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Tasso Assunção
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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO
2 METODOLOGIA
3 UM PERÍODO CONTURBADO
4 IMPERIALISMO NA AMÉRICA LATINA
4.1 O imperialismo pela via populista no Brasil
5 BREVIÁRIO HISTÓRICO DO REGIME MILITAR
6 AS DIRETRIZES DOS GOVERNOS MILITARES
6.1 O governo Castelo Branco (1964-1967)
6.2 O governo Costa e Silva (1967-1969)
6.3 O governo Garrastazu Médici (1969-1974)
6.4 O governo Ernesto Geisel (1974-1979)
6.5 O governo Figueiredo (1979-1985)
7 CONCLUSÃO
8 ANEXOS
BIBLIOGRAFIA
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1 INTRODUÇÃO
A História, como ciência social, tem por finalidade pesquisar e analisar as evidências e
análise visa a estabelecer um parâmetro confiável, para que os fatos históricos sejam julgados
com objetividade e se lhes atribua o adequado grau de importância, pois a análise isolada dos
criteriosa e a alienação do povo, submetendo os acontecimentos a uma crítica criteriosa para que
a classe dominante não insira no seio da sociedade informações distorcidas em benefício de seus
interesses.
Estar claro que as sociedades humanas se vêem, através dos séculos, enredadas em
predominantemente factual da História, pelo simples gosto de registrar informações que nenhum
esclarecer todos os atos e vestígios do despotismo, ficando cada vez mais evidentes as mazelas
do sistema.
distensão, o afrouxamento da linha dura e o poder foi restituído aos civis em 1985. Embora ainda
democrático.
recente do País, os autores definiram-se pelo tema O golpe de 1964 e a ditadura militar para o
2 METODOLOGIA
Em qualquer estudo das sociedades humanas não se deve deixar de considerar quatro níveis
à correta compreensão dos fenômenos sociais, o nível econômico é, inegavelmente, o que exerce
social e política das sociedades, o que não anula a importância dos níveis ideológico, jurídico, e
meio dos quais o fator econômico impõe sua primazia e garante a hegemonia de uma classe
sobre outra.
A partir dessa concepção dinâmica, este trabalho toma por base as questões básicas relativas
analisar, sob a ótica dialética do materialismo histórico, os fatores das contradições ideológicas e
os diversos aspectos dos movimentos políticos subjacentes aos conflitos que culminaram com o
em que se deu o golpe de Estado de 1964, analisar os fatores sociopolíticos e econômicos desse
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imperialismo norte-americano.
Foram estudados todos os regimes ditatoriais da História Mundial, para que pudesse ser feita
uma análise dos antecedentes e circunstâncias econômicas, sociais, políticas, jurídicas, culturais e
teceram-se considerações sobre o processo de transição para o regime democrático, com vistas a
determinar as condições do Brasil no atual contexto sociopolítico e econômico mundial, para que
se possa entender que as contradições sociais são processos constitutivos da formação social
atuais. Até a Revolução Francesa, os poderes dos reis derivavam de Deus e, ao contrário do que
acontece nos regimes ditatoriais, eram aceitos universalmente. Como referência temos, em 1851,
o golpe de Estado de Luís Napoleão Bonaparte, que instaurou o II império francês. Foi a
Europa.
No século XIX, com o surgimento das democracias modernas, o termo ditadura veio à tona,
para designar os regimes políticos cuja legitimidade não se fundamentava no modelo democrático
romana. A marca da tirania é a ilegalidade – o exercício do poder pela força e a violação dos
direitos humanos.
política e social, fazendo com que surgissem e ascendessem idéias autoritárias que golpearam a
democracia em diversos países. Como exemplo, podem ser citados: Espanha (Miguel Primo de
Rivera, 1923 a 1930), Itália (Mussolini, 1922), Alemanha (Hitler, 1933), dando início a uma política
Desde os primeiros anos do século XIX que os países da América Latina enfrentam períodos
que, a partir de províncias ou regiões periféricas, rebelaram-se contra os débeis governos centrais
e tomaram o poder político de seus países. Depois da segunda guerra mundial, as ditaduras
Também são numerosos os países dos continentes asiático e africano que viveram sob
regimes não democráticos. Na China, ao terminar a Segunda Guerra mundial, Mao Zedong tomou
depois o general Suharto. Na África, a transição dos regimes coloniais para a independência
No Brasil, o primeiro regime ditatorial foi instalado pela revolução de 30, sob a chefia de
Vargas. O primeiro regime Vargas admitiu formalidades democráticas e ampliou o direito de voto
às mulheres. O segundo, instaurado por meio de um golpe institucional aplicado pelo próprio
Vargas, foi caracterizado pelo uso da força policial para assegurar a manutenção do poder e pelo
Posteriormente, seguiu-se uma fase de prática política democrática que se estendeu até 1964,
1955, e do vice João Goulart, em 1961. Finalmente, condições internas e pressões internacionais
anticomunistas levaram ao golpe que derrubou João Goulart e inaugurou uma série de cinco
4 UM PERÍODO CONTURBADO
O período de 1961-1964 pode ser visto como um momento privilegiado da vida política
brasileira. Mas para os que vêem nos conflitos e nos antagonismos o sinal da desagregação
social, os “tempos de Goulart “ só podem ser encarados como trágicos tempos dos caos e da
anarquia. 1964 é, pois, um marco divisor e uma referência obrigatória em qualquer avaliação
sobre o passado recente da nossa história, posto que nele ocorreu uma divisão política e
O presente estudo inclui a época que abrange desde a tentativa de golpe inserida na renúncia
1964, e todo o período dos governos militares de Humberto de Alencar Castelo Branco, Costa e
Silva, Garratazu Médici, Ernesto Geisel e João Baptista de Figueiredo, encerrado em 15 de março
de 1985 com a posse na presidência de José Sarney, o primeiro presidente civil do País depois de
Não se pode deixar de ressaltar que, no regime ditatorial, o que sobressai é o seu caráter
discricionário e entreguista, com toda uma carga de censura e repressão, embora, por
até admitem a existência de partidos políticos afins, e, em certas situações, podem permitir
eleições periódicas, desde que sejam mantidas as determinações dos comandantes do regime de
exceção.
Essa época da história brasileira é relevante. Nela se intensificaram e condensaram alguns dos
mais agudos impasses e conflitos da democracia. Em poucos dias, duas tentativas de golpe se
sucederam: a de Jânio Quadros e a dos setores militares. Três anos depois, foi alcançada uma
forte coesão ideológica nas Forças Armadas, levando-as a impor, juntamente com a mobilização
política das classes dominantes e setores da classe média, uma nova ordem político-institucional
no País.
Os setores populares e democráticos, a partir de então, pagariam um preço muito elevado pela
resistência oferecida aos golpistas. Portanto, foi no entreato de alguns ensaios golpistas e de um
golpe político-militar plenamente vitorioso que decorreu o governo João Goulart. Nos seus dois
anos e meio de vigência, um novo contexto político-social emergiu no País. Esse novo quadro se
política das classes populares, ampliação e fortalecimento dos movimentos operários e dos
Para os militares e demais setores civis golpistas, Jango simbolizava tudo o que havia de
“negativo” na vida pública brasileira: era demagogo, subversivo e implacável inimigo da ordem
capitalista.
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Nesse contexto, as esquerdas, não obstante reconheçam os reais avanços sociais e políticos
(agrária, tributária, fiscal, educacional, sobre lei da remessa de lucros, constitucional, criação da
de petróleo etc.).
5 O IMPERIALISMO NA AMÉRICA-LATINA
Na maioria dos países do chamado Terceiro Mundo, o processo de emancipação política não
foi acompanhado por uma efetiva independência econômico-social que levasse à superação de
seus problemas, das limitações estruturais e das seqüelas deixadas pelo colonialismo. Esses
países, via de regra, são apenas “nominalmente independentes”. Suas economias e recursos
exortados a adotar sistemas políticos derivados dos antigos senhores imperiais, ou daqueles que
“democrático” em seu título oficial, todo o mundo era democrata. Na prática, esses rótulos
regimes militares ou a tendência de neles cair unia os Estados do Terceiro Mundo de diversas
O intervencionismo militar verificado nas últimas décadas na América Latina se originou da luta
guerra fria, travada entre Estados Unidos e União Soviética, visando à hegemonia sobre as
demais nações do planeta nos planos econômico, ideológico, político e social, pelas vias
logo fez sua opção pelo bloco capitalista e caminhou passo a passo para o total ajustamento à
tecnológica, os Estados Unidos conseguiram enquadrar as elites econômicas dos países latinos
maiorias, características que se mantêm hoje de maneira mais sofisticada pela ia diplomática.
Quando Cuba se viu livre do protetorado da Espanha, os EUA tinham a intenção de obter
sobre as Américas Latinas fica claro quando se conhece o pensamento de um membro do seu
exército, o General Leonard Wood, um dos chefes do governo militar impostos pelo EUA a Cuba:
tiveram longa duração. Pelo menos até a década de setenta, logo que as organizações
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O surgimento dos regimes ditatoriais na América Latina marcam, de modo geral, o colapso do
modelo populista. Nessa situação, sob a ótica dos grupos conservadoras que patrocinaram a
Para disfarçar a tirania e a crueldade impostas pelos regimes ditatoriais que apoiavam, o
governo norte-americano desenvolveu uma política de direitos humanos, por meio da qual passou
a condenar maus tratos a presos políticos, mas era ao mesmo tempo o patrocinador do
Apesar de beneficiados com bilhões de dólares em empréstimos que por outro ângulo
largamente violados, sem que houvesse grandes pressões dos Estados Unidos, enquanto os
O controle dos Estados Unidos sobre os países latino-americanos sempre teve um objetivo
modernamente por meio da influência ideológica e do poder ditatorial, que configuram novo tipo de
ousaram pensar, duvidar ou rebelar-se contra o poder econômico, medidas que levaram à
O golpe militar do Chile caracteriza muito bem esse período de dependência. No campo das
Cuba e outros países socialistas, adotando uma política externa independente e partidária de
A execução de tão avançado programa entrava em choque direto com o capital norte-
americano e as oligarquias dirigentes chilenas, fazendo com que estes tentassem por todos os
levantes militares, montaram feroz campanha pela imprensa, espalharam boatos contendo falsas
pacificação das contradições entre os diferentes setores da sociedade, aplicada com sucesso nos
trinta anos anteriores com vistas à viabilidade da modernização. O populismo constituía-se numa
e no desenvolvimento nacional.
No entanto, o discurso anti-imperialista da ideologia populista era mais retórico do que prático,
visto que consistia numa proposta de caráter reformista, limitando-se a medidas superficiais que
não atingiam as estruturas da sociedade burguesa. De qualquer forma, conseguiu atrair a atenção
da nação.
Mas, ante os sinais de que os governos populistas jamais assumiriam uma posição propícia a
ameaçava as fronteiras do pacto populista, as elites, receosas da irrupção das massas no cenário
cubana, em 1959, a qual deixava transparecer a existência de uma via revolucionária para a
socialista aterrorizava também a Igreja Católica, que via no comunismo a negação dos princípios
cristãos, visto que os países comunistas eram ateus, e retratava essa ideologia como a
Os militares, por seu turno, há muito insatisfeitos com a política populista e munidos da
doutrina de Segurança Nacional importada dos Estados Unidos, estavam dispostos a deter o
avanço do comunismo no Brasil a qualquer preço. Registra a história que, já desde o último
governo de Getúlio Vargas, com o seu equilibrismo ambíguo ante a crescente influência dos
Nesse cenário, uma das estratégias a que a direita recorreu, ante a cada vez mais forte
iminência de ruptura das estruturas sociais capitalistas, foi uma intensa campanha de marketing,
desenvolvida sob orientação norte-americana tanto no Brasil como nas demais nações da América
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Latina. Veiculada pelos meios de comunicação de massa. Com o beneplácito das elites
Foi por meios da propaganda ideológica que a burguesia doutrinou a maioria da população, em
sua maior parte desprovida de condições intelectuais para discernir as verdadeiras razões do
capitalismo e distinguir os valores transmitidos. Por conseqüência, boa parte das massas
acabaram por desenvolver uma grande aversão ao comunismo, o que criou um campo propício à
Vê-se, assim, que a instauração do regime ditatorial veio contemplar os interesses das forças
conservadoras, em função do colapso do modelo populista e da ameaça cada vez mais próxima à
colocava em xeque os interesses da burguesia industrial, das oligarquias agrárias e dos grandes
A associação de interesses das classes dominantes nacionais com grupos estrangeiros, já sob
a égide das Forças Armadas, estas altamente influenciadas pela Doutrina de Segurança Nacional
e comprometidas com a ideologia anticomunista, mais o apoio da classe média e a ignorância das
O regime militar instaurado em 1964 não pode ser compreendido se encarado como um fato
verdade, o golpe militar que levou à consolidação do autoritarismo instalado no Brasil em meados
da década de sessenta, com todo o arbítrio e a crueldade que lhe são inerentes se encaixa numa
demonstra, por outro ângulo, que o brasileiro não é o tipo caracteristicamente cordial e submisso,
dignidade nacional e contra a opressão política, as quais são provas incontestes de que o
• entre 1835, desencadeou-se a Cabanagem, que foi reprimida com tal violência que dizimou
• em 1835, teve início a Revolução Farroupilha, que se prolongou por dez anos em Santa
• em 1837, novo levante na Bahia, denominado Sabinada, foi também reprimido com
• em 1842, em Minas Gerais e São Paulo, a Revolta Liberal já tinha seus líderes organizados
... Se a história do País não é tão cruenta como a dos Estados Unidos e
de quase todas as da América espanhola, também não deve ser vista
como cordial, pois é uma série de contestações, de 1500 a 1998 (...) com
enorme presença de reivindicações dos grupos mais humildes, como se
vê até nos nomes de tais movimentos (Cabanada, Balaiada, Sabinada,
Farroupilha), ou a série de movimentos libertários da República – a
Revolta da Armada no Rio de Janeiro, a Revolução Federalista no Sul,
logo no começo do regime, sem falar nos episódios sangrentos do
sertão, como a guerra de Canudos... (COUTO, 1998, p. 17.)
Embora todos os levantes populares verificados no decorrer dos últimos séculos tenham sido,
de uma forma ou de outra, sufocados pela repressão oficial, deixaram à mostra uma história de
lutas. Em todas elas, exerceu papel decisivo o aparelho repressivo do Estado, constituído
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inicialmente pelo Exército, que, paralelamente à defesa contra agressões externas, sucessivas
instituiu patentemente nas Forças Armadas brasileiras em 1831, quando foi criada a Guarda
No entanto, com o enfraquecimento dos velhos fazendeiros, ante o relativo avanço do projeto
século passado. O Exército, por seu turno, retornou fortalecido da guerra contra o Paraguai,
ocorrida entre 1864 e 1870, assumiu posição de destaque e passou a se manifestar abertamente
oposição aos setores reacionários, emprestaram-lhe um certo caráter progressista que se revelou,
Entretanto, essa feição progressista não alijou do Exército a sua inerente e primordial
qualidade de força repressiva das camadas populares insatisfeitas que se rebelassem contra a
Essa composição com os setores hegemônicos da Republica implicava, por outro ângulo, o
envolvimento da cúpula do Exército com a rede de corrupção e fraudes eleitorais dos grande
os levantes tenentistas (1922 e 1924 ), seguidos da épica marcha da Coluna Prestes (1924 a
Essa rebeldia perdurou nas décadas seguintes e passou a impressão a militantes esquerdistas,
inclusive João Goulart, de que poderiam contar com o apoio dos setores menos graduados das
Forças Armadas. Mas, embora defendesse o voto secreto e a soberania nacional, o movimento
tenentista não apresentava um ideário político que o identificasse com os interesses das camadas
alas dissidente das oligarquias rurais e possibilitou a vitória da Revolução de 30, que levou, pelas
armas, Getúlio Vargas à presidência. Mas, para a formação do seu governo, ele teve de formar
uma aliança entre as oligarquias rurais e a nascente burguesia industrial, tendo o aparelho militar
Ao compor com as velhas oligarquias, o presidente tornou a sua gestão incompatível com
Ante o rumoroso avanço do movimento que reunia civis e militares, Getúlio Vargas proscreveu
a Aliança Nacional Libertadora, o que levou o Partido Comunista do Brasil (PCB) a deflagrar
alguns movimentos revolucionários. Foi nessa época, em novembro de 1935, que o Partido
Comunista promoveu um levante em Natal (RN), o qual foi rechaçado pelo Exército, que se
Além disso, sob o pretexto de punir os rebelados da chamada Intentona Comunista, as elites
retrógradas cooptaram as Forças Armadas para instaurar uma ditadura francamente repressora.
Era um novo período que se iniciava em 1937, sob a denominação de Estado Novo, numa
potências Aliadas. Ainda chegaram a comemorar vitórias nazistas. No entanto, o Brasil já era
economicamente dependente dos Estados Unidos e Getúlio Vargas teve de se decidir por apoiá-
los, o que colocou o seu regime ditatorial em contradição com os princípios democráticos
Definida a supremacia dos aliados no plano internacional, situação que não poderia deixar de
aos Estados Unidos desencadearam um plano que levou Getúlio Vargas à renúncia em 29 de
outubro de 1945.
Sucedeu a Getúlio Vargas, o marechal Eurico Gaspar Dutra, que procedeu à eleição
Quando voltou, Getúlio Vargas estava imbuído do propósito de substituir a figura do ditador do
trabalhismo, características que o haviam consagrado ante a classe trabalhadora urbana em seu
alinhamento com monopólios estrangeiros, que avançava sobre a economia, e o apoio das
Sob o peso de forças reacionárias personificadas por chefes militares, recorreu à dramática
norte-americano. Foi, pois, a indignação popular que barrou a conspiração militar que mais uma
gestação, num processo de amadurecimento dos propósitos despóticos dos militares. Já durante
do curto período de final de governo do vice de Getúlio Vargas, Café Filho, setores direitistas se
compuseram em outras tentativa de subversão, desta vez frustradas por grupos nacionalistas das
Em 1955, elegeu-se Juscelino Kubitschek, que tinha João Goulart como vice, e novas
possível intervenção, os militares, que já haviam fundado, em 1949, a Escola Superior de Guerra,
de agosto de 1961, e a sua conseqüente substituição pelo vice, que era, mais uma vez, João
Goulart. Considerado radical pela alta hierarquia das Forças Armadas, o vice-presidente foi alvo
Em favor da posse de João Goulart, amplos setores se mobilizaram pelo País. No Rio Grande
do Sul, o governador Leonel Brizola lançou o mais intenso movimento de apoio à legalidade. Ante
a iminência da guerra civil, os militares retrocederam em seus intentos, mas sob a condição da
instituição do regime parlamentarista, que vigorou até 6 de janeiro de 1963, quando um plebiscito
restabeleceu o presidencialismo.
Nesse ínterim, ganhava corpo o movimento popular. No período que se seguiu ao plebiscito,
pelo qual João Goulart derrotou com a grande maioria dos votos o parlamentarismo pespegado
uma ampla capacidade de arregimentação das massas em torno de ações tanto reivindicatórias
quanto políticas.
que, embora em contradição com o modelo de organização sindical imposto pela lei, levaram a
termo a idéia da fundação de uma central sindical. Nascia o Comando Geral dos Trabalhadores
(CGT), uma entidade que se afigurava sobremodo ameaçadora aos setores mais à direita sem
ciosa de sua propriedade privada urbana e rural e seus privilégios. No Brasil, o nível de
Na área rural, começaram a surgir as ligas camponesas, um dos braços fortes das revoluções
pressionavam por transformações de cunho nacionalista que incluíam nova estrutura educacional
...o período 1960-1964 marca o ponto mais alto das lutas dos
trabalhadores brasileiros neste século, até agora. O auge da luta de
classes, em que se pôs em xeque a estabilidade institucional da ordem
burguesa sob os aspectos do direito de propriedade e da força coercitiva
do Estado. Nos primeiros meses de 1964, esboçou-se uma situação pré-
revolucionária e o golpe direitista se definiu, por isso mesmo, pelo
caráter contra-revolucionário preventivo. A classe dominante e o
imperialismo tinham sobradas razões para agir antes que o caldo
entornasse. (GORENDER, 1998, p. 73.)
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em 1963 já estavam à beira do pânico. A burguesia, articulada com influentes setores das Forças
Armadas, que contavam por sua vez com o apoio da agência central de inteligência dos Estados
Unidos, a CIA, traçava o plano golpista, favorecido pela alta inflação e forte oposição do
Com vistas a refrear a crescente “onda esquerdizante” e preparar o terreno para o desenlace
interesses norte-americanos.
Enquanto isso, prosseguia o movimento pela reformas de base, o qual já se estendia às bases
militares. Fundada em 1962, a Associação dos Marinheiros e Fuzileiros Navais do Brasil se fazia
notar. Em setembro 1963, sargentos se rebelaram em Brasília. Esses fatos emprestaram aos
A exemplo de Getúlio Vargas em 1954, João Goulart nesse período se caracterizou pela
Nessa ocasião, João Goulart, na presença de todo o seu ministério, inclusive os ministros
militares, e dos governadores de Pernambuco, Miguel Arraes, e de Sergipe, Seixas Dória, assina
“governo comunista” de João Goulart, dentre as quais a mais expressiva foi a “Marcha da Família
com Deus pela Liberdade”. O movimento de apoio à conspiração militar contava com a
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Entre os dias 25 e 26 seguintes, novo episódio protagonizado por militares menos graduados,
denominado “motim dos marinheiros”, veio agravar a situação, visto que o governo se posicionou
favorável aos rebelados e causou grande insatisfação entre os oficiais. Criticado por essa atitude,
Foi a gota d´água. No dia seguinte, o general Olympio Mourão Filho, comandante da IV Região
Militar, de Belo Horizonte, deflagrou o movimento golpista que mobilizou os quartéis em todo o
País. No âmbito político, além do governador de Minas Gerais, Magalhães Pinto, apoiavam o
levante os governadores da Guanabara, Carlos Lacerda, e de São Paulo, Ademar de Barros, para
Marcado pelo estigma do comunismo impingido pela propaganda veiculada por organizações
financiadas pelos Estados Unidos, como o Partido Social Democrático (PSD), a União
Democrática Nacional (UDN), o IBAD, o IPES e a grande imprensa, o presidente se viu numa
situação insustentável e, não havendo como resistir ao poderio armado dos militares, partiu para o
Deposto João Goulart, o presidente da Câmara dos Deputados, Ranieri Mazilli, assumiu
político do País pelo Alto Comando Revolucionário. Assim, em 9 de abril, decretou-se o Ato
Institucional n.º 1, que facultava ao Poder Executivo cassar mandatos, suspender direitos políticos,
seguinte. Embora tenha prometido reorganizar o País e manter a eleição presidencial do ano
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seguinte, as declarações do novo presidente não passaram das palavras. Além disso, logo depois
como a jornalistas, estudantes, intelectuais ou qualquer pessoa considerada subversiva, por meio
Enquanto isso, estabeleceu-se forte cerceamento aos meios de comunicação, que tiveram
despreparados, bem como artistas e intelectuais em geral tiveram suas atividades monitoradas.
população, por seu turno, obscurecida pelo baixo nível cultural e a inexperiência política, era
mantida alheia ao que ocorria no órgãos oficiais, embora em outros países se soubesse que no
Sessenta dias depois, estavam sem mandato nem direitos políticos mais de três centenas de
e João Goulart. Estima-se entre dez e cinqüenta mil o número de pessoas presas nesse período
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que antecedeu a posse de Castelo Branco, na maioria das vezes arbitrariamente, e, embora
decidiram pela luta armada e muitos de seus membros foram presos e submetidos a diversos tipos
quase toda a vigência do regime militar, mereceria um estudo à parte, tantos e tão escabrosos
Mas a princípio os militares não tinham a intenção de permanecer no poder por muito tempo. O
mesmo Ato Institucional n.º 1 decretava eleições indiretas para Presidente da República, dois dias
depois, e eleições diretas em outubro do ano seguinte. O plano inicial era promover uma “limpeza”
do cenário político, expurgando a política dos líderes esquerdistas e, num prazo de um ano,
declarada intenção de Castelo Branco de restituir a democracia ao País, o segmento das Forças
Armadas identificado com a chamada “linha dura” exerce influência cada vez mais forte sobre o
de Alencar Castelo Branco, Arthur da Costa e Silva, Emílio Garrastazu Médici, Ernesto Geisel e
brasileiros, a tortura e o assassínio patrocinado por órgãos de repressão, caracterizado, enfim, por
multinacionais ávidas de lucro, tudo à custa das riquezas naturais brasileiras e de inestimáveis
Embora a política econômica do governo militar tenha se revertido alguns anos depois em
surto de crescimento que propiciou o investimento de bilhões de dólares em obras faraônicas, não
sociais. Fechou sindicatos de trabalhadores e invadiu a União Nacional dos Estudantes (UNE),
cortou relações diplomáticas com o governo socialista de Cuba e liberou o mercado nacional à
de Bulhões, lançavam o Programa de Ação Econômica do Governo (PAEG), que tratou das
políticas monetária, cambial, salarial e fiscal, além dos aspecto institucional, com vistas a debelar
a inflação e promover o desenvolvimento. Com efeito, a inflação, de 92,1% em 1964, caiu para
39,1% em 1965. Em 1966, foi de 39,1% e, em 1967, de 25,0%. Mas o crescimento econômico foi
sustentação do chamado “milagre econômico”, nos governos seguintes, de Costa e Silva e Médici,
Por outro ângulo, o PAEG beneficiava o capital estrangeiro, enquanto restringia o crédito e
menor sinal de protesto ou tentativa de paralisação, por força da Lei de Greve de 1964 (n.º 4.330).
seu valor real reduzido em 15,3%, em 1965, 15,6, em 1966 e 5,6%, em 1967. Nesse contexto, o
outubro de 1965, na forma do Ato Institucional n.º 2, por meio do qual se estabeleceu
governadores e prefeitos das capitais, que passaram a ser indicados pelo presidente e pelos
constitucionais ao Congresso, que aprovou nova Carta Magna em 44 dias, dotando o Poder
Executivo de autoridade exclusiva para legislar sobre segurança nacional e finanças públicas,
República em detrimento dos Poderes Legislativo e Judiciário. O movimento militar, que a princípio
se apresentava como temporário, revelava cada vez mais o seu caráter continuísta. Consolidava-
excepcional de mandatos e direitos políticos, o País estava enquadrado nos limites e parâmetros
do poder militar.
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Candidato dos militares de “linha dura”, o general Arthur da Costa e Silva assume, em 15 de
segurança do regime, enquanto políticos mais ousados proferiram discursos contra a ditadura e
A reação do governo se revestiu de avassaladora fúria. Mis uma vez recorrendo a um ato
institucional, o AI-5, de 13 dezembro de 1968, que atribuía amplos poderes ao presidente para
suspender direitos políticos, demitir funcionários públicos e até suprimir direitos individuais,
Valendo-se do AI-5, Costa e Silva fechou o Congresso, cassou os mandatos de 110 deputados
Tribunal Federal, prendeu milhares de pessoas em todo o Brasil e dissolveu a Frente Ampla,
lançada em novembro de 1966, pelo ex-presidente Juscelino Kubitschek, então senador cassado,
educação, eram também duramente reprimidos. Dessa forma, os movimentos estudantis davam
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Setores mais à esquerda, embora na clandestinidade, tentavam resistir. Alguns optam pela luta
armada para derrubar o regime. Inspirados na Revolução Cubana, na Guerra do Vietnã e várias
outras guerrilhas que eclodiram na América Latina, criaram diversas organizações esquerdistas
que agiram isoladamente, cada uma a seu modo. Assaltaram bancos, explodiram bombas,
negativas no meio da sociedade parecem ter inquietado Costa e Silva, que incumbiu o seu vice,
Pedro Aleixo, de coordenar uma comissão de juristas na elaboração de nova Constituição. Depois
reabertura do Congresso
Mas, quando o anteprojeto da Carta Magna chegava à fase conclusiva, uma trombose tira o
presidente do cargo, em 29 de agosto de 1969, e, como o vice havia se posicionado contra o AI-5,
os militares o impediram de assumir o cargo, no qual foi empossada, por meio do AI-12, uma junta
militar formada pelos ministros militares Aurélio de Lyra Tavares, do Exército, Márcio de Souza e
democracia, visto que, em menos de três meses no poder, enrijeceram ainda mais o regime e
foi a “legalização” da ditadura militar, levada a efeito através dessa emenda constitucional (de n.º
1), por meio da qual se alterou substancialmente a Constituição de 1967. Cinco dias depois, ante a
impossibilidade de recuperação imediata de Costa e Silva, a junta militar indica para sucedê-lo o
general Emílio Garrastazu Médici, indicação essa referendada pelo Congresso, reaberto após dez
garantia dos direitos fundamentais do homem”. No entanto, as ações do seu governo traduziram
aparato de órgãos de segurança dotados de autonomia para agir contra a liberdade civil deu início
a uma verdadeira caçada anticomunista que atingiu milhares de cidadãos, enquadrados como
Embora em algumas ocasiões tenha acenado com uma vaga possibilidade de restauração do
regime democrático, o presidente acabou por deixar patente sua descrença na viabilidade da
democracia no Brasil, cujo conceito era para ele “sujeito às revisões impostas pela conveniência
social”. Além disso, chegou a declarar não haver “razão para que sequer se cogite em alterar as
Em 2 de janeiro de 1971, numa demonstração de que preferia a vigência do AI-5 (que conferia
Se nessa ocasião o presidente ainda tentou fundamentar seu discurso, em junho de 1972,
deixou transparecer apego às atribuições despóticas que ora exercia, apesar do tom cívico
simplesmente do direito que lhe cabia, ante o as disposições do ordenamento jurídico vigente, de
“... qualquer desvio de rumo (...) comprometeria gravemente a atmosfera de paz e tranqüilidade
de que o Brasil necessita para sustentar o ritmo de progresso, pelo qual ora se distingue” –
comentou Médici em discurso à Arena, em janeiro de 1971. Em junho de 1972, sentenciou: “Não
fugindo aos deveres que lhe impõe a ordem jurídica (...), não abdica o governo, igualmente, das
De fato, sob o aspecto econômico, foi no governo de Médici que a política desenvolvimentista
iniciada por Costa e Silva chegou ao clímax. A severa política fiscal e monetária de Castelo
Branco havia criado as bases internas para a retomada do crescimento econômico. As contas
ajustadas, o restrito controle sobre o operariado e os baixos salários tornavam o País muito
O câmbio estava equilibrado e o deficit público girava em torno de 1%, havia estabilidade
política, embora forçada, e desenhou-se uma favorável associação de fatores externos. Tudo isso
utilizado pelo governo ditatorial em intensas campanhas oficiais que criaram um clima de otimismo
Em fins de 1971, o presidente sintetizou seu projeto reformista sob duas siglas: O I PND (Plano
Transamazônica e a Ponte Rio–Niterói, o governo adotava uma rígida política de arrocho salarial e
cidadão estavam suspensos. Quase não havia passeatas, comícios nem greves. O “milagre”
crescimento econômico desapareceu juntamente com essa conjuntura, a partir de 1973, quando a
chamada “crise do petróleo” provocou forte impacto sobre as finanças nacionais. As taxas de
inflação logo voltaram a se elevar, a dívida externa atingia patamares alarmantes – e o governo
crescimento econômico, e ante a crescente insatisfação popular com a ditadura, insatisfação essa
corroborada pelas eleições legislativas de 1974, quando o MDB, apesar das condições
desfavoráveis, venceu a Arena em 79 das noventa cidades brasileiras com mais de cem mil
para a expansão das indústrias de bens de produção (aço, cobre, energia elétrica, equipamentos e
Plano, a economia mundial apresentava dificuldades cada vez maiores ao comércio exterior
nacional alavancadas pela elevação dos preços do petróleo. Ernesto Geisel buscou, então,
começar pelo fato de que a princípio o plano golpista já previa a devolução do poder aos civis.
militar, o que por si só já implicava um certo desgaste, até mesmo junto a setores beneficiados
Além disso, a oposição mais radical ao regime estava praticamente liqüidada pelos violentos
órgãos de repressão e já não representava grande risco para o regime. Mas os militares não
A idéia era a de uma distensão lenta, gradual e segura. Abrandar o regime, mantendo-o em
rigores da Lei de Segurança Nacional, anistiou parte dos políticos exilados e revogou o AI-5. Mas
setores radicais das Forças Armadas interpõem objeções ao processo de abertura, ainda
Mesmo no campo político, ante a desaprovação do regime pela população nas eleições de
1974, sobrevêm retrocessos, como a Lei n.º 6.339, de 1.º de junho de 1976 (Lei Falcão) e o
“Pacote de Abril”, ambos destinados a limitar atuação do MDB e garantir a supremacia do governo
no Congresso.
Mas a eleição de Ernesto Geisel representava o retorno do grupo castelista ao poder, embora
Castelo Branco já estivesse morto desde julho de 1967, e o quarto governo ditatorial chega ao seu
O governo do presidente João Baptista de Figueiredo iniciou num período em que tanto a crise
afigurava cada vez mais fora de controle, arrefecia a ditadura e crescia a resistência popular ao
reabilitação, em 28 de agosto de 1979 (Lei n.º 6.683), da cidadania dos que haviam sido banidos
ou tiveram direitos políticos cassados e a volta do pluripartidarismo, por meio de nova Lei
Orgânica dos Partidos Políticos (n.º 6.767). Mas esta última medida veio também atender à
De qualquer forma, apesar dos superavits alcançados com o III PND, o agravamento da crise
econômica e da recessão, com crescimento da dívida externa, aumento da inflação e redução das
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candidatos oposicionistas em importantes estados nas eleições de 1982, como São Paulo, Rio de
sua representação no Congresso Nacional, bem como o controle do colégio eleitoral, em virtude
Ficou marcado, assim, o dia 15 de março de 1985 como a data limite do lento e gradual
processo de abertura iniciado em 1974. Mais do que um novo mandato presidencial, em mãos de
um civil pela primeira vez depois de 21 anos, instaurava-se nesse dia um novo regime político.
Apesar das ameaças de golpe e de várias manobras continuístas, chegava ao fim o mais longo
8 CONCLUSÃO
A década de sessenta inicia marcada pela inquietação mundial trazida pelo apogeu da Guerra
Fria. Estão em jogo grandes interesses capitalistas internacionais, ameaçados pela efervescência
ideológica do período. Estados Unidos e União Soviética se digladiam pelo domínio da maior parte
desconfiança aos setores de direita, que vêem nele o risco do desmantelamento da ordem social
vigente baseada na propriedade privada. O receio de que isso realmente aconteça cresce quando
de uma república sindical no País. Enfrentando crescentes dificuldades para conseguir o apoio
dos conservadores, o presidente se aproximava mais e mais da esquerda e, sob a ótica das elites
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Além disso, ao estigma de comunista, o presidente feriu os brios dos generais ao anistiar
marinheiros revoltosos. Para agravar ainda mais a situação, em 30 de março criticou as Forças
Armadas. No dia seguinte, estava deflagrada a sedição militar. Impotente ante a rebelião, o
presidente buscou asilo político no Uruguai. Consolidava-se o golpe e tinha início um período de
capital estrangeiro, impostos pelo arbítrio e o autoritarismo dos governos militares e a perseguição
e a violência dos órgãos de repressão, que facilmente venceram a resistência popular da minoria
politizada, bem como aniquilaram sem grande dificuldades a fragmentada reação armada dos
Uma vez instalados no poder, com o apoio de lideranças políticas e amplos setores das
classes alta e média, além da influência e do apoio dos Estados Unidos, os militares colocaram
Por fim, os dois últimos generais presidentes não contaram com a conjuntura internacional
favorável à economia brasileira, a exemplo dos que lhes sucederam. Receberam o governo
quando a crise do petróleo já havia provocado forte impacto sobre as finanças nacionais e a dívida
média e até da alta, a sociedade civil se organizava para reclamar cada vez com maior
intensidade a redemocratização do País. Além disso, a reação armada dos grupos esquerdistas
havia sido esmagada, o comunismo já não representava grande risco à ordem vigente e as
aparelho repressivo, a volta de eleições diretas – tudo de forma lenta, gradual e segura, com
vistas a prolongar ao máximo a presença dos militares no poder, amenizar os riscos políticos do
O retorno dos civis ao poder se deu, portanto, somente após a definitiva instalação dos
sublevação e da inumerável série de abusos e crimes praticados durante a ditadura militar, numa
situação em que tanto a conjuntura nacional quanto internacional já não ofereciam quase
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