Professional Documents
Culture Documents
CAPA
INÍCIO MIOLO
"Se todas as raças fossem
conscientizadas das contribuições
dos africanos e de seus descendentes
no Novo Mundo, um mundo melhor
emergiria."
“If all races were made aware of the offerings of africans and their New World descendants, a better world would result.” (Lorenzo Dow Turner, Louisville Defender, June 6, 1942)
ficha técnica technical Sheet
Pesquisa, curadoria e textos: Xavier Vatin Researched, curated and written by Xavier Vatin
Sound recordings: Courtesy of The Archives of Traditional Music at Indiana University,
Gravações sonoras: Courtesy of The Archives of Traditional Music at Indiana from the Lorenzo Dow Turner Collection (86-109-F)
University, from the Lorenzo Dow Turner Collection (86-109-F)
Photos: Anacostia Community Museum, Smithsonian Institution
Fotografias: Anacostia Community Museum, Smithsonian Institution Coordination and music production: Cassio Nobre
Coordenação de produção e produção musical: Cassio Nobre Music edition and mastering: Carlos Caji
Production assistants: Maíra do Amaral, Any Manuela de Freitas and Rosildo Rosário
Edição musical e masterização: Carlos Caji
English translation: Sabrina Gledhill
Assistentes de produção: Maíra do Amaral, Any Manuela de Freitas e Rosildo Rosário Graphic design and layout: Estúdio Caetê
Tradução para o inglês: Sabrina Gledhill Communication in social media and press office: Maíra do Amaral
parceria
APRESENTA | PRESENTS
memórias afro-atlânticas
Lorenzo Turner
As gravações de na Bahia em 1940 e 41
a f ro- a t la n t i c le gac ie s
Lorenzo Turner s
´ Bahia Recordings (1940-41)
tab le o f contents
09. Introduction
11. The Bahia Connection
13. Lorenzo Dow Turner, an unknown, multifaceted genius
16. Lorenzo Turner in Bahia (1940-41)
28. The sound and photo archives
34. Martiniano Eliseu do Bonfim (1859-1943)
38. Anna Morénikéjì dos Santos
41. Maria Escolástica da Conceição Nazaré (Menininha do Gantois, 1894-1986)
42. João Alves de Torres Filho (Joãozinho do Goméia, 1914-1971)
48. Manoel Victorino da Costa (Manoel Falefá, 1900-1980)
49. Other members of the Candomblé community of Bahia
52. Theodora Maria Cardozo Alcântara (Adjazi)
54. Manoel Menezes
55. Alabê Manoel da Silva
56. José Bispo e Mário Pereira
56. Artur Cu de Touro da Silva
57. Esmeraldo Emetério de Santana
58. Bibliography
61. Acknowledgements
62. Track list
sumário
09. Introdução
11. The Bahia Connection
13. Lorenzo Dow Turner, gênio multifacetado e desconhecido
16. Lorenzo Turner na Bahia (1940/41)
28. O acervo sonoro e fotográfico
34. Martiniano Eliseu do Bonfim (1859-1943)
38. Anna Morénikéjì dos Santos
41. Maria Escolástica da Conceição Nazaré (Menininha do Gantois, 1894-1986)
42. João Alves de Torres Filho (Joãozinho do Goméia, 1914-1971)
48. Manoel Victorino da Costa (Manoel Falefá, 1900-1980)
49. Outros membros do povo-de-santo e terreiros de candomblé da Bahia
52. Theodora Maria Cardozo Alcântara (Adjazi)
54. Manoel Menezes
55. Alabê Manoel da Silva
56. José Bispo e Mário Pereira
56. Artur Cu de Touro da Silva
57. Esmeraldo Emetério de Santana
58. Bibliografia
61. Agradecimentos
62. Faixas dos CDs
THE BA HIA CON N EC T ION
08
Lorenzo Dow Turner, 1914
(Addison Scurlock, Anacostia Community
Museum, Smithsonian Institution)
introdução
17
Dr. Maxwell Assumpção Alakija,
nascido na Nigéria, e sua família
baiana (Anacostia Community Museum,
Smithsonian Institution)
“If all races were made aware of the offerings of Africans and their New World descendants, a better world would result.” (Lorenzo Dow Turner, Louisville Defender, June 6, 1942)
Durante sua pesquisa de campo com o povo-de-santo da Bahia,
Turner chegou a tocar trechos das gravações realizadas por ele com os Gullah
da Carolina do Sul e da Georgia. Como suspeitava, o português em uso nas
comunidades religiosas afro-baianas era repleto de palavras pertencentes
aos grupos linguísticos Yoruba, Ewe-Fon e Bantu. Ao ouvir as gravações During his field studies of the Candomblé communities of Bahia,
realizados nos EUA, alguns membros do candomblé identificaram elementos Turner shared with them some of the recordings he had made in the Gullah
lexicais, tonais e até estilos musicais1 . Portanto, Turner conseguiu desvendar community in South Carolina and Georgia. As he suspected, the Portuguese
elementos comprobatórios apontando para o parentesco da língua Gullah e do spoken in the Afro-Bahian temples was replete with words that belonged to the
português afro-brasileiro, em especial a modalidade linguística falada dentro Yoruba, Ewe-Fon and Bantu linguistic groups. When they heard the recordings
do contexto religioso afro-baiano, ambos sendo profundamente impregnados done in the USA, some members of the Candomblé community identified lexical
por um substrato2 de línguas do grupo Niger-Congo (Wade-Lewis, 2007: 130- and tonal elements, and even musical styles1. As a result, Turner managed
131). to unearth evidence that pointed to the kinship between the Gullah language
and Afro-Brazilian Portuguese, both of which are deeply impregnated with a
Durante os sete meses que passou na Bahia, Turner fica hospedado substrate2 of languages from the Niger-Congo group (Wade-Lewis 2007: 130-131).
no Palace Hotel da Rua Chile. Ao descrever o contexto cultural baiano numa
carta endereçada a sua mulher Lois, Turner expressa seu otimismo a respeito During the seven months he spent in Bahia, Turner stayed at the
da abundância de dados para sua pesquisa: “Quase todos aqui são pessoas de Palace Hotel on Rua Chile. When describing the cultural context of Bahia in a
cor. É um lugar muito interessante, a cidade mais antiga da América do Sul, letter to his wife, Lois, Turner expressed his optimism about the abundance of
mais antiga do que qualquer cidade na América do Norte. O material africano data for his research: “Nearly everybody is colored here. It is a very interesting
é muito rico. Há alguns negros que foram trazidos da África como escravos e place – the oldest city in South America and older than any city in North
ainda falam suas línguas nativas.” (Wade-Lewis, 2007: 132). America. The African material is very rich. There are some Negroes here who
were brought from Africa as slaves and who still speak their native language”
A coleta de dados de Turner progride como planejada. Enquanto ele (Wade-Lewis, 2007: 132).
concentra a sua atenção nos aspectos linguísticos e culturais, especialmente
com o povo-de-santo da Bahia, Frazier se debruça na estrutura da família Turner’s data gathering proceeded according to plan. While he
negra e nas relações raciais. Pierson, terceiro colaborador, também foca sua focused on linguistic and cultural aspects, particularly in the Candomblé
pesquisa nas relações raciais. Após alguns meses, Turner e Pierson ambos community of Bahia, Frazier studied the structure of black families and race
chegam à conclusão de que a influência africana é amplamente disseminada relations. Pierson, the third team member, also focused his research on race
na cultura e na sociedade baiana. Contudo, suas conclusões não alteram relations. After a few months, Turner and Pierson both concluded that there
significativamente a perspectiva de Frazier, que só observa retenções was a widespread African influence in Bahian culture and society. However,
africanas na religião afro-brasileira. Em uma carta a Herskovits, Turner their conclusions did not significantly change Frazier’s perspective, as he was
declara, entusiasta: “O campo aqui está rico em material africano e não estou only observing African retentions in the Afro-Brazilian religion. In a letter to
tendo nenhuma dificuldade em encontra-lo3.” Herskovits, Turner wrote enthusiastically, “The field here is rich in African
material and I am having no difficulty in finding it3.”
1 Ralston, Richard M. “An Independence Gift for Sierra Leone: A Krio Dictionary”, FREE: A Roosevelt University
Magazine 1, no. 1 (Spring 1962): 2-8.
1 Ralston, Richard M. “An Independence Gift for Sierra Leone: A Krio Dictionary,” FREE: A Roosevelt University 23
Magazine 1, no. 1 (Spring 1962): 2-8.
2 Do ponto de visto linguístico, o substrato consiste nos vestígios de línguas preservadas por grupos dominados 2 From the linguistic standpoint, substrates consist of vestiges of languages preserved by dominated groups that
que terminam influenciando o superstrato, ou seja, as línguas dos grupos dominantes, quando as línguas fica- end up influencing the superstrates - that is, the languages of the dominant groups – when the languages come
ram em situação de contato por várias gerações. into contact for several generations.
3 Carta de Turner a Herskovits, 04/02/1941, Turner Collection, Northwestern University, Box 3, Folder 8. 3Letter from Turner to Herskovits, February 4, 1941, Turner Collection, Northwestern University, Box 3, Folder 8.
Depois de quatro meses juntos na Bahia, Frazier segue sua viagem
para o Haiti, enquanto Turner permanece na Boa Terra. Turner tem certeza
que a onipresença das retenções africanas na Bahia faria Frazier abandonar
sua hipótese inicial. Na carta a Herskovits de 04 de fevereiro de 1941, Turner
expressa sua convicção de que o contato direto com a cultura afro-brasileira
converteria Frazier para a escola das retenções africanas: “Ele não tem mais After working together in Bahia for four months, Frazier went on to
dúvida a respeito das sobrevivências africanas na cultura do Novo Mundo. Haiti while Turner stayed in Bahia. He was convinced that the omnipresence of
A partir de agora, ele observará o Negro americano com um olhar diferente, African retentions in Bahia would make Frazier abandon his initial theory. In
porém mais sábio. Essa viagem ao Brasil foi, de fato, uma revelação para ele”. a letter to Herskovits dated February 4, 1941, Turner expressed his conviction
(Wade-Lewis, 2007: 132). that direct contact with Afro-Brazilian culture would convert Frazier to the
school of African retentions: “He is no longer in doubt about African survivals in
Lorenzo Turner deixa a Bahia em abril de 1941 e segue sua viagem New World culture. From now on he will observe the American Negro through
para Recife. Em apenas sete meses, ele coletou dados preciosos junto com different but wiser eyes. This trip to Brazil has indeed been a revelation to him”
figuras emblemáticas do candomblé: Martiniano Eliseu do Bonfim, Menininha (Wade-Lewis, 2007: 132).
do Gantois, Joãozinho da Goméia, Manoel Falefá, entre muitos outros. Com
eles, Turner identificou centenas de palavras africanas, entre as quais muitas Lorenzo Turner left Bahia in April 1941 and went on to Recife. In
eram também usadas pelos Gullah do Sul dos EUA. just seven months, he had collected precious data from iconic figures from the
Candomblé community: Martiniano Eliseu do Bonfim, Menininha do Gantois,
Depois de voltar aos EUA, Turner publicaria três artigos baseados Joãozinho da Goméia, Manoel Falefá, and many more. Through them, Turner
nas suas pesquisas no Brasil, que atestam de sua visão abrangente da cultura had identified hundreds of African words, including many that were also used
e da linguagem no contexto afro-atlântico. O primeiro artigo, intitulado “Some by the Gullah in the US South.
Contacts of Brazilian Ex-Slaves with Nigeria, West Africa”, foi publicado no
Journal of Negro History, em 1942. Segundo Turner, na ausência de dados After returning to the USA, Turner published three articles based on
históricos, os relatos orais de escravos libertos e de seus descendentes, assim his research in Brazil, which attest to his broad perspective on culture and
como alguns documentos que estes tinham guardado, se tornaram fontes language in the Black Atlantic. The first article, “Some Contacts of Brazilian
valiosas para as pesquisas sobre as origens africanas no Brasil. Nos anos 1940, Ex-Slaves with Nigeria, West Africa,” was published in the Journal of Negro
algumas dessas pessoas ainda viviam na Bahia. Segundo Turner, “muitos History in 1942. According to Turner, in the absence of historical data, the oral
deles nasceram na África, ainda falavam suas línguas nativas, frequentemente histories of freed slaves and their descendants, as well as some documents they
possuíam documentos e fotografias valiosas relacionadas à África Ocidental e have preserved, are valuable sources for research on African origins in Brazil.
mantinham correspondência regular com seus parentes vivendo lá 4.” In the 1940s, some of those people still lived in Bahia. According to Turner,
“Many of them were born in Africa, still speak fluently their native language,
24 frequently have in their possession valuable papers and pictures relating to
West Africa, and correspond regularly with their relatives living there4.”
4 Lorenzo Dow Turner, “Some Contacts of Brazilian Ex-Slaves with Nigeria, West Africa”, Journal of Negro
History, 27, n°1 (January 1942): 58.
4Lorenzo Dow Turner, “Some Contacts of Brazilian Ex-Slaves with Nigeria, West Africa,” Journal of Negro His-
tory, 27, no. 1 (January 1942): 58.
O segundo artigo, “The Negro in Brazil”, foi escrito para um publico
leigo5. Esboçando um retrato bastante idealizado da vida dos negros no Brasil,
Turner aponta uma lista de vantagens de ordem sociológica que estes teriam
em relação aos negros nos EUA e no Caribe. Nesse contexto, Turner apresenta
as práticas religiosas como a fonte mais frutífera de sobrevivências africanas The second article, “The Negro in Brazil,” was written for lay readers5.
nas Américas. Para ele, “as cerimônias religiosas africanas no Brasil são Sketching a highly idealized portrait of the life of black people in Brazil, Turner
basicamente idênticas ao que eram quando trazidas para o Brasil na época da pointed out a list of sociological advantages that he believed them to enjoy,
escravidão. Nessas comunidades, ainda podem ser vistos danças e artefatos compared to blacks in the US and the Caribbean. In that context, Turner
autenticamente africanos, além de toques de tambores africanos autênticos, presented religious practices as the richest source of African retentions in the
cantos, rezas e histórias. A partir dessas comunidades africanas, cantos e Americas. In his view, “Native African religious ceremonies are basically the
danças, tanto religiosos quanto profanas, além de outros elementos de cultura same as they were when brought to Brazil during the period of slavery. In these
africana, se propagaram em todo Brasil e além de suas fronteiras.” Turner communities one can still see authentic African dances… and artifacts and
enfatiza as contribuições afro-brasileiras para o folclore, a língua (incluindo hear authentic African drum rhythms, songs, chants, prayers, and stories.
milhares de palavras africanas que foram incorporadas no vocabulário From these African… communities both religious and secular songs and
do português do Brasil), a arquitetura, as artes plásticas, as ciências e até a dances, as well as other elements of African culture, have spread throughout
politica. Ele menciona os afro-brasileiros (Agudás) que retornaram para a Brazil and far beyond its borders.” Turner emphasized that Afro-Brazilian
Nigéria depois de abolição da escravidão em 1888, contribuindo notavelmente contributions to folklore, language (including thousands of African words that
para a arquitetura, cultura e economia. were incorporated into the Portuguese lexicon in Brazil), architecture, the
fine arts, science and even politics. He mentions the Afro-Brazilians (Agudás)
No terceiro artigo, “African Survivals in the New World with Special who returned to Nigeria after the abolition of slavery in 1888, making an
Emphasis on the Arts” (Turner, 1958), Turner apresenta uma abordagem outstanding contribution to its architecture, culture and economy.
transcultural das culturas afro-diaspóricas, dando exemplos de retenções
africanas na língua, na literatura popular, nas artes e, em especial, na música. In the third article, “African Survivals in the New World with Special
Emphasis on the Arts” (Turner, 1958), Turner takes a transcultural approach
Turner volta do Brasil com um corpus muito significativo de dados to Afro-Diasporic cultures, giving examples of African retentions in language,
linguísticos e musicais em forma de repertórios cantados e falados (cantos, folk literature, art, and particularly, music.
cantigas, rezas, histórias), representando um total de 329 discos de alumínio
de 12 polegadas. O conteúdo dessas gravações comprova que línguas da África Turner had returned from Brazil with a highly significant collection of
Ocidental e Central ainda eram faladas na Bahia por escravos libertos e seus linguistic and musical data in the form of sung and spoken repertoires (songs,
descendentes, entre as quais Yoruba, Ewe, Fon e Kimbundu. Se Turner tivesse hymns, prayers and stories), comprising a total of 329 twelve-inch aluminum
tido o tempo de compilar seus dados em uma publicação, esta certamente discs. The contents of those recordings prove that the languages of West and
teria sido o primeiro trabalho do gênero, tanto no Brasil como nos EUA, uma Central Africa were spoken in Bahia by freed slaves and their descendants,
contribuição pioneira para o conhecimento da cultura afro-brasileira. including Yoruba, Ewe, Fon and Kimbundu. If Turner had had time to compile
his data into a publication, it would certainly have been the first work of its
kind, either in Brazil or the USA – a pioneering contribution to knowledge of 25
5 Lorenzo Dow Turner, “The Negro in Brazil”, Chicago Jewish Forum, 15, n°4, 1956: 232-36. Afro-Brazilian culture.
5Lorenzo Dow Turner, “The Negro in Brazil,” Chicago Jewish Forum, 15, no. 4, 1956: 232-36.
Lorenzo Dow Turner, em plena pesquisa de
campo, na África, em 1951 (Anacostia Commu-
nity Museum, Smithsonian Institution)
27
o acervo sonoro e fotográfico
As gravações originais realizadas por Lorenzo Turner na Bahia – em the sou nd and p h oto arc h i ve s
329 discos de alumínio de 12 polegadas representando dezenas de horas de
gravações linguísticas e musicais – estão sendo conservadas, desde 1988, nos
Archives of Traditional Music da Indiana University, em Bloomington, nos
EUA6. Essas gravações, de uma qualidade técnica extraordinária para a época,
possuem um valor histórico, antropológico, linguístico e etnomusicológico The original field recordings that Lorenzo Turner made in Bahia
inestimável. on 329 twelve-inch aluminum discs containing dozens of hours of language
and musical recordings have been preserved since 1988 in the Archives of
Antes de chegar ao Brasil, Lorenzo Turner tinha passado boa parte Traditional Music at Indiana University, in the US city of Bloomington6.
da década de 1930 realizando pesquisa de campo com os Gullah da região das These recordings, which are of extraordinary quality for the time, are priceless
Sea Islands, no Sul dos EUA, tornando-se assim um linguista muito experiente in terms of their historical, anthropological, linguistic and ethnomusicological
no campo da gravação sonora. Alguns meses antes de sua viagem ao Brasil, worth.
financiada pelo Rosenwald Fund, Turner conseguiu o apoio institucional de
Melville J. Herskovits para a aquisição de um equipamento de última geração Before he arrived in Brazil, Lorenzo Turner had spent most of the
(gravador da marca Lincoln Thompson, com gerador a gasolina), que este 1930s doing fieldwork in the Gullah community in the Sea Islands in the US
tinha usado havia pouco tempo nas suas pesquisas na ilha caribenha de South, becoming a highly experienced linguist in the field of sound recordings. A
Trinidad. Chegando ao Brasil, Lorenzo Turner possui tanto a experiência rara few months before he traveled to Brazil, thanks to a grant from the Rosenwald
de um linguista de campo como um equipamento de alta qualidade. Fund, Turner obtained institutional support from Melville J. Herskovits to
purchase the latest word in sound recording equipment – a Lincoln Thompson
with a gasoline generator, the same model Herskovits had used a short time
before for his research on the Caribbean island of Trinidad. When he arrived
in Brazil, Lorenzo Turner not only had rare experience as a field linguist but
first-rate equipment to boot.
28
6 Em 1988, Lois Turner Williams, viúva de Lorenzo Turner, doou a maior parte do seu acervo sonoro (discos de alu- 6 In 1988, Lois Turner Williams, Lorenzo Turner’s widow, donated most of his sound recordings (original aluminum
mínio originais) para os Archives of Traditional Music da Indiana University, em Bloomington. Em 2003, o restante discs) to the Archives of Traditional Music at Indiana University, in Bloomington. In 2003, the remainder were dona-
foi doado ao Anacostia Community Museum da Smithsonian Institution, em Washington. ted to the Smithsonian Institution’s Anacostia Community Museum in Washington, DC.
Um dos 329 discos originais de alumínio de
12 polegadas utilizados por Lorenzo Turner
(Xavier Vatin, Archives of Traditional Music,
Indiana University, Bloomington)
31
Família de santo, Salvador, Bahia, 1940/41
(Lorenzo Turner / Anacostia Community
Museum, Smithsonian Institution)
35
35
THE BAHIA CON N EC TION
38
Anna dos Santos, Morénikéjì, e o babalaô
Martiniano Eliseu do Bonfim, Òjélàdé
(1859 – 1943), na sua casa da Cidade Baixa,
Salvador, Bahia, 1940
(Lorenzo Turner / Anacostia Community
Museum, Smithsonian Institution)
41
joão alves de torre s filho
( j o ã o zi nh o d o g om éi a , 1 9 14 - 1 971 )
42
João Alves de Torres Filho, Joãozinho da
Goméia (1914 – 1971), São Caetano, Sal-
vador, Bahia, 1940/41 (Lorenzo Turner /
Anacostia Community Museum, Smithso-
nian Institution)
47
manoel victorino da costa
( ma n o el f a lef á , 1 9 0 0 - 1 9 8 0 )
48
7Existem vários sub-grupos étnicos da nação Jêje, entre os quais: Jêje Mahi, Jêje Dao- 7There are several ethnic sub-groups of the Jêje nation, including Jêje Mahi, Jêje Daomé, Jêje Savalu, Jêje Nagô
and Jêje Modubi. Manoel Falefá’s sub-group was Jêje Daomé.
mé, Jêje Savalu, Jêje Nagô, Jêje Modubi. Manoel Falefá era Jêje Daomé.
Outros membros do povo-de-santo
e terreiros de candomblé da Bahia
Ao longo dos sete meses passados na Bahia, Lorenzo Turner
entrevistou, gravou e retratou dezenas de membros dos candomblés da época,
de diversas nações e localidades, em Salvador e no Recôncavo, notadamente
em Cachoeira, São Félix e Muritiba. Alguns deles ainda precisam ser
devidamente identificados (pesquisa em andamento).
52
Theodora Maria Cardozo Alcântara, Salvador,
Bahia, 1940/41 (Lorenzo Turner / Anacostia
Community Museum, Smithsonian Institution)
man o el m e n e z e s
54
alabê manoel da silva
a l a b ê manoel da silva
This is probably the same person Ruth Landes described in The City
of Women. Born in around 1890, Manoel da Silva, also known as Amor, was
the alabê (chief ritual drummer) of the Gantois candomblé. In Lorenzo Turner’s
recordings, he plays the main Candomblé rhythms of the Ketu and Jêje nations.
He also accompanies Menininha when she sings some religious songs.
Mário Pereira e José Bispo cantam em iorubá (nação Ketu) e línguas josé bispo and mário pereira
bantu (nações Angola e Congo), sem acompanhamento instrumental. Também
contam estórias em português. Bispo fala palavras faladas para os santos em
idioma não especificado. Mário Pereira and José Bispo sing in Yoruba (Ketu nation) and Bantu
languages (Angola and Congo) without musical accompaniment. They also tell
stories in Portuguese. Bispo speaks words spoken to the saints in an unspecified
language.
Artur Durval “Cu de Touro” da Silva era de Cachoeira. Tinha um artur cu de touro da silva
terreiro dentro do mato. O terreiro era localizado na Capapina, no pé da
ladeira de Capoeiruçu. Valter, filho dele, deu continuidade ao terreiro. Depois
da morte de Valter, ficou a filha de Valter. Nação Nagô.
Artur Durval “Cu de Touro8” da Silva was from Cachoeira. His
terreiro was located in the middle of the forest in Capapina, at the foot of
Capoeiraçu hill. His son Valter kept the terreiro going. After Valter’s death, he
was succeeded by his daughter. Nagô nation.
56
Esmeraldo Emetério de Santana, conhecido como Tata Benzinho, esmeraldo emetério de santana
era xicarangoma do Terreiro Tumba Junçara, fundado em 1919 pelo sacerdote
Manoel Ciriaco de Jesus. Tata Benzinho presidiu a Federação Baiana do Culto
Afro-Brasileiro (FEBACAB) por 11 anos. Faleceu, em Salvador, em 7 de agosto
Esmeraldo Emetério de Santana, known as Tata Benzinho, was the
de 2011.
xicarangoma (chief ritual drummer) of the Tumba Junçara terreiro, founded in
1919 by the high priest Manoel Ciriaco de Jesus. Tata Benzinho presided over
the Bahian Federation of Afro-Brazilian Religions (FEBACAB) for eleven years.
He died in Salvador on August 7, 2011.
57
b i b l i o gr a f ia | b ib lio graphy
AMOS, Alcione (Guest Editor). "The Living Legacy of Lorenzo Dow Turner.
The First African-American Linguist". The Black Scholar. Journal of Black
Studies and Research. Vol. 41, n°1, 2011.
ELBEIN DOS SANTOS, Juanita & DOS SANTOS, Deoscoredes M. “Ancestor TURNER, Lorenzo Dow. “Some Contacts of Brazilian Ex-Slaves with Nigeria,
Worship in Bahia: Egun-Cult”. Journal de la Société des Américanistes, n°58, West Africa.” Journal of Negro History, XXVII, 1942: 55-67.
1969.
TURNER, Lorenzo Dow. Africanisms in the Gullah Dialect. University of
GILROY, Paul. The Black Atlantic. Modernity and Double Consciousness. South Carolina Press, 2002 (1949).
Cambridge, Harvard University Press, 1993.
TURNER, Lorenzo Dow. “The Negro in Brazil”. Chicago Jewish Forum 15, n°1,
HERSKOVITS, Melville J. The Myth of the Negro Past. Boston, Beacon Press, 1956: 5-11.
1990.
TURNER, Lorenzo Dow. “African Survivals in the New World with Special
LANDES, Ruth. The City of Women. Albuquerque, University of New Mexico Emphasis on the Arts”. In Africa From the Point of View of American Negro
Press, 1994. Scholars. Paris: American Society of African Culture/Présence Africaine,
1958: 101-116.
PIERSON, Donald. Negroes in Brazil. A Study of Race Contact at Bahia.
Chicago, The University of Chicago Press, 1942. VATIN, Xavier. “Joãozinho da Goméia”. In Henry Louis Gates Jr., Franklin W.
Knight. (Org.). Dictionary of Caribbean and Afro-Latin American Biography.
SANSONE, Livio. "USA & Brazil in Gantois. Power and Transnational Origin Cambridge, Oxford University Press, 2016, v. 1, 153-154.
of Afro-Brazilian Studies”. Vibrant, v.8 n.1, 2011, 536-567.
WADE-LEWIS, Margaret. Lorenzo Dow Turner. Father of Gullah Studies.
University of South Carolina Press, 2007.
58
Santo Amaro da Purificação, Bahia, 1940/41
(Lorenzo Turner / Anacostia Community Museum,
Smithsonian Institution)
Carlos Augusto Pereira dos Santos, Manso Gongombira Dinhanga Nginji, Salvador, Bahia.
Edmilson Miranda, Ogã Dezinho, Terreiro Inci Mimó Aganju Didê, Cachoeira, Bahia.
Carlos Augusto Pereira dos Santos, Manso Gongombira Dinhanga Nginji, Salvador, Bahia.
Edmilson Miranda, Ogã Dezinho, Inci Mimó Aganju Didê Terreiro, Cachoeira, Bahia.
c d 01
Martiniano Eliseu do Bonfim
Salvador, Bahia, 16/10/1940
01. Cantiga de fundamento para Omolu, ainda em uso. Língua iorubá. Nação
Ketu. Toque vassi lento. Martiniano fala e canta, com uma voz feminina, a 06. Canto em iorubá, cantado em Lagos para o Carnaval, pontuado por
cappella. “Ele vem pelo caminho, de longe”. Cantiga convidando Omolu pra gritinhos de Martiniano.
vir pra festa.
07. Canto interpretado, na Bahia e na Nigéria, na ocasião da Lavagem do
02. Cantigas para Oxossi, Língua iorubá. Nação Ketu. Toque agueré. Martiniano Bonfim. Martiniano, Anna e uma terceira pessoa cantam juntos. Mescla
com coro responsorial (duas vozes femininas). A voz de Martiniano é precisa, trechos em iorubá com a exclamação “Viva Senhor do Bonfim!”.
clara, muito afinada, com agudos lindos. O enredo contado por Martiniano
se perdeu hoje. Trata-se de uma das cantigas mais importantes de Oxossi no Salvador, Bahia, 04/02/1941
Terreiro da Casa Branca. 08. Cantiga para Oxossi. Língua iorubá. Nação Ketu. Toque ijiká. Martiniano
do Bonfim e Anna dos Santos. A cappella.
Martiniano do Bonfim e Anna Morénikéjì dos Santos 09. Canto de trabalho em iorubá. Martiniano do Bonfim e coro responsorial.
Salvador, Bahia, 18/12/1940 Essa forma musical se encontra, em padrão semelhante, nas cantigas de folha
03. “O Macaco”. Língua iorubá. História cantada por Martiniano do Bonfim e que também são cantos de trabalho (adequação do canto com o movimento
Anna dos Santos. executado). A força vem da repetição da fala.
c d 01
Martiniano Eliseu do Bonfim
Salvador, Bahia, Oct 16, 1940
01. Song for Omolu, still sung today. Yoruba Language. Ketu Nation. Slow vassi
rhythm. Martiniano speaks and sings, along with a female voice, a cappella. 06. Yoruba song, sung in Lagos during Carnaval, punctuated by Martiniano’s
“He came along the path, from afar.” Song inviting Omolu to come to the short cries.
ceremony.
07. Song performed in Bahia and Nigeria during the Lavagem do Bonfim (an
02. Songs for Oxossi, Yoruba Language. Ketu Nation. Agueré rhythm. Afro-Brazilian procession and cleansing ceremony). Martiniano, Anna and a
Martiniano with a responding chorus (two female voices). Martiniano’s third person sing together. Yoruba words are interspersed with the exclamation
voice is precise, clear, very much in tune, with beautiful high notes. The story “Long live the Lord of Bonfim (Christ Crucified)!”
Martiniano told has been lost. It is one of the most important songs for Oxossi
sung at the Casa Branca Terreiro. Salvador, Bahia, Feb 04, 1941
08. Song for Oxossi. Yoruba Language. Ketu Nation. Ijiká rhythm. Martiniano
do Bonfim and Anna dos Santos. A cappella.
Martiniano do Bonfim e Anna Morénikéjì dos Santos
Salvador, Bahia, Dec 18, 1940 09. Yoruba work song. Martiniano do Bonfim and responding chorus. A
03. “The Monkey.” Yoruba Language. Story sung by Martiniano do Bonfim similar pattern of this musical form is found in “leaf songs” sung during
and Anna dos Santos. rituals involving plants, which are also work songs (adapting the song to the
movements performed). Its power comes from the repeated words.
Salvador, Bahia, Dec 24, 1940
04. Anna dos Santos tells a story in Yoruba. Then, she and Martiniano sing Salvador, Bahia, Feb 07, 1941
together. Pentatonic mode. Alternating storytelling/singing. 10. Song for Oxossi. Yoruba Language. Ketu Nation. Martiniano do Bonfim, a
cappella.
Salvador, Bahia, Jan 31, 1941
05. Yoruba work song, by Martiniano and Anna dos Santos. Introductory
words by Martiniano. The vocal technique recalls Central African pygmy Manoel Victoriano da Costa, Manoel Falefá
songs. This form of singing is also found in the Babá Egum ancestor worship Salvador, Bahia, Nov 08, 1940
temples on Itaparica Island. 11. Songs for Ogum, still in use. Yoruba Language. Ketu Nation. Introductory
words and singing. Falefá is the soloist and the chorus responds (two female 63
voices, one male voice). “Ogum will seek Oxossi, who disobeyed his mother.
mãe. Ele vai procurar o irmão na floresta, com corpo coberto de ervas, bichos
e terra. Ele traz Oxossi de volta e o cobre de mariô. / Ogum chegou vestido
de mariô, fazendo confusão dentro de casa. Pegaram uma coroa de mariô e
colocoram em cima de sua cabeça para ele se acalmar”. Outra cantiga para
Ogum. Toque vassi rápido. Terceira cantiga para Ogum (cantiga de guerra,
toque vassi rápido) “Ogum está vestido de mariô, mas está amolando 17. Cantigas para Oxum, Oxaguiã e Oxalufã. Língua iorubá. Nação Ijexá.
calmamente sua faca” (Nancy de Souza). Toque ijexá. Cantigas ainda em uso, porém com letra diferente. Última
cantiga: Oxum encanta Ogum com os irunmalés.
Salvador, Bahia, 15/11/1940
12. Cantigas para Katendê. Língua bantu (misto de kikongo e kimbundu). 18. Cantigas para Kaiango. Língua bantu (misto de kikongo e kimbundu).
Nação Congo. Ainda em uso. 1. Toque barravento. Ainda em uso, porém com Nação Congo/Angola. 1. Cantiga para Kaiango. Toque barravento. 2. Cantiga
letra diferente. 2. Toque congo. 3. Toque barravento. 4. Toque munjola (cabula). para Kaiango. Toque congo. Parecida com o jeito de cantar hoje. 3. Cantiga
para Kaiango. Toque congo. Ele vai chamando o nome dos inquices. 4. Outra
13. Cantigas para Lembá Dilê e Kasuté. Língua bantu (misto de kikongo e cantiga para Kaiango. Toque congo. 5. Xibanguele.
kimbundu). Nação Congo. 1. Lembá Dilê. Toque barravento. 2. Idem. 3. Kasuté. Salvador, Bahia, 28/11/1940
Toque barravento.
19. Hino da nação Jêje Mahi, segundo Manoel Falefá. Língua fon.
14. Cantigas para Mutalambô. Língua bantu (misto de kikongo e kimbundu).
Nação Congo. 1. Toque munjola. 2. Toque munjola. 3. Toque barravento (canta
de forma diferente hoje). Manoel Menezes, Terreiro Viva Deus
Salvador, Bahia, 30/10/1940
15. Cantigas para Sobgô. Língua fon. Nação Jêje. “O babalorixá Manoel Falefá 20. Cantiga com toque avaninha. “Bahia, São Caetano, 425, Terreiro do Viva
diz, em Jêje, a alegria de vencer a guerra, por cantigas: Oxokê, moyokê, Sogbô”. Deus de Manoel Menezes. Vou cantar avaninha, Jêje.” Declamação e cantiga.
Língua predominante: fon. Nação Jêje-Nagô. Canta no início das cerimônias.
O coro responde e um conjunto percussivo entra (atabaques e gã). O bairro de
Salvador, Bahia, 21/11/1940 São Caetano, em Salvador, era uma aglomeração do povo de origem Jêje. A
16. Cantigas para Exu e Logunedé. Língua iorubá. Nação Ijexá. Toque ijexá. “O palavra Goméia viria de Agomé, antiga capital do Daomé.
babalorixá Manoel Falefá, na Bahia, São Caetano, abre seu terreiro em Ijexá,
pra festejar Logunedé.” Falefá entoa, um coro feminino responde, a cappella.
Três cantigas para Exu com toque ijexá. Quarta cantiga para Exu. Toque vassi
64 rápido. Quatro cantigas para Logunedé. Toque ijexá.
He will seek his brother in the forest, with his body covered in herbs, beasts
and earth. He brings Oxossi back and covers him with mariwô (young raffia
palm leaves). / Ogum arrived, dressed in mariwô, causing a disturbance in
the house. They took a crown of mariwô and put it on his head to calm him.”
Another song to Ogum. Fast vassi rhythm. Third song to Ogum (war song, fast
vassi rhythm) “Ogum is dressed in mariwô, but he is calmly sharpening his 17. Songs for Oxum, Oxaguiã and Oxalufã. Yoruba Language. Ijexá Nation.
knife” (Nancy de Souza). Ijexá rhythm. Songs still in use, but with different words. Last song: Oxum
enchants Ogum with the irunmalés (spiritual entities).
Salvador, Bahia, Nov 15, 1940
12. Songs for Katendê. Bantu Language (mixture of Kikongo and Kimbundu). 18. Songs for Kaiango. Bantu Language (mixture of Kikongo and Kimbundu).
Congo Nation. Still in use. 1. Barravento rhythm. Still in use, but with different Congo Nation/Angola. 1. Song for Kaiango. Barravento rhythm. 2. Song
words. 2. Congo rhythm. Munjola (cabula) rhythm. to Kaiango. Congo rhythm. Similar to the way it is sung today. 3. Song for
Kaiango. Congo rhythm. He calls out the names of the inquices (divinities). 4.
13. Songs for Lembá Dilê and Kasuté. Bantu Language (mixture of Kikongo Another song for Kaiango. Congo rhythm. 5. Xibanguele.
and Kimbundu). Congo Nation. 1. Lembá Dilê. Barravento rhythm. 2. Same. 3.
Kasuté. Barravento rhythm. Salvador, Bahia, Nov 28, 1940
19. Song from the Jêje Mahi Nation, according to Manoel Falefá. Fon Language.
14. Songs for Mutalambô. Bantu Language (mixture of Kikongo and Kimbundu).
Congo Nation. 1. Munjola rhythm. 2. Munjola rhythm. 3. Barravento rhythm
(sung differently today). Manoel Menezes, Terreiro Viva Deus
Salvador, Bahia, Oct 30, 1940
15. Songs for Sobgô. Fon Language. Jêje Nation. “The high priest Manoel Falefá 20. Song with avaninha rhythm. “Bahia, São Caetano, 425, Manoel Menezes’s
expresses, in Jêje, the joy of winning the war in songs: Oxokê, moyokê, Sogbô.” Viva Deus terreiro. I am going to sing an avaninha, Jêje.” Recitation and song.
Predominant language: Fon. Jêje-Nagô Nation. Sung at the beginning of
Salvador, Bahia, 21/11/1940 ceremonies. The chorus responds and the percussion instruments enter (conga
16 Songs for Exu and Logunedé. Yoruba Language. Ijexá Nation. Ijexá rhythm. drums and gã [similar to cowbells]). Large numbers of people of Jêje (Fon)
“The high priest Manoel Falefá, in Bahia, São Caetano, opens his terreiro in descent lived in the São Caetano district of Salvador. The word “Goméia” is
Ijexá as a celebration for Logunedé.” Falefá sings, a female chorus responds, a said to be derived from Agomé, the former capital of Dahomey (now Benin).
cappella. Three Songs to Exu in the Ijexá rhythm. Four songs to Exu. Fast vassi
rhythm. Four songs to Logunedé. Ijexá rhythm.
65
21. Cantiga com toque avaninha. Manoel Menezes, conjunto percussivo e coro.
Língua predominante: fon. Sequência coreográfica da avaninha: “Entrada,
com as mãos uma em cima da outra: vodum chegou do orum para o aiyê;
vodum saudando as pessoas; Desceu à terra; Veio para ensinar a trabalhar;
Andou por todos os cantos da terra; Conheceu todos os seus filhos; Ensinou
eles a lutar; Quando precisarem de mim, me chamem que eu volto!” Essa 25. Cantiga para Oxossi. Língua iorubá. Nação Ketu. Toque agueré. Excelente
sequência coreográfica está se perdendo (Nancy de Souza). precisão rítmica do conjunto percussiva. Tempo lento característico do
Gantois.
Salvador, Bahia, 10/11/1940
22. Cantiga (possivelmente) para Oxumarê. Língua fon. Toque bravum. Nação Federação, Salvador, Bahia, 19/12/1940
Jêje. “Bahia, Terreiro do Viva Deus, São Caetano, 425, de Manoel Menezes. Vou 26. Cantiga para Oxossi. “Vamos agora continuar a nossa gravação oferecida
cantar uma cantiga quando o filho pede misericórdia e o pai acalenta, em Jêje. ao Prof. Dr. Turner, auxiliada pelas suas filhas de santo Ilda, Celina, América,
». Solista, coro, conjunto percussivo. A dança chama-se hundosé. Creuza, Floripes e só!”. Língua iorubá. Nação Ketu. Toque agueré de Oxossi.
Coro. Conjunto percussivo. Final em descrescendo.
03. Song from the Jêje Nation. Possibly from the Jêje Dahomey (Benin) Nation.
Menininha, a cappella.
Manoel da Silva
Salvador, Bahia, 08/04/1941
04. Cantiga para Loko. Língua fon. Nação Jêje. Toque sató. “Vamos gravar
agora a cantiga de Hunsé, Jêje, para Loko”. Xekerê, atabaques, solista feminina,
coro feminino. A solista entoa, o coro responde, enquanto o xekerê já entrou.
Na sequência entram os atabaques. No Daomé, o tambor sató é tocado por Salvador, Bahia, 17/11/1940
crianças órfãos. 11. “Uma reza de Oxossi em Angola, por Joãozinho da Goméia, Bahia”. Essa
reza faz parte do Ingorossi. Também se usa pra caboclo. Língua bantu (misto
05. Cantiga para Iansã, ainda em uso. Língua iorubá. Nação Ketu. Solista de kikongo e kimbundu). Nação Angola. A cappella.
feminina. Coro feminino. Atabaques e xekerê.
12. “Cantiga de Kissanga em Angola por Joãozinho da Goméia, Bahia: Tetetê
06. Toque ramunha. Cantiga da nação Jêje. Língua fon. Solista feminina. Coro ô Mamãe Kissinga, Tetetê ô Mameto Kaiango”. Joãozinho da Goméia com
feminino. Atabaques e xekerê. coro feminino. Misto de kikongo, kimbundu e português. Fala de Kissanga,
Kaiango, Maria e Jesus.
07. Cantiga para Loko. Língua fon. Nação Jêje. Ainda canta no Jêje. Solista
feminina. Coro feminino. Atabaques e xekerê. 13. “Cantiga de Tempo em Angola por Joãozinho da Goméia, Bahia: Tempo
makura dilê / Tempo ê, a, Tempo da milagonga / Na vaquejada, fui infeliz, cai
08. Cantiga para Oxumarê. Língua iorubá. Nação Ketu. Solista feminina. Coro do cavalo. Eu quebrei o pescoço. Saravá foi quem quis!” Mistura de kikongo,
feminino. Atabaques e xekerê. kimbundu e português. Existem terreiros da nação Angola em que se canta
para Tempo e vira para caboclo. A referência à vaquejada indica que se trata
09. Cantigas para Euá. Língua iorubá. Nação Ketu. Solista feminina. Coro de uma cantiga de caboclo.
feminino. Atabaques e xekerê.
Salvador, Bahia, 24/11/1940
14. “Cantiga em Angola por Joãozinho da Goméia, Bahia. Louvando o sol.”
João Alves Torres Filho, Joãozinho da Goméia Joãozinho entoa e o coro feminino responde (duas ou três mulheres). Misto
Salvador, Bahia, 10/11/1940 de kikongo, kimbundu e português. Essa cantiga, aparentemente, não existe
10. “Uma reza de orixá, na linha de Angola, por Joãozinho da Goméia, mais hoje. Canta para acompanhar o nascer do sol. Ainda existem cordões de
Bahia”. Reza (possivelmente) para Lembá. Língua bantu (misto de kikongo e cantigas que se cantam no momento do nascer do sol, depois de uma noite de
kimbundu). Nação Angola. A cappella. obrigação. A tradição de cantar para o sol nascer ainda existe, nas obrigações,
dentro do bakisi.
68
15. Cantigas para Angorô. Língua bantu (misto de kikongo e kimbundu).
Nação Angola. Toque barravento. Joãozinho entoa, o coro responde. Ainda
em uso, quando Angorô vai para a água.
Manoel da Silva
Salvador, Bahia, Apr 08, 1941
04. Song for Loko. Fon Language. Jêje Nation. Sató rhythm. “We will now
record a song from Hunsé in Jêje for Loko.” Shekere, conga drums. Female
soloist, Female responding chorus. The soloist sings, the chorus responds, while
the shekere has already come in. The conga drums come in afterwards. In
Dahomey (Benin), the sató drum is played by orphaned children. Salvador, Bahia, Nov 17, 1940
11. “A prayer to Oxossi in Angola, by Joãozinho da Goméia, Bahia.” This prayer
05. Song for Iansã, still in use. Yoruba Language. Ketu Nation. Female soloist. is part of the Ingorossi ritual sequence. It is also used for caboclos. Bantu
Female responding chorus. Conga drums and shekere. Language (mixture of Kikongo and Kimbundu). Angola Nation. A cappella.
06. Ramunha rhythm. Hymn from the Jêje Nation. Fon (Jêje) Language. Female 12. “Song for Kissanga in Angola by Joãozinho da Goméia, Bahia: Tetetê ô
soloist. Female responding chorus. Conga drums and shekere. Mamãe Kissinga, Tetetê ô Mameto Kaiango.” Joãozinho da Goméia with
female responding chorus. Mixture of Kikongo, Kimbundu and Portuguese.
07. Song for Loko. Fon Language. Jêje Nation. Still singing in Jêje (Fon). Female Speaking of Kissanga, Kaiango, Mary and Jesus.
soloist. Female responding chorus. Conga drums and shekere.
13. “Song for Tempo in Angola by Joãozinho da Goméia, Bahia: Tempo makura
08. Song for Oxumarê. Yoruba Language. Ketu Nation. Female soloist. Female dilê / Tempo ê, a, Tempo da milagonga / In the rodeo, I was unlucky, I fell off
responding chorus. Conga drums and shekere. the horse. I broke my neck. Saravá willed it so!” Mixture of Kikongo, Kimbundu
and Portuguese. There are Angola Nation terreiros in which songs are sung for
09. Songs for Euá. Yoruba Language. Ketu Nation. Female soloist. Female Tempo and refer to the caboclo. The mention of a rodeo indicates that it is a
responding chorus. Conga drums and shekere. caboclo song.
15. Songs for Angorô. Bantu Language (mixture of Kikongo and Kimbundu). 69
Angola Nation. Barravento rhythm. Joãozinho sings, the chorus responds. Still
in use, when Angorô goes to the water (ritual sequence).
16. Cantigas para Dandalunda e Kukueto. Joãozinho entoa, o coro responde.
Língua bantu (misto de kikongo e kimbundu) com algumas palavras em
português. Nação Angola. 1. Canta para Tata Cambondo dançar, em algumas
casas, durante festas de caboclo. Toque munjola. 2. “Axokê Axokê o mãe
Danda, ela é Dandalunda”. Toque munjola. 3. Cantiga para Kukueto. Toque
munjola. Esmeraldo Emetério de Santana
Salvador, Bahia, 16/12/1940
17. Cantigas para Pambu Nzila (pambu: encruzilhada, nzila: caminho). 20. Cantigas para Zazi e Kaiango. Língua bantu (misto de kikongo e
“Cantiga de Exu em Angola, por Joãozinho da Goméia, Bahia. Quando se kimbundu). Nação Angola. Solista. Coro feminino. 1. Cantiga para Zazi. Toque
começa o candomblé, canta primeiro pra Exu, pra poder abrir os caminhos, munjola. Ainda em uso. 2. Cantiga para Zazi. Toque barravento. Ainda em
abrir as estradas, levar o que é ruim, pra junto o que é bom. Bombomjira ja uso. 3. Cantiga para Kaiango. Toque barravento. 4. Cantiga para Kaiango
kundandô aia orerê”. Joãozinho entoa, o coro responde. Língua bantu (misto (Kalindé). Toque barravento.
de kikongo e kimbundu). Nação Angola. 1. Ainda em uso, porém com letra
diferente. Do jeito cantado por Joãozinho da Goméia, lembra a nação Angola 21. Cantigas para Dandalunda e Kukueto. Língua bantu (misto de kikongo
Paketans. Toque munjola. 2. Toque congo. Ligeira modificação da letra (cantiga e kimbundu). Nação Angola. “Vai cantar agora Esmeraldo Emetério com
da gargalhada de Nzila). Cândida Fêlix, cantiga de Oxum, em Angola : Dandalunda Maimbanda
coquê”. Esmeraldo entoa, duas mulheres respondem. 1. Cantiga para
18. Cantiga para o galo em português. “Ê canta o galo, de madrugada, na minha Dandalunda. Toque barravento. (pronuncia ligeiramente diferente hoje).
aldeia, toca alvorada”. Joãozinho entoa, o coro responde. Na nação Muxicongo, 2. Idem. Terê Compensu é uma cobra encantada de Dandalunda. 3. Toque
no ritual do mukondo, se canta para o galo. Neste caso, Joãozinho da Goméia munjola. 4. Cantia para Kukueto (Samba Dialenda). Toque munjola. 5. Cantiga
está puxando para o lado de caboclo. Cantiga para caboclo. para Kukueto. Toque munjola.
Salvador, Bahia, 01/04/1941 22. Cantigas para Mutalambô. Língua bantu (misto de kikongo e kimbundu).
19. Cantigas para Vumbi. “Cantiga para alma em Angola, por Joãozinho da Nação Angola. “Vai ser cantada por Esmeraldo e Cândida Fêlix, cantiga de
Goméia, Bahia: Auelê, auelê, bambula kuê, auelê”. Joãozinho entoa, o coro Oxossi, em Angola”.
responde. Conjunto percussivo. “Chora papai, chora mamãe, chora Vumbi”
(misto de línguas bantu e português). 1. Canta quando uma pessoa de idade
falece. Toque barravento. Ainda em uso. 2. Idem (cordão). Mesmo toque. 3.
Idem. Mesmo toque. Ainda em uso.
70
16. Songs for Dandalunda and Kukueto. Joãozinho sings, the chorus responds.
Bantu Language (mixture of Kikongo and Kimbundu) with some words in
Portuguese. Angola Nation. 1. Singing for Tata Cambondo to dance, in some
temples, during caboclo ceremonies. Munjola rhythm. 2. “Axokê Axokê oh
mother Danda, she is Dandalunda.” Munjola rhythm. 3. Song for Kukueto.
Munjola rhythm.
Esmeraldo Emetério de Santana
Salvador, Bahia, Dec 16, 1940
17. Songs for Pambu Nzila (pambu: crossroads, nzila: path). “Song for Exu
20. Songs for Zazi and Kaiango. Bantu Language (mixture of Kikongo and
in Angola, by Joãozinho da Goméia, Bahia. When the candomblé ceremony
Kimbundu). Angola Nation. Soloist. Female responding chorus. 1. Song for
begins, the first hymn is sung for Exu, so he can open the way, remove obstacles,
Zazi. Munjola rhythm. Still in use. 2. Song for Zazi. Barravento rhythm. Still in
take away everything that is bad, bringing all that is good. Bombomjira ja
use. 3. Song for Kaiango. Barravento rhythm. 4. Song for Kaiango (Kalindé).
kundandô aia orerê.” Joãozinho sings, the chorus responds. Bantu Language
Barravento rhythm.
(mixture of Kikongo and Kimbundu). Angola Nation. 1. Still in use, but with
different words. Joãozinho da Goméia’s singing style recalls the Angola
21. Songs for Dandalunda and Kukueto. Bantu Language (mixture of Kikongo
Paketans Nation. Munjola rhythm. 2. Congo rhythm. Slight change in the lyrics
and Kimbundu). Angola Nation. “Now Esmeraldo Emetério and Cândida
(hymn about Nzila’s laugh).
Fêlix will sing a song for Oxum, in Angola: Dandalunda Maimbanda coquê.”
Esmeraldo sings, two women respond. 1. Song for Dandalunda. Barravento
18. Song for the cockerel in Portuguese. “The cock crows in the middle of the
rhythm (pronounced slightly differently today). 2. Same. Terê Compensu is a
night in my village, it sounds the dawn.” Joãozinho sings, the chorus responds.
snake divinity from Dandalunda. 3. Munjola rhythm. 4. Song for Kukueto
In the Muxicongo Nation, they sing to the cockerel in the Mudondo ritual. In
(Samba Dialenda). Munjola rhythm. 5. Song for Kukueto. Munjola rhythm.
this case, Joãozinho da Goméia is calling on the caboclo. Song for caboclo.
22. Songs for Mutalambô. Bantu Language (mixture of Kikongo and
Salvador, Bahia, Apr 1, 1941
Kimbundu). Angola Nation. “A song for Oxossi will be sung by Esmeraldo and
19. Songs for Vumbi. “Song for the soul in Angola, by Joãozinho da Goméia,
Cândida Fêlix, in Angola.”
Bahia: Auelê, auelê, bambula kuê, auelê.” Joãozinho sings, the chorus responds.
Percussion. “Cry daddy, cry mommy, cry Vumbi” (mixture of Bantu languages
and Portuguese). 1. It is sung when an elderly person dies. Barravento rhythm.
Still in use. 2. Same (chain song). Same rhythm. 3. Same. Same rhythm. Still in
use.
71
José Bispo e Mário Pereira
Salvador, Bahia, 15/11/1940
23. Cantiga para Exu. Língua iorubá. Nação Nagô. «”A segunda cantiga de Exu,
da parte de Nagô, cantada por José e Mário: Exu tiriri baraô bebê tiriri lonã,
Exu tiriri”. A cappella.
24. Cantigas para Oxossi. Língua iorubá. Nação Ketu. “Cantiga de Oxossi, da
parte de Ketu, cantada por José e Mário: Eru Odé lorun jê niya ê”. A cappella.
25. Cantiga para Oxum. Língua iorubá. Nação Ketu. “A outra cantiga de Oxum,
da parte de Ketu, cantada por José e Mário: Oxum aja berê ô”. A cappella.
28. Cantigas para Xangô. Línguas iorubá e fon. Nações Nagô e Jêje. A cappella.
“Alô alô Cachoeira, vai cantar Artur Durval da Silva, casa Aganju Didê, casa
de atos de africanos”. 1. Xangô. Nação Nagô. Cantiga entoada quando Xangô
vem no barracão. 2. Cantiga da nação Nagô, que canta parecida na nação Jêje.
72 3. Cantiga Jêje-Nagô. Se canta muito no Jêje de Cachoeira.
José Bispo e Mário Pereira
Salvador, Bahia, Nov 15, 1940
23. Song for Exu. Yoruba Language. Nagô Nation. “The second song for Exu,
of the Nagô side, sung by José and Mário: Exu tiriri baraô bebê tiriri lonã, Exu
tiriri.” A cappella.
24. Songs for Oxossi. Yoruba Language. Ketu Nation. “Song for Oxossi, of the
Ketu side, sung by José and Mário: Eru Odé lorun jê niya ê.” A cappella.
25. Song for Oxum. Yoruba Language. Ketu Nation. “The other song to Oxum,
of the Ketu side, sung by José and Mário: Oxum aja berê ô.” A cappella.
28. Songs for Xangô. Yoruba and Fon Languages. Nagô and Jêje Nations. A
cappella. “Hello, hello Cachoeira, Artur Durval da Silva, [from the] temple of
Aganju Didê, house of African acts, is going to sing.” 1. Xangô. Nagô Nation.
73
Song sung when Xangô arrives in the barracão (a room or building used for
public ceremonies). 2. Song from the Nagô Nation, which is sung similarly to
the Jêje Nation. 3. Jêje-Nagô song. Many of the songs in Cachoeira are sung in
the Jêje (Fon) language.
Esse catálogo foi impresso em: capa no papel Duo Desing
300 gr/m2 e miolo no papel Couche Fosco IMUNE 115 gr/m2.
as gr avações de lorenz o t u r n e r
n a bah i a ( 19 4 0/ 4 1)
cd 0 1 l o r en z o t u r n e r ’ s b a h i a
01 a 10 Martiniano Eliseu do Bonfim rec ordi n g s ( 1 9 40- 41 )
11 a 19 Manoel Victoriano da Costa, Manoel Falefá
20 a 22 Manoel Menezes, Terreiro Viva Deus
23 a 26 Maria Escolástica da Conceição Nazaré
c d 01
01 a 10 Martiniano Eliseu do Bonfim
11 a 19 Manoel Victoriano da Costa, Manoel Falefá
20 a 22 Manoel Menezes, Terreiro Viva Deus
cd 0 2 23 a 26 Maria Escolástica da Conceição Nazaré
01 a 03 Maria Escolástica da Conceição Nazaré
04 a 09 Manoel da Silva
10 a 19 João Alves Torres Filho, Joãozinho da Goméia
20 a 22 Esmeraldo Emetério de Santana
c d 02
01 a 03 Maria Escolástica da Conceição Nazaré
23 a 26 José Bispo e Mário Pereira
04 a 09 Manoel da Silva
27 e 28 Artur “Cu de Touro” Durval da Silva
10 a 19 João Alves Torres Filho, Joãozinho da Goméia
20 a 22 Esmeraldo Emetério de Santana
23 a 26 José Bispo e Mário Pereira
27 e 28 Artur “Cu de Touro” Durval da Silva
76
FINAL MIOLO
CAPA
CAPA