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CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO PÚBLICA

O PÚBLICO E O PRIVADO NA GESTÃO PÚBLICA

SEMINÁRIO
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Jennifer Cardoso de Almeida – Pólo Maranguape

1 O SERVIDOR PÚBLICO NA NOVA GESTÃO PÚBLICA

1.1 O SERVIDOR PÚBLICO

Conforme o dicionário Houaiss (apud MELLO e SOUZA, [2011?]), servidor


público é o termo utilizado para designar “as pessoas físicas que prestam serviços ao Estado e
às entidades da Administração Indireta, com vínculo empregatício e mediante remuneração
paga pelos cofres públicos”.
Maria Di Pietro (apud JUNIOR, 2012), classifica os servidores públicos em
estatutários, empregados públicos e servidores temporários.
O servidor público é, como afirmam Oliveira e Nascimento (2013), o centro dos
processos de mudanças que ocorrem na cultura pública. Assim, é o ator que contribui para que
a cultura dos processos se modifique a partir de suas impressões.

1.2 A NOVA GESTÃO PÚBLICA

Visa os processos administrativos com o foco na satisfação dos interesses do


público, em detrimento à burocracia.
A Nova Gestão Pública se compõe de três aspectos bases, como destaca Junior
(2002): ação do estado para os cidadãos, através dos resultados, a valorização da burocracia
(empowerment) e a modernização dos sistemas de apoio a gestão.

A Nova Gestão Pública vem se aproximando cada vez mais da administração


privada na medidas que ambas passam a focar nos clientes/ cidadãos e resultados
alcançados, porém, cada uma tem sua diferenciação. Enquanto que a área privada
visa o lucro, a pública preza por atingir elevados níveis de valor público e interesse
público (princípio da supremacia do interesse público). (OLIVEIRA e SILVA,
[201?], p. 11).

1.3 EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO SERVIÇO PÚBLICO BRASILEIRO

A administração pública ao longo da história do nosso país passou por três


modelos de gestão pública: a Patrimonialista, a Burocrática e a Gerencial, esta última,
conhecida também, como Nova Gestão Pública. Em todas essas fazes foram observadas
características intrínsecas quanto ao perfil e desempenho dos servidores, as quais serão
relatadas a seguir.

1.3.1 Gestão patrimonialista

Neste momento da história o servidor, segundo Mello e Souza ([2011?]), era tido
como uma extensão do poder colonizador, sendo assim, tão arbitrário quanto, já que sua
vontade não se amparava na lei, para se cumprir. O personalismo era extremo.

1.3.2 Gestão burocrática

Adotada em nosso país com o fim de conter os abusos gerados pela gestão
patrimonialista, caracterizou-se por espelhar nos servidores um apego a normas e
procedimentos legais, que culminaria numa gestão de foco nos processos, onde a estrutura se
estabelecia de forma vertical, hierarquicamente.

“De acordo com a burocracia, a forma de organização é capaz de suprir exigências


do contexto organizacional, pois seus princípios estão embutidos nas práticas administrativas,
seja no âmbito privado ou público.” (MELLO e SOUZA, [2011?], p. 17).
1.3.3 Gestão gerencial

Regime de gestão presente em nosso país desde a década de 90, que visa um novo
perfil para o servidor, voltado ao foco nos resultados. A gestão gerencial e o enfoque ao
profissionalismo dos servidores acabaram por influenciar uma conseqüente valorização deste,
resultando numa modernização da gestão para o atendimento do interesse público, sendo que
este passou a ser o foco dessa gestão.

[...] a diferença se manifesta também ao reconceituar o cidadão como “consumidor”


e “cliente”. A ênfase na ação de governo, afirmam os defensores do modelo, deve
ser a de atender as preferências de seus clientes, expressas nas demandas dos
consumidores pelos serviços oferecidos. (ROCHA, 2010, p. 89).

1.4 COMPETÊNCIAS DOS SERVIDORES NA NOVA GESTÃO PÚBLICA

Na Nova Gestão Pública, o controle se fundamenta a partir dos resultados, o


servidor tem a competência de decidir sobre a melhor forma de conduzir os processos de
implantação das políticas públicas, assim também se responsabilizando por seus resultados,
onde é enfatizado pela capacidade de inovar e responder a demanda dos
clientes/consumidores. (ROCHA, 2010).

Para que se concretize o exposto acima é necessário que haja a priorização da


capacitação dos servidores, no que concerne a capacidade técnica e gerencial; só assim pode
se enfrentar o desafio de desenvolver políticas públicas para garantir o desenvolvimento
social e econômico. Por outro lado, deve haver o cuidado, para que não se exceda a
especialização, para que o mesmo seja capaz de desempenhar múltiplas funções. Ainda deve
ser observada, a necessidade de implantação de uma política remuneratória, que se adéque às
novas exigências, possibilitando medir através de um sistema de carreira, a progressão
funcional por mérito. (JUNIOR, 2002).
1.5 OS DESAFIOS E SOLUÇÕES NA NOVA GESTÃO PÚBLICA

Desafios sempre estarão presentes quando do desbravamento de novos horizontes,


a propósito, Rocha (2010), cita o desenvolvimento de um accountability que propicie a
confiança pública no desempenho organizacional e que, principalmente, restabeleça a
confiança pública no que tange ao serviço público e ao servidor público.

Dentre tais desafios, impostos à gestão pública de recursos humanos, encontram-se a


adequação do quadro de servidores ao tamanho da máquina estatal, a conciliação
entre gastos com pessoal e o orçamento estipulado para cada esfera de governo, a
desburocratização das rotinas de trabalho, a administração do crescimento do
número de cargos públicos. Como soluções para esses desafios, é possível citar,
dentre outros, a implantação de planos de carreira específicos que sejam compatíveis
com as necessidades do Estado e daqueles que para ele trabalham; o estabelecimento
de políticas voltadas para a captação, desenvolvimento e treinamento de servidores;
a criação de um plano salarial adequado ao orçamento estatal e, ao mesmo tempo,
capaz de estimular o desempenho dos servidores públicos. (CARDOSO, 2015, p. 1).

As práticas patrimonialistas e burocráticas só serão superadas na administração


pública com a implantação de práticas gerenciais. (COLOQUIO, [2012?]). Para tanto o
governo precisa estar alinhado com as mais novas tendências de gestão de pessoas.
(OLIVEIRA e SILVA, [201?]). Nesse sentido, haverá de se produzir políticas e serviços
públicos, da busca de uma gestão eficaz e eficiente, para que se instaure uma gestão pública
participativa. (JUNIOR, 2002).
REFERÊNCIAS

CARDOSO, I. P. Desafios e soluções para a gestão de recursos humanos no setor público.


2015. Disponível em: < http://www.tse.jus.br/institucional/escola-judiciaria-eleitoral/revistas-
da-eje/artigos/revista-eletronica-ano-ii-no-5/desafios-e-solucoes-para-a-gestao-de-recursos-
humanos-no-setor-publico> Acesso em: 16 jul. 2017.
COLOQUIO INTERNACIONAL DE GESTIÓN UNIVERSITÁRIA, XII.
Profissionalização da gestão pública: o caso de uma ifes sul mineira. [2012?]. Disponível
em:
<https://repositorio.ufsc.br/xmlui/bitstream/handle/123456789/97793/Profissionaliza%C3%A
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20IFES%20sul%20mineira.pdf?sequence=3&isAllowed=y> Acesso em: 16 jul. 2017.
JUNIOR, A. E. D. O papel do servidor público num Estado democrático e participativo.
2002. Disponível em:
<http://unpan1.un.org/intradoc/groups/public/documents/clad/clad0043625.pdf> Acesso em:
19 jul. 2017.
NASCIMENTO, T.A.C.; OLIVEIRA, S.R. Os sentidos do trabalho no serviço público:
uma perspectiva geracional. XXXVII Encontro da ANPAD. Rio de Janeiro, set. 2013.
Disponível em:
<file:///C:/Users/refin/Dropbox/GP%20UECE/3/Pesquisa%202013_EnANPAD_GPR1162.pd
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NUNES, R. L. D. Um novo modelo de administração pública gerencial no Brasil – a
reforma administrativa e sua influência no regime jurídico dos servidores públicos.
Boletim Jurídico, Uberaba/MG, a. 13, no 1126. Disponível em:
<http://www.boletimjuridico.com.br/ doutrina/texto.asp?id=3107> Acesso em: 15 jul. 2017.
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ROCHA, A. C. Accountability na Administração Pública: Modelos Teóricos e
Abordagens. 2010. Disponível em: <https://cgg-
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MELLO, M. S. O; SOUZA, S. C. A evolução histórica do serviço público e a necessidade
da transformação do servidor público. [2011?]. Disponível em:
<http://www.convibra.com.br/upload/paper/2013/38/2013_38_6812.pdf > Acesso em: 15 jul.
2017.

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