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Historia Ona © Daioco 4 MstOMA Le Encerra o livro 0 capitulo intitulado “Historia Oral e Educacéo: Tecendo Vinculos @ Possibilidades Pedac jicas* é: A O eee ee ee OO Oe oii noranes rca do, ter pedagégico da Histéria Oral, dest : A rope aera conc dni ter A HISTORIOGRAFIA CONTEMPOMNSA of J Maria Paula Araiijo metodologia, técnica e fonte é vista pelas autoras como “movimento” , nte & vista pelas autor a do sujeito individual ou coletivo em si Bes. = i ot let suas reflexGes sobre si mesmo e Como o letor pode per < ie non SOLIe os GGT earBEH TE STIRS of lacdes ent sente obra se apdia guardam fortes vin Yo lagdes entre si. Pereebe-se através das expeencase rellovbesteorcas f InTRODUGAO ‘Ak Histia Oral e seu desenvolvimento nas utimas décadas se cs compartilhadas, uma associacio muito proficua entre a Histéria Oral e ico em torno dos paradigmas mais qerais waea, implicando a ia per oot YO Tania Maria Fernandes 0 setores margnalizados da popula ° alzados da popula. Certamente signifatvas te Silo a contigs de Hetra Oral pare 0 exude os marginal. io visdo de Jean-Clauge Schmit una Sociedade 36 serra por inte no tratomento de su0s ma interno atamento de suas margens, pois a partido centro ¢ impo: ye pistividade, que possibilito sel tac om aru adie na O autor oi Fg os doipupose setores sodas [epIIos ee a alee ae aaa en Ben eta hia sem como a vivencia de “traumas historicos” como Gus pode se oral oc aneinalidede que waduz ura stuacéo | sc Tetoentto genociios eo ramdpNovascorentes come 8 18 dae um estatuto marginal ea de exeluso que asa von sphere Soe ae usta oe Sin stro mone aso oe ease | 1B a se ee ae Gm on lao 2 corpo sacl Certamente, a marginaidade€ catego Se ee sot docaldaen rer PR as presen neste Io, acedtando-se que pele da Historia Oral se { amo nevo pare a pesquisa historica que valoriza as Uaietorias devo Y ES Pa SSIS SES ea cee os depoimentos pessoais que se colocam, também, como fontes do 1 com esperanca, na transitoriedade cumentats para a reflexdo historica = eee movimento renresentou uma valorzaclo de papel eda aco Gegigis a isto eet asa tanto no sta dada Sa ra historiografia manista-, 0 que veio favorecer a consolidacso se ger Gases etude ors felts no carpe de ea onl © 2” Certamente, este movimento, que aponta para concepcoes da historia, a trav algumas marcas que podem ser localizadas no debate historiogra fico des 720 com a Escola dds Annales. A superagao dos baradigmias fundantes da historia dos Anoles, iniciada na década Za gb \deaaio. me significa ura anulacao do® debates que he deram sus- 9°», | fentacdo ¢, por este motivo, julgamos importante retomar a, Bc es travada a parit-da Escola des Annals, ressaltando alguns pontos signi- e Foatvos pora a historogtaia des ultimas décades. a | (CARUPTURA DA ESCOLA DOS ANNALES de sua condigéo. ‘Acscola dés Annales representou uma ruptura com a historiogra- fia tradicional, com o que se convencionou chamar paradigma Srankes” | Kee) B 7 Maria Anatio 8t TANiA FERNANDES ge HEs Annales, uma ample gama de mag da vida soc passou 9 et “2S Sbjeto de estudo do historiador Est2"PP Saver, passou a conta com tendo a frente Marc. carr », mesmo considerando seu ‘com a cousstituicao, para a época, de um novo modelo de historiografia. ° Este “novo” oficio do historiador, defendido por estes autores, df spontaa, nto 36 pare una lnstcig social expect, como pare oe ff Sorade a ceama gis ore wt omnes vestige” do pansado, © 3) no como Gaitestemunho da veade “peste” sobre ee pase Este "novo" documento deveria ser interpretadp e incorporado ao dialo- wy { qosuechisioradorpasava sos pe eae il, 7” \__ documentos, apart do momento em que caReours detente {Zp Sa Nest nid nies Le Col em pea a6 imo ro. 3°// ett por Mare loc 001 publcada depot da morte deste apresents uma refldo acerea ds mudaneas na hstoriogtafa contemporinea a part da Escola dos Armies, onde destace g hudionte da Wistda “posse /Ressata que ese orbs anes oot elects 99 Udo Taos onde inccave que o trabalho de hstoriador presenta Uma fase anterior 3 cleta dos fatos que exge “o concidncla que a fatabistenco nd 6 um fato postive srescentando que, 20 constr « const como “9 produto de me conskucdaatya de ua prte pare transformar @ fogte em documento e, em seguida, consttuir esses docy- ’ mepips, esses fatos histéricos emaxablegya* (Bloch, 2001: 19) “Os autores da revista dos Annales exaltavam 2 “historiografia / Bproblemat e critcavam a historia, que tomava como base 0 acon. tecimento, e se referenciava nos dc untos aos quais it : 5 documentos aos quais se credifava 0 & o Cae de verdage. Os investimentos de Bloch caminharam, também, Ro sentido Ge pensar 05 eventos como pracessas de lana duracgo in- y seridos em contexts socialmente determinados_Desta forme, Varios aspectos foram destacados com temp @ sociedad «0 sso A Proposta de Marc Bloch, segundo Lé Goff, era de alcancar uma “historia 20 mesmo tempo amoliada e mais oprofundeda’, oposta aque fn 4 quela produ- ida pelos historiadores esas oe aS 2) , 4 © Didtoco Da HISTOR ORAL Este primeito momento da histéria conternporénea foi, o longo Go século XX, deparando-se com questionamentos que originaram “ova histaria’ que, como coloca Peter Burke, “comecou a se interessar por virtuglmente toda @ histérig humana” (Burke, 1992: 11). Varios outros estudiosos foram adensando novas perspectivas « conceitas, delimitados, principalmente, gelo esgotamento das con: ‘cepgbes tracadas pela Escola dos Annales e pélas mudancas politicas ¢ sociais que marcaram as décadas de 1960.¢79. Jacques Le Goff e Pierre 7 Mors apresentaram, neste contexto, rés publicacoes fundamentais com 6 titulo Historia: novos problemas, novas abordagens, novos objetos, delimitando um novo patamar para o debate historiogrfico. Para Peter Burke, o periodo apés a década de 1960 possibilitou que os historiado: res se deparassem “com varias histérias notaveis de t6picos que anterior- mente nao se navia pensado possuirem uma histéria’, isto é, “que ndo se hvia parade que sofessem alteracdes no tempo e no espe". como 4 1 o-cliena, 0s ie | exemple destes topics eta “a nf, 0 mare 0 oucuta, UC || Cdoves. a suieia e a limpezo, 05 gestos, 0 corpo, 0 feminiidade, a fla e - | | ord mesmo o siléacio® (Burke, 1992: 21). ~ Entre estes novos conceitos que possibiltaram o estabelecimen- to de novas propostas metodolégicas e a criacao de novos campos de # 5 investigacdo para a historiografia, inclui-se a reviso da concepcao de 2— tempo. Michel Vovelle ampliou a idéia da “longa dusagsio" como refe- réncia de tempo para o objeto de andlise, ressaltando que esta possi~ bilitou, a partir da percepcao @as permanépcias, a construcao de uma nova nogaa.de mentalidase que, para ele, epee aus aideoloa sendo ‘tecida em-um tempo arrastado, alargando asstm a durabiidade e © efeito do passado nos grupos humanos” (D'Alessio, 1998: 20). ‘Uma outra questo importante que atravessa este processo de constituigdo do fazer histérico no século XX, que assume o tempo histé- * Fico como ponto de sustentacéo, diz respeito & yelacao entre histivia.e memiéria, destacando-se, neste sentido, a disting#o entre p te : Gro o ipa da soma’ Faa Le Co, 0 "vena tenpo damemésa 7 atravessa a hét6ria € o alimenta’, tomando como base a oposigao entre A passado ¢ presente, essaltando que esta oposicSo “nd é um dado na- tural mas sp Go" (Le Goff, 1996: 13). ‘A petspectiva de ampliacio dos temas ou tpicos a serem abor- dados requer, como coloca Burke, "uma maior variedade de atividades humanas” 0 cue implica para 0 historiador @ necessidade de "examinar ma maior voriedade de evidéncias’, indicando como algumas dessas evidénclas, as vguals © oraig [urke, 1992: 14). Neste contexto, verifica- se uma ampltagao da metodo acai, com aprofundamen- tos tedricos importantes norteados pelo debate historiografico, if % _— wisenis Ag Eeinte. 7 oeais.-- 15 7 Masan Arai 8 Tanta Feananoes X* Besta forma, a0 incorporarmox depoimento como fontao fa- \/" zemos, considerando sua dimensio analitica compatibiizando-a com ‘as mudancas conceituais formuladas no interior da propria historia. Re- ferindo-se a essas mudangas e a0 uso da historia oral, Alzira de Abreu {0997 195 solce que“ conciodefote se amatou ea ida de que elas forarngraguzidas ao longo do tempo se completa com a aceitacao de queo. ne constrdi também as suas fontes”. Além da possibilidade de construgéo da fonte, apontada por Alzira, 0 uso de entrevistas acena ppara uma nova forma de analise dos processos hist6ricos, compreendi- dos como resultado de elaboracio, podendo-se afirmar que “a histori. é sempre constuucda (Amado e Ferreira, 1996: xi). (aE cimento orl Percebido enquanto fonte histérica, s fontes tradicionais ¢ aos fatos, minimamente comprova- 1560s diferenciadas acerca de uma determinada pratica social ou de um acontecimento, no significando uma eyaltacso biografica e sim uma construcao historic. = ‘Novos temas, novas fontes , sobretudo,fovas abordagens — um horizonte praticamente inesgotével de possibilidades de pesquisa ¢ de narratvashistorogrficas. Este foo leqado da Esco a os historiadores dos séculos XX e ¥XL Sen us — Oo Ean UMA HISTORIOGRAFIA MILITANTE As iltimas décadas presenciaram uma renovac3o significativa no campo do debate historiografico internacional. Umé. parte desta reno- vvato foi produzida pela ebulicao da década de 1960 ~ e pela reflexio . \ oe © Didtoco oa wstORte ORAL fo The Times. Mas, antes disso, no prefacio de sua obra mais famosa A formacao da classe operdria inglesa Thompson explicitava: ‘Apenas 0s vtoriosos (..) so lembrados. Os becos sem sold, a causas perdidas e os préprios perdedores <0 esquecidos luddito,o teceldo do ‘obsoleto tear manual, o artesdo us ico (.) dos imensos ares Superiores de condescendéncia da e ‘posteridade (Thompson, 1987: 13). ~*~ No mesmo prefacio, Thompson insistia que seu objetivo era lan- «at luz sobre a atuacio dos trabalhadores ingleses e valorizat o grau com que “contribuiram, com esforcos conscientes, no fazer-se dabistéuio" (Thompson, 1987: 13) Num artigo j6 clésico para professores e estudantes de Histéria, Jim Sharp (1992) nos dé uma bela definicao da “historia vista de baiso’, a partir da correspondéncia do soldado William Wheeler, da 51° Infantaria Brténica que inoue Sahara Rees aicrigo. As cartas de Wheeler para _ sua esposa relatam a batalha do ponto de vista do soidado.. (.) @ experiéncia de suportar 0 fogo da artlharia francesa, a seu regimento destruindo um corpo de couraceiros inimigos com uma rajada de tiros, 0 espetéculo de montes de corpos > queimadgs de soldados britdnicos nas ruinas do castelo de Hougoumont, 0 dinheiro saqueado de um oficial hussardo Hot _ 372 francés, alvejado por um membro do destacamento a cargo SE de Wheeler (Sharp, 1992:40). Jim Sharp afirma que, nas iltimas décadas, varios historiadores, em varios paises, sentiram-se tentados a explorar o potencial deste tipo de fonte e narrar a histéria “do ponto de vista do soldado raso e ndo do grande comandante”. (Sharp, 1992: 40) — a —~K historia vista de baixo" estabeleceu um dialogo dos mais ricos ) (com a historia oral/fsto porauie, de uma forma geral, estes personagens ‘anénimos, subaltemnos, oprimidos que ela buscava nio tinham segistros cficais. Muitas vezes a forma para se chegar a estes personagens era o recurso as fontes orais:tradigdo oral, entrevstas e depoimentos. No Foo que ure desvetiet ne calles ¢ bi pale Beale mundo e que lota os Encontros de Histéria Oral, estja ligada as histé~ tas de trabalhadores, de comunidades ruralse urbanas marginalizadas, iaisexcluidos. Esta vertente de uma hist6ria oral militant, de grupos soc Hoo, Rien Estou tentando esgatro pobre teceldo dena. 0 meee 2.38 7

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