o bom andamento da profissão de engenheiro no país, pois
se as regras não fossem impostas a população ficaria a mercê de profissionais
descompromissados e isso denegriria a imagem dos profissionais da área
referida.

Contudo uma critica imposta no julgamento feito pelo código de ética


profissional se faz no fato de a comissão que julga é formado por profissionais
da mesma área, deixando margem ao coleguismo impedir que as punições
sejam impostas de forma imparcial.

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4-CONCLUSÃO

O número de leis que regulamentam a situação do engenheiro no Brasil


são muitas, porém em relação somente a área da engenharia elétrica é
limitado. Pois todas as considerações feitas são para todas as áreas da
engenharia, no qual é um ramo muito amplo.

Esse trabalho proporcionou um conhecimento em relação aos órgãos


que defendem os direitos e cobram os deveres, a importância de ter acesso à
esse conhecimento gera profissionais cientes do seus direitos livrando-os de
ficar à mercê dos contratantes em um determinado serviço ou emprego.

Em geral, todo profissional precisa seguir de forma correta o exercício da


sua sua profissão, com o engenheiro eletricista não é diferente, desse modo ter
um conhecimento das leis que regulamentam essa profissão é indispensável
para todo e qualquer profissional. Levando em conta a graduação dos autores
do artigo, o estudo para realizá-lo foi satisfatório.
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5-REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Conselho Federal de Engenharia Arquitetura e Agronomia, Legislação.


Disponível em:
http://normativos.confea.org.br/ementas/lista_ementas.asp?idTiposEmentas=4,
%202&Numero=&AnoIni=&AnoFim=&PalavraChave=&buscarem=conteudo&pa
gina=3

Acessado em: maio de 2013

Conselho Regional de Engenharia Arquitetura e Agronomia, Legislação.

Disponível em:
http://www.creaba.org.br/Pagina/203/Resolucao-1010.aspx

Acessado em: maio de 2013

Conselho Regional de Engenharia Arquitetura e Agronomia de São Paulo,


Legislação.

Disponível em:
http://www.creasp.org.br/arquivos/publicacoes/codigo_de_etica.pdf

Acessado em: maio de 2013

Portnoi , Marcos , Introdução à Engenharia, UNIFACS 20.Março.1999

Disponível em:

http://www.eecis.udel.edu/~portnoi/academic/academic-files/ethicsineng.html

Acessado em: maio de 2013

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