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22/09/2010 - 29/09/2010
E m primeiro lugar
importa ressaltar, o
alcance e restrições do
“Convenção”) e ratificado a Convenção da
Organização da Unidade Africana e o Proto-
colo Adicional à Convenção de Genebra
termo refugiado para sobre o Estatuto do Refugiado, de 31 de
melhor entendermos Janeiro de 1967, veio através da L21/91 con-
quem concretamente sagrar os mecanismos processuais adequa-
Soraia Issufo
Advogada pode usufruir do regime dos de todo o formalismo a que devem obe-
sissufo@salcaldeira.com jurídico-laboral do refu- decer os pedidos de estatuto de refugiado.
giado dentro do nosso ordenamento jurídico. Reza o nº 1, do artigo 17 da Convenção que
Considera-se, então, refugiado, aquele que os Estados Contratantes concederão a todos
tenha um fundado receio de ser perseguido os refugiados que residam regularmente nos
por causa da sua raça, religião, nacionalida- seus territórios o tratamento mais favorável
de, filiação em determinado grupo social ou concedido, nas mesmas circunstâncias, aos
suas opiniões politicas, e se encontra fora do nacionais de um país estrangeiro no que diz
país da sua nacionalidade e não possa, ou respeito ao exercício de uma actividade pro-
em virtude daquele receio não queira, voltar fissional assalariada.
ou pedir a protecção daquele país. Também Refere ainda o nº 2 do mesmo artigo que, em
se considera refugiado aquele que se não todo o caso, as medidas restritivas aplicadas
tiver a nacionalidade e se achar fora do país aos estrangeiros ou ao emprego de estrangei-
em que tinha a sua residência habitual, não ros para protecção do mercado nacional do
possa ou não queira voltar devido aquele trabalho não serão aplicáveis aos refugiados
receio ou aquele que devido a uma agressão que já estavam dispensados delas à data da
externa, ocupação, dominação estrangeira, ou entrada em vigor da Convenção no Estado
acontecimentos que alteram em termos gra- Contratante interessado ou que preencham
ves a ordem pública seja obrigado a deixar o uma das condições seguintes:
lugar da sua residência habitual, com a finali- i)Ter três anos de residência no país;
dade de pedir refúgio em outro lugar fora do ii)Ter por cônjuge pessoa com a nacionalida-
seu país de origem ou de nacionalidade. de do país de residência e não o tiver abando-
No caso de uma pessoa que possua mais do nado;
que uma nacionalidade, esta só poderá bene- iii)Ter um ou mais filhos com a nacionalidade
ficiar-se do Estatuto do Refugiado quando os do país de residência.
motivos acima referidos se verifiquem em Deste modo, o refugiado não estará submeti-
relação a todos os Estados de que seja nacio- do às mesmas regras aplicáveis à contratação
nal. de estrangeiros regulada pelo Decreto nº
A limitação do termo refugiado, encontra-se 55/2008 de 30 de Dezembro. Isto é, não
estabelecido no artigo 1 da Lei nº 21/91 de 31 necessitará de autorização de trabalho ou
de Dezembro, que estabelece o processo de nem a entidade empregadora necessitará de
atribuição do estatuto de refugiado (L21/91). comunicar a admissão de refugiado, uma vez
Tendo Moçambique aderido em 22 de Outu- que é como se de um nacional se tratasse.
bro de 1983 à Convenção Relativa ao Estatu- Contudo, há que ter em conta que o refugiado
to dos Refugiados, de 28 de Julho de 1951 (a (Continua na página 2 )
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O regime jurídico-laboral do Refugiado em Moçambique: profissões assalariadas - Continuação
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