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Fundação Universidade Federal de Mato Grosso do Sul

Trabalho de Conclusão do Curso de Engenharia Civil


2019

Comportamento de Tensões em Aterros Estaqueados sobre Solos Moles


Delfino, M.G.S. a,*; Serrão., J.O.E.. b
aAluno de Graduação em Engenharia Civil, Campo Grande, Brasil
aProfessor Orientador, Campo Grande, Brasil

RESUMO

Depósitos de argilas muito moles a moles, de baixa resistência e alta compressibilidade são facilmente encontradas no território
brasileiro. Dentre várias soluções para mitigar problemas com solo mole, a técnica de aterros estruturados, também conhecido
como aterros estaqueados é uma das mais usadas. A técnica que consiste na inclusão de estacas rígidas assentes sobre um solo
resistente espaçadas a fim da mobilização do efeito de arqueamento. Atualmente, vários métodos mostram dimensionamento
dessa técnica. O objetivo geral do artigo é comparar os resultados obtidos pelo software de elementos finitos Plaxis com os
métodos de dimensionamento BS8006 e VAN EEKELEN.

Palavras-chave: Aterros; Geossintéticos; Estaqueamento; Arqueamento;

ABSTRACT

Layers of soft clays, with low resistance and high compressibility are easily found in the Brazilian territory. Among
many solutions to mitigate problems with this type of soil, the most used is the structural embankment, as known
as piled embankment. This technique consists in the inclusion of rigid piles placed over a resistant soil spaced in
order to diminish the arching effect’s mobilization. Currently, there is many methods that shows the design of this
technique. The main objective of the article is compare the obtained results from Finite Element Method’s software
Plaxis with design methods BS8006 and VAN EEKELEN.

Keywords: Embankments; Geosynhetics; Piling; Arching;

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1 INTRODUÇÃO consagrados na prática de engenharia:


BS8006 (2012) e VAN EEKELEN (2013).
Com o aumento da necessidade por novas
obras a construção civil necessita de espaços
que até então eram preteridos em função da
qualidade do terreno de fundação. O solo
mole é considerado um problema devido a
complexidade em se avaliar suas
propriedades geotécnicas. Solos de baixa
resistência e alta compressibilidade são
considerados as argilas moles, ou areias
argilosas fofas, cujo valor do SPT é menor
que 4, e podem ter duas origens: aluviões e
marinha (MASSAD,2010).
Figura 1. Métodos usados para construção em Solo
Em consequência da complexidade Mole (Adaptado de LEROEUIL ,1997)
supracitada desses depósitos moles, existem
várias soluções técnicas para mitigar o
problema. A figura 1 mostra algumas das 1.2 Aterros Estaqueados
alternativas usadas para a construção.
A construção dessas obras exigem um O aterro estaqueado com geogrelha, ou
estudo bem cauteloso das características aterro estruturado, consiste na inclusão de um
geotécnicas do terreno de fundação, que grupo de estacas na camada de solo mole,
impactarão nos prazos e valores da obra. A podendo atingir uma outra camada de rocha
junção dessas duas problemáticas fazem com ou solo mais resistente. A figura 2 mostra
que algumas das técnicas mostradas na figura uma seção ideal de aterros estaqueados e suas
1 sejam excluídas dependendo dos casos. etapas.
No presente estudo abordaremos a técnica Segundo Satibi (2007), há dois grandes
de aterros estaqueados reforçado com tipos de estacas inseridas em solos moles: as
geogrelhas, por ser umas das mais utilizadas que atingem um solo mais profundo e as
mundialmente, e, ao ser conexa com as outras flutuantes. Segundo o mesmo autor, as
técnicas, mostra-se a de maior estacas flutuantes são os casos onde a camada
vantagem, tanto na diminuição da quantidade de solo mole é muito extensa, fazendo com
de solos retirados das jazidas, quanto, na que uma estaca de determinada profundidade
diminuição do tempo de construção, o que é se torne bastante onerosa. A figura 3a e 3b
primordial (ALMEIDA E MARQUES, mostram a vista frontal dessas duas estacas,
2013). respectivamente.
O trabalho consiste em comparar valores A grande diferença entre as duas estacas
obtidos na modelagem utilizando o Método mostradas acima está no comportamento
de Elementos Finitos através do programa delas ao ser iniciada a construção. O corpo do
PLAXIS 2D® com os métodos de aterro é suportado, quase que, parcialmente
dimensionamento para aterros estaqueados

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(b)
Figura 2. Seção de Aterros Estaqueados. (Adaptado de Figura 3: a) estacas que atingem solo profundo; b)
VAN EEKELEN, 2015). estacas flutuantes. (Adaptado de SATIBI, 2007).

pelas estacas através de um processo um alçapão dimensões ab montado em uma


chamado arqueamento, fazendo com que balança para medir a pressão atuante no
essa carga seja transmitida para uma outra mesmo , uma camada de areia seca cuja
cada mais resistente. Fernández (2006) largura H é bem maior que a do alçapão , sem
sugere que o processo de arqueamento inicia coesão, com peso específico γ. Terzaghi
devido aos recalques diferencias oriundos da percebeu que quando o alçapão estava todo
capacidade das estacas deformarem menos fechado, a pressão atuante é igual à γH. No
que o solo. entanto, ao deslocar-se para baixo, há um
decréscimo na tensão no centro, porém,
1.2.1 Efeito do Arqueamento aumenta na plataforma (nas bordas). A figura
4 mostra o dispositivo usado por Terzaghi
Terzaghi (1943) em seu famoso livro, para estudar o efeito, e seu respectivo,
“Theoretical Soil Mechanics” definiu o efeito diagrama de pressões.
de arqueamento como sendo um dos maiores
fenômenos encontrados, tanto em campo, 2 ANÁLISE DOS ATERROS
quanto em laboratório. Utilizando ESTAQUEADOS

Hartmann (2012) mostra as etapas


construtivas para a construção de um aterro
estruturado (Figura 5). Percebe-se que a
única diferença se encontra na inversão de
lugares dos reforços poliméricos com o
aterro de boa qualidade (aterro de conquista).
Segundo Fagundes (2015), o corpo do
aterro deve ser de um solo que possua um alto

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ângulo de atrito, granular, e grãos bastante capitel quadrado na execução da obra do


SESC/SENAC na Baixada de Jacarepaguá,
Rio de Janeiro.

Figura 6. Vista Geral do Aterro Estaqueado (SPOTTI,


2004)

Figura 4. Alçapão para arqueamento de solos de A norma inglesa BS8006 (2010) admite
Terzaghi, e o respectivo diagrama de pressão que as deformações do reforço pós
(TERZAGHI, 1943, adaptado por FERNÁNDEZ, construção não sejam maiores do que 2%
2006).
durante a vida útil da obra (No entanto, é
admissível que durante o período
construtivo, a deformação seja igual a 6%).
Juntamente com a granulometria do aterro, a
inserção de camadas do reforço fazem com
que haja melhor transferência das cargas para
as estacas, sendo que a ancoragem do
material é benéfico para o fim (FAGUNDES,
2015). A figura 7 mostra um exemplo de
transpasse disponibilizado pela HUESKER.
Figura 5. Etapas construtivas de aterro estruturado
Concomitante com a teoria do
(HARTMANN, 2012)
arqueamento de Terzaghi, vários autores
angulares fazendo com que aumente a tentaram compreender o comportamento da
transferência de carga para as estacas. Antes transferência de carga proveniente do peso
das estacas, há os capitéis, que podem ser próprio, ou até mesmo de uma sobrecarga,
circulares ou quadrados, devem ser em um aterro estaqueado.
projetados para não haver rotação ou
inclinação. A figura 6 mostra um exemplo de

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zero proveniente do solo, fazendo com que o


reforço seja totalmente responsável pelas
parcelas de carga B e C.
Na etapa 2, como previamente dito, se
estuda o comportamento da tensão e
deformação do reforço, considerando uma
faixa de geossintético, sobrecarregada por
uma carga B+C, entre duas estacas paralelas.
A particularidade na etapa 2 ocorre quando
se trata do estilo do carregamento, pois o
mesmo, tem uma grande defluência na
deformação do material. As figuras 8a e 8b
Figura 7. Transpasse das Mantas de Geossintético
mostram as etapas de cálculo,
(HUESKER, 2012). respectivamente.

2.1. Métodos de Dimensionamento 2.1.1. Geometria dos Aterros Estaqueados


(a)
Segundo Van Eekelen(2015), a maioria
dos métodos de dimensionamento de aterro
estaqueado com a utilização de geossintético
é dividido em duas partes: arqueamento e
membrana, respectivamente. Com
propriedades geométricas, que serão
posteriormente definidas, propriedades
granulométricas do aterro, e do solo mole de
fundação são definidas parcelas da carga
total denominadas de A,B e C.
Segundo Fagundes (2015), na etapa 1
ocorre apenas o cálculo do arqueamento do
aterro, ou seja, uma parte da carga total que é
transferida para as estacas.
Consequentemente, consegue calcular a
eficiência “E” do sistema escolhido. As
cargas B e C, são definidas, respectivamente
como sendo a carga que atua no
geossintético, e a carga residual, que não é
suportada nem pelo reforço, nem transferida
para as estacas, sobrecarregando o solo mole,
causando os recalques por adensamento.
Fagundes (2015) ainda cita que o pior caso
para dimensionamento é considerar suporte

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(b) 𝛼 = 𝜋𝑎2 /4𝑠 2 (2)


Figura 8. Etapas de Dimensionamento de Aterros
Estaqueados (VAN EEKELEN, 2014, adaptado por
FAGUNDES, 2015). A figura 10 mostra a disposição de
carregamentos na célula unitária de uma
Através da malha quadrada de estacas estaca apenas. A carga do aterro, qat, pode
como demonstrada na Figura 9, é passível de ser definida como através da Equação 3, onde
identificação a área de estacas (Ae), área do γ é o peso específico do aterro, dado em
capitel (As), a largura do capitel (a), o kN/m3 e a altura do aterro H, dada em m.
espaçamento centro a centro das estacas (s),
o espaçamento diagonal centro a centro das 𝑞𝑎𝑡 = 𝛾𝐻 (3)
estacas (sd) e o diâmetro das estacas (d). Somando a carga do aterro qat com a
Assim sendo, a área de influência de uma possível sobrecarga q no aterro, o valor total
estaca A, segundo Fagundes (2015) é obtida de Q na área de influência A é dado pela
através da soma do valor da área de solo mole Equação 4.
e de estacas demonstrada na Eq.1 abaixo:
𝑄 = (𝑞 + 𝑞𝑎𝑡)𝐴 (4)

Subdividindo a força na parcela atuante


na estaca (Qp) e a parcela atuante no solo
mole (Qs), a Equação 5 mostra um conceito
bastante importante para este trabalho
conhecido como eficiência E. A eficiência é
a percentagem da carga total que é suportada
pelas estacas. Na melhor das hipóteses, toda
a carga proveniente do aterro e sobrecarga
seriam suportados pelas estacas, não havendo
problemas com carregamentos em solos
moles.
Figura 9. Célula Unitária de uma malha quadrada
(FAGUNDES, 2015) 𝐸 = 𝑄𝑝/𝑄 (5)
𝐴 = 𝐴𝑒 + 𝐴𝑠 (1)

Blanc (2013) afirma que a taxa de


cobertura tem uma grande influência sobre os
efeitos de arqueamento. Esta taxa, também
conhecida através da letra grega α, considera
a relação entre estacas em um espaçamento
centro a centro entre estacas adjacentes. Na
equação é mostrado a taxa de cobertura para
um capitel quadrado.
Figura 10. Carregamentos na área unitária de uma

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estaca (FAGUNDES, 2015)

2.1.2 Método de Hewlett & Randolph


(1988) adaptado por BS8006(2010)

O método de Hewlett & Randolph


(1988) foi obtido através da construção de
um protótipo, onde as estacas eram
representadas por pilares de madeira, o
subsolo mole por lascas de espuma de
borracha, e o solo do aterro por areia. Com (a)
base nos resultados do teste, foi constatado
que na parcela de aterro acima do início do
arqueamento há repouso. Já na parcela
inferior do aterro, onde já há o processo de
arqueamento, existem domos fazendo com
que o peso próprio do aterro seja carregado
pelos arcos, e a região pouco carregada seja
suportada pelo solo mole. Os domos tem uma
espessura uniforme igual à metade da largura
do capitel. As figuras 11a 11b mostram uma
vista 2D e 3D do processo de arqueamento
demonstrado por Hewlett and Randolph,
respectivamente.
Por meio das análises, os autores
perceberam que há dois pontos críticos nos
domos: na coroa dos arcos e no topo do
(b)
capitel. Hewlett and Randolph (1988)
afirmam que através dos cálculos há uma Figura 11. Vista do processo de arqueamento através
eficiência E para cada um, e deve-se usar a dos domos: a)2D (adaptado de ZHUANG, 2013); b)
menor para projeto. A eficiência da coroa, 3D (HEWLETT and RANDOLPH, 1988).
𝑎
demonstrada nas Equações de 6 à 9 é 𝐴 = (1 − ( 𝑠 ))2(𝐾𝑝−1) (7)
dependente da geometria da malha de
estacas, como parâmetros geotécnicos do 𝑠 2𝐾𝑝−2
aterro e sua altura. 𝐵= [2𝐾𝑝−3] (8)
√2𝐻

𝑠−𝑎 2𝐾𝑝−2
𝐸𝑐𝑜𝑟𝑜𝑎 = 1 − [1 − (𝑎/𝑠)2 ](𝐴 + 𝐴𝐵 + 𝐶) 𝐶= [ ] (9)
√2𝐻 2𝐾𝑝−3
(6)
, onde:
A eficiência do capitel é dada através
da Equação 10 e 11.

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𝐸𝑐𝑎𝑝 = 𝛽/(1 + 𝛽) (10) sabendo que J é a rigidez no reforço dada em


2𝐾𝑝 𝑎 −𝐾𝑝 kN/m
, onde: 𝛽 = 𝑎 [(1 − ) − (1 +
(𝐾𝑝+1)(1+ ) 𝑠
𝑠
𝑎
𝐾𝑝 𝑠 )] 𝑇𝑟𝑝 =
𝑊𝑡(𝑠−𝑎)
√1 + 6𝑇𝑟𝑝
1
(15)
2𝑎
(11)

Kp, coeficiente de empuxo passivo é Através da equação de Leonard (1988),


dado conhecendo o ângulo de atrito do solo a norma inglesa afirma que a deflexão no
que se deseja estudar, neste caso, o aterro. geossintético acontece bem no meio do vão
livre e é igual a Equação 16.
1+𝑠𝑒𝑛(𝜑)
𝐾𝑝 = 1−𝑠𝑒𝑛 (𝜑) (12) 3 𝑇𝑟𝑝
𝑧 = (𝑠 − 𝑎)√8 ( ) (16)
Ao final do seu estudo, Hewlett and 𝐽
Randolph (1988) sugerem que membranas
geotêxteis aumentariam a eficiência do apoio
e preveniriam a movimentação lateral do 2.1.3. Método de VAN EEKELEN et al.
aterro. Na norma inglesa BS8006, a tensão (2013)
vertical σi é transformada em uma carga
linear distribuída demonstrada na Figura 8b. O método de Van Eekelen (2013) é
O valor dessa carga distribuída, denominada baseado nos outros dois métodos
Wt, é mostrado na Equação 13 e 14. A anteriormente citados, Hewlett & Randolph e
equação 13 mostra o valor da carga para Zaeske. Por ser um método mais recente,
BS8006 (2010), já a Equação 14 para a inclui uma visão diferente do problema. O
correção proposta em BS8006(2012) O valor método inclui o geossintético no
de Emín é dado pelo menor valor entre a desenvolvimento do arqueamento do solo, ou
eficiência da coroa e do capitel. seja, assim que há a deformação no
𝑠3 geossintético e solo mole, há,
𝑊𝑡 = 𝑠(𝑠2 −𝑎2 ) (𝛾𝐻 + 𝑞)(1 − 𝐸𝑚í𝑛) (13) consequentemente, além dos arcos entre as
estacas, arcos concêntricos sobre o
(𝛾𝐻+𝑞) geossintético.
𝑊𝑡 = (1 − 𝐸𝑚í𝑛)𝑠² (14)
2(𝑠−𝑎) Ao formar novos arcos, há o aumento
A mesma norma considera que o
esforço de tração no reforço é dado por metro
e é uma função do carregamento uniforme
Wt, e da deformação no reforço, conhecida
por ε. BS8006 (2010) considera que para
melhor condição de projeto não há suporte
nenhum do subsolo, a carga Wt é distribuída
uniformemente em toda a membrana, e que a
deformação é em forma parabólica. A tração
no reforço, Trp, é dada pela Equação 15,

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Figura 12. Exemplos dos arcos concêntricos do


método VAN EEKELEN (2013) (VAN EEKELEN, 𝜎𝜃 =𝑃2𝐷 𝑟(𝐾𝑝−1) +𝑄2𝐷 𝑟 (17)
2013)
, onde
(1−𝐾𝑝)
da transferência da carga vertical nas estacas, 𝑃2𝐷 = 𝐾𝑝𝐻𝑔2𝐷 [𝛾𝐻 + 𝑝 −
(𝐾𝑝−1)
e uma redução de carga na geogrelha entre as 𝛾𝐻𝑔2𝐷 (𝐾𝑝−2)(28)
mesmas, com isso, há uma redistribuição de
tensões, cuja forma é algo parecido à um 𝛾
triângulo invertido. 𝑄2𝐷 = 𝐾𝑝𝐾𝑝−2 (18)
O método de dimensionamento de
𝑠 𝑠 𝑠
VAN EEKELEN é um método bastante 𝐻𝑔2𝐷 = 2 se 𝐻 ≥ 2 ou 𝐻𝑔2𝐷 = 𝐻 se 𝐻 < 2
extenso e é dividido em duas etapas segundo (19)
Fagundes (2015): Arqueamentos e Esforços
Atuantes no geossintético e Comportamento Como nos outros métodos em que
Tensão Deformação do geossintético. VAN EEKELEN se baseou, o cálculo da
tensão tangencial considera separadamente, o
2.1.4.1 - Arqueamento e Esforços Atuantes arqueamento e a sobrecarga. Logo, a tensão
no Geossintético tangencial com carga p igual à zero para os
arcos 3D é igual à:
Primeiramente, deve-se saber que os
capitéis são considerados quadrados e uma
𝜎𝜃(𝑝=0) =𝑃3𝐷 𝑅2(𝐾𝑝−1) +𝑄3𝐷 𝑅 (20)
malha de estacas quadrada.
, onde

2(1−𝐾𝑝) (2𝐾𝑝−2)
𝑃3𝐷 = 𝛾𝐾𝑝𝐻𝑔3𝐷 [𝐻 −𝐻𝑔3𝐷 (2𝐾𝑝−3) (21)

𝛾
𝑄3𝐷 =2𝐾𝑝−3 (22)

𝑠 𝑠 𝑠
𝐻𝑔3𝐷 = 2 se 𝐻 ≥ 2 ou 𝐻𝑔3𝐷 = 𝐻 se 𝐻 < 2
(23)

Supondo que haja uma distância z entre


algum ponto considerado e o nível do reforço
e que p seja diferente de zero, têm-se o valor
Figura 13. Esforços transmitidos para estacas e
carregamentos no geossintético (VAN EEKELEN, da tensão no arco 3D como mostrado na
2013, adaptado por FAGUNDES, 2015) Equação 35.

Primeiro calcula-se a tensão tangencial 𝛾(𝐻−𝑧)+𝑝


𝜎𝜃 = [ 𝛾(𝐻−𝑧)
](𝑃3𝐷 𝑅2(𝐾𝑝−1) +𝑄3𝐷 𝑅) (24)
nos arcos concêntricos em 2D. O valor é
encontrado através da Equação 17, onde r é o
raio das esferas dos arcos em 2D. Agora, segundo a figura 13, há duas

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forças que atuam sobre o geossintético: FGR


quadrado e FGR faixa. A FGR quadrado é 𝐹𝐺𝑅𝑞𝑑3(𝑝=0) = 𝛾𝐻[(𝑠 − 𝑏)2 − 𝐿23𝐷 ]
encontrada através de uma equação bastante se 𝐿23𝐷 < (𝑠 − 𝑎)² (33)
extensa, pois é, segundo Fagundes (2015) a
integração da tensão tangencial dos 𝐹𝐺𝑅𝑞𝑑3(𝑝=0) = 0 se 𝐿23𝐷 ≥ (𝑠 − 𝑎)2 (34)
hemisférios 3D sobre a área do quadrado do
reforço entre estacas. Essa parcela é De posse das parcelas do quadrado é
resultado da soma de três fragmentos possível encontrar a força transferida das
correlacionados com a geometria da área. A esferas 3D para os arcos 2D, denominada
equação para encontrar a carga é mostrada Ftrnf, sendo considerada como uma
abaixo. sobrecarga aplicada sobre os arcos 2D,
com o nome de ptrnf.
𝐹𝐺𝑅𝑞𝑑 =𝐹𝐺𝑅𝑞𝑑1 +𝐹𝐺𝑅𝑞𝑑2 +𝐹𝐺𝑅𝑞𝑑3 =
𝛾𝐻+𝑝
( ) [𝐹𝐺𝑅𝑞𝑑1(𝑝=0) +𝐹𝐺𝑅𝑞𝑑2(𝑝=0) + 𝐹𝑡𝑟𝑛𝑓 = 𝛾𝐻(𝑠 − 𝑎)2 − [𝐹𝐺𝑅𝑞𝑑1(𝑝=0) +
𝛾𝐻
𝐹𝐺𝑅𝑞𝑑3(𝑝=0) ] (25) 𝐹𝐺𝑅𝑞𝑑2(𝑝=0) +𝐹𝐺𝑅𝑞𝑑3(𝑝=0) (35)
, onde
𝐹
𝑝𝑡𝑟𝑛𝑓 =𝑎𝐿 𝑡𝑟𝑛𝑓
+𝑎²
(36)
𝜋𝑃 𝐿 2 𝐿
)2𝐾𝑝 +3𝜋𝑄3𝐷 ( 23𝐷 )3 (26) 2𝐷
𝐹𝐺𝑅𝑞𝑑1(𝑝=0) = 𝐾𝑝3𝐷( 3𝐷
2
, onde
𝐹𝐺𝑅𝑞𝑑2(𝑝=0) = 1𝐹𝐺𝑅𝑞𝑑2 + 2𝐹𝐺𝑅𝑞𝑑2 +
3𝐹𝐺𝑅𝑞𝑑2 + 4𝐹𝐺𝑅𝑞𝑑2 (27) (𝑠−𝑎)
𝐿2𝐷 = (𝑠 − 𝑎) para 𝐻 ≥ ou 𝐿2𝐷 =
2
2𝐻𝑔2𝐷 para 𝐻 < (𝑠 − 𝑎) (37)
, onde
𝜋𝑃3𝐷 𝐿3𝐷 2𝐾𝑝 Calcula-se agora a força FGR faixa,
1𝐹𝐺𝑅𝑞𝑑2 = (2𝐾𝑝 − 1)( ) (28) encontrada após a integração da tensão
𝐾𝑝 2
tangencial anteriormente calculada sobre a
2𝜋𝑃3𝐷 3 𝐿3𝐷 3 área delimitada como mostrada na Fig. 13.
2𝐹𝐺𝑅𝑞𝑑2 = (√2 − 1)( ) (29) 𝛾𝐻+𝑝 𝑃2𝐷 1 𝐾𝑝
3𝐾𝑝 2
1 𝐹𝐺𝑅𝑓𝑎𝑖𝑥𝑎;𝑝>0 = ( 𝛾𝐻 ) [4𝑎 𝐾𝑝 (2 𝐿2𝐷 ) +
4𝐹𝐺𝑅𝑞𝑑2 = 𝑄 (𝐿 )3 [√2(1 − 𝜋) +
6 3𝐷 3𝐷 1
𝑎𝑄2𝐷 (𝐿2𝐷 )2 + 2𝐹𝐺𝑟𝑓𝑥2(𝑝=0) ] (38)
ln(1 + √2)] (30) 2

𝑃3𝐷 22(1−𝐾𝑝) (𝐿3𝐷 )2𝐾𝑝 𝜋


, onde
3𝐹𝐺𝑅𝑞𝑑2 = (− 2(2−𝐾𝑝) +
𝐾𝑝
𝑃2𝐷 = 𝐾𝑝(𝐻𝑔2𝐷 ) 1−𝐾𝑝 [𝛾𝐻 +𝑝𝑡𝑟𝑛𝑓 −
( )
1 𝐾𝑝−1
∑∞ 𝑛=0 2𝑛+1 ( 𝑛 )) (31)
𝐾𝑝−1
, sabendo que 𝛾𝐻𝑔2𝐷 (𝐾𝑝−2)] (39)

𝐿3𝐷 = (𝑠 − 𝑎) para 𝐻 ≥ (𝑠 − 𝑎) ou 𝐿3𝐷 = 𝛾


𝑄2𝐷 = 𝐾𝑝𝐾𝑝−2 (40)
√2𝐻𝑔3𝐷 para 𝐻 < (𝑠 − 𝑎) (32)

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𝐹𝐺𝑅𝑓𝑥2(𝑝=0) = 𝛾𝐻𝑎(𝑠 − 𝑎 −𝐿2𝐷 ) se 𝐻<


1
(𝑠 − 𝑎)
2
1
, ou 𝐹𝐺𝑅𝑓𝑥2(𝑝=0) = 0 se 𝐻 ≥ 2 (𝑠 − 𝑎) (41)

Assim sendo, as parcelas denominadas


como A, B e C da Fig. 8a e 8b, podem ser
determinadas à partir da Eq. 41.

𝐴 = (𝛾𝐻 + 𝑝)𝑠 2 − 𝐹𝐺𝑅𝑓𝑎𝑖𝑥𝑎 − 𝐹𝐺𝑅𝑞𝑑


𝐵 + 𝐶 = 𝐹𝐺𝑅𝑓𝑎𝑖𝑥𝑎 + 𝐹𝐺𝑅𝑞𝑑 (42)

Fig 14a. Análise do comportamento do reforço; 17b.


2.1.4.2 - Comportamento Tensão Parte de um elemento infinitesimal;
Deformação do Geossintético
Sabendo que a função de r(x) é dada
Para um estudo do comportamento do pela Equação 44, o deslocamento vertical
reforço, Fagundes (2015) assume-se que dado por z(x), fazendo o equilíbrio da Fig 17b
existe uma carga distribuída q(x) sobre uma tem-se Eq. 43 e 45 na direção vertical e
faixa de geossintético que tem um horizontal, respectivamente.
comprimento L, entre duas estacas causando
uma reação no solo denominada de r(x), 𝑑𝑇𝑣 = [𝑟(𝑥) − 𝑞(𝑥)]𝑑𝑥 (43)
sendo esta uma função da constante da mola , onde
K, e pedindo um reforço de tração igual à T.
𝐴 𝑘𝑠
Um esquema é mostrado na Fig. 14a e 14b. 𝑟(𝑥) = (𝑠−𝑏𝑙 𝑧(𝑥) (44)
𝑒𝑟𝑠 )𝑑

𝑑𝑇𝐻 = 0 (45)

Pela figura 17b, consegue-se perceber


que a relação entre Tv e Th é igual à tangente
de um ângulo qualquer. Seguindo disto,
pode-se encontrar que Tv é igual à:
𝑑𝑧
𝑇𝑣 =𝑇𝐻 𝑑𝑥 (46)

Após derivar ambos os lados da


equação acima por dx, e utilizando a Eq. 43,
sabe-se que a deformação da membrana é
dada por:

𝑑²𝑧 𝐾 𝑞(𝑥)
− 𝑧(𝑥)
𝑑𝑥2 𝑇𝐻
=𝑇 (47)
𝐻

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O dimensionamento de VAN subdividir a geometria em elementos pois o


EEKELEN (2013) considera a distribuição software tenta resolver o problema a partir
de carregamento como sendo triangular dos pequenos elementos de dimensões
invertido. Assim sendo, a deformação limitadas, por isso, elementos finitos.
máxima no reforço ao longo da faixa, com Segundo Mirlisenna (2016), quanto menor o
x=0 e sem suporte do solo abaixo do reforço tamanho e maior o número de elementos em
(K=0) é dada por: uma malha, mais precisa será a análise, e
consequentemente, seus resultados.
𝑄 1
𝑧(𝑥) = 3𝑇 (𝑥 3 − 8 𝐿3 ) (48)
𝐻𝐿 2.2.1 PLAXIS 2D

2.2 Análises Numéricas Para este trabalho, foi utilizado o


software PLAXIS (Finite Code for Soil and
Mesmo utilizando várias abordagens Rock Analysis) da versão para simulações
de diferentes pontos de vista, a Engenharia se 2D. O programa que foi desenvolvido na
vê cada vez mais inclinada a resolver Universidade Tecnológica de Delft, na
problemas complexos, fazendo com que Holanda. O PLAXIS é um programa que
existam ferramentas que adquiram rápidos utiliza o método dos elementos finitos (FEM)
resultados, e aliados a rapidez resultados para análises de projetos da Engenharia
seguros. Fernández (2006) afirma que Geotécnica (PLAXIS, 1998).
qualquer modelo matemático pode ser O programa apresenta cinco modelos
resolvido seguindo um modelo numérico, constitutivos para os materiais a serem
sem perda de informação. Dentre os vários analisados. Esses modelos são: Linear-
modelos numéricos, destacam-se os métodos Elastic, Mohr-Coulomb, Soft Soil, Soft Soil
de diferenças finitas, volumes finitos e Creep e Hardening-Soil. Os modelos mais
elementos finitos. usados para caracterizar solos são os elasto-
O método dos elementos finitos (Finite plásticos, pois seu comportamento elástico e
Element Method, FEM) teve origem nos plástico se assemelha ao de alguns solos.
séculos XVIII e XIX (ZIENKIEWICZ, A malha do PLAXIS é feita
1971). O método, que é passível na criação automaticamente, devido a um procedimento
de diferentes geometrias, diferentes do próprio programa. A geometria
carregamentos e diferentes contornos é apresentada pode ser triangular ou
bastante usado justamente por essas quadrangular. Como explicado
características. anteriormente, os nós são os conectores dos
Resumidamente, o método subdivide elementos. O software apresenta elementos
uma geometria em pequenos elementos. triangulares que podem ter 6 ou 15 nós, sendo
Esses elementos podem vir a ter forma que uma quantidade maior de nós resulta em
triangular, quadrangular, etc. Os elementos um elemento muito bem preciso, mostrando
são conectados através de pontos, que podem ser satisfatório na análise de problemas
ser chamados de pontos nodais. Um conjunto complexos. O elemento com 6 nós já
de elementos juntamente com pontos nodais suficiente para resultados condizentes
se dá o nome de malha. É necessário

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segundo Fernández (2006) atrito (φ) e resistência do reforço (J).

Figura 15. Modelo de malha da construção de um


túnel (PLAXIS REF. MANUAL 2D, 2018)

3 OBJETIVOS

O estudo visa entender através da


Análise Numérica o comportamento de
tensões e deformações do solo juntamente
com o reforço em um aterro estaqueado.
Paralelo as obtenções de dado dos métodos,
uma análise numérica através do software Figura 16: Esquema do Problema (AUTOR)
Plaxis foi feita a fim de comparar os valores
Tabela 1: Propriedade dos Materiais
obtidos.
γ c´(k E φ J
4 VISUALIZAÇÃO DO PROBLEMA (kN Pa) (Mp (kN/
/m³ a) m
Uma situação hipotética foi criada )
aonde estacas de concreto de 40 cm de Aterro 18 1 ** 50 -
diâmetro foram inseridas sobre uma camada Aterro 16 1 30 30 -
de solo mole de 10 m de profundidade., e uma de
camada de aterro de conquista de 20 cm. Conqu
Acima da estaca, há um capitel quadrado de ista
60 cm de dimensão, uma camada de Solo 16 20* 4 25 -
geossintético e 4 m de aterro. As estacas estão Mole
espaçadas de 2,0 m de eixo a eixo. A figura Estaca 25 - 2e6 - -
16 mostra um esquema amplificado do
problema através do software AUTOCAD. Geogre - - - - 4000
As propriedades dos materiais estão lha
descritas na Tabela 1. Seguindo da direita
* Neste caso, é Su, não c’.
pela esquerda: peso específico (γ), coesão
** Valores na Tabela 2
(c’),módulo de elasticidade (E), ângulo de

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Tabela 2: Propriedades do Aterro no método RESULTADOS


Hardening Soil

Eret Eoe Eur υ Rf μ


Os cálculos foram feitos através do
(MP d (MP software Microsoft Excel.Os resultados para
a) (MP a) dimensionamentos do BS8006 são mostrados
a) na Tabela 4. Para Van Eekelen (2013) há
Ater 45 33 120 0,25 0,9 0,5 duas tabelas. A primeira, Tabela 5, considera
ro
a tensão no reforço como sendo de um
triângulo inverso, já a Tabela 6, considera a
Tabela 3: Propriedades do Solo Mole no método Soft
Soil Undrained tensão no reforço uniformemente. No
momento atual, ainda há muita discussão
𝒆𝒊𝒏𝒊𝒕 𝝀∗ 𝒌∗ 𝒄´𝒓𝒆𝒇 𝝓( 𝑹𝒊𝒏𝒕𝒆𝒓 sobre qual método deve ser utilizado, assim
(kPa º) sendo, ambos foram colocados.
)
Solo 1,00 0,3 8,5e-3 1 25 0,5 Tabela 4: Resultados do dimensionamento BS8006
Mole (2010) e BS 8006( 2012)

hAt δv do δv do T T
4.1. UTILIZAÇÃO DO SOFTWARE (m) geo. geo. [2010] [2012
PLAXIS 2D [2010] [2012] (kN/m (kN/
(m) (m) ) m)
Após inserir as informações 0,2 0,02892 0,02142 115,70 85,69
pertinentes as propriedades dos materiais e o 0,4 0,02896 0,02145 115,84 85,80
desenho da estrutura, precisou-se refinar a 0,6 0,02900 0,02148 115,98 85,90
malha da análise. O refinamento da malha é 0,8 0,02903 0,02150 116,13 86,01
adequado para análises em que há grande
1,0 0,02907 0,02153 116,27 86,11
concentração de tensões e/ou deformações,
1,2 0,02910 0,02155 116,41 86,22
levando assim para um resultado mais
acurado. 1,4 0,02914 0,02158 116,56 86,32
Na seguinte fase, houve a 1,6 0,02917 0,02161 116,70 86,42
construção da primeira camada de aterro 1,8 0,02921 0,02163 116,84 86,53
(20cm), e na fase 2, um intervalo de tempo de 2,0 0,02925 0,02166 116,98 86,63
0,25 dia para o adensamento deste material. 2,2 0,02928 0,02168 117,13 86,74
Após a identificação da construção da 2,4 0,02932 0,02171 117,27 86,84
estrutura, a modelagem estava apta para ser 2,6 0,02935 0,02174 117,41 86,95
calculada. Ao fim do cálculo, o programa
2,8 0,02939 0,02176 117,56 87,05
abre outro software chamado PLAXIS
OUTPUT onde mostra todo o resultado, 3,0 0,02942 0,02179 117,70 87,16
incluindo tensões normais, efetivas, 3,2 0,02946 0,02181 117,84 87,26
deformações e forças de reforço. 3,4 0,02950 0,02184 117,98 87,36
3,6 0,02953 0,02187 118,12 87,47
5. RESULTADOS E ANÁLISES DOS 3,8 0,02957 0,02189 118,27 87,57

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4,0 0,02960 0,02192 118,41 87,68 0,2 0,00689 1,71


0,4 0,01281 3,93
, onde 0,6 0,01775 6,12
hAt= altura de aterro construída sobre o solo 0,8 0,01998 7,71
mole (m) 1,0 0,01683 5,67
δv do geo = deslocamento vertical do 1,2 0,01722 5,88
geossintético (m) 1,4 0,01815 6,3
T= força no reforço (kN/m);
1,6 0,01906 6,73
Tabela 5: Resultados do Dimensionamento Van 1,8 0,01996 7,71
Eekelen (2013) – Tensão no Reforço Inverse Triangle 2,0 0,02086 7,61
2,2 0,02176 8,06
hAt δv do geo. T 2,4 0,02266 8,51
(m) (m) (kN/m)
0,2 2,6 0,02356 8,98
0,01 3,83
0,4 2,8 0,02446 9,44
0,01647 8,19
0,6 3,0 0,02536 9,92
0,02112 12,06
0,8 3,2 0,02626 10,4
0,02308 13,82
1,0 3,4 0,02715 10,89
0,02029 11,34
1,2 3,6 0,02805 11,38
0,02065 11,65
1,4 3,8 0,02895 11,88
0,02148 12,37
1,6 4,0 0,02984 12,38
0,02228 13,09
1,8 0,02305 13,8
2,0 A tabela 7 mostra os resultados
0,02381 14,52
2,2
obtidos através da modelagem feita no
0,02456 15,24
PLAXIS. A tensão no solo mole, 𝜎𝑠 , pode
2,4 0,02529 15,95 ser encontrada de dois métodos.
2,6 0,02602 16,67 Primeiramente, logo no início da camada,
2,8 0,02674 17,39 abaixo do capitel, ou, logo após o reforço,
3,0 0,02773 17,46 como o método de dimensionamento
3,2 0,02814 18,83 considera. A tabela 8, mostra os resultados
3,4 0,02883 19,55 da tração no reforço. Os valores são
3,6 0,0295 20,27 divididos em três: no meio do reforço, na
3,8 borda do reforço e uma média dos valores
0,03016 20,99
4,0
em toda a extensão do reforço.
0,03083 21,71
Tabela 7: Resultados da Modelagem do PLAXIS
Tabela 6: Resultados do Dimensionamento VAN 2D
EEKLEN (2013) – Tensão no Reforço Uniform
hAt(m) δv do σs σs
hAt δv do geo. T geo. Início Após o
(m) (m) (kN/m) (m) (kN/m²) Reforço(kN/m2)

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0,2 0,0019 6,068125 6,294645 1,6 21,59 13,879 5,319


0,4 0,0039 9,02885 9,09102 1,8 23,64 14,666 5,728
0,6 2 25,61 16,214 6,126
0,0089 10,66155 11,24775
2,2 28,08 17,807 6,659
0,8 0,0139 11,71845 12,1629 2,4 30,46 19,308 7,244
1,0 0,0176 12,8021 13,26905 2,6 32,44 20,629 7,766
1,2 0,0211 13,507 13,9741 2,8 35,32 21,954 8,3
1,4 0,0231 14,2273 14,20305 3 35,32 23,183 8,827
1,6 0,0246 14,3417 14,31595 3,2 36,3 24,218 9,279
1,8 3,4 37,96 25,504 9,796
0,0258 14,48005 14,4543
3,6 39,13 26,599 10,282
2,0 0,0269 14,69545 14,6773 3,8 40,19 27,66 10,744
2,2 0,0281 14,9542 14,96105 4 40,85 28,665 11,183
2,4 0,0293 15,16255 15,1883
2,6 0,0303 15,2964 15,3248 Gráfico 1: Força no Reforço x Altura do Aterro
2,8 0,0314 15,3792 15,39275
3,0 0,0323 15,49685 15,53505
3,2 0,0332 15,55015 15,58965
3,4 0,0342 15,64115 15,68323
3,6 0,0351 15,8046 15,84485
3,8 0,0359 15,94 15,9719
4,0 0,0368 15,94995 15,97245
Através dos resultados dos
dimensionamentos, conseguimos fazer uma
comparação entre os parâmetros. Os
gráficos são mostrados abaixo. Percebe-se através do gráfico que os
maiores valores encontrados para o reforço
Tabela 8: Resultados da Modelagem do PLAXIS 2D foram do método de BS 8006. Esse valo r alto
se dá pela formula usada que considera uma
hAt(m) Tração - Tração Tração
carga distribuída Wt alta. O método de
Média no meio na
(kN/m) do borda dimensionamento Van Eekelen (2013) dá
Reforço do dois resultados: Uniform e Inverse Triangle.
(kN/m) Reforço Pelos valores, a tração no reforço Uniform
(kN/m) tem os mesmos valores que a tração na borda
0,2 0,8315 0,3877 0,0102 do reforço retiradas do PLAXIS. Já
0,4 1,898 0,944 0,059 considerando a tração no reforço como
0,6 5,626 2,785 0,601 Inverse Triangle faz com que os valores se
0,8 9,96 5,689 1,797 assemelhem aos do meio do reforço retirados
1 13,83 8,471 2,926 do PLAXIS.
1,2 17,17 11,113 4,031
1,4 20,14 13,174 4,842 Gráfico 2: Deslocamento do Reforço x Altura do

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Aterro no limite da camada de Solo Mole, e abaixo


do geossintético, sendo que após 1,5 m de
aterro os valores se coincidem.
Levando em consideração a
credibilidade do software PLAXIS 2D por
ser usado para cálculo de grandes obras, o
método de Van Eekelen foi o que mais
chegou perto levando em consideração o
deslocamento e a força no reforço.

O deslocamento do reforço para ambos


dimensionamentos de BS8006 (2010) são 6. CONCLUSÃO
uniformes, assim, não trazendo uma
confiabilidade. Van Eekelen (2013) mesmo O presente trabalho comparou os
que com valores distintos, seguem mesmo resultados dos métodos de dimensionamento
padrão, e no final, chegam em praticamente, para aterros estaqueados com os resultados
o mesmo valor do deslocamento.O maior obtidos no software PLAXIS. Nos
valor encontrado de deslocamento é o de parâmetros que levam em consideração o
PLAXIS 2D. geossintético, por ser uma versão mais
atualizada dos métodos EBGEO e BS8006,
Gráfico 3: Tensão Total no Solo Mole x Altura de Van Eekelen mostrou os resultados próximos
Aterro ao da modelagem. Já para a previsão de
Tensão Total no Solo Mole, os valores foram
obtidos apenas pela modelagem do PLAXIS,
sendo que em ambas variações, os valores
coincidem.
Vale ressaltar que não há um certo ou
errado para os métodos, e sim, um que faz
com que haja economía de material aliado
com a sua contribuição total.

A tensão no solo mole com a 7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS


construção do aterro é um parâmetro
calculado apenas pelo PLAXIS 2D. Na ALMEIDA, M.S.S., MARQUES, M.E.S.
modelagem, essa tensão pode ser encontrada “Design and Peformance of Embankments
aonde se inicia a camada de solo mole, on Very Soft Soils”. Taylor & Francis,
realmente, ou logo após a camada de pp.199., 2013.
geossintético, que é como os métodos de BLANC, M., RAULT, G., THOREL, L.,
dimensionamento utilizam, como já fo dito. ALMEIDA, M. “Centrifuge Investigation
Percebe-se pelo gráfico que há pouca of Load Transfer Mechanicsms in a
diferença entre os valores encontrados tanto Granular Mattress Above a Rigid

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