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SUBESTAÇÕES

ELABORAÇÃO: Prof° ROMILDO ALVES DOS PRAZERES

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APRESENTAÇÃO

Essa apostila tem por objetivo ajudar o estudante da área elétrica dos
cursos de tecnologia e engenharia, a ter os conhecimentos básicos
necessários de uma Subestação Elétrica.
Nos capítulos que se seguem, será visto os conceitos sobre uma
subestação elétrica, suas funções, tipos e a localização de seus vários setores,
os equipamentos utilizados e sua representação gráfica no diagrama unifilar
elétrico, os tipos de arranjos de barramentos utilizados, a planta de
barramentos, cortes e vistas parciais, além das distâncias mínimas de
segurança da parte energizada para com os equipamentos e solo.
Conheceremos os sistemas de comunicação, proteção e medição usados em
subestação, além de noções de terraplenagem.
Quanto ao aterramento da subestação, veremos todos os procedimentos
para determinar a resistividade do solo, as tensões de passo, contato e
transferência e todo o cálculo da malha de terra de uma subestação.
Reafirmo que o aluno deve estar em contínua reciclagem em função das
alterações constantes causadas pela evolução tecnológica desta área.

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ÍNDICE

1. Sistema Elétrico
2. Subestações Elétricas – SE
As funções de uma Subestação
Tipos de Subestações
Termos usados para definir partes de uma SE
Localização dos vários setores de uma SE
3. Tipos de Diagramas Elétricos utilizados em SE
- Diagramas unifilares simplificados
- Diagramas unifilares completos
- Diagramas unifilares operacionais
- Diagramas funcionais ou elementares
- Diagramas trifilares
- Diagramas sinóticos
4. Equipamentos utilizados na SE
Barramentos
Chave Seccionadoras
- Tipos de Chaves Seccionadoras
Disjuntores
- Tipos de Disjuntores
- Disjuntor e Baipasse
- Disjuntor de Transferência
- Disjuntor Religador Automático
Pára-raios
Chave fusível
Chave de Aterramento
Transformadores de Força
Tipos de Transformadores
Reator Trifásico de Aterramento
Cabos Subterrâneos
Transformador de Corrente – TC
Transformador de Potencial – TP
Instrumentos de Medição
Os instrumentos utilizados
Sistemas de Comunicação
Conjunto Carrier para intercomunicação
Comunicação Digital por meio de fibra óptica
Sistemas de Proteção
Tipos de Relés utilizados em SE
Exemplos de aplicação de Relés
5. Arranjos de Barramentos
Tipos de Arranjos
6. Arranjo Físico de uma SE
Planta de Barramentos e Equipamentos
Cortes e Vistas Parciais
7. Canaletas para Cabos de Controle
8. Terraplenagem em SE

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8.1 Levantamento Topográfico
9. Distâncias de Segurança
10. Aterramento em Subestação
10.1 Tensão de Passo – Ep
10.2 Tensão de Contato – Ec
10.3 Tensão de Transferência – Et
10.4 Determinação da resistividade do solo
10.4.1 Metodologia e equipamento utilizado
10.4.2 Identificação e escolha dos pontos a serem usados
10.5 Dimensionamento da Malha de Terra de uma SE
10.5.1 Dados de entrada: - Resistência medida
- Dados complementares
10.5.2 Determinar a Resistividade média do solo
10.5.3 Dimensionamento da seção dos condutores da malha
10.5.4 Determinação do número de condutores paralelos da malha
10.5.5 Cálculo do comprimento dos condutores da malha
10.5.6 Determinação do Potencial de Passo admissível e calculado
10.5.7 Determinação do Potencial de Contato admissível e calculado
10.5.8 Verificação da Corrente de Choque que passa pelo corpo humano
devido ao potencial de passo na periferia da malha
10.5.9 Verificação da Corrente de Choque que passa pelo corpo humano
devido ao potencial da malha
10.5.10 Verificação da Corrente de Pick-up
10.5.11 Determinação da Resistência de Aterramento da malha
11. O efeito Corona

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1- SISTEMA ELÉTRICO DE POTÊNCIA
Podemos considerar que o sistema elétrico de potência é basicamente composto dos seguintes
setores:

- Geração
- Transformação (elevação da tensão)
- Transmissão
- Transformação (abaixamento da tensão)
- Distribuição

Configuração de um sistema elétrico de potência.

Tensão Sistema
“kV”
13,8
34,5 Distribuição
69 Subtransmissão
138
230 Transmissão
345
500 EAT(EHV)
750 UAT(UHV)

A energia elétrica para ser encaminhada desde a geração até a distribuição, tem que ter meios
de dirigi-la adequadamente através de conexões, para que permitam manobrar as linhas de
transmissão e os alimentadores da forma mais confiável possível. Além das manobras, temos que ter
meios de modificar a tensão e regular seus níveis visando melhor atender as necessidades dos vários
consumidores. Essa variação e regulação dos níveis de tensão são obtidas através das subestações,
que possibilitam enviar adequadamente esses blocos de energia de um ponto a outro.

2- SUBESTAÇÕES ELÉTRICAS – “SE”


As subestações são partes componentes do "Sistema de Transmissão" (sistema elétrico sem a
geração, distribuição e consumidores) e podem ser definidas como sendo um conjunto de

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equipamentos destinados a transformar e regular as tensões geradas ou transportadas, permitir a
operação segura das partes componentes do sistema, eliminar ou reduzir as faltas e permitir o
estabelecimento de alternativas para o suprimento (o mais continuo possível) da energia elétrica.

- As Funções de uma Subestação

Basicamente temos as seguintes funções:

- Transformação: alteração dos níveis da tensão de modo a adequa-lo às conveniências de


transmissão, distribuição e consumo.
- Regulação: regular os níveis de tensão de modo a mantê-los nos limites aceitáveis e
admissíveis.
- Chaveamento: conexão e desconexão de componentes do sistema de transmissão ou dis-
tribuição, para orientar o fluxo de energia e isolar partes com defeitos, mantendo a continuidade no
suprimento de energia elétrica.

Algumas subestações, além das funções acima, possuem uma quarta que é a de modificar as
características originais da energia elétrica. Estas subestações são denominadas de conversoras e
destinam-se a modificar a freqüência ou a corrente alternada para continua e vice-versa. Como
exemplo temos a subestação de Bateias que pertence a Itaipu.

- Tipos de Subestações

Considerando que as subestações podem interligar sistemas elétricos (duas ou mais fontes),
distribuir energia na tensão de transmissão para outros centros consumidores, ou para distribuição
local em tensões de subtransmissão e distribuição, podemos considerar os seguintes tipos de
subestações:

- SE Elevadora: recebe energia na tensão de geração e a eleva para tensões de subtransmissão


ou de transmissão. Embora raras, podem receber energia em tensão de subtransmissão e elevar para
a tensão de transmissão.

- SE Abaixadora: recebe tensão de transmissão ou subtransmissão, reduzindo para tensão de


subtransmissão e/ou distribuição. Dependendo da localização da SE ou da forma como é conectada
ao sistema podemos ter:

- SE Interligadora: recebe energia de duas ou mais fontes objetivando o transporte para


grandes centros consumidores.

- SE de Transmissão: com características semelhantes a anterior, recebe grandes blocos de


energia e transmite esta energia a outros centros consumidores nas tensões de transmissão e/ou
subtransmissão.

- SE de Distribuição: destinada a abaixar a tensão ao nível de distribuição e/ou


subtransmissão de modo adequado para utilização direta de consumidores.

- SE Industrial: recebe energia nas tensões de transmissão ou subtransmissão e transforma


para a tensão ou tensões de distribuição adequada para a utilização direta na indústria. Também os
sistemas de controle e proteção dos alimentadores são adequados à indústria.

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- Estação de chaves: como o próprio nome indica, sua função única é de chaveamento de
vários circuitos, estabelecendo alternativas de suprimento.

- Termos usados para definir partes de uma subestação

Para que uma subestação possa realizar as funções anteriormente descritas, ela é composta de
transformadores, dispositivos para controle da tensão, disjuntores e chaves seccionadoras, além dos
dispositivos de controle (comandos e medição) e proteção (reles, fusíveis, pára-raios, etc.).
Os termos mais utilizados para definir partes de uma SE, são:

- Modulo, Seção ou "bay" de transformador - é a parte da SE que inclui todos os


equipamentos e dispositivos necessários ao bom funcionamento do transformador.
- Modulo, Seção ou "bay" de linha - idem ao anterior, necessários ao bom funcionamento da
conexão de uma LT.
- Modulo, Seção ou "bay" de Transferência - idem ao anterior, necessários à conexão do
disjuntor de transferência
- Barramento: dispositivo destinado a receber energia de uma ou mais fontes e distribuir a
uma ou mais cargas (o transformador é considerado uma carga). Uma SE pode ter mais de um
barramento com níveis de tensões diferentes. Os barramentos são formados por um conjunto de

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condutores elétricos (cabos, tubos ou barras).
- "Baipasse (By pass)": é uma chave seccionadora destinada a oferecer uma alternativa
provisória para o fluxo de energia, enquanto o equipamento principal (disjuntor) está fora de
operação.

- Localização dos vários setores de uma subestação

Em geral, em uma subestação, os setores são bem definidos e podem ser identificados como:
- Setor de tensão mais alta;
- Setor de tensão media;
- Setor de tensão mais baixa;
- Casa de comando.

Os setores de tensão mais alta e média, deve localizar-se de forma a permitir a entrada e saída
de novas linhas de transmissão, acessos para os equipamentos pesados. O setor de tensão mais
baixa, deve localizar-se de modo a permitir a fácil saída de alimentadores de distribuição. Assim,
deve estar sempre voltado para uma rua ou estrada que permita instalar todos os alimentadores
possíveis(não mais de oito). Também não deve estar muito distante dos transformadores de força
(principalmente se houver cabos de energia).
A casa de comando deve estar localizada de tal forma que permita uma boa visibilidade das
instalações externas da subestação. Além disso, deve ser construída em um plano um pouco superior
ao pátio externo. Suas dimensões devem comportar adequadamente os painéis de comando,
proteção, sala de comunicações, sala de baterias, escritório, cozinha, sanitários a almoxarifado. Sob
os painéis podemos ter o porão, mini porões ou canaletas para permitir a instalação e manutenção
dos cabos de controle de proteção, medição e sinalização. Não devemos esquecer na definição das
dimensões da sala de comando as possíveis ampliações que poderão ser feitas.

3- DIAGRAMAS
O diagrama é a representação gráfica por meio de símbolos que caracterizam um equipamento.
Numa subestação, indica a quantidade de equipamentos, suas funções e interligação. Num diagrama
deve-se manter a posição real dos equipamentos o mais próximo possível da realidade.
O diagrama deve possibilitar absoluta clareza a seus usuários, facilitando a sua interpretação.
Procurar fazer traços bem definidos, usando sempre ângulos retos nas derivações de barramentos,
linhas de alimentação e atuação.
Os diagramas podem ser unifilares, onde todos os condutores são representados por um único
traço, e multifilares onde cada condutor será representado por um traço.

- Tipos de diagramas utilizados em subestação

Os diagramas usados em subestação, podem ser completos, simplificados ou específicos.


Abordaremos rapidamente alguns tipos:

- Diagramas unifilares simplificados: indica somente o arranjo funcional elétrico e a


disposição dos principais equipamentos da SE. Assim, neste tipo de diagrama, figuram os
barramentos, transfomadores de força, reguladores de tensão, banco de capacitores, chaves
seccionadoras, chaves fusíveis, disjuntores, religadores, transformador de aterramento e chaves de
aterramento rápido. Em certos casos, alguns dos equipamentos citados não são indicados.
- Diagramas unifilares completos: Este tipo de diagrama, além de indicar os mesmos

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elementos do simplificado, indica outros detalhes de medição, proteção e forma de atuação. Assim,
teremos também tipos de TC`s, TP`s, medidores, sistemas de proteção, pára-raios, comunicação, a
quantidade dos equipamentos instalados, seu modo de operação e intertravamentos. Em última
análise, num diagrama unifilar completo podemos saber tudo sobre a SE sob o ponto de vista fun-
cional e elétrico, menos os aspectos físicos.
- Diagramas unifilares operacionais: Basicamente são diagramas iguais aos simplificados,
diferenciando deles apenas quanto a identificação dos equipamentos de manobra (seccionadoras e
disjuntores). Estes diagramas, destinam-se ao planejamento e/ou orientação quanto às operações
necessárias de uma SE.
- Diagramas funcionais ou elementares: Este tipo de diagrama é destinado a mostrar o
funcionamento dos equipamentos existentes em uma SE. Geralmente estes diagramas mostram o
funcionamento dos circuitos de comando, sinalização e medição. Nos diagramas funcionais são
indicados os contatos (normalmente abertos ou fechados), elementos ativos (bobinas de
acionamento, motores, etc.), sinalizadores (lâmpadas, sirenes, etc.), fusíveis, fontes de alimentação
(C.A ou C.C.).
- Diagramas trifilares: São representações gráficas dos circuitos elétricos, levando em con-
sideração as três fases do sistema trifásico. Destinam-se a detalhar principalmente as conexões das
fases entre si e permitem uma visualização da seqüência de fases ( faseamento ). Embora pouco
utilizados, os trifilares servem para uma análise geral, mas tornam-se complexos e confusos quando
se tenta representar uma SE completa.
- Diagramas sinóticos: É uma espécie de diagrama unifilar simplificado, utilizado sobre os
painéis e mesas de comando, onde o operador pode visualizar se os equipamentos de manobra se
encontram abertos ou fechados.

4 - EQUIPAMENTOS E SUA REPRESENTAÇÃO


- BARRAMENTOS

É um dispositivo elétrico cuja finalidade é receber energia elétrica de uma ou mais fontes na
mesma tensão, e distribuir para uma ou mais cargas na mesma tensão. É através do barramento que
são feitas as conexões entre as linhas de transmissão ou distribuição. Podem ser de tubos, barras
metálicos ou cabos de alumínio.

Símbolo Denominação

Barramento principal e de transferência.

BP = Barramento principal.
BT = Barramento de transferência

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- DISJUNTORES

É um dispositivo elétrico capaz de interromper a corrente elétrica com carga, e inclusive


condições de curto-circuito, sem sofrer os danos ocasionados pelo arco voltáico e quando acoplado a
relés, proporciona um perfeito sistema de proteção aos circuitos a ele ligados.

- Tipos de disjuntores:
- Disjuntor com grande volume de óleo
- Disjuntor com volume reduzido de óleo
- Disjuntor a gás

Os dois primeiros diferem em vários aspectos, a começar pelas suas dimensões. O disjuntor a
volume reduzido de óleo possue uma tecnologia mais sofisticada, sendo seu tempo de abertura dos
contatos menor que o de grande volume. Possui ainda a vantagem da facilidade de manutenção e
manuseio podendo ser extraível. Com desvantagem em relação ao de grande volume, estão as
manutenções que devem ser feitas com maior freqüência. O disjuntor a gás, utiliza o gás SF6 como
elemento para eliminar o arco voltaico na chave. Trabalharemos somente com esses tipos de
disjuntores, por serem os mais utilizados, apesar de existir outros modelos no mercado.

Símbolo Denominação

Disjuntor ( o símbolo vale para todos


os tipos)

- Disjuntor com baipasse

Baipasse ou passagem ao lado, em subestação é uma ponte feita sobre um disjuntor. Utiliza-se
o baipasse somente em casos de emergência e por curto espaço de tempo. Sua principal finalidade é
isolar um disjuntor sem interromper o fornecimento de energia. O baipasse é feito antes das chaves
seccionadoras para que o disjuntor fique isolado em caso de manutenção.
Símbolo Denominação

Chave baipasse em um disjuntor

52 – número que representa os disjuntores

01 – numeração seqüencial do disjuntor no


diagrama unifilar

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- Disjuntor de transferência

Em geral nas Subestações de grande porte, cujo fornecimento de energia elétrica não deve ser
interrompido, mesmo em caso de avaria no disjuntor, justifica-se a utilização de disjuntores de
transferência.

Símbolo Denominação

Disjuntor de transferência.

Tendo somente um disjuntor de transferência no barramento, ele deve ser utilizado


somente no período de manutenção de um outro disjuntor do barramento, devendo estar
sempre disponível para o uso.
Exemplo prático de um disjuntor de transferência ligado nos barramentos principal
“BP” e de transferência “BT”:

Supondo-se que o disjuntor 52-01 esteja ligado, para desligá-lo para uma eventual
manutenção, a seqüência de operações utilizando-se o disjuntor de transferência 52-04,
seria:
1ª Operação: Fechar as chaves 29-14 e 29-15 do disjuntor de transferência 52-04;
2ª Operação: Fechar a chave 29-06 do baipasse;
3ª Operação: Fechar o disjuntor de transferência 52-04;
4ª Operação: Abrir o disjuntor 52-01;
5ª Operação: Abrir as chaves 29-05 e 29-07 do disjuntor 52-01.

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Para fechar novamente o disjuntor 52-01, a operação deve ser inversa (da 5ª para a
1ª operação, trocando o abrir por fechar e vice-versa), lembrando que nessa operação de
manobra, a tensão deve sempre passar pelo disjuntor devido ao arco voltáico, sendo que
as chaves seccionadoras devem ser operadas sempre sem tensão e após abertura do
disjuntor.
Lembrete do professor: Enfatizar aos seus alunos que a manobra de
fechamento ou abertura de um barramento de subestação, deve ser sempre
realizada por meio do disjuntor, que elimina o arco voltaico através do óleo, do gás,
etc.

Utilizando-se do mesmo diagrama, abrir o disjuntor 52-03, mantendo em operação


essa saída da subestação, utilizando-se do disjuntor de transferência 52-04. Após feita
essa operação, voltar a religar o disjuntor 52-03.

Abrir o 52 - 03:
1ª Operação: Fechar as chaves 29-14 e 29-15 do disjuntor de transferência 52-04.
2ª Operação: Fechar a chave 29-12 do baipasse.
3ª Operação: Fechar o disjuntor de transferência 52-04.
4ª Operação: Abrir o disjuntor 52-03.
5ª Operação: Abrir as chaves 29-11 e 29-13.
Fechar o 52 - 03:
1ª Operação: Fechar as chaves 29-11 e 29-13.
2ª Operação: Fechar o disjuntor 52-03.
3ª Operação: Abrir o disjuntor de transferência 52-04.
4ª Operação: Abrir a chave 29-12 do baipasse.
5ª Operação: Abrir as chaves 29-14 e 29-15 do disjuntor de transferência 52-04.

- Disjuntor Extraível: São utilizados em tensões até 69 kV, e são facilmente removíveis do
circuito. No símbolo as setas indicam que o equipamento pode ser retirado do circuito, pois não
possuem ligações permanentes. Para esse caso não há necessidade de chaves seccionadoras para
isolar o disjuntor. Em caso de manutenção basta removê-lo do circuito.

Símbolo Denominação

Disjuntor extraível.

- RELIGADOR AUTOMÁTICO

O religador automático é um disjuntor simples acoplado a um sistema de religamento


automático que pode ser eletrônico ou hidráulico. Os religadores automáticos são
utilizados nas saídas dos alimentadores de 13,8 kV e 34,5 kV da rede de distribuição das
subestações, por permitir que os defeitos transitórios sejam eliminados sem a necessidade
de deslocamento de pessoal de manutenção para percorrer o alimentador em falta.

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Como o religador possui um relé de religamento (geralmente ajustado para três
religamentos de 3 segundos), num curto-circuito rápido, por exemplo, ocasionado por um
galho de árvore que venha a cair sobre os cabos de um alimentador num dia de chuva
com vento, e sair de cima dos cabos nesse período de ajuste dos três religamentos, evita
que o alimentador seja desligado e a equipe de manutenção seja chamada, privando com
isso que os consumidores fiquem sem energia elétrica por um período de tempo maior.

Símbolo Denominação

Religador automático.

Religador automático instalado na saída de 13,8 kV.

- TRANSFORMADORES

Transformadores de Potência (força) são dispositivos destinados à transformação de tensão e


corrente sem que se altere a potência.

- Tipos de Transformadores:
Transformador de força de dois enro1amentos.
Transformador de força de três enro1amentos.
Transformador regulador de tensão.
Alto transformador.

Importância: É um dos principais dispositivos elétricos existentes em uma subestação,


responsável pela transformação e distribuição de energia em diversos níveis de tensão e corrente.

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Símbolo Denominação
Transformador trifásico de potência (força) de
dois enrolamentos, ligado em estrela/ triângulo,
com comutação sobre carga.

Transformador trifásico de potência de dois


enrolamentos, ligado em estrela/triângulo.

Transformador trifásico de potência de três


enrolamentos( primário, secundário e terciário ),
ligado em estrela/triângulo/estrela.

Auto-transformador regulador de tensão com


terciário.

- REATOR TRIFÁSICO DE ATERRAMENTO

É um dispositivo utilizado na tensão 13,8 kV ligado em triângulo, com a função de


conseguir um neutro artificial, para detectar quando o cabo vier a encostar no solo,
fazendo atuar os dispositivos de proteção. Ele é constituído de apenas um enrolamento
ligado em zigue-zague com o neutro aterrado. Ele é conectado ao terciário do
transformador quando este é ligado em triângulo.
Símbolo Denominação

Reator trifásico de aterramento ligado em zig-zag


com neutro acessível.

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Reator trifásico de aterramento com chaves
seccionadoras na entrada e no neutro.

Importante: Esse equipamento é indispensável a proteção das redes 13,8 kV que são ligadas
em triângulo, pois se o cabo da rede cair ao chão, o mesmo iria permanecer energizado e uma falta à
terra não seria detectada colocando em riscos à vida humana.

- CHAVES DE OPERAÇÃO

- Chave seccionadora: é um dispositivo elétrico destinado a isolar um circuito ou trecho de


circuito ou um equipamento. Normalmente está intertravada com um disjuntor, porque só pode ser
aberta ou fechada quando esse disjuntor estiver também aberto, ou seja, jamais pode ser operada
com carga.

Símbolo Denominação

Chave seccionadora de abertura lateral.

Chave seccionadora com dupla abertura lateral.

Chave seccionadora com abertura central.

Representamos a simbologia da chave seccionadora sempre aberta (desligada), independente


de como esteja na subestação.

- Chave fusível: é uma chave seca acoplada a um elemento fusível. Serve tanto para proteção
quanto para manobra, sendo usada principalmente na tensão de distribuição 13 ,8 kV .

Símbolo Denominação

Chave fusível indicadora unipolar.

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- Chave de aterramento: é uma chave seca que serve para ligar uma linha de transmissão à
terra todas as vezes que ela for desligada para manutenção, fazendo com que haja proteção contra a
tensão que aparece nas linhas desenergizadas, devido a eletrização por fricção causada pelo vento e
devido ao efeito capacitivo da linha. Também dentro da área de segurança é de uso obrigatório todas
as vezes que a rede for desligada para manutenção e o pessoal estiver trabalhando nas torres,
evitando com isso que a mesma seja ligada causando um sério acidente. Normalmente está
intertravada com a chave seca situada no barramento.

- Chave de aterramento rápido: serve para provocar um curto-circuito proposital na linha,


fazendo operar a proteção da subestação mais próxima. Em geral, usado nas subestações pequenas.

Símbolo Denominação

Chave de aterramento intertravado com a chave


seccionadora do disjuntor.

Chave de aterramento rápido.

- MUFLAS TERMINAIS PRIMÁRIAS

É um dispositivo destinado a restabelecer as condições de isolação da extremidade de um


condutor isolado quando este é conectado a um condutor nu. Há uma grande variedade de muflas,
porém as mais conhecidas são as muflas constituídas de um corpo de porcelana vitrificada com
enchimento de composto elastomérico e fornecidas com o kit que contém todos os materiais
necessários à sua execução. Esse tipo de mufla pode ser singelo ou trifásico. O primeiro destina-se
às terminações dos cabos unipolares (muflas terminais singelas), enquanto o segundo tipo é utilizado
em cabos tripolares (muflas terminais trifásicas). Podem ser utilizadas tanto ao tempo quanto em
instalações abrigadas. Atualmente, as terminações constituídas de material termocontrátil tem sido
utilizadas com muito sucesso, em substituição às tradicionais, porém, eficientes muflas de corpo de
porcelana. A simplicidade da emenda e a facilidade de sua execução, além da compatibilidade de
preço fazem das terminações termocontráteis um produto altamente competitivo.

Símbolo Denominação

Cabo subterrâneo e suas muflas.

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-PÁRA-RAIO

É um dispositivo destinado a proteger os circuitos e os equipamentos a eles ligados de


descargas atmosféricas, as quais ocasionam sobre-tensão na linha podendo danificar os
equipamentos, caso não estejam protegidos. Devido a estas características, os pára-raios são
colocados às entradas e saídas de linhas de transmissão e redes de distribuição que chegam ou saem
das subestações, como também na entrada e saída dos transformadores de força.

Símbolo Denominação

Pára-raio para subestação. Indicar entre


parênteses a quantidade.

Exercício 1:
Confeccionar o diagrama unifilar de uma subestação que recebe uma tensão de 230 kV e que
deverá conter no seu barramento os seguintes equipamentos: 3 pára-raios, chave de aterramento
rápido, disjuntor com seccionadoras e baipasse, sendo que o disjuntor está ligado ao barramento
principal e o baipasse vai ligado ao barramento de transferência, ambos de 230 kV. Do barramento
principal saem um circuito com disjuntor, seccionadoras e baipasse, 3 pára-raios, tranformador de
força de três enrolamentos ligado em estrêla/estrêla/triângulo, tensão superior - 230 kV, tensão
média - 69 kV e tensão inferior - 13,8 kV. Após o transformador tem 3 pára-raios, disjuntor e
seccionadoras e os barramentos principal e de transferência de 69kV. Logo após os barramentos
tem o disjuntor e as seccionadoras e o baipasse e na saída 3 pára-raios. Nos barramentos de 230 kV
e 69 kV estão instalados os disjuntores de transferências, que vão interligar o barramento principal
com o de transferência. Ligado no terciário do transformador temos um reator trifásico de
aterramento.

5 - ARRANJOS DE BARRAMENTOS
Como vimos nas funções da subestação, para que aquelas sejam completas em uma SE, se faz
necessário estudar a disposição elétrica relativa das barras, entre si, e em relação aos dispositivos de
manobra dos circuitos. Esta forma de realizar a conexão elétrica entre os vários circuitos é represen-
tada pelo Arranjo de Barramento.
Para selecionar o arranjo mais adequado a cada SE é conveniente levar em conta alguns
critérios básicos conforme a seguir:
- flexibilidade de operação
- segurança do sistema elétrico
- simplicidade do sistema de proteção
- facilidade de manutenção
- possibilidade de limitação do nível de curto-circuito
- possibilidade de fácil expansão

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É obvio que associado aos critérios acima, devemos ter sempre em mente o aspecto custo da
instalação. Todavia, o custo (economia) não deve interferir no aspecto técnico a ponto de prejudicar
o desempenho da instalação.
Este custo não é apenas o custo de implantação da SE, mas deve-se considerar o custo de uma
interrupção no fornecimento de energia, as despesas com manutenção e os custos devido à
impossibilidade de operação do sistema em condições econômicas ótimas.
Embora os critérios mencionados sejam válidos na orientação da escolha do arranjo de uma
SE, é claro que aspectos particulares de cada empresa, o grau de importância dado a cada um dos
critérios e os aspectos subjetivos do projetista darão características particulares a cada SE.

- ARRANJO COM BARRA SIMPLES

Basicamente é composto de uma única barra, na qual são conectadas as LT`s e os


transformadores. Geralmente é utilizado em sistemas radiais para subestações de média importância.
Este arranjo é adotado para algumas SE`s de distribuição e industriais. Oferece as vantagens da
simplicidade, baixo custo e manobras simples. Como desvantagens, apresenta pouca flexibilidade de
operação, dificuldades para a manutenção, pois exige desligamentos, interrompendo o fornecimento
de energia.

- ARRANJO COM BARRAS PRINCIPAL E TRANSFERÊNCIA

Este sistema de arranjo apresenta uma boa confiabilidade, permite manobrar qualquer um dos
disjuntores ( LT ou transformador), sem que haja necessidade de interromper o fornecimento.
Embora mais caro, o arranjo com barra de transferência ou auxiliar ou "by-pass" é uma solução
intermediária que satisfaz as necessidades operacionais da maioria das SE`s. Vamos analisar a figura
abaixo para se ter uma boa compreensão do sistema.

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Observando a figura, concluímos que o disjuntor de transferência (o que energiza a barra de
transferência ) pode substituir qualquer um dos demais disjuntores, porem um de cada vez. Quando
o disjuntor de transferência estiver em operação, toda a proteção do circuito substituído deverá ser
transferida para atuar sobre ele. Economicamente esta solução não é muito onerosa se comparada
com outros arranjos de vantagens técnicas semelhantes.
Os recursos operacionais deste arranjo podem ser melhorados se introduzirmos o
seccionamento da barra principal conforme a fígura abaixo.

- BARRAS DUPLAS

De um modo geral, este tipo de arranjo é utilizado onde há necessidade de várias conexões de
fontes ou linhas. Esta flexibilidade é exigida nas SE`s importantes onde os valores de corrente são
elevados.

Embora a manutenção de uma barra não cause grandes transtornos, a manutenção das
seccionadoras é bastante difícil, exigindo em alguns casos o desligamento do circuito. Uma variação
deste sistema, e também mais cara, é a utilização de uma barra auxiliar, mostrada a seguir.

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O sistema mostrado na figura acima, operacionalmente mais completo, pois o disjuntor de
acoplamento à barra auxiliar garantirá a continuidade do fornecimento de energia durante a
manutenção de uma das conexões normais. Todavia, tem como inconveniente, além do elevado
custo, a manutenção difícil das seccionadoras da barra auxiliar.
Para tensões superiores a 230 kV e instalações de grande importância, podemos acrescentar
mais um disjuntor nas conexões diretas dos barramentos, mostrado na figura a seguir .

Este arranjo, além do custo elevado devido à grande quantidade de disjuntores e


seccionadoras, exige uma maior sofisticação da proteção, manutenção mais onerosa e espaços
físicos maiores.

- BARRAMENTO EM ANEL

A solução com barramento em anel é extremamente interessante, principalmente em


instalações de médio porte. Este sistema permite que um disjuntor saia de serviço sem prejudicar o
fornecimento de energia. O sistema consiste em ter um barramento em forma de anel onde teremos
para cada conexão do barramento, um disjuntor com as respectivas seccionadoras, mostrado a
seguir.

20
É fácil observar que. este arranjo obriga que todos os equipamentos inseridos no anel, sejam
dimensionados para a máxima corrente prevista na instalação. Este aspecto, limita o número de
circuitos a serem conectados no anel. Um bom número é de seis a oito conexões. Sob o ponto de
vista de manutenção, o sistema permite faze-la sem interrupção, já que haverá sempre uma segunda
alternativa para o fluxo de energia, para cada uma das conexões. Porém uma falta em um trecho do
barramento, terá o efeito semelhante ao de uma barra simples, muito embora esta falta, na maioria
dos casos, possa ser isolada. Para ampliacões, o sistema em anel não é muito flexível, razão pela
qua1 e1e deve ser adotado para SE`s onde o numero de conexões é definido e as ampliações
previsíveis. O anel é solução bastante utilizada para SE`s tipo distribuição, onde uma LT é
seccionada para sua energização. O sistema de proteção é relativamente simples quando restrito às
LT`s e/ou conexões, tornando-.se mais complexo quando se deseja proteger o barramento.

- ARRANJO TIPO UM DISJUNTOR E MEIO


Este sistema combina as características vantajosas dos arranjos em anel e de barra dupla. O
nome deve-se ao fato de que para cada duas conexões à barra, necessitamos de 3 disjuntores ou seja,
para cada conexão um disjuntor e meio. A figura a seguir mostra esse tipo de arranjo.
Um disjuntor e meio:

Com este arranjo, é possível selecionar a barra adequada, além de dispor de um disjuntor
reserva para cada par de conexão. Como o arranjo necessita de um grande número de disjuntores,
seccionadoras e de outros equipamentos, todos dimensionados para suportar pelo menos a carga
total de dois circuitos, o seu custo é elevado e a instalação é complexa.
Também a manutenção exige maiores cuidados e o sistema de proteção também é mais
complexo. Em alguns casos poderemos ter problemas com a capacidade nominal dos equipamentos
necessários. A alta confiabilidade do arranjo com um disjuntor e meio e a grande flexibilidade de
operação, é particularmente adequada em SE`s conectadas a várias fontes de energia, possibilitando
a operação individual de circuitos. Normalmente este sistema é empregado para SE`s de 230 kV e
superiores.

21
6 - SISTEMAS DE MEDIÇÃO
A finalidade dos circuitos de medição, em Subestações é manter um auto-controle, do fluxo de
energia recebida e distribuída de maneira a propiciar conhecimento de níveis de demanda, em
diversos períodos, com possibilidades de melhores procedimentos. A seguir daremos as funções dos
diversos equipamentos usados em medição bem corno os seus respectivos símbolos.

- TRANSFORMADOR DE CORRENTE -TC

Os transformadores para instrumentos são usados para medição de grandezas básicas, como:
tensão, corrente, freqüência, fator de potência, potência ativa e reativa, etc. Estas medidas são feitas
através da redução dos valores primários das correntes e tensões, uma vez que medidas diretas em
circuitos de alta tensão ou alta corrente implicariam em:
a) Riscos para os operadores que estiverem nas proximidades dos instrumentos.
b) Imprecisão dos instrumentos devido às forças eletrostáticas.
c) Difícil isolação dos instrumentos de medida de proteção.

Transformador de corrente de barra, ligado no barramento de 230 kV.

Quanto a ligação, os TC`s são sempre monofásicos e dispõem, em geral, de dois terminais
primários ligados ao circuito cuja corrente desejamos utilizar. O TC é instalado em série com a
linha, ligando-se cada um dos seus terminais primários a uma das extremidades da trecho
seccionado.

Precauções na utilização dos transformadores de Corrente:

Ao contrário dos transformadores comuns, o TC, por ser ligado em série com a linha, não
sofre efeitos prejudiciais ao serem curto-circuitados seus terminais secundários. A corrente
secundária, dependendo apenas da corrente primária e da relação de transformação, não será
influenciada por essa ligação, que equivale a aplicação de uma carga de impedância nula no
secundário. Por outro lado, a abertura do circuito secundário (que equivale a uma carga de
impedância infinita) acarreta graves conseqüências. No havendo ampéres-espiras secundários para

22
compensar os ampéres-espiras primários, toda a corrente primária age como corrente de
magnetização do núcleo. Nessas condições a densidade de fluxo no núcleo pode atingir valores que
excedem o nível de saturação. Surge então, entre os terminais secundários uma tensão de valor
elevado, que pode danificar o transformador e por em perigo o operador. Por essa razão os
transformadores de corrente nunca devem ser ligados com o secundário aberto.
O secundário é previsto para uma corrente normalizada de 5 ampéres, quando no primário
circular a corrente nominal do transformador. Essa relação, em geral, é um número inteiro que pode
ser especificado em valores concretos, por exemplo, 600/5A.

- Transformador de corrente tipo barra – É aquele cujo enrolamento primário é constituído


por uma barra fixada através do núcleo do transformador, cuja simbologia é demonstrada no quadro
anterior.

Símbolo Denominação

Transformador de corrente cuja relação é


600-5A. Colocamos entre parênteses a
quantidade de TCs (3).

Transformadores de corrente de barra e de


bucha com o secundário curto-circuitados.

- Transformadores de corrente tipo bucha - Possuem características físicas especiais, pois


são construídos para serem instalados imersos dentro de disjuntores ou transformadores, usando o
condutor que vem da bucha primária desse equipamento como seu primário, e a bobina do seu
secundário fica em torno desse condutor utilizando-se do seu campo magnético.As demais
finalidades são idênticas ao TC instalado na linha. Observe a simbologia no quadro abaixo:

Símbolo Denominação

TCs instalados nas buchas primária (H) e


secundária (X) do transformador.
Coloca-se entre parênteses a quantidade de Tcs
(3).

Símbolo Denominação

TCs instalados nas buchas de entrada e saída


do disjuntor.

23
- TRANSFORMADOR DE POTENCIAL - TP

É um transformador para instrumento onde o enrolamento primário é ligado em derivação com


o circuito elétrico e o enrolamento secundário se destina a alimentar bobinas de equipamentos de
controle, medição e proteção. Os TP`s são projetados para terem tensão secundária nominal
padronizada em 115V, sendo a tensão primária nominal estabelecida de acordo com a tensão entre
fases em que o TP será ligado. Eles são empregados para alimentar instrumentos de alta impedância
(voltímetros, bobinas de potencial de watímetros, bobinas de potencial de medidores de energia,
relés de tensão, etc.), a corrente secundária I2 é muito pequena e por isso se diz que são
transformadores de potência que funcionam quase a vazio. Pode também ter três enrolamentos.

Símbolo Denominação

Transformador de Potencial cuja relação de


transformação é 230000 V para 115 V.

Transformador de potencial com três


enrolamentos com uma saída para
sincronismo / medição e a outra para a
proteção.

Transformador de potencial com chave


fusível e relação de transformação 13800-
115V. A proteção com chave fusível é usada
na tensão nominal de 13,8 kV.

24
- CHAVE COMUTADORA OU DE TRANSFERÊNCIA
São chaves destinadas à medição de tensão e corrente nas 3 fases do circuito utilizando-se de
somente um medidor de tensão e um de corrente.

Símbolo Denominação
Chave de transferência amperimétrica (A) ou
voltimétrica (V).

Instrumentos de medição com suas respectivas


chaves de transferência.

- INSTRUMENTOS DE MEDIÇÃO

Tipos: a - Gráficos
b - Indicadores
c - Totalizadores

a) Instrumentos gráficos ou Registradores: são instrumentos que nos dão as leituras


graficamente através de fita ou disco de papel obedecendo um determinado período que pode ser
hora, dia, semana, etc. Desta maneira, tem-se um registro das variações da grandeza num
determinado espaço de tempo. Esse registro é também feito por computador.
b) Instrumentos indicativos: são instrumentos que fornecem o valor da grandeza no instante
da leitura. Podem ser analógicos ou digitais.
c) Instrumentos totalizadores: Fornecem o valor total da grandeza ao longo de um período.
Indicativos:

Símbolo Denominação
Amperímetro de 0-400A

Voltímetro de 0 - 15kV

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Freqüencímetros

Wattímetro

Varímetro

Cosefímetro

Exemplo de Gráficos ou registradores:

Voltímetro registrador.

Amperímetro registrador

Exemplo de Totalizadores:

Medidor de quilowatt-hora

Medidor de quilovolt-ampere-reativo-hora.

Exercício 2: Confeccionar o diagrama de uma subestação , que deverá possuir seguintes


equipamentos: 3 para-raios, chaves seccionadoras, disjuntor com 3 TC's instalado nas suas buchas
cuja relação é de 200-5A. Os TC's da entrada do disjuntor alimentam um wattímetro, um varímetro e
um amperímetro de 0-200A e sua chave comutadora amperimétrica. Logo após o disjuntor, estão
ligados dois TP's, ligação em V protegidos por chaves fusíveis de 6 A., ligados a uma chave
comutadora voltimétrica e esta a um voltímetro de 0-40 KV. Após o TP temos um transformador 5
MVA, cujas tensões são 34,5 kV / 13,8 kV, ligação estrela/triângulo. A conexão do secundário do
transformador ao barramento de 13,8 KV é feita através de um disjuntor extraível. Do barramento,
saem dois circuitos alimentadores, contendo cada um, medição de corrente com TC's de 100-5A,
ligação ARON. Os TC' s alimentam, por meio de uma chave comutadora amperimétrica um
amperímetro de 0-100 A. Os alimentadores deverão conter religadores automáticos com chaves
seccionadoras e baipasse e três pára-raios. No barramento estão conectados dois TP's com ligação
em V no primário e V aterrado no secundário, protegido por chaves fusíveis de 6A. Ligado aos TP's
por meio de uma chave comutadora voltimétrica, está um voltímetro de 0-18 kV.

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7 - SISTEMAS DE PROTEÇÃO
Como o nome especifica, a sua finalidade é a proteção dos circuitos através de diversos
dispositivos chamados Relés. O relé é um dispositivo destinado a proteção, sinalização e comando
de circuitos, podendo ser eletromecânico ou eletrônico. Basicamente todo relé mecânico possui:
- Órgão Motor: é aquele que impulsiona os demais mecanismos do relé podendo este ser
mecânico, pressão de nível, indução magnética, temperatuva, etc.
- Órgão Antagônico: é o elemento que se opõe ao movimento do relé e faz com que, uma vez
terminado a atuação de órgão motor, volte à sua posição normal. Estes órgãos podem ser molas,
pesos, etc.
Os relés eletrônicos evidentemente não possuem órgão antagônico e voltam a sua posição
normal por um dispositivo de reset. Os relés são representados través de números e a numeração
usada é padronizada pela ASA e adotada no Brasil, e que estão representados a seguir:
Símbolo Denominação
Relé de distância: é um rele que atua quando a admitância, a
impedância ou a reatância do circuito aumenta ou diminui em relação a
um valor predeterminado.
Relé de distância de 1ª zona e de 2ª zona.

Dispositivo de controle de temperatura - termostato: atua para elevar ou


abaixar a temperatura de um equipamento, quanto sua temperatura cai
abaixo, ou eleva-se acima de um valor prederminado.
Dispositivo sincronização: é usado para permitir ou efetuar a
sincronização de dois circuitos. Ex.: Relé de verificação de sincronismo
para religamento automático do disjuntor.
Termômetro de topo de óleo: é um dispositivo térmico que atua quando
a temperatura do óleo excede a um valor predeterminado. Ex.:
Indicador de temperatura do óleo do transformador com contato.
Relé de subtensão: atua quando sua tensão de entrada é menor que um
valor predeterminado.
Relé direcional de potência: atua com um valor determinado de fluxo
de potência ou com a inversão de seu sentido.
Relé de subcorrente ou de subpotência: atua quando a corrente ou a
potência cai abaixo de um valor predeterminado.
Relé térmico de transformador (imagem térmica): atua quando a
temperatura do transformador exceder aos limites predeterminados.
Relé de sobre-corrente de fase instantâneo: atua instantâneamente por
valor excessivo de corrente ou de taxa de aumento de corrente.
Relé temporizado de sobre-corrente de CA: atua quando sua corrente
de entrada excede um valor predeterminado, e no qual a corrente de
entrada e o tempo de operação são inversamente relacionados.
Relé de sobre-corrente de neutro temporizado: atua como um relé de
fase, porem a sua ligação é feita no neutro.

Relé de tempo de parada ou de abertura: usado no circuito de proteção


para falha na operação de desligamento do disjuntor.

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Relé de tempo de parada ou de abertura de barramento.
Relé de sobre-pressão de líguido ou gás (relé buchhoolz); atua por um
valor predeterminado, ou por uma taxa de variação de pressão. Tem
aplicação restrita a transformadores.
Relé direcional de sobrecorrente de CA: atua por um valor
predeterminado de sobrecorrente de CA fluindo em um sentido
predeterminado.
Relé de bloqueio de abertura: inicia um sinal piloto para bloqueio de
abertura por falta externas em uma linha de transmissão, ou em outros
dispositivos sob condições predeterminadas (perda de sincronismo) .
Chave de nível: atua por valores ou por taxas de variação de nível
predeterminados. Indica o nível do óleo do transformador com
contatos.
Relé de controle seletivo ou de transferência automático: opera para
selecionar automaticamente uma dentre várias fontes ou condições em
um equipamento, ou realiza automaticamente uma operação de
transferência. Ex.: relé de transferência de proteção.
Relé de religamento de CA: controla o religamento e o bloqueio
automático de um interruptor de circuitos de CA.
Relé de recepção por onda portadora: cuja atuação liberada ou restrita
por sinal usado com proteção contra falta, associado a onda portadora
ou fio piloto de CC.
Rele de bloqueio de fechamento: é um relé auxiliar, rearmado
manualmente ou eletricamente, atuando no ocorrência de condiçoes
anormais para manter equipamentos inoperantes até que seja rearmado.
Relé de bloqueio de fechamento de transformador.

Relé de bloqueio de fechamento que atua nos disjuntores ligados ao


barramento.
Relé diferencial: atua por diferença percentual de ângulo de fase, ou de
outra característica de duas correntes ou de qualquer outra grandeza
elétrica.
Relé de abertura de disjuntor: atua para abrir um disjuntor, ou impedir
o seu religamento automático, mesmo se o seu circuito de fechamento
for mantido fechado.
Relé detector de corrente: detecta o fluxo de corrente, geralmente
utilizado para o sistema de proteção da falha de disjuntor, ou para
supervisionar a atuação de relés de distâncias sobre o disjuntor.

Para representar as ligações de relés dentro do esquema unifilar usaremos duas linhas, que
representaram a alimentação e a atuação do rele´. A linha de alimentação traz ao relé a informação
do circuito, e a linha de atuação indica onde o relé vai atuar depois de receber a informação.

28
Linha de alimentação.

Linha de atuação. A seta indica o sentido de


atuação do relé.

- APLICAÇÕES DOS RELÉS DE PROTEÇÃO

A seguir daremos algumas aplicações dentro do diagrama unifilar dos relés mais usados em
subestações:

1 - Aplicação dos relés de distância (121 de 1º zona e 221 de 2º zona), direcional de


sobrecorrente (67), bloqueio de fechamento de barramento (86B), relé de tempo de parada ou de
abertura (62X de secundário ou 62B de barramento), de controle seletivo ou de transferência (83T) e
abertura do disjuntor (94).

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2 - Aplicação dos relés temporizado de corrente de CA (51 para fase e 51N para neutro),
detector de corrente (95).

3 - Aplicação dos relés de recepção por onda portadora (85) e de bloqueio de abertura (68).

30
4 - Aplicação do relé de religamento de CA.

5 – Aplicação do relé diferencial de barramento

31
6 – Aplicação de relés de proteção de transformador e relé diferencial e relé diferencial.

Exercício 3: Confeccionar o diagrama de uma SE que deverá possuir os seguintes


equipamentos: três pára-raios, chave de aterramento intertravada com chave seccionadora do
disjuntor, disjuntor com três TCs (relação 300-5A) instalados nas suas buchas de entrada e saída,
seccionadoras e baipasse. Após o disjuntor, temos os barramentos principal e transferência. Do
barramento principal sai um circuito com seccionadoras, disjuntor com TCs (relação 300-5A)
instalados nas suas buchas de entrada e saída e baipasse, um transformador de 20 MVA, com
tensões de 69 kV e 13,8 kV, ligação estrela /triângulo. Na saída do secundário do transformador
encontramos um TP de 13800V / 115V, protegido por chave fusível, cuja ligação é estrela-delta
aberto, alimentando um relé de sub-tensão que atua sobre o disjuntor do primário do transformador.
Após o TP, encontramos chaves seccionadoras, um religador automático e três pára-raios. Nas
buchas de entrada e saída desse religador automático encontramos TC`s com relação 600-5A, sendo
que os TCs de saáda são ligados a relés de sobre-corrente temporizado e instantâneo de fase. Estes
relés atuam sobre o disjuntor do primário do transformador e sobre o religador automático. Na saida
encontramos três pára-raios. O transformador possui proteção através de relé térmico de topo de
óleo, relé térmico, relé buchholtz, chave de nível que atuam no relé de bloqueio do transformador
que atua nos disjuntores de entrada e no religador automático. Esse relé através de uma chave de
transferência também atua no disjuntor de transferência instalado entre os barramentos principal e de
transferência. No transformador encontramos instalados um relé diferencial que atua no relé de
bloqueio. Esse relé é alimentado pelos TCs de saída do disjuntor de entrada do transformador e
pelos TCs de entrada do religador automático. Não esquecer que os TCs que não possuírem ligação
devem ter o seu secundário curto circuitado.

32
8 - SISTEMA DE COMUNICAÇÃO
Hoje a comunicação entre as usinas e subestações se da por meio do cabo OPGW, que é um
cabo de alumínio que tem dentro de si os pares de fibra óptica. Esse cabo está situado em cima das
torres, substituindo o cabo guarda ou cabo pára-raio.
Algumas subestações mais antigas utilizam-se do sistema de ondas portadoras de rádio
freqüência (RF), o "carrier". Este sistema utiliza-se do próprio condutor da linha de transmissão,
sendo indispensável linha própria.

Comunicação por meio de carrier instalado numa linha de 230 kV.

Está corrente de "RF" é injetada na LT não se misturando com a corrente da AT, por terem
tensões e freqüências diferentes. A tensão e a freqüência do carrier dependem de uma série de
fatores, mas em geral são inferiores a 10V e da ordem de 100 kHz. Para separar a corrente de "RF"
da corrente de baixa freqüência (60 Hz) da AT, lança-se das propriedades dos capacitores e das
bobinas (sistema ressonante), que é calculado para bloquear a corrente de alta freqüência. Uma
bobina de baixa indutância não oferecerá reatância considerável a uma corrente de 60 Hz, já em
corrente de alta freqüência (100kHz) a reatância torna-se tão elevada que impede a passagem da
corrente, veja a fórmula: XL = 2πfl. Para os capacitores, a propriedade é ao contrário pois :
1
XC =
2π f c

E quanto maior a freqüência menor será a reatância capacitiva. No sistema ressonante, a


bobina instalada em paralelo com o capacitor, provoca a reatância indutiva sendo denominada de
bobina de bloqueio. A associação destes vários elementos permite representar o "Carrier".

Símbolo Denominação

Divisor de tensão-capacitivo.

33
Sistema ressonante.

Conjunto de comunicação Carrier.

Exercício 4: Confeccionar uma parte de um diagrama unifilar completo de um SE, que deverá
conter os seguintes equipamentos: Três pára-raios, conjunto de comunicação carrier, chave de
aterramento intertravada com a seccionadoradora do disjuntor, seccionadoras, disjuntor (52-01) e
baipasse, ligados nos barramentos principal (BP) e de transferência (BT) de 230 kV. Interligando
ambos os barramentos (BP e BT) temos um disjuntor de transferência (52-02). O disjuntor da
entrada (52-01) e o disjuntor de transferência (52-02) dos barramentos BP e BT, possuem nas
buchas de entrada e saída, dois TCs de bucha cuja relação de transformação de todos é 1200-5A.
Antes da ligação do baipasse e no barramento principal temos TPs de três enrolamentos de 230000V
- 115V para sincronismo/medição e proteção.
Saindo dos barramentos BP e BT tem-se um circuito com seccionadoras, disjuntor(52-03) e
baipasse, sendo que as buchas de entrada e saída do disjuntor(52-03) possuem dois TCs de bucha,
sendo que a relação de transformação de todos é 1200-5A.
A seguir tem-se três pára-raios, um transformador de força de três enrolamentos de 230 kV /
138 kV / 13,8 kV, ligação estrela/estrela/triângulo. Esse transformador possui nos três enrolamentos
TCs de bucha cuja relação de transformação são: 1200-5A no primário e secundário, e 3000-5A no
terciário. A seguir tem-se três pára-raios, seccionadoras, disjuntor(52-04) e baipasse ligados nos
barramentos BP e BT de 138 kV. Esses barramentos de 138 kV são interligados através de um
disjuntor de transferência(52-05).
Saindo desses barramentos tem-se um circuito com seccionadoras, disjuntor(52-06), baipasse,
dois TCs de bucha do 52-06, sendo um na entrada e o outro na saída cuja relação de transformação é
300-600-5A, TP de três enrolamentos de 138000V/115V para sincronismo/medição e proteção,
conjunto de comunicação carrier e três pára-raios. No barramento principal de 138 kV, tem-se TPs
de três enrolamentos de 138000V/115V para sincronismo/medição e proteção.
Quanto a proteção e medição da subestação tem-se os primeiros TCs de bucha dos disjuntores
52-01, 52-02 e 52-03 são interligados e alimentam o relé diferencial do barramento de 230 kV, que
atua no relé de bloqueio desse barramento e que desliga todos os disjuntores ao barramento de 230

34
kV(52 - 01,02 e 03). O segundo TC do disjuntor 52-01, alimenta através de uma chave comutadora
amperimétrica(43A) um amperímetro(A), um wattímetro(W) e um varímetro(VAr).
Nas buchas de saída desse disjuntor, o primeiro TC alimenta relés de distância de 1ª
zona(21/1ª zona) e 2ª zona(21/2ª zona), relé direcional de sobre corrente de CA de neutro(67N) e
relé detector de corrente(95). O relé 21/1ª zona atua nos relés de abertura do disjuntor(94) e relé de
tempo do terciário(62Y). O relé 94 atua no disjuntor 52-01. O relé 62Y atua no relé de tempo(62B)
no barramento de 230 kV e este vai ao relé de bloqueio do barramento(86B) que desliga todos os
disjuntores de 230 kV. O relé 21/2ª zona atua no 21X e este usa a linha de atuação que vem do relé
21/1ª zona que vai aos relés 94 e 62Y. O relé 67N também usa essa mesma linha de atuação para os
relés 94 e 62Y.
O segundo TC desse disjuntor alimenta os relés de distância (21P), relé de distância (21S), relé
direcional de sobrecorrente de CA(67NT) e relé de bloqueio de abertura(68) por faltas externas em
uma linha de transmissão. Os relé 21P, 21S e 67NT vão atuar num relé de recepção por onda
portadora, e esse vai atuar num relé de tempo do secundário(62X) e no disjuntor 52-01, através da
linha de atuação que sai do relé 94. O relé 62X usa a mesma linha de atuação que sai do relé 62Y e
que atua no relé de tempo(62B) no barramento de 230 kV e depois no de bloqueio 86B.
O segundo TC da entrada do disjuntor 52-03 não possui ligação, portanto a sua saída do seu
secundário é curto-circuitada. O mesmo deve ser feito com o primeiro TC da saída desse disjuntor,
pois não possui ligação. O segundo TC de saída desse disjuntor alimenta os relés: de sobrecorrente
de fase temporizado(51), de sobrecorrente de fase instantâneo e temporizado de neutro(50/51N) e
detector de corrente(95). Desse TC também saem alimentação para os seguintes medidores:
amperímetro, wattímetro, varímetro e cosefímetro.
O transformador possui proteção de relés de imagem térmica no primário, secundário e
terciário(49H,X e Y) com chave de bloqueio de atuação do relé(49S), termômetro de topo de
óleo(26), relé de sobre pressão de líquido ou gás(63T) e indicador de nível de óleo(71T), que atuam
no relé de bloqueio do transformador(86T) e desse aos disjuntores 52-03, 52-04 e que através de
chaves de transferências(83T), atuará nos disjuntores de transferências(52-02 e 52-05).
Interligado através dos TCs de bucha do primário e secundário do transformador, tem-se um
relé de proteção diferencial do transformador que atua no relé de bloqueio do transformador(86T). O
TC do terciário da transformador alimenta o relé de sobrecorrente de fase temporizado(51), chave
comutadora amperimérica e um amperímetro. O relé 51 atua no relé de bloqueio do
transformador(86T).
O primeiro TC da bucha de entrada do disjuntor 52-06, alimenta relés de distância de 1ª
zona(21/1ª zona) e 2ª zona(21/2ª zona), relé direcional de sobre corrente de CA de neutro(67N) e
relé detector de corrente(95). O relé 21/1ª zona atua no relé de abertura do disjuntor(94). O relé 94
atua no disjuntor 52-06 e no relé 62B do barramento de 138 kV e desse ao relé de bloqueio do
barramento(86B). O relé 94 atua através de chave de transferência, no disjuntor de transferência do
barramento de 138 kV . O relé 21/2ª zona atua no 21X e este usa a linha de atuação que vem do relé
21/1ª zona que vai ao relé 94. O relé 67N atua no relé 94.
O relé de bloqueio desse barramento, desliga todos os disjuntores de 138 kV, inclusive o
disjuntor de transferência(52-05). O segundo TC da saída do disjuntor, alimenta os seguintes
instrumentos de medição: cosefímetro, chave comutadora amperimétrica, amperímetro, wattímetro e
varímetro.

9 - "LAY-OUT" DE SUBESTAÇÕES
Antes de entrarmos especificamente no assunto da elaboração de "lay-out" vamos analizar
alguns cuidados que devemos ter com a escolha dos terrenos para SE`s.

35
- ESCOLHA DE TERRENOS

Definido o tipo de SE, o diagrama unifilar (arranjo) e seus principais objetivos, o passo
seguinte é a escolha do local mais adequado para sua construção. Para esta escolha é importante
observar os seguintes pontos:

- Situação em relação às cargas previstas e existentes: se possível deve localizar-se o mais


perto possível das grandes concentrações de cargas (centro de carga), respeitados os aspectos de
custo das LT`s e do terreno da SE. Se a SE for do tipo distribuição, sua posição deve permitir a saída
dos alimentadores (13,8 e 34,5 kV) nas ruas próximas e que atinjam as cargas com o menor
comprimento possível. Se a SE for do tipo transmissão ou interligadora deve situar-se numa região
que permita a saída (chegada) de futuras LT`s atingindo o mínimo de propriedades e benfeitorias
(casas, loteamentos, construções diversas, etc...).
- Dimensão e tipos de terrenos: o tamanho do terreno deve permitir a construção da SE, não só
para sua fase inicial, mas também prever, as ampliações futuras.
- Características do solo - as características do solo devem ser:
- alto se possível
- seco e firme
- possibilite o escoamento das 'águas pluviais
- o mais plano possível
- não possuir rochas que dificultem a terraplenagem
- Acessos para a SE - Os acessos para as SEs devem possuir características que
permitam o transporte de grandes e pesados equipamentos em carretas. Os principais pontos a serem
observados nos acessos são: - largura suficiente para a passagem de carretas
- poucas curvas e quando existirem, com raios de curvatura adequados
para as carretas.
- não devem ser íngremes a ponto de dificultarem o transporte de grandes
equipamentos.
- com boa compactação e conservação do leito.
- se possível, que não exijam a construção ou reforço de pontes, etc...

- CUSTO DOS ARRANJOS

A comparação do custo de uma SE com o de outra é praticamente impossível, uma vez que,
além dos equipamentos, os custos de aquisição do terreno, mão de obra de montagem, transporte dos
transformadores e equipamentos e parte de construção civil são variáveis.
Assim, uma comparação válida é aquela na qual se compara apenas os equipamentos de alta
tensão em função dos tipos de arranjos adotados, as estruturas e obras civis necessárias e excluindo
os transformadores.
Para que se tenha idéia dos custos dos módulos de uma SE, damos abaixo, um quadro com o
valores em US$ 1000.
Modulo Tensão (kV)
13,8 34,5 69 138 230 500
Saída da LT ou 55 105 177 262 630 3200
Alimentador
Interligação do 52 99 179 258 610 2700
Transformador
Transferência 37 68 117 172 433 -
Casa de Comando - - 107 143 163 200

36
O transformador, por ser um equipamento importante em uma SE, merece um quadro
comparativo isolado. A comparação é feita entre os custos em US$ 1000 de transformadores
nacionais e os adquiridos por concorrência internacional, podendo ser importados.

Tipos de Transformadores de Força Nacional Importado


500/230/13,8 kV ou 500/138/13,8 kV 100 MVA - monofásico 950 500
230/138/13,8 kV ou 230/69/13,8 kV 150 MVA - trifásico 950 500
75 MVA - trifásico 710 375
230/13,8 ou 230/34,5/13,8 kV 50 MVA - trifásico 530 280
138/13,8 kV ou 138/34,5/13,8 kV 41 MVA - trifásico 435 230
ou 69/34,5/13,8 kV 20 MVA - trifásico 320 170
138/13,8 kV ou 69/13,8 kV 41 MVA - trifásico 350 185
20 MVA - trifásico 265 140
12,5 MVA - trifásico 190 100

- LOCALIZAÇÃO DOS VÁRIOS SETORES

Em geral, em uma SE, os setores são bem definidos e podem ser identificados conforme
abaixo:

- setor de tensão mais alta


- setor de tensão média
- setor de tensão mais baixa
- casa de comando

Os setores da tensão mais alta e média devem localizar-se de forma a permitir a entrada e
saída de novas LT`s, acessos para os equipamentos pesados.
O setor de tensão mais baixa, deve localizar-se de modo a permitir a fácil saída de
alimentadores. Assim, deve estar sempre voltado para uma rua ou estrada que permita instalar todos
os alimentadores possíveis (não mais que oito). Também não deve estar muito distante dos
transformadores de força ( principalmente se houver cabos de energia).
A casa de comando deve estar localizada de tal forma que permita uma boa visibilidade das
instalações externas da SE. Além disto, deve ser construída em um plano um pouco superior ao do
pátio externo. Suas dimensões devem comportar adequadamente a sala de comando propriamente
dita (com os painéis de comando, proteção, serviços auxiliares, etc...), sala de comunicações, sala de
baterias (bem arejada, com as baterias e carregadores), escritório, pequena cantina, sanitários e
almoxarifado.

Sob os painéis, poderemos ter porões, miniporões ou canaletas, para permitir a instalação e
manutenção da cablagem de controle ( proteção, medição, sinalização, etc...).

Não devemos esquecer na definição das dimensões da sala de comando as possíveis


ampliações que poderão ser feitas.

- ARRANJO FÍSICO

Definido o tipo de arranjo do barramento temos que dar uma disposição física nos
equipamentos de forma ordenada, respeitada as suas funções e relações elétricas. Neste caso, os
aspectos de espaçamentos, tanto para a correta operação dos equipamentos, tanto para a segurança

37
do pessoal da operação e manutenção, é de fundamental importância. Respeitando os aspectos
mencionados, o melhor arranjo será aquele que necessite a menor área possível. Para que possamos
verificar a melhor área para o arranjo, precisamos desenhar a planta de barramentos, corte e vistas
parciais, tendo com isso uma melhor visualização da SE.

- PLANTA DE BARRAMENTOS E EQUIPAMENTOS

É uma vista de cima da SE, onde deve aparecer os principais equipamentos, estruturas, etc... É
nesta fase que a padronização torna-se interessante, principalmente quanto às dimensõcs e
espaçamentos.
A representação de uma planta de barramentos de uma subestação é elaborada depois de
traçarmos o seu esquema unifilar, conforme exemplo abaixo de uma SE de 230 kV.

Esquema unifilar:

Planta de barramentos e equipamentos:

- CORTES E VISTAS PARCIAIS

Associado à planta de barramentos e equipamentos é necessário que se faça os cortes para


todos os setores da SE, de modo a esclarecer todos os detalhes tanto de dimensões quanto da forma
com que os equipamentos são conectados entre si. Também alguns detalhes importantes merecem
um desenho específico esclarecedor.
Aproveitando o corta A-A´ da planta de barramento da SE de 230 kV, observe a seguir a
representação desse corte.

38
A planta e o corte com as vistas parciais apresentam uma noção de espaçamento entre os
equipamentos, para que se possa determinar o tamanho da área a ser utilizada. Os equipamentos
indicados servem para dar uma idéia de grandeza. A distância entre fases é neste caso 4 m por ser
uma subestação de 230 kV, conforme tabela.

TENSÃO (kV) PÓRTICO ( m ) DISTÂNCIA FASE - F ASE ( m )

230 16 4
138 12 3
69 8 2
34,5 6 1,5
13,8 4 1

Supondo um arranjo em anel, veja como fica a representação da planta e da vista lateral de
uma subestação de 138 kV:
Esquema unifilar:

39
Planta de Barramentos e Equipamentos (Vista de Cima):

Corte A-A´:

40
Através do esquema unifilar de uma subestação de 69 kV, fazer o desenho da planta de
barramentos determinando o corte A-A´ e a seguir representar a vista parcial desse corte.

Esquema unifilar:

Planta de Barramentos:

Corte A-A´:

41
Exercício completo:

Confeccionar o diagrama unifilar completo de uma subestação que atende Serra Negra que
deverá conter os seguintes equipamentos operacionais e de controle e medição.

1- Diagrama Operacional :

A SE de Serra Negra possuirá duas entradas distintas, a saber:


- 1ª. entrada vem da Usina de Pedreira ( 230 kV ), contendo: 3 para-raios, carrier de
comunicação, 3 TC's 300-5 A, 3 TC's 600-5 A, 3 TC's 1200-5 A, disjuntor , baipasse e barramentos
principal e de transferência.
- 2ª. entrada é igual a 1ª. e no BP ( barramento principal) de 230 kV instalar uma chave
seccionadora que vai separar a lª. entrada da 2ª. entrada em duas partes ( parte A e parte B ).
Na parte A do BP de 230 kV temos:
- Disjuntor de transferência, 3 TP's com 3 enrolamentos 230000/120 V para
medição/sincronismo e proteção ligados em estrela-estrela-estrela, e no 1°. circuito alimentador da
parte A desse BP temos: disjuntor, baipasse, 3 TC's 300-5 A, 3 TC's 600-5 A, 3 TC's 1200-5 A, 3
para-raios, transformador trifásico com 3 enrolamentos de 300 MVA, ligados em estrela-triângulo-
estrela, tensão superior TS = 230 kV , tensão média - TM = 69 kV e tensão inferior - TI = 13,8 kV.
Após o transformador haverá 3 TC's de bucha 2000-5 A, 3 para-raios, 3 TC's 400-5 A, 3 TC's 800-5
A, 3 TC's 1600-5 A, disjuntor e baIpasse ligados a um BP de 69 kV ( parte A ).
Na parte B do BP de 230 kV temos:
- 3 TP's com 3 enrolamentos 230000/120 V, ligados em estrela/estrela/estrela para
medição/sincronismo e proteção.
- O 1°. circuito alimentador desse BP é igual ao 1°. circuito da parte A, também ligado ao BP
de 69 kV ( parte B ). No BP de 69 kV encontra-se uma chave seccionadora para separar parte A da
parte B.
Na parte A do barramento de 69 kV temos 3 TP's com 3 enrolamentos 69000-120 V , ligação
estrela/estrela/estrela, para medição/sincronismo e proteção e saindo dessa parte encontram-se 3
circuitos iguais com destino a Monte Sião, Amparo e Socorro, contendo disjuntor, baipasse, chave
de aterramento, 3 TC's 300-5 A, 3 TC's 600-5 A, 3 TC's 1200-5 A, carrier, 3 pára-raios.
Na parte B desse BP de 69 kV, temos ligados 3 TP's com 3 enrolamentos 69000-120 V,
estrelaestrela-estrela, usado para medição/sincronismo e proteção. Saem desta parte do BP com
destino a Mogi Guaçu, Holambra e Paulínia, três circuitos iguais aos circuitos da parte A .
No BP de 69 kV encontra-se uma seccionadora que separa a parte B de uma parte C, que
contem 3 circuitos alimentadores iguais aos circuitos da parte A e B, com destino a Limeira,
Ribeirão Preto e Pinhão. Na parte C encontramos também um disjuntor de transferência e 3 TP's
com 3 enrolamentos 69000/120 V, ligação estrela/estrela/estrela para medição/sincronismo e
proteção, e voltado para dentro da SE encontramos 2 circuitos iguais saindo do BP de 69 kV que vão
ligar um BP de 13,8 kV e que possuem disjuntor, baipasse, 3 TC's 1200-5 A, 3 TC's 600-5 A, 3 TC's
300-5 A, 3 pára-raios, um transformador de 2 enrolamentos 69/13,8 kV , ligação estrela/triângulo de
50 MVA, instalados nas buchas do secundário desse transformador encontramos 3 TC's 2000-5 A, 3
pára-raios, disjuntor e baipasse ligados no BP de 13,8 kV. Esses 2 circuitos se dividem no BP de
13,8 kV em parte A e parte B, através de um seccionadora instalada entre esses 2 circuitos.
Instalados no BP de 69 kV em sua parte B encontramos um disjuntor de transferência, um
reator trifásico de aterramento de 1500 kVA e ligado ao BP temos dois TP's de 13800/120 V para
medição, ainda nesse lado do BP sai um circuito alimentador para Piracicaba, com disjuntor,
baipasse, 2 TC's 50/100/200/400-5 A e 3 pára-raios. Na parte A desse BP encontramos 4 circuitos
iguais ao circuito que sai da parte B e vão para Poços de Calda, Mogi Guaçu, Araras e Americana .

42
Na parte B ainda encontramos um transformador de 2 enrolamentos de 112,5 kV A ,
triângulo/estrela, 13800/127-220 V, protegidos por chave fusível e que vai para os serviços
auxiliares da SE. Também nessa parte encontramos um reator trifásico de aterramento de 1500 kVA
e 2 TP's 13800/120 V usado para medição.

2- Diagrama de proteção e medição:

Nas 2 entradas de 230 kV , os TC's de 300-5 A são interligados e vão ao relé diferencial
(87B), assim como, os TC's de 300-5 A dos 2 circuitos que saem do BP de 230 kV. Esse relé
diferencial (87B) vai ligado a um relé de bloqueio (86B) que desliga todos os disjuntores de 230 kV.
As 2 entradas possuem as mesmas ligações nas proteções que são: Os TC's de 600-5 A ligam
os relés (21P e 21S), relé direcional de sobrecorrente de neutro (67NT), relé de recepção por onda
portadora ou por fio piloto (85) e a um relé de bloqueio de abertura (68). O relé 21P e 67NT estão
ligados ao relé 85 através da linha de atuação que vem do RCVR do carrier e o relé 21 S e relé 85
vão atuar no XMTR do carrier e do relé 67NT vai uma ligação para polarização. O relé 85 vai com
uma linha de atuação no disjuntor de 230 kV e no 62X e 62B e após ao relé 86B do BP 230 kV .
Nos TC's de 1200-5 A estão ligados os relés 121,221, 67N e relé detector de corrente (95). Do relé
221 sai uma linha de atuação até ao relé 21X e após aos relés 62Y que vai ao 62B e 86B e ao de
abertura (94) que irá atuar no disjuntor de 230 kV da entrada e no disjuntor de transferência do BP
de 230 kV . O relé 121 vai atuar no relé 94 e no relé 62Y. O relé 67N vai atuar no relé de abertura
(94) e no relé de tempo de parada ou de abertura (62Y).
Os dois circuitos que saem do BP 230 kV possuem as mesmas ligações de medição e proteção
a saber: Existe um relé diferencial (87T) ligado aos TC's de 1200-5 A antes do transformador e de
800-5 A depois. Esse relé vai atuar no relé 86TA que consequentemente irá atuar nos disjuntores da
entrada e saída desse circuito e também no disjuntor de transferência do BP de 230 kV e disjuntor de
transferência do BP de 69 kV. No 2°. circuito o relé 86 recebe a especificação 86TB.
Os transformadores dos dois circuitos possuem proteção através dos seguintes relés: chave de
nível (71C e 71T), chave de pressão (63S, 63C e 63T), relé de imagem térmica (49H, 49X e 49Y) e
relé dispositivo térmico de equipamento (26), o relé de imagem térmica possui uma chave de
bloqueio para atuação do relé (49S). Todos esses relés vão para o relé de bloqueio (86TA ou 86TB)
e ao alarme. O TC's de 300-5 A estão ligados a um Amperímetro, Wattímetro e Varímetro. Os TC's
de 600-5 A vão ligados aos relés de sobrecorrente de fase temporizado (51) e de sobrecorrente de
neutro temporizado (51N) e ao relé detector de corrente (95). O relé 51 e 51N vão atuar no relé de
abertura (94) e ao relé de tempo de parada ou de abertura (62X). O relé 94 atua no disjuntor de
entrada desse circuito e no disjuntor de transferência do BP de 230 kV e o relé 62X vai atuar no 62B
do barramento de 230 kV . Nos TP's com 3 enrolamentos do BP de 230 kV estão ligados na saída da
medição/sincronismo um voltímetro analógico e um registrador com chave comutadora (CV).
Os TC's de 400-5 A estão com o seu secundário fechado. Os TC's de 1600-5 A estão ligados
aos instrumentos de medição que são um Amperímetro, um voltímetro e um varímetro.
Nas saídas do H0 e X0 dos 2 transformadores estão ligados 3 TC's de bucha, sendo 600-5 A
no H0 e 2000-5 A no X0, e nesses TC's indicar que eles vão atuar no relé 67N. Na saída do terciário
dos transformadores, colocar 3 para-raios.
Todas as saídas do BP de 69 kV (parte A, parte B e parte C) que vão para as localidades
mencionadas, possuem medições e proteções iguais, a saber:
- Nos TC's de 300-5 A estão ligados os instrumentos de medição, ou seja um amperímetro, um
wattímetro e um varímetro.
Nos TC's de 600-5 A estão ligados os relés 121, 221, 67N e 95. O relé 121 vai atuar no relé
62X e no relé 94. O relé 221 vai atuar no relé 21X e dele nos relés 62X e 94. O relé 67N vai atuar
nos relés 62X e 94, alem de também ir para a polarização. O relé 94 vai atuar no disjuntor de 69 kV

43
da entrada do alimentador e no disjuntor de transferência. do barramento. Os disjuntores da entrada
dos alimentadores que saem do BP de 69 kV possuem a atuação de um relé de religamento e o
bloqueio automático.
Em todos os TP's do BP de 69 kV, possuem ligados na saída para medição/sincronismo, um
voltímetro e chave comutadora. Os TP's da parte C do barramento possuem também ligado na saída
para a medição/sincronismo um relé de freqüência (81) que irá atuar nos disjuntores de 13,8 kV dos
alimentadores que saem do BP de 13,8 kV ( parte A e parte B ).
As duas saídas da parte C do BP de 69 kV que vão ao BP de 13,8 kV , possuem as mesmas
medições e proteções, a saber:
Os transformadores de 50 MVA possuem proteção através de relés 71T, 71C, 63S, 63C, 63T,
26, 49H, 49X e 49Y que possuem chave de bloqueio 49S. Esses relés atuam no alarme e no relé de
bloqueio ( 86Tl do transformador T1 e 86T2 do transformador T2 ). O relé de bloqueio (86Tl) atua
também no relé 86T2 e vise e versa. Esse relés, cada qual atua no seu disjuntor de entrada de 69 kV .
Atuando no primário e no secundário dos transformadores, encontra-se um relé diferêncial
(87T), ligado aos TC's de bucha do transformador de 2000-5 A e nos TC's de 300-5 A da entrada.
Nos TC's de 1200-5 A, estão ligados um amperímetro, um wattímetro e um varímetro. Nos
TC's de 600-5 A, estão ligados os relés temporizados de corrente de fase e neutro (51 e 51N), e o
relé detector de corrente (95) . O relé 51 e 51N vão atuar no relé 94 e 62X. O relé 94 atua no
disjuntor de 69 kV da entrada e no disjuntor de transferência do BP de 69 kV . O relé 62X vai atuar
no relé 62B do BP de 69 kV . O relé 62B, atua no relé 86B que bloqueia todos os disjuntores de 69
kV .
Todos os alimentadores que saem do BP de 13,8 kV , possuem ligados nos seus TC's de 50-
100-200-400-5 A, um amperímetro, um wattímetro e um varímetro.
Na parte B do BP de 13,8 kV, os seus TP's estão ligados a um voltímetro com chave
comutadora. No secundário do reator trifásico de aterramento encontra-se ligado um TC de bucha de
1000-5 A ligado a um relé 51 que atua num relé de bloqueio (86T2).
Na parte A do BP de 13,8 kV , o seu TP possui ligado no seu secundário um voltímetro com
chave comutadora. O reator trifásico de aterramento dessa parte do BP, possui ligado no seu
secundário 3 TC's de bucha de 1000-5 A, ligados ao relé temporizado de corrente (51) que vai atuar
no relé de bloqueio 86 T1.

10 - DISTÂNCIAS DE SEGURANÇA

Além das distâncias ( espaçamento ) que serão vistas a seguir é necessário levar em
consideração as condições de operação e manutenção dos equipamentos. Assim sendo é
fundamental analisar cada um dos equipamentos e as atividades previstas para serem executadas nas
suas imediações e partes energizadas. Entende-se como distância de segurança a mínima distância a
ser mantida, no ar, entre a parte energizada do equipamento ou condutor e o solo ou qualquer outra
parte do equipamento ou condutor no qual possa ser necessário realizar algum trabalho. Assim
sendo, a distância de segurança é a soma dos seguintes valores:

- Valor Básico ( Zona Base) : ou distância básica, depende da tensão de ruptura do


isolamento definido para a SE, que é a tensão que determina ima zona de guarda em torno das partes
energizadas. db = zona de guarda

- Valor de Segurança ( Zona de Segurança) : valor determinado pela movimentação do


pessoal que trabalha na SE e que leva em consideração além da altura das pessoas, as ferramentas e
outros dispositivos a serem utilizados. O valor da área assim determinado (zona de segurança) não

44
deverá oferecer em hipótese alguma nenhum risco as pessoas que transitarem por ela.

Mínimo (m) Desejável ( m )


Tensão
Nominal Ø-Ø Ø-T Vertical Ø-Ø Ø-T Vertical
(kV)
Ext. Int. Ext. Int. Ext. Ext. Ext. Ext.
13,8 0,38 0.31 0,25 0,15 2,79 0,61 0,31 2,82

34,5 0,66 - 0,38 - 2,90 0,92 0,46 3,12

69 1,12 - 0,74 - 3,18 1,52 0,81 3,50

138 1,96 - 1,08 - 3,70 2,44 1,42 4,42

230 3,15 - 1,84 - 4,47 3,44 2,28 4,48


1 kV por cm ( Ø - T ) Ø = fase

- DIMENSÕES CONSERVATIVAS

TENSÃO PORTICO ( m ) DISTANCIA Ø - Ø ( m )


230 16 4
138 12 3
69 8 2
34,5 6 1,5
13,8 4 1

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- DISTÂNCIAS MÍNIMAS RECOMENDADAS

ESPAÇAMENTOS EM METRO ALTURA RECOMENDADA

FASE DE BARRA RÍGIDAS ( m )


ALTURA
FASE- TERRA FASE -FASE MÍNIMA,
NÍVEL DE
TENSÃO PARTES
ISOLAMENTO SOBRE ESTRADAS
kV VIVAS
KV
SOBRE O
CONDUTORES CONDUTORES SOLO (M) SOBRE
O DE
SOLO SECUNDARIA SERVIÇOS

RÍGIDO FLEXÍVEL RÍGIDO FLEXÍVEL

0,26 + 0,40 +
13,8 15 0,26 0,40 3,00 6,00
fináx. fináx.

0,39 + 0,90 +
34,5 34,5 0,39 0,80 3,00 6,00
frnáx. fmáx.

0,74 + 1,50 +
69 69 0,74 1,50 3,00 6,00
fmáx. fináx.

1,35 + 2,50 +
138 138 1,35 2,50 3,60 4,35 4,55 7,50
fináx. fináx.

2,30 + 3,95 +
230 230 2,30 3,95 4,50 5,40 5,60 8,50
fmáx. fmáx.

Os espaçamentos são válidos para altitudes até 1000 metros.

11 - ATERRAMENTO EM SUBESTAÇÕES
O aterramento em instalações elétricas, tem por finalidade a proteção das pessoas em contato
com as instalações elétricas e à proteção dos equipamentos elétricos. Esta proteção pode ser
identificada nos aspectos de :
- dar segurança às pessoas, evitando que as mesmas fiquem expostas a potenciais considerados
perigosos;
- dar condições para que as correntes resultantes de um rompimento da isolação(corrente de
falta), devido a curto-circuitos, descargas atmosféricas ou sobre-tenções de manobra, possam escoar
para a terra sem causar danos a pessoas ou equipamentos;
- permitir que o sistema de proteção instalado na SE tenha um funcionamento perfeito.

46
A principal preocupação é a proteção do ser humano, razão pela qual vamos analisar alguns
aspectos relacionados ao corpo humano, em presença de correntes elétricas. Dados estatísticos
determinaram que o corpo humano fica vulnerável a correntes para a faixa de freqüência menor do
que 60 Hz e maior do que 25 Hz. Por outro lado, freqüências altas de 500 Hz ou superiores, não
apresentam grandes perigos ao ser humano.
Assim, a freqüência da ordem de 50 a 60 Hz é a que em geral, traz como conseqüência a
fibrilação ventricular ( batimento cardíaco desordenado, de difícil recuperação ). O maior perigo
para o ser humano é a intensidade de corrente que circula pelo seu corpo, e esta, depende da
resistência elétrica da pele e interna do indivíduo, bem como do valor da tensão aplicada nos pontos
de contato. Inúmeros valores de resistência elétrica do corpo humano foram medidos, variando de
500 Ω até 10000 Ω. Os valores médios aceitos são 2300 Ω entre as mãos e 1100 Ω entre mãos e pés.
Todavia, para os cálculos, estabeleceu-se como valor razoável em 60 Hz, 1000 Ω (mãos, pés e entre
pés).
Também foi estabelecido que o limiar da percepção de uma corrente elétrica ( formigamento)
surge quando a intensidade desta é de 1 mA, sendo que acima deste valor, poderá representar algum
perigo. Foi constatado que uma corrente de 100 mA, com duração de 3 segundos, percorrendo um
corpo humano, pode provocar fibrilação. O Prof. Charles Francis Dalziel, após experiências feitas
em animais, determinou a seguinte expressão para os seres humanos:
ρ
Im =
t

Im = máxima corrente de curta duração tolerável pelo corpo humano [ A ]


t = tempo de duração da corrente de falta em segundos.
ρ = constante de energia, cujo valor é de 0,165 para corpos com peso de 70 kg e de 0,116 Kg
para corpos com peso de 50 kg.

Esta é a corrente mínima capaz de produzir a fibrilação cardíaca em 0,5 % dos casos
observados, válida para 0,03s<t<3s .

O Prof. Dalziel determinou também, que o tempo limite para a duração da corrente, deve ficar
entre 0,03 a 3 segundos. A definição deste tempo, este relacionado com o sistema de eliminação das
faltas na SE, dependendo das características dos relés e dispositivos de interrupção dos circuitos.
Para se ter um bom aterramento dos equipamentos de uma SE e manter as várias tensões que surgem
durante uma falta, dentro de limites toleráveis, toma-se necessário construir um sistema de
aterramento dentro da SE, denominado de " Malha de terra ".

Dois aspectos principais devem ser considerados em estudos de aterramento de SE, a saber:
- O Comportamento do Sistema: quando da ocorrência de uma corrente de falta para a terra na
SE, a corrente, inicialmente injetada na malha de aterramento, se divide por todo este sistema
interligado, cabendo então a cada um dos seus componentes, a função de dissipar uma fração da
corrente de falta para o solo.
- A interação malha/solo é função, basicamente, da geometria da malha, de estruturas
metálicas eventualmente enterradas no solo dentro da sua área de influência, e da estratificação do
solo na região onde a mesma se encontra. Esta interação se reflete na resistência de .aterramento da
malha e nos gradientes de potencial no solo, decorrentes do processo de dissipação de uma dada
injeção de corrente.
O resultado do estudo de aterramento de subestações normalmente engloba quatro grupos de
informações:

47
- O dimensionamento da malha para projeto, aí incluindo a bitola do condutor, a configuração
e a profundidade da malha, os critérios de segurança estabelecidos e os resultados das simulações,
onde se destacam a resistência de aterramento da malha, a fração da corrente de falta dissipada pela
malha para o solo, os perfis de potencial na superficie do solo, e os potenciais de passo e toque
obtidos em direções previamente selecionadas.
- de cabos pára-raios e de blindagens de cabos de energia, o aterramento de equipamentos,
cercas, etc...
- recomendações específicas para as instalações especiais ( centros de processamentos de
dados ou de controle, estações de comunicações, etc...

A área a ser abrangida pela malha da SE deve ser, em princípio, a mais ampla possível,
considerando-se as restrições existentes ( topografia e localização do terreno, instalações vizinhas,
etc... ) Nesta etapa, deve ser elaborada uma estratégia prévia de aterramennto da SE como um todo,
com a avaliação do interrelacionamento da malha com outras estruturas, tais como edificações,
torres, cercas, portões, etc...

- ESTABELECIMENTO DE CRITÉRIOS DE DIMENSIONAMENTO

Com relação à segurança humana em locais em que a superficie do solo é submetida a um


gradiente de potencial, existem duas condições em que a suportabilidade do corpo humano deve ser
avaliada, a saber, as diferenças de potencial que podem ser aplicadas a um indivíduo que caminha
ou que toca em uma estrutura local ou remotamente aterrada. A estas duas condições correspondem
os limites críticos de suportabilidade, conhecidos, respectivamente, por "potencial de passo
tolerável" e "potencial de toque tolerável". Estes limites são afetados pela freqüência e duração da
corrente aplicada.
O ideal seria eliminá-Ios, porém, não sendo possível, procura-se manter estas diferenças de
potencial dentro de valores abaixos dos admissíveis, afim de não oferecer qualquer risco às pessoas
que trabalham ou circulam dentro das SE's e imediações. Alem do aspecto de segurança, cabe
também ao projetista não esquecer os aspectos de custos da malha, que adotando critérios muito
conservadores, poderá onerar demasiadamente esta parte da SE, desnecessariamente.

- RESISTIVIDADE DO SOLO

Para medirmos a resistividade do solo no caso das malhas de terra, convém tomarmos algumas
precauções, já que o valor de ρ(resistividade) é de importância fundamental:
Efetuar as medições em duas direções segundo um eixo X e outro Y ( referências da SE).

48
Deverão ser medidos no mínimo seis pontos, com quatro pontos na periferia e dois na região
central.
As medições devem ser efetuadas quando o terreno estiver bem seco (pior caso).
Preferencialmente efetuar as medições no terreno após feita a terraplanagem.
Tomar cuidados em utilizar aparelhos de medida que possuam filtros que não permitam
interferências nas medições, devido a correntes externas.
Procurar efetuar o máximo de medições para ter-se um valor médio, o mais próximo possível
do real.
Nos pontos onde serão instalados equipamentos cujos os aterramentos são fundamentais para o
seu desempenho (transformador). Pára-raios, reatores, etc), deve-se tomar o máximo cuidado com as
medições.
O solo é um elemento totalmente heterogêneo, de modo que seu valor de resistividade varia de
uma direção a outra, conforme o material de que é composto, segundo a profundidade de suas
camadas e idade de sua formação geológica. O solo varia a sua resistividade com a umidade,
salinidade e temperatura.

Tabela dos valores obtidos nas medições;

Distâncias
Resistividade calculada
Entre Resistência média (Ω)
ρ=2.π.a.ρmédio [Ω.m]
hastes Resistividade
média
ρm (Ω.m)
Ponto 1 Ponto 2 Ponto 3 Ponto 4
a(m) Ponto 1 Ponto 2 Ponto 3 Ponto 4
R (Ω) R (Ω) R (Ω) R (Ω)

2
4
8
16
32
64

- No caso de áreas para construção de SE`s com dimensão até 100 X 100, deverão ser
efetuadas pelo menos medidas em 6 pontos, com prospecção de resistividade até 64 metros.
- Caso os valores de resistividade encontrados para uma mesma separação entre eletrodos,
variem mais que 50 % com relação ao valor médio aritmético, devem ser feitas medições em maior
números de pontos (isto é indício de variações de tipo de solo, inclinação das camadas, altura
diferente do lençol freático, presença de pedra, etc.

49
Determinação dos desvios em relação ao valor médio:

δ% = ρm - ρ. 100


a (m) 100 δm = desvio
máximo
Ponto 1 Ponto 2 Ponto 3 Ponto 4
2
4
8
16
32
64

Os desvios obtidos não devem ser superiores a 50 % (limites aceitáveis).

- PROCESSO DE MEDIDA - MÉTODO DE WENNER

O método utiliza um megger, instrumento de medida de resistência que possui quatro


terminais, dois de corrente e dois de potencial. O aparelho através de sua fonte interna, faz circular
uma corrente elétrica I entre as duas hastes externas que estão conectadas aos terminais de corrente
C1 e C2. As duas hastes internas são ligadas aos terminais P1 e P2. Assim, o aparelho processa
internamente e indica na leitura, o valor da resistência elétrica, de acordo com a fórmula:

ρ .I 1 2 2 
R=  + − 
4 .π a a 2 + (2 p )
2
(2.a )2 + (2 p )2 
 

Feitas todas medidas de resistência, calcula-se os respectivos valores para ρ relativo a cada
ponto, segundo eixos "x" e "y" com a fórmula:

ρ = 2 .π a . R (Ω . m )

R = valor indicado no potenciômetro do medidor.


a = espaçamento entre eletrodos.

O método considera que praticamente 50% da distribuição de corrente que passa entre hastes
externas ocorre a uma profundidade igual ao espaçamento entre hastes.

50
Os eletrodos deverão estar alinhados devendo ser enterrados, aproximadamente, 30 cm dentro
do solo. Possicionar o “G” ground no ponto a ser medido.

A corrente atinge uma profundidade maior, com uma correspondente área de dispersão grande,
tendo em conseqüência, um efeito que pode ser desconsiderado. Portanto, para efeito de Método de
Wenner, considera-se que o valor da resistência elétrica lida no aparelho é relativa a uma
profundidade "a" do solo. Devem ser feitas diversas leituras, para vários espaçamentos, como as
hastes sempre alinhadas.
Para uma determinada direção devem ser usadas os espaçamentos recomendados na tabela
abaixo:

Espaçamento “a” (m) Leitura R (Ω) Calculado ρ (Ω.m)


2
4
8
16
32
64

O número de direções em que as medidas deverão ser levantadas depende:


- da importância do local da aterramento.
- da dimensão do sistema de aterramento.
- da variação acentuada nos valores medidos para os respectivos espaçamentos.

- TENSÃO MÁXIMA DE PASSO “Ep”

Durante a ocorrência de uma falta, principalmente curto fase terra, o fluxo da corrente que
penetra no solo, provoca gradientes de potencial em volta do ponto de penetração, que podem
assumir valores elevados. Estes gradientes na superfície do solo, podem trazer perigo às pessoas que
trabalham na SE ou que transitam nas suas imediações. Embora seja impossível eliminar estas
tensões, é possível dimensionar uma malha para mantê-las dentro de valores aceitáveis.
A Tensão Máxima de Passo é a diferença de potencial que pode surgir entre os pés de uma
pessoa que toca o solo simultaneamente (considerando que o passo possui 1 metro), durante a

51
ocorrência de uma corrente de falta. Nessas condições, teremos uma circulação de corrente pelo
corpo do indivíduo, que deverá ficar a níveis toleráveis.
Para este cálculo, parte-se das seguintes premissas:
- o pé de uma pessoa é considerado como um eletrodo circular com raio aproximado de 8 cm;
- a resistividade do solo sob os pés é denominada de resistividade superficial ( ps ) dada em
Ω.m, e depende do tipo de revestimento utilizado para o pátio da SE.
Considera-se os seguintes valores para ps :
ps para brita molhada = 3000 Ω.m
ps para grama = 50 Ω.m
ps para terra ( média) = 1300 Ω.m
Adota-se para a resistência de contato de um pé com o solo, RF = 3 . ρ.s [ Ω ], e
desconsidera-se a resistência da sola dos sapatos.
A resistência do corpo humano, conforme já visto é de Rk = 1000 Ω, adotado para efeito de
cálculo.
Para 70 kg
0,165
Im =
t
Para 50 kg
0,116
Im =
t
116 + 0,7 ρs
Ep = [V ]
t

Ep = tensão máxima de passo admissível para o corpo humano dada em Volts.


ρs = resistividade do material de acabamento da superfície do solo da malha.
t = tempo para eliminação da corrente de falta

Se tomarmos os valores aceitos como razoáveis, já discutidos, teremos para um pátio revestido
com brita, o seguinte valor:

O tempo para eliminação da corrente de falta pelos dispositivos de proteção, foi considerado
como sendo de 0,5 segundos, que será adotado, doravante, para todos os nossos cálculos.

- TENSÃO MÁXIMA DE CONTATO OU TOQUE “Ec”

Esta tensão é a diferença de potencial que pode surgir entre um ponto não energizado
(intencionalmente) de material condutor e aterrado (estruturas, equipamentos, etc...), ao alcance das
mãos de uma pessoa em pé, em um ponto do solo distante de 1 (um) metro da estrutura de
referência, devido a corrente de falta que pode circular através do corpo. Também nestas condições,
a corrente que circula pelo corpo humano, deverá ficar dentro de valores toleráveis. Para calcular a
Tensão de Contato ou Toque (Ec) considera-se que os pés estejam juntos de forma que as Rf estejam
em paralelo, resultando um total de Rf / 2. Assim teremos:

116 + 0,174 ρs
Ec = [V ]
t

Ec= tensão de contato máxima admissível para o corpo humano

52
Vendo a fórmula, notamos que a “Ec” depende da resistividade do material de acabamento da
superfície do solo da malha, já vistos, e como exemplo se considerarmos um pátio revestido com
pedra brita e tempo de eliminação da corrente de falta igual a 0,5s, teremos a Ec = 3.133 V.

- TENSÃO DE TRANSFERÊNCIA "Et"

Esta tensão, que é um caso particular da tensão de toque, é a diferença de potencial que pode
surgir durante a ocorrência de uma falta, entre um ponto remoto, ligado à malha e o ponto onde há
injeção da Icc (pode ser um eletrodo ou a própria malha). Assim, podemos melhor definir a tensão
de transferência como sendo a elevação total de potencial da malha (p/ SE's), a que uma pessoa
poderá ficar sujeita, estando em um ponto remoto e toque um elemento metálico conectado à malha
de aterramento no momento que a corrente de falta está sendo dispersada por está malha. A pessoa
poderá tocar um condutor aterrado em um ponto remoto, estando ela no interior da malha conforme
a figura abaixo:
0,174 ρs + 116
Et = [V ]
t

- TENSÃO DE PASSO EXISTENTE NA PERIFERIA DA MALHA “ Ep "

Como já vimos, é a tensão a que fica submetido um indivíduo, quando toca dois pontos
simultaneamente, espaçados de um metro, dentro da malha de terra.
A expressão que veremos, permite determinar o valor de Ep em função da geometria da
malha e características do condutor.

Ks.Ki.ρa.Ia
Ep = [V ]
Lt

Ep = tensão de passo existente na periferia da malha Ep ≥ Ep


ρa = resistividade média ou aparente em Ω.m
Ia = corrente que flui pela malha
Lt = comprimento total da malha, incluindo as hastes de terra e conexões enterradas [ m ]
Ki = coeficiente de correção do efeito da não uniformidade na distribuição das correntes na
malha (geralmente a maior dispersão é na periferia e nos vértices). Medidas elaboradas em malhas já
implantadas indicam que o valor de Ki fica entre 1,5 e 2,5, sendo que normalmente em malhas com
mais de 10 condutores paralelos, pode-se adotar o valor de Ki = 2.

1 1 1 1 1 1 1 
Ks =  + +  + + ... + 
π  2.h C + h C  2 3 N − 1 

Ks = coeficiente de superfície que leva em consideração o número de condutores paralelos, o


espaçamento médio entre eles e a sua profundidade de implantação.
C = espaçamento entre condutores na direção considerada [m]
h = profundidade da instalação da malha ( geralmente de 0,60 à 1,00m).
N = número de condutores paralelos na direção considerada, “x” ou “y”.

53
- TENSÃO DE CONTATO CALCULADA " Ec "

A expressão que permite calcular a tensão de contato é a seguinte:

Km .Ki .ρ a.Ia
Ec = [V ]
Lt
Ec = tensão de contato calculado [ v ]
Km = coeficiente que leva em conta a profundidade da malha, o diâmetro do condutor da
malha, espaçamento médio entre eles e o número de condutores paralelos.

Pode ser calculado por:


1 C2 1 3 5 7 2N − 3 
Km = . ln + . ln x x x...x 
2.π 16.h.d π  4 6 8 2N − 2 

d = diâmetro dos condutores da malha [ m ]

Ec > Ec

- DIMENSIONAMENTO DA SEÇÃO DOS CONDUTORES DA MALHA DE TERRA

A primeira medida a ser tomada, é a determinação do pior caso de curto circuito fase e terra,
ou seja, a maior corrente que poderá fluir para a terra. É fácil compreender que no caso de um curto,
a corrente que atinge a malha, subdivide-se em pelo menos dois sentidos. Admite-se que 65 % desta
corrente tenha um sentido e 35 % outro.
Nesta condição, podemos adotar para o cálculo da seção do condutor de aterramento (na
malha) o valor dado por: Ia = 0,65 . Icc [A] (Ia = corrente aparente e Icc = corrente de curto
circuito ou corrente de falta)
Na malha, a pior hipótese é a de que toda a corrente Ia circulará apenas em um ramo dos
condutores da malha, sabendo-se que na realidade ela será distribuída entre todos os condutores.
A seção do condutor pode ser obtida (inclusive para os cabos de descida dos equipamentos):

Ia
A=
σ
com:
A = seção do condutor em circular mil (CM)
Ia = parcela da corrente de curto circuito que flui para a malha (A)
σ = densidade de corrente no condutor.

Para obtermos a seção do condutor em circular mil (CM), temos que determinar o valor de σ.

 Tm − Ta 
log  + 1
σ =  234 + Ta 
33 . t
54
Tm = temperatura máxima permitida p/ o condutor (geralmente é adotado 300 °C) para o
cobre (Oº C)
Ta = temperatura de referência (em geral o ambiente do solo é considerado com um valor de
40°C)
t = tempo máximo de duração da falta em segundos dependendo do sistema de proteção,
podemos tomar 0,5 s (bitola mínima), ou 3 s (bitola máxima). Para efeito de projeto usaremos a
bitola máxima na continuidade do cálculo da malha.

Geralmente o cálculo da bitola dos condutores destina-se apenas como uma verificação, pois
por questões de padronização, não se adota bitolas muito diferentes p/ cada SE. A bitola mínima,
normalmente aceita é 2/0 A WG.

Como orientação, damos algumas bitolas de cabos utilizadas em malhas de terra de SE's:

2/0 A WG em geral setor de 13,8 kV e 34,5 kV


2/0 A WG em geral setor de 69 Kv
2/0 e 4/0 A WG em geral setor de 138 kV
4/0 a 250 kCM em geral setor de 250 kV

Para se obter mm², dividir CM por 1,973 x 10³ .

- DETERMINAÇÃO DO ESPAÇAMENTO MÁXIMO ENTRE CONDUTORES

O processo é interativo, visando uma solução econômica e necessita de um valor inicial de


espaçamento.

a) Determinação dos espaçamentos entre condutores:


Para tal, faz-se uma hipótese de configuração da rede, e como valor prático, costuma-se iniciar
com espaçamentos da ordem de 10 % dos comprimentos dos lados (para SE's de dimensões de até
60m).
Para dimensões maiores, adotar porcentagens menores.
Definidos os espaçamentos, calculam-se o número de condutores em cada direção da rede.

b) Determinação do número de condutores:


Chamaremos de condutores principais aqueles que são colocados na direção correspondente ã
largura da malha e de condutores de junção aqueles que são colocados na direção do comprimento
da rede.
Assim sendo, na figura abaixo, o número de condutores principais, será dado por:

Nx = Lx + 1 (Nx inteiro)
Cx

o número de condutores de junção será dado por:

Ny = Ly + 1 (Ny inteiro)
Cy

55
Adotando-se a prática citada acima (10 %) para um comprimento de até 60 m, teríamos
sempre:

Nx = Ny = 11 condutores

c) Cálculo do comprimento dos condutores

Lt = Lrede = Lx . Ny + Ly . Nx

- COMPRIMENTO MÍNIMO DE CONDUTORES NECESSÁRIOS NA MALHA DE


TERRA

Deve ser verificado o comprimento mínimo para as duas direções de malha, e em ambos os
casos, o comprimento real deve ser superior ao calculado pela expressão:

Km.Ki.ρa.Ia. t
Lt =
116 + 0,174 ρs

Lt = comprimento total dos cabos da malha [ m ]


Ia = parcela da corrente de curto circuito que flui pl malha Ia = 0,65 . Icc [ A ]
pa = resistividade média ou aparente [ Ω.m ]
ps = resistividade superficial [ Ω.m ]
Para cada direção, considerar os respectivos km e ki.
Devemos ter Lt ≥ La e Lt ≥ Lb.
Caso não se verifique alguma destas condições, devemos recomeçar o projeto, adotando outros
valores de espaçamento ou profundidade ou bitola do cabo, etc..; até verificar-se as condições
acima.

- CORRENTE DE PICK-UP DOS RELÉS DE TERRA “Ipick-up”

Estas correntes devem ser inferiores às correntes perigosas para o ser humano, e suficientes
para sensibilizar os relés de terra. Para tal, é necessário que:

Ipick − up 〈
(Rc + 1,5 . ρ s ) . 9 . Lt (A )
Rc . Km . Ki . ρ a

Rc = resistência do corpo humano [Ω] Obs: para efeito de cálculo, adota-se Rc = 1000 Ω,
considerando a situação do corpo humano submetido a potencial.
Lt = comprimento total dos condutores da malha [ m ]
ρa = resistividade média ou aparente [ Ω . m ]

- TENSÃO DE CONTATO EM CERCA: [kc]

O coeficiente kc introduz no cálculo, o efeito produzido pelo diâmetro do condutor, a


profundidade da malha, o espaçamento entre condutores e a distância entre a periferia da malha e
qualquer ponto fora dela. É dado pela fórmula:

Kc=
[ ][ ]
1 h2 + x2 . h2 +(C+ x) 1 2C+ x 3C+ x (N +1) C+ x
2
+ ln

ln
(
h. d . h2 +C2) π  2C   3C   (N +1) C 
... 56
x = distância da periferia da malha ao ponto considerado [ m ]
L = comprimento do lado da malha [ m ]
C = espaçamento médio entre os condutores da malha na direção considerada [ m ]
N = número de condutores paralelos na direção considerada
Para cercas sobre o perímetro da malha X = O
Para cercas fora do perímetro da malha X ≥ 1 Deve-se verificar a relação Ec < Et
Este coeficiente pode ser obtido praticamente através dos gráficos da fig. 83 a 85.

- CORRENTE DE CHOQUE ( Ik )

É a máxima corrente que pode circular pelo corpo humano sem causar fibrilação. É dada por:
0 ,116
Ik =
t
Quando a duração da corrente de falha é desconhecida, admitem-se valores de Ik = 100 mA
( limite de fibrilação).

- RESISTÊNCIA DE ATERRAMENTO DA MALHA

Em geral, a área a ser coberta pela malha de terra, é conhecida previamente, mesmo que com
valor aproximado, pois normalmente já se tem disponível o lay-out da SE. É possível, portanto,
estimar o comprimento dos cabos a serem enterrados para a malha, sabendo-se o limite desejado
para o valor da resistência de terra e a resistividade do solo. O procedimento normalmente adotado é
o de determinar um raio de um círculo cuja área seja equivalente a área de cobertura da malha.
S
r=
π

Assim temos:
S= área total coberta pela malha na SE (m²)
r = raio de um círculo de área equivalente (m)
A Resistência da Malha pode ser determinada por:

ρa ρa
Rm = + [Ω]
4r Lt

Rm < 2 Ω

Sendo:
Rm = resistência da malha (Ω) Deve ser inferior a 2 Ω.
ρa = resistividade média ou aparente considerada para o solo da SE (Ω.m)
Lt = é o comprimento total dos cabos da malha (m)

Quando não se tem definida a malha (comprimento de condutores) e existe a necessidade de se


calcular a corrente de curto circuito fase-terra (Ic), pode-se utilizar uma simplificação da fórmula
anterior para se ter a resistência estimada da malha, como segue:
ρa ρa
Rm = ou Rm = .0,443 [Ω ] 57
4r s
- POTENCIAL DE PASSO NA PERIFERIA DA REDE: "Eper"

É a diferença entre dois pontos no solo separados de 1 metro, na periferia da malha. É dado

Ks.Ki.ρa.Icc
Eper =
Lt
por:

Para cada direção, considerar os respectivos Ks e Ki .


Ep ≥ Epera e Ep ≥ Eperb Caso contrário, deve-se recomeçar o projeto, adotando
convenientemente outros valores de espaçamento ou profundidade, ou bitola do cabo, etc..; até
verificar a condição acima.

- POTENCIAL DA MALHA: "Em"

É a diferença de potencial a que será submetida uma pessoa que estando dentro da rede, no
centro de uma sub-malha, tocar com as mãos em uma estrutura aterrada à malha.
É dada por:
Km.Ki.ρa.I
Em =
Lt
Em cada direção, considerar os respectivos Km e Ki. Devemos ter Ema ≤ Et e Emb ≤ Et

CORRENTE DE CHOQUE QUE PASSA PELO CORPO HUMANO DEVIDO AO


POTENCIAL DE PASSO DA PERIFERIA: "Iper"
Eper
Iper =
100 + 6 ρa
Devemos ter Iper ≤ Ik para o valor máximo de Eper.

CORRENTE DE CHOQUE QUE PASSA PELO CORPO HUMANO DEVIDO AO


POTENCIAL DE MALHA: "Im"
Em
Im =
1000 + 1,5ρa
Devemos ter Im ≤ Ik para o valor máximo de Em.

TENSÃO DE TOQUE NA CERCA:


Onde:
Kc.ρa.I
Ec =
Lt
pa = resistividade da primeira camada do solo ( Ω.m )
Para cerca sobre o perímetro da rede (x = 0): Kc é obtido praticamente da fig. 83 e tabela
XVII.

58
Para cerca fora do perímetro da rede (x = 1), não interligada à malha: Kc é obtido praticamente
pela diferença: Kc(x) - Kc(x - l) obtidos das fig. 83 a 85.
Deve-se ter Ec ≤ Et
Às vezes, não se verifica a condição acima, sendo necessário a locação da cerca fora do
perímetro da rede ou lançamento de esteiras de aterramento superficiais (até 20 cm de profundidade)
ao longo da cerca, com 1 m de largura no mínimo e interligada à cerca.

RESISTÊNCIA DE ATERRAMENTO FINAL

É o valor que se obtém, colocando-se em paralelo a resistência de aterramento dos cabos pára-
raios, equipamentos e

Rat =
Rm.Rn
[Ω]
Rm + Rn

Exercício resolvido:
Calcular a malha da terra de uma SE Rebaixadora 69/13,8 kV conforme os dados fornecidos:

Potência de curto circuito trifásico: Pcc 30 = 1036 MVA


Potência de curto circuito fase-terra: Pcc 0T =869 MVA
Corrente de curto circuito: Icc = 7800 A
Tempo máximo considerado pl atuação da proteção (s): t = 0,5 s
Consideramos conexões soldadas (solda convencional).
Área da Malha: 60 m x 60 m
Profundidade da malha: h = 1,0 m
Revestimento do pátio da subestação: ρs = pedra brita

Medição da resistividade do solo:

“a” Resistência medida no aparelho R Resistividade ρ = 2π.a.R (Ω.m) Resistividade


(m) (Ω) Média
Ponto Ponto Ponto Ponto Ponto Ponto Ponto Ponto ρm (Ω.m)
1 2 3 4 1 2 3 4
2 8,1 7,1 7,2 7,4 101,8 89,2 90,5 93,0 94
4 3,1 3,4 3,2 3,1 77,9 85,5 80,4 77,9 80
8 3,0 1,7 1,9 1,9 150,8 85,5 90,5 95,5 107
16 1,1 1,0 1,1 1,1 110,6 100,5 110,6 110,6 108
32 0,7 0,6 0,7 0,5 140,7 120,6 140,7 100,5 126
Resistência média ou aparente “ρa” (Ω.m) 103

59
Determinação dos desvios em relação ao valor médio:

δ% =
ρm − ρ
100
δm = desvio
a (m) ρm máximo (%)

Ponto 1 Ponto 2 Ponto 3 Ponto 4


2 8 5 4 1 8
4 3 7 0,5 3 7
8 41 20 11 11 41
16 2 7 2 2 7
32 12 4 12 20 20

Obs: Os desvios obtidos encontram-se dentro dos limites aceitáveis (50 %), portanto todos os
valores serão considerados. Caso sejam encontrados alguns valores discrepantes de resistividade,
deverão ser projetados sistemas de aterramentos especiais para esses pontos, ou conforme a
porcentagem desses valores no total do levantamento, poderão ser desprezados e adotado o valor
médio, visando a estabelecer um único padrão para o local.

Dimensionamento da seção mínima e máxima dos condutores da malha de terra:

A primeira medida a ser tomada, é a determinação do pior caso de curto-circuito fase e terra,
ou seja, a maior corrente que poderá fluir para a terra. É fácil compreender que no caso de um curto,
a corrente que atinge a malha, subdivide-se em pelo menos dois sentidos. Admite-se que 65 % desta
corrente tenha um sentido e 35 % outro.
Nesta condição:
Ia = 0,65. Icc ( A)

Ia = corrente máxima a circular em um ramal da malha

Ia = 0,65 . Icc = 0,65 . 7800 = 5070 A

Seção mínima do condutor da malha, considerar t = 0,5 s:

 Tm − Ta 
log  + 1
σ =  234 + Ta 
33 . t

 300 − 40 
log  + 1
σ =  234 + 40  = 0 ,13252
33 . 0 , 5

Cálculo da área do condutor:

Ia 5070
A= A= = 38258 CM
σ 0,13252

60
Para se obter mm² da CM:

38,258
A= = 19,39 mm 2 ≅ 20 mm 2
1,973

O condutor mínimo escolhido é 4 AWG, cujo diâmetro é d = 0,00588 m

Para se obter o tipo e o diâmetro do condutor em metro, consultar a tabela a seguir:

Condutor em AWG Área em mm² Diâmetro do condutor “d”


(m)
4 21,15 0,00588
2 33,63 0,00742
1/0 53,46 0,00946
2/0 67,44 0,01063
3/0 85,02 0,01194
4/0 107,20 0,01340
250 kCM 126,67 0,01462
Propriedades físicas do cabo de cobre.

Seção máxima do condutor da malha, considerar t = 3 s:

 Tm − Ta 
log  + 1
σ =  234 + Ta 
33 . t

 300 − 40 
log  + 1
σ =  234 + 40  = 0 , 0541033
33 . 3

Cálculo da área do condutor:

Ia 5070
A= A= = 93709 CM
σ 0,0541033

Para se obter mm² da CM:

93,709
A= = 47,49 mm 2 ≅ 50 mm 2
1,973

61
O condutor máximo escolhido é 1/0 AWG, cujo diâmetro é d = 0,00936 m

Neste caso, adotaremos porém, um condutor de bitola maior que a mínima determinada,
porem no projeto, dependerá das bitolas padronizadas pela concessionária local desde que maior que
a bitola mínima. Num cálculo de malha de terra de subestação, adotar sempre a bitola máxima.
Determinação do número de condutores paralelos e seus espaçamentos:

O cálculo visa determinar um espaçamento máximo entre condutores, que nos forneça
potenciais de toque, passo, etc, dentro dos valores admissíveis. O processo é interativo, visando uma
solução econômica e necessita de um valor inicial de espaçamento. Para tal, faz-se uma hipótese de
configuração de rede, e como valor prático, costuma-se iniciar com espaçamentos da ordem de 10 %
dos comprimentos dos lados para subestações de dimensões de até 60 metros.

Lx = Ly = 60 m

Como a subestação tem 60 x 60 m, como valor prático iniciamos o espaçamento dos


condutores com 10 % de seu comprimento, ou seja, Cx e Cy = 6,0 m.

Assim sendo, na área da SE acima, o número de condutores principais, será dado por:

Np = Lx + 1 (Np inteiro)
Cx

Np = número de condutores paralelos principais, que são colocados na direção correspondente


a largura da malha.
Cx = distância dos condutores principais

Np = 60 + 1 = 11 condutores paralelos
6

O número de condutores de junção será dado por:

62
Nj = Ly + 1 (Ny inteiro)
Cy

Nj = número de condutores paralelos de junção, que são colocados na direção do comprimento


da rede.
Cy = distância dos condutores de junção

Nj = 60 + 1 = 11 condutores paralelos
6

Cálculo do comprimento dos condutores da malha

Lt = Lrede = Lx . Ny + Ly . Nx

Lt = Lrede= 60 .11+ 60 .11 = 1320 m

Determinação da resistência estimada da malha:

S 3600
r= = = 33,85 m 60 x 60 = 3600 m² ( área da malha)
π π

r = raio equivalente da área da malha

ρa 103
Rest = = = 0,76 Ω
4. r 4 . 33,85
Rest = resistência estimada da malha

Por enquanto está abaixo do limite que é 2 Ω. Rest < 2 Ω

Determinação do coeficiente de correção de irregularidade “ki”:

O “ki” auxilia a corrigir o efeito de não uniformidade de distribuição de corrente da malha


para o solo ou vice-versa. A maior dispersão de corrente verifica-se na periferia da malha e
principalmente nos vértices da mesma. Os estudos em modelos reduzidos indicam 1,5 ≤ ki ≤ 2,5.
Para efeito de cálculo adotaremos ki = 2.

Determinação do coeficiente da malha “km”:

O coeficiente da malha “km” introduz no cálculo a influência da profundidade da malha, do


diâmetro do condutor, do número de condutores da rede e do espaçamento entre condutores.

 2
 1 3 5 7 2N − 3 
. Ln  C  + . Ln x x x ... x
1
km = 
2.π  16 . h . d  π  4 6 8 2 N −2
 
C = espaçamento entre condutores paralelos na direção considerada (X ou Y)
h = profundidade da malha
d = diâmetro do condutor em metro
N = número de condutores na direção considerada (X ou Y)

63
Como o número de condutores paralelos é o mesmo nas direções X e Y, e Cx = Cy,
calcularemos somente um “km”, pois kmx = kmy (possuem o mesmo C).

1  62  1 3 5 7 2 x 11 − 3 
kmx , y = . Ln   + . Ln x x x ... x 
2.π  16 . 1 . 0,00946  π  4 6 8 2 x 11 − 2 

Exercícios propostos:
1- Calcular as tensões de passo "Ep" e contato "Ec", bem como a resistência da malha de terra,
dar parecer se a malha está bem dimensionada ou não, sabendo-se:
a) condutor da malha: 250 kCM; d = 0,014 m;
b) espaçamento médio dos cabos: D = 3,83 m (usar o mesmo valor para os dois sentidos)
c) profundidade da malha: h = 0,60 m
d) condutores paralelos do eixo XX' : Nx = 12
e) condutores paralelos ao eixo TI' : Ny = 13
f) resistividade média do solo: pm = 122 Q.m
g) área coberta pela malha: S = 7952 mz
h) comprimento total previsto p/ a malha: L = 2600 fi
i) tensão nominal do sistema = 69 kV
j) corrente de curto monofásica : Icc = 10 kA ( considerar Ia = Icc)
k) cobertura da SE :brita ps = 3000 Q.m

64
CURVAS PADRÃO

65
CURVAS AUXILIARES

66
Papel bilogarítmico semi-transparente com módulos de escala iguais aos das curvas
padrão ou auxiliar.

67
Tabelas, Curvas e Gráficos usados para o Calculo da Malha de Terra:

Exercício de determinação da estratificação do solo e da resistência aparente do mesmo.

Croqui do local e das medições:

Tabela dos valores obtidos nas medições:

Ponto

a (m) Ponto 1 R (Ω) Ponto 2 R (Ω) Ponto 3 R (Ω) Ponto 4 R (Ω) Ponto 5 R (Ω)

2
4
8
16
32
64

68
ROTEIRO DE CALCULO PARA DIMENSIONAMENTO DA MALHAS DE TERRA

1. Dados de entrada: - Resistência medida


- Dados complementares

2. Determinar a Resistividade média do solo:


- Área da SE
- Desvios em relação aos valores médios

3. Construir o gráfico ρ x a e fazer a estratificação do solo em duas camadas.


4. Determinar a resistividade aparente do solo.
5. Dimensionamento da seção dos condutores da malha de terra:
- Seção mínima do condutor
- Seção máxima do condutor
6. Determinação do número de condutores:
- Nº de condutores principais
- Nº de condutores da junção
- Cálculo do comprimento dos condutores da malha
- Resistência estimada da malha
7. Determinação do coeficiente da malha (Km):
- Determinação do coeficiente de correção de irregulariedade
- Cálculo do comprimento mínimo de condutores necessários
8. Determinação dos valores máximos permissíveis:
- Potencial de passo admissível e o calculado
- Potencial de contato admissível e o calculado
- Potencial de passo na periferia
- Potencial da malha
- Corrente de choque
9. Verificação da corrente de pick-up.
10. Verificação da corrente de choque que passa pelo corpo humano devido ao potencial de
passo na periferia.
11. Verificação da corrente de choque que passa pelo corpo humano devido ao potencial da
malha.
12. Verificação da tensão de toque na cerca.
13. Cálculo da resistência da malha.
14. Conclusão final.

11 - DIMENSIONAMENTO DE BATERIAS

- INTRODUÇÃO

As baterias apresentam uma importância fundamental de infra-estrutura nos sistemas de


energia de telecomunicações. As baterias são constituídas de placas positivas e negativas,
mergulhadas numa solução aquosa chamada eletrólito (baterias ventiladas) ou mergulhadas em um
gel pastoso (baterias seladas).

69
As baterias são responsáveis pela garantia do fornecimento de energia ininterrupta para a
carga. Em uma falha no fornecimento de energia pelo sistema de retificadores, seja por defeito ou
falta de energia distribuída pela concessionária, as baterias garantem o fornecimento de corrente
contínua, além de melhoria do "ripple" dos retificadores no sistema. É considerado um banco de
bateria, um conjunto constituído de diversos elementos de bateria ligados em série. De acordo com o
número de elementos ligados em série, é determinada a tensão do banco: +24V, -48V.

Vista interna de um elemento de bateria (Fonte: Teleco 2006)


- Sendo como +24V tendo o negativo aterrado.
- Sendo como -48V tendo o positivo aterrado.

- CAPACIDADE DO SISTEMA

A capacidade de fornecimento de energia é definida em ampére-hora. A capacidade ou


autonomia, no sistema, depende de alguns fatores, tais como: corrente do consumidor (carga
instalada: central telefônica, rádio, lâmpadasetc), número de bancos de baterias, capacidade do
banco (dado em Ampère hora/10 horas), condição da capacidade da bateria (se a mesma está em
condições de fornecer 100% de sua capacidade).
Algumas localidades possuem uma variação muito grande de corrente, e se deve considerar a
corrente de HMM (Horário de Maior Movimento), para se determinar a autonomia do sistema.
No cálculo para autonomia do sistema, deve ser considerada a corrente de consumidor e a
autonomia da bateria, por exemplo:
Bateria de 300Ah/10hs - Corrente Consumidor 15A.
Previsão de autonomia de: 300 / 15 = 20 horas

- CAPACIDADE DA BATERIA

Considera-se uma bateria ideal a que possui 100% de sua capacidade nominal. Com o passar
dos anos, devido ao número cargas, descargas e cargas incompletas, ocorre perda da capacidade
total do banco, considerando que quando a bateria chega a 80% da sua capacidade, chega-se o fim
da vida útil da bateria.
Para se determinar à capacidade da bateria, deve-se aplicar um teste, para se analisar a curva
característica de descarga. Este teste se constitui em desconectar a bateria e efetuar uma descarga,
com o auxílio de uma carga externa, até a tensão de 1,75V/elemento. Para isso é essencial a curva

70
característica da bateria, que pode ser encontrada no manual do fabricante. A descarga deve ser
realizada com o auxilio de uma carga externa resistiva.
Pode-se utilizar diversos tipos de descargas, de acordo com cada bateria, por exemplo, uma
bateria que apresenta a tabela abaixo:
CAPACIDADE EM Ah -
BATERIA Descarga de 1,75V/elem.ref.25°C
QUALQUER
10h 8h 5h 3h 1h
150Ah/10h 150A 144A 129A 106A 72A
Interpretando a tabela:
Para uma descarga de 10h, necessita-se consumir 150A, ou 15A por hora;
Para uma descarga de 5h, necessita-se consumir 129A, ou 25,8A por hora;
Para uma descarga de 1h, necessita-se consumir 72A em uma hora.
Para se calcular a capacidade, deve-se medir a tensão em um determinado tempo, por exemplo,
no teste de 10h, pode-se medir a tensão em cada hora e então comparar com a curva característica do
manual, que apresenta o valor de tensão para cada tipo de descarga em cada hora. Assim é possível
calcular a sua capacidade, dividindo-se a tensão real, pela tensão da curva.
A autonomia é o tempo durante o qual pode-se usar a bateria de serviço antes de carregá-la, ou
o tempo decorrendo entre duas operações de carga. Depende, evidentemente do tipo(s) da(s)
fontes(s), da sua potência e da capacidade da bateria. A escolha da(s) fonte(s) depende da potência
requerida, sendo que cada tipo de fonte possui limites específicos.

Para o cálculo e dimensionamento de um banco de baterias para um sistema ininterrupto de


energia (UPS) precisa obter todos os dados do Sistema e da criticidade da aplicação / consumidor.
O sistema varia de um fabricante para outro, onde existem diferenças importantes que
modificam os cálculos de dimensionamento das baterias, como por exemplo, a quantidade de
elementos interligados em série e que determinam a tensão do barramento CC do equipamento.
Os principais dados para o cálculo e dimensionamento do banco de baterias são:
• Potência Aparente de Saída do Sistema de Potência Ininterrupto (VA)
• Fator de Potência de Saída do Sistema (fp)
• Rendimento do Inversor (Rinv)
• Número de elementos interligados em série (n)

71
- CÁLCULO DA CORRENTE DE DESCARGA DA BATERIA (Ib)

Será usado como método para o dimensionamento do banco de baterias, o cálculo da corrente
de descarga da bateria (Ib), conforme a fórmula abaixo:
Pap . fp
Ib = = [ Acc]
n inv . n . Tf
onde:
(Pap) Potência Aparente de Saída (VA)
(n inv) Rendimento do Inversor
(fp) Fator de Potência de Saída
(n) Número de elementos
(Tf) Tensão final de descarga (Vcc) (vide tópico para a determinação deste parâmetro)

Este método é interessante para os casos onde a corrente de descarga é constante; o que não é a
situação dos Sistemas Ininterruptos de Energia, onde à medida que a tensão da bateria diminui, a
corrente aumenta. Desta forma, é recomendado utilizar o valor de tensão final de descarga no
cálculo, onde a corrente será a maior possível e o banco de baterias terá uma pequena reserva
adicional de autonomia.

- CÁLCULO DA POTÊNCIA ATIVA POR ELEMENTO DE BATERIA


Como num UPS, a descarga da bateria ocorre com potência constante, o método mais
recomendado para otimizar o dimensionamento do banco, é dado por.

Pap . fp
Pat = = [ w / elem.]
n inv . n
onde:
(Pap) Potência Aparente de Saída (VA)
(n inv) Rendimento do Inversor
(fp) Fator de Potência de Saída
(n) Número de elementos

- DETERMINANDO A TENSÃO FINAL DE DESCARGA DA BATERIA


O limite de descarga das baterias é monitorado pelo seu nível de tensão, para preservá-la, e com isso,
procurar obter o máximo de vida útil.
O limite de descarga da bateria, também denominado de tensão final de descarga, para uma mesma
bateria pode ser alterado em função de tempo de descarga implementado, ou seja, quanto menor for o tempo
de autonomia do UPS, mais profunda pode ser a descarga.
Vemos por exemplo, uma mesma bateria que para uma autonomia de 15 minutos, pode ser
descarregada até o limite de 1,65Vcc por elemento, deve ser limitada a 1,8Vcc por elemento quando o tempo
de descarga é superior a 5 horas.
Os parâmetros acima devem ser obtidos diretamente do fabricante das baterias, mas em geral, as
baterias para autonomias até 30 minutos podem ser limitadas a 1,65Vcc por elemento.

- DADOS DE CRITICIDADE

72
O nível de criticidade é determinado através de uma análise das necessidades do consumidor, e
também, da infra-estrutura e qualidade da energia da instalação.
Em resumo, podemos classificar o nível de criticidade em:

Alta: quando o consumidor necessita de 100% de confiabilidade e disponibilidade de energia, em


função da importância de sua continuidade de funcionamento.
Neste caso, é aconselhável dimensionar no mínimo 1 nível de redundância no banco de baterias, por
exemplo 2 “strings” (2 bancos em paralelo) (1+1).

Média: quando o consumidor necessita de 100% de confiabilidade de qualidade de energia (energia


condicionada), porém pode ser interrompido, desde que seja de uma forma programada. Isto é, numa situação
de ausência de energia CA de entrada, o banco de baterias deve ter autonomia suficiente para manter o
consumidor em funcionamento por um tempo mínimo para o seu desligamento programado.

Baixa: quando o consumidor necessita apenas de confiabilidade na qualidade de energia (energia


condicionada), porém não sofre e nem gera prejuízos com as interrupções prolongadas de energia. Este é um
caso típico de consumidor sensível a variações da má qualidade de energia, tais como, micro interrupções,
transitórios e oscilações da energia, entre outros, mas nas situações de falta de energia prolongadas,
simplesmente se desliga sem danos ou prejuízos de processo.
Neste caso, o banco de baterias é simples o suficiente para garantir ao Sistema uma confiabilidade na
qualidade de energia, com autonomia mínima.

- ESCOLHENDO O TIPO DE BATERIA EM FUNÇÃO DA CRITICIDADE


No Mercado, existem diversos tipos de baterias, tais como: alcalinas, chumbo-ácido estacionária
ventilada, chumbo-ácido estacionária regulada à válvula (VRLA), chumbo-ácido selada automotiva, etc.
Cada uma tem características especificas que determinam a sua melhor aplicação.
Atualmente, a tendência Mundial, pelas suas características técnicas e mecânicas, é a utilização de
baterias reguladas à válvula (VRLA), que simplificam muito as instalações e manutenções, reduzindo custos
e atendendo plenamente as necessidades do UPS.
Para facilitar a determinação das necessidades do usuário, o total espectro da aplicação da célula
estacionária regulada por válvula foi estruturado em 4 grupos. Com uma exceção, os grupos de aplicação são
baseados em expectativa de vida útil projetada.
Os exemplos de grupo escolhidos são:
Mais de 10 anos - High Integrity (telecomunicações, Usinas de Energia convencional e nuclear,
Indústria de Petróleo ou Petroquímica e outras aplicações onde a mais alta segurança é exigida.
10 anos - High Performance - Em termos gerais, esse grupo de baterias tem um desempenho de
expectativa de vida comparável à do grupo de mais de 10 anos - High Integrity.
Contudo, as exigências para desempenho e segurança, em alguns casos, não são tão severos.
5 a 8 anos - General Purpose. O desempenho desse produto é o mesmo do grupo de 10 anos – High
Performance. Em alguns casos, os critérios para exigências de segurança não são tão rigorosos.
3 a 5 anos - Standard Comercial - Esse grupo de baterias é geralmente indicado para aplicações de
baixa criticidade e uso geral, onde as exigências de segurança e confiabilidade não são determinantes.

- DIMENSIONAMENTO PASSO A PASSO DAS BATERIAS


Veja um exemplo de cálculo e dimensionamento, conforme segue:
Dados do Sistema
Potência Aparente de Saída , Pap= 100kVA
Rendimento do Inversor, n inv = 93%
Fator de Potência de Saída , fp = 0,8
Número de elementos, n = 240

73
Cálculo da potência por elemento

Pap . fp
Pat = = [ w / elem.]
ninv . n
100.000 . 0,8
Pat = = 358,4 w / elem.
0,93 . 240

- DADOS DE CRITICIDADE
Aplicação em um Sistema de Potência Ininterrupto para uma sala cirúrgica (UTI), onde requer 100% de
disponibilidade de qualidade e continuidade de energia, portanto é uma aplicação de criticidade Alta. Desta
forma, é indicado a utilização de uma bateria de Alta Integridade, para uma autonomia de 5 horas, com 1
nível de redundância.
Como a infra-estrutura tem Grupo Motor Gerador para as ausências de energia da concessionária, a
redundância pode ser feita dividindo o banco de baterias em dois, onde cada um terá a autonomia de 2,5 horas
quando isolados, mas em condições normais serão descarregados em 5 horas com metade da potência.

Portanto, deve ser considerado:

Pat = 358,4 / 2 = 179,2 W/elemento

- DIMENSIONANDO A CAPACIDADE DA BATERIA


Após determinar a potência ativa por elemento e a autonomia e tipo de bateria necessária, pode-se
dimensionar a capacidade da bateria cruzando estas informações com as especificações dos fabricantes das
baterias, conforme segue:
Adotando a Curva de Descarga da Bateria abaixo, em W/elemento, de um fabricante tradicional do
mercado, modelos de Alta Integridade, temos:

74
RATINGS IN KILOWATTS AT 77F (25ºC) (PER CELL)
Vcc Ah

Para a coluna de 5 horas, observamos que a bateria de 2Vcc 600Ah tem condições de fornecer 226
W/elemento, até uma tensão final de descarga de 1,75Vcc. Como, pelos cálculos, necessitamos de apenas
179,2 W/elemento, este modelo atende com muita segurança.
Observamos, que o UPS deverá ser configurado para uma tensão final de descarga de 1,75Vcc por
elemento, mesmo tendo condições de funcionar em valores menores, pois pelas recomendações do fabricante
da bateria, este é o valor mínimo que o elemento pode atingir, para estas condições de uso, sem prejudicar sua
vida útil.
Vemos pela tabela de descarga, que para autonomias menores, a profundidade de descarga pode ser
maior, variando de um modelo de bateria para outra.

75
Nesse exemplo apresentado, o resultado do dimensionamento é a utilização de 2 bancos em paralelo, da
bateria estacionária regulada à válvula, de 2Vcc 600Ah, cuja autonomia inicial será maior que 5 horas.
Através das necessidades do consumidor, das características do UPS e dos tipos e características das
baterias é que podemos dimensionar o banco de baterias.

- DIMENSIONAMENTO DO BANCO DE BATERIAS.


A capacidade do banco de baterias será determinada considerando-se que deseja-se armazenar energia
suficiente para suprir a carga durante todo um dia, sem que haja nenhuma geração. Considerando-se baterias
de 12 Volts, pode-se calcular a capacidade de armazenamento necessária da equação (3.11).

consu mod iário(Wh)


Qbb = = [ A.H ]
12V

QConsumo Diario (Wh)12V707012589bb== = [A.h] (3.11)

Considerando-se baterias de 150 Ah e um fator de carga de 60% (este fator indica que a bateria só será
descarregada em até 60% do valor nominal), pode-se determinar o número de baterias através da equação
(3.12).

Qbb
Nb = =
Fcb.Qb

NQFQ589Ah0,60150Ah6,547 bateriasbbbcbb==⋅ =≈ (3.12)

Já que a amplitude da tensão de saída do inversor de excitação do gerador pode ser ajustada pelo circuito de
controle, estas baterias foram associadas em série de forma a obter-se uma tensão cc de 84 Volts.

12 - DIMENSIONAMENTO DO RETIFICADOR
Um retificador é um circuito que converte corrente alternada em corrente contínua. Para a
dimensionamento da retificador, adotaremos a fórmula abaixo:

Cretif = Cprn + 1,1 . Cbb / T

Cretif - Capacidade nominal do retificador em ampéres


Cprn – Consumo da carga permanente em regime normal (A)
Cbb – Capacidade em Ah do banco de baterias
T – Tempo de recarga do conjunto (10 h)

76

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