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A Terra, um planeta em mudança

→ Catastrofismo
Até meados do século XVIII, devido principalmente à imensa influência
religiosa sobre a população, a história da Terra foi sempre explicada por
grandes catástrofes que deram origem a tudo como conhecemos.
Georges Cuvier foi quem mais defendeu este princípio na época,
reunindo o consenso religioso e científico. O Catastrofismo dizia que
todas as transformações no planeta se devem a grandes catástrofes,
seguidas por períodos de extinção, e outros em que a fauna e a flora se
desenvolveriam novamente.

→ Uniformitarismo
James Hutton, no final deste século, começou a contestar a teoria
anterior, sobretudo por observação de materiais geológicas na Escócia.
Hutton observou que os sedimentos indicavam uma deposição lenta e
calma, sem perturbações, pondo de lado as hipóteses catastróficas.
Este princípio assentava em três principais pressupostos:
- As leis da física e da química não têm validade
- Princípio do Gradualismo: os processos de transformação
geológica são lentos e graduais, tal como hoje em dia
- Princípio do Atualismo: as forças geológicas são qualitativamente
as mesmas, ao longo da história (“O Presente é a chave do
Passado” Charles Lyell)

→ Neocatastrofismo
Este princípio é como uma conciliação entre os dois princípios
anteriores, embora assente no uniformitarismo, aceita também algumas
catástrofes que modificam o aspeto geológico da Terra (como sismos,
tsunamis e impactos de corpos celestes).
Assim, este princípio dita que o planeta se vai alterando,
principalmente por processos lentos e calmos, mas em que certos
momentos existem catástrofes que causam alterações globais.
→ Mobilismo Geológico
No início do século XX, começaram a surgir questões relacionadas
com a mobilidade da superfície da Terra, principalmente depois de
apresentada a Teoria da Deriva Continental. Wegener apresentou esta
teoria, assente em quatro argumentos gerais:

- Paleontológicos: existência dos mesmo fósseis, com a mesma


idade, em partes muito distantes do globo

- Morfológicos: correspondência entre as formas dos atuais


continentes

- Litológicos: existência de rochas iguais e com a mesma idade em


continentes atualmente separados

- Paleoclimáticos: existência de vestígios de climas semelhantes em


zonas atualmente muito distintas

O geólogo, com base nesta teoria, afirmou que, há muitos milhões de


anos, todos os continentes teriam estado juntos num único
supercontinente, a Pangea.
Ainda assim, esta teoria não foi aceite na altura, principalmente devido
à incapacidade de Wegener de explicar o que moveria os continentes.

→ Teoria da Tectónica de Placas


Só nos anos 60 é que a Teoria de Alfred Wegener é retomada e
corrigida, dando origem à Teoria da Tectónica de Placas, a mais aceite
atualmente.
Segundo esta teoria, a camada rígida da Terra (litosfera) está dividida
em placas, continentais e oceânicas, que suportam os continentes e
oceanos. Estas placas movimentam-se sobre uma zona com
comportamento fluido - a astenosfera -, pela ação das correntes de
convecção. As placas separam-se umas das outras por falhas e é nos
limites das placas que as forças tectónicas são mais evidentes.
Os limites de placas podem ser classificados em:

- Convergentes (estão a colidir)


- Divergentes (estão a afastar-se)
- Transformantes (deslizam horizontalmente)
(quando falamos em movimentação de placas)

- Destrutivo (quando à destruição de placas)


- Construtivo (quando à formação de novos materiais)
- Conservativo (quando não há destruição nem construção)
(quando falamos no que acontece há litosfera. Estes pontos correspondem aos limites
anteriores, respetivamente)

Os limites convergentes estão associados a dois tipos de choques:


placa continental com continental e placa oceânica com continental. Ao
primeiro caso associam-se cadeias montanhosas, pelo enrugamento
das placas, e não há qualquer tipo de vulcanismo envolvido, ainda que
possam ocorrer sismos. Ao segundo associamos zonas de subducção,
pois a placa oceânica (mais densa) afunda sobre a continental (menos
densa) e origina magma, o que leva ao intenso vulcanismo nestes
limites. Ainda podemos associar este último caso às fossas oceânicas e
sismos violentos.
Os limites divergentes associam-se à fragmentação de continentes, no
caso das placas serem continentais; e ao alargamento dos oceanos, no
caso das placas oceânicas. Existe uma grande fenda, o rifte, por onde o
magma ascende e cria uma nova placa. Este tipo de limite é marcado
pelo intenso vulcanismo (e ilhas vulcânicas, como os Açores) e alguns
sismos fracos.
Os limites transformantes caracterizam-se por não alterarem a
litosfera, pois as placas apenas se deslocam, apenas se movem
lateralmente. Estes ocorrem ao longo de falhas tectónicas onde as
placas se deslocam paralelamente, dando origem a sismos muito
violentos.
O Ciclo de Wilson, que dita o ciclo dos oceanos, é explicado com base
na tectónica de placas. Uma zona de divergência, em constante
afastamento, na qual começa a ascender água, afasta-se de tal forma a
criar um oceano. Consequentemente, num limite convergente, haverá a
destruição de um oceano também. Nesse caso, a placa oceânica
afunda sobre a continental, até toda a placa ser destruída.

Alice Correia
2017

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