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MundiWar

2016­07­20 ­ TURQUIA ­ GEOPOLÍTICA E GEOECONOMIA DO GOLPE E DO CONTRAGOLPE 
1a edição 2016­07­20 14:30 Brasília

MundiWar cobriu, de um ponto de vista analítico, a tentativa de golpe na Turquia, o que caracterizou de
início como um "contragolpe" de iniciativa norte­americana (OTAN­CIA), desesperada, uma vez que o
verdadeiro golpe quem dava era Erdogan­Rússia, numa surpreendente reaproximação, sem retorno.

MundiWar, na veia dos acontecimentos apontava as questões transcendentes ligadas ao evento do
golpe/contra­golpe e vice­versa....

A Turquia tem o 2o maior exército da OTAN, sendo que tem em seu território armas nucleares e a base
norte­americana de Incirklik ­ cujo comandante conspirou com o alto comando das forças norte­
americanas.

Se Erdogan já sabia do golpe antes de seu início ­ MundiWar vë como praticamente certo. Não foi pego de
supresa ­ os serviços secretos russo, chinês, alemão e etc muito provavelmente, quase certeza, o
instruíram sobre o golpe. Porque então não desbaratá­lo antes que fosse deflagrado? Conveniëncias
táticas? Certamente...

O fato é que Erdogan consolida­se no poder e promove uma limpa nas forças armadas, no judiciário, nos
meios acadêmicos, na imprensa... etc etc etc. Concentra mais poder. Elimina oposições. Reforça a sua
ditadura ­ agora com governo forte. E parece escapar da órbita norte­americana.

A economia turca é uma economia complexa. Não como a da Líbia, nem como a do Iraque. A Europa em
crise, os USA em crise, nada é capaz de sustentar­subsidiar a economia turca. A questão estratégico­
geoeconömica coloca­se como horizonte possível. Ao que tudo indica, estratégica e sobrevivência imediata
encontraram sua unificação na culminância desta disputa pelo poder.

Duas COALIZÕES MUNDIAIS se enfrentaram na "questão turca", que salvo supresas (que sempre podem
ocorrer), parece estar definida.

O ônus parece recair todo sobre a estratégia norte­americana para a região ­ e por ser a Turquia o que
sempre foi no GAME GLOBAL, a "cereja do bolo da noiva", as implicações não são somente regionais, mas
globais.

E vale atentar nesta tese de trabalho que, pela natureza dos fatos e dinâmicas num mundo globalizado
organicamente, a correlação de forças numa determinada parte do mundo pode ser, e muito
provavelmente será, modificada pelos lances fundamentais do GAME MUNDIAL ENTRE AS DUAS
COALIZÕES EM LIDE. Assim, ainda que não visível, as alterações nas correlações de força entre as duas
coalizões irá, mais cedo ou mais tarde, afetar o jogo local no interior, p.ex., da sociedade brasileira. Esta
conexão não é possível de ser feita agora, pois não está disponível ao discernimento analítico. Mas o
analista deve estar atento para os eventuais sinais que podem emergir a qualquer momento ­ e será
necessariamente surpresa. A CRISE ECONÔMICA e GEOPOLÍTICA GLOBAL é ambiente muito criativo de
alternativas e de bruscas reversões de situação.
Isto posto, o que a "questão turca" ilumina e modifica não só no imediato do conflito sírio, mas de uma
maneira regional e continental?

GAZ E PETRÓLEO

Os acordos e estabilização dos interlocutores nos poderes nacionais são terreno para um dos aspectos
cruciais do GAME GLOBAL. Nos mapas 02 e 03 apresentamos os percursos alternativos da entrega de gaz
e petróleo da Rússia, do Irã e da Ásia Central para a Europa e Leste­Europeu.
Sem ser esta a oportunidade para analisar esta complexa geoeconomia e geopolítica, MundiWar apenas
trás os elementos pictóricos da situação e da transcendência da Turquia nesta trama. 
Quem diz que o petróleo comanda toda a relação de disputa entre a COALIZÃO ATLÄNTICA e a
COALIZÃO EURASIANA erra. É fator importante, mas não o fundamental.

NOVA ROTA DA SEDA E A INTEGRAÇÃO GEOECONÔMICA EURASIANA

Os mapas 03, 04 e 05 mostram a transcendência de toda o RIMLAND, e a transcendência da Turquia nesta
dialética geoeconômica e geopolítica.

O desespero estratégico norte­americano não é conjuntural. É estrutural. Na verdade, se tais projetos de
integração são com alguma certeza historicamente viaveis ou não, não é importante. O importante é que
sejam CONVINCENTES para os PLAYERS neste exato contexto, na atual conjuntura. E são. Os USA nada
podem prometer de convincente a qualquer nação da área. A COALIZÃO EURASIANA fundeada pelos
poderes econômicos da Alemanha (em última análise da Europa) e da China nos dois extremos tem uma
promessa apresentada, da qual nenhuma nação do amplo arco interior eurasiano pode se auto­excluir.

É destas promessas que as escolhas de cada PLAYER se nutrem nesta conjuntura.

Nesta edição de MundiWar trata­se de apresentar a abertura da análise. O seu aprofundamento dar­se­á
nas subsequentes matérias.

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