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Gestão da qualidade
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R Organizadora
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São Paulo
Brasil Argentina Colômbia Costa Rica Chile Espanha
Guatemala México Peru Porto Rico Venezuela
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Diretor editorial: Roger Trimer
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Gerente editorial: Sabrina Cairo
Coordenação de produção editorial: Silvana Afonso e Thelma Babaoka
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Editora de desenvolvimento: Bruna Toscano
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Editor de texto: Sérgio Nascimento
Editor assistente: Marcos Guimarães
Coordenadora de texto: Thelma Guimarães
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Redação: Érika Coachmann
Preparação: Lara Milani
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Revisão: Entrelinhas Serviços Gráficos Ltda.
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Capa: Alexandre Mieda
Projeto gráfico e diagramação: Casa de Ideias
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EI CA
ISBN 978-85-64574-13-7
S E
11-08903 CDD-658.4013
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2011
Direitos exclusivos para a língua portuguesa cedidos à
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Apresentação..........................................................................................................VII
Prefácio....................................................................................................................... IX
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Unidade 1 Qualidade nas organizações...................................................1
Objetivos de aprendizagem..................................................................................1
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Temas.............................................................................................................................1
Introdução...................................................................................................................2
S ION
Fundamentos da qualidade..............................................................................3
"Gurus" da qualidade........................................................................................ 14
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Qualidade por setores...................................................................................... 27
Estratégia, investimento em qualidade e sustentabilidade............... 46
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R Unidade 2 Ferramentas e métodos da qualidade............................ 53
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Objetivos de aprendizagem............................................................................... 53
Temas.......................................................................................................................... 53
Introdução................................................................................................................ 54
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Matrizes da qualidade...................................................................................... 81
Desdobramento da função qualidade (QFD).......................................... 89
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Objetivos de aprendizagem............................................................................... 99
Temas.......................................................................................................................... 99
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Introdução..............................................................................................................100
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FMEA.....................................................................................................................117
Temas........................................................................................................................125
Introdução..............................................................................................................126
Modelos de gerenciamento.........................................................................126
Sistemas de gestão normatizados.............................................................131
ISO 9000..............................................................................................................134
Gestão da qualidade total.............................................................................139
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Nos catálogos de livros universitários, há vários títulos cuja pri-
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meira edição saiu há 40, 50 anos ou até mais. São livros que, graças à
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identificação da edição na capa (e somente a ela), têm sua idade reve-
lada. E, ao contrário do que muitos podem imaginar, isso não é um
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problema. Pelo contrário, trata-se de obras conhecidas, adotadas em
diversas instituições de ensino, usadas por estudantes dos mais dife-
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rentes perfis e reverenciadas pelo que representam para o ensino.
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Qual o segredo de sucesso desses livros? O que eles têm de di-
ferente de vários outros que, embora tenham tido boa aceitação em
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R um primeiro momento, não foram tão longe? Em poucas palavras,
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se apresentavam.
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arson (BUP). Concisos sem serem rasos e simples sem serem sim-
plistas, os livros que compõem essa série são baseados na premissa
de que, para atender sob medida às necessidades tanto dos alunos
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discussões para reflexões. Além disso, possuem uma estrutura didática que propõe uma di-
nâmica única, a qual convida o leitor a levar para seu dia a dia os aspectos teóricos apresen-
tados. Veja como isso funciona na prática:
A seção “Panorama” aprofunda os tópicos abordados ao mostrar como eles funcionam na
prática, promovendo interessantes reflexões.
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O
Panorama
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Uma pequena oficina mecânica tem 32 funcionários do Brasil e consegue atender até 25 veículos por dia.
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e oferece serviços de lanternagem, pintura e mecâni‑ O dono da oficina está interessado em abrir uma
ca, além do suporte de guincho para veículos. Essa nova filial, mas, para isso, precisa resolver os seguintes
empresa tem convênio com todas as seguradoras problemas de qualidade em seu processo:
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S ION Saiba mais Exemplo Ao longo do livro, o leitor se depara com
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vários hipertextos. Classificados como “Saiba
mais”, “Exemplo”, “Fique atento” e “Link”,
Link
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Fique atento
R esses hipertextos permitem ao aluno ir além em
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bra pouco tempo para cuidar da casa. A louça acumula dentro da pia,
a cama fica por fazer e tudo parece estar fora do lugar. Se precisamos
dante dos temas abordados, eliminando qual-
de um livro, temos que virar a casa inteira de pernas para o ar até quer obstáculo para seu entendimento e
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Pratos rasos
muito tempo.
Pratos fundos
Pratos de pão
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A globalização e os avanços da tecnologia dos últimos anos
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aumentaram – e muito – a velocidade das mudanças em todas as
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áreas, tornando a competição mais acirrada no mercado. O consu-
midor está muito mais exigente do que no passado. Mas é fácil de
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entender por quê: com tantas opções nas prateleiras, de diferentes
lugares do mundo, o cliente tem mais é que ser exigente mesmo.
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Hoje, mais do que nunca, a qualidade ocupa uma posição de peso
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na lista de prioridades de qualquer organização.
Neste livro, você vai aprender porque a qualidade é uma arma
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R tão importante em um mundo competitivo, em que as empresas
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lutam com unhas e dentes por um espaço ao sol. Você também vai
conhecer ferramentas de gestão que são muito úteis quando preci-
samos cuidar da qualidade de processos, produtos e serviços –
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partilhar essa experiência com toda a equipe.
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Eliacy Cavalcanti Lélis
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Objetivos de aprendizagem
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Aprender o que é qualidade.
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Ver como a gestão da qualidade evoluiu com o passar do tempo.
Conhecer as ideias dos principais “gurus” da qualidade.
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Entender como a gestão da qualidade pode ser aplicada em diferen‑
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tes setores.
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Aprender a importância do planejamento estratégico da qualidade.
Conhecer métodos para avaliar se o programa de qualidade está
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dando retorno.
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Temas
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1 – Fundamentos da qualidade
A qualidade faz parte da vida de todos nós. Porém, muita gente ga‑
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2 – “Gurus” da qualidade
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retorno. Mas, para que esse retorno seja efetivo e dure muito
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tempo, é necessário que a organização mantenha seus proces‑
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sos de forma sustentável e encare a qualidade e a sustentabili‑
dade como parte de sua cultura. Neste último tema, vamos ver
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como esses processos funcionam e como eles contribuem
para que uma empresa se torne sustentável.
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S ION Introdução
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Vamos começar esta unidade falando um pouco sobre futebol. Quem
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R você acha que foi o melhor jogador de todos os tempos? Os argenti‑
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nos não têm dúvida de que foi o craque Maradona. Mas, para a maio‑
ria dos brasileiros, a resposta certa é Pelé. No final dos anos 1950 e
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início dos anos 1960, a carreira de Pelé estava no auge. Com a camisa
do Santos, ele ganhou o campeonato mundial. Aliás, essa foi apenas
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Ninguém era como ele: das quatro Copas do Mundo de que partici‑
pou, ganhou três. Mas espera aí... Qual é a relação entre essa discussão
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eletrodomésticos não são como qualquer outro. A propaganda pe‑
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gou mesmo, e hoje em dia é comum ouvir pessoas falando “mas não
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é nenhuma Brastemp” na hora de criticar a falta de qualidade de algu‑
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ma coisa.
Até aqui, falamos de propagandas – iniciativas que têm o objetivo de
convencer o consumidor. De agora em diante, vamos discutir o que é
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qualidade na prática. Durante a leitura, você vai aprender o que uma
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empresa precisa para melhorar, de verdade, a qualidade de seus pro‑
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dutos e serviços. Vamos lá?
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Fundamentos da qualidade
Tenho certeza de que qualidade e gestão são termos que você
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de, você saberá muito bem o que isso quer dizer, não é? Todos nós
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sas, principalmente aqui no Brasil.
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Aliás, nessa época, as empresas brasileiras nem tinham por
que se preocupar em melhorar a qualidade dos produtos e servi-
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ços: como a concorrência ainda era pequena, era mais cômodo
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para a empresa deixar tudo como estava. Vejamos o caso da tele-
fonia. Hoje em dia, se a concessionária “pisa na bola”, você sim-
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plesmente cancela o contrato e procura outra empresa, certo? Pois
então. Cerca de trinta anos atrás, você não teria alternativa. Se seu
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telefone fixo não funcionasse, você não tinha para onde correr –
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era sentar e chorar.
Na indústria automobilística, as coisas não eram muito dife-
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R rentes. Até a década de 1980, no Brasil, tínhamos apenas carros
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qualidade, vale a pena ler
po, com custos mais baixos.
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algumas revistas da área.
Visite estes sites para
Conceitos básicos da qualidade
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conhecê‑las melhor:
Já dissemos que a palavra qualidade faz parte do dia a dia de
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<www.banasqualidade.
todo mundo. Ao comprarmos uma roupa, por exemplo, conferi- com.br>, <www.
mos se o tecido é mesmo firme, se suportará uso e lavagens sem qualidadeonline.com> e
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deformar, nem perder a cor, se tem bom acabamento etc. Ao com- <www.qualitymag.com>.
prarmos um eletrodoméstico, queremos saber se ele tem qualida-
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de, ou seja, se é prático e fácil de usar, se é durável, se gasta pouca
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energia, se é seguro, e assim por diante. Quando vamos ao cinema,
esperamos que o filme seja de qualidade, quer dizer, que a fotogra-
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fia seja bonita, a trilha sonora emocionante, os atores convincen-
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to pela frente: era necessário não apenas crescer, mas também ter
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Redução de
custos
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Aumento de Conceito básico
produtividade de qualidade
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Satisfação do
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R cliente
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gências principais.
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costas para a ética. Essa preocupação com princípios não vale ape-
nas para os chefes, mas para todos os funcionários – todos mesmo,
desde o operário do chão de fábrica até o dono da empresa. Os
valores éticos devem guiar o comportamento de todos.
Nos últimos 20 anos, o consumidor aprendeu a ficar de olho nas
organizações. Hoje em dia, muitas pessoas levam em conta a relação
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problemas assim, a empresa deve andar na linha.
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A segunda exigência da gestão da qualidade é não gerar custos,
mas reduzi‑los. Ora, mas como é que se cortam despesas sem abrir
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mão da qualidade? Não é preciso fazer mágica: basta tomar algu-
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mas medidas importantes. São elas:
Evitar o desperdício de materiais e mão de obra – quando a
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empresa se torna eficiente, ela aprende a produzir mais com
menos trabalho e menos materiais.
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Reduzir o tempo de produção – é preciso encontrar o jeito
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mais rápido de produzir.
Gerar menos estresse e mais satisfação ao trabalhador –
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quando a qualidade é colocada em prática, o número de erros
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é? Pois bem. A gestão da qualidade tem tudo a ver com esse dita-
do; afinal, seu objetivo é prevenir os problemas em vez de reme-
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Exemplo
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A Toyota teve que convocar todos os clientes que compraram carros mo‑
delo Corolla fabricados a partir de 2008 por causa de uma falha na fixação
do tapete – ele podia escorregar e se prender no pedal do acelerador,
provocando um acidente. Só no Brasil, esse recall atingiu mais de 100 mil
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Saiba mais
VA
David Garvin sistematizou os conceitos de qualidade em cinco abordagens:
Transcendental: trata da qualidade como sinônimo de excelência inata.
Centrada no produto: a qualidade está na presença de características exi‑
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gidas pelo consumidor.
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Centrada no valor: a qualidade é percebida no preço do produto.
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Centrada na fabricação: a qualidade está em fazer produtos que aten‑
dam especificações.
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R Centrada no usuário: a qualidade de um produto é condicionada ao grau
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Implica
ética.
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Exigências
da qualidade
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Começa
Não gera antes da
custos. produção.
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consumo? Eram jogados fora.
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De lá para cá, nossa maneira de avaliar a qualidade dos produ-
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tos e serviços mudou bastante. Para melhor compreender essa mu-
dança, a evolução histórica da gestão da qualidade pode ser
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dividida em quatro eras: 1) a era das inspeções de produtos; 2) a
era do controle estatístico de qualidade; 3) a era da garantia de
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qualidade; e 4) a era da gestão da qualidade total. Tudo bem até
aqui? Então, vamos em frente!
S ION
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As inspeções de produtos
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No início desta unidade, falamos que “prevenir é melhor que
R
remediar”. Essa lição pode parecer óbvia, mas o homem só a
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um defeito, não havia nada o que fazer com ele a não ser descar-
tá‑lo. Na melhor das hipóteses, ele era consertado – o que consu-
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que provocou o defeito. Por isso, dizemos que a inspeção não im-
pede que outros produtos defeituosos apareçam; ou seja, não evita
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o desperdício.
Quem produz mais em menos tempo: o homem ou a máquina?
Não tem comparação, não é mesmo? A máquina já provou que
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S
nar os produtos. As peças com defeito eram consertadas ou jogadas
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fora. O importante é que não chegassem até o cliente. Repare, aqui,
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que a preocupação continuava sendo apenas eliminar os produtos
defeituosos, e não corrigir o erro na produção.
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Os inspetores usavam gabaritos e modelos‑padrão para deter-
minar se uma peça estava perfeita ou não. Em algumas fábricas,
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todas as peças eram examinadas, uma a uma. Em outras, o inspe-
tor escolhia uma amostra e, caso encontrasse algum defeito nela,
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O controle estatístico de qualidade
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R Com o passar do tempo, novas tecnologias permitiram a cria-
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sa que produz 5 mil peças por dia. Para evitar que produtos defei-
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tuosos cheguem às prateleiras das lojas, você cria uma equipe para
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fim das contas, eles descobrem que 20 peças tinham defeitos. Que
conclusão você pode tirar? Você chega a uma estatística: 10% de
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dade. Desse modo, o controle de qualidade ficou restrito a um
O
único setor da empresa, isolando‑se dos demais agentes do pro-
D
cesso produtivo.
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A garantia de qualidade
Durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), os Estados
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Unidos decidiram concentrar todas as suas forças na produção de
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armas. Por isso, tiveram que deixar em segundo plano a produção
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das mercadorias que o cidadão comum consumia no dia a dia.
Trocando em miúdos, foi preciso “descobrir os pés para cobrir a
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cabeça”: enquanto a indústria de armas crescia, a indústria de bens
R
de consumo enfraquecia. Quando a guerra acabou, os Estados
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cuidar da qualidade.
Agora pense comigo: o que sai mais caro para uma empresa –
ter ou não ter qualidade? Muita gente se engana ao acreditar que é
©
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câmeras, carros e computadores – que ficaram conhecidos no
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mundo inteiro por sua qualidade.
D
A gestão da qualidade total
VA
Nos anos 1970, os Estados Unidos e outros países industriali-
zados ficaram assustados com o sucesso das mercadorias japone-
ER
sas e decidiram que estava na hora de fazer alguma coisa. Mas o
S ION
que fazer para recuperar o terreno perdido? Coloque‑se no lugar
ES
do dono de uma empresa norte‑americana. Nos últimos anos, você
perdeu inúmeras vendas por causa da concorrência com o Japão.
TO T
O que você faria para contra‑atacar? Ora, o ponto forte dos japo-
R neses é a qualidade. Para recuperar seus clientes de volta, é preciso
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Quer um exemplo? Suponhamos que você vá a uma loja de
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eletrodomésticos para comprar um computador novo. O que você
leva em conta na hora de escolher uma marca? Além de conferir o
D
preço, você provavelmente pergunta ao vendedor se o computador
VA
da marca “X” dura bastante, dá defeitos com frequência e é rápi-
do. Além disso, você procura saber de quanto tempo é a garantia.
ER
Agora imagine que você descubra que a assistência técnica da mar-
ca “X” costuma deixar os clientes na mão. E aí? Você ainda assim
S ION
compraria o computador da marca “X”? Talvez não. Provavel-
ES
mente, você compraria o computador da marca “Y”, que, além de
ter boa qualidade, vem com garantia de dois anos e um serviço de
TO T
assistência técnica muito eficiente. Afinal, muitos clientes não
R
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tar a qualidade das atividades da empresa. Por isso, toda vez que
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surgia uma nova ideia, eles tinham mais facilidade do que os ou-
tros para aplicá‑la na prática.
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normas ISO 9000 na dou bastante, conforme mostra a Figura 1.3.
O
Unidade 4.
D
“Gurus” da qualidade
VA
Os Estados Unidos e o Japão mergulharam de cabeça no uni-
verso da qualidade: durante todo o século XX, não paravam de
surgir novas teorias sobre como a qualidade deveria ser aplicada
ER
nas empresas. Todas essas ideias eram rapidamente colocadas em
S ION
prática nas organizações, que buscavam ansiosamente maneiras
de melhorar seus produtos e serviços. Com o passar do tempo,
ES
alguns autores e pesquisadores ficaram famosos no meio empresa-
rial. Aqui, você vai conhecer um pouco da história de alguns de-
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R les. Vamos falar de W. Edwards Deming, Joseph M. Juran, Philip
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Gestão da
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qualidade total
• Foco na gestão.
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• Envolvimento
integral da
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Garantia da
empresa.
qualidade
• Superação das
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• Foco na prevenção
expectativas do
de defeitos.
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cliente.
• Envolvimento de
Controle estatístico • Surgimento das
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todos os setores da
• Inspeção por normas ISO.
empresa.
amostragem.
• Criação de sistemas
• Setores
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de qualidade.
responsáveis pela
Inspeção • Conceito de
qualidade.
• Conformidade do qualidade total.
• Ferramentas
produto com um
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estatísticas
padrão. para detecção
• Inspeção do de variações no
produto acabado, processo produtivo.
sem análise do
processo.
W. Edwards Deming
W. Edwards Deming nasceu em 1900, nos Estados Unidos. Foi
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o primeiro dos estudiosos de qualidade a ir ao Japão para treinar
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os empresários de lá no uso da estatística para controlar a qualida-
de. Suas ideias foram muito aceitas pelos japoneses. Deming cri-
D
ticava bastante seus próprios conterrâneos – ou seja, os empresários
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norte‑americanos. De acordo com ele, as organizações dos Esta-
dos Unidos não tinham um compromisso real com a qualidade de
seus produtos. Ele acusava essas empresas de oferecerem apenas
ER
o nível de qualidade necessário para manter as vendas. “Para que
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melhorar se os negócios vão bem do jeito que está?” − segundo
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Deming, era assim que os norte‑americanos pensavam.
Lembra que dissemos que nem todo mundo vê a qualidade
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da mesma forma? Então, para evitar as diferenças na avaliação da
R
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Produto
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Qualidade
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Cliente Atendimento
(expectativas ao cliente
e uso que faz (instruções de
do produto) uso, assistência
técnica)
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conhecê-los?
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1. Manter objetivos permanentes para melhorar os produtos e
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serviços, ou seja, pensar em metas que a empresa deve cumprir
VA
a longo prazo. Isso inclui criar novos produtos e métodos de
produção para o futuro, sem falar no treinamento dos funcio-
nários e na melhoria constante dos projetos. Tudo isso deve ser
ER
feito com as expectativas dos clientes em mente.
S ION
2. Adotar a nova filosofia, quer dizer, a filosofia da qualidade,
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pois, se não fizer isso, a empresa fica para trás.
3. Não depender apenas da inspeção em massa, pois ela ocorre tar-
TO T
de demais. A inspeção é boa para identificar os defeitos, mas não
R corrige os problemas. Por isso, ela não impede o desperdício,
EI CA
S
produtividade para motivar seus funcionários a trabalhar com
O
mais dedicação. Porém, frequentemente o tiro sai pela culatra:
muitos trabalhadores ficam frustrados quando não conseguem
D
atingir as metas cobradas pela empresa. Além disso, essas exi-
VA
gências dão a impressão de que os diretores não sabem dos
problemas que os funcionários enfrentam no dia a dia. Fique atento
ER
11. a) Eliminar as cotas numéricas por mão de obra. Muitas em- Slogans são frases fáceis
presas acham que seus funcionários produzem mais quando
S ION
de memorizar que
têm uma cota a cumprir. Em uma fábrica, por exemplo, os fun- podem ser usadas com
ES
cionários podem ser obrigados a produzir uma determinada diferentes objetivos. No
quantidade de peças por dia. O dono de uma loja, por sua vez, marketing, por
TO T
pode cobrar cotas de venda: só ganha bônus de R$ 500 no sa-
R exemplo, o slogan serve
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lário o funcionário que vende mais de R$ 10 mil por mês. Para para fixar uma marca na
Deming, não faz o menor sentido criar cotas por dois motivos: cabeça do consumidor.
1) elas não respeitam o ritmo de produção de cada um; e 2) elas Por exemplo: “Marabraz,
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fazem com que os funcionários fiquem acomodados depois preço melhor ninguém
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empresa e motivar os
vos. Em geral, a maioria dos gerentes não coloca fé nesse tipo
funcionários a atingi‑la.
O S
S
doenças mortais da funcionários mais competentes.
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qualidade e os 12 14. Concretizar a transformação. A administração da empresa
grandes obstáculos a deve colocar em prática todos os treze princípios que estuda-
D
serem enfrentados. Entre mos até aqui.
VA
as doenças estão, por
exemplo, os exageros Joseph M. Juran
na busca de obter
Joseph M. Juran nasceu na Romênia, em 1904, e foi para os
ER
lucros rapidamente, as
Estados Unidos aos 8 anos. Era formado em Engenharia e Direito
S ION
avaliações de
e foi professor na Universidade de Nova York. Em 1979, fundou o
desempenho e a
ES
Instituto Juran, uma das maiores instituições do mundo voltadas
administração que só
para o estudo da qualidade. Assim como Deming, Juran foi rece-
leva em conta os
TO T
bido de braços abertos no Japão, onde aplicou nas empresas suas
R
resultados financeiros.
teorias sobre qualidade.
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que a qualidade é um que comprou. De acordo com Juran (1992), um produto deve
ter qualidade igual ou maior que a de seus concorrentes.
O N
ideia de zero defeito, de defeitos deixa os clientes insatisfeitos com os produtos. Essa
O S
que você vai conhecer insatisfação pode prejudicar as futuras vendas da empresa.
daqui a pouco. Ausência de defeitos não é garantia de vendas – Para Juran,
D AR
S
desejada e encontrar
um jeito de alcançá-la) • Planejar processos adequados aos produtos.
O
D
• Ver se a qualidade está presente nas atividades
VA
Controle de qualidade da empresa.
(identificar erros ou • Comparar o que a empresa conseguiu fazer com
acertos no processo) o que se planejava fazer.
ER
• Sugerir medidas para corrigir erros, quando necessário.
S ION
ES
• Determinar o que é necessário fazer para sempre
Aperfeiçoamento melhorar a qualidade.
(propor patamares
• Definir projetos de melhoria e escolher os
TO T
de qualidade cada
R vez mais altos)
responsáveis por esses projetos.
EI CA
Philip Crosby
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S
se torna um sucesso, é possível que haja algo de errado com
O
vários departamentos, como o de vendas, o de planejamento
ou o de marketing, por exemplo.
D
O setor de qualidade não tem uma fórmula mágica para melho-
VA
rar os produtos e os serviços da empresa do dia para a noite.
Crosby sempre defendeu que qualidade é uma questão de so-
ER
brevivência para as empresas, e ficou conhecido no mundo inteiro
S ION
quando inventou um programa chamado Zero Defeito. A ideia
desse programa pode ser resumida em uma das frases mais conhe-
ES
cidas de Crosby (1990, p. 179): “Fazer o trabalho direito logo da
primeira vez”. Para ele, essa história de que “nada é perfeito” é
TO T
R “conversa fiada”. As pessoas podem, sim, evitar os erros. Basta
EI CA
acordo com Crosby, esse processo leva tempo e pode ser dividido
S E
em catorze etapas:
1. A gerência deve assumir um compromisso verdadeiro com a
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qualidade.
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Isso mostra para a direção que sai mais barato produzir com
qualidade.
5. É necessário conscientizar todos os funcionários da empresa,
©
S
10. É preciso criar metas para cada departamento. Essas metas
O
precisam ser bem claras e verificáveis. Uma meta é verificável
quando conseguimos calcular com precisão se ela foi alcança-
D
da ou não. Quer um exemplo de meta não verificável? “Os
VA
funcionários devem ser mais dedicados à empresa.” Como é
que se faz para calcular dedicação? Difícil, não é? Um funcio-
ER
nário bem desleixado pode jurar para seu gerente que se dedica
de corpo e alma à empresa. Para ele, dedicação pode ter um
S ION
significado diferente. Agora vejamos um exemplo de meta ve-
ES
rificável: “Todos os funcionários devem ligar para 150 clientes
por dia”. Com uma meta assim, nenhum funcionário pode “en-
TO T
rolar” o gerente.
R
EI CA
11. Toda causa de erros deve ser eliminada na mesma hora que for
encontrada. Nada de “varrer problemas para debaixo do tape-
te”. Em alguns casos, esses problemas podem ser uma máqui-
IR U
Armand V. Feingenbaum
Armand V. Feingenbaum nasceu em 1922, portanto, é da mes-
ma geração de Crosby. Sua principal obra, escrita em 1951, é Total
©
S
do produto que conseguem satisfazer as necessidades do cliente.
O
Vamos entender isso melhor? Suponhamos que você vá a uma con-
D
cessionária para comprar seu primeiro carro. Seu objetivo é adqui-
rir um automóvel com quatro portas, banco de couro, rádio e MP3
VA
player, vidros e travas elétricas. Na concessionária, você encontra
um carro do jeito que você quer. Satisfeito, não pensa duas vezes e
ER
resolve comprar logo o automóvel. Alguns meses depois, você se
arrepende amargamente de ter fechado negócio. Os bancos de couro
ES
mais combustível do que o previsto, e o motor já dá sinais de que
não está muito bem. Para piorar ainda mais as coisas, a garantia
TO T
R não incluía uma série de reparos que você precisava fazer.
EI CA
ção fica mais rápida, não é mesmo? Além disso, o número de pro-
dutos defeituosos cai, o que evita o desperdício de materiais.
Trocando em miúdos, podemos dizer que qualidade é um
TO PE
S
9. Qualidade é o caminho de menor custo para a produtividade.
O
10. Qualidade é um sistema total, que inclui a participação de
clientes e fornecedores.
D
VA
Outra grande contribuição de Feingenbaum foram os estudos
sobre os custos da qualidade. Ele dividiu esses custos em quatro
grupos principais (Feingenbaum, 1994, v. 4, p. 300):
ER
Custos da prevenção – despesas com o planejamento da qua-
S ION
lidade e a prevenção de erros e defeitos.
ES
Custos da avaliação – não basta planejar e prevenir. A empre-
sa também precisa avaliar se seus produtos são mesmo de
TO T
qualidade.
R
EI CA
Kaoru Ishikawa
D AR
S
Círculos de controle de qualidade (CCQs) – são pequenos
O
grupos de funcionários que se oferecem para cuidar do controle
D
de qualidade em uma área da empresa. Sua função é ajudar o
setor a resolver problemas e aumentar a qualidade de suas ati-
VA
vidades. Os objetivos dos CCQs são aperfeiçoar a empresa dia
após dia, melhorar o clima entre os funcionários e deixar fluir a
ER
criatividade dos trabalhadores, que passam a encarar o desafio
de resolver problemas e aumentar a qualidade na organização.
S ION
Diagrama de Ishikawa (também chamado diagrama de causa e
ES
efeito, ou espinha de peixe) – é usado para identificar as causas
de um problema. Na hora de construir o diagrama, é necessário
TO T
considerar os 6Ms, que são as principais causas de problemas:
R mão de obra (pessoas), materiais (componentes), máquinas
EI CA
Genichi Taguchi
Até agora, falamos de cinco “gurus” da qualidade: Deming,
D D
por sua vez, apresenta ideias bem diferentes das de seus colegas, a
S O
S
à venda. À primeira vista, essa definição pode parecer esquisita,
O
mas ela faz todo sentido.
Imagine, por exemplo, uma confecção onde não há preocupação
D
com qualidade. As costureiras erram bastante na hora de fazer o
VA
acabamento e perdem um tempo enorme consertando as roupas de-
feituosas. Tudo isso faz com que a confecção produza menos do que
poderia. Além do mais, as despesas com tecido são mais altas que o
ER
necessário, porque muitas peças vão para o lixo. Repare que a falta
S ION
de qualidade aumenta os custos da confecção. Ora, mas o dono não
é bobo de bancar sozinho esses custos: quando as despesas aumen-
ES
tam, o preço das roupas também sobe. Ou seja, o dono repassa os
custos ao consumidor – que faz parte da sociedade. Agora dá para
TO T
R
entender que Taguchi “acertou na mosca” quando disse que os cus-
EI CA
que um
produto
causa à
sociedade
©
S
Qualidade Custo
O
Quando um produto é colocado à venda? Quando Quando um produto não é colocado à venda?
D
está em conformidade com padrões determinados. Quando ele não foi produzido em conformidade
Quando um produto que foi colocado à venda cau‑ com padrões determinados.
VA
sa perda? Quando ele não funciona adequada‑ Quando um produto que não foi colocado à ven‑
mente ou não atende as expectativas do cliente. da causa perda? A partir do momento em que
ER
Para quem esse produto causa perda? Para o gera desperdício ou retrabalho.
cliente (que faz parte da sociedade). Para quem esse produto causa perda? Para a em‑
S ION
presa (em última instância, para a sociedade).
ES
TO T
R Outra importante contribuição de Taguchi para a questão da
EI CA
dutos para que eles não quebrem mesmo que os clientes façam
S O
Saiba mais
TO PE
é o que melhor atende suas expectativas. Uma das obras mais importantes
de Falconi é o livro TQC: controle da qualidade total no estilo japonês, no qual
ele explica os conceitos e mostra como pôr em prática o controle da qualida‑
de total.
S
economia: na agricultura, na indústria, na construção civil e na pres-
tação de serviços. Tudo bem até aqui? Então vamos em frente! que são obrigatórias
O
para determinados
D
Qualidade na agricultura setores. Instituições
como o Instituto
Nos temas anteriores, vimos que a gestão da qualidade ajuda a
VA
Nacional de Metrologia,
reduzir os custos da produção e, consequentemente, os preços co-
Qualidade e Tecnologia
brados do consumidor. Isso se aplica também à agricultura? Afinal,
ER
(Inmetro) e a Agência
a chuva, o calor e a seca – que influenciam a qualidade da colheita –
Nacional de Vigilância
não podem ser controladas pelo agricultor. E aí? Será que a gestão
S ION
Sanitária (Anvisa) são
da qualidade serve para a agricultura? Para responder a essa pergun-
ES
responsáveis por
ta, vejamos como era a agricultura no início do século XX, quando garantir a qualidade e a
as discussões sobre qualidade ainda estavam tomando corpo.
TO T
segurança dos produtos
R
Heinrich Eduard Jacob ficou famoso por sua obra Seis mil anos para o consumidor
EI CA
ao passo que em 1940 isso era feito em apenas 16 minutos (Jacob, Link
2003, p. 419). Esse aumento da produtividade nas plantações de
S E
S
co conseguiram esse resultado? Graças a um planejamento bem
O
completo, que levou em conta as espécies que seriam cultivadas,
um sistema de irrigação adequado e um sistema de colheita, arma-
D
zenamento e distribuição. Tudo isso feito para garantir a qualidade
VA
das uvas que chegariam à mesa dos brasileiros.
Agora pense comigo. As uvas são produtos muito sensíveis:
ER
Link qualquer tombo é suficiente para esmagá‑las. Por isso, os produto-
res do Vale do São Francisco tiveram que planejar um esquema de
S ION
O site da Empresa
transporte que garantisse a qualidade dessas frutas até sua chegada
ES
Brasileira de Pesquisa
às prateleiras dos supermercados. Afinal, eles sabem que uvas es-
Agropecuária <www.
embrapa.br> é um
tragadas ou de aparência ruim não são vendidas.
TO T
R
“prato cheio” para quem
A qualidade na agricultura não é diferente da qualidade em
EI CA
busca informações qualquer outra área. Porém, o produto agrícola carrega uma ex-
sobre a agricultura, pectativa a mais dos consumidores: a de que seja um produto se-
especialmente sobre as guro e saudável. Ou seja, os clientes costumam ficar sempre de
IR U
novas tecnologias que olho na qualidade dos produtos agrícolas que consomem.
D D
podem ser usadas no Por falar em saúde e agricultura, vale a pena mencionar a ques-
tão dos transgênicos. Conforme vimos há pouco, dizemos que
S E
setor.
uma fruta, uma verdura ou um legume é transgênico quando sua
O N
Por isso, muita gente prefere não arriscar, deixando esses produtos
fora de sua lista de compras.
TO PE
(Abic). Desde que foi lançado, em 1988, o selo diminuiu de 30% para
5% o número de marcas de café no Brasil que contêm impurezas ou
adulterações. Afinal, todos os produtores de café querem ganhar o
selo da associação. Mais recentemente, em 2009, o Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento do Brasil (Mapa) lançou o
S
selo de produto orgânico. Esse selo permite que o consumidor tenha
O
certeza de que o produto é mesmo orgânico.
D
VA
Saiba mais
ER
Um dos selos de qualidade mais antigos do Brasil é usado no setor de pecu‑
ária. Estamos falando do carimbo do Serviço de Inspeção Federal (SIF), que
S ION
desde 1915 atesta que os produtos de origem animal estão de acordo com
ES
as leis do país e são apropriados para o consumo.
TO T
R
EI CA
Exemplo
Link
IR U
Agricultura, Pecuária e
ção de frutas em nosso país. Um dos objetivos do PIF é ajudar o produtor
Abastecimento <www.
S E
fundamental para
fruta, como sabor, textura, aroma e valores nutricionais. Também leva em
quem quer saber mais
S O
qualidade na
agricultura.
D AR
Qualidade na indústria
A preocupação com a qualidade nos acompanha desde os tem-
TO PE
S
isso. Antigamente, geladeiras e televisões duravam mais de uma
O
década. Hoje, muita gente troca esses produtos por novos como se
fossem descartáveis. Mas o que motivou essa febre de consumis-
D
mo? Por que as pessoas sentem necessidade de comprar coisas
VA
novas? Será que elas realmente precisam de tudo isso?
No passado, as necessidades da sociedade estimulavam a pro-
ER
dução das fábricas. Ou seja, as fábricas produziam os itens de que
as pessoas precisavam para viver. Hoje, acontece o contrário: a
S ION
produção passou a estimular o consumo. Em outras palavras, a in-
ES
dústria incentiva as pessoas a consumir mais do que realmente pre-
cisam. Porém, é preciso ter um bom salário para comprar carros,
TO T
R televisões ou celulares sofisticados. Mas a indústria já deu um jeito
Saiba mais
EI CA
qualquer outro site que duvidosa, mas os preços são muito convidativos. Ficou tão fácil
D D
o disponibilize, a um comprar qualquer produto, que muita gente não se pergunta mais
vídeo chamado A se realmente precisa de tanta coisa: simplesmente sai comprando.
S E
história das coisas (The E onde fica a qualidade nessa história? Para pensar nisso temos
story of stuff, em inglês),
O N
Fernando Meirelles, mos anos, mas a que preço? Praticamente destruímos a natureza,
baseado no livro do e nosso planeta agora pede socorro. Você acha que isso é evolu-
inglês John Le Carré. ção? Será que nossa indústria tem mesmo qualidade? Antes de
responder a essa pergunta, vamos recapitular o que é qualidade.
Nas últimas páginas, concluímos que qualidade significa aumen-
tar produtividade, reduzir custos e deixar os clientes satisfeitos.
S
luição do ar que respiramos é um dos custos ambientais da indús-
O
tria. Os acidentes de trabalho e os salários baixos são os custos
D
sociais da indústria. A insatisfação dos clientes é outra prova de
que a indústria ainda não é de qualidade. Quer ver só? Pergunte a
VA
seus amigos se estão satisfeitos com todos os produtos que com-
praram recentemente. É provável que você escute muitos nãos
ER
como resposta.
S ION
Qualidade na indústria química e petroquímica
ES
Nos anos 1970 e 1980, Cubatão, na Baixada Santista, litoral de
TO T
São Paulo, tinha o título nada honroso de cidade mais poluída do
R
mundo. Todo dia, toneladas de poluentes eram liberadas no ar, nos
EI CA
tão ruim. Ainda hoje, a cidade abriga muitas fábricas, boa parte
delas do ramo químico e petroquímico – o que nos dá uma pista
D AR
José Carlos de Toledo (2000, p. 179) contam que não havia outra
saída: aumentar a produtividade e a qualidade das fábricas era uma
Link
questão de sobrevivência. O resto da história é fácil de adivinhar:
A Associação Brasileira para aumentar a qualidade e a produtividade, a indústria química e
da Indústria Química
petroquímica brasileira teve que terceirizar serviços, fazer cortes de
S
(Abiquim) criou um
mão de obra e comprar máquinas mais modernas. Além disso, teve
O
programa chamado
que imitar os padrões de qualidade e segurança das concorrentes
Atuação Responsável,
D
estrangeiras. Os programas de qualidade ISO 9000 foram adotados
que oferece orientações
pela indústria brasileira, mudando da água para o vinho seu jeito de
VA
importantes para que
as indústrias do setor trabalhar. Mais tarde, quando a família de normas ISO 14000 sur-
aumentem a qualidade giu, a gestão ambiental também passou a ser considerada.
ER
sem descuidar do meio
S ION
ambiente e da Qualidade na indústria automobilística
sociedade. Hoje em dia,
ES
Muita gente diz que o brasileiro é apaixonado por carro. Al-
a implementação do
guns preferem adquirir um bom carro a comprar uma casa ou fa-
programa virou
TO T
zer viagens para o exterior. Pode ser por isso que, de todos os
R
passaporte para quem
setores da indústria, um dos que mais cresceram foi o automobi-
EI CA
quer entrar na
associação: só fazem lístico. Mesmo do outro lado do mundo, no Japão, o setor automo-
parte da Abiquim as bilístico é o “queridinho” da economia. Quando a revolução da
IR U
colocaram em prática.
Para mais informações, neses são símbolo de qualidade e alta tecnologia. Mas o que torna
S E
Quando utilizamos a bancos, tapetes, carpetes, vidros, peças do motor, pneus e outros
expressão indústria componentes de um veículo, há uma lista sem fim de fornecedores –
TO PE
S
montadora. Você simplesmente confia nas escolhas que ela fez na
O
hora de montar seu carro, não é? Então imagine como deve ser
difícil garantir a qualidade total em uma indústria desse tipo.
D
VA
Figura 1.7 Representação simplificada de uma parte da cadeia produtiva
do automóvel, apenas no que diz respeito ao tapete.
ER
Empresa 1
S ION
Fabricação da borracha
ES
Venda da borracha para a empresa 2
TO T
R Empresa 2
EI CA
Compra da borracha
Fabricação dos tapetes
Venda dos tapetes para a montadora
IR U
D D
Montadora
Compra dos tapetes
S E
consumidor final
S O
O S
S
Qualidade na indústria siderúrgica
O
O Brasil é o maior exportador de aço da América Latina. Isso
mostra o quanto a indústria siderúrgica é importante para nossa
D
economia. No território brasileiro, o que não falta é minério de
VA
ferro. Por isso, siderúrgicas de outros lugares do mundo vieram
para cá disputar espaço com empresas brasileiras. Com tanta con-
corrência, a gestão da qualidade é fundamental para quem quer se
ER
destacar nesse setor.
S ION
Antes de começarmos a falar da indústria siderúrgica, vamos
ES
aprender um pouco sobre como ela funciona. Em geral, podemos
dividir suas atividades em três grupos principais: 1) redução; 2) re-
TO T
R fino; e 3) laminação. A Figura 1.8 nos ajuda a entender, ainda que de
EI CA
REDUÇÃO (ALTO-FORNO)
D D
S E
Altas
Minério de ferro + = Ferro-gusa
temperaturas
O N
S O
REFINO (ACIARIA)
O S
Altas
Ferro-gusa + temperaturas + = Aço
D AR
carbono
TO PE
LAMINAÇÃO
S
de qualidade? Porque este é um dos principais problemas da ges-
O
tão da qualidade em empresas siderúrgicas: a produção é dividida
D
demais, acontecendo em departamentos separados dentro da usi-
na. Então o que pode ser feito para garantir a qualidade? A ideia é
VA
estimular cada unidade a ver a outra como um cliente interno.
Assim, as unidades sentem‑se obrigadas a fornecer materiais ex-
ER
celentes para quem vem em seguida na cadeia produtiva. Dessa
S ION
forma, no final da produção, a empresa poderá oferecer ao cliente
ES
externo um produto de qualidade.
Além do produto, a indústria siderúrgica precisa ter outras pre-
TO T
ocupações ao pensar em qualidade. É preciso considerar, por
R
EI CA
vegetal. Mas o que pode ser feito para evitar esses problemas? Um
bom começo é controlar as substâncias tóxicas produzidas, impe-
S E
S
empréstimo para criado muitos empregos, especialmente para trabalhadores com
baixa escolarização.
O
comprar uma casa
própria no Brasil. Esse Porém, as reclamações de consumidores insatisfeitos estão au-
D
aumento pela procura mentando no mesmo ritmo que o número de obras. Já chegou a ser
VA
de imóveis é um dos registrado, pelo setor, o impressionante índice de 40% de não con-
motivos para o formidades. Em alguns casos, a não conformidade tem a ver com
crescimento do setor de o uso de materiais diferentes daqueles que a construtora prometeu
ER
construção civil nos ao consumidor. Paredes tortas, pisos desnivelados, atrasos na en-
S ION
últimos anos. trega de obras, documentações irregulares e gastos maiores do que
ES
os previstos também estão entre as reclamações mais frequentes.
Resumindo, o setor da construção civil não tem boa fama quando
o assunto é qualidade.
TO T
R Há quem diga que os problemas do setor são culpa da mão de
EI CA
lado, não dá para colocar toda a culpa nos ombros desses operá-
rios. De acordo com Ava Santana (2006), existem outros proble-
D D
de mestrado, ela mostra que até a gestão das empresas sofre com
o despreparo dos funcionários. Ou seja, a culpa não é só de quem
O N
S
Veja no site do
pelo Inmetro para certificar a qualidade de uma empresa em dife- Ministério das Cidades
O
rentes níveis. Mas o que significa essa certificação? Suponhamos as empresas que já
que a construtora seja iniciante em matéria de qualidade. Se conse-
D
obtiveram a
guir uma certificação, ela poderá mostrar para seus clientes que já certificação. O endereço
VA
começou a colocar a gestão da qualidade em prática. Antes de ob- é <www.cidades.gov.
ter essa certificação, a construtora precisa provar para um OCO br/pbqp‑h/projetos_
que suas atividades atingiram um determinado nível de qualidade.
ER
siac_empresas.php>.
S ION
ES
Fique atento
TO T
R
Antes de começar uma obra, colocamos na ponta do lápis quanto pretende‑
EI CA
mos gastar. Porém, sabemos que, no fim das contas, a construção ou a refor‑
ma custará sempre mais do que o previsto. Por que nunca conseguimos
manter os gastos dentro do orçamento? Seja na casa de uma família, seja no
IR U
Qualidade em serviços
O S
D AR
Tenho certeza de que boa parte das despesas tem a ver com o pa-
gamento de serviços, como telefonia celular, provedor de Internet,
TV a cabo, educação, entre outros. Com tantos serviços, é cada
vez mais importante falar sobre como gerenciar a qualidade deles.
Mas parece que a qualidade é bem mais difícil de conquistar na
área de serviços.
S
Consumidor (Procon) contas de telefone incorretas. Não é à toa que essas prestadoras de ser
O
tem o objetivo de viços estão entre as campeãs de reclamações no Procon.
Mas o que seria um serviço de qualidade? Pense, por exemplo,
D
mostrar para o
consumidor quais são no fornecimento de energia elétrica e telefonia. A qualidade nesses
VA
seus direitos, bem setores está relacionada à continuidade da prestação: a energia não
como receber e pode faltar e os telefones não podem ficar mudos. Além disso, o con-
ER
processar reclamações sumidor espera que o preço cobrado seja justo, sem contas incorretas
contra empresas que nem reajustes acima do aceitável, e que a cobrança chegue até ele
S ION
fornecem produtos ou alguns dias antes da data do vencimento. Essas expectativas são
ES
serviços.
compartilhadas por todas as pessoas. Dificilmente alguém vai espe-
rar algo muito diferente dos serviços de energia elétrica e telefonia.
TO T
R Vamos pensar agora em outro tipo de serviço: o atendimento
EI CA
nhado logo para outros setores para resolver o problema. Por ou-
tro lado, há quem pense que o problema deve ser resolvido pela
primeira pessoa que atender. Alguns consideram os atendimentos
©
S
o fornece. Não dá para falar, por exemplo, em “fabricação” e
O
“estoque” de serviços. Por isso, há sempre um contato direto
entre o cliente e o fornecedor do serviço.
D
Heterogeneidade – dizemos que o serviço é heterogêneo por-
VA
que sua qualidade varia de acordo com a habilidade do funcio-
nário que o executa. Experimente, por exemplo, chamar o
serviço de assistência técnica de sua geladeira. Dependendo do
ER
preparo do técnico que vai à sua casa, o serviço pode ficar
S ION
benfeito ou não. É sempre uma “caixinha de surpresas”; afinal,
ES
a maioria das empresas tem funcionários bons e ruins. Fique atento
Simultaneidade – o serviço é produzido e comprado simulta-
Não confunda
TO T
neamente, ou seja, ao mesmo tempo.
R padronização dos
EI CA
Com base nas características citadas pelo professor Las Casas, procedimentos com
podemos chegar a algumas conclusões: padronização de
atendimento. Aqui, o
IR U
defendendo é a
informação à assistência técnica.
S E
padronização dos
2. Na hora em que está atendendo, o atendente representa a em- procedimentos, ou seja,
presa; se ele passar a impressão de que é sério e honesto, a
O N
a padronização do
empresa também parecerá igualmente séria e honesta aos olhos passo a passo que deve
S O
situação. Padronizar o
Afinal, ninguém gosta de receber uma informação diferente atendimento é outra
D AR
toda vez que liga para o telefone da empresa. Quando os pro- coisa: isso ocorre
cedimentos são padronizados, os diferentes atendentes são ca- quando as empresas
pazes de transmitir sempre as instruções corretas, reforçando a
TO PE
transformam os
imagem de seriedade da empresa. atendentes em “robôs”
4. O atendimento é como um programa de TV ao vivo − precisa ser que repetem a mesma
correto, senão o cliente perceberá as falhas. É diferente dos
©
S
tras pessoas, as quais riscam o nome da empresa para sempre de
O
sua lista de prováveis fornecedores.
Para evitar que isso aconteça, a gestão da qualidade dos servi-
D
ços precisa ter algumas características:
VA
Foco no cliente – um prestador de serviços de qualidade pre-
cisa saber o que o cliente quer e ir além de suas expectativas.
Fique atento
ER
Onipresença na empresa – a qualidade precisa fazer parte de
A palavra onipresente toda a empresa, estar presente em todos os departamentos e em
ES
omni (todo) + presente. Participação de todos – a qualidade precisa ser pensada, pro-
Logo, onipresente é duzida e compartilhada por todos os funcionários da empresa,
TO T
R
aquele que está afinal, são eles que vão atender os clientes.
EI CA
S
sa fazer sua parte, oferecendo tratamentos eficazes, diagnósticos
O
bem precisos, segurança e higiene.
E como o cliente faz para saber se um hospital é mesmo de
D
qualidade? No Brasil, já existem alguns programas que dão certi-
VA
ficados de qualidade para os bons hospitais. Em 1998, o Ministé-
rio da Saúde criou o Programa Nacional de Avaliação de Serviços
Hospitalares (Pnash). Seu objetivo é pesquisar se os usuários dos
ER
hospitais da rede pública estão satisfeitos. Infelizmente, em mui-
S ION
tos hospitais públicos nem é preciso perguntar: basta olhar as filas
de quem quer ser atendido para ver o tamanho da insatisfação. Em
ES
2005, o Pnash passou a ser chamado de Programa Nacional de
Avaliação de Serviços de Saúde (Pnass).
TO T
R
E os hospitais particulares? Ficam de fora? Claro que não. Des-
EI CA
trabalhar o dia inteiro, não é? Ainda bem que isso mudou. Hoje, em
alguns minutos, qualquer um consegue a mesma certidão sem sair
de casa, pois o serviço pode ser feito pela Internet. E o imposto de
renda? Talvez você não se lembre, mas até o início dos anos 1990
era necessário preencher à mão as várias folhas da declaração anual
S
e depois entregá‑la em um banco credenciado.
O
Esses dois exemplos mostram que os serviços públicos evolu-
íram e utilizaram a tecnologia como aliada para melhorar a quali-
D
dade do atendimento ao cidadão. Mas por que os serviços públicos
VA
se interessariam pela qualidade se a competitividade não está em
questão para eles? De fato, não é uma questão de competitividade,
mas de eficiência e economia. O caso da declaração anual de ren-
ER
da é um bom exemplo.
S ION
Quando se entregavam as declarações feitas à mão, era
ES
necessária uma quantidade enorme de funcionários para digitá‑las
e computar os dados. Além de os erros serem mais comuns, as
TO T
R restituições demoravam muito mais para sair (às vezes anos) e era
infinitamente mais difícil cruzar os dados e identificar os sonega-
EI CA
Legalidade
Moralidade
S
Fundamentos
Impessoalidade
constitucionais
O
Publicidade
Eficiência
D
VA
MEGP
Excelência para o cidadão
Gestão baseada em processos e informações
ER
Visão de futuro
S ION
Agilidade
Inovação
ES
Fundamentos Gestão participativa
conceituais Valorização de pessoas
TO T
Aprendizagem organizacional
R Foco em resultados
EI CA
Controle social
IR U
Fique atento
D AR
maior parte dos votos. Na maioria das empresas mistas, os funcionários são
escolhidos por concurso público, mas trabalham em regime CLT. Um
exemplo que todo mundo conhece desse tipo de empresa é a Petrobras.
©
Até aqui tudo bem? Então vamos seguir. Como é que sabemos
se um serviço é essencial? A resposta está no artigo 10 da Lei
no 7.783/89. Segundo ele, os serviços essenciais são:
S
V − transporte coletivo;
O
VI − captação e tratamento de esgoto e lixo;
VII − telecomunicações;
D
VIII − guarda, uso e controle de substâncias radioativas, equipa‑
VA
mentos e materiais nucleares;
IX − processamento de dados ligados a serviços essenciais;
X − controle de tráfego aéreo;
ER
XI − compensação bancária. (Brasil, 1989)
S ION
Depois de tudo que aprendemos, você deve estar cansado de
ES
saber que a concorrência com outras empresas estimula a preocu-
pação com a qualidade, não é? O problema é que a maioria das
TO T
R empresas que oferecem os serviços essenciais não tem concor-
EI CA
oferecê‑lo a todos.
S O
Qualidade no comércio
O S
entrou na loja, eles não deram a mínima para você. Pelo contrário:
ficam jogando conversa fora e não dão a atenção necessária. Além
disso, o preço das bolsas está bem acima da média. Mesmo assim,
suponhamos que você queira levar uma. Na hora de pagar, tem
S
ingredientes como preço, atendimento e formas de pagamento.
O
Já que estamos discutindo o comércio, não podemos deixar de
falar no e‑commerce, como ficou conhecido o comércio feito pela
D
Internet. Hoje em dia, um número cada vez maior de pessoas está
VA
aproveitando a facilidade de fazer compras on‑line. Por isso, vale
a pena destacar duas características da qualidade desse novo tipo
ER
de comércio:
S ION
1. A importância do atendimento. Como o cliente não pode ana-
lisar o produto ao vivo, é normal que tenha dúvidas sobre ca-
ES
racterísticas, prazos e formas de entrega, formas de pagamento
etc. Um atendimento de qualidade deve ser rápido e claro na
TO T
R
hora de responder a essas perguntas, do contrário o cliente aca-
EI CA
Exemplo
TO PE
S
Antes de aprendermos o que é o planejamento estratégico de
O
uma empresa, vamos falar de um assunto que todo brasileiro co-
D
nhece muito bem: futebol. Como a estratégia é utilizada nesse es-
VA
porte? Tudo começa com o trabalho do técnico, que organiza o
Fique atento time e dá instruções sobre o que deve ser feito. Antes de uma par-
tida, o técnico estuda as “manhas” do adversário e cria uma estra-
ER
O sentido primitivo da
palavra estratégia vem tégia para derrotá‑lo. No mundo empresarial, não é muito
S ION
da guerra: ela é usada diferente. A estratégia é a forma como a empresa pretende entrar
ES
para descrever os em “campo” e ganhar a “partida” contra a concorrência.
planos que um exército Chamamos de planejamento estratégico a análise da realidade
TO T
cria para derrotar seus interna e externa de uma empresa. Quando falamos em realidade
R
inimigos. interna, estamos nos referindo aos funcionários, às máquinas, aos
EI CA
S
extra no trabalho ou ajudamos um amigo, queremos atingir um
resultado com nosso esforço.
O
Quando uma empresa coloca em prática um programa de qua-
D
lidade, espera obter um retorno, como o aumento da produtividade
ou uma vitória em cima da concorrência. Porém, nem sempre o
VA
programa de qualidade traz todos os resultados esperados. Às ve-
zes, a empresa consegue apenas reduzir os custos, aumentar as
ER
vendas ou conquistar alguns clientes. Mas isso não significa ne-
cessariamente crescimento dos lucros. Por isso, antes de investir
S ION
de novo em qualidade, a empresa precisa saber se o último progra-
ES
ma valeu a pena. Agora você vai conhecer duas maneiras de ava-
liar os resultados do programa de qualidade: o método chamado
TO T
R
custos da qualidade e o chamado retorno da qualidade. Prepara-
EI CA
Custos da qualidade
Como o próprio nome indica, o primeiro método serve para
D D
com qualidade aos custos que ela teria sem qualidade. Em alguns
casos, esse cálculo mostra que as coisas podem piorar se a empre-
sa abrir mão de seu programa de qualidade.
TO PE
Retorno da qualidade
©
S
o primeiro passo é avaliar o impacto da retenção dos clientes
O
nas receitas futuras da empresa;
D
a esse montante, somam‑se as economias de custos propicia-
VA
das pelo programa de qualidade e deduzem‑se os custos gera-
dos por ele;
o valor resultante desse cálculo é o retorno da qualidade.
ER
Além dos dois métodos apresentados, é possível avaliar o pro-
S ION
grama de qualidade com base na produtividade da empresa e na
ES
satisfação dos clientes. Para saber se a qualidade surtiu mesmo
efeito, a organização deve comparar a produtividade antes e de-
TO T
R pois do programa. Da mesma forma, para saber se a satisfação dos
EI CA
qualidade
S E
S
de produzir com qualidade.
O
Quando falamos em investimentos, não estamos nos referindo
D
apenas a dinheiro. Aqui, também entendemos como investimento
o tempo e a energia que os gestores e os demais funcionários de-
VA
dicam para manter viva a cultura da qualidade. Essa força de von-
tade também precisa ser renovada.
ER
Qualidade e sustentabilidade
S ION
O objetivo de qualquer empresa deve ser obter lucro com a ven-
ES
da de produtos e serviços de que a sociedade precisa, com qualida-
de. Ao ler essa frase, você talvez tenha pensado: “Mas existe muita
TO T
R
empresa por aí que não dá a mínima para qualidade”. Você está
EI CA
uma vida muito longa. Elas podem até fazer sucesso por um
período, mas não sobreviverão por muito tempo. Sabe por quê? A
D D
dor que mata crocodilos para vender a pele para fábricas de bolsas,
S O
agora eles não existem mais na região. Como diz o velho ditado, o
feitiço virou contra o feiticeiro, que agora vai ter que mudar de
TO PE
Nós o utilizamos tanto que agora ele está “com os dias contados”.
Em um futuro próximo, não haverá mais petróleo no mundo.
Tome cuidado: não basta cuidar da natureza. Também é preci-
so cuidar da sociedade e da saúde dos negócios. Uma empresa que
paga mal seus funcionários não pode esperar que eles trabalhem
com qualidade. Da mesma forma, uma empresa que não controla
suas despesas corre o sério de risco de falir. Tudo isso tem a ver
com sustentabilidade.
Se quiser sobreviver por um bom tempo, a organização não
pode ver a qualidade e a sustentabilidade como modas passagei-
ras. É importante que ambas façam parte da cultura da empresa.
S
Mas vamos com calma. Como é que podemos definir cultura? Em
O
geral, damos o nome de cultura ao conjunto de crenças, valores e
costumes que uma sociedade desenvolve ao longo de sua história.
D
Quando falamos em cultura oriental, por exemplo, não estamos
VA
nos referindo a valores e costumes que surgiram da noite para o
dia no Oriente. Com a cultura empresarial não é diferente. Ela é
resultado de como as pessoas têm pensado e feito suas tarefas den-
ER
tro da empresa. Portanto, a qualidade e a sustentabilidade só “vin-
S ION
gam” quando passam a fazer parte do modo de ser e se comportar
ES
dessas pessoas.
TO T
R
EI CA
Exercícios de fixação
IR U
4. Para que serve o controle estatístico de 13. Por que Taguchi é diferente dos outros “gu‑
qualidade? rus” da qualidade?
S O
7. Quem são os principais “gurus” da qualidade? 15. Quais são os desafios da gestão da qualida‑
8. Quais são os catorze pontos do método De‑ de na indústria?
ming para a melhoria? 16. Quais são os problemas mais comuns na
TO PE
Panorama
Qualidade na indústria de alta tecnologia
1. De acordo com Juran, o que é preciso fazer
S
Uma nova fábrica de tablets, com investimento chi‑
nês e setenta funcionários, está sendo instalada no para colocar em prática a qualidade nessa
O
interior de São Paulo. Os componentes são impor‑ empresa?
D
tados da China e apenas a montagem e a embala‑ 2. Quais exigências básicas devem ser levadas
gem são feitas no Brasil. O gerente de qualidade em conta na hora de planejar a qualidade da
VA
tem a missão de estabelecer a estratégia da quali‑ fábrica?
dade e descrever como serão o planejamento e o 3. Que tipos de custos a fábrica terá com o
ER
controle. O produto exige um alto padrão de quali‑ investimento em qualidade?
dade por ser um aparelho eletrônico caro, com 4. Por que vale a pena investir na qualidade des‑
S ION
componentes que demandam muita precisão. sa empresa?
ES
TO T
R
EI CA
Recapitulando
T
IR U
udo certo até aqui? Então vamos recapi‑ V. Feingenbaum, Kaoru Ishikawa e Genichi Tagu‑
tular o que aprendemos nesta unidade. chi − os “gurus” da qualidade.
D D
Começamos nossos estudos falando da Mas será que qualidade significa a mesma coisa
S E
palavra qualidade, que está presente no dia a dia em qualquer setor? Mais ou menos. A gestão da
de todo mundo. Seu significado tem a ver com qualidade nos diferentes setores tem muita coisa
O N
o que esperamos dos produtos e serviços que em comum; porém, cada um enfrenta diferentes
S O
Depois, falamos sobre as ideias de alguns autores ma de qualidade. Também vimos que não basta
e pesquisadores que influenciaram bastante o implantar a gestão da qualidade, é preciso tem‑
modo como as empresas veem a qualidade. Nes‑ po, energia e investimento para dar continuidade
ta unidade, conhecemos seis deles: W. Edwards a esse tipo de gestão. Por último, entendemos
Deming, Joseph M. Juran, Philip Crosby, Armand por que uma empresa precisa ser sustentável.
S
O
Objetivos de aprendizagem
D
VA
Conhecer as sete ferramentas tradicionais da qualidade.
Estudar os diagramas da qualidade.
Entender as matrizes da qualidade.
ER
Aprender o método de análise e solução de problemas (Masp).
S ION
ES
Temas
TO T
1 – Sete ferramentas tradicionais da qualidade
R Aqui, você vai conhecer sete ferramentas que podem ajudá‑lo a co‑
EI CA
2 – Diagramas da qualidade
As sete ferramentas tradicionais não são as únicas opções para quem
S E
ma de atividades.
3 – Matrizes da qualidade
D AR
S
análise que nos ensina a empregar esses instrumentos para so‑
O
lucionar problemas.
D
VA
Introdução
ER
“Nenhum vento sopra a favor de quem não sabe para onde ir.”
(Sêneca)
S ION
ES
Que tal começarmos nossos estudos falando um pouco sobre o título
desta unidade? Você deve ter reparado que vamos estudar ferramen‑
TO T
R tas e métodos da qualidade, certo? Vamos começar pelas ferramentas.
EI CA
Tenho certeza de que essa palavra soa familiar para você. As ferramen‑
tas fazem parte de nosso dia a dia. Quem nunca usou uma chave de
fenda ou uma chave de boca? Sempre utilizamos ferramentas quan‑
IR U
As ferramentas que vamos estudar aqui não são tão diferentes des‑
sas que estamos acostumados a usar. Afinal, elas também servem
O N
importantes.
E o que a ideia de método tem a ver com isso? Antes de responder a
essa pergunta, vamos pensar um pouco na origem dessa palavra.
TO PE
soa não abre mão de seguir um monte de etapas para cumprir uma
tarefa. Por um lado, esperar o metódico concluir sua tarefa pode
“torrar nossa paciência”. Por outro, temos que reconhecer que qual‑
quer trabalho feito com método fica muito mais organizado e
eficiente.
Você vai ver mais adiante que o método deixa muito claro o que será
feito, quando será feito, por quem será feito, onde será feito, por que
será feito e como será feito. Trocando em miúdos, o método “coloca
ordem na casa” e nos ajuda a não meter os pés pelas mãos na hora de
S
usar as ferramentas.
O
D
Sete ferramentas tradicionais da
VA
qualidade
Na Unidade 1, você aprendeu que toda organização deve cui-
ER
dar da qualidade de seus produtos e serviços. Até aí tudo bem.
Mas como colocar em prática essa gestão da qualidade? Como
S ION
verificar se a qualidade está mesmo presente em todas as ativida-
ES
des da empresa? Isso não é nada fácil. Afinal, não é todo problema
que salta aos olhos: alguns são bem discretos e difíceis de identi-
TO T
R
ficar. Ainda bem que hoje em dia existem alguns instrumentos que
EI CA
perceber que cada uma tem uma função diferente. Porém, todas
S O
Fluxograma
Qualquer atividade que nos propomos a fazer exige uma série
TO PE
de processos. Quer ver só? Vamos imaginar que você e seus ami-
gos resolvam organizar um churrasco. Que processos fazem parte
dessa atividade? É preciso ir ao mercado para comprar carne, fa-
©
S
cumprir suas tarefas na ordem correta: a pintura do automóvel, por
O
exemplo, tem de ser feita no final, para não ser danificada durante
a montagem. Por isso, a empresa precisa deixar claro quais etapas
D
compõem suas atividades. Você se lembra de quando falamos so-
VA
bre controlar o processo, porque o controle do produto não previ-
ne o erro? Pois bem. Para controlar um processo, é preciso
ER
conhecê‑lo, e o fluxograma é a ferramenta certa para isso.
Por quê? Porque o fluxograma descreve as etapas que com-
S ION
põem uma determinada atividade da empresa. Quando surge um
ES
problema, nada melhor do que saber exatamente a etapa em que
ele se encontra. Assim, fica mais fácil descobrir o que causou esse
TO T
R problema. Então quer dizer que o fluxograma é usado apenas pe-
EI CA
Folha de verificação
Damos o nome de folha de verificação a uma tabela na qual
registramos informações sobre problemas de um produto ou servi-
ço. Vamos entender melhor como essa ferramenta é utilizada?
Coloque‑se no lugar do gestor de qualidade de uma confeitaria.
Início
S
Processo
ou ação Organizador ajusta e
O
Professor solicita o valida com grupo.
trabalho e determina
D
os temas.
VA
Grupo devolve para
ER
Alunos escolhem
organizador fazer
seus grupos.
ajustes.
S ION
Documento
Processo único
ES
predefinido Decisão
Não está bom.
Grupos planejam
TO T
R a estrutura do Grupo manda
EI CA
Grupos distribuem
D D
internamente as
tarefas. Organizador envia
S E
Grupo entrega
doc. para validação
trabalho ao professor.
do grupo.
O N
Dados
Preparação
S O
Componentes
dos grupos
O S
Mescla
documentos e ao grupo.
enviam-nos ao
organizador. Terminação
Fim
S
Data da verificação: 18/6/2010
Frequência da verificação: diária
O
Defeito Frequência Soma
D
Massa pesada ////// 6
VA
Recheio pouco cremoso // 2
ER
Sabor excessivamente doce / 1
S ION
Sabor artificial ///// 5
ES
TO T
R Sua missão é identificar falhas na qualidade dos bolos. Depois de
EI CA
adiante, para descobrir por que a massa está ficando pesada em tantos
bolos. Um histograma, ferramenta que estudaremos a seguir, pode ser
S O
Histograma
Quanto maior é o volume de informações, mais complicado é
TO PE
7 6 4 11 11 31 6 18 11 21
5 13 14 8 12 26 20 17 13 14
3 7 6 8 8 16 8 1 20 9
S
6 9 10 9 17 27 10 14 9 15
O
6 14 6 11 13 15 14 17 17 17
D
10 9 11 28 9 23 10 17 28 17
VA
11 13 9 8 9 11 17 13 16 19
ER
S ION
serviço aos moradores. Porém, antes de trocar o fornecedor do
serviço, faz uma pesquisa para quantificar essas reclamações ao
ES
longo de um ano. A pergunta foi: quantas vezes cada morador fi-
cou sem acesso à Internet no último ano? O Quadro 2.2 mostra os
TO T
R
resultados da pesquisa.
EI CA
n = 70
S O
Classes Frequência
0-3 2
4-7 10
S
8-11 24
O
12-15 13
D
16-19 12
VA
20-23 4
24-27 2
28-31 3
ER
Total 70
S ION
ES
Depois de calcular esses valores, é hora de construir a tabela de
frequências. Como o próprio nome indica, ela apresenta a frequ‑
TO T
R ência com que os dados aparecem em cada classe. Veja no Quadro
EI CA
mos ver que três condôminos dizem ter ficado entre uma e quatro
vezes sem Internet no último ano; nove condôminos dizem ter fi-
D D
aparecem. Para deixar o gráfico ainda mais claro, você pode pôr,
S O
o problema analisado.
Gráfico de Pareto
©
30
25 24
S
20
O
15 13
D
12
10
10
VA
5 4
2 2 3
ER
0
0-3
4-7
8-11
12-1
16-1
20-2
24-2
28-3
S ION
5
ES 1
possível que essa falta de qualidade seja causada por falhas em
TO T
R
apenas 20% dos procedimentos de plantio e colheita. O contrário
EI CA
S
Longas filas 63 58 70 72 74
O
Dificuldade para falar com o gerente 12 16 1 7 13
D
Outros 3 9 4 3 1
VA
Quadro 2.5 Frequência das reclamações por dia em porcentagem.
ER
Frequência por dia em porcentagem (%)
S ION
Reclamação
ES
1 dia
o
2o dia 3o dia 4o dia 5o dia
das para o período de uma semana, como você pode ver no Quadro
2.6. Para obter a frequência acumulada em números absolutos, basta
O N
Outros 20 3
S
Com base na análise do gráfico, responda: quais são os problemas
O
que a agência do banco deve resolver com mais urgência? Só de
bater os olhos no gráfico de Pareto é possível perceber que as longas
D
filas e a lentidão dos caixas – representadas pelas duas barras maio-
VA
res – são as causas essenciais da insatisfação dos clientes. Como
ER
Figura 2.3 Exemplo de gráfico de Pareto.
S ION
400 100%
ES
350 90%
80%
300
TO T
R 70%
EI CA
250 60%
200 50%
IR U
150 40%
30%
D D
100
20%
S E
50 10%
0 0%
O N
Diagrama de correlação
Coloque‑se no lugar do gerente de qualidade de uma fábrica de
peças automotivas. Em uma reunião com a direção, você foi aler-
©
S
ou dispersão com o
1. Inversamente proporcional (correlação negativa) – quando o
O
Excel®.
número de erros aumenta, a quantidade de horas extras dimi-
D
nui, e vice‑versa.
VA
2. Diretamente proporcional (correlação positiva) – quando o nú-
mero de erros aumenta, a quantidade de horas extras também
aumenta.
ER
3. Nula – não há relação entre erro e hora extra.
S ION
Existe um gráfico que pode mostrar se uma coisa tem mesmo
ES
a ver com a outra: é o diagrama de correlação, também conhecido
como diagrama de dispersão. Antes de desenhar esse gráfico, pre-
TO T
R cisamos colher algumas informações sobre as horas extras e os
EI CA
Mês Média de horas extras realizadas por Quantidade de erros cometidos durante o
S E
funcionário/mês processo
1 6 15
O N
2 10 8
S O
3 8 16
O S
4 20 26
D AR
5 3 16
6 10 33
TO PE
7 8 16
8 4 8
©
9 8 10
10 10 21
11 8 22
12 10 18
35
Média de horas extras realizadas
30
por funcionário/mês
S
25
O
20
D
15
VA
10
ER
0
S ION
0 5 10 15 20 25
ES
Quantidade de erros cometidos no processo
TO T
R
Para obter o número de horas extras dos funcionários, podemos
EI CA
aspectos principais:
A direção seguida pela concentração de pontos – a correla-
D AR
S
A concentração dos pontos em torno da linha direcional – a
O
correlação também pode ser fraca ou forte, dependendo da posição
dos pontos ao longo da linha direcional. Quando a correlação é
D
forte, os pontos ficam bem concentrados na linha. Quando estão um
VA
pouco mais espalhados, a correlação é fraca. Possivelmente, você
também encontrará alguns diagramas com pontos completamente
ER
espalhados, que não permitem sequer desenhar uma linha direcio-
nal. Se isso acontecer, você estará diante de uma correlação nula.
S ION
Isto é, uma coisa não influencia a outra. Na Figura 2.4, os pontos
ES
estão um pouco espalhados, mas ainda assim é fácil perceber que
eles seguem em uma mesma direção – debaixo para cima. Em nosso
TO T
R exemplo, existe uma correlação fraca entre erro e hora extra.
EI CA
Diagrama de Ishikawa
Também chamado diagrama de causa‑efeito ou espinha de
IR U
odor
desagradável sequência
pouco perfume com
SABÃO
errada
pouca fixação treinamento inexistente
PESQUISA EM PÓ USO DOS
TO PE
PROCEDIMENTO-
LAVADORAS -PADRÃO LAVAGEM inexistente
úmido
processo não utilizado PROCEDIMENTO- LOCAL DE
-PADRÃO SECAGEM ARMAZENAMENTO
SECADORAS sem
não utilizado ventilação malcheiroso
pouca
inadequado
capacidade
Máquinas Métodos Meio ambiente
S
causas desse problema no diagrama de Ishikawa da Figura 2.5.
O
A Figura 2.5, apesar de retratar um processo bastante simples,
mostra como é possível usar o diagrama de Ishikawa para investi-
D
gar as causas de um problema. O ideal é que todos os funcionários
VA
envolvidos participem na hora de construir esse diagrama. Como
estão com a “mão na massa”, eles podem dar dicas importantes,
capazes de ajudar a empresa a arrancar o problema pela raiz.
ER
S ION
Gráfico de controle
ES
Algumas atividades da empresa precisam ser controladas de
perto. É o caso do desperdício, por exemplo. Vamos supor que Link
TO T
você seja o dono de uma fábrica de móveis. Para evitar o desper-
R
dício das sobras de madeira, você decidiu reaproveitar parte des-
O Sebrae publicou em
EI CA
2005 o Manual de
ses restos na produção. Seu objetivo é que sua fábrica não jogue ferramentas da
fora mais do que 4 toneladas de madeira por mês. O ideal mesmo qualidade. Muito
IR U
seria que apenas 2,5 toneladas fossem para o lixo por mês. Por prático, ele está
outro lado, parte das sobras tem que ir para o lixo de qualquer
D D
disponível no link
jeito, porque não serve mais para a produção. Por isso, você esti- <www.dequi.eel.usp.
S E
número de sobras que vai para o lixo ficar abaixo disso, é provável pdf>. Clique e confira.
S O
Saiba mais
Para conhecer mais os tipos de gráfico de controle e seus respectivos cálcu‑
los, você pode consultar dois livros interessantes:
©
S
Então, se o gráfico oscila dentro das linhas do limite superior (LS)
O
e do limite inferior (LI), mantendo‑se, portanto, próximo à linha
mediana, dizemos que sua variabilidade está sob controle. Quan-
D
do alguma coisa incomum acontece em um processo, e o gráfico
VA
sai dos limites estabelecidos, dizemos que está fora do controle.
No caso das sobras de madeira, o limite superior é 4 toneladas, a
quantidade máxima de restos que sua fábrica pode jogar fora. Já o
ER
limite inferior é 1 tonelada, a menor quantidade de restos que sua
S ION
fábrica joga no lixo quando está funcionando. A Figura 2.6 mostra
ES
a quantidade de sobras eliminadas por sua fábrica no último mês.
E aí? Como você interpreta este gráfico?
TO T
R Figura 2.6 Exemplo esquemático de um gráfico de controle.
EI CA
Diagramas da qualidade
Chegou a hora de conhecer os diagramas que as empresas po-
TO PE
Diagrama de afinidades
O diagrama de afinidades é uma ferramenta que separa um
grande número de dados em grupos com características semelhan-
S
para você uma pilha gigantesca de reclamações dos clientes. E aí?
O
O que fazer com esse monte de queixas? Uma boa alternativa é
D
sentar com os atendentes para ver o que pode ser mudado no aten-
dimento. O diagrama de afinidades é uma maneira inteligente de
VA
identificar as mudanças que precisam ser feitas para melhorar o ser-
viço. Vejamos o passo a passo para a construção desse diagrama:
ER
1. Para começar, é necessário definir o tema que será discutido.
S ION
Em nosso exemplo, o tema é “como melhorar o atendimento
ES
aos clientes”.
2. Em seguida, é hora de fazer um brainstorming, um bate‑papo
TO T
sobre o tema para colher as ideias que vão formar o diagrama.
R
3. Essas ideias devem ser registradas de forma bastante objetiva
EI CA
S
ma de afinidades. Repare que todas as ideias contidas no diagrama são
O
agrupadas sob um único título. A partir daí, partimos desse título
mais geral para títulos mais específicos. Observe como o desenho
D
deixa claro que essas ideias não são assuntos isolados: elas estão
VA
ligadas entre si.
ER
S ION
Tema do diagrama
ES
Título do grupo Título do grupo
TO T
Título
R Título Título Título Título
EI CA
Dado
Dado Dado Dado Dado
Dado
Dado Dado Dado Dado
IR U
Dado
Dado Dado Dado Dado
Dado
D D
S E
Título
Título do grupo
O N
Dado
Título Título Título
S O
Dado
Dado Dado Dado
O S
Dado
Dado Dado Dado
D AR
Diagrama de relações
Também conhecido como diagrama de inter‑relacionamentos,
o diagrama de relações é muito útil quando precisamos encontrar
as causas de um problema bem complicado, e as ideias não ficam
muito claras em nossa cabeça. Nessas horas, o ideal é pegar papel
S
vejamos o que é preciso para montar o diagrama de relações:
O
1. O tema da discussão e as ideias iniciais − colhidas durante o
D
brainstorming ou de outro diagrama – devem ser registrados em
VA
fichas de papel. Todas essas fichas devem ficar sobre uma mesa.
2. O diagrama pode ser montado em uma folha grande (uma carto-
lina, por exemplo). Podemos começar a montagem escolhendo
ER
aleatoriamente uma ficha e lendo seu conteúdo em voz alta. Em
S ION
seguida, todos devem procurar, entre as demais fichas, alguma que
ES
tenha relação de causa ou de efeito com a ficha que acabamos de
ler. Depois de encontrarmos a tal ficha, as duas devem ser afixadas
TO T
na cartolina, com uma seta indicando a relação de causa e efeito.
R
3. Continuamos procurando relações de causa e efeito entre as car-
EI CA
limite de relações.
4. Depois de indicarmos todas as relações de causa e efeito, deve-
D D
mos necessárias.
5. Em seguida, todos devem escolher em conjunto as causas mais
O N
Dado Dado
Dado
Dado Dado
S
O
Dado Dado Dado
D
Dado
Dado
VA
Dado Dado
Dado
ER
S ION
Dado Dado
ES
Dado Dado Dado
TO T
R
EI CA
Diagrama em árvore
IR U
S
nas ao pessoal da produção, tenha certeza de que só serão obtidas
O
informações técnicas. Você saberá exatamente que substâncias po-
dem ser utilizadas para produzir o perfume que deseja. Por outro
D
lado, se escutar só os funcionários de marketing, você vai colher
VA
várias ideias sobre propagandas e slogans que podem fisgar a aten-
ção de um cliente mais jovem. Repare que nenhum desses departa-
mentos dá conta de tudo o que é necessário para lançar um produto
ER
de sucesso. Por isso, é bom que funcionários desses diferentes de-
S ION
partamentos trabalhem juntos na hora de montar o diagrama em
árvore. Cada um deles vai trazer ideias de sua especialidade sobre
ES
o que a empresa deve fazer para alcançar seu objetivo.
Agora já sabemos quem deve participar da elaboração do dia-
TO T
R
grama. Então, vamos falar um pouco da parte prática. Afinal de
EI CA
muito boa, mas não está ao alcance da empresa. Por isso, é im-
D AR
S
exemplo, que a propaganda seja um dos meios primários para
O
que o novo perfume tenha sucesso entre o público jovem. En-
tão, vamos fazer de conta que a propaganda seja um objetivo.
D
O que é preciso fazer para lançar essa propaganda? Vamos pro-
VA
curar entre as papeletas restantes quais delas são importantes
para produzirmos a propaganda. As papeletas escolhidas deve-
rão ser coladas à esquerda desse meio primário. Elas serão
ER
nossos meios secundários. Esse processo é repetido até que
S ION
todas as papeletas tenham sido usadas.
6. Por último, desenhamos linhas para ligar uma papeleta à outra.
ES
Observe, na Figura 2.9, um exemplo de diagrama em árvore.
TO T
R
Figura 2.9 Desenho esquemático de um diagrama em árvore.
EI CA
Atividade
Meio Meio terciário
IR U
secundário Atividade
Meio primário
D D
Meio Atividade
S E
secundário
Meio primário Meio terciário
Objetivo Atividade
D AR
Meio
secundário Meio terciário Atividade
TO PE
Atividade
Meio terciário
©
Meio
Atividade
secundário
Meio primário
Meio terciário Atividade
Meio
secundário Meio terciário Atividade
S
conseguimos investigar o que pode causar esses problemas. E não
O
é só isso: o DPD também busca modificar os processos da empre-
D
sa para evitar que os problemas ocorram de verdade.
Vejamos agora o que é necessário para elaborar esse diagrama.
VA
Para começar, a equipe responsável por elaborar o diagrama deve
ser formada por pessoas de diversos departamentos, com pontos de
ER
vista diferentes sobre o processo em análise. O funcionário do se-
tor operacional, por exemplo, pode prever problemas ligados à
S ION
produção da mercadoria: a empresa tem máquinas apropriadas
ES
para o processo? Os materiais escolhidos são mesmo de qualidade?
Já o funcionário do setor de marketing pode fazer outras perguntas:
TO T
R
o produto consegue superar a concorrência? Como facilitar a acei-
EI CA
começo de conversa, saiba que não existe uma única forma correta
S E
S
Telefonar à Propor à
Empresa anfitriã passa o O briefing secretária do contratante
O
briefing do evento, com fala pouco convidado e cardápio
sugestão de lugar, cardápio do convidado. informar-se condizente.
e data . a respeito.
D
VA
Produtora reserva o local,
toma todas as providências
Secretária
necessárias e contrata o buffet
indisponível
que fará a comida.
(em férias).
ER
Produtora O desfile
contrata não foi Produtora contrata motorista
S ION
helicóptero considerado para buscar o convidado no Pesquisar em
para buscar na definição hotel, no dia da recepção. jornais, revistas
ES
o convidado. do horário
e sites do país
sobre os hábitos
O convidado chega e é do convidado.
recepcionado da maneira
TO T
planejada.
R
EI CA
eles acontecessem.
O N
Diagrama de atividades
S O
prazos sejam cumpridos. Vamos ver como isso é feito? Esse diagra-
ma faz uma lista de todas as atividades que devem ser realizadas. Até
aí não é muito diferente do que fazemos em nossa agenda, não é? O
TO PE
S
1. escolher o lugar aonde se quer ir;
2. verificar se há dinheiro suficiente;
O
3. pesquisar preços de passagem e hospedagem;
D
4. pesquisar o clima da região para onde se vai;
5. verificar qual é a documentação necessária (passaporte, visto etc.);
VA
6. atualizar passaporte e solicitar visto (se necessário);
7. reservar hotel;
ER
8. comprar passagem aérea;
9. separar roupas e demais objetos de uso pessoal;
S ION
10. arrumar as malas;
ES
11. agendar táxi para ir ao aeroporto.
Antes de seguir em frente, precisamos aprender alguns nomes.
TO T
R
Vamos chamar de nó ou evento todo início ou fim de uma ativida-
EI CA
Verificar recursos
5 financeiros 10
S O
D
O S
D AR
S
simples. Nenhum planejamento é perfeito, certo? Falhas aconte-
cem e, dependendo do caso, pode ser necessário acrescentar uma
O
atividade que foi esquecida no início. Como a numeração dos
D
eventos em nosso exemplo é feita de cinco em cinco, nós podemos
VA
inserir essa atividade nova em uma das brechas. Ela pode ficar na
posição 18 ou na 23, por exemplo. É só escolher. O importante é
ER
que não vamos precisar renumerar todos os eventos novamente.
Agora que as atividades já estão em ordem, podemos começar a
S ION trabalhar com datas e prazos. Todo evento tem uma data para iniciar
ES
e para terminar, e toda atividade tem uma duração. Como toda ati-
vidade começa e termina em um evento, as datas de início e fim são
TO T
R iguais às datas em que os eventos iniciais e finais ocorrem. Por
EI CA
5
D D
S E
Verificar se há
dinheiro suficiente
O N
Pesquisar
passagem e 20
hospedagem
S O
Escolher 15
10 o lugar
O S
Verificar
documentos
25
D AR
necessários
TO PE
S
1. D: duração da atividade. Esses prazos de duração devem ser
determinados com base em experiências anteriores. A duração
O
é registrada no retângulo maior, logo abaixo da descrição da
D
atividade.
2. IC: início cedo, ou seja, a data mais cedo em que uma atividade
VA
pode começar, sem bagunçar o cronograma do projeto.
3. TC: término cedo, quer dizer, o término mais cedo possível de
ER
uma atividade, sem alterar o cronograma do projeto. Para cal-
S ION
cular o término cedo de uma atividade, basta somar a duração
ao IC (TC = IC +D).
ES
4. IT: início tarde, ou seja, a data mais tarde em que uma ativida-
de pode começar, sem alterar o cronograma do projeto. Esse
TO T
R
início tarde é calculado quando subtraímos a duração da data
EI CA
S
tação dez dias depois da data inicialmente programada. Para piorar,
O
suponhamos que o consulado também atrase alguns dias a emissão
do visto. Quando o visto sair, poderá ser difícil encontrar a passa-
D
gem para o dia desejado − ao que tudo indica, haverá atraso na
VA
entrega do projeto. Se, ao contrário, o viajante cumprir direitinho
ER
Figura 2.13 Exemplo de diagrama de atividades.
S ION
Data inicial
do projeto
ES
IC = 22/06
TC = 22/06 + 1 = 23/06
5
22/06 23/06
TO T
30/06 1o/07
R Verificar se há
28/06 02/07
EI CA
D=5
28/06 30/06
Escolher o lugar 15
10 D=5
D D
D=2
1o/08 03/08
O N
Solicitar visto
30 D = 30 35 passagem 40 hotel 45
D=2 D=2
O S
D AR
D=2 D=2
todos os prazos das etapas que vêm antes do visto, tudo ficará bem
mesmo que o consulado atrase alguns dias a entrega do visto.
Matrizes da qualidade
S
Você já conheceu as ferramentas e os diagramas da qualida-
O
de, certo? Agora você vai aprender a utilizar as matrizes da qua-
lidade. Aqui, vamos falar de dois tipos de matrizes: 1) matriz de
D
priorização; e 2) matriz de relacionamento. Preparado? Então
VA
vamos em frente!
Matriz de priorização
ER
Vamos abrir este novo tema com uma situação bem prática. Co-
S ION
loque‑se no lugar do dono de uma pequena confecção de camisas.
Um dos problemas de sua fábrica é que quase sempre é necessário
ES
refazer os bolsos das camisas: eles nunca ficam bons na primeira
tentativa. Preocupado com isso, você decidiu verificar a origem do
TO T
R
problema. De acordo com as folhas de verificação, eles têm costu-
EI CA
ras tortas e pouco resistentes. Mas por que será que eles ficam as-
sim? Para responder a essa pergunta, você utilizou o diagrama de
Ishikawa. O resultado foi o seguinte: os bolsos estão malfeitos por
IR U
bolsos.
D AR
séria. Por isso, você não tem dinheiro suficiente para resolver to-
dos os cinco problemas ao mesmo tempo. A solução é priorizar.
Porém, como escolher qual problema merece ser priorizado? Ge-
©
S
comprar linha de primeira.
O
E aí? Quem está com a razão? Vamos com calma que ainda é
muito cedo para responder a essa pergunta. Antes de tomar qual-
D
quer decisão, você deve construir uma matriz de priorização. Isso
VA
pode ser feito por meio de dois métodos: 1) método dos critérios; e
2) método das relações de causa e efeito. Vamos explicar cada um
deles a seguir, usando a confecção de camisas como exemplo.
ER
S ION Método dos critérios
ES
Antes de falarmos desse método, vamos discutir um pouco o
significado da palavra critério. Em geral, critérios são os princípios
TO T
R que escolhemos para orientar nossas decisões. Na vida amorosa,
EI CA
conta na hora de tomar uma decisão têm a ver com os critérios que
escolhemos seguir.
O N
método dos critérios, essas decisões não devem ser tomadas ape-
nas pelo dono da empresa, mas sim por uma equipe de trabalho.
Cada participante dessa equipe deve escrever uma lista com os
critérios que considera importantes na hora de estabelecer priori-
dades. Esses critérios têm que ser claros e objetivos; assim, a pa-
lavra “custo” é muito vaga, mas a expressão “baixo custo” é mais
S
ra” da equipe: aqui, só são aceitos os aprovados por todos os mem-
O
bros. Feito isso, podemos dar peso aos critérios. Em uma planilha,
D
escreva‑os no lado esquerdo. Em seguida, peça aos participantes
que deem uma nota, de 0 a 10, à direita, para cada um dos critérios.
VA
É melhor que uma mesma pessoa evite dar notas repetidas.
Essas notas são listadas em uma única planilha, chamada ma‑
ER
triz de notas, conforme podemos ver no Quadro 2.8.
S ION
Quadro 2.8 Exemplo de matriz de notas.
ES
Critério Ana Beatriz Carla Carlos Joana João
TO T
Rapidez de resultado 7 5 5 4 7 10
R
EI CA
Facilidade de implementação 10 8 7 4 10 6
Baixo custo 9 6 8 8 8 7
IR U
Totais 26 19 20 16 25 23
D D
S E
critérios, que você pode ver no Quadro 2.9. Nessa matriz, vamos
registrar o peso de cada critério. Mas como é que calculamos esse
S O
Totais 1 1 1 1 1 1 6
S
sim, que o peso de “rapidez de resultado” para Ana é 0,27. O Quadro
O
2.9 mostra os pesos que cada participante deu aos critérios.
D
Quadro 2.10 Exemplo de matriz de ordenação por critério.
VA
Critério: Rapidez de resultado
ER
Troca das máquinas 1 4 3 5 1 1 15 3
S ION
ES
Ajuste das máquinas 5 3 4 3 5 5 25 5
Totais 12 15 14 14 13 13 81
IR U
D D
pra dos óculos para Joana são as medidas que demorariam mais
S O
para surtir efeito. Observe o Quadro 2.10 para ver como cada parti-
cipante avaliou as alternativas em termos de rapidez de resultado.
O S
S
Ajuste das máquinas 8,75 (5 × 1,75) 10,35 10,95 30,05 5
O
Troca das linhas 7,00 (4 × 1,75) 8,28 8,76 24,04 4
D
Óculos da funcionária 3,50 (2 × 1,75) 2,07 2,19 7,76 1
VA
Treinamento das
1,75 (1 × 1,75) 6,21 4,38 12,34 2
funcionárias
ER
S ION
ES
Está pronta nossa matriz de priorização. Agora, todos sabem que
o ajuste das máquinas deve ser a prioridade, seguido de perto pela
TO T
troca das linhas. Infelizmente para Joana, a empresa só comprará seus
R
EI CA
de uma solução com a outra. Como tem menos etapas, esse méto- maior prioridade; o item
S O
rização pelo método das relações de causa e efeito. O primeiro assim por diante.
D AR
Porém, na matriz de
passo é construir uma matriz de opções com todas as opções de
priorização, o item com
solução que estamos estudando. O objetivo dessa matriz é checar
o número mais alto (no
TO PE
Itens 1 2 3 4 5
1 Troca das máquinas ↑ ↑ ↑
2 Ajuste das máquinas ← ↑ ↑
S
3 Troca das linhas ← ←
O
4 Óculos da funcionária
D
5 Treinamento das funcionárias ← ←
VA
Talvez você tenha reparado que o Quadro 2.12 é parecido com
ER
um tabuleiro de batalha naval. Tanto na matriz de opções como no
S ION
jogo, precisamos cruzar as linhas com as colunas para entender o
ES
que está acontecendo. A pergunta a ser feita a cada um dos itens
das linhas é:
TO T
R 1. O item da linha 1 causa o item da coluna 2?
EI CA
Ou, no exemplo:
2. A troca das máquinas tem relação com o ajuste das máquinas?
Vamos utilizar as linhas como nosso guia. Se a resposta da
IR U
S
o total de setas horizontais. Na coluna “grau”, somamos os pontos
O
correspondentes aos símbolos quadrado, triângulo e bola. O item
D
“troca das máquinas”, por exemplo, registrou um quadrado (2 pon-
VA
tos), um triângulo (1 ponto) e uma bola (3 pontos). Somando os
pontos, vemos que esse item fica com 6 pontos na coluna “grau”.
Nossa matriz está pronta! Para analisá‑la, devemos observar o
ER
total de relações e os graus dessas relações. Em nosso exemplo:
S ION
Considerando o total de relações, os itens 1 e 2 obtiveram mais
ES
pontos. Isso significa que a troca e o ajuste das máquinas devem
ser a prioridade da fábrica.
TO T
R
Levando em conta o grau das relações, o item 1 saiu na frente
EI CA
Causa Efeito
Itens 1 2 3 4 5 ↑ Total Grau
←
D AR
Troca das ↑
1 ↑ ↑ 3 0 3 6
máquinas
TO PE
Ajuste das
2 ← ↑ ↑ 2 1 3 4
máquinas
©
Matriz de relacionamento
Conhecida também como diagrama de matriz, a matriz de re-
lacionamento é útil quando queremos observar a relação entre vá-
rios fatores, ou ainda quando queremos ver uma questão de pontos
de vista diferentes.
S
Há várias formas de matriz de relacionamento, entre as quais
O
podemos citar as em L, X, T e C. Não explicaremos cada uma
delas − são muitas e a escolha da forma da matriz é apenas o co-
D
meço do trabalho. Aqui, vamos trabalhar apenas a matriz em L,
VA
que é básica, bidimensional − lida somente com dois grupos de
dados − e fácil de aplicar.
Vejamos como ela funciona na prática. Coloque‑se no lugar do
ER
diretor de uma faculdade que registra muitas reclamações relacio-
S ION
nadas à qualidade dos cursos. Após algumas análises, você chega
ES
a uma lista com as principais queixas e suas possíveis causas:
TO T
R Grupo 1 − As reclamações Grupo 2 − As possíveis causas
EI CA
tivessem relação com outras que precisam para dar uma boa aula.
O S
S
Também aqui precisaremos marcar com símbolos e pontos os
O
níveis de relação que encontrarmos. Para facilitar o trabalho, usa-
D
remos os mesmos símbolos e pontos apresentados no método de
relações de causa e efeito.
VA
Em cada célula, devemos verificar a relação entre o item da
linha (reclamação) e o da coluna (possível causa). Se concluirmos
ER
que há uma relação entre eles, temos que marcar se essa relação é
forte, média ou fraca com o símbolo correspondente (triângulo,
S ION
quadrado ou bola). Em seguida, podemos calcular os totais das
ES
linhas e das colunas, de acordo com a pontuação que atribuímos a
cada símbolo. Confira como ficou nossa matriz em L:
TO T
R
Observe os totais das colunas da matriz no Quadro 2.14. É
EI CA
que ela tem uma relação forte com vários problemas bem sérios.
O N
Professores Professores
Avaliações são Conhecimentos Materiais
não não Coordenação
Total
questionadas sem relação com didáticos
dominam explicam não dá apoio.
pelos alunos. outras matérias. ruins.
assuntos. bem.
S
Professores
desconhecem
O
projetos (1) (1) (3) (3) (1) 12
pedagógicos.
D
Baixos salários =
VA
professores (3) (3) (2) (3) (1) (2) 14
inexperientes.
Rotatividade de
ER
professores =
impossibilidade (1) (3) (3) (3) (1) (1) 12
S ION
de treinamento.
ES
Acúmulo de
funções pelo (1) (1) (1) (2) (2) (2) 9
coordenador.
TO T
R
Faltam
EI CA
horas para
planejamento (1) (3) (3) (3) (3) (2) 15
e reuniões
pedagógicas.
IR U
Não há
D D
Materiais
didáticos (1) (1) (1) (2) (2) (3) 10
O N
desatualizados.
S O
Total 9 15 12 18 14 14
Relação forte = 3 pontos
O S
S
tos e serviços que a empresa oferece. Porém, essa montanha de
O
informações pode se tornar inútil se não soubermos organizá-la.
D
Para não deixar que isso aconteça com você, vamos aprender ago-
ra a construir uma matriz chamada casa da qualidade. Preparado?
VA
Então vamos seguir em frente!
Casa da qualidade
ER
A casa da qualidade é uma matriz que nos mostra o que fazer
S ION
para deixar os produtos do jeito que o cliente quer. Seu desenho
ES
lembra o de uma casa – daí seu nome. A Figura 4.1 mostra um
exemplo de casa da qualidade.
TO T
R
Você deve ter reparado que a casa da qualidade da Figura 4.1 é
EI CA
nas “como”.
O S
to das células das linhas dos requisitos com as colunas das ca-
racterísticas. Você estudou esse tipo de matriz na Unidade 2
(Quadro 2.16).
©
Matriz de correlação
entre as características
técnicas do produto.
S
O
Análise da
D
Características
técnicas do produto. concorrência
VA
Grau de importância
Prod. da empresa
Concorrente A
Concorrente B
Como
ER
S ION
Requisitos
dos clientes.
ES
Matriz de
relacionamento
TO T
R em L .
EI CA
O quê
Avaliação
competitiva
IR U
técnica.
D D
S E
Quanto
O N
Quantificação
Importância atribuída
das características
pelos clientes a
S O
técnicas. Empresa
cada requisito.
Concorrência A
O S
Avaliação Concorrência B
D AR
competitiva
do cliente.
TO PE
S
de uma televisão, qual tem imagem e som melhores?
O
Grau de importância dos requisitos – nessa coluna, os clien-
tes dizem qual é o grau de importância de cada requisito. Vol-
D
tando ao exemplo da televisão, a maioria dos clientes considera
VA
a qualidade da imagem mais importante que o consumo de
energia elétrica do aparelho.
ER
Método de análise e solução de
S ION
problemas (Masp)
ES
Até agora, você conheceu as ferramentas, os diagramas e as
matrizes da qualidade. Cada um desses instrumentos tem objeti-
TO T
R
vos específicos, e muitos deles podem ser utilizados em conjunto,
EI CA
por diante. Afinal, o ciclo PDCA nunca tem fim. Aqui, a ideia é que
a empresa nunca pare de revisar e melhorar suas atividades. Para
ser bem‑sucedido, o ciclo PDCA tem que fazer parte da rotina de
todos os funcionários da empresa – desde o operador de máquinas
até o diretor executivo. Todos eles devem planejar, revisar e aper-
S
feiçoar suas tarefas o tempo todo.
O
E o que isso tem a ver com o Masp? Da mesma forma que o
ciclo PDCA, a análise de problemas deve ser conhecida por todas
D
as pessoas da empresa. Aliás, o ideal é que o PDCA e o Masp se-
VA
jam usados em conjunto.
Já sabemos o que o Masp e o PDCA têm em comum. Porém,
ainda falta conhecermos o passo a passo que forma o Masp. Veja-
ER
mos então os passos baseados na proposta do professor Vicente
S ION
Falconi Campos para o Masp (2004, p. 237-246):
ES
1. Identificação do problema – o objetivo deste passo é identifi-
car claramente o problema que queremos resolver. Podemos
TO T
R aproveitar para descrever seu histórico e mostrar as perdas que
EI CA
S
reuniões e nos treinamentos. Em seguida, é hora de executá‑lo
O
e registrar os resultados dessa execução.
6. Verificação – depois que o plano de ação foi colocado em prá-
D
tica, é necessário avaliar se ele alcançou os resultados deseja-
VA
dos. Assim, fazemos outra análise para ver se tudo saiu
conforme planejado. Aqui, o objetivo é comparar a situação
antes e depois das ações. As ferramentas usadas agora devem
ER
ser as mesmas da primeira análise. Se o plano de ação não
obteve os resultados esperados, voltamos à fase de observação
S ION
e começamos tudo de novo.
ES
7. Padronização – se chegamos ao passo 7 é porque o plano de
ação funcionou. Isso significa que outras pessoas podem que-
TO T
Rrer utilizá‑lo no futuro. Por isso, é importante padronizar e re-
EI CA
gistrar tudo que foi feito. Para isso, vale rever o passo 5W1H
feito anteriormente e definir como as ações desse plano podem
ser aproveitadas no dia a dia da empresa.
IR U
1. Identificação
P 2. Observação
3. Análise
TO PE
4. Plano de ação
D 5. Ação
©
C 6. Verificação
A 7. Padronização
8. Conclusão
Exercícios de fixação
1. Para que serve o fluxograma? 8. Quais são os cinco tipos de diagramas da
2. O que é a folha de verificação? qualidade? Em que situações eles podem ser
S
3. Para que serve o histograma? utilizados?
O
4. Para que serve o gráfico de Pareto? 9. Em que situações você utilizaria a matriz de
D
5. Em que situações pode ser importante utili‑ priorização?
zar o diagrama de correlação? 10. Existem duas maneiras de fazer uma matriz
VA
6. Por que o diagrama de Ishikawa também é de priorização. Quais são elas?
conhecido como diagrama de causa‑efeito? 11. Para que serve a matriz de relacionamento?
7. Por que é importante utilizar gráficos de 12. O que é o método de análise e solução de
ER
controle? problemas (Masp)?
S ION
ES
Panorama
TO T
R
EI CA
Uma maternidade do setor privado, com capacida‑ seção tem um atendente que faz o recebimento e
de para quinhentos leitos, está enfrentando pro‑ a entrega dos materiais aos funcionários.
Em grupos de até quatro pessoas, faça as seguintes
IR U
devido a falhas no controle. De acordo com o al‑ 1. Aplique três ferramentas da qualidade para enten‑
S E
moxarifado, são duas as razões que podem estar der melhor o problema vivido pela maternidade.
contribuindo para essa falta: 2. Qual diagrama da qualidade deve ser utilizado
O N
1) Não há cálculo de previsão da demanda nem para cuidar da gestão da qualidade no almoxa‑
de perfil do consumidor (ou paciente). Só é fei‑ rifado da maternidade?
S O
ta a compra do material quando ele está próxi‑ 3. Qual matriz da qualidade deve ser utilizada para
O S
mo de acabar e ele nem sempre chega a tempo ajudar a tomar decisões sobre como reduzir a
porcentagem de avarias no material na hora do
D AR
de atender à necessidade; e
2) A maternidade perde 17% do estoque por manuseio ou do transporte?
diversos motivos: 4% por roubo; 6% por ob‑ 4. Aplique as etapas do Masp para analisar o pro‑
TO PE
Recapitulando
C
hegou a hora de rever tudo que estuda‑ achar relações de causa e efeito entre as situa‑
mos nesta unidade. Começamos nossos ções estudadas. O diagrama em árvore, por sua
S
estudos falando sobre as ferramentas tradi‑ vez, é útil quando queremos identificar os objeti‑
O
cionais da qualidade. Vimos que o fluxograma é vos principais de uma empresa e saber o que pre‑
muito útil quando precisamos conhecer o passo a cisa ser feito para atingi‑los. Já o diagrama do
D
passo de um processo. Depois, conhecemos a folha processo decisório nos ajuda a prever problemas
VA
de verificação. Você viu que ela nada mais é do que que ainda não ocorreram e evitar que eles nos pe‑
uma tabela onde anotamos informações sobre um guem de surpresa. Agora, se seu problema é cum‑
produto, um problema ou uma atividade. Em segui‑ prir prazos, você vai achar o diagrama de atividades
ER
da, conhecemos o histograma, um gráfico utilizado muito útil. Afinal, o objetivo dele é planejare
S ION
para ver a frequência com que uma falha ou um acompanhar processos para que as atividades se‑
comportamento se repete com o passar do jam cumpridas dentro das datas estabelecidas.
ES
tempo. No terceiro tema desta unidade, estudamos as
Vimos que o gráfico de Pareto é utilizado quando matrizes da qualidade. Você viu que a matriz de
TO T
R
precisamos priorizar o problema de maior impor‑ priorização é importante quando precisamos de‑
EI CA
tância para a organização. A ideia é simples: temos cidir que problemas devem ser resolvidos em pri‑
que atacar primeiro os problemas que dão mais dor meiro lugar. Já a matriz de relacionamento é
de cabeça. especialmente útil se quisermos entender as rela‑
IR U
Já o diagrama de correlação é importanteação in‑ ções que ligam um problema a outro. No quarto
D D
fluencia a outra. O diagrama de Ishikawa – também tema, falamos sobre o desdobramento da função
conhecido como “espinha de peixe” – serve para en‑ qualidade. Você aprendeu que essa técnica é
S E
contrarmos as causas de um problema. O gráfico de fundamental para quem quer descobrir um jei‑
controle foi a última ferramenta tradicional que es‑ to de agradar ao cliente. Uma das principais ar‑
O N
tudamos. Como vimos, ele serve para mostrar se mas dessa técnica é a matriz conhecida como
S O
uma atividade está ou não sob controle. casa da qualidade, que mostra com bastante
No segundo tema, falamos um pouco sobre os dia‑ clareza como as opiniões dos clientes podem ser
O S
O diagrama de relações é bem parecido com o de nos ajuda a solucionar problemas de maneira
afinidades. A diferença é que ele se concentra em organizada.
©
S
organizações
O
D
VA
Objetivos de aprendizagem
Conhecer o programa 5S.
ER
Entender como funciona o controle estatístico de processos (CEP).
S ION
Conhecer o programa Seis Sigma.
ES
Aprender a utilizar a análise do modo e efeito da falha (FMEA).
TO T
R Temas
EI CA
confiabilidade
S O
3 – Seis Sigma
Vamos conversar um pouco sobre o programa Seis Sigma, criado
TO PE
4 – FMEA
Prepare‑se para conhecer a análise do modo e efeito da falha, co‑
nhecida pela sigla FMEA, do inglês failure mode effects analysis. Mais
adiante, você vai ver que essa ferramenta serve para tornar o produ‑
to mais confiável e prevenir falhas.
Introdução
De vez em quando, todos nós passamos por uma semana agitada.
Fazemos hora extra no serviço, corremos por causa de prazos aperta‑
dos e ficamos atolados de tanto trabalho. Quando isso acontece, so‑
S
bra pouco tempo para cuidar da casa. A louça acumula dentro da pia,
O
a cama fica por fazer e tudo parece estar fora do lugar. Se precisamos
D
de um livro, temos que virar a casa inteira de pernas para o ar até
achá‑lo. Se é a carteira que procuramos, provavelmente só consegui‑
VA
remos encontrá‑la depois de horas de busca, nos lugares mais impro‑
váveis. Nessas horas é que a gente percebe que falta faz uma boa
ER
pitada de organização, não é mesmo?
Nas empresas, a situação não é diferente. É muito difícil trabalhar em
ES
frequência e as tarefas demoram mais para ficar prontas.
Nesta unidade, vamos conhecer os programas da qualidade que nos
TO T
R ajudam a pôr ordem em casa e no trabalho. Além disso, vamos ver a
EI CA
S
nizar as peças e colocá‑las em uma ordem mais lógica de lavagem,
O
da menos suja para a mais suja. Por exemplo:
D
taças copos pratos talheres
VA
travessas panelas assadeiras
Seu trabalho ficaria bem mais fácil, não é mesmo? No final da
ER
tarefa, você veria que os cinco minutinhos “perdidos” para orga-
nizar a louça serviram para economizar tempo e aumentar a quali-
S ION
dade de seu trabalho. Com menos esforço e em menos tempo,
ES
você conseguiria um resultado muito melhor, além de diminuir
bastante o risco de quebrar uma taça ou um copo, por exemplo.
TO T
R
O exemplo que acabamos de ver mostra a importância da orga-
EI CA
Seiri
TO PE
S
Observe a Figura 3.1. A legenda, à esquerda, mostra os uten-
O
sílios que foram separados e colocados sobre o aparador. À direi-
ta, temos dois aparadores. No primeiro, os utensílios estão fora de
D
ordem. No segundo, estão na ordem em que serão colocados na
VA
mesa.
Qual dos dois aparadores você acha que facilita o trabalho?
Sem dúvida nenhuma, o segundo. Quando os itens estão em or-
ER
dem, conseguimos aproveitar melhor o espaço e trabalhar com
S ION
mais facilidade. Já a bagunça do primeiro aparador dificulta nos-
ES
sa vida. Para pegar as toalhas, por exemplo, é necessário retirar
um copo para água. O prato raso está bem no meio de um monte
TO T
R de copos: qualquer esbarrão é o suficiente para espatifar um deles
EI CA
no chão.
Também faz parte do seiri dar destino àquilo que não tem uti-
lidade. Suponhamos que o restaurante não usa mais toalhas de
IR U
Guardanapos dobrados
D AR
Pratos rasos
TO PE
Pratos fundos
Pratos de pão
©
S
Ela é uma boa opção para quem precisa organizar suas tarefas em
O
uma lista de prioridades.
D
Seiton
VA
Normalmente traduzido por senso de arrumação, o seiton tem
a ver com a ideia de manter as coisas em seu devido lugar. Imagi-
ne um barman que prepare muitos drinques por noite. Ele costu-
ER
ma manter as bebidas arrumadas nas prateleiras conforme a
S ION
necessidade de uso, mais ou menos como ilustra a Figura 3.2.
ES
Você reparou que as garrafas de vodca e de cachaça estão na
direção do centro da bancada de trabalho? Essa arrumação facilita
TO T
a vida do barman, afinal, os drinques que mais saem são feitos
R
EI CA
Licor de café Licor de menta Licor de Tequila Rum Uísque Pisco Gim
laranja
TO PE
Bancada de trabalho
S
Mas o que o seiton tem a ver com o trabalho de um barman? O
O
seiton nos ajuda a economizar tempo na hora de procurar objetos,
produtos, materiais ou documentos. Também evita compras repe-
D
tidas e facilita o controle de estoque. Além disso, por deixar cada
VA
coisa em seu lugar e nada no meio do caminho, o seiton diminui o
risco de acidentes. Ainda por cima, tudo isso se transforma em
ganho de produtividade.
ER
Nas empresas em geral, ao “arrumar a casa”, é preciso ter em
S ION
mente não apenas a priorização de que falamos no tópico anterior,
ES
mas também:
a noção do tempo que levamos para executar as tarefas − assim
TO T
R podemos determinar quais são os “ladrões” do tempo;
EI CA
Aqui, o que vale é a seguinte regra: “Se você não tem tempo para
ficar arrumando as coisas, é muito mais fácil não bagunçá‑las”.
D D
S E
Seiso
Se um dia você tiver a oportunidade de conhecer a fábrica da
O N
so de limpeza.
Limpeza significa manter o ambiente de trabalho e os equipa-
mentos utilizados sem poeira ou sujeira. Também tem a ver com
TO PE
S
Seiketsu
O
A ordem, a arrumação e a limpeza conquistadas nos três pri-
meiros Ss são as palavras de ordem no quarto passo (o seiketsu).
D
Aqui, a prioridade é a higiene e a saúde do trabalhador.
VA
Por senso de higiene entendemos não apenas os cuidados pes-
soais dos trabalhadores e a limpeza do ambiente, mas também a
eliminação de tudo que possa significar risco para a saúde. Isso
ER
inclui diminuir ruídos, sinalizar locais perigosos, checar se todos
S ION
usam equipamentos de proteção, incentivar hábitos saudáveis e
ES
uma série de outras atitudes que tornam o ambiente de trabalho
mais agradável e limpo.
TO T
R
Shitsuke
EI CA
bito. Muitas vezes, deixamos de seguir todas as etapas de um Nos últimos anos,
D D
processo, mesmo sabendo que elas são necessárias, por pura fal- estudiosos da qualidade
ta de disciplina. E é aí que acontece boa parte dos problemas e sugeriram cinco novos
S E
dos acidentes de trabalho. O quinto S tem a ver com seguir à “S” – o que resultou em
risca as “regras do jogo”, especialmente aquelas criadas pelos 4S um programa mais
O N
Brasileira de Pesquisa
para ver que não é assim que “a banda toca”. Colocar os 5S em
Agropecuária (Embrapa)
prática exige mudanças de comportamento profundas, que en-
disponível no seguinte
TO PE
S
Como vimos na Unidade 1, o uso da estatística no controle de
O
qualidade nasceu praticamente junto com a ideia de qualidade. E
também evoluiu com ela. Já dissemos que, à medida que aumen-
D
tava a capacidade de produzir, ficava mais difícil inspecionar to-
VA
dos os produtos. Pouco a pouco, ficou impossível inspecioná‑los
um a um. Foi aí que surgiram as primeiras inspeções por amostra-
gem. Imagine que você fosse o inspetor de qualidade de uma fá-
ER
brica de sapatos. Como não dava para verificar todos os 4 mil
S ION
sapatos produzidos diariamente, você escolhia aleatoriamente du-
ES
zentos para inspeção. Os resultados encontrados eram generaliza-
dos para o restante da produção. Se dos duzentos sapatos cinquenta
TO T
R apresentassem defeito, você concluía que 25% da produção tinha
EI CA
S
faixa da normalidade – o que, na maioria das vezes, é sinal de
O
problema à vista. Quando um processo varia dentro da faixa de
normalidade, podemos respirar aliviados, pois ele está sob contro‑
D
le. Porém, quando varia fora da faixa de normalidade, dizemos
VA
que ele está fora do controle. Nesses casos, é preciso descobrir as
causas da variação e agir para controlá‑las.
ER
E o que, na prática, significa variabilidade? Se considerarmos
um produto, a variabilidade é a diferença entre uma unidade do
S ION
produto e outra. Se uma fábrica de colchões produz, digamos, 200
ES
unidades por dia, dificilmente elas terão milimetricamente o mes-
mo tamanho e a mesma espessura, ou a mesma quantidade de pon-
TO T
tos nas costuras dos forros. Isso faz pouca ou nenhuma diferença.
R
EI CA
S
çam a qualidade do produto. Daí a importância de controlar as
O
variações e corrigir aquelas que se diferem da aleatória.
Os diferentes tipos de gráfico de controle são uma mão na roda
D
para quem já conhece o processo e definiu o que pode ser conside-
VA
rado variação aleatória. A partir daí, o gráfico de controle pode
servir para monitorar o processo e avisar quando algo não está fun-
ER
cionando normalmente. O que estamos afirmando agora é que, an-
tes de produzir gráficos de controle, é necessário decidir até que
S ION
ponto as variações podem ser consideradas aceitáveis. No caso dos
ES
colchões, o dono da fábrica não precisa esquentar a cabeça: o mer-
cado já tem medidas padronizadas para esse tipo de produto. Basta
TO T
R seguir esse padrão. Se for preciso descobrir o que há de errado com
EI CA
deve haver máquinas bem modernas para esse trabalho, algumas de-
O S
descrita acima.
Digamos que a tal máquina tenha que ser aquecida a uma tem-
TO PE
S
acima da média. A temperatura das máquinas de corte era nosso
O
principal suspeito. Porém, dessa vez, a culpa não era da temperatu-
D
ra. Teríamos então de procurar outra causa especial. Pouco tempo
depois, descobrimos que o setor de compras trocou de fornecedor e
VA
que a espuma do novo fornecedor estava reagindo de forma diferen-
te à temperatura da máquina. Nesse caso, bastou reajustar a tempe-
ER
ratura à espuma nova para contornar o problema da variação.
S ION
Com base em tudo que estudamos até aqui, é fácil concluir por
que o controle estatístico de processos (CEP) é tão importante na
ES
gestão da qualidade: ele permite detectar as variações e corrigir os
processos para prevenir novos erros.
TO T
R
Quer dizer que as ferramentas estatísticas são suficientes para
EI CA
le? Pois bem. Esses gráficos são muito úteis quando precisamos
D AR
S
entre um conjunto de números e seu valor médio.
O
Mi e R – trabalham com os valores de mediana (Mi) e ampli‑
D
tude (R). A mediana é um valor que separa um grupo ordenado
de valores em duas partes iguais. Normalmente é dada pelo
VA
elemento central de uma sequência de números.
X (individual) e AM – respectivamente média individual e
ER
amplitude móvel.
S ION
Todos esses tipos de gráfico de controle servem para medir a
ES
variabilidade dos processos. Em outras palavras, eles mostram se
há uma causa especial afetando um processo e comprometendo
TO T
R sua qualidade. Porém, você deve ter em mente que nenhum deles
EI CA
Confiabilidade
D D
S
temos nas informações fornecidas por ele é o que nos faz comprar sugerimos a leitura de:
O
uma marca em vez de outra. Se sabemos que os produtos da marca x Confiabilidade:
são confiáveis, ou seja, não costumam apresentar falhas durante o análise de tempo de
D
falha e testes de vida
tempo de uso, não arriscamos comprar produtos de outras marcas.
VA
acelerados, de Marta
Mas o que exatamente significa falha? Ora, não dá para falar em
A. Freitas e Enrico
confiabilidade sem falar em falha. Dizemos que um produto apresen-
Antônio Colosimo
ER
ta falha quando não desempenha as funções de acordo com o previs-
(Escola de
to. Assim, o pão que mofa antes do vencimento do prazo de validade,
S ION
Engenharia da
o limpador de para‑brisa que deixa de funcionar no meio da chuva, a
ES
UFMG/Fundação
impressora que consome muito mais tinta do que o prometido, o pen‑ Christiano Ottoni,
drive que não armazena a quantidade de megabytes anunciada, a lâm- 1997).
TO T
pada que queima antes de “trabalhar” o número de horas prometido
R Confiabilidade:
EI CA
manutenção
2. falha parcial – ocorre quando o produto desempenha sua fun-
S E
industrial, de Flávio
ção, mas não da forma prevista, como, uma máquina de lavar
Sanson Fogliatto e
roupas com problemas na centrifugação;
O N
mos prever.
No entanto, nem sempre a falha é provocada por um problema
©
S
que seus produtos funcionarão durante o tempo estipulado na ga-
O
rantia? Porque a confiabilidade desses itens pode ser medida e
D
calculada. Em outras palavras, é possível prever quanto tempo de-
terminado produto é capaz de durar. Como qualquer outro compo-
VA
nente da qualidade, a confiabilidade deve ser planejada para que o
consumidor não tenha surpresas durante a vida útil do produto.
ER
S ION
Confiabilidade metrológica
ES
Em qualquer dicionário de língua portuguesa, encontramos a
explicação de que a metrologia é o estudo e a descrição dos pesos
TO T
e das medidas. Sem dúvida alguma, esse é um tipo de estudo bas-
R tante importante. Se pesos e medidas não fossem padronizados, a
EI CA
S
mercado, o arroz já está embalado em sacos de 1 ou 5 quilos, não
O
é? Ou seja, ele já foi pesado e embalado sem que você tivesse a
oportunidade de conferir se está tudo certo. Segundo o Inmetro, os
D
produtos pré‑medidos representam 85% de tudo que consumimos.
VA
Dá para entender por que é tão importante que o Inmetro fiscalize
se esses produtos conferem com o que é dito na embalagem?
Agora vamos entender melhor como funciona o trabalho do
ER
Inmetro. O controle metrológico exercido por esse órgão dá conta
S ION
dos seguintes aspectos:
ES
controle de instrumentos de medição e medidas materiali-
zadas – o Inmetro é responsável por avaliar as características
TO T
R
técnicas dos produtos, além de executar atividades de verifica- Fique atento
EI CA
ção e inspeção.
Uma medida
supervisão metrológica – o Inmetro fiscaliza a fabricação, a
materializada é um
utilização, a manutenção e o conserto de equipamentos de me-
IR U
exigências da lei.
S O
Seis Sigma
O S
D AR
S
quanto maior o valor de sigma, menor o número de defeitos nos
O
resultados e maior o percentual de aproveitamento do processo.
As empresas costumam operar no nível 3σ, ou seja, com um
D
aproveitamento bem abaixo daquele proposto pelo 6σ. Quanto
VA
mais baixo o sigma, mais alta a quantidade de defeitos em um
processo e, consequentemente, menor a lucratividade da empresa.
Talvez você esteja se perguntando: “Por que a quantidade de de-
ER
feitos tem a ver com lucro?”. Pense comigo. Toda vez que uma
S ION
mercadoria defeituosa é encontrada, a empresa tem que arcar com
ES
os custos necessários para consertá‑la ou substituí‑la, certo? Ora,
se essas despesas forem evitadas, os lucros da empresa vão au-
TO T
R mentar. Como já dizia o velho ditado, prevenir é melhor do que
EI CA
Quadro 3.1 Defeitos por milhão e índice de aproveitamento do processo em cada nível sigma.
D AR
2σ 308.537 69,15
3σ 66.807 93,32
©
4σ 6.210 99,3790
5σ 233 99,97670
6σ 3,4 99,999660
S
O
2. MEDIR (measure): identificar os pontos críticos do processo e desenvolver
medições do desempenho do processo.
D
VA
3. ANALISAR (analyze): encontrar as causas dos problemas.
ER
S ION
4. MELHORAR (improve): propor e implementar soluções de melhoria.
ES
5. CONTROLAR (control): verificar se as soluções implementadas surtiram os
TO T
R efeitos esperados e incorporá-las aos padrões do processo.
EI CA
IR U
taca zero, criando um projeto novo de acordo com o Seis Sigma. Fique atento
Para isso, existe o método conhecido como Design for Six Sigma Lembre‑se de que o
TO PE
– DFSS. Ele ajuda você a desenvolver um projeto à prova de defei- Seis Sigma não é
tos. Esse processo de criação deve se dividir em cinco etapas: utilizado apenas na
fabricação de produtos.
1. identificar ou definir o novo processo ou produto;
©
Equipes de trabalho
Antes de criar e aplicar projetos de melhoria embasados no
S
DMAIC, você deve montar equipes treinadas nessa metodologia.
O
Esses grupos devem ser formados por funcionários de diferentes
níveis, desde os profissionais que operam as máquinas até os que
D
encabeçam a alta gestão da empresa. Cada membro da equipe
VA
deve ter responsabilidades diferentes e nem todos terão o mesmo
grau de responsabilidade pelo projeto. A lista abaixo é um ranking
ER
de responsabilidade, começando com os profissionais mais res-
ponsáveis e terminando com os menos responsáveis pelo projeto.
S ION
Vamos conferir?
ES
Sponsors (do inglês, patrocinadores) – membros da diretoria,
definem as diretrizes para a implementação do Seis Sigma.
TO T
R Champions (do inglês, campeões) – geralmente gestores liga-
EI CA
treinados para ser white, green ou black belts. Porém, isso não
quer dizer que eles possam ficar de fora do esforço de melhorar a
qualidade dos processos da organização. Muito pelo contrário: a ideia
©
S
cessos. Por outro lado, o aumento dos lucros proporcionado pelo
O
programa compensa – e até supera – esses investimentos iniciais.
D
FMEA
VA
Imagine que você esteja descendo de bicicleta uma ladeira
bastante íngreme. Você vai devagar, brecando prudentemente para
ER
evitar um acidente. De repente o freio falha, a velocidade aumenta
S ION
muito, você perde o controle e acaba caindo. Não sofre ferimentos
ES
graves, mas raspa os joelhos no asfalto, leva um belo susto e fica
todo dolorido.
TO T
Se soubesse que aquela marca de bicicleta já havia derrubado
R
EI CA
perfeitas condições, você vai ter que descer muitas ladeiras sem
problemas antes de voltar a ter confiança no freio daquela marca.
S E
Papel da FMEA
A FMEA é um método que analisa falhas que já aconteceram
ou que ainda podem acontecer para eliminar, ou pelo menos redu-
zir, sua ocorrência. Você já sabe que a falha é um problema para
qualquer empresa porque diminui a confiança do cliente na marca.
S
indústria ou reposições de produtos, a lucratividade dos negócios aumenta.
O
automobilística, na qual O nome da ferramenta − análise do modo e efeito da falha − já
diz muito sobre sua forma de operação. A FMEA é um método que
D
falhas podem colocar
em risco a segurança serve para detectar todos os modos de falha e prever seus efeitos.
VA
do cliente. Isso significa que, para um único modo de falha, pode haver mais
de um efeito sobre o processo ou o produto.
Como já dissemos, a FMEA pode ser usada na hora de analisar
ER
um processo ou um produto. A lógica da ferramenta é a mesma
S ION
nos dois casos, por isso vamos continuar explorando o problema
ES
no freio da bicicleta para exemplificar o uso da FMEA.
Você sabe como funciona um freio de bicicleta? Há alguns mo-
TO T
R delos sofisticados, mas o nosso é um modelo simples, como você
EI CA
Pinça Pinça
©
Sapatas
S
O ponto de partida da FMEA é o modo. A pergunta é: “O que
O
pode provocar falhas no funcionamento do sistema de freio da bi-
cicleta?”. Depois de entendermos o tipo (modo) de problema com
D
que estamos lidando, podemos começar a investigar a falha. Agora
VA
a pergunta é: “Que problema isso pode causar para o ciclista?”.
Vamos examinar a sapata, um dos componentes do sistema de
ER
freio da bicicleta, que se desgasta com o tempo de uso. A troca da
sapata deve ser periódica – o que está previsto no projeto da bici-
S ION
cleta. O problema, então, não é o desgaste da sapata, mas sim se
ES
isso acontecer antes do tempo previsto.
“Por que o desgaste acontece antes do previsto?” deve ser a
TO T
pergunta seguinte. Estamos partindo para a investigação das cau-
R
EI CA
falhas.
S O
Estrutura do FMEA
O S
Desgaste precoce das Eficácia de frenagem reduzida. Baixa densidade da borracha usada na
sapatas. Frenagem desigual entre as rodas. fabricação das sapatas.
S
Regulagem errada do sistema de
O
freios.
D
Entortamento dos cabos Excesso de força necessária para frear. Cabos de aço pouco flexíveis.
VA
de aço. Frenagem desigual entre as rodas. Regulagem errada do sistema de
freios.
ER
S ION
Quadro 3.3 Exemplo de FMEA básica.
ES
FMEA Responsável: Data de Cliente:
( ) processo ( ) produto elaboração:
TO T
Data de Produto:
R revisão:
EI CA
lário organizado.
D AR
as sapatas.
Função − nesse espaço deve ser descrita, de forma bem resumida,
a função do componente. Por exemplo, na linha correspondente
©
S
verificação, os padrões a serem seguidos, as inspeções etc.
O
Índices − o campo dos índices pode ser preenchido de quatro
formas diferentes. Você pode falar em: 1) ocorrência; 2) gravida-
D
de; 3) detecção; ou 4) risco. Vejamos cada um desses índices:
VA
1. Ocorrência − são as probabilidades de a falha acontecer. Se
a falha ocorreu, você pode utilizar controles estatísticos ou
ER
relatórios sobre o assunto na hora de calcular esse índice. Se
S ION
for apenas uma falha possível, é bom usar dados estatísticos
acerca dos materiais ou de peças similares para calcular as
ES
chances de a falha acontecer de verdade. O resultado desse
cálculo pode considerar, por exemplo, que a probabilidade é
TO T
R muito baixa, baixa, média, alta ou muito alta. Cada uma
EI CA
S
é necessário dedicar muita mão de obra e tempo para colocar a
O
FMEA em prática. Por outro lado, isso pode valer a pena. Afinal,
essa ferramenta ajuda a prevenir falhas do processo ou do produto,
D
o que, no final das contas, acaba reduzindo os custos de produção.
VA
Então quais são as vantagens da FMEA? Podemos resumi‑las
em seis pontos principais:
ER
melhorar a confiabilidade dos produtos e a satisfação dos
clientes;
ES
aumentar a competitividade da empresa;
registrar um histórico das melhorias feitas pela empresa;
TO T
R padronizar os produtos e os processos;
EI CA
Exercícios de fixação
S E
1. O que é o programa 5S? Quais são os cinco 5. O que é metrologia? Quem cuida da metrolo‑
O N
3. Quais são os tipos de gráfico de controle? 7. Para que serve a análise do modo e efeito da
D AR
Panorama
©
Uma pequena oficina mecânica tem 32 funcionários Brasil e consegue atender até 25 veículos por dia. O
e oferece serviços de lanternagem, pintura e mecâni‑ dono da oficina está interessado em abrir uma nova
ca, além do suporte de guincho para veículos. Essa filial, mas, para isso, precisa resolver os seguintes pro‑
empresa tem convênio com todas as seguradoras do blemas de qualidade em seu processo:
S
gem, pintura e mecânica varia muito. Os clien‑ 3. Valeria a pena colocar o programa Seis Sigma
O
tes ficam aborrecidos porque nunca sabem em prática na oficina? Por quê?
quanto tempo terão que esperar; 4. Qual seria a aplicação da FMEA nesse caso?
D
não há indicadores de qualidade e nenhum
VA
programa operante.
ER
S ION
ES
Recapitulando
TO T
R
EI CA
C
omeçamos esta unidade falando do pro‑ outros 4Ss. Sem disciplina, jogamos tudo para o
grama 5S, que tornou as empresas japo‑ alto e voltamos à velha bagunça.
IR U
nesas um exemplo de qualidade. O Em uma empresa bem pequena, pode parecer fácil
primeiro princípio que apresentamos foi o seiri, cuidar da qualidade dos produtos e serviços. Po‑
D D
que pode ser entendido como senso de utiliza‑ rém, conforme os negócios vão crescendo, fica
S E
ção. A ideia do seiri é simples: separar o útil do cada vez mais difícil dar conta do recado. É aí que
inútil, o necessário do desnecessário. Com isso, entra o controle estatístico de processos (CEP), uma
O N
conseguimos eliminar a bagunça e colocar or‑ técnica que nos ajuda a usar as ferramentas estatís‑
S O
dem na casa. O seiton segue a mesma linha: aqui, ticas para ficar de olho na qualidade da empresa.
o objetivo é a arrumação, ou seja, manter as ativi‑ Durante a leitura desse tema, falamos sobre os dife‑
O S
dades e os objetos da empresa em seu devido rentes tipos de gráfico de controle e sobre a
D AR
lugar. O terceiro S é o da palavra seiso, que nos importância da confiabilidade. Também discutimos
ensina que o ambiente de trabalho deve ser lim‑ um pouco a metrologia, como ficou conhecido o
po. Porém de pouco adianta arrumar e limpar a estudo dos pesos e das medidas que nos ajuda a
TO PE
empresa se não estamos dispostos a manter essa garantir a padronização dos produtos.
organização. Daí a importância do seiketsu, que Depois, conhecemos o Seis Sigma. Você viu que a
tem a ver com a necessidade de manter a arru‑ ideia desse programa é reduzir os defeitos a apenas
©
mação e a limpeza que conquistamos com os 3,4 peças por milhão. Estamos falando de uma pro‑
três primeiros Ss. Por último, não devemos deixar dução com 99,9997% de aproveitamento, o que na
de fora o quinto S. A palavra shitsuke destaca a prática é quase a perfeição. Por último, vimos a
importância de termos disciplina. Afinal, é ela que FMEA, um tipo de análise que tem o objetivo de
nos faz seguir à risca as regras criadas pelos tornar o produto mais confiável e prevenir falhas.
S
O
Objetivos de aprendizagem
D
Conhecer o gerenciamento por processos de rotina e pelas diretrizes.
VA
Entender para que servem as certificações.
Conhecer as normas para sistemas de gestão.
ER
Ver como funciona uma auditoria da qualidade.
Estudar a família de normas ISO 9000.
ES
Conhecer a filosofia Kaizen.
TO T
R Temas
EI CA
1– Modelos de gerenciamento
Neste item serão apresentados três tipos de gerenciamento: 1) ge‑
IR U
3 – ISO 9000
Existem normas para diferentes sistemas de gestão. Porém, as mais
TO PE
Introdução
Nas últimas unidades, falamos sobre o que é preciso fazer para colo‑
car em prática um sistema de gestão da qualidade. Durante a leitura,
você conheceu ferramentas, matrizes e métodos que são uma mão
S
na roda para quem quer melhorar os produtos e os processos de
O
uma empresa. Porém, todo esse trabalho irá pelo ralo se os funcioná‑
D
rios resolverem fazer essas melhorias sem colaborar com colegas de
outros setores.
VA
Sabe por quê? Toda empresa funciona mais ou menos como o corpo
humano, que é formado por vários sistemas – cada um com uma fun‑
ER
ção diferente. Desde o sistema respiratório – que nos dá o oxigênio de
que precisamos para viver – até o sistema excretor – que elimina pela
S ION urina o que não foi aproveitado –, cada conjunto de órgãos tem um
ES
papel fundamental para nossa sobrevivência. Quando um desses ór‑
gãos resolve enguiçar, o corpo inteiro paga o pato. O funcionamento
TO T
R das empresas não é diferente. Toda vez que um departamento vai mal
EI CA
mal a pior.
Por isso, a gestão da qualidade não pode – nem deve – ficar confinada
D D
Modelos de gerenciamento
Gerenciamento por processos
Antes de falarmos em gerenciamento por processos, é fundamen-
©
S
mento? Com certeza, essa tarefa não pode ficar apenas nas mãos
O
do presidente da empresa. Também não é produtivo colocar uma
D
carga tão pesada nas costas de poucos supervisores. O ideal é que
os funcionários ligados a cada processo sejam responsáveis por
VA
garantir a qualidade em todas as etapas.
É nesse ponto que esbarramos em um problema sério. A maioria
ER
das empresas não gerencia processos, mas funções. Quer ver só?
S ION
Que departamentos formam sua empresa? Provavelmente, ela é di-
vidida em setores com funções diferentes: há o departamento de fi-
ES
nanças, o de recursos humanos, o de produção, o de vendas etc. O
pessoal da produção, por exemplo, não sabe ao certo se as mudan-
TO T
R
ças que fizeram ajudaram a aumentar as vendas do produto.
EI CA
Mas então o que pode ser feito para contornar esse problema?
A melhor saída é organizar a empresa por processos. Na Figura
IR U
que eles não devem ser vistos como atividades isoladas, indepen-
S E
Processo 5 – Vendas
©
S
montagem, fazendo-os trabalhar dezesseis horas por dia. Talvez a
O
melhor opção seja alterar algum detalhe do projeto que torne a
montagem mais rápida. Se os móveis não saem da fábrica como
D
planejado, ou se toda hora apresentam o mesmo defeito, pode ser
VA
hora de voltar à prancheta e rever o projeto.
Seria bastante difícil para o diretor dessa fábrica de móveis ge-
renciar diretamente todos os processos, não é mesmo? Ele teria que
ER
acompanhar, ao mesmo tempo, os designers e os montadores, os
S ION
marceneiros e o pessoal do financeiro. Você concorda que seria
ES
impossível? Então qual é a melhor saída? Dividir o processo gran-
de em processos menores e permitir que os funcionários pensem
juntos em soluções para aumentar a qualidade. Quem melhor para
TO T
R resolver o problema da montagem do que uma equipe de marcenei-
EI CA
vem para medir a qualidade total. Mas o que deve ser medido
O S
Gerenciamento da rotina
O gerenciamento da rotina faz parte do gerenciamento pelas dire‑
trizes, que veremos no próximo tópico. O princípio do gerenciamento
S
começa com a criação de unidades gerenciais básicas – seções
O
da empresa que funcionam como se fossem microempresas. Cada
D
unidade gerencial básica tem a obrigação de garantir a qualidade
dos produtos que entrega ao cliente. Só que, aqui, o cliente é inter-
VA
no, ou seja, a unidade organizacional que recebe o produto e dá
continuidade ao processo.
ER
Vamos ver como isso funciona na prática? Voltemos então à
Fique atento
S ION
fábrica de móveis. Podemos imaginar que aqueles processos são
formados por muitas rotinas. Consideremos, por exemplo, o pro-
ES
O gerenciamento da
cesso de compra do material. As atividades que fazem parte desse rotina também é
processo estão na Figura 4.5.
TO T
conhecido como
R
O gerenciamento da rotina faria com que a equipe de compras gerenciamento
EI CA
agisse como uma microempresa, trabalhando para atingir sua meta. funcional.
Para isso, a própria equipe de compras participaria da construção ou
IR U
corrigir os erros.
O N
Pagamentode Controle de
fornecedores estoque
S
Até aí não existe novidade. Porém, há uma pergunta importante
O
que não podemos deixar de fazer: se todo mundo é responsável
por cuidar de seus processos e rotinas, como podemos garantir
D
que o controle de qualidade caminhe na mesma direção?
VA
A resposta está no gerenciamento pelas diretrizes. Esse tipo de
gerenciamento permite que as unidades gerenciais básicas tomem
decisões sem perder de vista o planejamento estratégico da empre-
ER
sa. Do contrário, todos os processos e todas as rotinas podem fun-
S ION
cionar bem, mas seguirão direções opostas.
ES
Podemos dizer então que o gerenciamento pelas diretrizes aju-
da a garantir que essas diferentes unidades busquem um mesmo
TO T
R objetivo. De acordo com Campos (2004), esse tipo de gerencia-
EI CA
S
sível que também queira usar o celular para acessar e-mail, trans-
mitir dados via Bluetooth ou assistir à televisão. Certamente, você
O
não pergunta se o celular consegue fazer ligações, não é mesmo?
D
Você também não pergunta se a bateria dura mais de uma hora ou
VA
se o telefone toca ao receber uma chamada. A resposta para todas
essas perguntas é óbvia. Essas funções são obrigatórias em qual-
quer celular. Mas você sabe por que não precisamos fazer essas
ER
perguntas? Porque existem normas que padronizam os produtos,
S ION
os serviços e os processos das empresas.
Além disso, essas normas facilitam bastante o comércio entre
ES
os países. Vejamos o caso das montadoras de carros, por exemplo.
A Hyundai é coreana; a Volkswagen, alemã; a Ford e a Chevrolet,
TO T
R
norte-americanas. Quando você compra um carro de qualquer
EI CA
uma dessas montadoras, você espera que ele atenda suas necessi-
dades. Não importa se o veículo foi produzido aqui ou acolá: o
motor, o vidro elétrico e o ar-condicionado, por exemplo, devem
IR U
Certificações
Já sabemos que existem normas para uniformizar os produtos
oferecidos mundo afora. Graças a essas normas, não precisamos es-
©
S
da gestão da qualidade. educação ambiental em escolas. Como ela consegue provar para
O
Elas servem apenas de todo mundo o que está sendo feito? Basta obter uma certificação
apoio à ISO 9001 − essa, para seu sistema de gestão ambiental. Na área de meio ambiente,
D
sim, diz tudo o que a a certificação mais conhecida é a da norma ISO 14001.
VA
empresa deve fazer E a empresa que conseguiu desenvolver uma gestão da quali-
para certificar seu dade? Como provar para o consumidor que seus processos, produ-
sistema de qualidade. tos e serviços são bons de verdade? Nesse caso, a certificação
ER
mais indicada é a da norma ISO 9001, que vamos conhecer me-
S ION
lhor mais adiante.
ES
Não podemos deixar de falar também das certificações de pes-
soas. Existem, por exemplo, as certificações exigidas para os au-
TO T
ditores de sistemas de qualidade e as certificações da Microsoft®
R Saiba mais (como a Microsoft Certified Professional − MCP), que atestam
EI CA
estudamos na Unidade
qualquer organização que pode sair por aí emitindo certificações.
S E
3? Recomenda-se
colocá-lo em ação antes No Brasil, quem autoriza uma organização a emiti-las é a Divisão
de Acreditação de Organismos de Certificação (Dicor), órgão liga-
O N
da ISO 9000.
do ao Inmetro.
S O
A Fundação Nacional da
ISO 9000 − explica o que é um sistema de qualidade e apre-
Qualidade também
senta alguns conceitos importantes;
discute a excelência da
ISO 9001 − mostra como um sistema de gestão da qualidade
qualidade aqui no Brasil.
deve ser;
Para saber mais, visite o
site <www.fnq.org.br>.
ISO 9004 − dá dicas sobre como melhorar o desempenho do
sistema de gestão e da própria organização.
S
de outras áreas. A ideia é unir forças para melhorar cada vez mais
O
o desempenho da empresa e a relação com os clientes. Existem
vários sistemas de gestão que podem dar uma “mãozinha” para a
D
gestão da qualidade. Vejamos alguns deles:
VA
ISO 14001 − Gestão Ambiental: tem por objetivo mudar os
processos produtivos para diminuir o impacto ambiental da
ER
empresa;
S ION
ABNT NBR 16001 − Sistema de Gestão da Responsabilidade
Social: pretende certificar empresas que contribuam de verda-
ES
de com o desenvolvimento social;
OHSAS 18001 – Sistema da Gestão da Segurança e Saúde
TO T
R
Ocupacional: mostra o que pode ser feito para reduzir os riscos
EI CA
Auditorias da qualidade
S E
S
toria da qualidade pode ser classificada em três categorias,
O
dependendo de seu objeto de análise. São elas:
D
Auditorias de sistema – verificam se o sistema e a política de
qualidade da empresa estão efetivamente sendo seguidos à risca.
VA
Auditorias de processos – verificam se: 1) os processos estão
padronizados; 2) os padrões são seguidos; 3) os padrões são
ER
adequados; 4) os trabalhadores conhecem os padrões e estão
S ION
preparados para colocá-los em prática; e 5) as ferramentas e os
instrumentos de trabalho estão em boas condições de uso.
ES
Auditorias de produtos – verificam se os produtos estão de
acordo com os padrões de qualidade determinados.
TO T
Link
R Antes de colocar a mão na massa, os auditores precisam plane-
EI CA
para a equipe o que está errado e dão dicas sobre como descobrir o
motivo das falhas e eliminar os problemas de uma vez por todas.
D AR
ISO 9000
TO PE
Stakeholders são todas brasileiras, embora sejam frequentemente chamadas apenas ISO,
as partes interessadas
têm o nome ABNT NBR ISO. NBR significa Norma Brasileira.
na organização, ou seja,
Na ABNT, a tarefa de cuidar das normas de qualidade é do Comi-
seus funcionários,
tidade é ira ISO, têm o no, conhecido como ABNT/CB-25.
parceiros, fornecedores
As primeiras normas de gestão lançadas pela ISO foram as da
e a sociedade em geral.
família 9000, que orientam a gestão da qualidade. Desde seu
ABNT NBR Fundamentos dos siste‑ Princípios da gestão da qualidade: 1) foco no cliente; 2) lideran‑
ISO 9000 mas de gestão e a termino‑ ça; 3) envolvimento de pessoas; 4) abordagem de processo; 5)
S
logia que deve ser usada. abordagem sistêmica para gestão; 6) melhoria contínua; 7) abor‑
O
dagem factual para tomada de decisão; 8) benefícios mútuos na
D
relação com fornecedores.
VA
ABNT NBR Requisitos do sistema de Essa norma: 1) determina a abordagem por processo; 2) aponta
ISO 9001 gestão da qualidade. requisitos gerais e de documentação para o sistema de gestão;
3) determina as responsabilidades da direção; 4) trata da gestão
ER
de recursos; 5) refere-se à realização do produto; 6) estabelece
medição, análise e melhoria.
S ION
ES
ABNT NBR Sustentabilidade do suces‑ Para alcançar o sucesso sustentado, a organização precisa: 1) pla‑
ISO 9004 so da organização por meio nejar a longo prazo; 2) monitorar e analisar regularmente seu
da gestão da qualidade. ambiente; 3) identificar quem são os stakeholders e avaliar seu
TO T
R impacto na performance organizacional; 4) manter os stakehol-
EI CA
S
ambiental? Pois é. O objetivo dela é facilitar a vida das empresas
O
que possuem ou querem possuir certificações de sistema de gestão
ambiental (14001) e de sistema de gestão da qualidade (9001).
D
Com a ajuda da ABNT NBR ISO 19011, a empresa pode, se dese-
VA
jar, auditar e certificar os dois sistemas ao mesmo tempo.
ER
A norma ISO 9000 propõe oito princípios da gestão da quali-
S ION
dade. Eles servem de alicerce para que a empresa construa um
ES
verdadeiro sistema de qualidade. Vamos conhecer esses princí-
pios? São eles:
TO T
R 1. Foco no cliente: o cliente deve ser a preocupação central das
EI CA
empresas.
2. Liderança: os líderes devem criar condições para que os fun-
cionários se sintam parte da empresa e trabalhem para alcançar
IR U
os objetivos organizacionais.
D D
S
pela ABNT/CB-25
O
Além das normas da família 9000, há outras normas e alguns
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guias sobre gestão da qualidade editados pela ABNT/CB-25. O
Quadro 4.2 mostra, resumidamente, quais são eles.
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Quadro 4.2 Normas referentes à gestão da qualidade editadas pela ABNT/CB-25.
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Ano de
Norma Descrição
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publicação
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Gestão da qualidade − satisfação de clientes: diretrizes para o
ABNT NBR ISO 10002 2005
tratamento de reclamações nas organizações.
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ABNT NBR ISO 10005 Gestão da qualidade: diretrizes para planos da qualidade. 1997
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ABNT NBR ISO 10012 medição e equipamento de medição. (Anula as normas NBR 2004
ISO 10012-1 e NBR ISO 10012-2.)
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ABNT NBR ISO 10015 Gestão da qualidade: diretrizes para treinamento. 2001
9001:2000.
ABNT ISO/TS 16949 Em vigor desde 2004, essa norma técnica orienta os fornecedores de pe‑
Requisitos particulares para ças e componentes para o setor automotivo. Foi criada em conjunto pela
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aplicação da ABNT NBR ISO ISO e pela IATF (Força-Tarefa Automotiva Internacional, do inglês Interna‑
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9001 em organizações de pro‑ tional Automotive Task Force), uma organização que reúne as principais
dução automotiva e peças de montadoras do mundo inteiro. O objetivo da norma é oferecer um pa‑
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reposição pertinentes. drão único para a gestão da qualidade dos fornecedores. Além de au‑
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mentar a qualidade no setor, o uso da norma simplificou um pouco a
vida dos fornecedores, reduzindo o número de certificações necessárias
para trabalhar com mais de uma montadora.
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ABNT NBR ISO/IEC 17025 Válida desde 31 de outubro de 2005, essa norma certifica laboratórios
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Requisitos gerais para a compe‑ que fazem testes e preparam equipamentos eletromédicos. Seu princi‑
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tência de laboratórios de ensaio pal objetivo é criar um padrão internacional para esse tipo de serviço.
e calibração.
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ABNT NBR 15100 Em vigor desde 15 de fevereiro de 2010, originou-se da SAE AS 9100, a
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Requisitos para organizações de primeira norma do setor aeroespacial, emitida pelo International Aeros‑
aeronáutica, espaço e defesa. pace Quality Group (Grupo de Qualidade Aeroespacial Internacional). O
objetivo da norma é padronizar a produção e a operação de produtos do
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setor aeroespacial.
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ABNT NBR 14919 Em vigor desde 30 de janeiro de 2003, a norma incentiva a aplicação das
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Setor farmacêutico − requisitos boas práticas da indústria farmacêutica, importantes para cumprimento
específicos para a aplicação da de exigências nacionais e internacionais na produção de medicamentos.
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ABNT NBR 15419 Essa norma, válida desde 30 de novembro de 2006, foi criada para aplicar
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ABNT NBR 15075 Uma Esco, do inglês energy services company, é uma empresa especializa‑
Requisitos particulares para apli‑ da em conservação de energia, ou seja, em encontrar soluções para tor‑
cação da ABNT NBR ISO 9001 nar mais eficiente o consumo de eletricidade, reduzindo, assim, os gastos
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mas setoriais. No Quadro 4.3 comentamos rapidamente algumas
delas. Todas estão disponíveis, para compra, no site da ABNT
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(www.abnt.org.br).
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Observe que algumas normas do Quadro 4.2 usam o nome ISO
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e outras não. As que não o possuem são normas exclusivamente
brasileiras. Além dessas, é importante saber que há normas que
orientam a implantação da ISO 9001 em setores específicos, como
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vamos ver a seguir.
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Gestão da qualidade total
Você deve lembrar que, na Unidade 1, voltamos no tempo para
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entender como a gestão da qualidade nasceu nas empresas. Vimos
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se arranca pela raiz: por que não resolver logo o que havia de er-
rado com a produção? Surgiu, assim, uma nova fase da gestão
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qualidade do ponto de vista do cliente, ao passo que o objetivo do
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TQC é melhorar todos os elementos da cadeia produtiva, incluin-
do fornecedores e escolha de materiais, por exemplo.
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Porém, na prática, não há muita diferença entre um e outro. Cá
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entre nós, é impossível falar em gestão da qualidade sem criar
meios de controle. Por isso, neste livro, consideramos TQM e
TQC a mesma coisa. A única diferença é a origem dessas aborda-
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gens. A TQM nasceu nos Estados Unidos; já o TQC, no Japão.
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Mas para que serve a TQM, ou TQC? Antes de falarmos nisso,
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precisamos entender que a empresa é semelhante a um carro: seu
“motor” é formado por várias peças e engrenagens que, quando
trabalham juntas, conseguem fazer a organização “sair do lugar”.
TO T
R Na prática, cada uma das peças é um sistema da empresa, como o
EI CA
presa “enguiça”.
A TQM também é um sistema. A diferença é que sua meta não
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E onde fica o lucro nessa história? É claro que o lucro não deixa
de ser importante, mas dentro da lógica da TQM ele é visto como
O N
Não é bem por aí. De acordo com Campos (2004, p. 109), “a em-
presa é um meio para atingir a satisfação das necessidades de to-
das as pessoas (clientes, acionistas, empregados e vizinhos)”. Para
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de um produto ou com a lucratividade, para que
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utilização de um serviço. possam reinvestir e gerar
mais empregos.
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TQC
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Empregados: precisam
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Vizinhos: necessitam de
ser bem remunerados
respeito, e o controle
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e respeitados, com
ambiental é um modo
oportunidades de
de fazer isso.
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crescimento.
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uma forma de pensar. É preciso tempo, paciência e muito trabalho
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de educação e treinamento. A implantação de um TQC costuma
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levar cerca de cinco ou seis anos, mas é possível sentir melhoras
significativas já nos primeiros anos.
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Ciclo PDCA
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Na Unidade 2, estudamos as semelhanças entre o ciclo PDCA
e o método de análise e solução de problemas, conhecido como
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te sobre o ciclo PDCA. Preparado? Então vamos lá!
Talvez o ciclo PDCA seja uma das mais famosas ferramentas
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R da TQM para controle de processos. Foi levado por Deming ao
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Japão, onde foi bastante utilizado. Mas para que ele serve? Pois
bem. Podemos definir o ciclo PDCA como um instrumento de
análise dos processos que tem o objetivo de melhorá-los. Confira
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PDCA:
Planejar (PLAN) – significa definir o que queremos e como
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Do:
Plan: executar
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planejar
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Act: Check:
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agir checar
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Filosofia Kaizen
Quando falamos em melhorar produtos ou processos, sempre
esbarramos na questão do uso de tecnologias. E tecnologia é uma
palavra que quase sempre é associada a algo que custa caro e é
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comprado dos outros. Porém, tecnologia nada mais é do que um
conjunto de técnicas utilizadas em determinada área. Ou seja, não
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necessariamente deve ser algo produzido fora da organização, por
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pessoas que não participam de seus processos. As pessoas respon-
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sáveis pelos processos da empresa, que participam deles e sabem
como eles funcionam, podem criar a tecnologia necessária para
resolver os problemas desses processos.
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Às vezes, melhorar um processo não significa mudá-lo comple-
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tamente, mas reduzir o desperdício. Isso inclui o desperdício de tem-
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po, de material e de mão de obra. Todas essas ideias são a base do Kaizen,
uma filosofia de melhoria contínua que também nasceu no Japão.
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R A lógica é simples: é preciso melhorar sempre − as pessoas, os am-
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Exemplo
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utilizada: o objetivo é melhorar continuamente os processos, seja
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lá como for.
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Exercícios de fixação
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1. Por que obter uma certificação é um passo 5. O que é o ciclo PDCA?
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tão importante? 6. O que é a filosofia Kaizen?
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2. O que são as auditorias da qualidade? 7. Por que é importante gerenciar a qualidade
3. Qual é a importância da família de normas por processos?
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ISO 9000? 8. O que é gerenciamento da rotina?
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Panorama
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Verônica abriu há seis meses uma pequena em‑ 2. Além da ISO 9001, que outras normas da fa
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presa − uma academia de ginástica especializada mília ISO 9000 podem ser consideradas para
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de São Paulo. A estratégia do negócio está na di‑ do sistema de gestão da qualidade ISO 9000?
ferenciação pela qualidade dos serviços presta‑ 3. Quais são os tipos de auditoria da qualida‑
dos, com profissionais de educação física, de que podem ser realizados na academia de
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Recapitulando
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hegamos ao final de mais uma unidade. do mundo. Além disso, vimos que as certificações
Vamos recapitular tudo que estudamos e as auditorias têm um papel importante nesse
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aqui? Aprendemos por que é possível im‑ processo de normatização.
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portar carros da China, Alemanha e Estados Uni‑ Em seguida, conhecemos a ISO 9001, uma norma
dos, por exemplo, com a certeza de que o internacional que nos ensina o que é gestão da
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produto apresentará tudo que não pode faltar qualidade. Por último, encerramos este livro fa‑
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em um veículo. O aumento desse troca-troca de lando da gestão da qualidade total. Foram apre‑
mercadorias entre países só se tornou realidade sentados instrumentos importantes, como o
porque já existem sistemas de gestão normatiza‑ ciclo PDCA, a filosofia Kaizen e três tipos de
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dos. Essas normas internacionais ajudam a padro‑ gerenciamento.
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nizar os produtos e serviços oferecidos ao redor
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ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS
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(ABNT). NBR ISO 9000. Rio de Janeiro, 2005.
COMITÊ BRASILEIRO DA QUALIDADE (ABNT/CB-25). Do‑
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cumentos normativos brasileiros, válidos, elaborados pelo ABNT/
S ION
CB-25. Rio de Janeiro, s/d. Disponível em: <www.abntcb25.com.
br>. Acesso em: 22 set. 2011.
ES
ALENCAR, R. C. de; GUERREIRO, R. A mensuração do resul-
TO T
tado da qualidade em empresas brasileiras. Revista Contabilidade
R & Finanças, São Paulo, edição especial, p. 7-23, 30 jun. 2004.
EI CA
p. 179-192, 2000.
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SANTANA, A. B. Proposta de avaliação dos sistemas de gestão
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da qualidade em empresas construtoras. Dissertação de Mestrado
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apresentada à Escola de Engenharia de São Carlos − USP. São
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Carlos, 2006.
SCHLIEPER, A. D. Aplicação da metodologia Six Sigma na área
de TI em empresas de serviços. Monografia de Especialização em
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Master Business Information Systems apresentada à Pontifícia
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Universidade Católica de São Paulo. São Paulo, 2007.
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