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CAPÍTULO V
I. INTRODUÇÃO
É claro que podemos entender que a capacidade que um material tem de resistir
as solicitações que lhe são impostas é limitada, isto é, pode ocorrer a ruptura do
corpo quando o carregamento for excessivo, portanto é necessário conhecer esta
capacidade para que possamos projetar com segurança.
II. TENSÕES
ou graficamente:
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Como a tensão é um elemento vetorial ela pode, como qualquer vetor, ser
decomposta no espaço segundo 3 direções ortogonais que queiramos, e, portanto
escolheremos como referência de costume 2 direções contidas pelo plano da seção
de referência "S" (x,y) e a terceira perpendicular à este plano (n).
sendo:
N N → Esforço Normal desenvolvido
σ =
A A→ Área da seção transversal
ΣFy = 0 ∴ Q=0
Σ Ms = 0 ∴ M=0
Σ Fx = 0 ∴ N-F=0
N=F
Deformação específica longitudinal (εε)
Seja:
li → comprimento inicial da barra
lf → comprimento final da barra
∆l →deformação total
∆l = l f - l i
∆l
ε =
li
Neste exemplo ∆ l 0
portanto ε 0
b. sinal:
(+) - alongamento→ Corresponde à uma tensão de tração que também será positiva
(-) - encurtamento → Corresponde à uma tensão de compressão que também será
negativa
c. Unidade:
- adimensional quando tomarmos para ∆l a mesma unidade que para li
-Taxa milésima (o/oo) - Nestes casos medimos ∆l em mm e li em m(metros).
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Isolando:
Aplicando as equações de equilíbrio:
Σ Fx = 0
Q-P=0 ∴ Q=P
Σ MS = 0
t
M - P.t/2 =0 ∴ M = P.
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Como teríamos apenas uma área sujeita à uma força contida em seu plano e
passando pelo seu centro de gravidade, para o cálculo das tensões desenvolvidas
adotaríamos a da distribuição uniforme, dividindo o valor da força atuante pela área
de atuação da mesma, área esta denominada de ÁREA RESISTENTE, que deveria
então ser o objeto da nossa análise.
A distribuição uniforme nos diz que em cada ponto desta área a tensão
tangencial teria o mesmo valor dada por:
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Q
τ =
Aresist
Distorção Específica ( γ )
Medida de deformação de corpos submetidos a tensões tangenciais.
Vamos supor um bloco com arestas A, B, C e D, submetido a tensões
tangenciais em suas faces. Para melhor visualizarmos a deformação vamos
considerar fixa a face compreendida pelas arestas A e B.
CC' DD'
tg γ = =
CA DB
CC' DD'
γ ≅ =
CA DB
a. Conceito:
Distorção específica é a relação entre o deslocamento observado e a
distância respectiva, medida perpendicular ao deslocamento. Representa
fisicamente a variação que sofre o ângulo reto de um corpo submetido a tensões de
cisalhamento.
b. Unidade:
As observações quanto a unidade da distorção seguem as da deformação específica
longitudinal: adimensional ou taxa milésima, ressalvando-se que quando
adimensional representa um arco expresso em radianos.
Robert Hooke em 1678 enunciou a lei que leva o seu nome e que é a base de
funcionamento dos corpos em regime elástico.
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Expressões analíticas:
σ
= E(mod. de elasticidade longitudinal)
ε
τ
= G( mod. de elasticidade transversal)
γ
Estes módulos de elasticidade são constantes elásticas de um material, e são
determinados experimentalmente.
Conceito:
Deformação específica transversal é a relação entre a deformação
apresentada e o seu comprimento respectivo, ambos medidos em direção
perpendicular à da tensão.
∆D
εt =
D
Os estudos de Poisson sobre a deformação transversal nos levam as
seguintes conclusões:
1. ε e εt tem sempre sinais contrários
2. As deformações específicas longitudinais e transversais são proporcionais em
um mesmo material
εt
= −µ
ε
O coeficiente de Poisson é a terceira constante elástica de um material, também
determinada experimentalmente.
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∆ a ∆b
= = ε t = cons tan te
a b
E
G=
2( 1 + µ )
reta AB - Indica a
proporcionalidade entre
σ x ε , portanto o período em
que o material trabalha em
regime elástico (lei de
Hooke). Deformações
reversíveis.
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σp - Tensão de proporcionalidade
Representa o limite do regime elástico.
σe - Tensão de escoamento
Quando é atingida a tensão de escoamento o material se desorganiza internamente
(a nível molecular) e sem que se aumente a tensão ao qual ele é submetido,
aumenta grandemente a deformação que ele apresenta.
B. MATERIAIS FRÁGEIS
EXERCÍCIOS :
1. Uma barra de latão de seção circular de diâmetro 3 cm está tracionada com uma
força axial de 50 kN. Determinar a diminuição de seu diâmetro. São dados do
material o módulo de elasticidade longitudinal de 1,08 . 104 kN/cm2 e o seu
coeficiente de Poisson 0,3.
R: 5,89 . 10-4 cm
R: 0,000133
R: 625,212 cm3
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4. Uma barra de alumínio de seção circular de diâmetro 1. 1/4" está sujeita à uma
força de tração de 5.000 kgf. Determine:
a. Tensão normal (a) 651,89 kgf/cm2
b. Deformação específica longitudinal (b) 0,000815
c. Alongamento em 8" (c) 0,163 mm
d. Variação do diâmetro (d) - 0,006 mm
e. Variação da área da seção (e) ≅ -0,3 mm2
f. Variação de volume em um comprimento de 200 mm (f)≅ 65 mm3
R : P ≅ 1.900 kN
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R: 6,32 cm
8. Aplica-se à extremidade C da barra de aço ABC uma carga de 66,7 kN. Sabe-se
que Eaço é de 2,1.104 kN/cm2. Determinar o diâmetro "d" da parte BC para a
qual o deslocamento do ponto C seja de 1,3 mm.
R: 21,8 mm
R: P ≅ 84 kN
10. O fio de aço CD de 2 mm de diâmetro tem seu comprimento ajustado para que
sem nenhum carregamento exista uma distancia média de 1,5 mm entre a
extremidade B da viga rígida ABC e o ponto de contato E. Pede-se determinar
em que ponto deve ser colocado o bloco de 20 kgf sobre a viga de modo a
causar contato entre B e E.
Dados do aço: E = 2 . 104 kN/cm2.
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R: x = 10 cm
11. Uma barra de aço tem seção transversal de 10 cm2 e está solicitada pelas
forças axiais indicadas. Determinar as tensões desenvolvidas nos diversos
trechos da barra.
12. Uma barra de aço colocada na horizontal mede 5 m. Calcular o seu alongamento
quando suspensa verticalmente por uma extremidade. Dados do aço:
E = 2,1 . 104 kN/cm2 γ = 80 kN/m3
R: 0,004763 mm
13.Uma guilhotina para cortes de chapas tem mesa com 2 metros de largura de
corte e 450 kN de capacidade. Determinar as espessuras máximas de corte em toda
a largura para as chapas :
a. Aço ( τ = 220 MPa ) R: (a) 0.10 cm
b. Cobre ( τ = 130 MPa ) (b) 0.17 cm
c. Alumínio ( τ = 70 MPa ) (c) 0.32 cm
14.As chapas soldadas abaixo na figura tem espessura de 5/8". Qual o valor de 'P'
se na solda usada a tensão admissível ao cisalhamento é de 8 kN/cm2. Determine
também o menor trespasse possível adotando-se todas as possibilidades de solda.
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R: P ≤ 356.16 kN
g ≥ 14 cm
R: 1.528 Kgf/cm2
16.De acôrdo com a figura, a força P tende a fazer com que a peça superior (1)
deslize sobre a inferior (2). Sendo P = 4.000 Kgf, qual a tensão desenvolvida no
plano de contato entre as duas peças?
R: 4,71 kN/cm2
R: 231,91 kN
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