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A QUESTÃO DO DIREITO DAS MINORIAS SOB O ENFOQUE DO DIREITO

INTERNACIONAL E DO NEO-CONSTITUCIONALISMO.

Francisco Amâncio De Oliveira Neto¹; João Leocádio Sobrinho Filho¹; Ingryd Staelly
Forte Pacheco¹; Miguel Ângelo Silva de Melo²; Aluno de Graduação em Direito/FAP,
Professor Mestre de Graduação em Direito/FAP; amancio_cp@hotmail.com;
joaofilhoay@yahoo.com.br; istaelly@hotmail.com; prof.msc.miguelangelomelo@hotmail.com.

Resumo

Como herança da Liga das Nações, as Nações Unidas formularam um sistema de


ampla proteção as minorias, no qual, ate os dias atuais tal ainda encontra-se em
crescente desenvolvimento. A presente investigação tem como objetivo central a
questão relacionada ao direito das minorias, consubstanciado nos princípios
norteadores do neoconstitucionalismo, fundamentado pelo direito internacional. Como
objetivo específico, busca identificar suas características bem como os instrumentos
utilizados pelo Estado para controle de políticas de cooperação internacional e
proteção dos direitos expressos e implícitos. A metodologia utilizada está alicerçada
no método de pesquisa bibliográfica, a qual foi realizada na seara jurídica, por meio de
uma abordagem qualitativa, onde utilizamos o método dedutivo, vislumbrando a
racionalização ou combinação de idéias em sentido interpretativo com o intuito de
explicitar o conteúdo e compreender a importância de tais elementos no âmbito do
direito constitucional e internacional. Diante da problemática e especificidade do tema,
chegamos aos seguintes resultados: com término 1ª guerra mundial este sistema
ganhou consistência normativa; se presenciaram consideráveis mudanças territoriais
no continente europeu; conflitos bélicos levaram a reestruturação das fronteiras;
diferentes pactos foram ratificados, levando ao reconhecimento do direito de minorias
étnicas, religiosas, lingüísticas e sexuais. Chegamos à conclusão crítica de que o
principio da Dignidade da Pessoa Humana, consubstanciado nas bases do Neo-
Constitucionalismo deve salientar a existência não somente das minorias religiosas,
étnico-racial e lingüística, devendo ser incluso a estas a questão da orientação sexual,
que consiste na tutela da relação homoafetiva que até então se encontra pouco
regulada.

PALAVRAS-CHAVES: Grupos Vulneráveis. Inclusão e Exclusão Social. Proteção


Internacional. Princípios Jurídicos.
Introdução

Como herança da Liga das Nações, as Nações Unidas formularam um sistema


de ampla proteção as minorias, o qual ate os dias atuais se encontra em crescente
desenvolvimento, regulando os muitos grupos minoritários. Somente após a 1ª guerra
mundial este sistema ganhou consistência normativa, embora, foi apenas com o
término da 2ª guerra, que verificamos a adesão aos inúmeros acordos internacionais,
os quais não formaram um efetivo conjunto de proteção a tais minorias

Em razão de consideráveis mudanças territoriais no continente Europeu, em


virtude de diferentes e semelhantes conflitos beligerantes, se tornou proeminente a
questão das minorias tendo em vista a reestruturação das fronteiras. No entanto, as
Nações Unidas não moldou uma definição de minorias que fosse aceita
universalmente. Sendo assim o primeiro esboço fora discutido pela Sub-Comissão
para Prevenção da Discriminação e Proteção das Minorias, 1950.

Nessa definição transparecem aspectos de interesse eminentemente


relevantes como um grupo não-dominante, podendo ser em maioria ou em minoria
numérica e que essencialmente não exercem certo poder na sociedade, que procuram
preservar as tradições e características distintivas dos grupos intitulados dominantes.
Pode-se ainda extrair do dado conceito um sentido político, atrelado a lealdade para
como o Estado Nacional.

Segundo o Pacto dos Direito Civis e Políticos, 1966, em seu artigo 27 (vinte e
sete), nos Estados em que existam minorias étnicas, religiosas ou lingüísticas, as
pessoas pertencentes a essas minorias não devem ser privadas do direito de terem
em comum com os outros membros do seu grupo, a sua própria vida cultural, de
professar e de praticar a sua própria religião ou de empregar a sua própria língua.

Contudo, se percebem que no artigo do Pacto anteriormente citado, há uma


grande restrição quanto às minorias protegidas pelo mesmo, deixando por parte deste,
obscuro os direitos inerentes aos demais grupos minoritários existentes. Portanto, se
viu o Direito na necessidade de proteger tais grupos não mencionados, dando margem
à corrente neo-constitucionalista que busca aplicar o direito não somente através das
normas positivadas, mas também dos princípios jurídicos e normas hermenêuticas,
enquadrados na realidade contemporânea.
Objetivos

O presente artigo aborda a questão relacionada ao direito das minorias étnico-


raciais, consubstanciado nos princípios norteadores do neoconstitucionalismo e
fundamentado pelo direito internacional, buscando identificar suas características bem
como os instrumentos utilizados pelo Estado para controle de políticas de cooperação
internacional e proteção dos direitos expressos e implícitos, da conceituação dessas
minorias, da análise da situação dela no âmbito constitucional e normas
infraconstitucionais de proteção.

Metodologia

O artigo será desenvolvido basicamente através de uma pesquisa bibliográfica


realizada, na seara jurídica, por meio de uma abordagem qualitativa, sendo assim,
utilizado o método dedutivo, vislumbrando a racionalização ou combinação de idéias
em sentido interpretativo com o intuito de explicitar o conteúdo e compreender a
importância de tais elementos no âmbito do direito pátrio e internacional.

Resultados

Tendo vista o principio da Dignidade da Pessoa Humana, consubstanciado nas


bases do Neo-Constitucionalismo deve-se salientar a existência não somente das
minorias religiosas, étnico-racial e lingüística, devendo ser incluso a estas a minoria
sexual, que consiste na tutela da relação homoafetiva que até então se encontra
pouco regulada, a fim de protegê-los contra qualquer forma de discriminação baseada
na sua orientação sexual.

A Minoria Religiosa consistem na pratica de uma religião diferente daquela


adotada pela maioria da população, não sendo puramente outra crença. Em se
tratando de Minoria Lingüística, caracteriza-se pelo uso de uma língua, quer seja ela
diferente da adotada oficialmente pelo Estado, quer seja a adotada pelo próprio grupo
reiteradamente, que essencialmente está os diferenciando da maioria.

Finalmente, a Minoria Étnico-Racial é um grupo de indivíduos que estão


atrelados a uma questão histórica, compartilhando de certas tradições culturais
diferentes dos demais indivíduos da população. São indivíduos que compartilham
valores culturais essencialmente fundamentais, com comunicação e interação
singulares e que facilmente se identificam e são identificados devidos traços genéticos
evidentes.

Conclusão

Inúmeras foram às decisões tomadas pelas Nações Unidas no combate a favor


das minorias. Através de pactos, convenções e declarações mobilizar e conscientizar
a opinião publica por meio de instrumentos normativos internacionais, tais como Pacto
dos Direitos Civis e Políticos, Convenção para Eliminação da Discriminação Racial, a
Declaração Universal de Direitos Humanos e a Declaração Universal dos Direitos das
Minorias.

Faz-se necessário que o Direito Constitucional esteja em harmonia com as


normas internacionais e os princípios hermenêuticos, compreendendo então, que o
jurista pátrio tenha não só o conhecimento técnico-normativo, mas, incorpore ao
mesmo o saber das demais ciências sociais. Com o intuito de constatar que uma
democracia também é feita de minorias em quantidade mais não em direitos.

Portanto, é de extrema importância que haja o reconhecimento de tais grupos


minoritários por parte da chamada massa dominante, tanto quanto dos intitulados
minorias. Afim de um maior reconhecimento das tão valorosas diferenças compostas
de suas aspirações, ideais, sentimentos, valores, etc.

Referencias

MAIA, Luciano Mariz. Os Direitos das Minorias Étnicas. DHNet. Disponível em:
http://www.dhnet.org.br/direitos/militantes/lucianomaia/lmaia_minorias.html.Acesso
em: 22 out. 2010.

MONTEIRO, Adriana Carneiro. BARRETO, Gley Porto. OLIVEIRA, Isabela Lima de.
ANTEBIR, Smadar. Minorias Étnicas, Lingüísticas e Religiosas. DHNet . Disponível
em: http://www.dhnet.org.br/dados/cursos/dh/br/pb/dhparaiba/5/minorias.html. Acesso
em: 21 out. 2010.

FALCONI, Francisco. O que é neoconstitucionalismo? . Opus Iuris. Disponível em:


http://franciscofalconi.wordpress.com/2010/06/03/o-que-e-o-neoconstitucionalismo/
Acesso em: 21 out. 2010.

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