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AULA 1

ATENÇÃO À SAÚDE DO
TRABALHADOR

Profª Glaucia Garanhani Correa


CONVERSA INICIAL

O ser humano tem necessidades a serem satisfeitas, como por exemplo


alimentação. Vamos considerar, nesse sentido, as decorrentes formas de busca
por alimentos, como a coleta de frutas e a caça – poderíamos dizer que essas
formas de buscar alimentos são os primeiros “trabalhos”? Acreditamos que sim;
mesmo que rudimentares, evoluíram para o plantio, criação de animais,
artesanato e todas formas de conseguir sustento. Logo, o trabalho é o meio que
o ser humano utiliza para o suprimento de suas necessidades.
A relação entre trabalhador, ambiente de trabalho e transformação de
matéria-prima estabelece relações de troca que nem sempre são saudáveis para
seus agentes, principalmente para o trabalhador e para o meio ambiente.
Consideramos, nesse sentido, que o trabalhador pode sofrer danos irreversíveis
à sua saúde, e em casos extremos pode até mesmo morrer. Tais problemas
podem ser ocasionados por graves doenças, como o câncer, ou por acidentes
catastróficos.
Ivone Bulhões (1976), enfermeira diplomada pela Escola Ana Neri da
UFRJ, trata da história das relações de trabalho e do adoecimento relacionado,
no período anterior à Cristo. Sua narrativa inicia em Adão e Eva, de acordo com
o relato bíblico, quando teria nascido o trabalho. Ele vem com a sentença de Deus:
“a terra será maldita por causa da tua obra: tu tiraras dela o teu sustento à força
do teu trabalho. Tu comeras o teu pão no suor do teu rosto, até que te tornes à
terra”. Tal descrição nos leva à conclusão de que o trabalho é inerente ao ser
humano, afinal não há como sobreviver sem ele. Portanto, o próprio ser humano,
dotado de considerável inteligência e grande dose de generosidade, passa a
buscar alternativas para minimizar os impactos negativos do trabalho na saúde e
na qualidade de vida dos trabalhadores. Podemos até questionar a generosidade,
pois ela pode também ser entendida como “qualidade na produtividade”,
modernamente, na premissa “trabalhador saudável e feliz é mais produtivo –
adoecendo menos...menor o prejuízo”.
Bulhões (1976) aponta que estabelecer uma relação entre causa e
acidentes de trabalho (nexo causal) é mais simples do que traçar uma relação
entre doença e atividade laboral. A utilização de máscara como forma de proteger
trabalhadores em atividades realizadas em meio à poeira data de muito tempo
atrás, já em Plínio – naturalista romano no início do primeiro século. Esse exemplo

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evidencia o conhecimento de que a poeira provoca adoecimento do trabalhador,
e que, portanto, é preciso buscar alternativas para minimizar esse impacto.
Bulhões (1976) também cita Hipócrates, considerado o pai da medicina,
pois ele relaciona as cólicas intestinais dos que trabalhavam com chumbo à
toxicidade deste metal. Cita também Platão, que trata das deformidades ósseas e
musculares dos artesãos, Aristóteles, que descreve a fadiga muscular dos
gladiadores e corredores da Grécia, e Lucrécio, que relata que as condições dos
mineiros das minas de Siracusa eram horríveis e penosas, pois as galerias
possuíam 60 cm de largura por um metro de altura, com uma jornada de trabalho
de dez horas.
A importância de acumularmos conhecimentos sobre os trabalhadores e
suas relações com o trabalho fica determinada quando olhamos para o passado
e identificamos no presente a mesma necessidade – conhecer as relações de
trabalho que cercam os trabalhadores para promover sua saúde, prevenir
doenças relacionadas e recuperar o bem-estar de quem já contraiu algum
problema.
Atualmente, podemos contar com equipes multiprofissionais, as quais, por
meio da interdisciplinaridade, acumulam forças para intervir positivamente no
setor produtivo de empresas, organizações e até mesmo no campo. Essa área
abrange todos os trabalhadores e seus processos de trabalho, com a identificação
de riscos para o desenvolvimento de doenças e acidentes, o que possibilita uma
intervenção imediata no sentido da prevenção.
Com o objetivo de estabelecer o mesmo entendimento entre os alunos
sobre o texto, vamos conceituar os termos de maior relevância para esta matéria:
A Organização Mundial de Saúde (OMS) define a saúde como "um estado
de completo bem-estar físico, mental e social e não somente ausência de
afecções e enfermidades".
Já trabalhador é todo aquele que, em troca de algum tipo de remuneração,
desenvolve algum trabalho, quer seja de forma independente e por conta própria,
quer seja integrado numa organização seguindo ordens (Nunes, 2015).

CONTEXTUALIZANDO

O cuidado na atenção aos trabalhadores, a seus problemas e modos de


adoecer (e até mesmo de morrer), passou por uma evolução histórica e também
conceitual ao longo dos tempos.

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Podemos identificar primeiramente o termo medicina do trabalho. Como
o próprio nome diz, trata-se de uma especialidade médica. Surgiu na Inglaterra,
na metade do século XIX, durante a Revolução Industrial. Surge da necessidade
de intervenção no processo então desumano de produção, que era acelerado e
destituído de qualquer condição sanitária. Os trabalhadores adoeciam e até
mesmo faleciam em decorrência das condições de trabalho, trazendo assim
grande prejuízo à produção das indústrias. Então, o Sr. Robert Dernham,
proprietário de uma fábrica têxtil, questionou o Dr. Robert Baker, seu médico
particular, sobre o que poderia ser feito em relação aos problemas relacionados
aos trabalhadores. A resposta do Dr. Robert foi:

Coloque no interior da sua fábrica o seu próprio médico, que servirá de


intermediário entre você, os seus trabalhadores e o público. Deixe-o
visitar a fábrica, sala por sala, sempre que existam pessoas trabalhando,
de maneira que ele possa verificar o efeito do trabalho sobre as pessoas,
e se ele verificar que qualquer dos trabalhadores está sofrendo a
influência de causas que possam ser prevenidas, a ele competirá fazer
tal prevenção. Dessa forma você poderá dizer: meu médico é a minha
defesa, pois a ele dei toda a minha autoridade no que diz respeito à
proteção da saúde e das condições físicas dos meus operários; se algum
deles vier a sofrer qualquer alteração da saúde, o médico unicamente é
que deve ser responsabilizado.

A resposta foi a contratação do Dr. Baker pelo Sr. Robert. Nasce assim o
primeiro serviço de Medicina do Trabalho. Eis as principais características deste
serviço à época:

 Dirigidos por pessoas de inteira confiança do empresário e que se


dispusessem a defendê-lo;
 Serviços centrados na figura do médico;
 A prevenção dos danos à saúde resultantes dos riscos do trabalho deveria
ser tarefa eminentemente médica;
 A responsabilidade pela ocorrência dos problemas de saúde ficava
transferida ao médico.

Muitos anos depois, em 1959, a OIT (Organização Internacional do


Trabalho) recomendou a criação de Serviços de Medicina do Trabalho, como
norma. Tratava-se da recomendação de número 112, que determinava que o
serviço deveria ser organizado nos locais de trabalho ou em suas imediações, e
destinado a (Mendes; Dias, 1991):

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 Assegurar a proteção dos trabalhadores contra todo risco que prejudique a
sua saúde, que possa resultar de seu trabalho ou das condições em que
acontece;
 Contribuir para a adaptação física e mental dos trabalhadores, em particular
pela adequação do trabalho e pela sua colocação, em lugares de trabalho
correspondentes a suas aptidões;
 Contribuir com o estabelecimento e a manutenção do nível mais elevado
possível de bem-estar físico e mental dos trabalhadores.

Mendes e Dias (1991) fazem uma crítica bastante realista à mensagem


contida nas atribuições da Medicina do Trabalho. Segundo os autores, por ser
atividade restrita ao profissional médico, traz consigo um caráter onipotente, pois
atribui a função de proporcionar o mais alto nível de bem-estar possível aos
trabalhadores. Trata-se também de adequar o trabalho ao trabalhador, através da
seleção de candidatos à função considerando especialmente suas aptidões. Isso
significa que a seleção de mão-de-obra deverá trazer a menor possibilidade de
adoecimento em determinadas atividades. Importante observar que o serviço de
Medicina do Trabalho era de responsabilidade do empregador, e não do estado
ou de setores do governo, o que fazia com que as fases do processo de trabalho
(como processo seletivo, abordagem do absenteísmo, controle de licenças de
saúde e outros) ficassem sob total controle da empresa, ou seja, não havia a
possibilidade de participação do empregado no seu próprio processo de trabalho
ou no seu adoecer. Concluímos assim que os serviços de Medicina do Trabalho
têm importância incontestável pela sua natureza precursora, mas com alta
restrição de atuação eficaz.
Na sequência, digamos, “evolutiva”, tivemos os serviços de Saúde
Ocupacional. Trata-se do período que veio imediatamente depois da segunda
guerra mundial, a qual acarretou grande desenvolvimento das indústrias,
principalmente aquelas que lidavam com armamento, aviões, tanques,
submarinos, navios e até mesmo armas químicas. As mulheres, que antes
ficavam em casa, passaram agora a serem trabalhadoras, ainda que com
menores salários e com postos de trabalho planejados para homens – logo, não
adaptados à sua aptidão física. Pode-se assim imaginar o impacto sobre a saúde.
Neste período, especificamente nos Estados Unidos, houve grande aumento de
acidentes de trabalho e doenças incapacitantes; o excesso adivinha da urgência
de que as economias mundiais voltassem a funcionar à toda. Grandes somas de

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dinheiro foram dispensadas para cobrir as indenizações; sendo assim, a Medicina
do Trabalho precisava de uma reforma na abordagem dos riscos e das doenças
do trabalho. O caminho foi a inserção de outros profissionais que pudessem
acrescentar conhecimento ao médico para uma nova abordagem; surgem assim
os conceitos de multidisciplinaridade e interdisciplinaridade.
O engenheiro de segurança do trabalho trouxe o conceito de higiene do
trabalho para dentro das indústrias e fábricas, buscando uma intervenção sobre
o ambiente laboral. Esta seria a ciência e a arte dedicada a prevenção,
reconhecimento, avaliação e controle dos riscos existentes ou originados dos
locais de trabalho, os quais podem prejudicar a saúde e o bem-estar das pessoas
no trabalho, enquanto considera os possíveis impactos sobre o meio ambiente
geral (Mendes; Dias, 1991). Houve impacto na legislação trabalhista quando da
reforma da CLT, com a inclusão da obrigatoriedade de as empresas manterem
equipes técnicas multiprofissionais nos locais de trabalho. Mais tarde, surge a
atual NR 4 de 1978, que trata da avaliação dos riscos ambientais e limites de
tolerância, além da NR 7 e da NR 15.
E, no entanto, os objetivos da Saúde Ocupacional não foram alcançados.
Tal modelo mantém o referencial da medicina do trabalho, firmado no
mecanicismo; além disso, não concretiza o apelo à interdisciplinaridade, pois as
atividades apenas se justapõem de maneira desarticulada, sendo dificultadas
pelas lutas corporativas. Há limitações ainda na capacitação de recursos
humanos, e no fato de a produção de tecnologia de intervenção e de
conhecimento não acompanhar o ritmo de transformação dos processos de
trabalho. O modelo, apesar de enfocar a questão no coletivo de trabalhadores,
continua a abordá-los como objeto das ações de saúde, prezando pela
manutenção da saúde ocupacional em detrimento da saúde, efetivamente.
Mais recentemente, um importante movimento social ocorreu no mundo.
Foi no final da década de sessenta e início da década de setenta, e provocou
mudanças na área de saúde do trabalhador, a exemplo dos movimentos sindicais
no Brasil. Também trouxe mudanças nas características do trabalho, como a
automação e a informatização; nessa época, doenças novas surgiam e novos
meios de adoecer já não poderiam ser abordados pela Saúde Ocupacional. Os
trabalhadores, agora apoiados pelos sindicatos, começaram a questionar os
riscos a que estavam expostos, recusando-se à exposição a atividades perigosas.
Questionavam também os limites de tolerância. Nessa toada, surgiram mudanças

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importantes, que resultaram no modelo Saúde do Trabalhador, com identificação
mais precisa nos anos 80.
Vejamos as características básicas desse modelo (Mendes; Dias, 1991):

 Novo pensar sobre o processo saúde-doença e o papel exercido pelo


trabalho na sua determinação;
 Reconhecimento de que os trabalhadores continuavam a adoecer e morrer
por doenças profissionais clássicas (intoxicações por chumbo, mercúrio,
benzeno e silicose), e por novas doenças relacionadas ao trabalho, como
por exemplo a LER (Lesão por Esforço Repetitivo);
 Denúncia da incapacidade de as políticas públicas e do sistema de saúde
em atender as necessidades de saúde da população e dos trabalhadores;
 Atuação dos sindicatos nos assuntos de saúde, pois agora possuíam
conhecimento e apoio técnico, reivindicando assim melhores condições de
trabalho.

Atualmente, presenciamos a prática da Saúde do Trabalhador nas Políticas


de Saúde do Trabalhador e em Programas de Atenção à Saúde do Trabalhador.

TEMA 1 – HISTÓRICO

Todo trabalho traz consigo uma forma de se relacionar com o ser humano
que o pratica. Essa relação traz impactos para o trabalhador, alguns dos quais
podem ser danosos e provocar doenças – e até mesmo acidentes e morte!
Podemos entender o trabalho não como ato estanque em si mesmo, mas
como processo. Consideramos nesse processo a relação do trabalhador com o
meio ambiente, já que o trabalho é exercido em qualquer ambiente, seja ele
fechado, aberto, na água, deambulando, estacionário ou até mesmo diurno e
noturno. Considerando que o processo de trabalho possui inúmeras variantes que
se relacionam com o trabalhador e podem lhe provocar danos ou adoecimentos,
surgiu com o passar do tempo a necessidade de estudos para o levantamento dos
riscos inerentes a cada atividade. Como vimos, estes estudos foram os embriões
da Saúde Ocupacional no mundo laboral.
Podemos citar, como percursor dessa área, o médico especialista em
Saúde Pública Bernardino Ramazzini, conhecido como o pai da Medicina do
Trabalho. Em 1700, ele publica o livro De Morbis Artificum Diatriba, no qual exorta
a classe médica a inserir, na anamnese, perguntas relacionadas à atividade

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laboral do paciente. Ramazzini descreve neste trabalho cerca de 100 profissões
diferentes, e os riscos específicos de cada uma delas. Ramazzini relata que as
diversas doenças relacionadas ao trabalho se devem à matéria prima utilizada, a
qual pode conter poeiras irritantes, e também à imposição de posições contrárias
ao próprio corpo, exigidas pelo processo de trabalho.
Os estudos de Ramazzini são utilizados pelos profissionais da área até os
dias atuais, pois suas observações clínicas e a descrição de sinas e sintomas são
fidedignos. Muito além disto, Ramazzini condenou a falta de ventilação e as
temperaturas inadequadas. Também aconselhou pausas, exercícios e uma
postura correta para a prevenção da fadiga.
Nos anos de 1763 a 1815, ocorreu na Inglaterra a Revolução Industrial, que
se alastrou por toda a Europa. O desenvolvimento das máquinas, postas a serviço
das indústrias, impuseram um ritmo de trabalho tão intenso ao trabalhador, que
se tornou impossível uma relação de trabalho saudável com elas. Até os dias
atuais, podemos identificar situações em que a máquina supera em muito a
capacidade de trabalho do indivíduo – a exemplo do computador. Quando foi
criado, ele ditava um ritmo que o trabalhador conseguia acompanhar. No entanto,
com o desenvolvimento agressivo das novas tecnologias, a sua capacidade de
produção teve um salto tão grande que aumentou a dependência dos processos
de produção das tecnologias. Os técnicos de informática se sentem obrigados a
cargas horárias muito superiores do que podem suportar, além de processos de
implantação e atualização de sistemas que podem avançar por madrugadas
adentro, acarretando em cansaço e fadiga.
Em 1802, foi implementada na Inglaterra a Lei da Moral dos aprendizes e
em 1833 a Lei das Fábricas. Elas foram influenciadas pela Revolução Francesa,
cujo lema era “liberdade, igualdade e fraternidade”. A Lei das Fábricas evoluiu e
foi ampliada em 1867, passando a exigir proteção contra acidentes, exaustores
para a eliminação de poeiras do ambiente, e um local adequado para as refeições
– fora do ambiente de trabalho. Em 1897, a lei determina que um profissional
médico deveria inspecionar o ambiente das fábricas.
Nos Estados Unidos, em 1895, a enfermeira Ada Mayo Stewart foi
contratada pela Vermont Marble Company. Era a primeira enfermeira do trabalho.
Serviços especializados em acidentes de trabalho foram criados em todo o
mundo, primeiro na França em 1867, e nos Estado Unidos em 1913, com o
Conselho Nacional de Segurança. Em 1919, foi criada a OIT (Organização

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Internacional do Trabalho), com sede em Genebra. Em 1938, surge o Conselho
Interamericano de Segurança, que visa atuar em toda América Latina. No Brasil,
em 1941, foi criada a Associação Brasileira para Prevenção de Acidentes. Em
maio de 1957 foi criada a Liga Brasileira Contra os Acidentes de Trabalho.
Em 1945, foi criada a ONU (Organização das Nações Unidas), que é
associada à OIT em 1946. A OIT é constituída por representantes dos governos,
representantes dos empregadores e representantes dos trabalhadores. O objetivo
básico é promover a justiça social para melhorar as condições de vida e de
trabalho no mundo.
Em 1948, foi criada a OMS (Organização Mundial de Saúde), também
integrada à ONU, cuja premissa é desenvolver estudos e programas que
ofereçam condições de saúde para trabalhadores de todo o mundo. Observando
as datas descritas acima, podemos concluir que a necessidade de se conhecer
doenças e acidentes relacionados aos processos de trabalho e aos trabalhadores
é sentida desde a Antiguidade, com a finalidade de promover a prevenção. No
entanto, somente no último século é que ocorreu alguma organização em forma
de lei.

TEMA 2 – BREVE HISTÓRICO NO BRASIL

Nos primeiros tempos do Brasil como o conhecemos, a mão de obra era


predominantemente indígena, como tentativa de escravidão, sem nenhuma
preocupação com as condições de trabalho ou com as doenças, acidentes e
mortes. Seguem-se os anos em que é utilizada a mão de obra de africanos
escravizados, sem qualquer consideração pela sua condição de seres humanos,
e recebendo maus tratos. No final do século XIX, são instaladas as primeiras
fábricas; é quando houve o final da escravatura no Brasil, então com a vinda de
imigrantes europeus. A medicina no Brasil estava ocupada com as grandes
epidemias, e se preocupava também com o ambiente das fábricas, pois elas
ofereciam as mesmas condições de trabalho que as fábricas primitivas da
Inglaterra – ambientes agressivos e sujos, emprego de mulheres e crianças, com
jornadas exaustivas.
Os imigrantes não se submetiam às péssimas condições de trabalho, como
os escravizados negros o faziam, e muitas vezes reivindicavam melhores salários
e condições de trabalho. Assim, se organizaram e formaram sindicatos,

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instituições que se transformara na voz dos menos favorecidos, mas agora com a
força da unidade da classe e com organização.
No início do século XIX, os médicos da Faculdade Nacional de Medicina
protestavam contra as péssimas condições de trabalho que as fábricas ofereciam
aos trabalhadores brasileiros. Em 1904, o Congresso Nacional recebeu a proposta
de que fosse concedida, aos trabalhadores acidentados, ajuda financeira em
forma de “benefício previdenciário”, pois o número de trabalhadores acidentados
era enorme.
Sob influência da medicina norte-americana, surge no Brasil a necessidade
de inclusão do ensino da Higiene do Trabalho nos cursos de Sanitaristas, e mais
tarde em todos os cursos de Medicina. Durante a ditadura do Estado Novo, com
Getúlio Vargas, foi promulgada a CLT (Consolidação das Leis do Trabalho),
importante marco para os trabalhadores brasileiros, que tiveram assim muitos de
seus direitos garantidos. Interessante apontar que ela teve sua validade
incontestada durante todo e século XX; somente no início de 2017 sofreu
alterações, sob a alegação de que estava obsoleta e que trazia prejuízos à relação
empregado-empregadores.
Na década de 50, o Brasil passou por um grande crescimento industrial,
seguido de importante desenvolvimento da Medicina do Trabalho. Este
desenvolvimento fica evidenciado pela criação das instituições Sesp (Serviço
Especializado de Saúde Pública) e Sesi (Serviço Social da Indústria). Também
neste período houve influência americana, com as escolas de Medicina
Preventiva, que passaram a incluir a interdisciplinaridade e a
multiprofissionalidade, então de maior abrangência; a Medicina do Trabalho
passou a ser Saúde Ocupacional. Neste mesmo período também foi criada a
ABMT (Associação Brasileira de Medicina do Trabalho), com sede no Rio de
Janeiro. Como pessoas de destaque nesta área, apontamos Daphnes de Souto,
Talita Tudor, Bernardo Bedikrow e Diogo Pupo Nogueira. Proliferavam os serviços
médicos nas empresas, interessante área de atuação para a medicina.
Já na década de 60, ocorre o Golpe Militar e instauração da Ditadura
(1964). O Ministério do Trabalho interviu de maneira decisiva na Saúde do
Trabalhador, com restrições a sugestões técnicas internacionais da OIT e da
ONU, adaptando-as à nossa realidade. Em 1966, houve a estatização do Seguro
de Acidentes. Grande crescimento industrial foi deflagrado neste período, com a
construção de obras faraônicas (nem sempre terminadas), como a

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Transamazônica, a Ponte Rio Niterói, hidroelétricas e Estádios de Futebol. O ritmo
intenso das construções aumentara os índices de acidentes, acarretando mortes
nos canteiros.
Na década de 70, ainda em governo militar, o número de acidentes era
alarmante. Para controlar a situação, o governo passou a obrigar as indústrias a
contratarem profissionais especializados (médicos do trabalho, auxiliares do
trabalho, enfermeiros do trabalho, técnicos de segurança do trabalho e
engenheiros do trabalho). Surge assim os Serviços Especializados em
Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho (SESMTs), os quais são
dimensionados de acordo com o grau de risco das indústrias. Eles já eram
recomendados pela OIT desde 1959, mas somente na década de 70 receberam
atenção, ainda que o foco estivesse na redução dos acidentes, pois eles traziam
grande prejuízo aos cofres públicos. De acordo com o Ministro do Trabalho, em
seu discurso de 1976, o índice de acidentes de 1974 eram alarmantes – 1.796.761
acidentes no ano, totalizando 5.891 acidentes por dia útil de trabalho, estes
resultaram em 3.764 óbitos e 65.373 incapacitados permanentes. O custo
relacionado chegava a oito bilhões de cruzeiros.
Com o objetivo de formar profissionais para a atuação nos SESMTs, o
governo criou a Fundacentro (Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e
Medicina do Trabalho), do Ministério do Trabalho. Em 1978, aconteceu a
Conferência Internacional sobre cuidados primários à Saúde. Ela incentivou o
Movimento Sanitário no Brasil, o qual foi o precursor da Reforma Sanitária. Época
de intenso movimentos sindicais, quando os sindicalistas lutaram por melhores
condições de trabalho e por um modelo de atenção à saúde do trabalhador mais
adequado. Surgiu nessa época o Diesat (Departamento Intersindical de Estudos
e Pesquisa em Saúde e dos ambientes de Trabalho), que assessorava os
sindicatos em assuntos técnicos relacionados à Saúde do Trabalhador.
A década do 80 foi marcada pela criação de Programas de Saúde do
Trabalhador. Em 1986, aconteceu a VIII Conferência Nacional de Saúde do
Trabalhador, evento que ficou marcado pela criação dos princípios do SUS. No
mesmo ano, foi convocada a I Conferência Nacional de Saúde do Trabalhador,
que contou com a participação de sindicalistas, universidades, profissionais da
área e demais cidadãos. Uma visão totalmente nova surgiu na área de Saúde do
Trabalhador. Por fim, a Constituição de 1988 definiu que o Estado seria o

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responsável por garantir condições de saúde para os trabalhadores e povo em
geral.
Na sequência, a década de 90 ficou marcada pela promulgação da Lei
Orgânica da Saúde, 8080, que surge em resposta a lutas sociais por reformas
sanitárias na área da saúde em geral e na Saúde do Trabalhador em específico.
Ela define os princípios e objetivos do SUS, mas também define, no seu artigo 6º,
o conceito de saúde do trabalhador, agora como um conjunto de atividades que
se destina, através das ações de vigilância epidemiológica e de vigilância
sanitária, à promoção e proteção da saúde dos trabalhadores. Visa também
recuperar e reabilitar os trabalhadores submetidos a riscos e agravos advindos
das condições de trabalho.
Em 1994, o Ministério do Trabalho apresentou a Norma Operacional de
Saúde do Trabalhador no SUS (Nost), com o objetivo de promover a implantação
de ações relativas à Saúde do Trabalhador em estados e municípios. Na mesma
época, o governo criou a NR 7, que obriga as empresas a elaborarem um
Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO) – a NR 9, que cria
o Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA), a NR 17, que trata da
ergonomia nos postos de trabalhos, e a NR 18, que instituiu o Programa de
Controle e Meio Ambiente de Trabalho (PCMAT), direcionado para a construção
civil.
No início do novo milênio, mais especificamente em 2002, foi criada a Rede
Nacional de Atenção Integral à Saúde do Trabalhador (Renast), cujo objetivo era
integrar ações e setores de saúde, ensino e pesquisa, e também instituições não
governamentais. Tais ações eram voltadas a vigilância, assistência e promoção
da saúde dos trabalhadores. O Renast atua sob as bases dos CERESTs (Centros
de Referência em Saúde do Trabalhador), de abrangência municipal, regional ou
estadual. Marco importante deste período é a Portaria 777, que dispõe sobre a
notificação compulsória de 11 agravos relacionados ao trabalho.
A partir da segunda década do terceiro milênio, encontramos a prática da
Política Nacional de Segurança e Saúde do Trabalhador, que foi criada sob a
recomendação 155 da OIT, da qual trataremos em tema especifico.

TEMA 3 – POLÍTICA NACIONAL DE SAÚDE DOS TRABALHADORES

Apesar de muitos esforços serem despendidos no sentido de reduzir o


número de acidentes relacionados ao trabalho, bem como as doenças, e de todos

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os segmentos sociais preocupados e ocupados com a saúde do trabalhador
(como governo, sindicatos de trabalhadores e patronais, profissionais da saúde)
ainda é grande a incidência desses males nos países em desenvolvimento.
Arriscamos concordar que ocorrem por conta do capitalismo que impera em todo
o mundo: a produção não pode parar e ainda pior... deve ser realizada no menor
tempo possível, com o mínimo de recursos – menos com mais. Certamente vocês
já conhecem essa premissa dos empresários modernos.
No ano de 2010, aconteceram no Brasil 720 mil acidentes. Destes, 2.500
resultaram em morte e 15.000 pessoas foram afastadas por incapacitação
permanente. Há aí um custo financeiro de R$ 11 bilhões em auxílio-doença e
auxílio-acidente (Filho, 2013).
Politicamente falando, o Brasil vive também o período da Constituição de
1988, que determina que a Saúde do Trabalhador é direito do cidadão e dever do
Estado, sob a responsabilidade do Ministério da Saúde e a partir de preceitos do
SUS. Surge, então, em agosto de 2012, a Portaria n. 1823, como iniciativa do
governo para melhorar e organizar as condições de saúde do trabalhador. Trata-
se da a Política Nacional de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora. Tem como
finalidade (Brasil, 2012):

definir os princípios, as diretrizes e as estratégias a serem observados


pelas três esferas de gestão do Sistema Único de Saúde (SUS), para o
desenvolvimento da atenção integral à saúde do trabalhador, com
ênfase na vigilância, visando a promoção e a proteção da saúde dos
trabalhadores e a redução da morbimortalidade decorrente dos modelos
de desenvolvimento e dos processos produtivos.

Eis os princípios (Brasil, 2012):


I - universalidade;
II - integralidade;
III - participação da comunidade, dos trabalhadores e do controle social;
IV - descentralização;
V - hierarquização;
VI - equidade; e
VII - precaução.

TEMA 4 – DIRETRIZES E OBJETIVOS

A Portaria n. 1823 define certas diretrizes. Vejamos:

Art 6º - Para fins de implementação da Política Nacional de Saúde do


Trabalhador e da Trabalhadora, dever-se-á considerar a articulação
entre:
I - as ações individuais, de assistência e de recuperação dos agravos,
com ações coletivas, de promoção, de prevenção, de vigilância dos
ambientes, processos e atividades de trabalho, e de intervenção sobre
os fatores determinantes da saúde dos trabalhadores;

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II - as ações de planejamento e avaliação com as práticas de saúde; e
III - o conhecimento técnico e os saberes, experiências e subjetividade
dos trabalhadores e destes com as respectivas práticas institucionais.
Parágrafo único. A realização da articulação tratada neste artigo requer
mudanças substanciais nos processos de trabalho em saúde, na
organização da rede de atenção e na atuação multiprofissional e
interdisciplinar, que contemplem a complexidade das relações trabalho-
saúde.
Art. 7º A Política Nacional de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora
deverá contemplar todos os trabalhadores priorizando, entretanto,
pessoas e grupos em situação de maior vulnerabilidade, como aqueles
inseridos em atividades ou em relações informais e precárias de
trabalho, em atividades de maior risco para a saúde, submetidos a
formas nocivas de discriminação, ou ao trabalho infantil, na perspectiva
de superar desigualdades sociais e de saúde e de buscar a equidade na
atenção.
Parágrafo único. As pessoas e os grupos vulneráveis de que trata o
"caput" devem ser identificados e definidos a partir da análise da
situação de saúde local e regional e da discussão com a comunidade,
trabalhadores e outros atores sociais de interesse à saúde dos
trabalhadores, considerando-se suas especificidades e singularidades
culturais e sociais.

Ela também traz objetivos específicos:

Art.8º
I - fortalecer a Vigilância em Saúde do Trabalhador (VISAT) e a
integração com os demais componentes da Vigilância em Saúde, o que
pressupõe:
a) identificação das atividades produtivas da população trabalhadora e
das situações de risco à saúde dos trabalhadores no território;
b) identificação das necessidades, demandas e problemas de saúde dos
trabalhadores no território;
c) realização da análise da situação de saúde dos trabalhadores;
d) intervenção nos processos e ambientes de trabalho;
e) produção de tecnologias de intervenção, de avaliação e de
monitoramento das ações de VISAT;
f) controle e avaliação da qualidade dos serviços e programas de saúde
do trabalhador, nas instituições e empresas públicas e privadas;
g) produção de protocolos, de normas técnicas e regulamentares; e
h) participação dos trabalhadores e suas organizações;
II - promover a saúde e ambientes e processos de trabalhos saudáveis,
o que pressupõe:
a) estabelecimento e adoção de parâmetros protetores da saúde dos
trabalhadores nos ambientes e processos de trabalho;
b) fortalecimento e articulação das ações de vigilância em saúde,
identificando os fatores de risco ambiental, com intervenções tanto nos
ambientes e processos de trabalho, como no entorno, tendo em vista a
qualidade de vida dos trabalhadores e da população circunvizinha;
c) representação do setor saúde/saúde do trabalhador nos fóruns e
instâncias de formulação de políticas setoriais e intersetoriais e às
relativas ao desenvolvimento econômico e social;
d) inserção, acompanhamento e avaliação de indicadores de saúde dos
trabalhadores e das populações circunvizinhas nos processos de
licenciamento e nos estudos de impacto ambiental;
e) inclusão de parâmetros de proteção à saúde dos trabalhadores e de
manutenção de ambientes de trabalho saudáveis nos processos de
concessão de incentivos ao desenvolvimento, nos mecanismos de
fomento e outros incentivos específicos;
f) contribuição na identificação e erradicação de situações análogas ao
trabalho

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escravo;
g) contribuição na identificação e erradicação de trabalho infantil e na
proteção do trabalho do adolescente; e
h) desenvolvimento de estratégias e ações de comunicação de risco e
de educação ambiental e em saúde do trabalhador;
III - garantir a integralidade na atenção à saúde do trabalhador, que
pressupõe a inserção de ações de saúde do trabalhador em todas as
instâncias e pontos da Rede de Atenção à Saúde do SUS, mediante
articulação e construção conjunta de protocolos, linhas de cuidado e
matriciamento da saúde do trabalhador na assistência e nas estratégias
e dispositivos de organização e fluxos da rede, considerando os
seguintes componentes:
a) atenção primária em saúde;
b) atenção especializada, incluindo serviços de reabilitação;
c) atenção pré-hospitalar, de urgência e emergência, e hospitalar;
d) rede de laboratórios e de serviços de apoio diagnóstico;
e) assistência farmacêutica;
f) sistemas de informações em saúde;
g) sistema de regulação do acesso;
h) sistema de planejamento, monitoramento e avaliação das ações;
i) sistema de auditoria; e
j) promoção e vigilância à saúde, incluindo a vigilância à saúde do
trabalhador;
IV - ampliar o entendimento de que de que a saúde do trabalhador deve
ser concebida como uma ação transversal, devendo a relação saúde-
trabalho ser identificada em todos os pontos e instâncias da rede de
atenção
V - incorporar a categoria trabalho como determinante do processo
saúde-doença dos indivíduos e da coletividade, incluindo-a nas análises
de situação de
saúde e nas ações de promoção em saúde;
VI - assegurar que a identificação da situação do trabalho dos usuários
seja considerada nas ações e serviços de saúde do SUS e que a
atividade de trabalho
realizada pelas pessoas, com as suas possíveis consequências para a
saúde, seja considerada no momento de cada intervenção em saúde; e
VII - assegurar a qualidade da atenção à saúde do trabalhador usuário
do SUS.
Financiamento
Art. 18. Além dos recursos dos fundos nacionais, estaduais e municipais
de saúde, fica facultado aos gestores de saúde utilizar outras fontes de
financiamento, como:
I - ressarcimento ao SUS, pelos planos de saúde privados, dos valores
gastos nos serviços prestados aos seus segurados, em decorrência de
acidentes e doenças relacionadas ao trabalho;
II - repasse de recursos advindos de contribuições para a seguridade
social;
III - criação de fundos especiais; e
IV - parcerias com organismos nacionais e internacionais para
financiamento de projetos especiais, de desenvolvimento de tecnologias,
máquinas e equipamentos com maior proteção à saúde dos
trabalhadores, especialmente aqueles voltados a cooperativas, da
economia solidária e pequenos empreendimentos.
Parágrafo único. Além das fontes de financiamento previstas neste
artigo, poderão ser pactuados, nas instâncias intergestores, incentivos
específicos para as ações de promoção e vigilância em saúde do
trabalhador, a serem inseridos nos pisos.

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FINALIZANDO

Quando conhecemos a história do trabalhador no mundo e no Brasil,


podemos observar o conhecimento sobre os riscos muito evoluiu, pertinente a
acidentes e doenças que podes ser adquiridos em cada atividade e processo de
trabalho. Mas há muito ainda que se evoluir nesse âmbito, afinal de contas a
tecnologia avança de maneira assustadora e a cada novo processo oferece ao
trabalhador um novo risco ou uma nova doença. Infelizmente, entre a evolução da
tecnologia e o conhecimento de riscos e métodos de eliminação ou redução de
danos, até a implantação de uma proposta, muito tempo é dispendido. Cabe aqui
o exemplo da exposição ao amianto: há muito é sabido que ele causa câncer de
pulmão; em alguns países é proibido o uso há muito tempo, mas no Brasil é
diferente. Há poucos meses o debate sobre a proibição na fabricação de telhas e
caixas d’água retornou à pauta.
O governo brasileiro, através do Ministério da Saúde, na década de 90 deu
especial atenção à área da saúde do trabalhador. Ele foi, logicamente,
pressionado pelos sindicatos, pelo público em geral e estudiosos da área. As
comissões tripartites estudaram e desenvolveram normas regulamentadoras, as
quais obrigam a implantação de processos, materiais e treinamentos relacionados
à segurança dos trabalhadores. Resta aqui como exemplo a NR 32, específica
para os estabelecimentos de saúde e seus trabalhadores. Primeiramente, a norma
foi elaborada, mas sem condições de mercado para ser implantada; ou seja,
continha muitas exigências, mas os estabelecimentos de saúde não tinham a
tecnologia necessária. Por exemplo, a exigência da utilização dos cateteres de
punção – então perfurocortantes com dispositivo de segurança implantado. O
mercado não dispunha de tal dispositivo; muita pesquisa foi desenvolvida para o
aprimoramento de dispositivos com custo acessível. Aproximadamente dez anos
depois, alguns dispositivos chegaram ao acesso do trabalhador. Resta-nos ainda
o desafio da disponibilização de EPIs confortáveis, para incentivar a utilização
pelos trabalhadores. Os materiais são grosseiros, muitas vezes pesados, podem
machucar e também esquentam.
A área de prevenção e promoção da saúde do trabalhador é um grande
desafio para a boa vontade dos profissionais que trabalham com ela, pois as
dificuldades são inumeráveis. Médicos, engenheiros, técnicos de segurança do
trabalho, engenheiros da segurança, enfermeiros, fisioterapeutas (e quem mais

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desejar trabalhar nesta área) – todos devem se munir do aparato da paciência e
da perseverança, reconhecendo que o trabalhador é digno de atenção.

LEITURA OBRIGATÓRIA

Texto de abordagem teórica

FRIAS JUNIOR, C. A. da S. A saúde do trabalhador no Maranhão: uma visão


atual e proposta de atuação. 135 p. Tese (Mestrado) – Fundação Oswaldo Cruz,
Escola Nacional de Saúde Pública, Rio de Janeiro, 1999.

Texto de abordagem prática

BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria n. 1.823, de 23 de agosto de 2012. Diário


Oficial da União, Poder Legislativo, Brasília, DF, 23 ago. 2012.

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REFERÊNCIAS

BULHÕES, I. Enfermagem no Trabalho. Rio de Janeiro: Editora Gráfica Luna,


1976.

BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria n. 1.823, de 23 de agosto de 2012. Diário


Oficial da União, Poder Legislativo, Brasília, DF, 23 ago. 2012.

_____. Ministério da Saúde. Portaria n. 2.437, 7 de dezembro de 2005. Diário


Oficial da União, Poder Legislativo, Brasília, DF, 7 dez. 2005.

NUNES, P. Conceitos. 2015. Disponível em:


<http://knoow.net/cienceconempr/gestao/trabalhador/>. Acesso em: 16 maio
2018.

FILHO, M. J. Saúde do trabalhador no SUS: desafios para uma política pública.


Saúde Ocupacional, n. 38, 2013.

MENDES, R.; DIAS, E. C. Da medicina do trabalho à saúde do trabalhador. Rev.


Saúde públ., São Paulo, v. 25, n. 5, p. 341-349, 1991. Disponível em:
<http://www.scielo.br/pdf/rsp/v25n5/03.pdf>. Acesso em: 16 maio 2018.

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