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JUSTIFICATIVA PARA O CURSO DE SERVIÇO SOCIAL

As 100 vagas autorizadas para o Curso de Serviço Social do Centro Universitário Una
são sustentadas em dois eixos principais a saber:

CONCEPÇÃO FORMATIVA NA ÁREA DE SERVIÇO SOCIAL


O Curso de Serviço Social do Centro Universitário Una, com autorização – Deliberação
do CEPE, Ata da Primeira Reunião Ordinária de 24/05/2006 (e-MEC: Portaria do Reitor
30/03/2006) junto ao Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (CEPE) e do Conselho
Universitário (CONSU) e com Reconhecimento – Portaria MEC 363 de 23/08/2011 (DOU
25/08/2011), constitui-se como o terceiro Curso em Serviço Social criado na capital do Estado
de Minas Gerais1 com início das suas atividades no mês de agosto de 2006.
O curso no Centro Universitário Uma atende à necessidade de formação de bacharéis
em Serviço Social com a finalidade de compartilhar e produzir conhecimentos, estudos e
pesquisas de forma assegurar uma formação acadêmica sintonizada com as questões
históricas da profissão e da relação entre Estado e Sociedade Civil, e dos direitos humanos
ampliados no contexto das políticas sociais.
O eixo Serviço Social tem por finalidade compreender o significado sócio-histórico da
profissão na divisão social do trabalho, a dimensão da formação acadêmica a partir dos
fundamentos históricos, teóricos e metodológicos.
A discussão do tema trabalho é um eixo central para a análise crítica das
transformações societárias, bem como para a apreensão da sociabilidade capitalista e seu
desenvolvimento histórico. Nesta perspectiva, o significado ontológico-social do trabalho,
como atividade genérica e fundante do homem, será o eixo articulador da formação
acadêmica dos/as graduandos/as, observando a necessidade da reflexão do processo de
trabalho, da produção de riqueza social e da reprodução social na determinação da questão

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O primeiro curso de graduação em Serviço Social do Estado de Minas Gerais e da capital mineira foi o da
Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, criado em 17 de julho de 1946. No ano de 2004, a Universidade
Salgado de Oliveira (Universo) Campus Belo Horizonte ofertou a graduação em Serviço Social, porém encerrou
as atividades no ano de 2012. Em 2006, o Centro Universitário Una lança a graduação em Serviço Social
sintonizada com as diretrizes curriculares da Associação Brasileira de Ensino e Pesquisa em Serviço Social
(ABEPSS) e direção estratégica da profissão, sendo estes os diferenciais e caracterizado o 3º curso criado em Belo
Horizonte. Paralelo a isso, há o registro da oferta da graduação em Serviço Social em outras cidades da região
metropolita de Belo Horizonte, como o da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais campus Contagem,
com as atividades encerradas em 2015; a Faculdade Presidente Antônio Carlos (Unipac) em Betim, com o
encerramento em 2013. Consta também na plataforma do e-mec outros cursos alusivos a este período, porém
na modalidade à distância (Ead).
social. Considerar-se-á também a especificidade do trabalho do/a assistente social e os
rebatimentos das transformações no contexto do capitalismo contemporâneo em suas novas
configurações.
O eixo questão social será analisada a partir de sua gênese e de seus desdobramentos,
tornando-se crucial recuperar suas principais abordagens teóricas, assim como suas diversas
expressões no Brasil e em Minas Gerais. A articulação dos eixos acima citados deve-se também
às áreas de estudos, pesquisas e extensão do corpo docente que constitui a graduação.
Para isso, o curso no Centro Universitário Una em seu processo formativo, contempla
os eixos centrais do campo denominado educação em Direitos Humanos, pois conforme Maria
Victoria Benevides (20002), estruturar a formação neste viés pressupõe um amplo tratamento
em três pontos essenciais: primeiro, é uma educação de natureza permanente, continuada e
global. Segundo, é uma educação necessariamente voltada para a mudança, e terceiro, é uma
inculcação de valores, para atingir corações e mentes e não apenas instrução, meramente
transmissora de conhecimentos.
Acrescente-se, ainda, e não menos importante, que ou esta educação é compartilhada
por aqueles que estão envolvidos no processo educacional – os educadores e os educandos -
ou ela não será educação e muito menos educação em direitos humanos. Tais pontos são
premissas: a educação continuada, a educação para a mudança e a educação compreensiva,
no sentido de ser compartilhada e de atingir tanto a razão quanto a emoção.
A Educação em Direitos Humanos é essencialmente a formação de uma cultura de
respeito à dignidade humana através da promoção e da vivência dos valores da liberdade, da
justiça, da igualdade, da solidariedade, da cooperação, da tolerância e da paz. Portanto, a
formação desta cultura significa criar, influenciar, compartilhar e consolidar mentalidades,
costumes, atitudes, hábitos e comportamentos que decorrem, todos, daqueles valores
essenciais citados – os quais devem se transformar em práticas.
O projeto formativo em Serviço Social aqui defendido, reafirma, ainda, a concepção de
seguridade construída pela categoria profissional de assistentes sociais, expressa no

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Maria Victoria Benevides é Professora de Sociologia da Faculdade de Educação da USP e vice-coordenadora da
Rede Brasileira de Educação em Direitos Humanos. A definição de educação em Direitos Humanos passa a ser
amplamente socializada na oportunidade da abertura do Seminário de Educação em Direitos Humanos com a
palestra “Educação em Direitos Humanos: de que se trata? ”, São Paulo, 18/02/2000. Disponível em:
http://www.hottopos.com/convenit6/victoria.htm
documento denominado “Carta de Maceió” (2000)3, sendo a seguridade social entendida
como um padrão de proteção social de qualidade, com cobertura universal para as situações
de risco, vulnerabilidade ou danos dos cidadãos brasileiros.
A participação histórica de assistentes sociais na construção das políticas de assistência
social, saúde e previdência como política de direito, tem rompido com as concepções
baseadas no favor e na benesse, como parte do Sistema de Seguridade Social, constitui-se um
patrimônio para a categoria em seu compromisso ético-político na luta contra a desigualdade
social no país, porém, mesmo assegurada num plano legal, tem sido atropelada pelas
reformas neoliberais que atentam contra o aprofundamento da democracia e da cidadania na
sociedade brasileira.
Junto a estes elementos, o curso se pauta na articulação entre ensino, pesquisa e
extensão, e visa fortalecer a contribuindo para a formação de quadros acadêmicos e
profissionais com competência e compromisso com o Projeto Ético-Político do Serviço Social.

A REALIDADE SOCIAL

Belo Horizonte é a capital do estado de Minas Gerais. A população do município em


2010, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), era de 2. 375. 151
habitantes, sendo o município mais populoso de Minas Gerais e o sexto do Brasil, atrás de São
Paulo, Rio de Janeiro, Salvador, Fortaleza e, mais recentemente, Brasília, apresentando uma
densidade demográfica de 7 167,02 hab./km² e uma taxa de urbanização de 100%. Isso não
se deve à área do município, mas à saturação das áreas disponíveis, o que tem incentivado
fortemente a verticalização das construções no município e a especulação imobiliária nas
cidades da região metropolitana mais próximas da capital, como Nova Lima, Santa Luzia e
Contagem, entre outras. Da população total, 1. 113. 513 habitantes eram do sexo masculino
(46,88%) e 1 261 638 do sexo feminino (53,12%), com uma razão sexual de 88,26. Quanto à

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A Carta de Maceió (2000), consistem um documento síntese escrita pelos/as assistentes sociais perticipantes
como delegados/as reunidos/as no XXIX Encontro Nacional CFESS/CRESS, na cidade de Maceió (AL), entre os dias
3 e 6 de setembro de 2000, representando o conjunto dos/as assistentes sociais brasileiros/as, afiançam
publicamente a importância da luta em defesa da Seguridade Social pública no país. Este documento ganhou
força e notoriedade no campo político da profissão na oportunidade da realização do 5º Encontro Nacional
Serviço Social e Seguridade Social realizado em 2015 na cidade de Belo Horizonte (MG).
faixa etária, 452 963 pessoas tinham menos de 15 anos (19,07%%), 1 716 194 entre 15 e 64
anos (72,26%) e 205 994 possuíam 65 anos ou mais (8,67%).
O Índice de Desenvolvimento Humano do município é considerado alto, de acordo com
dados do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento. Segundo dados do relatório
de 2010, divulgados em 2013, seu valor era de 0,810, sendo o segundo maior de Minas Gerais,
atrás apenas de Nova Lima (0,813), e o vigésimo do Brasil. Considerando-se apenas o índice
de longevidade, seu valor é de 0,856, o valor do índice de renda é de 0,841 e o de educação é
de 0,737. A incidência de pobreza, em 2003, era de 5,43% (o índice subjetivo era de 3,64%).
De 2000 a 2010, a proporção de pessoas com renda domiciliar per capita de até 140 reais
reduziu em 59,3%. Em 2010, 95,6% da população vivia acima da linha de pobreza, 3%
encontrava-se entre as linhas de indigência e de pobreza e 1,4% estava abaixo da linha de
pobreza. No mesmo ano, o índice de Gini era de 0,60 e os 20% mais ricos eram responsáveis
por 65% no rendimento total municipal, valor quase 23 vezes superior à dos 20% mais pobres,
que era de 2,85%.
Segundo dados do início da década de 1990, Belo Horizonte possuía 132 favelas, que
ocupavam uma área de 10 046 575 m² e abrigavam uma população de 346 480 habitantes. O
surgimento dessas favelas ocorreu junto com a criação da cidade. Os trabalhadores que foram
para Belo Horizonte com objetivo de construir a cidade moravam precariamente em
acampamentos, canteiros de obras, favelas, vilas e aglomerados. Os operários que não foram
contemplados com lotes, como foram os funcionários públicos e comerciantes daquela época,
organizavam-se naqueles terrenos.
A elevada desigualdade de renda observada para o Brasil, também pode ser notada
em diversas regiões do país. O estado de Minas Gerais possuía em 2000 um índice de Gini
ligeiramente inferior ao do país, igual a 0, 597, mas ainda assim com valores elevados. A Região
Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) apresentava valores um pouco mais elevados do
que os observados acima para esse mesmo ano, 0,63, superior ao de outras regiões
metropolitanas brasileiras. Em estudos mais localizados, Cerqueira (2004) estimou a
desigualdade de renda para a RMBH e para o município de Belo Horizonte para dados do
Censo Demográfico de 2000 e constatou que o primeiro era menos desigual que o segundo.
Este último autor mostrou ainda que existiam marcantes disparidades entre as áreas de
planejamento do município de Belo Horizonte.
Assim, percebe-se que a desigualdade e pobreza podem ser analisadas em diferentes
recortes geográficos de análise, inclusive para dados desagregados para áreas específicas de
municípios. Uma maneira capaz de revelar relações entre a diferença de rendimentos,
pobreza e desigualdade em uma perspectiva espacial para dados municipais é a comparação
entre os setores de habitação de um município, como o setor subnormal – favela e
assemelhados – e o restante da população – o setor normal.
Porém, ao mesmo tempo, tem-se que a materialização das ofertas das políticas sociais,
entre elas, a política de assistência social, que deve se orientar pelas diretrizes estruturantes
da matricialidade sociofamiliar e da territorialização. Essas diretrizes são fundamentais para
que a proteção socioassistencial seja garantida aos usuários da política de modo integral e
transversal. Assim, coloca-se o desafio de operacionalizar a identificação dos fenômenos de
desproteção social e da caracterização do púbico alvo da política de assistência social sem
incorrer em leituras fragmentadas ou parciais. Desse modo, essa etapa da análise situacional
busca articular essas duas dimensões, reunindo dados e informações que contribuam para a
caracterização do púbico prioritário da política de assistência social em Belo Horizonte, ao
mesmo tempo em que tragam indicativos sobre os fenômenos de desproteção social aos quais
esses públicos estão mais expostos.
A pobreza monetária corresponde a uma dimensão importante da vulnerabilidade
social. Para abordar a situação de pobreza e extrema pobreza foram utilizados como fonte de
dados o Censo 2010 do IBGE e o CadÚnico.
O gráfico a seguir apresenta a distribuição de renda nas nove regiões do município,
utilizando como recorte a porcentagem de domicílios com renda per capita mensal de até 1/8
do salário mínimo, e de até ¼ do salário mínimo, que representam outra abordagem para
medir extrema pobreza e pobreza, conforme dados do Censo 2010 IBGE.
Percentual de famílias em situação de pobreza e extrema pobreza – 2010
As regionais com os percentuais mais expressivos de famílias com renda per capita de
até 1/8 do salário mínimo são, respectivamente, Centro-Sul, Venda Nova e Norte, que
também apresentam as maiores concentrações de pessoas com renda per capita de até ¼ de
salário mínimo.
Por outro lado, ao se averiguar a renda per capita média em salários mínimos de cada
regional, observa-se que a região Centro-Sul apresenta a maior média, aproximadamente 7,5
salários per capita por domicílio por mês. Esta média é mais que o dobro das médias
apresentadas pelas regiões Oeste e Pampulha, aproximadamente 3,0 salários mínimos; é três
vezes maior que a média das regiões Leste, Nordeste e Noroeste, aproximadamente 2,5
salários mínimos; e, é aproximadamente cinco vezes maior que as regiões Venda Nova, Norte
e Barreiro, que apresentam as menores médias do município, aproximadamente 1,5 salário
mínimo.
Ainda utilizando os dados do IBGE, e seguindo o recorte do Programa Brasil Sem
Miséria, na ocasião do Censo 2010, foram considerados em situação de pobreza aqueles que
possuíam renda domiciliar per capita de até R$ 140,00. Em situação de extrema pobreza, o
valor da renda era de R$ 70,0020 . Os dados do Censo apontaram que em 2010 havia no
município 32.407 pessoas que se encontram em situação de extrema pobreza, o que
corresponde a 1,4% da população4.

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Conforme Boletim MDS/2012-Caracterização da Extrema Pobreza. Disponível no site
http://aplicacoes.mds.gov.br/sagi/RIv3/geral/carrega_pdf.php?rel=extrema_pobreza. Acessado em:
O Censo 2010 revelou ainda que do total dos extremamente pobres no município, 8,4%
(2.717 indivíduos) são crianças de 0 a 3 anos e 5,7% (1.842 indivíduos) estão na faixa entre 4
e 5 anos. O grupo de 6 a 14 anos por sua vez, totalizou 23,6% (7.662 indivíduos) na extrema
pobreza, enquanto no grupo de 15 a 17 anos totalizou 4,8% (1.565 jovens). Isso significa que
42,5% dos extremamente pobres do município têm de 0 a 17 anos. É importante também
destacar que, do total de pessoas extremamente pobres, 15,1% são pessoas com mais de 60
anos, como se observa no gráfico a seguir.
Percentual dos extremamente pobres por grupo etário – 2010

Do total de extremamente pobres no município, 18.259 são mulheres (56,3%) e 14.147


são homens (43,7%). Com relação à raça, aproximadamente 29% se classificaram como
brancos, 16% se declararam pretos e 53% como pardos; e, por fim, aproximadamente 2% se
declararam amarelos ou indígenas.
Percentual dos extremamente pobres por raça – 2010

janeiro/2018
O Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal - CadÚnico – é um
instrumento que visa coletar os dados e informações com o objetivo de encontrar e identificar
as famílias de baixa renda existentes em todo o país5 e, dessa forma, ofertar a elas a
possibilidade de acessar as políticas sociais de transferência de renda, isenções, benefícios e
serviços socioassistenciais.
Para o Cadastro Único, são consideradas famílias de baixa renda aquelas com renda
mensal per capita de até meio salário mínimo ou até três salários mínimos de renda familiar
total, que demandam prioritariamente acesso às políticas sociais. As famílias com renda
familiar superior a este recorte também podem ser cadastradas, desde que sua inclusão seja
vinculada à seleção ou ao acompanhamento de programas sociais ou serviços
socioassistenciais, ou seja, trata-se da possibilidade de inserir no CadÚnico famílias com
outros tipos de vulnerabilidade, além da vulnerabilidade de renda.
Ao longo do período de 2012 a 2017, observa-se uma queda acentuada do número de
famílias cadastradas no CadÚnico, a despeito das oscilações de 2013 e 2014. O mesmo
ocorrendo com o número de famílias beneficiárias do Programa Bolsa Família.
Segundo a tabela abaixo, o número de famílias cadastradas teve um aumento de 2012
para 2013 e também de 2013 para 2014, mas, a partir de 2015, começa a haver uma redução
no número de famílias cadastradas. Em 2016, é possível verificar nova queda e em 2017 há
um aumento do número de famílias cadastradas.
Número de famílias cadastradas no CadÚnico e diferença percentual (%) por ano (2012-
2017) - Belo Horizonte

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2 http://www.programadogoverno.org/inscricoes-cadastro-unico-2014-cadunico/
De acordo com a tabela abaixo, neste mesmo período, houve redução no número de
famílias beneficiárias do PBF em 22%, portanto, em cinco anos, o número de famílias
beneficiárias foi sendo reduzido em quase um quarto. Ao todo, 16.390 famílias deixaram de
receber o benefício.
Número de famílias beneficiárias do PBF e diferença percentual (%) ano-a-ano
(2012-2017) - Belo Horizonte

Ou seja, como podemos observar, este pequeno recorte com base nos aspectos de
vulnerabilidades e riscos sociais e violações de direitos da população de forma em geral e o
público beneficiado pelo programa Bolsa Família no município de Belo Horizonte, é um
exemplo das demandas que requer mudanças estruturais para um País com um passivo
secular de desigualdade social e concentração de renda, o Estado, no cumprimento de suas
atribuições constitucionais, deve necessariamente ser agente indutor e implementador de
políticas sociais que assegure proteção a indivíduos e famílias que vivenciam situações
diversas de desproteção social, junto as pessoas com deficiência, povos e comunidades
tradicionais, juventudes e vulnerabilidade, população em trajetória de vida nas ruas, violência
e violações de direitos, violação de direitos de crianças e adolescentes, violação de direitos de
idosos, exploração do trabalho infanto-juvenil.
O assistente social faz o planejamento e a execução de políticas públicas e de
programas sociais voltados para o bem-estar coletivo e a integração do indivíduo na
sociedade. Ele trabalha com questões como exclusão social, acompanhando, analisando e
propondo ações para melhorar as condições de vida de crianças, adolescentes e adultos.
Cria campanhas de alimentação, saúde, educação e recreação e implanta projetos
assistenciais. Em penitenciárias e abrigos de menores, propõe ações e desenvolve a
capacitação para inclusão.
É importante lembrar que a profissão é regulamentada desde 1993, pela Lei de
Regulamentação da Profissão nº 8.662/1993. A profissão é regulamentada pelo Conselho
Federal de Serviço Social e os Conselhos Regionais.

MERCADO DE TRABALHO

A demanda por assistentes sociais é crescente no Brasil, de acordo com o Conselho


Federal de Serviço Social (CFESS). A entidade tem registrados cerca de 160 mil profissionais.
O forte continua sendo o setor público, em que as vagas costumam ser preenchidas por
concurso. As oportunidades estão nos Centros de Referência Especializados de Assistência
Social, presentes em todos os municípios do país, e no Instituto Nacional do Seguro Social
(INSS), mas também em escolas, creches, hospitais, unidades básicas de saúde e ambulatórios
especializados.
Programas sociais do governo federal, como o Bolsa Família e o Programa de
Erradicação do Trabalho Infantil (Peti), ampliam a procura para além das grandes cidades. Nos
próximos anos deve crescer a procura na educação, já que tramita no Congresso Nacional uma
lei que exige a presença do assistente social nas escolas públicas. Ele irá compor equipes, com
pedagogos e psicopedagogos, para dar apoio a alunos com dificuldades de aprendizagem.
ONGs e fundações também contratam o assistente social para atuar nos movimentos
sociais ligados aos direitos das crianças e adolescentes, de idosos, da mulher, de negros, de
indígenas e da comunidade LGBT.
Os espaços profissionais do assistente social situam-se nas áreas das políticas sociais
públicas e privadas, ou seja, o assistente social é requisitado para o planejamento, a gestão e
a execução de políticas, programas, projetos e serviços sociais. Atua prioritariamente no tripé
Assistência, Saúde e Previdência que compõem a Seguridade Social. Está presente também
em ações relacionadas às políticas direcionadas aos segmentos populacionais: criança,
adolescente, idoso, mulher, negro e índio.
Algumas áreas e instituições de atuação do assistente social:
 Assistência Social Pública: Órgãos de Bem Estar Social; Secretarias Municipais ou
Estaduais de Assistência Social, Centros de Atendimento à população em situação de
risco social (crianças, adolescentes, idosos, migrantes);
 Saúde pública e privada: Secretarias de Saúde, Unidades Regionais de Saúde, Centro
de Saúde, Hospitais, Clínicas, Planos de Saúde, etc.
 Previdência Social: órgãos da previdência social pública ou privada em nível federal,
estadual e municipal;
 Área Empresarial: indústrias, empresas públicas e privadas, órgãos patronais de
Serviço Social (SESC e SESI);
 Habitação: Órgãos de financiamento e planejamento habitacional, companhias e
cooperativas habitacionais;
 Educação: Secretarias de Educação, escolas públicas e particulares, centros de
educação especial, Centros de readaptação de crianças, Universidades;
 Área sócio-jurídica: Secretarias de Segurança Pública, Delegacias, Forças Armadas,
Penitenciárias; Tribunais de Justiça, Promotorias, Defensorias Públicas e Serviços de
Assistência Jurídica;
 Movimentos Sociais Populares: Associação de bairros e/ou moradores, movimentos
populares; comunidade de base, núcleos de produção comunitária e cooperativas;
 Terceiro Setor: Organizações Não-Governamentais;
 Conselhos de Políticas Públicas: Conselhos de Saúde, Conselhos da Assistência Social,
Conselho dos Direitos da Criança e do Adolescente Conselhos de Idosos;
 Ensino e Pesquisa em Serviço Social: ensino dos conteúdos específicos e supervisão de
estágios em Serviço Social e desenvolvimento de pesquisas.
Outras áreas de atuação do/a assistente social
PODER LEGISLATIVO ESTADUAL E MUNICIPAL
- Assessoria legislativa, nesta área, a atuação dos (as) assistentes sociais que
assessoram deputados estaduais e vereadores tem como eixo central contribuir para a
articulação dos mandatos parlamentares com os movimentos e entidades do campo
democrático popular.
POLITICAS PÚBLICAS
- Saúde
- Saúde Mental
- Assistência Social
- Previdência Social
- Educação
- Desenvolvimento urbano / Habitação
- Política Agrária
- Direitos Humanos
- Meio Ambiente
- Órgãos de Controle Social
SÓCIOJURÍDICO
- Judiciário
- Ministério Público Estadual e da União
- Defensoria Pública Estadual e da União
- Medidas Sócioeducativas
- Sistema Penal/Prisional
- Polícia Civil
- Exército
TERCEIRO SETOR
- Associações
- Entidades
- Fundações
- Institutos
- Organizações não governamentais
- Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIPs)

Por fim, é importante destacar que está surgindo uma nova área de atuação do
assistente social: a socioambiental. O profissional é requisitado para atender, por exemplo,
comunidades impactadas por construções de usinas hidrelétricas ou então que passaram por
um problema ambiental causado pelas mudanças climáticas, como secas extremas ou
inundações. A procura é maior no Sudeste, mas há demanda em todo o país.
O Curso de Serviço Social no Centro Universitário Una visa formar lideranças de
pensamento em apoio aos valores universais de sustentabilidade, responsabilidade e ética de
forma sintonizada com as mudanças no mundo do trabalho e necessidades sociais.

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