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Planejamento

Orçamentário e
Empresarial
Material Teórico
Planejamento Estratégico

Responsável pelo Conteúdo:


Profa. Esp. Maria do Socorro de Souza

Revisão Textual:
Prof. Ms. Luciano Vieira Francisco
Planejamento Estratégico

• Planejar
• Estratégia
• Planejamento
• Objetivos
• Metas
• Princípios Gerais de Planejamento
• Etapas do Planejamento
• Níveis de Planejamento
• Tipos de Planejamento
• Empresa e Ambiente Macroeconômico
• Empresa e Ambiente Setorial
• Matriz Swot como Ferramenta de Análise do Planejamento Estratégico

OBJETIVO DE APRENDIZADO
Nesta Unidade abordaremos os conceitos básicos que envolvem
o processo de planejamento estratégico; os princípios gerais de
planejamento; as etapas que envolvem um planejamento; os níveis
hierárquicos do planejamento; os tipos de planejamento; o ambiente
macroeconômico e setorial da empresa e informações referentes à
matriz Swot.

ORIENTAÇÕES
Saiba que esta Disciplina tem como propósito contribuir para o seu aprendizado
no tema planejamento estratégico. Espera-se que, ao final de cada unidade,
você tenha embasamento teórico sobre os conceitos que envolvem o tema,
bem como capacidade para desenvolver um planejamento estratégico,
oferecendo-lhe contato com as discussões mais recentes dessa área; além
de lhe proporcionar momentos de leitura – textual e audiovisual – e reflexão
sobre os temas que serão aqui discutidos, contribuindo com sua formação
continuada e trajetória profissional.
Esta Disciplina está organizada em três unidades, cujo eixo principal será
[nominar o eixo], ou seja, que dê conta do desenvolvimento do planejamento
orçamentário através de dados e informações do planejamento estratégico, é o
que você encontrará nas próximas unidades.
UNIDADE Planejamento Estratégico

Contextualização
Em um ambiente de constantes mudanças econômicas, políticas e financeiras,
cada vez mais as empresas devem acompanhar suas atividades operacionais,
administrativas e financeiras, a fim de que possam permanecer no mundo corporativo.

Ou seja, metas ambiciosas em ambientes organizacionais complexos e maiores


tornaram-se práticas diárias nas organizações.

Dessa forma, o planejamento estratégico como instrumento de gestão é


imprescindível para que cada empresa possa concorrer com o mercado ao qual
atua, bem como criar vantagem competitiva entre os seus concorrentes.

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Planejar
Planejar significa estabelecer ações antecipadas que deverão ser executadas em um
determinado período de tempo. Tais ações devem permitir uma avaliação da integração
dos vários departamentos da empresa na elaboração dos objetivos estratégicos.

Para Sanvicente e Santos (2012) a execução dessas ações vincula-se aos


recursos necessários e à definição de atribuições e responsabilidades. Segundo os
autores, tais fatores são essenciais para que se alcance os objetivos fixados para
uma empresa e suas diversas unidades.

Planejar significa tomar decisões por antecipação para tentar controlar o futuro.
Nesse sentido, a definição dos objetivos da empresa deve ser coerente com as
escolhas viáveis definidas no plano (ACKOFF, 1983).

Entende-se por planos, guias que integram e coordenam as atividades da


organização de forma a alcançar os objetivos.

Estratégia
A palavra estratégia vem do grego estrategos, cujo significado é a arte de liderar
uma tropa. De acordo com Lunkes (2007): “O termo foi utilizado largamente pelos
exércitos para determinar as ações ofensivas, com o único propósito de alcançar a
vitória sobre o inimigo”.

Segundo Ansoff (1981), o conceito de estratégia tem origem nos problemas


em empresas norte-americanas de meados da década de 1950. As técnicas
administrativas existentes já eram insuficientes para o controle e permanência das
empresas no mercado, de tal forma que a demanda por produtos fora reduzida
mesmo com promoções ou ações de marketing. Nesse sentido, empresas de
consultoria da época voltaram seus esforços à elaboração de um novo método
que originou a administração estratégica. Tal conceito vem sendo utilizado por
empresas de pequeno, médio e grande porte.

Planejamento
Para Cardoso (2014) o planejamento é a função da administração responsável
pela definição dos objetivos da organização e pela concepção de planos que
integrem e coordenem suas atividades. Nesse contexto, no planejamento são
atribuídas as definições do que deve ser feito, representadas pelos objetivos e como
deve ser feito, significado pela elaboração dos planos.

Segundo Cardoso (2014), a composição do plano total da empresa deve


contemplar os planos individuais de cada área específica, como por exemplo:
planos mercadológicos, financeiros, de produção e de recursos humanos.

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UNIDADE Planejamento Estratégico

É imprescindível o entendimento de que um plano não é definitivo, sendo,


portanto, flexível e alterado a qualquer momento. Ackoff (1983) afirma que em
um plano deve ser considerado o relatório intermediário e que suas partes devem
interagir com as fases do processo de planejamento.

Objetivos
Para Sanvicente e Santos (2012) o planejamento, além de apoiar-se nas
limitações e oportunidades apresentadas pelos recursos da empresa e pelo ambiente
externo, baseia-se em padrões de desempenho ou em alvos de atuação, os quais
considerados desejáveis pela administração e proprietários da empresa.

Tais padrões ou alvos são também chamados de objetivos, quaisquer que sejam
as suas naturezas – alguma taxa de lucro sobre o ativo total, sobre o patrimônio
líquido, certo nível de faturamento, liderança tecnológica ou participação no
mercado etc.

Os objetivos devem ser quantificados por meio de uma unidade de medida: valor
monetário, unidade de produção, horas de trabalho etc.

Metas
As metas permitem o acompanhamento dos objetivos a serem alcançados em
um determinado prazo. Dessa forma, os objetivos devem:
Ser datados a fim de se estipular o período que se despenderá recursos
financeiros, humanos e operacionais para alcançá-los. Por exemplo,
a data para se atingir um determinado faturamento deve ser fixada.
Neste caso a meta dever ser acompanhada diariamente (SANVICENTE;
SANTOS, 2012).

Partes de um Plano, Segundo Ackoff (1983)

• Fins: especificação de objetivos e metas;


• Meios: escolha de políticas, programas, procedimentos e práticas por meio
dos quais se tentará atingir os objetivos;
• Recursos: determinação dos tipos e quantidades de recursos necessários;
• Implantação: procedimentos necessários à tomada de decisão e organização
para que o plano possa ser executado;
• Controle: parte do plano que identifica erros ou falhas que podem prejudicar
sua execução.

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Para melhor elucidar o processo que envolve os objetivos e um plano operacional,
Cardoso (2014) apresenta o seguinte exemplo:

Diálogo com o autor:


Objetivo – as metas da empresa com a realização das atividades dos seus
negócios, visando: aumentar a participação de mercado de seus produtos
na região Norte; procurando atingir resultados: (resultados desejados);
atingir uma participação de 11% do mercado de esferográficas e 18% do
mercado de lapiseiras, na região Norte.
Plano operacional é aquele que descreve como as ações deverão ser
colocadas em prática, suas características e prioridades.
Orçamento faz parte do plano financeiro traduzindo em valores o que foi
elaborado nos planos anteriores.

Princípios Gerais de Planejamento


Para Welsch (1983) no desenvolvimento de um planejamento alguns fundamentos
são primordiais e representam orientações, atividades e abordagens administrativas
necessárias à aplicação do conceito de planejamento e controle de resultados. O
autor relaciona os seguintes princípios:

• Envolvimento administrativo: consiste em ter a participação, confiança,


apoio e orientação da administração. Esse princípio está relacionado não
apenas à confiança por parte da administração, mas também ao fator de
envolvimento de todos da empresa a fim de, juntos, alcançarem objetivos
realistas e conhecidos;
• Adaptação organizacional: os centros de responsabilidade administrativa
devem ser bem definidos, as áreas que fazem parte da empresa devem ser
integradas e os gestores envolvidos necessitam ter visão clara e objetiva de
suas funções e das atribuições de seus pares;
• Contabilidade por áreas de responsabilidade: aqui o controle das receitas
e custos é essencial para o planejamento. O sistema contábil deve ter como
premissa o atendimento das necessidades administrativas de planejamento
e controle. O plano de contas deve contemplar todos os centros de
responsabilidade e relacionar todas as contas e operações existentes ou
previstas. A elaboração do plano de contas deve ser de tal forma que os débitos
e créditos sejam reconhecidos, entendidos e posteriormente analisados;
• Orientação por objetivos: o futuro da organização é favorecido quando
os objetivos são definidos em todas as áreas envolvidas. O estabelecimento
de objetivos favorece padrões que possam ser comparados a anteriores,
permitindo o grau de eficiência alcançado por todos. Da mesma forma, o
alcance dos objetivos específicos é facilitado a partir do momento em que se
cria condições para a avaliação de decisões;

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UNIDADE Planejamento Estratégico

• Comunicação integral: as responsabilidades e objetivos devem ser


reconhecidos por gestores e seus pares. A comunicação e as informações
devem, como regra, seguir um padrão de eficiência e eficácia, respondendo
a todos os relatórios de desempenho por área de responsabilidade;

• Expectativas realistas: as expectativas devem levar em consideração


o ambiente temporal e a análise do ambiente externo, dessa forma,
correspondendo a objetivos e metas alcançáveis;

• Aplicação flexível: a elaboração de um planejamento estratégico deve


prever a flexibilidade, deve ainda permitir a incorporação de informações
mediante justificativas adequadas a qualquer momento;

• Reconhecimento do esforço individual e do grupo: as realizações


individuais – positivas ou negativas – devem ser reconhecidas pela
administração. Fatores relacionados ao comportamento e desempenho –
favoráveis ou desfavoráveis – devem ser avaliados e, quando favoráveis,
necessitam recompensa. Da mesma forma, fatores desfavoráveis devem ser
avaliados e corrigidos com a participação dos gestores;

• Acompanhamento: ambos os desempenhos – favoráveis ou desfavoráveis


– devem ser analisados: os favoráveis para reconhecimento e disseminação
do conhecimento em áreas semelhantes; os desfavoráveis para construção
de ações corretivas de sentido construtivo e oferecimento de condições de
melhor planejamento e controle futuro.

Etapas do Planejamento
Para Welsch (1983) a função administrativa de planejamento é ampla e pode ser
analisada em termos formais, ou seja, que definem o grau conforme o processo de
planejamento é sistematizado e a forma pela qual as decisões administrativas são
definidas em projeções financeiras e planos padronizados. Dessa forma, esse autor
afirma que responsabilidades e objetivos devem ser avaliados de forma crítica, sendo
necessário o apontamento de possíveis efeitos sobre o grau de sucesso da empresa.

Considerando as etapas de um planejamento, Welsch (1983) inclui os


seguintes itens:

• Os objetivos gerais da empresa a longo prazo, devem ser formalizados;

• Os planos relacionados a linhas de produção, serviços, taxas de crescimento,


margens de lucro e retornos sobre o investimento devem ser formalizados
como subobjetivos necessários à execução dos objetivos gerais;

• As ações básicas devem ser estabelecidas e declaradas para que sejam


alcançados os objetivos gerais e os subobjetivos específicos;

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• As adoções de estratégias básicas devem seguir um plano de política detalhada;

• Deve-se formalizar um projeto planejado, com um plano de resultados a


longo e a curto prazo, contendo o fluxo de caixa, o capital circulante, as
receitas e despesas, orçamentos de capital e os balanços.

Welsch (1983) considera tais etapas como elementos de uma hierarquia de


objetivos, assim representados:

Quadro 1 – Hierarquia de objetivos

Objetivos Gerais Econômicos, clientes, empregados e proprietários


Objetivos Específicos Linhas de produtos, linhas de serviços, áreas geográficas, participação de
mercado, administração de capital, retorno sobre o investimento, margem
de lucro e rotação dos ativos
Estratégia Como agir – método de ação para atingir os objetivos gerais e específicos
Planejamento detalhado Decisões específicas para a implantação de estratégias, políticas e projetos
Planos formais de resultados: Resultados esperados, planos de projetos, planos de resultados a longo
prazo, planos de resultados a curto prazo
Fonte: adaptado de Welsch (1983)

No que se refere mais especificamente ao planejamento, a empresa


deve contar com um procedimento sistemático regular, tanto quanto o
permitam seus recursos, de coleta de informações sobre as condições do
ambiente externo que a circunda (SANVICENTE; SANTOS, 2012).

Níveis de Planejamento
Para Ansoff (1981) o sentido de planejamento pode ser considerado de acordo
com níveis, conforme o seu significado, o alcance ou impacto sobre a natureza dos
problemas que se pretende solucionar e está relacionado ao ato de planejar.

Dessa forma, o autor define que no nível de planejamento estratégico o


processo decisório está relacionado a fatores externos da empresa, mais comumente
às linhas de produtos e serviços e aos mercados atendidos. Por exemplo, a decisão
pela diversificação de produtos ou mercados é uma atividade estratégica.

No nível do planejamento administrativo, as decisões estão relacionadas a melhor


estruturação e utilização dos recursos humanos, físicos e financeiros da empresa.

Por fim, no planejamento operacional as decisões estão relacionadas à


utilização dos recursos de maneira eficiente em dado período, sempre com a
finalidade de resultados esperados no processo de produção. Neste caso, um
projeto de reformulação de sistemas de informações ou de reorganização de uma
divisão ou departamento são exemplos de atividades que, programadas para dado
período, estariam enquadradas nessa categoria.

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UNIDADE Planejamento Estratégico

Segundo Ansoff (1981), existe uma grande relação entre as atividades operacionais
e a elaboração do orçamento da empresa por um determinado período. Fazem
parte desse processo as áreas funcionais e linhas de produto, a programação das
operações, o acompanhamento da execução e a aplicação de medidas de controle.

Tipos de Planejamento
De acordo com os níveis hierárquicos, pode-se distinguir três tipos de
planejamento (OLIVEIRA, 1994), a saber:

Nível estratégico: as decisões nesse nível são estratégicas, logo, fazem parte do
planejamento estratégico e estão relacionadas a longo prazo, frequentemente
de cinco ou mais anos e afetam a empresa como um todo. As decisões nesse
nível estratégico comandam o futuro da empresa, avaliam o ambiente dentro
do qual essa organização opera ou venha a operar e são responsáveis pelo
desenvolvimento de estratégias voltadas ao alcance do objetivo pretendido
(LUNKES, 2007).

O planejamento estratégico segue três etapas básicas (LUNKES, 2007):

• Elaboração da estratégia – planejamento;


• Implementação da estratégia – execução;
• Acompanhamento da estratégia – controle.

Nível tático: as decisões táticas estão relacionadas ao planejamento tático e


envolvem objetivos de curto e médio prazo, geralmente de três a cinco anos.
Os objetivos nesse nível são quantitativos e mensuráveis, contemplam apenas
uma parte da empresa e normalmente estão associados ao alcance de retornos
financeiros estimados para os próximos anos (LUNKES, 2007).

Nível operacional: as decisões nesse contexto são operacionais, logo, estão


relacionadas ao planejamento operacional e representam a parte mais intensa
do planejamento estratégico, uma vez que envolvem as operações associadas à
utilização de recursos humanos e operacionais da empresa.

Enquanto os planos táticos proveem objetivos mensuráveis à empresa, não


indicam como devem ser administradas as operações do dia a dia; esta é a função
do planejamento operacional, o qual é um plano detalhado para as operações.
Dessa forma, o planejamento operacional deve conter:

• Recursos necessários para seu desenvolvimento e implantação;


• Procedimentos básicos a serem adotados;
• Produtos ou resultados finais esperados;
• Prazos estabelecidos; e
• Profissionais responsáveis por sua execução e implantação.

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Empresa e Ambiente Macroeconômico
Algumas variáveis macroeconômicas podem afetar – favoravelmente ou
desfavoravelmente – o planejamento estratégico de uma empresa. Entre os fatores
macroeconômicos mais importantes, Cardoso (2014) destaca:

• A política industrial do país;


• A política cambial;
• O crescimento esperado do Produto Interno Bruto (PIB);
• A política monetária e taxa de juros;
• O sistema fiscal e tributário, entre outras características.

Algumas dessas variáveis podem representar riscos aos negócios, afetando, por
exemplo, os valores das receitas esperadas. Após longos anos de moeda fraca
frente ao dólar norte-americano empresários brasileiros foram surpreendidos com
a valorização do real, fator que reduziu a rentabilidade das suas exportações.

Apesar de estar com uma inflação relativamente bem controlada desde a


implantação do Plano Real em 1994, e de uma razoável expansão de crédito nos
últimos anos, há ainda uma certa resistência, por parte das instituições financeiras
no Brasil, quanto ao crescimento de crédito, principalmente pelo fato de que os
juros pagos pelos títulos públicos ainda são altos e praticamente sem risco.

Se sua empresa for importadora, ela poderá ter vantagens com relação aos preços
em moeda estrangeira, mas, por outro lado, a manutenção de taxas de juros altas
poderá dificultar e encarecer o crédito para capital de giro (CARDOSO, 2014).

Por outro lado, alguns dados socioeconômicos podem influenciar o


desenvolvimento ou crescimento das empresas em determinados ciclos. Por
exemplo, o crescimento da renda per capita, ou maior distribuição de renda,
aumento real do salário-mínimo, entre outros aspectos.

No caso brasileiro, as alíquotas de Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI)


da indústria automobilística e da linha branca – geladeiras, fogões etc. –, foram
reduzidas para estimular o consumo, permitindo, assim, que esses setores não
paralisassem suas atividades ou mesmo demitissem funcionários.

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UNIDADE Planejamento Estratégico

Empresa e Ambiente Setorial


Analisar as variáveis microeconômicas em relação ao setor ao qual a empresa faz
parte, é essencial para o desenho de cenários e elaboração do planejamento estratégico.

Entre as principais variáveis microeconômicas, Cardoso (2014) relaciona:

• Organização, situação e posição dos fornecedores;


• Organização, situação e posição dos clientes;
• Tecnologia utilizada pelo setor;
• Concorrência;
• Preços;
• Logística de distribuição;
• Estrutura de crédito para compras e vendas; entre outras variáveis.

Relacionamento entre os Vários Processos que Compõem o Processo de


Planejamento das Organizações (FREZATTI, 2009)

De acordo com as informações do passado, se devidamente registradas em


uma base de dados estruturada e informatizada, pode-se desenvolver o processo
de planejamento.

As expectativas dos interesses externos relacionam-se aos acionistas, clientes


e governos. Os acionistas esperam por um lucro que atenda ao que foi investido
no negócio, os clientes desejam qualidade e um bom atendimento da empresa e o
governo busca interesses nas contribuições fiscais.

As expectativas dos interesses internos, ou seja, dos executivos, interagem com


as pressões dos agentes externos. Os executivos têm pretensões monetárias, de
carreiras e mesmo de poder, as quais, uma vez afetadas pelas pressões externas,
proporcionam a definição de planos de negócios que tornem viável a perseguição
de objetivos nem sempre harmônicos.

Considerando que a visão de longo prazo deve preceder as ações de curto prazo,
as questões estratégicas devem ser tratadas. Nesse sentido, missão, estratégias,
políticas e objetivos de longo prazo são definidos, revisados e ajustados. Tal
procedimento permite coerência de atitudes e consistência ao longo do tempo.

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Matriz Swot como Ferramenta de Análise
do Planejamento Estratégico
O planejamento estratégico é um processo de gestão empresarial que formula
opções para cumprir os objetivos estabelecidos pela empresa, levando-se em
conta tanto as condições da economia, o setor onde operará e sua capacidade
e estrutura interna.

Quem faz planejamento estratégico analisa as forças – ou vantagens – e fraquezas


– ou desvantagens – que a empresa possui para competir no mercado em que
se insere. Procura explorar as oportunidades que possam ajudar a melhorar sua
presença no mercado, assim como minimizar as ameaças à sua situação. A essa
análise dá-se o nome de Fofa – Forças, Oportunidades, Fraquezas e Ameaças –, ou
do original em inglês Swot – Strengths, Weaknesses, Opportunities and Threats.

A plena compreensão dos objetivos da empresa, das condições em que competirá


e da necessidade de colaboração mútua de todos os participantes, corresponde a
componentes fundamentais ao sucesso do negócio. Daí a necessidade de envolvimento,
motivação e conscientização dos funcionários no processo do planejamento.

Ameaças e Oportunidades
Tais elementos mostram a organização “olhando para fora” e identificando as
oportunidades que deseja auferir, bem como as ameaças existentes. Exemplo de
oportunidade: crescimento do mercado potencial em razão do aumento da renda.
Exemplo de ameaça: entrada de novos concorrentes externos por abertura de mercado.

Pontos Fortes e Fracos


Apresentam o lado interno, em que a empresa tem a sua força e vulnerabilidade
a tratar. O importante nessa metodologia é perceber que o executivo persegue a
eliminação dos pontos fracos e a preservação dos pontos fortes. Exemplo de ponto
forte: a empresa tem imagem institucional sólida e com grande confiabilidade.
Exemplo de ponto fraco: o fornecimento de matérias-primas está concentrado em
poucos fornecedores, os quais, além de bem estruturados, são conscientes de seu
poder de oligopólio.

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UNIDADE Planejamento Estratégico

Quadro 2 – Modelo de análise de estratégias

Ambiente Interno
Ponto Fortes (fortes) Pontos Fracos (deficiências)
- Recursos financeiros abundantes - Falta de direção estratégica
- Marcas bem conhecidas - Altos custos
- Habilidades tecnológicas - Instalações obsoletas
- Custos mais baixos - Poucos gastos em produção e distribuição
- Boa experiência em distribuição - Fraca imagem da marca no mercado
- Tecnologia própria - Linha de produtos estreita
- Economia de escala - Distribuição limitada
- Comprometimento com os colaboradores - Equipe mal treinada
- Excelente equipe - Produtos desatualizados

Ambiente Externo
Oportunidades Ameaças
- Novos mercados potenciais - Nova concorrência (qual e onde?)
- Queda de barreiras comerciais internacionais - Crescimento lento do mercado
- Mudanças demográficas - Novas regulamentações
- Novas tecnologias - Introdução de novos substitutos (quais?)
- Desregulamentação ou regulamentação - Novas estratégias poderosas das empresas
concorrentes

Fonte: adaptado de Frezatti (2009)

Quadro 3 – Exemplo do plano estratégico de uma empresa importadora de bebidas

Pontos fortes Pontos fracos Ameaças Oportunidades


Cenário Empresa possui Área física de loja Concorrência Câmbio com
tradição no mercado de insuficiente predatória na ambiente favorável
importação formação de
- Loja possui boa preços
infraestrutura tecnológica

Objetivo Triplicar o faturamento nos próximos cinco anos

1) Abrir três novas filiais nos próximos 36 meses


Estratégias 2) Ampliar mix de produtos

Descrição de Ação Contratar pesquisa de mix


Sr. X Y Z
de produtos
Incluir no mix de produtos
Sr. X Y Z
apontados pela pesquisa

Fonte: http://www.sebrae.com.br.

Uma vez definida a visão estratégica do negócio, é possível elaborar o orçamento


para um exercício. Este deve contemplar as ações decididas no plano estratégico.
Na verdade, trata-se de um instrumento que implementa as decisões do plano
estratégico dentro do horizonte temporal anual.

Após a elaboração, análise, aprovação e divulgação do orçamento, o


acompanhamento orçamentário deve ser desenvolvido. Analogamente ao
orçamento, o controle orçamentário é a forma de se monitorar o plano estratégico
da organização no que se refere à sua parcela de horizonte imediato. Serve para
corrigir desvios e realimentar o seu processo de planejamento.

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Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:

Sites
Portal SEBRAE
Disponível em: http://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae

Vídeos
A Arte da guerra
9 nov. 2012. Disponível em: https://youtu.be/Pfr2_0bQJzw

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UNIDADE

Referências
ACKOFF, R. L. Planejamento empresarial. Rio de Janeiro: LTC, 1983.

ALMEIDA, M. I. R. Manual de planejamento estratégico: desenvolvimento


de um plano estratégico com a utilização de planilhas Excel. 3. ed. São Paulo:
Atlas, 2010.

ANSOFF, H, I. Do planejamento estratégico à administração estratégica. São


Paulo: McGraw-Hill, 1981.

CARDOSO, R. Orçamento empresarial: aprender fazendo. 2. ed. São Paulo:


Atlas, 2014.

FREZATTI, F. Orçamento empresarial: planejamento e controle gerencial. 5. ed.


São Paulo: Atlas, 2009.

LUNKES, R. J. Manual de orçamento. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2007.

OLIVEIRA, D. de P. R. de. Planejamento estratégico: conceitos, metodologia e


práticas. 8. ed. São Paulo: Atlas, 1994.

SANVICENTE, Z. S.; SANTOS, C. C. Orçamento na administração de


empresas: planejamento e controle. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2012.

WELSCH, G. Orçamento empresarial. 4. ed. São Paulo: Atlas, 1983.

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