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Grupo I - A
Lê atentamente o excerto de Amor de Perdição que se segue.
1. de Marte, da guerra; 2. Cânace escreveu ao irmão uma carta de despedida segurando com a outra mão a espada com que
iria suicidar-se; 3. regiões; 4. nas costas (junto das quais o poeta naufragara); 5. Ezequias, a quem Jeová concedeu quinze
dias de vida, após o dia em que deveria morrer; 6. dessem; 7. coroas (destinadas a glorificar os poetas); 8. grandes senhores
de Portugal.
4. Expõe sucintamente o conteúdo das estrofes 79 e 80, referindo o seu caráter autobiográfico.
5. Explica o sentido dos vv. 5-8 da estrofe 82, relacionando-os com o conteúdo da estrofe
anterior.
GRUPO II
Lê o texto.
Os olhos que nos veem lá do fundo
Nos nossos rostos estavam já os traços deste rosto que o espelho reflete com nitidez
humana. Nas nossas vozes, antes de ilusões e desilusões, antes da erosão, estava já esta voz.
É muito fácil esquecermo-nos de quando podíamos ser tudo.
Fazíamos escolhas entre o que esperavam e o que não esperavam de nós. À nossa
5 frente, estavam todas as possibilidades, apreciávamos essa distância. Aquilo que já estava
definido impedia-nos de muito pouco.
E aconteceu o que as escolhas sempre pressupõem: tivemos de responder por elas e
tivemos de viver com elas. O tempo foi marcado por esses dois tempos. Ao responder pelas
escolhas que fizemos, fomos tecendo uma longa manta de autojustificações.
10 Primeiro, precisámos de defender as nossas escolhas; depois, precisámos de defender o
argumento que usámos para justificá-las; depois, precisámos de defender o argumento que
usámos para justificar esse argumento; depois, um longo etc., tão longo que, a partir de certa
altura, deixámos de ser capazes de identificar onde começou.
Por outro lado, na passagem dos dias e das estações, ao vivermos com as escolhas que
15 fizemos, fomo-nos convencendo de que éramos apenas aquilo, de que somos apenas isto.
Fomos rejeitando possibilidades até deixarmos de considerá-las.
Ainda assim, lá do fundo, há uns olhos que nunca deixaram de nos ver. Interrogam-nos
em silêncio, observam-nos com a mesma pureza do seu presente. O brilho que sustentam não
se extinguiu, apenas deixámos de reparar nele.
20 Sem o medo de perder o que julgamos ter alcançado, ainda podemos tudo. Não é fácil
voltar a acreditar depois de todos os erros que cometemos e que, por autopreservação,
atribuímos à ingratidão do mundo. Ainda assim, ao longo destes anos, o planeta mudou muito
menos do que queremos imaginar quando repetimos que não há nada a fazer.
Há tudo a fazer. Esta é a constatação que mais nos desanima porque, debaixo dos
25 gestos e das palavras, temos muito medo. Quando não suportamos sequer considerar esse
medo, preferimos negá-lo. No entanto, não é dessa maneira que conseguimos fazê-lo
desaparecer.
E assim, lá do fundo, no silêncio a que o tempo os obriga, há esses olhos que continuam
a ver-nos. Seguem cada pensamento, respiram sempre que enchemos o peito de ar. No nosso
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rosto, na nitidez crua e fria deste espelho, estão ainda os traços desses rostos, faces de pele
lisa, sem rugas ou cicatrizes. Nesta voz, naquilo que tem de mais limpo, estão ainda essas
vozes que quase deixámos de reconhecer.
José Luís Peixoto. “Os olhos que nos veem lá no fundo”. In Notícias Magazine, 20-12-2015.
1. O tema do texto “Os olhos que nos veem lá do fundo” é
(A) a cobardia que nos impede de fazer as escolhas apropriadas.
(B) a importância das escolhas individuais no nosso crescimento.
(C) o impedimento social perante a liberdade de escolha individual.
(D) a ausência de responsabilidade perante as escolhas que fazemos.
2. De acordo com a leitura do texto, o título “Os olhos que nos veem lá do fundo” representa
a
(A) a forma como a sociedade nos vê.
(B) a consciência de cada de um de nós.
(C) aquilo que a família espera de nós.
(D) as nossas origens.
3. Na oração “Aquilo […] impedia-nos de muito pouco” (linhas 5 e 6), o pronome pessoal
desempenha a função sintática de
(A) sujeito.
(B) complemento indireto.
(C) complemento direto.
(D) complemento oblíquo.
4. Na afirmação “Ao responder pelas escolhas que fizemos, fomos tecendo uma longa
manta de autojustificações” (linhas 8 e 9) está presente
(A) metáfora.
(B) hipérbole.
(C) metonímia.
(D) anáfora.
5. Os elementos linguísticos “Primeiro” (linha 10) e “depois” (linha 11) contribuem para
assegurar a coesão textual
(A) temporal.
(B) frásica.
(C) interfrásica.
(D) lexical.
8. Identifica a função sintática do elemento “Nas nossas vozes” em “Nas nossas vozes,[…],
estava já esta voz.” (linha 2).
10. Indica o antecedente do pronome pessoal que ocorre em ≪até deixarmos de considera-
las.≫ (linha 16).
GRUPO III
FIM
COTAÇÕES
Grupo
Cotação (em pontos)
1. 2. 3. 4. 5.
I 20 20
20 20 20
pontos 100
pontos pontos pontos
pontos
1 a 10
II
10 x 5 pontos 50
TOTAL 200