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INFORMAÇÕES METALÚRGICAS
(Alumínio)
Os fabricantes de consumíeis de soldagem que atuam no mercado nacional, na sua grande maioria, seguem a seção II
do ASME (Especificação de Materiais), parte C (Varetas de Solda, Eletrodos e Metal de Adição) para qualificar os seus
produtos. No caso específico da soldagem do alumínio pelos processos TIG e MIG, os metais de adição, varetas e
arames, devem atender os requisitos operacionais e metalúrgicos constantes na norma SFA 5.10 da referida seção II
do ASME, que é idêntica a especificação A 5.10 da AWS (“American Welding Society”).
Até bom pouco tempo, raríssimos trabalhos em soldagem (exceto por resistência) foram realizados com esta série, e a
maioria deles nas ligas 2014 e 2024 em chapas de espessuras finas. A liga 2219, desenvolvida mais recentemente da
série 2000, é basicamente uma liga binária Al-6Cu, com boa soldabilidade e muito utilizada na fabricação de tanques
de combustível soldados para foguetes.
O problema da maioria das ligas Al-Cu é fissuramento na solda (exceto a 2219), particularmente em grandes
espessuras ou quando soldadas sob restrição. As soldas com as ligas 2014 e 2024 geralmente apresentam baixa
durabilidade. Em geral, para se conseguir melhores propriedades mecânicas na condição como soldada com essas
ligas, é necessário o uso de velocidade de soldagem elevada em conjunto com uma alta taxa de resfriamento, e
máxima transferência de calor no metal base. O tratamento térmico após soldagem pode ser utilizado para obter uma
melhora adicional na resistência, particularmente no limite de escoamento.
As soldas por fusão, feitas nas ligas Al-Mg (5252, 5052, 5005, 5050), estão sujeitas a trincas à quente durante a
solidificação, se for usado metal de enchimento de mesma composição química do metal base; e o risco de fissuras
aumenta se a solda for realizada sob condições que impeçam a livre movimentação das peças a serem unidas. Este
Uma vantagem adicional dos metais de adição de ligas com maior teor de Mg consiste em que a resistência do metal
de solda superará aquela do metal base na zona termicamente afetada (ZTA).
A liga Al-Mg3-Mn (5454) foi especialmente desenvolvida para aplicações sob tensões, por períodos prolongados e
temperaturas de serviços de 65ºC (por exemplo, em vasos de pressão, sistemas de tubulação ou navios petroleiros,
transportando cargas aquecidas ou sujeitas à limpeza com vapor), onde as ligas contendo mais de 3% de Mg estão
sujeitas a sofrer corrosão sob tensão em determinadas condições metalúrgicas e ambientais.
Em tais casos, o metal base 5454 deve ser soldado com metal de adição na liga Al-Mg-Mn (5554), desenvolvido para
esse fim. A fissuração à quente não é normalmente um problema com essa combinação de materiais, recomendando-
se porém razoável cuidado para evitar-se um nível de restrição elevado.
A liga de Al-Mg4, 5-Mn (5083) é a mais resistente das ligas trabalháveis não tratáveis termicamente, e há muitos anos
vem sendo amplamente usada na área de estruturas soldadas em aplicações marítimas e aplicações criogênicas. Essa
liga não tem tendência à fissuração e pode ser soldada com os seguintes metais de adição normalizados: Al-Mg5 (ER-
5356), Al-Mg4,5-Mn (ER-5183) ou Al-Mg5,2-Cr (ER-5556). Destes metais de enchimento, o de classificação ER-5356 é
empregado mais comumente na fabricação em geral, porém os ER-5183 e ER-5556 são frequentemente preferidos
para a soldagem de material espesso (acima de 20,0 mm), visto que a liga ER-5183 proporciona uma união satisfatória
com o metal de base na condição recozida, e a liga ER-5556 fornece uma maior resistência, porém com ductilidade e
tenacidade ligeiramente inferiores.
As ligas tratáveis termicamente da série 6XXX também apresentam fragilidade à quente e podem sofrer graves
fissurações durante a solidificação, se soldadas sem metal de enchimento ou usando metal de enchimento com a
mesma composição do metal base. A eliminação do problema pode ser conseguida pelo uso de metais de enchimento
de Al-Mg com 5%^de Mg ou de Al-Si (ER-4043), para conduzir a composição do metal de solda a uma faixa que não
seja de fragilidade à quente. Nos casos em que for importante uma coincidência de tonalidade entre o metal de solda
e o metal base, tal como, por exemplo, nos conjuntos anodizados, recomenda-se o uso de metal de adição com 5% de
Mg. Em se tratando de juntas com diluição pelo metal base superior a 80%, como por exemplo nas juntas de topo com
arestas paralelas e sem abertura, é possível obter-se uma resposta ao tratamento térmico de solubilização
posteriormente à soldagem, usando-se qualquer uma das ligas de enchimento.
As ligas da série 7XXX são sujeitas a fissuração durante a solidificação da solda, mas isto pode ser eliminado pelo
emprego de metal de enchimento do tipo Al-Mg5 (ER-5456 e ER-5556). Se a configuração da junta produzir uma
diluição elevada do metal base, poderá haver alguma resposta ao envelhecimento natural no metal de solda, porém
isto deve ser considerado com um ganho extra e não como um requisito de projeto.
Nos casos de soldas em chanfro do tipo “V”, em materiais espessos (acima de 12,0 mm), ou de soldas em filete, onde a
diluição é pequena, existe alguma justificativa para o uso da liga Al-Mg-Zn (como exemplo ER-5039), para a obtenção
de um endurecimento por precipitação mais eficaz no metal de solda.