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ROBERTO NARDI
MARCOS CESAR DANHONI NEVES
Organizadores
507 Arte e ciência na Lua : percursos na
A825 interdisciplinaridade / organização de Josie Agatha
Parrilha da Silva ... [et al.]. – São Paulo :
Cultura Acadêmica, 2018
322 p. : il.
ISBN 978-85-7983-969-6
PREFÁCIO
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Pedro Demo
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SUMÁRIO
Apresentação..............................................................................17
Organizadores
CAPÍTULO 1
As representações da Lua: dos povos sem escrita à Cigoli-
Galileu.......................................................................................23
Josie Agatha Parrilha da Silva, Marcos Cesar Danhoni Neves
CAPÍTULO 2
Lua na Física e na Matemática......................................................57
Marcos Cesar Danhoni Neves
CAPITULO 3
A Arte sob a luz da Lua: Antiguidade, Cristianismo e
Modernismo...............................................................................83
Giovana T. Simão
CAPÍTULO 4
A Lua no cinema de George Méliès...........................................117
Nelson Silva Júnior
CAPÍTULO 5
A influência da Lua nos organismos..........................................133
Adelive Pietrowski Baldin Margutti, Carlos Alberto de Oliveira Magalhães Júnior, Gledson Vigiano
Biancon
CAPÍTULO 6
Lua: as variações dos intervalos de tempo entre as fases principais
da Lua e as cores da Lua cheia...................................................149
Fernando Lang, Maria de Fátima Oliveira Saraiva
CAPÍTULO 7
O crateramento Lunar na Educação Básica..............................175
Michel Pereira Campos Silva, Jane Gregorio-Hetem
CAPÍTULO 8
Lua na água de Paulo Leminski: traduções intersemióticas do
poema......................................................................................193
Maria Cristina Mendes
CAPÍTULO 9
A literatura sob a luz da Lua: Poesia, Literatura Infantil, Romantismo
e Contos...................................................................................209
Anderson Pedro Laurindo, Elisangela Cordeiro
CAPÍTULO 10
Uma Lua tridimensional pela anamorfose...............................235
Marco Antonio João Fernandes Junior, Josie Agatha Parrilha da Silva, Marcos Cesar Danhoni Neves
CAPÍTULO 11
Lua: técnicas e produções artística............................................253
Josie Agatha Parrilha da Silva, Luzita Erichsen
CAPÍTULO 12
Arte, Ciência e Astronomia na formação interdisciplinar do professor
de Artes Visuais: notas de um percurso.....................................283
Pedro Luiz Padovini
EPÍLOGO...............................................................................301
Organizadores
SOBRE OS AUTORES...........................................................304
APRESENTAÇÃO
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CAPÍTULO 1
AS REPRESENTAÇÕES DA LUA: DOS POVOS
SEM ESCRITA À CIGOLI-GALILEU
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Introdução
A Lua foi observada de forma sistemática por todas as
civilizações. Foi estudada, fotografada, pintada um sem-número de
vezes. Todos nós já a observamos a olho nu ou com instrumentos:
binóculos, lunetas astronômicas. A Lua aparece como tema de
Ciências/Astronomia na literatura, cinema, Arte, entre outras
áreas de conhecimento. Hoje, século XXI, dispomos de potentes
instrumentos óticos e de grande resolução que nos dão uma ótima
visão desse satélite.
E, na Pré-História (povos sem escrita), Antiguidade, Idade
Média, como era observada e representada a Lua? Esta é uma das
questões que iremos discutir neste capítulo que tem como objetivo
traçar o percurso histórico-didático sobre estudos e imagens
realizadas sobre a Lua até a representada por Lodovico Cardi, o
Cigoli (1559-1613).
No decorrer do texto apresentaremos um recorte sobre a
Astronomia de alguns povos e imagens de suas representações
astronômicas, em especial, ligadas ao tema Lua. Para iniciar
mostraremos estudos, pesquisas e representações da Lua, dos povos
de diferentes épocas: do período anterior à escrita, da Antiguidade,
da Idade Média, da Modernidade até à representação da Lua de
Cigoli. Essa Lua craterada foi elaborada a partir de observações
telescópicas que Cigoli partilhou com seu amigo Galileu Galilei
(1564-1642).
1
Docente do Departamento de Artes da Universidade Estadual de Ponta Grossa e
atua no Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciência e Educação Matemática-
PPGECEM - UEPG e no Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências e
Tecnologia (PPGECT) da UTFPR, campus de Ponta Grossa.
2
Docente do Departamento de Física e do Programa de Pós-Graduação em
Educação para a Ciência e a Matemática – PCM-UEM. Programa de Pós-Graduação
em Ensino de Ciências e Tecnologia (PPGECT) da UTFPR, campus de Ponta Grossa.
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Lua na Antiguidade
Os povos antigos faziam estudos e registros astronômicos. Os
estudos tinham objetivos práticos como elaborar calendários, prever
a melhor época para colheita e plantio, fazer previsões meteorológicas,
etc. Infelizmente muitos destes estudos não sobreviveram ao tempo,
ofereceremos alguns exemplos destes povos e estudos: sumérios,
egípcios, caldeus, babilônicos, gregos e chineses. Apresentaremos
alguns estudos e representações, focando, em especial, o tema Lua.
Os sumérios são conhecidos como os povos mais antigos
da humanidade. Há cerca de 5 mil anos moravam na região sul da
Mesopotâmia. Desenvolveram a escrita e se destacaram em diversas
áreas: Arquitetura, Arte e Astronomia. Foram os primeiros a criar
um calendário. O calendário lunar foi sintonizado com o ano solar
(estações) por intercalação de um mês bissexto em certo número de
anos. Utilizavam as fases da Lua, contando 12 meses lunares de um
ano. [Ver símbolo sumério-Figura 3]. (Wikibooks, 2016).
Os sumérios produziam um artefato que se constituía
numa espécie de documento em pedra destinado à delimitação
de um pedaço de terra durante o período de dominação Kassita
na antiga Babilônia, entre os séculos XVI e XII a.C. Este artefato,
o Kudurru, apresentava um texto em caracteres cuneiformes e
algumas representações, entre as quais havia imagens divinas (o
disco do deus-sol Shamash, o crescente do deus-lua Sin e a estrela
de oito ponta de Ishtar, deusa do amor e da guerra, entre outros).
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Povo que viveu na Mesopotâmia cerca de 2.000 a.C. e dominou as regiões da
Babilônia e Assíria até o ano 539 a.C. Os sacerdotes caldeus eram magos, que
acreditam na força da astrologia (In: sachttp://www.astropt.org/2014/04/09/
tetrade-de-eclipses-lunares/).
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Eclipse lunar: a Terra se interpõe entre o Sol e a Lua e projeta sua sombra nesta
última.
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Figura 3: Sol e Lua crescente. Símbolo sumério da união cósmica do Sol e da Lua.
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Figura 11: Pitágoras (recorte - Afresco). Figura 12: Anaxágoras (pintura) 1888.
Figura 13: Aristoteles (Aristotle. Marble, Roman copy after a Greek bronze
original by Lysippos.330 a.C.).
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Figura 14: Aristarco Figura 15: Cálculos de Aristarco no século III a.C.
(Aristarchos von Samos). (cópia grega do século X).
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Figura 25: Ender. Tycho Brahe. Figura 26: Universo de Tycho Brahe
Pintura. (esboço de Andreas Cellarios a partir
da hipótese de Brahe).
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Figura 27: Johannes Kepler, 1610. Figura 28: Modelo de universo de Kepler.
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No livro utilizamos o nome original em italiano: Galileo Galilei.
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Fonte: Silva; Danhoni Neves (2015, Fonte: Silva; Danhoni Neves (2015,
p.28). p.85).
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Referências
ASTRONOMIA VIVA. Astronomia na antiguidade. 18 fev.
2013. Disponível em:<http://astronomiaviva2013.blogspot.com.
br/> Acesso em 10 fev. 2016.
ASTRONOMIA. Núcleo de astronomia. Centro de ciência viva do
Algarve. Modelo de revolução lunar de Ibn al-Shatir. Disponível
em:<http://www.ccvalg.pt/astronomia/historia/pre_historia.
htm>. Acesso em 10 fev. 2016a.
ASTRONOMIA. Núcleo de astronomia. Centro de ciência viva
do Algarve. Astronomia na Pré-história. Disponível em:<http://
www.ccvalg.pt/astronomia/historia/pre_historia.htm>. Acesso em
10 fev. 2016b.
ASTRONOMIA. Núcleo de astronomia. Centro de ciência viva do
Algarve. Astronomia na Idade Média. Disponível em: <http://
www.ccvalg.pt/astronomia/historia/idade_media.htm>. Acesso
em 10 fev. 2016c.
BRITANNICA. Modelo de universo de Kepler. Disponível
em:<http://www.britannica.com/biography/Johannes-Kepler/
images-videos>. Acesso em 21 mar. 2016.
BRITISH MUSEUM. Kudurru. 1250-1100 a.C. Marco
de Propriedade. Museu Britânico, Londres. Disponível
em:<http://www.britishmuseum.org/research/collection_
online/collection_object_details/collection_image_gallery.
aspx?partid=1&assetid=50753001&objectid=369354>. Acesso
em 21 mar. 2016.
CELLARIUS. Andreas. Universo de Tycho Brahe. The planisphere
of Brahe, or the structure of the universe following the hypothesis of
Tycho Brahe drawn in a planar vie. 1708. Disponível em: <http://
anthrowiki.at/Datei:Cellarius_Harmonia_Macrocosmica_-_
Planisphaerium_Braheum.jpg>. Acesso em 21 mar. 2016.
COSTA, Rui. Tétrade de Eclipses Lunares: “luas sangrentas” ou
fenómeno natural? 2015. Disponível em: <http://www.astropt.
org/2014/04/09/tetrade-de-eclipses-lunares/>. Acesso em 10 fev.
2016.
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CAPÍTULO 2
A LUA NA FÍSICA E NA MATEMÁTICA
CONSTRUINDO UM ‘RELÓGIO’ DIURNO-
NOTURNO OU UM MARCADOR HORÁRIO
LUNAR
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Introdução
A Lua é um tema recorrente na história da Astronomia não
somente pela reduzida distância de nosso planeta e pela constância
no céu (lunação), mas porque, ao longo dos séculos, serviu como
um marcador do tempo terrestre e como fonte de inúmeras crenças,
crendices e hipóteses acerca de sua natureza e sua influência sobre os
seres animados e inanimados da Terra.
Desde cedo a humanidade aprendeu sobre a regularidade do
movimento lunar, representando-o seja nos tabletes de argila da velha
Mesopotâmia, seja nos edifícios dos Anasazi ou no monumento
megalítico de Stonehenge.
Este conhecimento sistematizado, misturado às crenças ligadas
aos ciclos sazonais, às doenças, às guerras, levaram, paulatinamente
a uma geometrização do movimento da Lua.
Dividiremos este capítulo em três momentos: I) uma história
essencial para a Lua em seu contexto maior: a própria Astronomia;
II) medidas na Antiguidade; III) construção de um marcador ou
relógio lunar para a divulgação científica.
Uma história essencial para a Astronomia de Posição
A Física nasceu na Grécia há mais de 2.500 anos, e, talvez,
o primeiro grande representante dessa ciência tenha sido Pitágoras
de Samos (572 - 497 a.C.). Ele apresentava a Terra, a Lua e outros
corpos celestes como esféricos, por semelhança. Denominou o céu
de Cosmos e, para ele, os planetas, o Sol, e a Lua eram transportados
por esferas separadas daquela que carregava as estrelas (esfera as fixas).
Outro grande nome da Antiguidade Clássica foi Anaxágoras
de Calzômena (500 - 428 a.C.). Era um homem ousado. Afirmou
1
Docente do Departamento de Física e do Programa de Pós-Graduação em
Educação para a Ciência e a Matemática – PCM-UEM. Programa de Pós-
Graduação em Ensino de Ciências e Tecnologia (PPGECT) da UTFPR, campus
de Ponta Grossa.
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(c)2
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(d)
Figura 13: Todos os discos do relógio lunar (a, b, c). Elaborado pelo autor.
(a) (b)
(c)
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A título de conclusão
Os instrumentos aqui descritos foram utilizados durante
centenas de anos por anônimos seres humanos em sua busca da
localização espaço-temporal. Serviu a navegantes, nômades,
astrônomos e gente comum. Hoje, os relógios eclipsaram aquele
saber legítimo e exilaram os fenômenos do céu da compreensão
humana. Currículos idealizados e realidades sombrias povoam o
cotidiano escolar. A Astronomia é tida hoje como uma ciência da
contemplação, do devaneio, quase do descartável. No entanto, a
título de exemplo trágico, devemos lembrar que, há cerca de dez
anos, um grave acidente aéreo matou mais de uma dezena de pessoas
na selva amazônica. Se o piloto do avião da VARIG, o Comandante
Garcez, que havia digitado um código errado no computador de
bordo (o que acabou orientando o avião para uma rota distante – em
plena selva amazônica – daquela pretendida), soubesse um mínimo
de orientação astronômica (usando o Sol, as estrelas e mesmo os
planetas, como referenciais), a tragédia jamais teria ocorrido.
Falta educação integradora, multidisciplinar nas escolas!
Sobram, porém, currículos desconectados da realidade. Nossas
Universidades que ‘formam’ biólogos, físicos, geógrafos,
matemáticos e professores de ciências, desconhecem a Astronomia
em suas grades curriculares. As Secretarias de Educação e Núcleos
Regionais de Educação desconhecem programas de recapacitação
e, todos, professores e alunos, acabam compartilhando da mesma
cegueira coletiva: a do exílio da compreensão. Isso ocorre para a
Astronomia, para as ciências em geral e para o conhecimento
como um todo. Falamos tanto em ‘construtivismo’, mas acabamos
encarando-o, infelizmente, como mais um ‘modismo’ de época,
esquecendo seu real e poderoso valor pedagógico na elaboração
criativa do pensamento científico.
Nas escolas, a Astronomia de posição e sua rica história,
portanto, são irremediavelmente ‘esquecidas’ ou evitadas. Passa-
se de uma ilustração pobre do geocentrismo ptolomaico para
uma Astronomia heliocêntrica e física mal ensinada. Há somente
informação – vazia ou repleta de teores paupérrimos.
O que o presente texto procurou ilustrar foi uma espécie
de Astronomia instrumental (a Figura 14 integra a Máquina de
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Referências utilizadas
BIBLIOTECA PLEYADES. Disponível em: <http://www.
bibliotecapleyades.net/imagenes_ciencia/ciencia_antikythera01.
jpg>. Acesso em 15 set. 2016a.
BIBLIOTECA PLEYADES. Disponível em: <http://www.
bibliotecapleyades.net/ciencia/esp_ciencia_antikythera08.htm>.
Acesso em 15 set. 2016b.
EL PENSANTE. Los enigmas de la Maquina de Antiquitera.
Disponível em: <https://www.elpensante.com/ooparts-la-maquina-
de-antiquitera-tecnologia-perfecta/>. Acesso em 15 set. 2016.
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CAPITULO 3
A ARTE SOB A LUZ DA LUA: ANTIGUIDADE,
CRISTIANISMO E MODERNISMO
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Giovana T. Simão1
Introdução
A Lua poderia, como os demais elementos do sistema solar, ser
apenas mais um corpo celeste de interesse exclusivo dos estudiosos
específicos da área, tais como: físicos e astrônomos. No entanto,
este elemento celeste durante a história da humanidade também
serviu de tema recorrente para os diversos campos da Arte.
Na literatura, ela inspirou várias passagens tanto nos romances
quanto nas poesias, apresentando nestas duas modalidades, por
muitas vezes, sob a mítica de promover encontros românticos.
Assim, a presença da Lua no campo literário lhe atribui quase
uma personificação, porque a ela foi destinado o testemunho e a
confidência de encantos e também dos desencantos amorosos.
No cinema, a Lua também se revelou, algumas vezes, como
um símbolo quase sempre prescrito nas cenas externas dos casais
enamorados. No entanto, além do conhecido signo romântico, a
grande tela reservou para esse astro mais um papel importante,
uma vez que, ela ganhou destaque nas cenas dos filmes de terror e
suspense. Assim, nesta modalidade da produção cinematográfica, a
Lua era quase uma presença indispensável, pois ela aparece como
signo dos mistérios que rondam as noites de vampiros, fantasmas,
bruxas e lobisomens.
Já na música, especialmente nas canções populares, este corpo
celeste recebe novamente o estatuto romântico, tendo, portanto,
como atribuição a responsabilidade de ser fonte de inspiração
romântica sobre as histórias de amor correspondidos ou não.
Outra temática, que embala canções com a presença da Lua, são as
composições que remetem à sua presença como signo de saudade de
um tempo ou de um lugar, por exemplo, Luar do meu Sertão título e
tema de uma conhecida música popular brasileira.
1
Professora Doutora pela UFPR. Atua na disciplina de História da Arte da
UNESPAR-Curitiba /Campus II – Faculdade de Artes do Paraná.
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Figura 01: Livro dos Mortos (julgamento dos mortos na presença de Osíris). Cerca
de 1275 a.C. papiro. British Museum, Londres.
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Figura 04: I (In principio) con La creazione del Sole e della Luna e La creazione di Eva
[I (no início) com A Criação do Sol e da Lua e A criação deEva]. Imagem de uma
Bíblia. Norte da França, século XVI. Biblioteca Municipal, Valenciennes.
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Figura 05: Geertgen tot Sint-Jans. La Figura 06: Meister des Hausbuches von
Vierge de l’Apocalypse (A virgem do Wolfegg. Virgem do Apocalipse. Século
Apocalipse).Século XV. Rijks Museum. XV. Museum Unterlinden, Colmar.
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Figura 07: Hieronymus Bosch. Figura 08: The woman of the Apocalypse
Virgin of the Apocalypse (Virgem do and the seven-headed dragon (A mulher
Apocalipse). 1480-90. Metropolitan do Apocalipse e do dragão de sete
Museum of Art. cabeças). 1498. British Museum.
Londres.
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aparece com uma Lua crescente, ora com uma Lua cheia sob os pés.
(Como a Lua de Murillo, Figura 09) No entanto, isto foi apenas
uma opção plástica dos pintores para compor a composição, pois
todos respeitaram a crença litúrgica católica de que a Lua deveria
ser assunta e sem mácula, ou seja, clara e sem nenhuma mancha ou
imperfeição.
Figura 09: Bartolomé Esteban Murillo. Immaculate Conception (Imaculada
Conceição). 1670. Walter Art Museum.
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cabarés, cafés, portanto, neste turno, o céu não era o foco. Mas,
observar o céu foi uma tarefa com certa constância para os primeiros
modernistas nas pinturas diurnas, uma vez que a luz, as nuvens e
nebulosidades ou nevoeiros demonstraram que o céu era algo ainda
para aprender a elaborar.
O Pintor francês Monet foi responsável por inaugurar a
primeira série de quadros sobre o mesmo tema, por ter sido ele a
pintar, dezenas de vezes, a Catedral de Rouen, a fim de registrar
as diferentes cores que esta igreja refletia dependendo dos horários
que o sol incidia sobre ela. Tal experiência de Monet perdurou por
meses, observando a incidência do sol nas várias estações do ano,
inclusive, os efeitos da luz solar sobre os nevoeiros que cobriam a
Igreja no inverno. O pintor inglês Turner também se ocupou de
produzir quadros com temas vaporizados, sendo, nas telas dele a
cidade de Londres representada sobre os seus intensos nevoeiros.
Segundo a revista Scientific American Brasil, “Turner buscava a
opinião dos meteorologistas da época para suas representações do
céu e das tempestades” (VILLELA, 2002, p.16).
Figura 11: Claude Monet. Tre opere della serie Cattedrali di Rouen (Três pinturas da
Catedral de Rouen). 1892-84.
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A invenção da fotografia é atribuída a Louis-Jacques-Mandé Daguerre. Pois, em
19 de agosto de 1839, ocorreu o anúncio desta invenção, denominada daguerreotype,
no jornal Gazette de France. Contudo, no ano de 1833, Hercules Florence realizava
experimentos com o método de impressão pela luz. Assim, existe uma controvérsia
sobre ser ele na verdade o inventor da fotografia, apesar de não ter dado aos seus
experimentos esse nome.
5
Florence, Leila; Coli, Jorge (Orgs.). Céus/Skies: o teatro pitoresco –celeste de
Hercule Florence. Coleção Cyrillo Hercules Florence, São Paulo, 2010.
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Figura 12: Hercules Florence. Vista do Amazonas. (Próximo a Monte Alegre). 1835.
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Figura13: Van Gogh. Noite Estrelada. Figura 14: Esquema das representações
1889, óleo sobre tela. The Museum of dos Astros na obra de Van Gogh Noite
Modern Art. New York. Estrelada.
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e do cânone clássico, mas que não julgou que esse satélite fosse
um elemento obsoleto para a composição. Deste modo, a Lua se
mantém majestosa na sua condição de inspiradora da Arte também
para os modernistas.
Também é digno de nota que a presença da Lua atingiu a
segunda metade do século XX, pois, em 1968, ela fez presença na
pintura de Renè Magrittè, artista representante do surrealismo que
a registrou como elemento colaborador da construção surreal de
sua tela, que representa uma montanha no formato de uma grande
águia (Figura 16).
O surrealismo foi um estilo das artes plásticas que promoveu
um diálogo intenso entre vários ramos da intelectualidade. O
quadro Domínio de Arnheim recebeu elogios de Edgar Allan Poe que
comentou que a pintura era “uma janela fantástica”, uma vez que a
pintura da montanha em forma de águia parece zelar por um ninho
com ovos.
Figura 15: Miro. Dog barking at the Moon (Cão latindo para a Lua), 1926, óleo
sobre tela.
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Figura 18: Magrittè. God’s Salon (Salão de Deus). 1948, óleo sobre tela. Brussels,
Belgium.
Conclusão
Mas, qual seria a razão de tantas demonstrações plásticas da
Lua com inumeráveis registros imagéticos? Por ter agregado, desde
a antiguidade, uma presença mística, seja para representar os ritos
pagãos que personificavam a Lua como deusas, seja no rito cristão
na qual a Lua serviu de signo dos dogmas da pureza de Maria. Foi
também tema dos laços dos artistas encantados com a Ciência como
o pintor Cigoli em 1600, e pela mesma razão, ganhou atenção de
Van Gogh em final do século XIX. Ainda, na ocasião da revisão
modernista dos signos da composição plástica, a Lua resistiu a
qualquer sanção e foi companheira pictórica daqueles que tudo
colocaram abaixo para compor seus quadros, mas a bela Lua foi
preservada pela vanguarda.
No século XXI, um concurso da National Geografic Brasil
premiou uma tomada fotográfica da Lua (Figura 19), soma-se a
isto que tal fotografia ganhou as redes sociais e recebeu a graça de
milhares de compartilhamentos e encantamentos, lembrando que,
ainda em 2015, há sempre alguém compartilhando a Lua mineira
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de 2012. Talvez por ser o corpo celeste mais perto da Terra, a Lua
seja um elemento companheiro do homem que, quando pensa no
universo, se depara com a vizinhança da Lua. Nas Artes Visuais, a
Lua, como já foi dito, não agregou o signo romântico das demais
manifestações artísticas, mas ganhou uma permanência ininterrupta
na produção plástica, que nos faz intuir que se trata mesmo de um
sólido caso de amor dos artistas com ela.
Figura 19: Felipe Lisbôa. Lua em meio às árvores de Barbacena, Minas Gerais.
Fotografia. Nacional Geographic Brasil.
Referências
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CAPÍTULO 4
A LUA NO CINEMA DE GEORGE MÉLIÈS
ARTE E CIÊNCIA NA LUA: percursos na interdisciplinaridade
Que haverá com a lua que sempre que a gente a olha é com o
súbito espanto da primeira vez? Mario Quintana
Introdução
No final do século XIX, os primeiros aparelhos que projetavam
filmes eram a grande sensação em feiras e exposições que apresentavam
os maiores avanços tecnológicos da época. Num momento em que a
própria fotografia era ainda uma novidade, a imagem em movimento
chega como a grande revolução na vida do homem. Os primeiros
20 anos do cinema, período este compreendido entre 1895 e 1915,
foram decisivos para que a produção, a distribuição e a exibição de
filmes, criassem e consolidassem a linguagem cinematográfica.
Os filmes, que iniciam sua trajetória, registrando cenas do
cotidiano, não demoram para superar esta fase e buscar temas
que extrapolassem os simples atos do dia a dia, como a saída dos
funcionários de uma fábrica ou um bebê fazendo sua refeição
matinal. Aquilo que Costa (2006) nos apresenta como o “cinema
de atrações”, que traz para o espectador vistas de atualidades não
ficcionais, como fatos recentes ou naturais ou ainda as atualidades
reconstituídas, como guerras ou catástrofes naturais.
Esse cinema não apresentava certos elementos narrativos que
permitissem, muitas vezes, o pleno entendimento do filme. Isso era
compensado pela presença de um elemento externo ao filme, na
figura de um locutor ou narrador. Esse tipo de produção se estende
até 1907, quando há um aumento significativo na demanda por
filmes de ficção. É nesse contexto que encontraremos o trabalho do
cineasta e artista performático George Méliès, que leva para as telas
o ilusionismo do seu trabalho no palco. Méliès produziu centenas de
filmes que seduziram as plateias, que ficavam encantadas diante da
novidade que era o cinema e da capacidade criativa do artista.
1
Professor do Departamento de Artes da Universidade Estadual de Ponta Grossa.
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como Júlio Verne, Isaac Asimov e H.G. Wells, entre outros. A partir
do cinema, o imaginário desses autores deixou de ser pessoal e
passou a ser coletivo, apresentado ao mundo na forma de produções
cinematográficas que tinham, na ficção, o seu principal tema.
Muitas foram as produções que trouxeram a Lua, não como
um símbolo do romance entre casais apaixonados, mas sim como o
objeto de desejo da exploração do homem, que sempre sonhou com
o além dos limites da troposfera. Chegar à Lua foi um desejo que
povoou os sonhos do homem até o fim da década de 60 do século
XX e serviu como tema de várias produções cinematográficas.
Dentre os cineastas que usaram o desejo humano de chegar à
Lua como tema principal de seus filmes, George Méliès foi o primeiro
a causar grande impacto junto às plateias de todo mundo. Méliès
(1861-1938) foi um ator de vaudeville, ilusionista, que transpôs sua
Arte do palco para a tela. Produziu mais de 530 filmes, entre 1896 e
1913, período esse que marca o início do cinema e o surgimento das
primeiras grandes produções. Seus primeiros filmes eram registros
de suas apresentações de mágicas, que evoluíram para produções
com trucagens específicas proporcionadas pelos equipamentos
cinematográficos e filmes curtos que, além dos efeitos visuais, já
apresentavam um roteiro e uma produção que anteviam o cinema
que estava por vir.
Figura 3: George Méliès.
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CAPÍTULO 5
A INFLUÊNCIA DA LUA NOS ORGANISMOS
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CAPÍTULO 6
LUA: AS VARIAÇÕES DOS INTERVALOS DE
TEMPO ENTRE AS FASES PRINCIPAIS DA
LUA E AS CORES DA LUA CHEIA
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Fernando Lang1
Maria de Fátima Oliveira Saraiva2
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1. Introdução
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Figura 1: Dias inteiros que trasncorrem entre uma faze principal da Lua e a fase
seguinte no período de 2000 a 2002.
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escuros, em que a Lua fica quase invisível, até o grau 4 para eclipses
em que a Lua fica com tons alaranjados ou acobreados, muitas vezes
mostrando uma margem brilhante azulada.
Conclusão
As cores que a Lua cheia apresenta dependem da luz solar
que chega até ela e é refletida, mas resulta também das condições
da atmosfera terrestre, que pode subtrair, por espalhamento, luz
com frequência na faixa próxima da cor azul. A atmosfera da Terra
também é responsável por podermos enxergar a Lua mesmo em
eclipses lunares totais, quando refrata e ao mesmo tempo espalha
fortemente os raios do Sol quase tangentes à superfície do planeta,
fazendo com que eles iluminem a umbra com luz amarela, laranja
e vermelha. Assim, a Lua cheia tem cores variáveis durante a sua
viagem através do céu noturno e, mesmo quando escondida à
sombra da Terra, nos proporciona um espetáculo inusitado e belo.
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CAPÍTULO 7
O CRATERAMENTO LUNAR NA EDUCAÇÃO
BÁSICA
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Introdução
A Lua é para o ser humano, sem dúvida alguma, o objeto
celeste mais fascinante que se teve a oportunidade de explorar
cientificamente in loco. Junto ao Sol, é o astro mais relacionado à
civilização desde os tempos remotos e assim tem imensa importância
cultural, científica e histórica ao longo de toda a jornada humana.
No início do século 17 tivemos as primeiras representações
telescópica da Lua, dada a sua observação com o tubo óptico, mais
tarde conhecido como telescópio refrator.
Quando se trata da Lua, na perspectiva da aprendizagem
científica, é necessário situar os estudantes quanto ao uso do
telescópio como um instrumento que quebrou um paradigma
na Ciência3, corroborando a queda de um modelo cosmológico,
quando utilizado cientificamente por Galileu.
Inicialmente, o objeto de estudo de Galileu foi a Lua, e ele
mostrou, de uma vez por todas, que este astro não era perfeito.
Desde então, nosso satélite natural vem fascinando ainda mais
a humanidade e incentivando a Ciência Moderna, em estudos e
através de sondas e missões espaciais.
Até a publicação do Sidereus nuncius, de Galileu, não havia
uma representação tão emblemática do nosso astro. Podemos
observar na Figura 1 que há um ganho enorme (para a época) no
que diz respeito ao que se representar após o aperfeiçoamento da
luneta por Galileu, haja vista a representação feita por Thomas
Harriot em 1609.
1
Mestre em Astronomia pelo Programa de Mestrado Profissional em Ensino de
Astronomia, da Universidade de São Paulo.
2
Docente do Departamento de Astronomia – Instituto de Astronomia, Geofísica
e Ciências Atmosféricas da Universidade de São Paulo. Docente do Programa de
Mestrado Profissional em Ensino de Astronomia, da Universidade de São Paulo.
3
Para a definição de paradigma no contexto científico verifique A estrutura das
revoluções científicas de Thomas S. Kuhn.
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Mas o que pode nos revelar uma observação como esta que
propomos?
Podemos verificar que existem diversas formações e entre elas
há mares9, montanhas, vales, crateras, etc.
O professor deve propor algumas discussões com os estudantes,
principalmente no que tange à montagem e à utilização da luneta
(caso tenha sido uma opção do professor) ou outro equipamento do
mesmo gênero que esteja disponível.
9
Em selenografia, a denominação mare ou mares significa grande planície. Difere
do termo mar ou mares que, segundo o dicionário Michaelis, define uma grande
massa e extensão de água salgada que cobre a maior parte da superfície do globo
terrestre e que constitui um dos bens do domínio de cada nação, dentro dos limites
do território flutuante.
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Consultar o Apêndice C, em SILVA, M. P. C.
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Referências
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método à prática construtivista. 2000. 312 pg. Tese de Doutorado.
Universidade Federal de Santa Catarina. Florianópolis.
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a que pode ser feita com um pequeno telescópio. In: Astrofotos.
Disponível em: <http://www.astrofotos.info/index.php/Rodrigo-
Andolfato/Lua/Lua-Full> Acesso em 30 de mar. 2016.
BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais: terceiro e quarto
ciclos do ensino fundamental. SEMTEC. Brasília: MEC,1998.
_______. Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Médio.
SEMTEC. Brasília: MEC, 2000.
187
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CAPÍTULO 8
LUA NA ÁGUA DE PAULO LEMINSKI:
TRADUÇÕES INTERSEMIÓTICAS DO POEMA
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Introdução
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Leituras e traduções
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3
Ideia ou imagem, no sentido grego.
4
Agesilaus Santander é mencionado em um artigo de Walter Benjamin (1933),
redigido a partir das observações de uma aquarela de Paul Klee.
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em três planos, sendo que a Lua na água deixa de ser o verso que
dá início à cena, numa subversão propiciada pela observação das
transmutações realizadas pela exibição em looping do videotexto.
A imagem da Lua na água é transubstancializada em
Leminski, Plaza e Guimarães. Estreitando relações e inter-
relacionando sentidos, as recriações evidenciam as possibilidades do
trânsito sígnico e a instauração de qualidade artística. Se o poema é
permeado por inextrincáveis enigmas, os quais são potencializados
no videotexto, a adaptação cinematográfica cria novos sentidos
ao se voltar para a observação da paisagem, numa evidência da
força da imagem vinculada ao real que caracteriza os processos de
reprodução de imagem como a fotografia e o cinema. Por entre
imagem e conceito, este trecho do filme de Cao Guimarães, que se
estrutura em aparente simplicidade, mantém abissais possibilidades
de aprofundamento.
A terceira recriação que trago para análise foi publicada em
seis de abril de 2013, no youtube por magnifisica11 (figura 4). Esta
apropriação de Lua na água é um vídeo de cerca de um minuto e
meio, no qual um papel com o poema impresso é colocado embaixo
de um copo vazio, lente cilíndrica cuja refração inverte e deforma
as palavras. São inúmeras as possibilidades de transformação das
imagens e é obvio o caráter lúdico da experimentação. Se Leminski
cria o reflexo da Lua na água com o rebatimento especular das letras,
as sucessivas deformações produzidas pelo girar do copo sobre o texto
criam novas configurações tipográficas, estilhaçando ainda mais a
disposição gutemberguiana que havia sido libertada por Julio Plaza.
11
Identificado como um “Canal de divulgação de experimentos e complementos
de física para pessoas e estudantes em geral”, tem oitenta e um vídeos postados de
2011 a 2015. Desde 2007 tem 286 inscritos e pouco mais de 500.000 visualizações.
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CAPÍTULO 9
A LITERATURA SOB A LUZ DA LUA: POESIA,
LITERATURA INFANTIL, ROMANTISMO E
CONTOS
ARTE E CIÊNCIA NA LUA: percursos na interdisciplinaridade
Introdução
A Lua tem muitas definições, ela é vista, interpretada
e plasmada nas mais diversas formas. Ela não é apenas signo de
admiração e inspiração por parte de cientistas e estudiosos, senão
que diversas áreas a tem presente em seus escritos e manifestações
artísticas. Faz parte de um vasto campo dentro das Artes, da Música,
do Teatro, do Cinema e da Literatura.
Na literatura brasileira ela aparece em todos os Momentos
Literários como protagonista. Está presente em muitos romances,
poemas, lendas, literatura infantil ou como cenário, embalando
diversos romances, sendo testemunha de encantos e desencantos
amorosos.
A Lua, sendo materializada ou mistificada, se fez presente
em obras dos mais variados gêneros e épocas da literatura brasileira.
Assim sendo, o texto nada mais é do que um produto, um grupo de
letras que se unem a palavras recebendo vida em frases, formando
então textos, poesias e afins que acabam dando vida e sentido àquilo
que sozinho parecia não simbolizar nada.
Dentro da dinâmica de que o texto é um produto, e, por
isso um produto que leva tempo e trabalho para ser elaborado, é
importante ter claro que sua leitura e compreensão demanda muito
cuidado e dedicação, já que esta parte de uma teia de signos, que
leva a sua totalidade, sem esta dinâmica fica limitado o trabalho
e assim destruída a significação que o autor pretendia para aquele
trabalho.
1
Mestrando em Ensino de Ciência e Tecnologia na UTFPR – Campus Ponta
Grossa. Atua como professor e Coordenador de Gestão Acadêmica nas Faculdades
Ponta Grossa – PR.
2
Especialista em Língua Portuguesa e Literatura. Atua como professora na SEED
(Letras UEPG e Especialização na Faculdade Espírita do Paraná).
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Carta lª
Em que se descreve a entrada que fez Fanfarrão em Chile.
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A Lua no Parnasianismo
A literatura parnasiana, originada na França, valorizava a
perfeição formal, o rigor das regras clássicas na criação dos poemas,
a perfeição dos sonetos, a apreciação da rima e métrica, a descrição
minuciosa, a sensualidade, a mitologia greco-romana. A doutrina
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de “a Arte pela Arte” é algo que esteve bem presente nos poemas
parnasianos, no contexto de alienação e descompromisso quanto à
realidade. Este movimento tem seu marco inicial com a publicação
de Fanfarras de Teófilo Dias, em 1882. Essa implantação no Brasil
foi auxiliada por Alberto de Oliveira, Raimundo Correia e Olavo
Bilac.
Olavo Bilac é um dos representantes do período e escreveu
Via Láctea, uma coletânea composta de 35 sonetos de temática
amorosa, com o formato de um diário do namoro do poeta com
Amélia de Oliveira, irmã de Alberto de Oliveira (poeta do mesmo
momento literário).
VIA LÁCTEA
VIII
E envolvida de tua virgindade,
Em que céus mais azuis, mais puros ares, De teu pudor na cândida armadura,
Voa pomba mais pura? Em que sombria Foges o amor, guardando a castidade,
Moita mais nívea flor acaricia,
A noite, a luz dos límpidos luares? - Como as montanhas, nos espaços francos
Erguendo os altos píncaros, a alvura
Vives assim, como a corrente fria, Guardam da neve que lhes cobre os flancos.
Que, intemerata, aos trêmulos olhares (BILAC, 2003, p. 04)
Das estrelas e à sombra dos palmares,
Corta o seio das matas, erradia.
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ARTE E CIÊNCIA NA LUA: percursos na interdisciplinaridade
SINFONIAS DO OCASO
Ah! por estes sinfônicos ocasos
Musselinosas como brumas diurnas A terra exala aromas de áureos vasos,
Descem do acaso as sombras harmoniosas, Incensos de turíbulos divinos.
Sombras veladas e musselinosas
Para as profundas solidões noturnas. Os plenilúnios mórbidos vaporam...
E como que no Azul plangem e choram
Sacrários virgens, sacrossantas urnas, Cítaras, harpas, bandolins, violinos…
Os céus resplendem de sidéreas rosas,
Da lua e das Estrelas majestosas (SOUZA, 2009, p. 410)
Iluminando a escuridão das furnas.
Modernismo e a Lua
O Modernismo foi o período do movimento da literatura
moderna nas letras. Seu objetivo dentro da literatura indicou a
necessidade de renovação, opondo a modernidade ao tradicionalismo.
O modernismo brasileiro foi iniciado no século XX. Na
época, a preocupação dos autores modernos era substituir os antigos
valores, sendo suas principais características o progresso, a sensação
de instabilidade e transitoriedade, a criação e investigação pessoal, o
livre exame e o futuro.
Vinicius de Moraes resgata muitas características simbolistas
em sua obra; pertencendo à primeira fase modernista, o mesmo
recupera a espiritualidade em seus poemas. Poemas nos quais a
intimidade amorosa e o sensualismo erótico, contrastam com sua
educação religiosa; Vinícius está sempre hesitando entre os prazeres
da carne e as angústias do pecador. Publicou em 1954 o poema O
Poeta e a Lua.
216
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A LUA NO CINEMA
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ARTE E CIÊNCIA NA LUA: percursos na interdisciplinaridade
Então ele pediu pra Lua que o carregasse pra ilha de Marajó.
Capei veio chegando porém Macunaíma estava mesmo
fedendo por demais.
3
O Romance pertence à segunda fase modernista trazendo acontecimentos
históricos. Narra 200 anos do processo de formação do estado do Rio Grande do
Sul e divide-se em três romance - O Continente, O Retrato e O Arquipélago.
4
Grande Sertões Veredas possui mais de 600 páginas e não tem divisão de
capítulos.
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ARTE E CIÊNCIA NA LUA: percursos na interdisciplinaridade
Considerações finais
A Literatura como Arte da palavra nos apresenta inúmeras
possibilidades de interpretação e liberdade de criação. Elementos
como seres, astros, animais imaginários, objetos abstratos, dentre
outros, podem fazer parte do cenário descrito ou protagonizado em
uma história, de forma que a mesma cative, encante e auxilie na
projeção de um imaginário que fascina a todos que têm contato
com a obra.
Redescobrir a Literatura com uma nova perspectiva, extraindo
das obras um astro tão significativo como a Lua, foi um desafio e um
deleite. Ao ler um romance, uma poesia, focamos no seu contexto,
e, no momento em que elegemos um elemento a ser analisado,
passamos a construir um novo olhar.
Ao revestir-se da inocência da infância e trabalhar com as
obras infantis, faz com que se possa sair de uma zona de conforto
que é muito mais concreta, e, vislumbrar um mundo imaginário em
que tudo é possível, mundo este que, pouco a pouco, por meio da
maturidade e do ser adulto vamos perdendo.
O medular da obra é explicita a concepção de que o astro, A
Lua, é algo que sempre esteve vinculado na Literatura e nas suas
mais diversas formas de expressões literárias, sendo plasmada em
uma melancolia, em momentos de dúvida, alegria, imaginação e
ficção.
A Lua não é para a literatura apenas o astro a ser observado
à distância, senão que é algo concreto e que pode estar presente nas
mais diversas formas de texto. Desde um poema que traz de volta
uma nostalgia, dando sentido a algo que parecia não ter sentido; um
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ARTE E CIÊNCIA NA LUA: percursos na interdisciplinaridade
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ARTE E CIÊNCIA NA LUA: percursos na interdisciplinaridade
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ARTE E CIÊNCIA NA LUA: percursos na interdisciplinaridade
231
CAPÍTULO 10
UMA LUA TRIDIMENSIONAL PELA
ANAMORFOSE
ARTE E CIÊNCIA NA LUA: percursos na interdisciplinaridade
Introdução
A Lua não apenas é visualizada no céu, como também já foi
e ainda é reconhecida em diversas representações, sejam elas na
Ciência como as produzidas por Galileu Galilei (1564-1642), na
Arte como as de Ludovico Cardi (Cigoli) (1559 – 1613), ou, até
mesmo, na capa de um álbum de músicas como fez a banda britânica
Pink Floyd (1965) em The Dark Side of the Moon (1975).
É pensando nas diversas formas de representação que o
presente capítulo pretende elucidar a construção de uma imagem
tridimensional a partir da técnica da anamorfose, e, para tanto, a
imagem que será utilizada para este fim será a da Lua. O trabalho
não tem por finalidade traçar a trajetória histórica da anamorfose e
destacar suas aplicações interdisciplinares, mas sim revelar as etapas
de sua construção a entusiastas e professores para que possam utilizar
desse conhecimento em suas práticas artísticas e pedagógicas. Serão
apresentados aqui duas construções anamórficas: a oblíqua e a
cilíndrica.
Anamorfose – aspectos preliminares
A partir do Renascimento, as técnicas de representação de
imagens passaram por uma profunda transformação em virtude
1
Professor da rede pública de São Paulo (SEED-SP) e da Faculdades Integradas
Regionais de Avaré (F.I.R.A).
2
Docente do Departamento de Artes da Universidade Estadual de Ponta Grossa e
atua no Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciência e Educação Matemática-
PPGECEM - UEPG e no Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências e
Tecnologia (PPGECT) da UTFPR, campus de Ponta Grossa.
3
Docente do Departamento de Física da Universidade Estadual de Maringá –
UEM. Programa de Pós-Graduação em Educação para a Ciência e a Matemática
– PCM-UEM. Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências e Tecnologia
(PPGECT) da UTFPR, campus de Ponta Grossa.
235
ARTE E CIÊNCIA NA LUA: percursos na interdisciplinaridade
4
O Codex Atlanticus é composto de doze volumes, com desenhos e escritos de
Leonardo da Vinci. Foi escrito entre os anos de 1478 a 1519. Em seu conteúdo se
apresenta grande variedade de assuntos, em diversas áreas de conhecimento. Este
códice foi recolhido pelo escultor Pompeo Leoni, filho de Leone Leoni, no final do
século XVI. A obra encontra-se hoje na Biblioteca Ambrosiana, em Milão.
236
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ARTE E CIÊNCIA NA LUA: percursos na interdisciplinaridade
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ARTE E CIÊNCIA NA LUA: percursos na interdisciplinaridade
Figura 7: Lua Anamórfica Oblíqua. Passo a passo, elaborado por Marco Antonio.
1º, 2º, 3º Passos 4º Passo
240
ARTE E CIÊNCIA NA LUA: percursos na interdisciplinaridade
5º Passo 6º Passo
7º Passo
8º Passo
241
ARTE E CIÊNCIA NA LUA: percursos na interdisciplinaridade
242
ARTE E CIÊNCIA NA LUA: percursos na interdisciplinaridade
Anamorfose cilíndrica
A anamorfose cilíndrica é criada a partir de um efeito
conseguido por meio da reflexão de uma imagem num espelho
cônico ou cilíndrico. Desta forma, coloca-se o espelho convexo-
cilíndrico em local próximo ao centro da imagem. No reflexo a
imagem é normalizada e fica em três dimensões, podendo ser vista
de muitos ângulos.
1 Materiais: régua, compasso, transferidor, lapiseira, borracha, lápis
6b (para acabamento), esfuminho (ou um cotonete), lápis borracha,
uma latinha de alumínio, um pedaço de insulfilm espelhado, fita
adesiva.
2 Criando uma Imagem Anamórfica Cilíndrica da Lua (passo
a passo)
1° Passo - Considerar a Lua já criada na grande anteriormente;
2° Passo - Em uma folha (A4) na horizontal, traçar na parte inferior
uma reta que abranja a folha toda. Na reta marcar um ponto (M)
que determina o meio da folha, a partir dele traçar um arco de
circunferência (com o raio de 3, 25 cm correspondente ao diâmetro
de 6, 5 cm da latinha);
3° Passo - Considerar a reta e o arco de circunferência, marcar os
centímetros de 0 a 10 e traçar arcos com o compasso considerando
o centro do arco já construindo;
4º Passo - Com o transferidor dividir o arco de 180° em dez partes;
5º Passo - Com a régua traçar as retas que dividem o arco de 180°
convergindo para o ponto central dos arcos;
6º Passo - Identificar os “quadradinhos” por letras e números como
mostra a Figura 24;
7° Passo – Reproduzir o desenho da Lua na grande anamorfizada
(Figura 25 e Figura 26);
8° Passo – Construir o cilindro espelhado para refletir a imagem
desenhada. Para isso, basta encapar a latinha de alumínio com o
insulfilm espelhado;
9° Passo – Colocar o cilindro espelhado no centro do arco e visualizar
as imagens formadas;
10º Passo – Anamorfose cilíndrica da Lua finalizada.
Imagens do passo a passo na Figura 9.
243
ARTE E CIÊNCIA NA LUA: percursos na interdisciplinaridade
Figura 9: Lua anamórfica cilíndrica. Passo a passo, elaborada por Marco Antonio.
1º Passo 2º Passo
3º Passo 4º Passo
5º Passo 6º Passo
7º Passo 8º Passo
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ARTE E CIÊNCIA NA LUA: percursos na interdisciplinaridade
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ARTE E CIÊNCIA NA LUA: percursos na interdisciplinaridade
Considerações finais
Com estas lições da anamorfose clássica, resolvemos aplicar a
técnica para a obtenção de uma nova imagem tridimensional da Lua.
Usando a velha técnica do chiaro-oscuro (luz e sombra), inicialmente
com grafite (lápis 6B), a técnica envolveu o desenho em si, sem usar
mais os recursos das grades, o recorte da folha de papel e a tentativa
de fotografar num ângulo privilegiado. A figura 11 exemplifica,
passo a passo, a técnica utilizada.
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ARTE E CIÊNCIA NA LUA: percursos na interdisciplinaridade
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ARTE E CIÊNCIA NA LUA: percursos na interdisciplinaridade
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CAPÍTULO 11
LUA: TÉCNICAS E PRODUÇÕES ARTÍSTICA
ARTE E CIÊNCIA NA LUA: percursos na interdisciplinaridade
Introdução
No decorrer do curso Arte e Ciência na Lua: projetos educativos
interdisciplinares, sentimos a necessidade de trabalhar com algumas
técnicas artísticas, pois a maioria dos professores que participava do
curso possuía formação em outras áreas que não a de Arte. Devido a
essa razão, esses professores tiveram dificuldade em realizar algumas
das representações da Lua. A primeira técnica oferecida foi a de
elaboração de esboços a partir da observação.
Como faríamos a observação da Lua com telescópio,
dedicamos parte de um dos encontros a explicar o trabalho sobre
luz e sombra presente nas características mais marcantes das crateras
lunares. Quando realizamos a noite de observação à técnica solicitada
foi a de lápis ou giz branco em papel preto.
Em relação aos professores de Arte, realizamos o oposto:
selecionamos algumas técnicas artísticas e solicitamos que
elaborassem uma representação da Lua a partir destas. Os professores
realizaram o passo a passo das técnicas e apresentaram ao grupo as
que seguem: aquarela, pontilhismo e nanquim colorido. Alguns
professores o fizeram mas não apresentaram posteriormente suas
atividades, como colagem e argila.
No decorrer do curso apresentamos técnicas (elaboradas pelos
ministrantes do curso ou colaboradores) para todos os professores
participantes. As técnicas selecionadas para representação da Lua
1
Docente do Departamento de Artes da Universidade Estadual de Ponta Grossa e
atua no Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciência e Educação Matemática-
PPGECEM - UEPG e no Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências e
Tecnologia (PPGECT) da UTFPR, campus de Ponta Grossa.
2
Mestre em Ensino de Ciência e Tecnologia pela UTFPR.
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(c) (d)
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3º 4º
5º 6º
7º 8º
260
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ARTE E CIÊNCIA NA LUA: percursos na interdisciplinaridade
Figura 6: Lua em nanquim colorido. Passo a passo, elaborado por Luzia Rodrigues
da Silva.
1º 2º
3º 4º
5º 6º
7º 8º.
262
ARTE E CIÊNCIA NA LUA: percursos na interdisciplinaridade
9º. 10º.
11º. 12º
263
ARTE E CIÊNCIA NA LUA: percursos na interdisciplinaridade
Figura 7: Lua em pastel e papel preto. Passo a passo, elaborado por Higor Gabriel
de Almeida.
1º 2º
3º 4º
264
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5º 6º
7º 8º
9º 10º
11º 12º
265
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13 14º
266
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Figura 8: Lua em Aquarela. Passo a passo, elaborado por Pedro Luiz Padovini.
1º 2º
3º 4º
267
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5º 6º
7º 8º
9º 10º
268
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11º 12º
13º 14º
15º 16º
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Figura 9: Lua tridimensional de isopor. Passo a passo, elaborado por Josie Silva.
1º 2º
3º 4º
5º 6º
7º 8º
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ARTE E CIÊNCIA NA LUA: percursos na interdisciplinaridade
Figura 10: Lua com a técnica de Impasto. Passo a passo, elaborado por Luzita
Erichsen.
1º 2º
3º 4º
5º 6º
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7º 8º
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Figura 11: Lua em Movie Maker. Passo a passo, elaborado por Alisson Thiago do
Nascimento.
1º 2º
3º 4º
5º 6º
7º 8º
275
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9º 10º
11º 12º
13º 14º
15º 16º
276
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4
Termo encontrado na obra: BENJAMIN, Walter (1994), “A obra de Arte na era
de sua reprodutibilidade técnica”, in BENJAMIN, Walter, Magia e Técnica, Arte e
Política: Ensaios sobre literatura e história da cultura. 7.ª ed. São Paulo: Brasiliense.
(Obras escolhidas; v. 1).
277
ARTE E CIÊNCIA NA LUA: percursos na interdisciplinaridade
P2 P12
278
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Referências
BYINTON, E. O projeto do Renascimento. Rio de Janeiro:
Zahar, 2009.
CAUQUELIN, A. Teorias da Arte. São Paulo: Martins Fontes,
2005.
FABER CASTELL. Dureza da mina grafite. Disponível
em: <http://www.faber-castell.com.br/54340/Curiosidades/
Curiosidades/Como-a-dureza-da-mina-grafite-expressa/fcv2_index.
asp>. Acesso em 10 de jun. 2016.
FRANCASTEL, Pierre. A imagem, a visão e a imaginação:
objeto fílmico e objeto plástico. Trad. Fernando Caetano. Lisboa:
Edições 70: Lisboa, 1987.
MATERIAIS E TÉCNICAS. Guia completo. Trad. Joana Angélica
D´Ávila Melo. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2008.
SAGAN, C. O mundo assombrado pelos demônios. A ciência
vista como uma vela no escuro. São Paulo: Companhia das Letras,
1996.
279
CAPÍTULO 12
ARTE, CIÊNCIA E ASTRONOMIA NA
FORMAÇÃO INTERDISCIPLINAR DO
PROFESSOR DE ARTES VISUAIS: NOTAS DE
UM PERCURSO
ARTE E CIÊNCIA NA LUA: percursos na interdisciplinaridade
Introdução
Este ensaio aborda o desenvolvimento de um curso de formação
de professores oferecido pelo Programa de Pós-graduação em
Educação para a Ciência da Faculdade de Ciências da Universidade
Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” – campus de Bauru a
partir das atividades didáticas do Laboratório de Instrumentação
para o Ensino de Física e do Núcleo pedagógico da Diretoria de
Ensino - Região Bauru, no período de 14 de maio a 20 de agosto
de 2016.
O objetivo do texto é analisar o tratamento dado pelos
formadores do curso aos temas como a interdisciplinaridade e a
relação Arte e Ciência na escola, além da prática pedagógica proposta
pelos idealizadores do curso que elegeu a Lua como objeto de reflexão
e pesquisa das representações artísticas produzidas por artistas
renomados e cursistas a partir de informações fundamentadas nos
estudos da Arte, das Ciências da natureza e da Astronomia. Interessa-
nos, em particular, analisar a formatação do curso em pauta, suas
propostas, atividades e resultados traçando notas articulados com
o Currículo oficial de Arte da Secretaria de Educação do Estado
de São Paulo. O tema, então, recairá sobre o percurso e as práticas
interdisciplinares propostas aos professores cursistas que corroboram
para a elaboração de projetos interdisciplinares na escola.
1
Pedro Luiz Padovini é professor de Arte na Secretaria de Ensino do Estado de
São Paulo, Mestre em Comunicação, Especialista em Arte educação e Pedagogo.
Atualmente está designado professor coordenador de Arte do Núcleo pedagógico
da Diretoria de Ensino – Região de Bauru.
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EPÍLOGO
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ARTE E CIÊNCIA NA LUA: percursos na interdisciplinaridade
SOBRE OS AUTORES
Roberto Nardi
Docente do Departamento de Educação e do Programa de Pós-
Graduação em Educação para a Ciência da Faculdade de Ciências
da UNESP de Bauru. Licenciado em Física, Mestre em Science
Educations pela Scool od Educationa de Temple University, Filadelfia
– EUA. Doutor em Educação pela Universidade de São Paulo.
Pós-Doutorado na Universidade Estadual de Campinas. Bolsista
Produtividade em Pesquisa do CNPq. Líder do Grupo de Pesquisa
em Ensino de Ciências, interessem em pesquisas relacionadas a
ensino de Ciências e ensino de Física e formação de professores.
304
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ARTE E CIÊNCIA NA LUA: percursos na interdisciplinaridade
Elisangela Cordeiro
Formada em Letras - Português na UEPG (Universidade Estadual
do Paraná, Especialização em Literatura na Faculdade Espírita do
Paraná. Professora da SEED desde 1998, atua como professora no
Colégio Irenio M. Nascimento na cidade de Tibagi – Paraná, onde
a mesma reside. Em 2012 foi selecionada para as filmagens dos
programas do MEC da série “Sua escola nossa escola”. Em 2014 e
2015 atuou na coordenação do “Pacto pelo Ensino Médio”.
307
ARTE E CIÊNCIA NA LUA: percursos na interdisciplinaridade
Giovana T. Simão
Doutora em Sociologia pela Universidade Federal do Paraná -
Área de Cultura em Estudos da Imagem. Mestre em História da
Educação. Especialista em História da Arte/Belas Artes. Graduada
em Artes Visuais. Professora efetiva da UNESPAR-Campus II/
Faculdade de Artes do Paraná, atua nas disciplinas de História da
Arte e Formação de professores.
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ARTE E CIÊNCIA NA LUA: percursos na interdisciplinaridade
Jane Gregorio-Hetem
Possui graduação em Física pela Universidade de São Paulo (1982),
mestrado em Astronomia (1986) e doutorado em Astronomia
(1991) também pela USP, pós-doutorado pelo Centre d’Études
de Saclay/Service d’Astrophysique (França, 1995) e livre-docência
pelo Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas
(IAG/USP, 2003). Atualmente é professor associado na USP e
coordenadora do Bacharelado em Astronomia. Tem experiência
na área de Astronomia, com ênfase em Astrofísica Estelar, atuando
principalmente nos seguintes temas: formação estelar, nuvens
moleculares, estrelas pré-sequência principal e discos protoestelares.
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Cilíndrica 237 D
Cineasta 117
Cinema 18, 83 Dados lunares 27
Circo 121 Dados observacionais 178
Circunferência 241 Declínio 69
Circunferência terrestre 67 Dentadas 36
Clérigos 39 Desenho 98
Clipoemas 202 Detrimento 197
Completude 200 Deusa da lua 87
Composições 83 Devoção 90
Computador astronômico 36 Diálogos 199
Concomitante 93 Diametralmente 72
Cone de sombra 27 Diastólica 137
Configurações tipográficas 204 Dinastia tang 37
Conglomerado 9 Disco do horizonte 73
Conhecimento holístico 290 Disco intermediário 73
Conhecimento popular 195 Distâncias terra-lua 18
Conjeturas 199 Divindade 108
Conjunções 71 Divisão angular 73
Constelações 37 Dogma da virgindade 93
Construtivismo 76 Dogmas marianos 44
Contraposição 203 Doutrina aristotélica 69
Contra reforma 97 Doze estrelas 93
Copernicana 48
Copernicano 41
E
Coristas 125 Eclipse lunar 27
Coroa 47 Eclíptica 155
Corpo celeste 30, 84 Ecolocalização 141
Corroborem 183 Edílico 105
Cosmograficamente 219 Educação básica 20
Crateramento 183 Efeitos especiais 121
Crateramento lunar 19 Efeitos visuais 120
Crateramento lunar 19 Egípcios 27
Crença litúrgica 95 Egito antigo 85
Crenças 57 Eixo da terra 137
Cristianismo 18, 84 Endógena 139
Crônicas 216 Enfraquecimento religioso 97
Cúpula 43 Engenharia 297
Cursistas 285 Engrenagem 35
Enomenológico 118
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Morosa 98 Oriente 39
Mortalidade 138 Orifício 74
Mostrador 72 Oscilação da terra 133
Motivações distintas 94
Movie maker 276 P
Movimento da lua 160 Paganismo 212
Movimentos cênicos 121 Painéis 62
Multiculturais 301 Panorama contemporâneo 287
Multidisciplinares 301 Paradigma 183
Música 83 Paragramáticos 201
Música 39 Parapegma 62
N Partículas 170
Passagem do tempo 85
Nanquim 261 Passo a passo 255
Narrador 117 Pastel 265
Nascente 163 Pecado 44
Naturalismo 215 Pecadores 92
Naufrágio 60 Pensadores 31
Nave 125 Percurso 20
Nebulosas 105 Perpendicularmente 135
Noite estrelada 103 Personificação gráfica 85
Nomenclaturas 98 Perspectiva 238
Nórdicos 91 Perspectiva divertida 240
Nostalgia 230 Pesquisador 202
Pintura 43
O Pioneiro 133
Obelisco 67 Planeta 70
Objeto celeste 168 Plano da órbita 154
Objetos celeste 24 Plasticidade 90
Oblíqua 237 Plateias 117
Observações sistemáticas 24 Poema, 19
Observações telescópicas 18 Poesia satírica 212
Observatório griffith 103 Poética visual 126
Oceanos 135 Pontilhismo 261
Óptico islâmico 37 Pós-galileano 65
Orações 93 Povos 23
Órbita lunar 35 Prática pedagógica 285
Órbita terra-lua 19 Previsões teóricas 63
Orientação astronômica 76 Primitivismo 118
Problematização 10
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ARTE E CIÊNCIA NA LUA: percursos na interdisciplinaridade
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ARTE E CIÊNCIA NA LUA: percursos na interdisciplinaridade
U
Umbra 166
Universo finito 65
V
Valor romântico 84
Velocidades areolares 70
Velocidades lineares 70
Veracidade 103
Verbivocovisual 200
Verossimilhança 203
Viagem à lua 124
Via láctea 217
Vício epistemológico 10
Visualidade 119
Z
Zodíaco de dendera 27
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