DISCIPLINA: DIALÉTICA E ANTROPOFAGIA
CÓDIGO: FIL208, TX
o
SEMESTRE: 1 semestre de 2019
CARGA HORÁRIA: 60 (sessenta) horas/aula
CRÉDITOS: 04 (quatro)
Prof. Dr. Luis Fellipe Garcia
(Pesquisador de Pós-Doutorado PNPD/CAPES – Filosofia/UFMG)
Horário de atendimento: Quartas 14-16hs – Sala 4033, FAFICH
http://luisfellipegarcia.wordpress.com –
luisfellipegarcia@gmail.com
EMENTA:
O curso tem por objetivo confrontar filosoficamente dois
modos de abordar a história: a dialética hegeliana e a
antropofagia de Oswald de Andrade. Se ambos autores
elaboram um instrumental conceitual poderoso para
apreender o movimento histórico oriundo do conflito
entre forças contraditórias, o autor brasileiro, na medida
em que ele pretende reavaliar o conceito de história da
perspectiva dos povos que foram usualmente excluídos
dela, como populações autóctones não-europeias,
contrapõe desafios maiores à dialética hegeliana, que,
como se sabe, exclui determinados povos do movimento
histórico. Tomaremos como ponto de partida a leitura
dos cursos de filosofia da história de Hegel para elaborar
o horizonte conceitual deste sistema filosófico que é um
dos mais poderosos para se pensar a história. Em
seguida, confrontaremos essa visão com o esboço de
uma filosofia antropofágica da história elaborada por
Oswald de Andrade no texto A Crise da Filosofia
Messiânica a fim de avaliar os motivos que levam o
autor brasileiro a defender a tese segundo a qual a
dialética hegeliana só funciona a partir da realização de
uma Aufhebung antropofágica.
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO:
 Introdução ao problema
o Aproximação genética do problema da
filosofia da história
 Dialética e história
o Estrutura conceitual
o Articulação ao movimento histórico
 Antropofagia e história
o Estrutura conceitual
o Articulação ao movimento histórico
 Dialética e Antropofagia
o Confrontação dos modelos
o Abertura de perspectivas
SALA: 2084 (Fafich)
Ter-Qui, 07:30-09:10
BIBLIOGRAFIA BÁSICA:
a) Bibliografia fundamental:
HEGEL G. F. W.: Filosofia da história. Tradução de Maria
Rodrigues e Hans Harden, Brasília, Editora UnB, 1995.
ANDRADE O.: A Crise da filosofia messiânica. Em: Obras
completas de Oswald de Andrade, vol. VI. Do Pau-Brasil
à Antropofagia e às utopias. Rio de Janeiro, Civilização
Brasileira, 1972.
ANDRADE O.: Manifesto Antropófago. Em: Obras completas
de Oswald de Andrade, vol. VI. Do Pau-Brasil à
Antropofagia e às utopias. Rio de Janeiro, Civilização
Brasileira, 1972.
b) Textos de apoio:
ANDRADE, O.: A marcha das utopias. Em: Obras completas
de Oswald de Andrade, vol. VI. Do Pau-Brasil à
Antropofagia e às utopias. Rio de Janeiro, Civilização
Brasileira, 1972.
AZEVEDO B.: Antropofagia – Palimpsesto Selvagem, São
Paulo, Cosac & Naify, 2016.
BUCK-MORSS S.: Hegel e o Haiti. Tradução de Sebastião
Nascimento, São Paulo, Edições N-1, 2017.
GARCIA L. F.: “Only Anthropophagy unites us – Oswald de
Andrade’s decolonial project”, em: Cultural Studies, 2018.
GOODY J.: O roubo da história. Tradução de Luiz Sergio
Duarte da Silva. São Paulo, Contexto, 2008.
HEGEL G. W. F.: Fenomenologia do Espírito, Tradução de
Paulo Meneses, Rio de Janeiro, Vozes, 1992.
HEGEL G. W. F.: A Razão na história – uma introdução geral
à filosofia da história. Tradução de Beatriz Sidou, São
Paulo, Centauro, 2001.
NODARI A.: “A questão (indígena) do Manifesto
Antropófago”, em: Direito e Práxis, vol. 9, n. 4, pp. 2461-
2502.
NODARI A.: “A transformação do tabu em totem – reflexões
sobre (um)a fórmula antropofágica”, em: Das Questões,
vol. 1, n. 2, 2015, pp. 8-44.
OLIVEIRA V. L.: Poesia, mito e historia no modernismo
brasileiro, São Paulo, Editora Unesp, 2015.
VIVEIROS DE CASTRO E.: “Os involuntários da pátria”, Aula
Pública no Ato Abril Indígena, Rio de Janeiro, 2016.
VIVEIROS DE CASTRO E.: “O que temos nós com isso?”,
Prefacio do livro de B. Azevedo, Antropofagia –
Palimpsesto Selvagem, São Paulo, Cosac & Naify, 2016.
 CRONOGRAMA

AULA DATA CONTEÚDO TEXTO-BASE

1. 12/3 Apresentação do problema --
O que é a história e de que instrumentos
conceituais dispomos para articulá-la?
2. 14/3 DIALÉTICA E HISTÓRIA
Gênese conceitual – de Kant a Hegel --
3. 19/3 Modos de tratar a história Hegel, Filosofia da história
pp. 44-60
4. 21/3 Espírito e história pp. 60-86
5. 26/3 O Estado pp. 86-104
6. 28/3 O processo histórico pp. 104-134

7. 2/4 Fundamentos geográficos da história idem

8. 4/4 Mundo Oriental: da China à India idem

9. 9/4 Mundo Oriental: da India à Pérsia idem
10. 11/4 Mundo Grego: da formação espiritual às guerras com os idem
persas
11. 16/4 Mundo Grego: das guerras com os persas à idem
desintegração
12. 18/4 Mundo Romano: das púnicas ao Império idem
13. 23/4 Mundo Romano: do Império ao Cristianismo idem
14. 25/4 Mundo Germânico: do nomadismo ao feudalismo idem
15. 30/4 Mundo Germânico: do feudalismo à Reforma idem
16. 2/5 O Ilumunismo e a Revolução idem
17. 7/5 Revisão geral do movimento histórico e
problematização
18. 9/5 ANTROPOFAGIA E HISTÓRIA Oswald de Andrade, Manifesto
O conceito de Antropofagia Antropófago
19. 14/5 Um novo modo de tratar a história Oswald de Andrade, A Crise da Filosofia
Messiânica
20. 16/5 Espírito e antropofagia idem
21. 21/5 O processo histórico do ponto de vista da idem
Aufhebung antropofágica
22. 23/5 A Antropofagia e suas implicações geográficas idem
23. 28/5 O mundo Natural: o matriarcado como forma de idem
organização social
24. 30/5 O mundo Natural: o matriarcado e a cultura da idem
devoração
25. 4/6 O mundo da Técnica: do homem devorado ao idem
homem escravizado
26. 6/6 O mundo da Técnica: do ócio ao sacerdócio e do idem
sacerdócio ao negócio
27. 11/6 O mundo Natural Tecnicizado: a crise do idem
messianismo e a abertura de possibilidades
28. 13/6 O mundo Natural Tecnicizado: a síntese idem
antropofágica
29. 18/6 DIALÉTICA E ANTROPOFAGIA idem
confrontação entre os dois modelos
30. 20/6 Novos horizontes para pensar a história idem
31. 25/6 APRESENTAÇÃO ORAL
32. 27/6 APRESENTAÇÃO ORAL
33. 2/7 APRESENTAÇÃO ORAL
34. 4/7 APRESENTAÇÃO ORAL
 AVALIAÇÃO

EXAME VALOR
Proposta de trabalho (11/6) 20
Trabalho escrito – comparaçao entre dialética e antropofagia a respeito de um dos 40
temas tratados em aula (método, espírito, processo ou fundamentos
geográficos da história) (20/6)
Apresentação oral: resposta a um problema formulado por mim com base no 40
trabalho escrito de vocês (25/6 e 27/6)