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ESTRADAS A

Prof. José Liberato Bozza


Profa. Régia Mara Petitto
Prof. Adilson Nunes Ruiz
ELEMENTOS DE
CONCORDÂNCIA HORIZONTAL
CURVAS HORIZONTAIS

O traçado de uma rodovia é constituído por trechos retos e


trechos curvos alternadamente. Os trechos retos recebem o nome
de tangentes e os trechos curvos de curvas horizontais.
Formas de efetuarmos a concordância horizontal no traçado
1. Acomodar as retas do terreno 1. Colocar as curvas nos “pontos
(em função da topografia e obrigatórios”;
considerando acidentes 2. Ligar as curvas com retas
geográficos, benfeitorias etc.; tangentes.
2. Concordar os segmentos retos
por meio de curvas.
GEOMETRIA DAS CURVAS HORIZONTAIS

As curvas de concordância horizontal geralmente utilizadas são


denominadas curvas horizontais circulares pois são arcos de
circunferência que ligam as tangentes.

Seu raio deverá ser o que melhor adapte o traçado ao terreno,


respeitando o valor mínimo calculado em função da:

• Velocidade de projeto;
• Estabilidade do veículo;
• Visibilidade.
GEOMETRIA DAS CURVAS HORIZONTAIS
CIRCULARES
GEOMETRIA DAS CURVAS HORIZONTAIS
CIRCULARES

𝐴𝐴𝐴𝐴
𝑇𝑇 = 𝑅𝑅 × 𝑡𝑡𝑡𝑡
2

𝜋𝜋 × 𝑅𝑅 × 𝐴𝐴𝐴𝐴
𝐷𝐷 =
180

Para uma corda de 20m, ou seja, D = 20m:

1145,9156
𝐺𝐺 =
𝑅𝑅
GEOMETRIA DAS CURVAS HORIZONTAIS
CIRCULARES

Logo, tendo a estaca de PI:

Estaca PC:

estaca do PC = estaca do PI - T

Estaca PT:

estaca do PT = estaca do PC + D
EXERCÍCIO - GEOMETRIA DAS CURVAS
HORIZONTAIS CIRCULARES
𝑃𝑃𝑃𝑃 = 180 + 4,120𝑚𝑚 𝐴𝐴𝐴𝐴 = 45° 30′ R = 200,000 m

𝐴𝐴𝐴𝐴 45° 30′


𝑇𝑇 = 𝑅𝑅 × 𝑡𝑡𝑡𝑡 = 200 × 𝑡𝑡𝑡𝑡 ( ) =
2 2
83,867 m = 4 estacas + 3,867 m

𝜋𝜋 ×𝑅𝑅 ×𝐴𝐴𝐴𝐴 𝜋𝜋 ×200 ×45,50


𝐷𝐷 = = =
180 180
158,825 𝑚𝑚 = 7 𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒 + 18,825 𝑚𝑚

Atenção ao número de casas


decimais!
EXERCÍCIO - GEOMETRIA DAS CURVAS
HORIZONTAIS CIRCULARES
𝑃𝑃𝑃𝑃 = 180 + 4,120𝑚𝑚 𝐴𝐴𝐴𝐴 = 45° 30′ R = 200,000 m
1145,9156
𝐺𝐺 =
𝑅𝑅
1145,9156
𝐺𝐺 =
200
G =5,729578 ° = 5 ° 43’ 46,5’’

𝑃𝑃𝑃𝑃 = 𝑃𝑃𝑃𝑃 − 𝑇𝑇
PC = [180 + 4,120m] – [4 + 3,867m]
PC = [176 + 0,253 m]

𝑃𝑃𝑃𝑃 = 𝑃𝑃𝑃𝑃 + 𝐷𝐷
PT = [176 + 0,253m] + [7 + 18,825m]
Atenção ao número de casas PT = [183 + 19,078 m]
decimais!
Exercício

• Tenho uma construção que deve distar 10,000m a direita da


curva e a 10,000m do PI, ambas medidas no alinhamento entre
o centro da curva e o PI. A deflexão entre as tangentes é de 30º
à direita. Qual o raio para atender esta situação. A construção
tem 10,000 em todas as direções.
Exercício

• Sabendo que a estaca do PI é [103+0,000m] determine G20,


estaca do PC, PT e desenvolvimento.

• G20
• PC
• D
• PT
Exercício

• Determine a distância entre as curvas 1 e 2 e seus elementos,


sabendo que:

Curva 1 2
Raio 200,000m 300,000m
AC 30º 45º
Deflexão esquerda direita
Estaca PI [200+0,000m] [300+0,000m]
curva 1
R 200,000m
PI [200 + 0,000m] 4.000,000m
AC 30º 0' 0'' 0,523599rad

T 53,590m
D 104,720m
PC 3.946,410m
PC [197 + 6,410m]
PT 4.051,130m
PT [202 + 11,130m]
G20 5,729577951
G20 5º 43' 1''

curva 2
R 300,000m
PI [300 + 0,000m] 6.000,000m
AC 45º 0' 0'' 0,785398rad

Dist PI1 e PI2 2.000,000m


Dist PI1 e PI2 - T1 1.946,410m
PI 5.997,540m
PI [299 + 17,540m]
T 124,264m
D 235,619m
PC 5.873,276m
PC [293 + 13,276m]
PT 6.108,895m
PT [305 + 8,895m]
G20 3,819718634
G20 3º 49' 1''
GEOMETRIA DAS CURVAS CIRCULARES
COM TRANSIÇÃO

Quando um veículo passa de um alinhamento reto para um trecho


curvo, surge uma força centrífuga atuando sobre o mesmo, que
tende a desviá-lo da trajetória que normalmente deveria
percorrer. Este fato representa um perigo e desconforto para o
usuário da estrada.

Desta forma, faz-se necessário que, a partir da passagem pelo PC,


o veículo siga uma trajetória de “transição intermediária” entre a
tangente e a curva, a qual varia de acordo com a velocidade, o
raio de curvatura e a superelevação.
GEOMETRIA DAS CURVAS CIRCULARES
COM TRANSIÇÃO

Para que uma rodovia permita essa transposição com conforto e


segurança:

• Limitar a intensidade da força centrífuga sobre o veículo;


• Curva de transição intercalada entre o alinhamento reto e a
curva circular;
• Distribuir gradativamente o incremento da aceleração
centrífuga.
GEOMETRIA DAS CURVAS CIRCULARES
COM TRANSIÇÃO

Como? R→∞
Utiliza-se então, para projetos rodoviários, os critérios associados à
velocidade diretriz, recomendados pelo DNER.
• Valores limites do raio R acima dos quais podem ser
dispensadas curvas de transição:

V (km/h) 30 40 50 60 70 80 90 100
R (m) 170 300 500 700 950 1200 1550 1900
Fonte: DNIT (1999)
• Aceleração centrífuga for menor ou igual a 0,4 m/s².
TIPOS DE CURVA DE TRANSIÇÃO

R→∞
• Clotóide ou espiral de Cornu: de equação R . L = K, em que R é
o raio, L é o comprimento percorrido e K é uma constante.

• Lemniscata: de equação R . P = K, em que P é o raio vetor.

• Parábola cúbica: de equação y = ax³, em que “a” é uma


constante.

Para o caso normal de traçados, em que o ângulo de transição é


pequeno, as três curvas apresentam resultados semelhantes.
CURVA DE TRANSIÇÃO MAIS UTILIZADA

Parabólica Cúbica

Lemniscara

R= ∞

Lemniscara Clotóide

Fonte: Macedo, 2011


CURVA DE TRANSIÇÃO MAIS UTILIZADA

Clotóide ou espiral de Cornu é a mais vantajosa do ponto de vista técnico:

• É a curva descrita por um veículo, em velocidade constante, quando o


volante é girado com velocidade angular constante;
• O grau de curva G (que é proporcional à curvatura) varia linearmente com o
comprimento percorrido. R . L = K ⇒ G = K’ . L
• Como a aceleração centrípeta varia inversamente proporcional ao raio
(ac = V²/R), varia também linearmente com o grau da curva (ac = V² . G .
const) e, portanto, varia linearmente com o comprimento percorrido.
• Assim, variando linearmente a superelevação com o comprimento, o que
construtivamente é muito vantajoso, teremos a superelevação e a
aceleração centrípeta variando na mesma proporção.

Uma estrada projetada dessa forma oferece aos passageiros dos veículos o
mesmo nível de conforto tanto na curva circular como na transição.
GEOMETRIA DAS CURVAS CIRCULARES
COM TRANSIÇÃO
Dc

Cada curva atinge o


valor Rc após percorrer
um determinado
comprimento Ls
durante um tempo ts.
Esse tempo será
usado como um dos
critérios para estabelecer
o comprimento
mínimo da transição.
GEOMETRIA DAS CURVAS CIRCULARES
COM TRANSIÇÃO

Vamos supor as tangentes inicialmente concordadas por uma curva


circular simples de centro “O” e raio “R”, cujos pontos de contato com
as tangentes são PC e PT. Para a inserção da transição em espiral, a
curva circular original sofre uma translação “t”, o que desloca seu
centro “O” para “O’”. A transição se faz suprimindo parte das
tangentes e parte da curva circular. Este método é denominado de
RAIO CONSERVADO, com a transição feita pelo eixo da estrada,
porque mantém os elementos da curva circular (raio, G etc.). Assim, é
que o ponto de tangência no início da curva passa a ser denominado
TS (tangente-espiral) e é afastado do PC original ao longo da
tangente. O mesmo acontece com o fim da curva, onde o ponto de
tangência passa a ser denominado ST (espiral-tangente).
GEOMETRIA DAS CURVAS CIRCULARES
COM TRANSIÇÃO

A espiral é tal que seu raio de curvatura varia desde o valor


infinito, nos pontos de tangência (TS e ST), até um valor finito,
igual ao valor do raio da curva circular, nos pontos de contato SC
e CS, onde as curvas são coincidentes.
Após a inserção da concordância em espiral, o ângulo central AC
passará a compreender os ângulos centrais “θs”, de cada ramo
da espiral, e o ângulo central “δc”, remanescente da curva
circular (arco de círculo entre o SC e o CS)
∴ AC = δc + 2 x θs
CÁLCULO DOS ELEMENTOS DA CURVA COM
TRANSIÇÃO
Ls AC º.π (em
θs = AC = radianos)
Ls será adotado! 2.Rc 180º
180o . Ls
θs = (em graus)
2 . π.Rc
expressões reduzidas
(θ em radianos)

Xs = Ls . 1 − θs + θs 
 2 4

 10 216 


θ θ 
3

Ys = Ls .  s − s 
 3
 42 

Q = Xs – Rc . senθs

p = Ys – Rc . (1 - cosθs)
CÁLCULO DOS ELEMENTOS DA CURVA COM
TRANSIÇÃO
Ls AC º.π (em
θs = AC = radianos)
Ls será adotado! 2.Rc 180º
180o . Ls
θs = (em graus)
2 . π.Rc

AC em graus
AC
TT = Q + (Rc + p) . tg
2

E = (Rc+p)/cos(Ac/2) - Rc
AC em radianos
Dc = (AC – 2 . θs) . Rc
COMPRIMENTO MÍNIMO DE TRANSIÇÃO

O valor mínimo para o comprimento da transição (Ls) será:


• Resultado e estética da pista: o menor comprimento de
transição admissível é de 30 m.
• Comprimento mínimo absoluto: Lsmin = 0,556 . V
3
• Critério dinâmico de Barnett: Lsmin = 0,036 . V
Rc

Sempre que possível devem ser adotados para Ls valores


maiores do que o mínimo calculado.
COMPRIMENTO MÁXIMO DE TRANSIÇÃO

O valor do comprimento máximo de transição corresponde a um


valor nulo para o desenvolvimento do trecho circular (Dc = 0), ou
seja, as espirais se encontram.

• Lsmax = Rc . AC (AC em radianos)

Rc . AC° . π
• Lsmax = (AC em graus)
180°
COMPRIMENTO DE TRANSIÇÃO ADOTADO

Adotar valor
𝑳𝑳𝑳𝑳𝑳𝑳𝑳𝑳𝑳𝑳 ≤ 𝑳𝑳𝑳𝑳 ≤ 𝑳𝑳𝑳𝑳𝑳𝑳𝑳𝑳𝑳𝑳
ou
𝑳𝑳𝑳𝑳 𝒎𝒎𝒎𝒎𝒎𝒎 + 𝑳𝑳𝑳𝑳 𝒎𝒎𝒎𝒎𝒎
𝑳𝑳𝑳𝑳 =
𝟐𝟐
ou
𝑳𝑳𝑳𝑳 = 𝟑𝟑 × 𝑳𝑳𝑳𝑳𝑳𝑳𝑳𝑳𝑳𝑳
(desde que esse valor seja menor que Lsmax)
ROTEIRO DE CÁLCULO
p
1º) Definição do raio da curva circular (Rc);
2º) Com o valor da velocidade diretriz e de Rc, determina-se o comprimento da curva de
transição Ls adequado;
3º) Com os valores de “Ls” e “Rc”, podem ser calculados os valores de alguns elementos
geométricos que independem do Ângulo Central (AC), ou seja, θs, Xs, Ys, p, Q.
4º) Combinando-se os valores encontrados com o valor do Ângulo Central, determina-se
o valor correspondente à Tangente Total (TT), o ângulo central da curva circular (δc) e o
desenvolvimento da curva circular (Dc);
5º) Abatendo-se o valor de TT, em estacas, do valor da estaca correspondente ao PI,
determina-se a estaca do TS;
6º) Partindo-se da estaca do TS e somando-se o valor de Ls, em estacas, tem-se a estaca
do SC;
7º) Partindo-se do valor da estaca do ponto correspondente ao SC e somando-se ao
mesmo o valor de Dc, em estacas, tem-se a estaca do CS;
8º) Partindo-se da estaca do ponto CS, mais o valor de Ls, em estacas, tem-se a estaca do
ponto correspondente ao ST.
EXERCÍCIO

Exercício adaptado do livro de Glauco Pontes Filho, pág. 145

Numa curva de uma rodovia temos os seguintes elementos:


• V = 80 km/h;
• AC = 35°;
• R = 500 m (ADOTADO)
• Estaca do PI = 228 + 17,000m

Determinar os elementos da curva com transição.


Comparação dos resultados
Km/h grau m estaca

V= 80 km/h AC= 35º R= 500,000m PI= 228+ 17,000m


Critério estética absoluto dinâmico maior médio 3.Lsmin Ls adot
Lsmin 30,000 44,480 36,864 44,480 174,956 133,440 175,000
Lsmax 305,4326191
Lsmin Lsmax Lsmedio 3*Ls Ls adot Para Ls adotado
Ls 44,480 305,433 174,956 133,440 175,000 m TS
ϴs [rad] 0,044480 0,305433 0,174956 0,133440 0,175000 rad 219 + 0,853 m
ϴs [grau] 1,274258 8,750000 5,012120 3,822774 5,013381 º SC
Xs 44,471 302,596 174,421 133,203 174,465 m 227 + 0,793 m
Ys 0,659 30,889 10,181 5,928 10,186 m CS
Q 22,238 152,243 87,389 66,681 87,411 m 233 + 0,561 m
p 0,164 7,747 2,548 1,483 2,549 m ST
TT 179,939 312,335 245,842 224,798 245,864 m 241 + 0,778 m
Dc 260,953 0,000 130,477 171,993 130,433 m
TS 4.397,061 4.264,665 4.331,158 4.352,202 4.331,136 m
SC 4.441,541 4.570,098 4.506,114 4.485,642 4.506,136 m
CS 4.702,494 4.570,098 4.636,591 4.657,635 4.636,569 m
ST 4.746,974 4.875,530 4.811,547 4.791,075 4.811,569 m
E 24,437 32,388 26,936 25,820 26,937 m
TL 29,665 204,629 116,824 89,043 116,855 m
TC 14,821 102,722 58,490 44,557 58,504 m
SUPERELEVAÇÃO

• Inclinação transversal da pista feita com o objetivo de criar


uma componente de peso do veículo na direção do centro
da curva que, somada à força de atrito, produzirá a força
centrípeta suficiente para permitir ao veículo executar a
trajetória curva.
• Em uma pista sem superelevação (ou sobrelevação) a força
de atrito não é suficiente para formar a força centrípeta
quando em situações de alta velocidade e raio de curva
pequeno.
SUPERELEVAÇÃO
SUPERELEVAÇÃO

𝒎𝒎 × 𝒗𝒗𝟐𝟐
𝑭𝑭𝑭𝑭 × cos 𝛼𝛼 = 𝑷𝑷 × 𝐬𝐬𝐞𝐞𝐞𝐞 𝜶𝜶 + 𝑭𝑭𝑭𝑭 × cos 𝛼𝛼 = 𝑃𝑃 × sen 𝛼𝛼 + 𝒇𝒇 × 𝑵𝑵
𝑹𝑹
𝑚𝑚 × 𝑣𝑣 2
× cos 𝛼𝛼 = (𝑚𝑚 × 𝑔𝑔) × sen 𝛼𝛼 + 𝑓𝑓 × 𝑃𝑃 × cos 𝛼𝛼 + 𝐹𝐹𝐹𝐹 × sen 𝛼𝛼
𝑅𝑅
Dividir cos 𝛼𝛼 Dividir cos 𝛼𝛼

Sendo 𝜶𝜶 muito pequeno tg(𝜶𝜶) = 𝜶𝜶 = 𝐞𝐞


𝑣𝑣 2
𝑅𝑅 =
𝑔𝑔 × 𝑒𝑒 + 𝑓𝑓
Para R (m), V (km/h) e g (9,8 m/s²)
𝑽𝑽𝟐𝟐
𝑹𝑹 =
𝟏𝟏𝟏𝟏𝟏𝟏 × 𝒆𝒆 + 𝒇𝒇
SUPERELEVAÇÃO

• Raio mínimo da curva horizontal


Adota-se simultaneamente os valores máximos admissíveis para
a superelevação e para o coeficiente de atrito transversal para
uma dada velocidade.
𝑽𝑽𝟐𝟐
𝑹𝑹𝒎𝒎𝒎𝒎𝒎𝒎 =
𝟏𝟏𝟏𝟏𝟏𝟏 × 𝒆𝒆𝒎𝒎𝒎𝒎𝒎𝒎 + 𝒇𝒇𝒎𝒎𝒎𝒎𝒎𝒎

Recomenda-se a utilização de raios superiores aos mínimos e os


valores máximos admissíveis para o coeficiente f é o máximo
coeficiente de atrito lateral na iminência do escorregamento já
corrigido por um suficiente fator de segurança.
SUPERELEVAÇÃO

• Valores do coeficiente de atrito


Os valores máximos admissíveis para o coeficiente f é o máximo
coeficiente de atrito lateral na iminência do escorregamento já
corrigido por um suficiente fator de segurança.

V (km/h) 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120


f = fT 0,20 0,18 0,16 0,15 0,15 0,14 0,14 0,13 0,12 0,11
Fonte: DNIT (DNER)
SUPERELEVAÇÃO

• Valores para superelevação


Os valores máximos são determinados em função de vários
fatores:
– Condições climáticas;
– Condições topográficas;
– Tipo de área (rural ou urbana);
– Frequência de tráfego lento.
– Valores muito altos de superelevação podem causar o tombamento
de veículos lentos com centro de gravidade elevado.
SUPERELEVAÇÃO

• Valores para superelevação

e máx (%) Casos de emprego


12 Máximo absoluto em circunstâncias específicas.
10 Máximo normal. Adequado para fluxo ininterrupto. Adotar para rodovias
Classe 0 e Classe I em regiões planas e onduladas.
8 Valor superior normal. Adotar para rodovias Classe I em regiões
montanhosas e rodovias das demais classes de projeto.
6 Valor inferior normal. Adotar para projetos em áreas urbanizadas ou em
geral sujeitando o tráfego a reduções de velocidade ou parada.
4 Mínimo. Adotar em situações extremas, com intensa ocupação do solo
adjacente.
Fonte DNIT (DNER)
SUPERELEVAÇÃO

Exemplo:
Calcular raio mínimo de uma curva, dados:
• V = 80 km/h
• f máx = 0,14
• e máx = 10%

𝑽𝑽𝟐𝟐 𝟖𝟖𝟖𝟖𝟐𝟐
𝑹𝑹𝒎𝒎𝒎𝒎𝒎𝒎 = = ≅ 𝟐𝟐𝟐𝟐𝟐𝟐 𝒎𝒎
𝟏𝟏𝟏𝟏𝟏𝟏 × 𝒆𝒆𝒎𝒎𝒎𝒎𝒎𝒎 + 𝒇𝒇𝒎𝒎𝒎𝒎𝒎𝒎 𝟏𝟏𝟏𝟏𝟏𝟏 × 𝟎𝟎, 𝟏𝟏𝟏𝟏 + 𝟎𝟎, 𝟏𝟏𝟏𝟏
SUPERELEVAÇÃO

• Valores de superelevação para raios acima dos mínimos


𝟐𝟐 × 𝑹𝑹𝒎𝒎𝒎𝒎𝒎𝒎 𝑹𝑹𝒎𝒎𝒎𝒎𝒎𝒎 𝟐𝟐
𝒆𝒆 = 𝒆𝒆𝒎𝒎𝒎𝒎𝒎 × −
𝑹𝑹 𝑹𝑹𝟐𝟐
Exemplo:
• Rodovia Classe I → e máx = 10%
• V = 80 km/h → fmax = 0,14
• R = 900 m
𝑽𝑽𝟐𝟐 𝟖𝟖𝟖𝟖𝟐𝟐
𝑹𝑹𝒎𝒎𝒎𝒎𝒎𝒎 = = ≅ 𝟐𝟐𝟐𝟐𝟐𝟐 𝒎𝒎
𝟏𝟏𝟏𝟏𝟏𝟏 × 𝒆𝒆𝒎𝒎𝒎𝒎𝒎𝒎 + 𝒇𝒇𝒎𝒎𝒎𝒎𝒎𝒎 𝟏𝟏𝟏𝟏𝟏𝟏 × 𝟎𝟎, 𝟏𝟏𝟏𝟏 + 𝟎𝟎, 𝟏𝟏𝟏𝟏
𝟐𝟐 × 𝟐𝟐𝟐𝟐𝟐𝟐 𝟐𝟐𝟐𝟐𝟐𝟐𝟐𝟐
𝒆𝒆 = 𝟎𝟎, 𝟏𝟏𝟏𝟏 × − 𝟐𝟐
= 𝟎𝟎, 𝟎𝟎𝟎𝟎𝟎𝟎 = 𝟒𝟒, 𝟏𝟏𝟏
𝟗𝟗𝟗𝟗𝟗𝟗 𝟗𝟗𝟗𝟗𝟗𝟗
SUPERELEVAÇÃO

Considerando o exemplo da curva de transição


• R = 500 m

𝑽𝑽𝟐𝟐 𝟖𝟖𝟖𝟖𝟐𝟐
𝑹𝑹𝒎𝒎𝒎𝒎𝒎𝒎 = = ≅ 𝟐𝟐𝟐𝟐𝟐𝟐 𝒎𝒎
𝟏𝟏𝟏𝟏𝟏𝟏 × 𝒆𝒆𝒎𝒎𝒎𝒎𝒎𝒎 + 𝒇𝒇𝒎𝒎𝒎𝒎𝒎𝒎 𝟏𝟏𝟏𝟏𝟏𝟏 × 𝟎𝟎, 𝟏𝟏𝟏𝟏 + 𝟎𝟎, 𝟏𝟏𝟏𝟏

𝟐𝟐 × 𝟐𝟐𝟐𝟐𝟐𝟐 𝟐𝟐𝟐𝟐𝟐𝟐𝟐𝟐
𝒆𝒆 = 𝟎𝟎, 𝟏𝟏𝟏𝟏 × − 𝟐𝟐
= 𝟎𝟎, 𝟎𝟎𝟎𝟎𝟎𝟎 = 𝟔𝟔, 𝟔𝟔𝟔
𝟓𝟓𝟓𝟓𝟓𝟓 𝟓𝟓𝟓𝟓𝟓𝟓
DISTRIBUIÇÃO DA SUPERLEVAÇÃO

Deve ser feita de forma a evitar variações bruscas dos perfis das bordas da
pista.
O mais usual é baseado na posição do centro do giro do pavimento em torno
do eixo da pista, onde são obtidas as menores rampas de superelevação e as
variações altimétricas também são distribuídas de forma simétrica.
Como nos trechos em tangente a estrada geralmente possui inclinação
transversal simétrica em relação ao eixo a% (em geral 2%), o processo de
distribuição pode ser dividido em duas etapas, conforme figura abaixo.
– a% a% nível 0% a%
e%

⇒ ⇒
1ª etapa 2ª etapa
Eliminação da inclinação negativa Obtenção da superelevação e% do trecho
DISTRIBUIÇÃO DA SUPERLEVAÇÃO

Exemplo
SUPERLARGURA

É o aumento da largura necessário nas curvas para a perfeita inserção dos veículos
na sua faixa de rolamento.
• Ao percorrer uma curva circular, o
ângulo que as rodas dianteiras
formam com o eixo longitudinal do
veículo é constante e a trajetória de
cada ponto do veículo é circular.
• O anel circular formado pela
trajetória de seus pontos externos é
mais largo que o gabarito
transversal do veículo em linha reta.
• Devido a isto, estradas com pistas
estreitas ou com curvas de raio
pequeno necessitam de um
alargamento nos trechos em curva,
mesmo que a velocidade seja baixa.
SUPERLARGURA

• Determinação do valor da superlargura (∆L):


Definição do veículo tipo (representativo do tráfego) esperado
para a estrada. Geralmente o veículo adotado é o caminhão
convencional (chassi rígido).
SUPERLARGURA

S = superlargura total da pista


LT = largura total em curva da
pista de 2 faixas de tráfego
LB = largura básica da pista em
tangente
GC = gabarito estático do veículo
em curva
GL = folga lateral do veículo em
movimento
GF = acréscimo devido ao balanço
dianteiro do veículo em curva
𝑺𝑺 = 𝑳𝑳𝑳𝑳 − 𝑳𝑳𝑳𝑳 FD = folga dinâmica, determinada
de forma experimental e empírica
𝑳𝑳𝑻𝑻 = 𝟐𝟐 × 𝑮𝑮𝑪𝑪 + 𝑮𝑮𝑮𝑮 + 𝑮𝑮𝑮𝑮 + 𝑭𝑭𝑭𝑭
SUPERLARGURA

veículos pesados e ônibus L = largura física do veículo (m)


E = distância entre eixos do
veículo (m)
F = balanço dianteiro do
veículo (m)
E
R = raio da curva (m)
V = velocidade diretriz (km/h)
GL = folga lateral do veículo em
movimento (m)
LB = largura básica da pista em
tangente (m)
𝐄𝐄 𝟐𝟐 𝟐𝟐
𝐕𝐕
𝐒𝐒 = 𝟐𝟐 × 𝐋𝐋 + + 𝐆𝐆𝐆𝐆 + 𝐑𝐑 + 𝐅𝐅 × (𝐅𝐅 + 𝟐𝟐 × 𝐄𝐄) − 𝐑𝐑 + − 𝐋𝐋𝐋𝐋
𝟐𝟐 × 𝐑𝐑 𝟏𝟏𝟏𝟏 × 𝐑𝐑
SUPERLARGURA

O valor de GL é adotado em função da largura da pista de rolamento em


tangente (LB).

LB (m) 6,00 / 6,40 6,60 / 6,80 7,00 / 7,20


GL (m) 0,60 0,75 0,90
Fonte: DNIT(DNER)
Deve-se assumir S = 0,60 m , quando o cálculo indicar
valor menor.
ΔL < 0,20 m → desprezar: benefício é muito pequeno
para o tráfego.
DISTRIBUIÇÃO DA SUPERLEVAÇÃO E DA
SUPERLARGURA

CRUZ ALTA PROVING GROUND


BRASIL
CIRCULAR TEST TRACK
CRUZ ALTA PROVING GROUND
BRASIL
CIRCULAR TEST TRACK

e
Neutral

n
Slope Radius

Li
Point Speed
(%) (m)
(Km/h)
y
rit
1 4,95
cu

2 7,46 80 675,4
Se

3 10,49
4 14,03 110 679
5 18,09
6 29,52 160 682,75
7 43,75
Line 3 8 56,58 686,2

C Line 2
Line 1
C
C
8 7 6 5 4 3 2 1
1,5 m 3,9 m 3,6 m 3,6 m

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