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Policial Rodoviário Federal

Direito Penal

Prof. Joerberth Nunes


Direito Penal

Professor Joerberth Nunes


Edital

NOÇÕES DE DIREITO PENAL: Crimes contra a pessoa. Crimes contra o patrimônio. Crimes con-
tra a fé pública. Crimes contra a administração pública. Lei nº 8.072/1990 (delitos hediondos).
Crimes contra a Dignidade Sexual.

BANCA: Cespe
CARGO: Policial Rodoviário Federal

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Direito Penal

INTRODUÇÃO:

Os crimes (tipos penais) estão previstos na parte especial do Código Penal e em outras leis pe-
nais especiais. No caso do CPB, os crimes estão dispostos em Títulos e em Capítulos, os quais
são os bens jurídicos tutelados. Assim, deve-se perquirir sobre o bem jurídico de cada tipo pe-
nal, seu nome, seus elementos e a classificação do tipo penal, bem como sobre o cabimento ou
não da forma tentada, além da espécie de ação penal.

LEGISLAÇÃO

CÓDIGO PENAL Homicídio qualificado


§ 2º Se o homicídio é cometido:
PARTE ESPECIAL
I – mediante paga ou promessa de recom-
pensa, ou por outro motivo torpe;
TÍTULO I II – por motivo futil;

Dos Crimes Contra a Pessoa III – com emprego de veneno, fogo, explosi-
vo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso
ou cruel, ou de que possa resultar perigo
comum;
CAPÍTULO I
DOS CRIMES CONTRA A VIDA IV – à traição, de emboscada, ou mediante
dissimulação ou outro recurso que dificulte
Homicídio simples ou torne impossivel a defesa do ofendido;

Art. 121. Matar alguém: V – para assegurar a execução, a ocultação,


a impunidade ou vantagem de outro crime:
Pena – reclusão, de seis a vinte anos.
Pena – reclusão, de doze a trinta anos.
Caso de diminuição de pena
Feminicídio
§ 1º Se o agente comete o crime impelido
por motivo de relevante valor social ou mo- VI – contra a mulher por razões da condição
ral, ou sob o domínio de violenta emoção, de sexo feminino:
logo em seguida a injusta provocação da ví-
VII – contra autoridade ou agente descrito
tima, o juiz pode reduzir a pena de um sexto
nos arts. 142 e 144 da Constituição Federal,
a um terço.

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integrantes do sistema prisional e da Força I – durante a gestação ou nos 3 (três) meses
Nacional de Segurança Pública, no exercício posteriores ao parto;
da função ou em decorrência dela, ou con-
tra seu cônjuge, companheiro ou parente II – contra pessoa menor de 14 (catorze)
consanguíneo até terceiro grau, em razão anos, maior de 60 (sessenta) anos ou com
dessa condição: deficiência;

Pena – reclusão, de doze a trinta anos. III – na presença de descendente ou de as-


cendente da vítima.
§ 2º-A Considera-se que há razões de condi-
ção de sexo feminino quando o crime envolve: Induzimento, instigação ou auxílio a suicídio

I – violência doméstica e familiar; Art. 122. Induzir ou instigar alguém a suicidar-se


ou prestar-lhe auxílio para que o faça:
II – menosprezo ou discriminação à condi-
ção de mulher. Pena – reclusão, de dois a seis anos, se o
suicídio se consuma; ou reclusão, de um a
Homicídio culposo três anos, se da tentativa de suicídio resulta
lesão corporal de natureza grave.
§ 3º Se o homicídio é culposo:
Parágrafo único. A pena é duplicada:
Pena – detenção, de um a três anos.
Aumento de pena
Aumento de pena
I – se o crime é praticado por motivo egoís-
§ 4º No homicídio culposo, a pena é aumenta- tico;
da de 1/3 (um terço), se o crime resulta de ino-
bservância de regra técnica de profissão, arte II – se a vítima é menor ou tem diminuída,
ou ofício, ou se o agente deixa de prestar ime- por qualquer causa, a capacidade de resis-
diato socorro à vítima, não procura diminuir as tência.
conseqüências do seu ato, ou foge para evitar
prisão em flagrante. Sendo doloso o homicí- Infanticídio
dio, a pena é aumentada de 1/3 (um terço) se Art. 123. Matar, sob a influência do estado
o crime é praticado contra pessoa menor de 14 puerperal, o próprio filho, durante o parto ou
(quatorze) ou maior de 60 (sessenta) anos. logo após:
§ 5º Na hipótese de homicídio culposo, o Pena – detenção, de dois a seis anos.
juiz poderá deixar de aplicar a pena, se as
conseqüências da infração atingirem o pró- Aborto provocado pela gestante ou com
prio agente de forma tão grave que a san- seu consentimento
ção penal se torne desnecessária. Art. 124. Provocar aborto em si mesma ou con-
§ 6º A pena é aumentada de 1/3 (um terço) sentir que outrem lho provoque: (Vide ADPF 54)
até a metade se o crime for praticado por mi- Pena – detenção, de um a três anos.
lícia privada, sob o pretexto de prestação de
serviço de segurança, ou por grupo de exter- Aborto provocado por terceiro
mínio. (Incluído pela Lei nº 12.720, de 2012)
Art. 125. Provocar aborto, sem o consentimen-
§ 7º A pena do feminicídio é aumentada de to da gestante:
1/3 (um terço) até a metade se o crime for
praticado: Pena – reclusão, de três a dez anos.
Art. 126. Provocar aborto com o consentimento
da gestante: (Vide ADPF 54)

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Pena – reclusão, de um a quatro anos. III – debilidade permanente de membro,


sentido ou função;
Parágrafo único. Aplica-se a pena do artigo
anterior, se a gestante não é maior de qua- IV – aceleração de parto:
torze anos, ou é alienada ou debil mental,
ou se o consentimento é obtido mediante Pena – reclusão, de um a cinco anos.
fraude, grave ameaça ou violência § 2º Se resulta:
Forma qualificada I – Incapacidade permanente para o traba-
Art. 127. As penas cominadas nos dois artigos lho;
anteriores são aumentadas de um terço, se, em II – enfermidade incuravel;
conseqüência do aborto ou dos meios empre-
gados para provocá-lo, a gestante sofre lesão III – perda ou inutilização do membro, senti-
corporal de natureza grave; e são duplicadas, do ou função;
se, por qualquer dessas causas, lhe sobrevém a IV – deformidade permanente;
morte.
V – aborto:
Art. 128. Não se pune o aborto praticado por
médico: (Vide ADPF 54) Pena – reclusão, de dois a oito anos.
Aborto necessário Lesão corporal seguida de morte
I – se não há outro meio de salvar a vida da § 3º Se resulta morte e as circunstâncias
gestante; evidenciam que o agente não quís o resulta-
do, nem assumiu o risco de produzí-lo:
Aborto no caso de gravidez resultante de
estupro Pena – reclusão, de quatro a doze anos.
II – se a gravidez resulta de estupro e o Diminuição de pena
aborto é precedido de consentimento da
gestante ou, quando incapaz, de seu repre- § 4º Se o agente comete o crime impelido por
sentante legal. motivo de relevante valor social ou moral ou
sob o domínio de violenta emoção, logo em
seguida a injusta provocação da vítima, o juiz
pode reduzir a pena de um sexto a um terço.
CAPÍTULO II Substituição da pena
DAS LESÕES CORPORAIS
§ 5º O juiz, não sendo graves as lesões, pode
Lesão corporal ainda substituir a pena de detenção pela de
multa, de duzentos mil réis a dois contos de
Art. 129. Ofender a integridade corporal ou a réis:
saúde de outrem:
I – se ocorre qualquer das hipóteses do pa-
Pena – detenção, de três meses a um ano. rágrafo anterior;
Lesão corporal de natureza grave II – se as lesões são recíprocas.
§ 1º Se resulta: Lesão corporal culposa
I – Incapacidade para as ocupações habitu- § 6º Se a lesão é culposa:
ais, por mais de trinta dias;
Pena – detenção, de dois meses a um ano.
II – perigo de vida;

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Aumento de pena CAPÍTULO III
§ 7º Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) DA PERICLITAÇÃO
se ocorrer qualquer das hipóteses dos §§ DA VIDA E DA SAÚDE
4º e 6º do art. 121 deste Código. (Redação
dada pela Lei nº 12.720, de 2012) Perigo de contágio venéreo

§ 8º Aplica-se à lesão culposa o disposto no Art. 130. Expor alguém, por meio de relações
§ 5º do art. 121.(Redação dada pela Lei nº sexuais ou qualquer ato libidinoso, a contágio
8.069, de 1990) de moléstia venérea, de que sabe ou deve saber
que está contaminado:
Violência Doméstica
Pena – detenção, de três meses a um ano,
§ 9º Se a lesão for praticada contra ascen- ou multa.
dente, descendente, irmão, cônjuge ou
companheiro, ou com quem conviva ou te- § 1º Se é intenção do agente transmitir a
nha convivido, ou, ainda, prevalecendo-se moléstia:
o agente das relações domésticas, de coa- Pena – reclusão, de um a quatro anos, e
bitação ou de hospitalidade: (Redação dada multa.
pela Lei nº 11.340, de 2006)
§ 2º Somente se procede mediante repre-
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 3 (três) sentação.
anos. (Redação dada pela Lei nº 11.340, de
2006) Perigo de contágio de moléstia grave
§ 10. Nos casos previstos nos §§ 1º a 3º Art. 131. Praticar, com o fim de transmitir a ou-
deste artigo, se as circunstâncias são as in- trem moléstia grave de que está contaminado,
dicadas no § 9º deste artigo, aumenta-se a ato capaz de produzir o contágio:
pena em 1/3 (um terço). (Incluído pela Lei
nº 10.886, de 2004) Pena – reclusão, de um a quatro anos, e multa.

§ 11. Na hipótese do § 9º deste artigo, a pena Perigo para a vida ou saúde de outrem
será aumentada de um terço se o crime for Art. 132. Expor a vida ou a saúde de outrem a
cometido contra pessoa portadora de defici- perigo direto e iminente:
ência. (Incluído pela Lei nº 11.340, de 2006)
Pena – detenção, de três meses a um ano,
§ 12. Se a lesão for praticada contra auto- se o fato não constitui crime mais grave.
ridade ou agente descrito nos arts. 142 e
144 da Constituição Federal, integrantes do Parágrafo único. A pena é aumentada de
sistema prisional e da Força Nacional de Se- um sexto a um terço se a exposição da vida
gurança Pública, no exercício da função ou ou da saúde de outrem a perigo decorre do
em decorrência dela, ou contra seu cônju- transporte de pessoas para a prestação de
ge, companheiro ou parente consanguíneo serviços em estabelecimentos de qualquer
até terceiro grau, em razão dessa condição, natureza, em desacordo com as normas le-
a pena é aumentada de um a dois terços. gais. (Incluído pela Lei nº 9.777, de 1998)
Abandono de incapaz
Art. 133. Abandonar pessoa que está sob seu
cuidado, guarda, vigilância ou autoridade, e, por
qualquer motivo, incapaz de defender-se dos
riscos resultantes do abandono:

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Pena – detenção, de seis meses a três anos. ral de natureza grave, e triplicada, se resulta
a morte.
§ 1º Se do abandono resulta lesão corporal
de natureza grave: Condicionamento de atendimento médico-
hospitalar emergencial
Pena – reclusão, de um a cinco anos.
Art. 135-A. Exigir cheque-caução, nota pro-
§ 2º Se resulta a morte: missória ou qualquer garantia, bem como o
Pena – reclusão, de quatro a doze anos. preenchimento prévio de formulários adminis-
trativos, como condição para o atendimento
Aumento de pena médico-hospitalar emergencial: (Incluído pela
§ 3º As penas cominadas neste artigo au- Lei nº 12.653, de 2012).
mentam-se de um terço: Pena – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um)
I – se o abandono ocorre em lugar ermo; ano, e multa. (Incluído pela Lei nº 12.653,
de 2012).
II – se o agente é ascendente ou descenden-
te, cônjuge, irmão, tutor ou curador da víti- Parágrafo único. A pena é aumentada até o
ma. dobro se da negativa de atendimento resul-
ta lesão corporal de natureza grave, e até o
III – se a vítima é maior de 60 (sessenta) triplo se resulta a morte. (Incluído pela Lei
anos (Incluído pela Lei nº 10.741, de 2003) nº 12.653, de 2012).
Exposição ou abandono de recém-nascido Maus-tratos
Art. 134. Expor ou abandonar recém-nascido, Art. 136. Expor a perigo a vida ou a saúde de
para ocultar desonra própria: pessoa sob sua autoridade, guarda ou vigilân-
cia, para fim de educação, ensino, tratamento
Pena – detenção, de seis meses a dois anos. ou custódia, quer privando-a de alimentação
§ 1º Se do fato resulta lesão corporal de na- ou cuidados indispensáveis, quer sujeitando-a
tureza grave: a trabalho excessivo ou inadequado, quer abu-
sando de meios de correção ou disciplina:
Pena – detenção, de um a três anos.
Pena – detenção, de dois meses a um ano,
§ 2º Se resulta a morte: ou multa.
Pena – detenção, de dois a seis anos. § 1º Se do fato resulta lesão corporal de na-
Omissão de socorro tureza grave:

Art. 135. Deixar de prestar assistência, quan- Pena – reclusão, de um a quatro anos.
do possível fazê-lo sem risco pessoal, à criança § 2º Se resulta a morte:
abandonada ou extraviada, ou à pessoa inválida
ou ferida, ao desamparo ou em grave e iminen- Pena – reclusão, de quatro a doze anos.
te perigo; ou não pedir, nesses casos, o socorro § 3º Aumenta-se a pena de um terço, se
da autoridade pública: o crime é praticado contra pessoa menor
Pena – detenção, de um a seis meses, ou de 14 (catorze) anos. (Incluído pela Lei nº
multa. 8.069, de 1990)

Parágrafo único. A pena é aumentada de


metade, se da omissão resulta lesão corpo-

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CAPÍTULO IV Pena – detenção, de três meses a um ano,
DA RIXA e multa.
Exceção da verdade
Rixa
Parágrafo único. A exceção da verdade so-
Art. 137. Participar de rixa, salvo para separar mente se admite se o ofendido é funcioná-
os contendores: rio público e a ofensa é relativa ao exercício
Pena – detenção, de quinze dias a dois me- de suas funções.
ses, ou multa. Injúria
Parágrafo único. Se ocorre morte ou lesão Art. 140. Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dig-
corporal de natureza grave, aplica-se, pelo nidade ou o decoro:
fato da participação na rixa, a pena de de-
tenção, de seis meses a dois anos. Pena – detenção, de um a seis meses, ou
multa.
§ 1º O juiz pode deixar de aplicar a pena:
CAPÍTULO V I – quando o ofendido, de forma reprovável,
DOS CRIMES CONTRA A HONRA provocou diretamente a injúria;
Calúnia II – no caso de retorsão imediata, que con-
sista em outra injúria.
Art. 138. Caluniar alguém, imputando-lhe falsa-
mente fato definido como crime: § 2º Se a injúria consiste em violência ou
vias de fato, que, por sua natureza ou pelo
Pena – detenção, de seis meses a dois anos, meio empregado, se considerem aviltantes:
e multa.
Pena – detenção, de três meses a um ano, e
§ 1º Na mesma pena incorre quem, saben- multa, além da pena correspondente à vio-
do falsa a imputação, a propala ou divulga. lência.
§ 2º É punível a calúnia contra os mortos. § 3º Se a injúria consiste na utilização de
Exceção da verdade elementos referentes a raça, cor, etnia, reli-
gião, origem ou a condição de pessoa idosa
§ 3º Admite-se a prova da verdade, salvo: ou portadora de deficiência:
I – se, constituindo o fato imputado crime Pena – reclusão de um a três anos e multa.
de ação privada, o ofendido não foi conde- (Incluído pela Lei nº 9.459, de 1997)
nado por sentença irrecorrível;
Disposições comuns
II – se o fato é imputado a qualquer das pes-
soas indicadas no nº I do art. 141; Art. 141. As penas cominadas neste Capítulo
aumentam-se de um terço, se qualquer dos cri-
III – se do crime imputado, embora de ação mes é cometido:
pública, o ofendido foi absolvido por sen-
tença irrecorrível. I – contra o Presidente da República, ou
contra chefe de governo estrangeiro;
Difamação
II – contra funcionário público, em razão de
Art. 139. Difamar alguém, imputando-lhe fato suas funções;
ofensivo à sua reputação:

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III – na presença de várias pessoas, ou por Art. 145. Nos crimes previstos neste Capítu-
meio que facilite a divulgação da calúnia, da lo somente se procede mediante queixa, salvo
difamação ou da injúria. quando, no caso do art. 140, § 2º, da violência
resulta lesão corporal.
IV – contra pessoa maior de 60 (sessenta)
anos ou portadora de deficiência, exceto no Parágrafo único. Procede-se mediante re-
caso de injúria. (Incluído pela Lei nº 10.741, quisição do Ministro da Justiça, no caso do
de 2003) inciso I do caput do art. 141 deste Código,
e mediante representação do ofendido,
Parágrafo único. Se o crime é cometido me- no caso do inciso II do mesmo artigo, bem
diante paga ou promessa de recompensa, como no caso do § 3º do art. 140 deste Có-
aplica-se a pena em dobro. digo.
Exclusão do crime
Art. 142. Não constituem injúria ou difamação
punível: CAPÍTULO VI DOS
I – a ofensa irrogada em juízo, na discussão CRIMES CONTRA
da causa, pela parte ou por seu procurador; A LIBERDADE INDIVIDUAL
II – a opinião desfavorável da crítica literá- Seção I
ria, artística ou científica, salvo quando ine-
quívoca a intenção de injuriar ou difamar;
DOS CRIMES CONTRA
A LIBERDADE PESSOAL
III – o conceito desfavorável emitido por
funcionário público, em apreciação ou in- Constrangimento ilegal
formação que preste no cumprimento de
Art. 146. Constranger alguém, mediante violên-
dever do ofício.
cia ou grave ameaça, ou depois de lhe haver re-
Parágrafo único. Nos casos dos ns. I e III, duzido, por qualquer outro meio, a capacidade
responde pela injúria ou pela difamação de resistência, a não fazer o que a lei permite,
quem lhe dá publicidade. ou a fazer o que ela não manda:
Retratação Pena – detenção, de três meses a um ano,
ou multa.
Art. 143. O querelado que, antes da sentença,
se retrata cabalmente da calúnia ou da difama- Aumento de pena
ção, fica isento de pena.
§ 1º As penas aplicam-se cumulativamente
Parágrafo único. Nos casos em que o quere- e em dobro, quando, para a execução do
lado tenha praticado a calúnia ou a difamação crime, se reúnem mais de três pessoas, ou
utilizando-se de meios de comunicação, a re- há emprego de armas.
tratação dar-se-á, se assim desejar o ofendi-
§ 2º Além das penas cominadas, aplicam-se
do, pelos mesmos meios em que se praticou
as correspondentes à violência.
a ofensa.
§ 3º Não se compreendem na disposição
Art. 144. Se, de referências, alusões ou frases,
deste artigo:
se infere calúnia, difamação ou injúria, quem se
julga ofendido pode pedir explicações em juízo. I – a intervenção médica ou cirúrgica, sem
Aquele que se recusa a dá-las ou, a critério do o consentimento do paciente ou de seu re-
juiz, não as dá satisfatórias, responde pela ofen- presentante legal, se justificada por iminen-
sa. te perigo de vida;

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II – a coação exercida para impedir suicídio. em razão de dívida contraída com o emprega-
dor ou preposto:
Ameaça
Pena – reclusão, de dois a oito anos, e multa,
Art. 147. Ameaçar alguém, por palavra, escrito além da pena correspondente à violência.
ou gesto, ou qualquer outro meio simbólico, de
causar-lhe mal injusto e grave: § 1º Nas mesmas penas incorre quem:
Pena – detenção, de um a seis meses, ou I – cerceia o uso de qualquer meio de trans-
multa. porte por parte do trabalhador, com o fim
de retê-lo no local de trabalho;
Parágrafo único. Somente se procede me-
diante representação. II – mantém vigilância ostensiva no local de
trabalho ou se apodera de documentos ou
Seqüestro e cárcere privado objetos pessoais do trabalhador, com o fim
Art. 148. Privar alguém de sua liberdade, me- de retê-lo no local de trabalho.
diante seqüestro ou cárcere privado: § 2º A pena é aumentada de metade, se o
Pena – reclusão, de um a três anos. crime é cometido:

§ 1º A pena é de reclusão, de dois a cinco I – contra criança ou adolescente;


anos: II – por motivo de preconceito de raça, cor,
I – se a vítima é ascendente, descenden- etnia, religião ou origem.
te, cônjuge ou companheiro do agente ou
maior de 60 (sessenta) anos; (Redação dada Seção II
pela Lei nº 11.106, de 2005) DOS CRIMES CONTRA A
INVIOLABILIDADE DO DOMICÍLIO
II – se o crime é praticado mediante interna-
ção da vítima em casa de saúde ou hospital; Violação de domicílio
III – se a privação da liberdade dura mais de Art. 150. Entrar ou permanecer, clandestina ou
quinze dias. astuciosamente, ou contra a vontade expressa
IV – se o crime é praticado contra menor de ou tácita de quem de direito, em casa alheia ou
18 (dezoito) anos; em suas dependências:

V – se o crime é praticado com fins libidino- Pena – detenção, de um a três meses, ou


sos. multa.

§ 2º Se resulta à vítima, em razão de maus- § 1º Se o crime é cometido durante a noi-


-tratos ou da natureza da detenção, grave te, ou em lugar ermo, ou com o emprego de
sofrimento físico ou moral: violência ou de arma, ou por duas ou mais
pessoas:
Pena – reclusão, de dois a oito anos.
Pena – detenção, de seis meses a dois anos,
Redução a condição análoga à de escravo além da pena correspondente à violência.
Art. 149. Reduzir alguém a condição análoga à § 2º Aumenta-se a pena de um terço, se o
de escravo, quer submetendo-o a trabalhos for- fato é cometido por funcionário público,
çados ou a jornada exaustiva, quer sujeitando- fora dos casos legais, ou com inobservância
-o a condições degradantes de trabalho, quer das formalidades estabelecidas em lei, ou
restringindo, por qualquer meio, sua locomoção com abuso do poder.

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§ 3º Não constitui crime a entrada ou per- Violação de comunicação telegráfica,


manência em casa alheia ou em suas de- radioelétrica ou telefônica
pendências:
II – quem indevidamente divulga, transmite
I – durante o dia, com observância das for- a outrem ou utiliza abusivamente comuni-
malidades legais, para efetuar prisão ou ou- cação telegráfica ou radioelétrica dirigida
tra diligência; a terceiro, ou conversação telefônica entre
outras pessoas;
II – a qualquer hora do dia ou da noite,
quando algum crime está sendo ali pratica- III – quem impede a comunicação ou a con-
do ou na iminência de o ser. versação referidas no número anterior;
§ 4º A expressão "casa" compreende: IV – quem instala ou utiliza estação ou apa-
relho radioelétrico, sem observância de dis-
I – qualquer compartimento habitado; posição legal.
II – aposento ocupado de habitação coleti- § 2º As penas aumentam-se de metade, se
va; há dano para outrem.
III – compartimento não aberto ao público, § 3º Se o agente comete o crime, com abu-
onde alguém exerce profissão ou atividade. so de função em serviço postal, telegráfico,
§ 5º Não se compreendem na expressão radioelétrico ou telefônico:
"casa": Pena – detenção, de um a três anos.
I – hospedaria, estalagem ou qualquer outra § 4º Somente se procede mediante repre-
habitação coletiva, enquanto aberta, salvo a sentação, salvo nos casos do § 1º, IV, e do
restrição do n.º II do parágrafo anterior; § 3º
II – taverna, casa de jogo e outras do mes- Correspondência comercial
mo gênero.
Art. 152. Abusar da condição de sócio ou em-
Seção III pregado de estabelecimento comercial ou in-
DOS CRIMES CONTRA dustrial para, no todo ou em parte, desviar, so-
A INVIOLABILIDADE DE negar, subtrair ou suprimir correspondência, ou
revelar a estranho seu conteúdo:
CORRESPONDÊNCIA
Pena – detenção, de três meses a dois anos.
Violação de correspondência
Parágrafo único – Somente se procede me-
Art. 151. Devassar indevidamente o conteúdo diante representação.
de correspondência fechada, dirigida a outrem:
Pena – detenção, de um a seis meses, ou
Seção IV
multa. DOS CRIMES CONTRA A
INVIOLABILIDADE DOS SEGREDOS
Sonegação ou destruição de correspon-
dência Divulgação de segredo
§ 1º Na mesma pena incorre: Art. 153. Divulgar alguém, sem justa causa, con-
teúdo de documento particular ou de corres-
I – quem se apossa indevidamente de cor-
pondência confidencial, de que é destinatário
respondência alheia, embora não fechada
ou detentor, e cuja divulgação possa produzir
e, no todo ou em parte, a sonega ou destrói;
dano a outrem:

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Pena – detenção, de um a seis meses, ou § 3º Se da invasão resultar a obtenção de
multa. conteúdo de comunicações eletrônicas pri-
vadas, segredos comerciais ou industriais,
§ 1º Somente se procede mediante repre- informações sigilosas, assim definidas em
sentação. lei, ou o controle remoto não autorizado do
§ 1º-A. Divulgar, sem justa causa, informa- dispositivo invadido:
ções sigilosas ou reservadas, assim defini- Pena – reclusão, de 6 (seis) meses a 2 (dois)
das em lei, contidas ou não nos sistemas de anos, e multa, se a conduta não constitui
informações ou banco de dados da Admi- crime mais grave.
nistração Pública:
§ 4º Na hipótese do § 3º, aumenta-se a
Pena – detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) pena de um a dois terços se houver divul-
anos, e multa. gação, comercialização ou transmissão a
§ 2º Quando resultar prejuízo para a Admi- terceiro, a qualquer título, dos dados ou in-
nistração Pública, a ação penal será incondi- formações obtidos.
cionada. § 5º Aumenta-se a pena de um terço à me-
Violação do segredo profissional tade se o crime for praticado contra:

Art. 154. Revelar alguém, sem justa causa, se- I – Presidente da República, governadores e
gredo, de que tem ciência em razão de função, prefeitos;
ministério, ofício ou profissão, e cuja revelação II – Presidente do Supremo Tribunal Fede-
possa produzir dano a outrem: ral;
Pena – detenção, de três meses a um ano, III – Presidente da Câmara dos Deputados,
ou multa. do Senado Federal, de Assembleia Legis-
Parágrafo único. Somente se procede me- lativa de Estado, da Câmara Legislativa do
diante representação. Distrito Federal ou de Câmara Municipal; ou
Vigência
Art. 154-A. Invadir dispositivo informático
alheio, conectado ou não à rede de computado- IV – dirigente máximo da administração di-
res, mediante violação indevida de mecanismo reta e indireta federal, estadual, municipal
de segurança e com o fim de obter, adulterar ou ou do Distrito Federal.
destruir dados ou informações sem autorização Ação penal
expressa ou tácita do titular do dispositivo ou
instalar vulnerabilidades para obter vantagem Art. 154-B. Nos crimes definidos no art. 154-A,
ilícita: somente se procede mediante representação,
salvo se o crime é cometido contra a administra-
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ção pública direta ou indireta de qualquer dos
ano, e multa. Poderes da União, Estados, Distrito Federal ou
§ 1º Na mesma pena incorre quem produz, Municípios ou contra empresas concessionárias
oferece, distribui, vende ou difunde dispo- de serviços públicos.
sitivo ou programa de computador com o
intuito de permitir a prática da conduta de-
finida no caput.
§ 2º Aumenta-se a pena de um sexto a um
terço se da invasão resulta prejuízo econô-
mico.

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TÍTULO II Pena – detenção, de seis meses a dois anos,


ou multa.
Dos Crimes Contra o Patrimônio
§ 1º Somente se procede mediante repre-
sentação.

CAPÍTULO I § 2º Não é punível a subtração de coisa co-


mum fungível, cujo valor não excede a quo-
DO FURTO
ta a que tem direito o agente.
Furto
Art. 155. Subtrair, para si ou para outrem, coisa
alheia móvel: CAPÍTULO II
Pena – reclusão, de um a quatro anos, e DO ROUBO E DA EXTORSÃO
multa.
Roubo
§ 1º A pena aumenta-se de um terço, se o cri-
me é praticado durante o repouso noturno. Art. 157. Subtrair coisa móvel alheia, para si ou
para outrem, mediante grave ameaça ou violên-
§ 2º Se o criminoso é primário, e é de pe- cia a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer
queno valor a coisa furtada, o juiz pode meio, reduzido à impossibilidade de resistência:
substituir a pena de reclusão pela de deten-
ção, diminuí-la de um a dois terços, ou apli- Pena – reclusão, de quatro a dez anos, e
car somente a pena de multa. multa.

§ 3º Equipara-se à coisa móvel a energia § 1º Na mesma pena incorre quem, logo de-
elétrica ou qualquer outra que tenha valor pois de subtraída a coisa, emprega violência
econômico. contra pessoa ou grave ameaça, a fim de as-
segurar a impunidade do crime ou a deten-
Furto qualificado ção da coisa para si ou para terceiro.
§ 4º A pena é de reclusão de dois a oito § 2º A pena aumenta-se de um terço até
anos, e multa, se o crime é cometido: metade:
I – com destruição ou rompimento de obs- I – se a violência ou ameaça é exercida com
táculo à subtração da coisa; emprego de arma;
II – com abuso de confiança, ou mediante II – se há o concurso de duas ou mais pes-
fraude, escalada ou destreza; soas;
III – com emprego de chave falsa;
III – se a vítima está em serviço de transpor-
IV – mediante concurso de duas ou mais te de valores e o agente conhece tal circuns-
pessoas. tância.
§ 5º A pena é de reclusão de três a oito IV – se a subtração for de veículo automotor
anos, se a subtração for de veículo automo- que venha a ser transportado para outro Es-
tor que venha a ser transportado para outro tado ou para o exterior;
Estado ou para o exterior.
V – se o agente mantém a vítima em seu po-
Furto de coisa comum
der, restringindo sua liberdade.
Art. 156. Subtrair o condômino, co-herdeiro ou
§ 3º Se da violência resulta lesão corporal
sócio, para si ou para outrem, a quem legitima-
grave, a pena é de reclusão, de sete a quin-
mente a detém, a coisa comum:

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ze anos, além da multa; se resulta morte, a § 3º Se resulta a morte:
reclusão é de vinte a trinta anos, sem preju-
ízo da multa. Pena – reclusão, de vinte e quatro a trinta
anos.
Extorsão
§ 4º Se o crime é cometido em concurso, o
Art. 158. Constranger alguém, mediante violên- concorrente que o denunciar à autoridade,
cia ou grave ameaça, e com o intuito de obter facilitando a libertação do seqüestrado, terá
para si ou para outrem indevida vantagem eco- sua pena reduzida de um a dois terços.
nômica, a fazer, tolerar que se faça ou deixar de
fazer alguma coisa: Extorsão indireta

Pena – reclusão, de quatro a dez anos, e Art. 160. Exigir ou receber, como garantia de
multa. dívida, abusando da situação de alguém, docu-
mento que pode dar causa a procedimento cri-
§ 1º Se o crime é cometido por duas ou mais minal contra a vítima ou contra terceiro:
pessoas, ou com emprego de arma, aumen-
ta-se a pena de um terço até metade. Pena – reclusão, de um a três anos, e multa.

§ 2º Aplica-se à extorsão praticada median-


te violência o disposto no § 3º do artigo an-
terior. CAPÍTULO III
§ 3º Se o crime é cometido mediante a res-
DA USURPAÇÃO
trição da liberdade da vítima, e essa condi- Alteração de limites
ção é necessária para a obtenção da vanta-
gem econômica, a pena é de reclusão, de 6 Art. 161. Suprimir ou deslocar tapume, marco,
(seis) a 12 (doze) anos, além da multa; se ou qualquer outro sinal indicativo de linha divi-
resulta lesão corporal grave ou morte, apli- sória, para apropriar-se, no todo ou em parte,
cam-se as penas previstas no art. 159, §§ 2º de coisa imóvel alheia:
e 3º, respectivamente.
Pena – detenção, de um a seis meses, e
Extorsão mediante seqüestro multa.

Art. 159. Seqüestrar pessoa com o fim de ob- § 1º Na mesma pena incorre quem:
ter, para si ou para outrem, qualquer vantagem,
Usurpação de águas
como condição ou preço do resgate:
I – desvia ou represa, em proveito próprio
Pena – reclusão, de oito a quinze anos..
ou de outrem, águas alheias;
§ 1º Se o seqüestro dura mais de 24 (vinte
Esbulho possessório
e quatro) horas, se o seqüestrado é menor
de 18 (dezoito) ou maior de 60 (sessenta) II – invade, com violência a pessoa ou gra-
anos, ou se o crime é cometido por bando ve ameaça, ou mediante concurso de mais
ou quadrilha. de duas pessoas, terreno ou edifício alheio,
para o fim de esbulho possessório.
Pena – reclusão, de doze a vinte anos.
§ 2º Se o agente usa de violência, incorre
§ 2º Se do fato resulta lesão corporal de na-
também na pena a esta cominada.
tureza grave:
§ 3º Se a propriedade é particular, e não há
Pena – reclusão, de dezesseis a vinte e qua-
emprego de violência, somente se procede
tro anos.
mediante queixa.

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Supressão ou alteração de marca em animais Dano em coisa de valor artístico,


arqueológico ou histórico
Art. 162. Suprimir ou alterar, indevidamente,
em gado ou rebanho alheio, marca ou sinal indi- Art. 165. Destruir, inutilizar ou deteriorar coisa
cativo de propriedade: tombada pela autoridade competente em virtu-
de de valor artístico, arqueológico ou histórico:
Pena – detenção, de seis meses a três anos,
e multa. Pena – detenção, de seis meses a dois anos,
e multa.
Alteração de local especialmente protegido
CAPÍTULO IV
DO DANO Art. 166. Alterar, sem licença da autoridade
competente, o aspecto de local especialmente
Dano protegido por lei:
Art. 163. Destruir, inutilizar ou deteriorar coisa Pena – detenção, de um mês a um ano, ou
alheia: multa.
Pena – detenção, de um a seis meses, ou Ação penal
multa.
Art. 167. Nos casos do art. 163, do inciso IV do
Dano qualificado seu parágrafo e do art. 164, somente se procede
mediante queixa.
Parágrafo único. Se o crime é cometido:
I – com violência à pessoa ou grave ameaça;
II – com emprego de substância inflamável CAPÍTULO V
ou explosiva, se o fato não constitui crime DA APROPRIAÇÃO INDÉBITA
mais grave
Apropriação indébita
III – contra o patrimônio da União, Estado,
Município, empresa concessionária de ser- Art. 168. Apropriar-se de coisa alheia móvel, de
viços públicos ou sociedade de economia que tem a posse ou a detenção:
mista;
Pena – reclusão, de um a quatro anos, e
IV – por motivo egoístico ou com prejuízo multa.
considerável para a vítima:
Aumento de pena
Pena – detenção, de seis meses a três anos,
e multa, além da pena correspondente à § 1º A pena é aumentada de um terço,
violência. quando o agente recebeu a coisa:

Introdução ou abandono de animais em I – em depósito necessário;


propriedade alheia II – na qualidade de tutor, curador, síndico,
Art. 164. Introduzir ou deixar animais em pro- liquidatário, inventariante, testamenteiro
priedade alheia, sem consentimento de quem ou depositário judicial;
de direito, desde que o fato resulte prejuízo: III – em razão de ofício, emprego ou profis-
Pena – detenção, de quinze dias a seis me- são.
ses, ou multa.

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Apropriação indébita previdenciária Apropriação de coisa havida por erro, caso
fortuito ou força da natureza
Art. 168-A. Deixar de repassar à previdência so-
cial as contribuições recolhidas dos contribuin- Art. 169. Apropriar-se alguém de coisa alheia
tes, no prazo e forma legal ou convencional: vinda ao seu poder por erro, caso fortuito ou
força da natureza:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos,
e multa. Pena – detenção, de um mês a um ano, ou
multa.
§ 1º Nas mesmas penas incorre quem dei-
xar de: Parágrafo único. Na mesma pena incorre:
I – recolher, no prazo legal, contribuição ou Apropriação de tesouro
outra importância destinada à previdência
social que tenha sido descontada de paga- I – quem acha tesouro em prédio alheio e
mento efetuado a segurados, a terceiros ou se apropria, no todo ou em parte, da quota
arrecadada do público; a que tem direito o proprietário do prédio;

II – recolher contribuições devidas à previ- Apropriação de coisa achada


dência social que tenham integrado despe- II – quem acha coisa alheia perdida e dela se
sas contábeis ou custos relativos à venda de apropria, total ou parcialmente, deixando
produtos ou à prestação de serviços; de restituí-la ao dono ou legítimo possuidor
III – pagar benefício devido a segurado, ou de entregá-la à autoridade competente,
quando as respectivas cotas ou valores já dentro no prazo de quinze dias.
tiverem sido reembolsados à empresa pela Art. 170. Nos crimes previstos neste Capítulo,
previdência social. aplica-se o disposto no art. 155, § 2º.
§ 2º É extinta a punibilidade se o agente, es-
pontaneamente, declara, confessa e efetua
o pagamento das contribuições, importân-
CAPÍTULO VI
cias ou valores e presta as informações de-
vidas à previdência social, na forma definida DO ESTELIONATO
em lei ou regulamento, antes do início da E OUTRAS FRAUDES
ação fiscal.
Estelionato
§ 3º É facultado ao juiz deixar de aplicar a
pena ou aplicar somente a de multa se o Art. 171. Obter, para si ou para outrem, van-
agente for primário e de bons anteceden- tagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo ou
tes, desde que: mantendo alguém em erro, mediante artifício,
ardil, ou qualquer outro meio fraudulento:
I – tenha promovido, após o início da ação
fiscal e antes de oferecida a denúncia, o pa- Pena – reclusão, de um a cinco anos, e mul-
gamento da contribuição social previdenci- ta, de quinhentos mil réis a dez contos de
ária, inclusive acessórios; ou réis.

II – o valor das contribuições devidas, inclu- § 1º Se o criminoso é primário, e é de pe-


sive acessórios, seja igual ou inferior àquele queno valor o prejuízo, o juiz pode aplicar a
estabelecido pela previdência social, admi- pena conforme o disposto no art. 155, § 2º.
nistrativamente, como sendo o mínimo para § 2º Nas mesmas penas incorre quem:
o ajuizamento de suas execuções fiscais.

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Disposição de coisa alheia como própria Estelionato contra idoso


I – vende, permuta, dá em pagamento, em § 4º Aplica-se a pena em dobro se o crime
locação ou em garantia coisa alheia como for cometido contra idoso.
própria;
Duplicata simulada
Alienação ou oneração fraudulenta de
coisa própria Art. 172. Emitir fatura, duplicata ou nota de
venda que não corresponda à mercadoria ven-
II – vende, permuta, dá em pagamento ou dida, em quantidade ou qualidade, ou ao servi-
em garantia coisa própria inalienável, gra- ço prestado.
vada de ônus ou litigiosa, ou imóvel que
prometeu vender a terceiro, mediante pa- Pena – detenção, de 2 (dois) a 4 (quatro)
gamento em prestações, silenciando sobre anos, e multa.
qualquer dessas circunstâncias; Parágrafo único. Nas mesmas penas incor-
Defraudação de penhor rerá aquêle que falsificar ou adulterar a es-
crituração do Livro de Registro de Duplica-
III – defrauda, mediante alienação não con- tas.
sentida pelo credor ou por outro modo, a
garantia pignoratícia, quando tem a posse Abuso de incapazes
do objeto empenhado; Art. 173. Abusar, em proveito próprio ou alheio,
Fraude na entrega de coisa de necessidade, paixão ou inexperiência de me-
nor, ou da alienação ou debilidade mental de
IV – defrauda substância, qualidade ou outrem, induzindo qualquer deles à prática de
quantidade de coisa que deve entregar a al- ato suscetível de produzir efeito jurídico, em
guém; prejuízo próprio ou de terceiro:
Fraude para recebimento de indenização Pena – reclusão, de dois a seis anos, e multa.
ou valor de seguro
Induzimento à especulação
V – destrói, total ou parcialmente, ou oculta
coisa própria, ou lesa o próprio corpo ou a Art. 174. Abusar, em proveito próprio ou alheio,
saúde, ou agrava as conseqüências da lesão da inexperiência ou da simplicidade ou inferio-
ou doença, com o intuito de haver indeniza- ridade mental de outrem, induzindo-o à prática
ção ou valor de seguro; de jogo ou aposta, ou à especulação com títulos
ou mercadorias, sabendo ou devendo saber que
Fraude no pagamento por meio de cheque a operação é ruinosa:
VI – emite cheque, sem suficiente provisão Pena – reclusão, de um a três anos, e multa.
de fundos em poder do sacado, ou lhe frus-
tra o pagamento. Fraude no comércio

§ 3º A pena aumenta-se de um terço, se o Art. 175. Enganar, no exercício de atividade co-


crime é cometido em detrimento de enti- mercial, o adquirente ou consumidor:
dade de direito público ou de instituto de I – vendendo, como verdadeira ou perfeita,
economia popular, assistência social ou be- mercadoria falsificada ou deteriorada;
neficência.
II – entregando uma mercadoria por outra:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos,
ou multa.

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§ 1º Alterar em obra que lhe é encomenda- III – o diretor ou o gerente que toma em-
da a qualidade ou o peso de metal ou subs- préstimo à sociedade ou usa, em proveito
tituir, no mesmo caso, pedra verdadeira por próprio ou de terceiro, dos bens ou haveres
falsa ou por outra de menor valor; vender sociais, sem prévia autorização da assem-
pedra falsa por verdadeira; vender, como bléia geral;
precioso, metal de ou outra qualidade:
IV – o diretor ou o gerente que compra ou
Pena – reclusão, de um a cinco anos, e multa. vende, por conta da sociedade, ações por
ela emitidas, salvo quando a lei o permite;
§ 2º É aplicável o disposto no art. 155, § 2º.
V – o diretor ou o gerente que, como garan-
Outras fraudes tia de crédito social, aceita em penhor ou
Art. 176. Tomar refeição em restaurante, alojar- em caução ações da própria sociedade;
-se em hotel ou utilizar-se de meio de transpor- VI – o diretor ou o gerente que, na falta de
te sem dispor de recursos para efetuar o paga- balanço, em desacordo com este, ou me-
mento: diante balanço falso, distribui lucros ou divi-
Pena – detenção, de quinze dias a dois me- dendos fictícios;
ses, ou multa. VII – o diretor, o gerente ou o fiscal que, por
Parágrafo único. Somente se procede me- interposta pessoa, ou conluiado com acio-
diante representação, e o juiz pode, con- nista, consegue a aprovação de conta ou
forme as circunstâncias, deixar de aplicar a parecer;
pena. VIII – o liquidante, nos casos dos ns. I, II, III,
Fraudes e abusos na fundação ou IV, V e VII;
administração de sociedade por ações IX – o representante da sociedade anônima
Art. 177. Promover a fundação de sociedade estrangeira, autorizada a funcionar no País,
por ações, fazendo, em prospecto ou em comu- que pratica os atos mencionados nos ns. I e
nicação ao público ou à assembléia, afirmação II, ou dá falsa informação ao Governo.
falsa sobre a constituição da sociedade, ou ocul- § 2º Incorre na pena de detenção, de seis
tando fraudulentamente fato a ela relativo: meses a dois anos, e multa, o acionista que,
Pena – reclusão, de um a quatro anos, e a fim de obter vantagem para si ou para ou-
multa, se o fato não constitui crime contra a trem, negocia o voto nas deliberações de
economia popular. assembléia geral.

§ 1º Incorrem na mesma pena, se o fato não Emissão irregular de conhecimento de


constitui crime contra a economia popular: depósito ou "warrant"

I – o diretor, o gerente ou o fiscal de socie- Art. 178. Emitir conhecimento de depósito ou


dade por ações, que, em prospecto, rela- warrant, em desacordo com disposição legal:
tório, parecer, balanço ou comunicação ao Pena – reclusão, de um a quatro anos, e
público ou à assembléia, faz afirmação falsa multa.
sobre as condições econômicas da socieda-
de, ou oculta fraudulentamente, no todo ou Fraude à execução
em parte, fato a elas relativo;
Art. 179. Fraudar execução, alienando, desvian-
II – o diretor, o gerente ou o fiscal que pro- do, destruindo ou danificando bens, ou simu-
move, por qualquer artifício, falsa cotação lando dívidas:
das ações ou de outros títulos da sociedade;

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Pena – detenção, de seis meses a dois anos, § 5º Na hipótese do § 3º, se o criminoso é


ou multa. primário, pode o juiz, tendo em conside-
ração as circunstâncias, deixar de aplicar a
Parágrafo único. Somente se procede me- pena. Na receptação dolosa aplica-se o dis-
diante queixa. posto no § 2º do art. 155.
§ 6º Tratando-se de bens e instalações do
patrimônio da União, Estado, Município,
CAPÍTULO VII empresa concessionária de serviços pú-
DA RECEPTAÇÃO blicos ou sociedade de economia mista, a
pena prevista no caput deste artigo aplica-
Receptação -se em dobro.
Art. 180. Adquirir, receber, transportar, conduzir
ou ocultar, em proveito próprio ou alheio, coisa
que sabe ser produto de crime, ou influir para CAPÍTULO VIII
que terceiro, de boa-fé, a adquira, receba ou
oculte: DISPOSIÇÕES GERAIS
Pena – reclusão, de um a quatro anos, e Art. 181. É isento de pena quem comete qual-
multa. quer dos crimes previstos neste título, em pre-
juízo:
Receptação qualificada
I – do cônjuge, na constância da sociedade
§ 1º Adquirir, receber, transportar, conduzir, conjugal;
ocultar, ter em depósito, desmontar, mon-
tar, remontar, vender, expor à venda, ou de II – de ascendente ou descendente, seja o
qualquer forma utilizar, em proveito próprio parentesco legítimo ou ilegítimo, seja civil
ou alheio, no exercício de atividade comer- ou natural.
cial ou industrial, coisa que deve saber ser Art. 182. Somente se procede mediante repre-
produto de crime: sentação, se o crime previsto neste título é co-
Pena – reclusão, de três a oito anos, e mul- metido em prejuízo:
ta. I – do cônjuge desquitado ou judicialmente
§ 2º Equipara-se à atividade comercial, para separado;
efeito do parágrafo anterior, qualquer for- II – de irmão, legítimo ou ilegítimo;
ma de comércio irregular ou clandestino,
inclusive o exercício em residência. III – de tio ou sobrinho, com quem o agente
coabita.
§ 3º Adquirir ou receber coisa que, por sua
natureza ou pela desproporção entre o va- Art. 183. Não se aplica o disposto nos dois arti-
lor e o preço, ou pela condição de quem a gos anteriores:
oferece, deve presumir-se obtida por meio
criminoso: I – se o crime é de roubo ou de extorsão, ou,
em geral, quando haja emprego de grave
Pena – detenção, de um mês a um ano, ou ameaça ou violência à pessoa;
multa, ou ambas as penas.
II – ao estranho que participa do crime.
§ 4º A receptação é punível, ainda que des-
conhecido ou isento de pena o autor do cri- III – se o crime é praticado contra pessoa
me de que proveio a coisa. com idade igual ou superior a 60 (sessenta)
anos.

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TÍTULO VI prevalecendo-se o agente da sua condição de
superior hierárquico ou ascendência inerentes
Dos Crimes Contra ao exercício de emprego, cargo ou função."
a Dignidade Sexual Pena – detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos.
Parágrafo único. (VETADO) (Incluído pela
Lei nº 10.224, de 15 de 2001)
CAPÍTULO I § 2º A pena é aumentada em até um terço
DOS CRIMES CONTRA se a vítima é menor de 18 (dezoito) anos.
A LIBERDADE SEXUAL
Estupro CAPÍTULO II
Art. 213. Constranger alguém, mediante violên- DOS CRIMES SEXUAIS
cia ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou CONTRA VULNERÁVEL
a praticar ou permitir que com ele se pratique
outro ato libidinoso: Sedução

Pena – reclusão, de 6 (seis) a 10 (dez) anos. Art. 217. (Revogado pela Lei nº 11.106, de 2005)

§ 1º Se da conduta resulta lesão corporal de Estupro de vulnerável


natureza grave ou se a vítima é menor de 18 Art. 217-A. Ter conjunção carnal ou praticar ou-
(dezoito) ou maior de 14 (catorze) anos: tro ato libidinoso com menor de 14 (catorze)
Pena – reclusão, de 8 (oito) a 12 (doze) anos:
anos. Pena – reclusão, de 8 (oito) a 15 (quinze)
§ 2º Se da conduta resulta morte: anos.

Pena – reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta) § 1º Incorre na mesma pena quem pratica


anos as ações descritas no caput com alguém
que, por enfermidade ou deficiência men-
Art. 214. (Revogado pela Lei nº 12.015, de 2009) tal, não tem o necessário discernimento
Violação sexual mediante fraude para a prática do ato, ou que, por qualquer
outra causa, não pode oferecer resistência.
Art. 215. Ter conjunção carnal ou praticar outro
ato libidinoso com alguém, mediante fraude ou § 2º (VETADO)
outro meio que impeça ou dificulte a livre mani- § 3º Se da conduta resulta lesão corporal de
festação de vontade da vítima: natureza grave:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos. Pena – reclusão, de 10 (dez) a 20 (vinte)
Parágrafo único. Se o crime é cometido com anos.
o fim de obter vantagem econômica, aplica- § 4º Se da conduta resulta morte:
-se também multa.
Pena – reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta)
Art. 216. anos.
Assédio sexual Corrupção de menores
Art. 216-A. Constranger alguém com o intuito Art. 218. Induzir alguém menor de 14 (catorze)
de obter vantagem ou favorecimento sexual, anos a satisfazer a lascívia de outrem:

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Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos. CAPÍTULO III


Parágrafo único. (VETADO). DO RAPTO
Satisfação de lascívia mediante presença Rapto violento ou mediante fraude
de criança ou adolescente
Art. 219. (Revogado pela Lei nº 11.106, de 2005)
Art. 218-A. Praticar, na presença de alguém me-
Rapto consensual
nor de 14 (catorze) anos, ou induzi-lo a presen-
ciar, conjunção carnal ou outro ato libidinoso, a Art. 220. (Revogado pela Lei nº 11.106, de 2005)
fim de satisfazer lascívia própria ou de outrem:
Diminuição de pena
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro)
anos.” Art. 221. (Revogado pela Lei nº 11.106, de 2005)

Favorecimento da prostituição ou de outra Concurso de rapto e outro crime


forma de exploração sexual de criança ou Art. 222. (Revogado pela Lei nº 11.106, de 2005)
adolescente ou de vulnerável.
Art. 218-B. Submeter, induzir ou atrair à prosti-
tuição ou outra forma de exploração sexual al-
guém menor de 18 (dezoito) anos ou que, por CAPÍTULO IV
enfermidade ou deficiência mental, não tem o DISPOSIÇÕES GERAIS
necessário discernimento para a prática do ato,
facilitá-la, impedir ou dificultar que a abandone: Art. 223. (Revogado pela Lei nº 12.015, de 2009)

Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 10 (dez) Art. 224. (Revogado pela Lei nº 12.015, de 2009)
anos. Ação penal
§ 1º Se o crime é praticado com o fim de ob- Art. 225. Nos crimes definidos nos Capítulos I e
ter vantagem econômica, aplica-se também II deste Título, procede-se mediante ação penal
multa. pública condicionada à representação.
§ 2º Incorre nas mesmas penas: Parágrafo único. Procede-se, entretanto,
I – quem pratica conjunção carnal ou outro mediante ação penal pública incondiciona-
ato libidinoso com alguém menor de 18 (de- da se a vítima é menor de 18 (dezoito) anos
zoito) e maior de 14 (catorze) anos na situa- ou pessoa vulnerável.
ção descrita no caput deste artigo; Aumento de pena
II – o proprietário, o gerente ou o responsá- Art. 226. A pena é aumentada:
vel pelo local em que se verifiquem as práti-
cas referidas no caput deste artigo. I – de quarta parte, se o crime é cometido
com o concurso de 2 (duas) ou mais pesso-
§ 3º Na hipótese do inciso II do § 2º, consti- as;
tui efeito obrigatório da condenação a cas-
sação da licença de localização e de funcio- II – de metade, se o agente é ascendente,
namento do estabelecimento. padrasto ou madrasta, tio, irmão, cônjuge,
companheiro, tutor, curador, preceptor ou
empregador da vítima ou por qualquer ou-
tro título tem autoridade sobre ela;
III – (Revogado pela Lei nº 11.106, de 2005)

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CAPÍTULO V Pena – reclusão, de quatro a dez anos, além
DO LENOCÍNIO E DO da pena correspondente à violência.
TRÁFICODE PESSOA PARA FIM § 3º Se o crime é cometido com o fim de lu-
DE PROSTITUIÇÃO OU OUTRA cro, aplica-se também multa.
FORMA DE EXPLORAÇÃO SEXUAL Casa de prostituição
Mediação para servir a lascívia de outrem Art. 229. Manter, por conta própria ou de ter-
ceiro, estabelecimento em que ocorra explora-
Art. 227. Induzir alguém a satisfazer a lascívia ção sexual, haja, ou não, intuito de lucro ou me-
de outrem: diação direta do proprietário ou gerente:
Pena – reclusão, de um a três anos. Pena – reclusão, de dois a cinco anos, e
§ 1º Se a vítima é maior de 14 (catorze) e multa.
menor de 18 (dezoito) anos, ou se o agente Rufianismo
é seu ascendente, descendente, cônjuge ou
companheiro, irmão, tutor ou curador ou Art. 230. Tirar proveito da prostituição alheia,
pessoa a quem esteja confiada para fins de participando diretamente de seus lucros ou
educação, de tratamento ou de guarda: (Re- fazendo-se sustentar, no todo ou em parte, por
dação dada pela Lei nº 11.106, de 2005) quem a exerça:
Pena – reclusão, de dois a cinco anos. Pena – reclusão, de um a quatro anos, e
multa.
§ 2º Se o crime é cometido com emprego de
violência, grave ameaça ou fraude: § 1º Se a vítima é menor de 18 (dezoito) e
maior de 14 (catorze) anos ou se o crime
Pena – reclusão, de dois a oito anos, além é cometido por ascendente, padrasto, ma-
da pena correspondente à violência. drasta, irmão, enteado, cônjuge, compa-
§ 3º Se o crime é cometido com o fim de lu- nheiro, tutor ou curador, preceptor ou em-
cro, aplica-se também multa. pregador da vítima, ou por quem assumiu,
por lei ou outra forma, obrigação de cuida-
Favorecimento da prostituição ou outra do, proteção ou vigilância:
forma de exploração sexual
Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos,
Art. 228. Induzir ou atrair alguém à prostituição e multa.
ou outra forma de exploração sexual, facilitá-la,
impedir ou dificultar que alguém a abandone: § 2º Se o crime é cometido mediante vio-
lência, grave ameaça, fraude ou outro meio
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, que impeça ou dificulte a livre manifestação
e multa. da vontade da vítima:
§ 1º Se o agente é ascendente, padrasto, Pena – reclusão, de 2 (dois) a 8 (oito) anos,
madrasta, irmão, enteado, cônjuge, compa- sem prejuízo da pena correspondente à vio-
nheiro, tutor ou curador, preceptor ou em- lência.
pregador da vítima, ou se assumiu, por lei
ou outra forma, obrigação de cuidado, pro- Tráfico internacional de pessoa para fim de
teção ou vigilância: exploração sexual

Pena – reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos. Art. 231. Promover ou facilitar a entrada, no
território nacional, de alguém que nele venha a
§ 2º Se o crime, é cometido com emprego exercer a prostituição ou outra forma de explo-
de violência, grave ameaça ou fraude:

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ração sexual, ou a saída de alguém que vá exer- III – se o agente é ascendente, padrasto, ma-
cê-la no estrangeiro. drasta, irmão, enteado, cônjuge, companheiro,
Pena – reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos. tutor ou curador, preceptor ou empregador da
vítima, ou se assumiu, por lei ou outra forma,
§ 1º Incorre na mesma pena aquele que obrigação de cuidado, proteção ou vigilância;
agenciar, aliciar ou comprar a pessoa tra- ou
ficada, assim como, tendo conhecimento
dessa condição, transportá-la, transferi-la IV – há emprego de violência, grave ameaça
ou alojá-la. ou fraude.
§ 2º A pena é aumentada da metade se: § 3º Se o crime é cometido com o fim de ob-
I – a vítima é menor de 18 (dezoito) anos; ter vantagem econômica, aplica-se também
multa.
II – a vítima, por enfermidade ou deficiência
mental, não tem o necessário discernimen- Art. 232. (Revogado pela Lei nº 12.015, de 2009)
to para a prática do ato;
III – se o agente é ascendente, padrasto,
madrasta, irmão, enteado, cônjuge, compa- CAPÍTULO VI
nheiro, tutor ou curador, preceptor ou em-
pregador da vítima, ou se assumiu, por lei
DO ULTRAJE PÚBLICO AO PUDOR
ou outra forma, obrigação de cuidado, pro- Ato obsceno
teção ou vigilância; ou
Art. 233. Praticar ato obsceno em lugar público,
IV – há emprego de violência, grave ameaça
ou aberto ou exposto ao público:
ou fraude.
Pena – detenção, de três meses a um ano,
§ 3º Se o crime é cometido com o fim de ob-
ou multa.
ter vantagem econômica, aplica-se também
multa. Escrito ou objeto obsceno
Tráfico interno de pessoa para fim de ex- Art. 234. Fazer, importar, exportar, adquirir ou
ploração sexual ter sob sua guarda, para fim de comércio, de
distribuição ou de exposição pública, escrito,
Art. 231-A. Promover ou facilitar o deslocamen- desenho, pintura, estampa ou qualquer objeto
to de alguém dentro do território nacional para
obsceno:
o exercício da prostituição ou outra forma de
exploração sexual: Pena – detenção, de seis meses a dois anos,
ou multa.
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena
§ 1º Incorre na mesma pena aquele que quem:
agenciar, aliciar, vender ou comprar a pes-
soa traficada, assim como, tendo conheci- I – vende, distribui ou expõe à venda ou ao
mento dessa condição, transportá-la, trans- público qualquer dos objetos referidos nes-
feri-la ou alojá-la. te artigo;
§ 2º A pena é aumentada da metade se: II – realiza, em lugar público ou acessível
ao público, representação teatral, ou exi-
I – a vítima é menor de 18 (dezoito) anos; bição cinematográfica de caráter obsceno,
II – a vítima, por enfermidade ou deficiência ou qualquer outro espetáculo, que tenha o
mental, não tem o necessário discernimen- mesmo caráter;
to para a prática do ato;

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III – realiza, em lugar público ou acessível ao adquire, vende, troca, cede, empresta, guar-
público, ou pelo rádio, audição ou recitação da ou introduz na circulação moeda falsa.
de caráter obsceno.
§ 2º Quem, tendo recebido de boa-fé, como
verdadeira, moeda falsa ou alterada, a res-
titui à circulação, depois de conhecer a fal-
CAPÍTULO VII sidade, é punido com detenção, de seis me-
ses a dois anos, e multa.
DISPOSIÇÕES GERAIS
§ 3º É punido com reclusão, de três a quinze
Aumento de pena anos, e multa, o funcionário público ou dire-
Art. 234-A. Nos crimes previstos neste Título a tor, gerente, ou fiscal de banco de emissão
pena é aumentada: que fabrica, emite ou autoriza a fabricação
ou emissão:
I – (VETADO);
I – de moeda com título ou peso inferior ao
II – (VETADO); determinado em lei;
III – de metade, se do crime resultar gravi- II – de papel-moeda em quantidade supe-
dez; e rior à autorizada.
IV – de um sexto até a metade, se o agen- § 4º Nas mesmas penas incorre quem des-
te transmite à vitima doença sexualmente via e faz circular moeda, cuja circulação não
transmissível de que sabe ou deveria saber estava ainda autorizada.
ser portador.
Crimes assimilados ao de moeda falsa
Art. 234-B. Os processos em que se apuram cri-
mes definidos neste Título correrão em segredo Art. 290. Formar cédula, nota ou bilhete repre-
de justiça. sentativo de moeda com fragmentos de cédu-
las, notas ou bilhetes verdadeiros; suprimir, em
Art. 234-C. (VETADO). nota, cédula ou bilhete recolhidos, para o fim de
restituí-los à circulação, sinal indicativo de sua
inutilização; restituir à circulação cédula, nota
TÍTULO X ou bilhete em tais condições, ou já recolhidos
para o fim de inutilização:
Dos Crimes Contra a Fé Pública Pena – reclusão, de dois a oito anos, e multa.
Parágrafo único. O máximo da reclusão é
elevado a doze anos e multa, se o crime é
CAPÍTULO I cometido por funcionário que trabalha na
DA MOEDA FALSA repartição onde o dinheiro se achava reco-
lhido, ou nela tem fácil ingresso, em razão
Moeda Falsa do cargo.
Art. 289. Falsificar, fabricando-a ou alterando-a, Petrechos para falsificação de moeda
moeda metálica ou papel-moeda de curso legal
no país ou no estrangeiro: Art. 291. Fabricar, adquirir, fornecer, a título
oneroso ou gratuito, possuir ou guardar maqui-
Pena – reclusão, de três a doze anos, e multa. nismo, aparelho, instrumento ou qualquer ob-
jeto especialmente destinado à falsificação de
§ 1º Nas mesmas penas incorre quem, por
moeda:
conta própria ou alheia, importa ou exporta,

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Pena – reclusão, de dois a seis anos, e multa. Pena – reclusão, de dois a oito anos, e multa.
Emissão de título ao portador sem permis- § 1º Incorre na mesma pena quem:
são legal
I – usa, guarda, possui ou detém qualquer
Art. 292. Emitir, sem permissão legal, nota, bi- dos papéis falsificados a que se refere este
lhete, ficha, vale ou título que contenha pro- artigo;
messa de pagamento em dinheiro ao portador
ou a que falte indicação do nome da pessoa a II – importa, exporta, adquire, vende, troca,
quem deva ser pago: cede, empresta, guarda, fornece ou restitui
à circulação selo falsificado destinado a con-
Pena – detenção, de um a seis meses, ou trole tributário;
multa.
III – importa, exporta, adquire, vende, ex-
Parágrafo único. Quem recebe ou utiliza põe à venda, mantém em depósito, guarda,
como dinheiro qualquer dos documentos troca, cede, empresta, fornece, porta ou, de
referidos neste artigo incorre na pena de qualquer forma, utiliza em proveito próprio
detenção, de quinze dias a três meses, ou ou alheio, no exercício de atividade comer-
multa. cial ou industrial, produto ou mercadoria:
a) em que tenha sido aplicado selo que se
destine a controle tributário, falsificado;
CAPÍTULO II b) sem selo oficial, nos casos em que a legis-
DA FALSIDADE DE TÍTULOS lação tributária determina a obrigatorieda-
E OUTROS PAPÉIS PÚBLICOS de de sua aplicação.

Falsificação de papéis públicos § 2º Suprimir, em qualquer desses papéis,


quando legítimos, com o fim de torná-los
Art. 293. Falsificar, fabricando-os ou alterando-os: novamente utilizáveis, carimbo ou sinal in-
dicativo de sua inutilização:
I – selo destinado a controle tributário, pa-
pel selado ou qualquer papel de emissão le- Pena – reclusão, de um a quatro anos, e
gal destinado à arrecadação de tributo; multa.
II – papel de crédito público que não seja § 3º Incorre na mesma pena quem usa, de-
moeda de curso legal; pois de alterado, qualquer dos papéis a que
se refere o parágrafo anterior.
III – vale postal;
§ 4º Quem usa ou restitui à circulação, em-
IV – cautela de penhor, caderneta de depó-
bora recibo de boa-fé, qualquer dos papéis
sito de caixa econômica ou de outro estabe-
falsificados ou alterados, a que se referem
lecimento mantido por entidade de direito
este artigo e o seu § 2º, depois de conhe-
público;
cer a falsidade ou alteração, incorre na pena
V – talão, recibo, guia, alvará ou qualquer de detenção, de seis meses a dois anos, ou
outro documento relativo a arrecadação multa.
de rendas públicas ou a depósito ou caução
§ 5º Equipara-se a atividade comercial, para
por que o poder público seja responsável;
os fins do inciso III do § 1º, qualquer forma
VI – bilhete, passe ou conhecimento de de comércio irregular ou clandestino, inclu-
empresa de transporte administrada pela sive o exercido em vias, praças ou outros lo-
União, por Estado ou por Município: gradouros públicos e em residências.

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Petrechos de falsificação Falsificação de documento público
Art. 294 – Fabricar, adquirir, fornecer, pos- Art. 297. Falsificar, no todo ou em parte, docu-
suir ou guardar objeto especialmente desti- mento público, ou alterar documento público
nado à falsificação de qualquer dos papéis verdadeiro:
referidos no artigo anterior: Pena – reclusão, de dois a seis anos, e multa.
Pena – reclusão, de um a três anos, e multa. § 1º Se o agente é funcionário público, e
Art. 295 – Se o agente é funcionário públi- comete o crime prevalecendo-se do cargo,
co, e comete o crime prevalecendo-se do aumenta-se a pena de sexta parte.
cargo, aumenta-se a pena de sexta parte. § 2º Para os efeitos penais, equiparam-se a do-
cumento público o emanado de entidade pa-
raestatal, o título ao portador ou transmissível
por endosso, as ações de sociedade comercial,
CAPÍTULO III os livros mercantis e o testamento particular.
DA FALSIDADE DOCUMENTAL § 3º Nas mesmas penas incorre quem inse-
re ou faz inserir:
Falsificação do selo ou sinal público
I – na folha de pagamento ou em docu-
Art. 296. Falsificar, fabricando-os ou alte- mento de informações que seja destinado
rando-os: a fazer prova perante a previdência social,
I – selo público destinado a autenticar atos pessoa que não possua a qualidade de se-
oficiais da União, de Estado ou de Municí- gurado obrigatório;
pio; II – na Carteira de Trabalho e Previdência
Social do empregado ou em documento
II – selo ou sinal atribuído por lei a entidade
que deva produzir efeito perante a previ-
de direito público, ou a autoridade, ou sinal
dência social, declaração falsa ou diversa da
público de tabelião:
que deveria ter sido escrita;
Pena – reclusão, de dois a seis anos, e multa.
III – em documento contábil ou em qual-
§ 1º Incorre nas mesmas penas: quer outro documento relacionado com
as obrigações da empresa perante a previ-
I – quem faz uso do selo ou sinal falsificado; dência social, declaração falsa ou diversa da
II – quem utiliza indevidamente o selo ou que deveria ter constado.
sinal verdadeiro em prejuízo de outrem ou § 4º Nas mesmas penas incorre quem omi-
em proveito próprio ou alheio. te, nos documentos mencionados no § 3º,
III – quem altera, falsifica ou faz uso indevido nome do segurado e seus dados pessoais, a
de marcas, logotipos, siglas ou quaisquer ou- remuneração, a vigência do contrato de tra-
tros símbolos utilizados ou identificadores de balho ou de prestação de serviços.
órgãos ou entidades da Administração Pública. Falsificação de documento particular
§ 2º Se o agente é funcionário público, e Art. 298. Falsificar, no todo ou em parte, docu-
comete o crime prevalecendo-se do cargo, mento particular ou alterar documento particu-
aumenta-se a pena de sexta parte. lar verdadeiro:
Pena – reclusão, de um a cinco anos, e multa.

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Falsificação de cartão serviço de caráter público, ou qualquer ou-


tra vantagem:
Parágrafo único. Para fins do disposto no
caput, equipara-se a documento particular Pena – detenção, de três meses a dois anos.
o cartão de crédito ou débito.
§ 2º Se o crime é praticado com o fim de
Falsidade ideológica lucro, aplica-se, além da pena privativa de
liberdade, a de multa.
Art. 299. Omitir, em documento público ou par-
ticular, declaração que dele devia constar, ou Falsidade de atestado médico
nele inserir ou fazer inserir declaração falsa ou
diversa da que devia ser escrita, com o fim de Art. 302. Dar o médico, no exercício da sua pro-
prejudicar direito, criar obrigação ou alterar a fissão, atestado falso:
verdade sobre fato juridicamente relevante: Pena – detenção, de um mês a um ano.
Pena – reclusão, de um a cinco anos, e mul- Parágrafo único. Se o crime é cometido com
ta, se o documento é público, e reclusão de o fim de lucro, aplica-se também multa.
um a três anos, e multa, se o documento é
particular. Reprodução ou adulteração de selo ou
peça filatélica
Parágrafo único. Se o agente é funcionário
público, e comete o crime prevalecendo-se Art. 303. Reproduzir ou alterar selo ou peça fila-
do cargo, ou se a falsificação ou alteração é télica que tenha valor para coleção, salvo quan-
de assentamento de registro civil, aumenta- do a reprodução ou a alteração está visivelmen-
-se a pena de sexta parte. te anotada na face ou no verso do selo ou peça:

Falso reconhecimento de firma ou letra Pena – detenção, de um a três anos, e multa.

Art. 300. Reconhecer, como verdadeira, no Parágrafo único. Na mesma pena incorre
exercício de função pública, firma ou letra que quem, para fins de comércio, faz uso do selo
o não seja: ou peça filatélica.

Pena – reclusão, de um a cinco anos, e mul- Uso de documento falso


ta, se o documento é público; e de um a três Art. 304. Fazer uso de qualquer dos papéis fal-
anos, e multa, se o documento é particular. sificados ou alterados, a que se referem os arts.
Certidão ou atestado ideologicamente falso 297 a 302:

Art. 301. Atestar ou certificar falsamente, em Pena – a cominada à falsificação ou à alteração.


razão de função pública, fato ou circunstância Supressão de documento
que habilite alguém a obter cargo público, isen-
ção de ônus ou de serviço de caráter público, ou Art. 305. Destruir, suprimir ou ocultar, em be-
qualquer outra vantagem: nefício próprio ou de outrem, ou em prejuízo
alheio, documento público ou particular verda-
Pena – detenção, de dois meses a um ano. deiro, de que não podia dispor:
Falsidade material de atestado ou certidão Pena – reclusão, de dois a seis anos, e mul-
§ 1º Falsificar, no todo ou em parte, atesta- ta, se o documento é público, e reclusão, de
do ou certidão, ou alterar o teor de certidão um a cinco anos, e multa, se o documento é
ou de atestado verdadeiro, para prova de particular.
fato ou circunstância que habilite alguém a
obter cargo público, isenção de ônus ou de

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CAPÍTULO IV Pena – detenção, de um a três anos, e multa.
DE OUTRAS FALSIDADES Parágrafo único. Atribuir a estrangeiro falsa
qualidade para promover-lhe a entrada em
Falsificação do sinal empregado no território nacional:
contraste de metal precioso ou na
fiscalização alfandegária, ou para outros Pena – reclusão, de um a quatro anos, e
fins multa.
Art. 306. Falsificar, fabricando-o ou alterando-o, Art. 310. Prestar-se a figurar como proprietário
marca ou sinal empregado pelo poder público ou possuidor de ação, título ou valor perten-
no contraste de metal precioso ou na fiscaliza- cente a estrangeiro, nos casos em que a este é
ção alfandegária, ou usar marca ou sinal dessa vedada por lei a propriedade ou a posse de tais
natureza, falsificado por outrem: bens:
Pena – reclusão, de dois a seis anos, e multa. Pena – detenção, de seis meses a três anos,
e multa.
Parágrafo único. Se a marca ou sinal falsifi-
cado é o que usa a autoridade pública para Adulteração de sinal identificador de
o fim de fiscalização sanitária, ou para au- veículo automotor
tenticar ou encerrar determinados objetos,
ou comprovar o cumprimento de formalida- Art. 311. Adulterar ou remarcar número de
de legal: chassi ou qualquer sinal identificador de veículo
automotor, de seu componente ou equipamen-
Pena – reclusão ou detenção, de um a três to:
anos, e multa.
Pena – reclusão, de três a seis anos, e multa.
Falsa identidade
§ 1º Se o agente comete o crime no exer-
Art. 307. Atribuir-se ou atribuir a terceiro falsa cício da função pública ou em razão dela, a
identidade para obter vantagem, em proveito pena é aumentada de um terço.
próprio ou alheio, ou para causar dano a ou-
trem: § 2º Incorre nas mesmas penas o funcio-
nário público que contribui para o licencia-
Pena – detenção, de três meses a um ano, mento ou registro do veículo remarcado ou
ou multa, se o fato não constitui elemento adulterado, fornecendo indevidamente ma-
de crime mais grave. terial ou informação oficial.
Art. 308. Usar, como próprio, passaporte, título
de eleitor, caderneta de reservista ou qualquer
documento de identidade alheia ou ceder a ou- CAPÍTULO V
trem, para que dele se utilize, documento dessa
natureza, próprio ou de terceiro:
DAS FRAUDES EM CERTAMES DE
INTERESSE PÚBLICO
Pena – detenção, de quatro meses a dois
anos, e multa, se o fato não constitui ele- Fraudes em certames de interesse público
mento de crime mais grave.
Art. 311-A. Utilizar ou divulgar, indevidamente,
Fraude de lei sobre estrangeiro com o fim de beneficiar a si ou a outrem, ou de
comprometer a credibilidade do certame, con-
Art. 309. Usar o estrangeiro, para entrar ou per- teúdo sigiloso de:
manecer no território nacional, nome que não
é o seu: I – concurso público;

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II – avaliação ou exame públicos; corre para que seja subtraído, em proveito


próprio ou alheio, valendo-se de facilidade
III – processo seletivo para ingresso no ensi- que lhe proporciona a qualidade de funcio-
no superior; ou nário.
IV – exame ou processo seletivo previstos Peculato culposo
em lei:
§ 2º Se o funcionário concorre culposamen-
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) te para o crime de outrem:
anos, e multa.
Pena – detenção, de três meses a um ano.
§ 1º Nas mesmas penas incorre quem per-
mite ou facilita, por qualquer meio, o aces- § 3º No caso do parágrafo anterior, a repa-
so de pessoas não autorizadas às informa- ração do dano, se precede à sentença irre-
ções mencionadas no caput. corrível, extingue a punibilidade; se lhe é
posterior, reduz de metade a pena imposta.
§ 2º Se da ação ou omissão resulta dano à
administração pública: Peculato mediante erro de outrem
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, Art. 313. Apropriar-se de dinheiro ou qualquer
e multa. utilidade que, no exercício do cargo, recebeu
por erro de outrem:
§ 3º Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se
o fato é cometido por funcionário público. Pena – reclusão, de um a quatro anos, e
multa.
Inserção de dados falsos em sistema de in-
TÍTULO XI formações
DOS CRIMES CONTRA A Art. 313-A. Inserir ou facilitar, o funcionário au-
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA torizado, a inserção de dados falsos, alterar ou
excluir indevidamente dados corretos nos sis-
temas informatizados ou bancos de dados da
Administração Pública com o fim de obter van-
CAPÍTULO I tagem indevida para si ou para outrem ou para
causar dano:
DOS CRIMES PRATICADOS POR
FUNCIONÁRIO PÚBLICO CONTRA A Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze)
ADMINISTRAÇÃO EM GERAL anos, e multa.
Modificação ou alteração não autorizada
Peculato
de sistema de informações
Art. 312. Apropriar-se o funcionário público de
Art. 313-B. Modificar ou alterar, o funcionário,
dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel,
sistema de informações ou programa de infor-
público ou particular, de que tem a posse em ra-
mática sem autorização ou solicitação de autori-
zão do cargo, ou desviá-lo, em proveito próprio
dade competente:
ou alheio:
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 2
Pena – reclusão, de dois a doze anos, e multa.
(dois) anos, e multa.
§ 1º Aplica-se a mesma pena, se o funcio-
Parágrafo único. As penas são aumentadas
nário público, embora não tendo a posse do
de um terço até a metade se da modificação
dinheiro, valor ou bem, o subtrai, ou con-

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ou alteração resulta dano para a Adminis- dela, vantagem indevida, ou aceitar promessa
tração Pública ou para o administrado. de tal vantagem:
Extravio, sonegação ou inutilização de livro Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze)
ou documento anos, e multa.
Art. 314. Extraviar livro oficial ou qualquer do- § 1º A pena é aumentada de um terço, se,
cumento, de que tem a guarda em razão do em conseqüência da vantagem ou promes-
cargo; sonegá-lo ou inutilizá-lo, total ou parcial- sa, o funcionário retarda ou deixa de prati-
mente: car qualquer ato de ofício ou o pratica in-
fringindo dever funcional.
Pena – reclusão, de um a quatro anos, se o
fato não constitui crime mais grave. § 2º Se o funcionário pratica, deixa de prati-
car ou retarda ato de ofício, com infração de
Emprego irregular de verbas ou rendas dever funcional, cedendo a pedido ou influ-
públicas ência de outrem:
Art. 315. Dar às verbas ou rendas públicas apli- Pena – detenção, de três meses a um ano,
cação diversa da estabelecida em lei: ou multa.
Pena – detenção, de um a três meses, ou Facilitação de contrabando ou descaminho
multa.
Art. 318. Facilitar, com infração de dever fun-
Concussão cional, a prática de contrabando ou descaminho
Art. 316. Exigir, para si ou para outrem, direta (art. 334):
ou indiretamente, ainda que fora da função ou Pena – reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos,
antes de assumi-la, mas em razão dela, vanta- e multa.
gem indevida:
Prevaricação
Pena – reclusão, de dois a oito anos, e multa.
Art. 319. Retardar ou deixar de praticar, indevi-
Excesso de exação damente, ato de ofício, ou praticá-lo contra dis-
§ 1º Se o funcionário exige tributo ou con- posição expressa de lei, para satisfazer interesse
tribuição social que sabe ou deveria saber ou sentimento pessoal:
indevido, ou, quando devido, emprega na Pena – detenção, de três meses a um ano,
cobrança meio vexatório ou gravoso, que a e multa.
lei não autoriza:
Art. 319-A. Deixar o Diretor de Penitenciária
Pena – reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e/ou agente público, de cumprir seu dever de
e multa. vedar ao preso o acesso a aparelho telefônico,
§ 2º Se o funcionário desvia, em proveito de rádio ou similar, que permita a comunicação
próprio ou de outrem, o que recebeu inde- com outros presos ou com o ambiente externo:
vidamente para recolher aos cofres públicos: Pena – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano.
Pena – reclusão, de dois a doze anos, e multa. Condescendência criminosa
Corrupção passiva Art. 320. Deixar o funcionário, por indulgência,
Art. 317. Solicitar ou receber, para si ou para ou- de responsabilizar subordinado que cometeu
trem, direta ou indiretamente, ainda que fora infração no exercício do cargo ou, quando lhe
da função ou antes de assumi-la, mas em razão falte competência, não levar o fato ao conheci-
mento da autoridade competente:

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Pena – detenção, de quinze dias a um mês, Violação de sigilo funcional


ou multa.
Art. 325. Revelar fato de que tem ciência em ra-
Advocacia administrativa zão do cargo e que deva permanecer em segre-
do, ou facilitar-lhe a revelação:
Art. 321. Patrocinar, direta ou indiretamente, in-
teresse privado perante a administração públi- Pena – detenção, de seis meses a dois anos,
ca, valendo-se da qualidade de funcionário: ou multa, se o fato não constitui crime mais
grave.
Pena – detenção, de um a três meses, ou
multa. § 1º Nas mesmas penas deste artigo incorre
quem:
Parágrafo único. Se o interesse é ilegítimo:
I – permite ou facilita, mediante atribuição,
Pena. detenção, de três meses a um ano, fornecimento e empréstimo de senha ou
além da multa. qualquer outra forma, o acesso de pessoas
Violência arbitrária não autorizadas a sistemas de informações
ou banco de dados da Administração Públi-
Art. 322. Praticar violência, no exercício de fun- ca;
ção ou a pretexto de exercê-la:
II – se utiliza, indevidamente, do acesso res-
Pena – detenção, de seis meses a três anos, trito.
além da pena correspondente à violência.
§ 2º Se da ação ou omissão resulta dano à
Abandono de função Administração Pública ou a outrem:
Art. 323.- Abandonar cargo público, fora dos ca- Pena – reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos,
sos permitidos em lei: e multa.
Pena – detenção, de quinze dias a um mês, Violação do sigilo de proposta de
ou multa. concorrência
§ 1º Se do fato resulta prejuízo público: Art. 326. Devassar o sigilo de proposta de con-
Pena – detenção, de três meses a um ano, corrência pública, ou proporcionar a terceiro o
e multa. ensejo de devassá-lo:

§ 2º Se o fato ocorre em lugar compreendi- Pena – Detenção, de três meses a um ano,


do na faixa de fronteira: e multa.

Pena – detenção, de um a três anos, e multa. Funcionário público

Exercício funcional ilegalmente antecipado Art. 327. Considera-se funcionário público, para
ou prolongado os efeitos penais, quem, embora transitoria-
mente ou sem remuneração, exerce cargo, em-
Art. 324. Entrar no exercício de função pública prego ou função pública.
antes de satisfeitas as exigências legais, ou con-
tinuar a exercê-la, sem autorização, depois de § 1º Equipara-se a funcionário público
saber oficialmente que foi exonerado, removi- quem exerce cargo, emprego ou função em
do, substituído ou suspenso: entidade paraestatal, e quem trabalha para
empresa prestadora de serviço contratada
Pena – detenção, de quinze dias a um mês, ou conveniada para a execução de atividade
ou multa. típica da Administração Pública.

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§ 2º A pena será aumentada da terça parte Pena – detenção, de quinze dias a seis me-
quando os autores dos crimes previstos nes- ses, e multa.
te Capítulo forem ocupantes de cargos em
comissão ou de função de direção ou asses- Desacato
soramento de órgão da administração direta, Art. 331. Desacatar funcionário público no exer-
sociedade de economia mista, empresa pú- cício da função ou em razão dela:
blica ou fundação instituída pelo poder pú-
blico. (Incluído pela Lei nº 6.799, de 1980) Pena – detenção, de seis meses a dois anos,
ou multa.
Tráfico de Influência
CAPÍTULO II Art. 332. Solicitar, exigir, cobrar ou obter, para si
DOS CRIMES PRATICADOS ou para outrem, vantagem ou promessa de van-
POR PARTICULAR CONTRA A tagem, a pretexto de influir em ato praticado
por funcionário público no exercício da função:
ADMINISTRAÇÃO EM GERAL
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos,
Usurpação de função pública e multa.
Art. 328. Usurpar o exercício de função pública: Parágrafo único. A pena é aumentada da
Pena – detenção, de três meses a dois anos, metade, se o agente alega ou insinua que a
e multa. vantagem é também destinada ao funcioná-
rio.
Parágrafo único. Se do fato o agente aufere
vantagem: Corrupção ativa

Pena – reclusão, de dois a cinco anos, e Art. 333. Oferecer ou prometer vantagem inde-
multa. vida a funcionário público, para determiná-lo a
praticar, omitir ou retardar ato de ofício:
Resistência
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze)
Art. 329. Opor-se à execução de ato legal, me- anos, e multa.
diante violência ou ameaça a funcionário com-
petente para executá-lo ou a quem lhe esteja Parágrafo único. A pena é aumentada de
prestando auxílio: um terço, se, em razão da vantagem ou pro-
messa, o funcionário retarda ou omite ato
Pena – detenção, de dois meses a dois anos. de ofício, ou o pratica infringindo dever fun-
cional.
§ 1º Se o ato, em razão da resistência, não
se executa: Descaminho
Pena – reclusão, de um a três anos. Art. 334. Iludir, no todo ou em parte, o paga-
mento de direito ou imposto devido pela entra-
§ 2º As penas deste artigo são aplicáveis
da, pela saída ou pelo consumo de mercadoria
sem prejuízo das correspondentes à violên-
cia. Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro)
anos.
Desobediência
§ 1º Incorre na mesma pena quem:
Art. 330. Desobedecer a ordem legal de funcio-
nário público: I – pratica navegação de cabotagem, fora
dos casos permitidos em lei;

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II – pratica fato assimilado, em lei especial, proveito próprio ou alheio, no exercício de


a descaminho; atividade comercial ou industrial, mercado-
ria proibida pela lei brasileira;
III – vende, expõe à venda, mantém em
depósito ou, de qualquer forma, utiliza em V – adquire, recebe ou oculta, em proveito
proveito próprio ou alheio, no exercício de próprio ou alheio, no exercício de atividade
atividade comercial ou industrial, mercado- comercial ou industrial, mercadoria proibi-
ria de procedência estrangeira que introdu- da pela lei brasileira. § 2º Equipara-se às
ziu clandestinamente no País ou importou atividades comerciais, para os efeitos deste
fraudulentamente ou que sabe ser produto artigo, qualquer forma de comércio irregu-
de introdução clandestina no território na- lar ou clandestino de mercadorias estran-
cional ou de importação fraudulenta por geiras, inclusive o exercido em residências.
parte de outrem; (Incluído pela Lei nº 4.729, de 14.7.1965)
IV – adquire, recebe ou oculta, em proveito § 3º A pena aplica-se em dobro se o crime
próprio ou alheio, no exercício de atividade de contrabando é praticado em transporte
comercial ou industrial, mercadoria de pro- aéreo, marítimo ou fluvial.
cedência estrangeira, desacompanhada de
documentação legal ou acompanhada de Impedimento, perturbação ou fraude de
documentos que sabe serem falsos. concorrência

§ 2º Equipara-se às atividades comerciais, Art. 335. Impedir, perturbar ou fraudar concor-


para os efeitos deste artigo, qualquer for- rência pública ou venda em hasta pública, pro-
ma de comércio irregular ou clandestino de movida pela administração federal, estadual ou
mercadorias estrangeiras, inclusive o exerci- municipal, ou por entidade paraestatal; afastar
do em residências. ou procurar afastar concorrente ou licitante, por
meio de violência, grave ameaça, fraude ou ofe-
§ 3º A pena aplica-se em dobro se o crime recimento de vantagem:
de descaminho é praticado em transporte
aéreo, marítimo ou fluvial. Pena – detenção, de seis meses a dois anos,
ou multa, além da pena correspondente à
Contrabando violência.
Art. 334-A. Importar ou exportar mercadoria Parágrafo único. Incorre na mesma pena
proibida: quem se abstém de concorrer ou licitar, em
razão da vantagem oferecida.
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 ( cinco) anos.
Inutilização de edital ou de sinal
§ 1º Incorre na mesma pena quem:
Art. 336. Rasgar ou, de qualquer forma, inutili-
I – pratica fato assimilado, em lei especial, a zar ou conspurcar edital afixado por ordem de
contrabando; funcionário público; violar ou inutilizar selo ou
II – importa ou exporta clandestinamente sinal empregado, por determinação legal ou por
mercadoria que dependa de registro, análi- ordem de funcionário público, para identificar
se ou autorização de órgão público compe- ou cerrar qualquer objeto:
tente; Pena – detenção, de um mês a um ano, ou
III – reinsere no território nacional merca- multa.
doria brasileira destinada à exportação;
IV – vende, expõe à venda, mantém em
depósito ou, de qualquer forma, utiliza em

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Subtração ou inutilização de livro ou nistrativamente, como sendo o mínimo para
documento o ajuizamento de suas execuções fiscais.
Art. 337. Subtrair, ou inutilizar, total ou parcial- § 3º Se o empregador não é pessoa jurídica
mente, livro oficial, processo ou documento e sua folha de pagamento mensal não ul-
confiado à custódia de funcionário, em razão de trapassa R$ 1.510,00 (um mil, quinhentos e
ofício, ou de particular em serviço público: dez reais), o juiz poderá reduzir a pena de
um terço até a metade ou aplicar apenas a
Pena – reclusão, de dois a cinco anos, se o de multa.
fato não constitui crime mais grave.
§ 4º O valor a que se refere o parágrafo an-
Sonegação de contribuição previdenciária terior será reajustado nas mesmas datas e
Art. 337-A. Suprimir ou reduzir contribuição nos mesmos índices do reajuste dos benefí-
social previdenciária e qualquer acessório, me- cios da previdência social.
diante as seguintes condutas:
I – omitir de folha de pagamento da empre- CAPÍTULO II-A
sa ou de documento de informações previs-
to pela legislação previdenciária segurados DOS CRIMES PRATICADOS
empregado, empresário, trabalhador avulso POR PARTICULAR CONTRA A
ou trabalhador autônomo ou a este equipa- ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
rado que lhe prestem serviços; ESTRANGEIRA
II – deixar de lançar mensalmente nos títu-
los próprios da contabilidade da empresa as Corrupção ativa em transação comercial
quantias descontadas dos segurados ou as internacional
devidas pelo empregador ou pelo tomador Art. 337-B. Prometer, oferecer ou dar, direta ou
de serviços; indiretamente, vantagem indevida a funcionário
III – omitir, total ou parcialmente, receitas público estrangeiro, ou a terceira pessoa, para
ou lucros auferidos, remunerações pagas ou determiná-lo a praticar, omitir ou retardar ato
creditadas e demais fatos geradores de con- de ofício relacionado à transação comercial in-
tribuições sociais previdenciárias: ternacional:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, Pena – reclusão, de 1 (um) a 8 (oito) anos,
e multa. e multa.
§ 1º É extinta a punibilidade se o agente, es- Parágrafo único. A pena é aumentada de
pontaneamente, declara e confessa as con- 1/3 (um terço), se, em razão da vantagem
tribuições, importâncias ou valores e presta ou promessa, o funcionário público estran-
as informações devidas à previdência social, geiro retarda ou omite o ato de ofício, ou o
na forma definida em lei ou regulamento, pratica infringindo dever funcional.
antes do início da ação fiscal.
Tráfico de influência em transação
§ 2º É facultado ao juiz deixar de aplicar a
comercial internacional
pena ou aplicar somente a de multa se o
agente for primário e de bons anteceden- Art. 337-C. Solicitar, exigir, cobrar ou obter, para
tes, desde que: si ou para outrem, direta ou indiretamente, van-
I – (VETADO) tagem ou promessa de vantagem a pretexto de
influir em ato praticado por funcionário público
II – o valor das contribuições devidas, inclu- estrangeiro no exercício de suas funções, rela-
sive acessórios, seja igual ou inferior àquele cionado a transação comercial internacional:
estabelecido pela previdência social, admi-

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Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, § 1º A pena é aumentada de sexta parte,


e multa. se o agente se serve de anonimato ou de
nome suposto.
Parágrafo único. A pena é aumentada da
metade, se o agente alega ou insinua que a § 2º A pena é diminuída de metade, se a im-
vantagem é também destinada a funcioná- putação é de prática de contravenção.
rio estrangeiro.
Comunicação falsa de crime ou de
Funcionário público estrangeiro contravenção
Art. 337-D. Considera-se funcionário público Art. 340. Provocar a ação de autoridade, comu-
estrangeiro, para os efeitos penais, quem, ain- nicando-lhe a ocorrência de crime ou de contra-
da que transitoriamente ou sem remuneração, venção que sabe não se ter verificado:
exerce cargo, emprego ou função pública em
entidades estatais ou em representações diplo- Pena – detenção, de um a seis meses, ou
máticas de país estrangeiro. multa.

Parágrafo único. Equipara-se a funcionário Auto-acusação falsa


público estrangeiro quem exerce cargo, em- Art. 341. Acusar-se, perante a autoridade, de
prego ou função em empresas controladas, crime inexistente ou praticado por outrem:
diretamente ou indiretamente, pelo Poder
Público de país estrangeiro ou em organiza- Pena – detenção, de três meses a dois anos,
ções públicas internacionais. ou multa.
Falso testemunho ou falsa perícia
Art. 342. Fazer afirmação falsa, ou negar ou ca-
CAPÍTULO III lar a verdade como testemunha, perito, conta-
DOS CRIMES CONTRA A dor, tradutor ou intérprete em processo judicial,
ADMINISTRAÇÃO DA JUSTIÇA ou administrativo, inquérito policial, ou em juí-
zo arbitral:
Reingresso de estrangeiro expulso
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro)
Art. 338. Reingressar no território nacional o es- anos, e multa.
trangeiro que dele foi expulso:
§ 1º As penas aumentam-se de um sexto a
Pena – reclusão, de um a quatro anos, sem um terço, se o crime é praticado mediante
prejuízo de nova expulsão após o cumpri- suborno ou se cometido com o fim de obter
mento da pena. prova destinada a produzir efeito em pro-
cesso penal, ou em processo civil em que
Denunciação caluniosa for parte entidade da administração pública
Art. 339. Dar causa à instauração de investiga- direta ou indireta.
ção policial, de processo judicial, instauração de § 2º O fato deixa de ser punível se, antes da
investigação administrativa, inquérito civil ou sentença no processo em que ocorreu o ilíci-
ação de improbidade administrativa contra al- to, o agente se retrata ou declara a verdade.
guém, imputando-lhe crime de que o sabe ino-
cente: Art. 343. Dar, oferecer ou prometer dinheiro ou
qualquer outra vantagem a testemunha, perito,
Pena – reclusão, de dois a oito anos, e multa. contador, tradutor ou intérprete, para fazer afirma-
ção falsa, negar ou calar a verdade em depoimento,
perícia, cálculos, tradução ou interpretação:

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Pena – reclusão, de três a quatro anos, e Parágrafo único – Se a inovação se destina a
multa. produzir efeito em processo penal, ainda que
não iniciado, as penas aplicam-se em dobro.
Parágrafo único. As penas aumentam-se de
um sexto a um terço, se o crime é cometido Favorecimento pessoal
com o fim de obter prova destinada a pro-
duzir efeito em processo penal ou em pro- Art. 348. Auxiliar a subtrair-se à ação de autori-
cesso civil em que for parte entidade da ad- dade pública autor de crime a que é cominada
ministração pública direta ou indireta. pena de reclusão:

Coação no curso do processo Pena – detenção, de um a seis meses, e


multa.
Art. 344. Usar de violência ou grave ameaça,
com o fim de favorecer interesse próprio ou § 1º Se ao crime não é cominada pena de
alheio, contra autoridade, parte, ou qualquer reclusão:
outra pessoa que funciona ou é chamada a in- Pena – detenção, de quinze dias a três me-
tervir em processo judicial, policial ou adminis- ses, e multa.
trativo, ou em juízo arbitral:
§ 2º Se quem presta o auxílio é ascendente,
Pena – reclusão, de um a quatro anos, e descendente, cônjuge ou irmão do crimino-
multa, além da pena correspondente à vio- so, fica isento de pena.
lência.
Favorecimento real
Exercício arbitrário das próprias razões
Art. 349. Prestar a criminoso, fora dos ca-
Art. 345. Fazer justiça pelas próprias mãos, para sos de co-autoria ou de receptação, auxílio
satisfazer pretensão, embora legítima, salvo destinado a tornar seguro o proveito do cri-
quando a lei o permite: me:
Pena – detenção, de quinze dias a um mês, Pena – detenção, de um a seis meses, e
ou multa, além da pena correspondente à multa.
violência.
Art. 349-A. Ingressar, promover, intermediar,
Parágrafo único – Se não há emprego de auxiliar ou facilitar a entrada de aparelho tele-
violência, somente se procede mediante fônico de comunicação móvel, de rádio ou simi-
queixa. lar, sem autorização legal, em estabelecimento
prisional. (Incluído pela Lei nº 12.012, de 2009).
Art. 346. Tirar, suprimir, destruir ou danificar
coisa própria, que se acha em poder de terceiro Pena: detenção, de 3 (três) meses a 1 (um)
por determinação judicial ou convenção: ano.
Pena – detenção, de seis meses a dois anos, Exercício arbitrário ou abuso de poder
e multa.
Art. 350. Ordenar ou executar medida privativa
Fraude processual de liberdade individual, sem as formalidades le-
gais ou com abuso de poder:
Art. 347. Inovar artificiosamente, na pendência
de processo civil ou administrativo, o estado de Pena – detenção, de um mês a um ano.
lugar, de coisa ou de pessoa, com o fim de indu-
zir a erro o juiz ou o perito: Parágrafo único. Na mesma pena incorre o
funcionário que:
Pena – detenção, de três meses a dois anos,
e multa. I – ilegalmente recebe e recolhe alguém a
prisão, ou a estabelecimento destinado a

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execução de pena privativa de liberdade ou Arrebatamento de preso


de medida de segurança;
Art. 353. Arrebatar preso, a fim de maltratá-
II – prolonga a execução de pena ou de me- -lo, do poder de quem o tenha sob custódia ou
dida de segurança, deixando de expedir em guarda:
tempo oportuno ou de executar imediata-
mente a ordem de liberdade; Pena – reclusão, de um a quatro anos, além
da pena correspondente à violência.
III – submete pessoa que está sob sua guar-
da ou custódia a vexame ou a constrangi- Motim de presos
mento não autorizado em lei; Art. 354. Amotinarem-se presos, perturbando a
IV – efetua, com abuso de poder, qualquer ordem ou disciplina da prisão:
diligência. Pena – detenção, de seis meses a dois anos,
Fuga de pessoa presa ou submetida a além da pena correspondente à violência.
medida de segurança Patrocínio infiel
Art. 351. Promover ou facilitar a fuga de pessoa Art. 355. Trair, na qualidade de advogado ou
legalmente presa ou submetida a medida de se- procurador, o dever profissional, prejudicando
gurança detentiva: interesse, cujo patrocínio, em juízo, lhe é con-
Pena – detenção, de seis meses a dois anos. fiado:

§ 1º Se o crime é praticado a mão armada, Pena – detenção, de seis meses a três anos,
ou por mais de uma pessoa, ou mediante e multa.
arrombamento, a pena é de reclusão, de Patrocínio simultâneo ou tergiversação
dois a seis anos.
Parágrafo único. Incorre na pena deste ar-
§ 2º Se há emprego de violência contra pes- tigo o advogado ou procurador judicial que
soa, aplica-se também a pena correspon- defende na mesma causa, simultânea ou
dente à violência. sucessivamente, partes contrárias.
§ 3º A pena é de reclusão, de um a quatro Sonegação de papel ou objeto de valor
anos, se o crime é praticado por pessoa sob probatório
cuja custódia ou guarda está o preso ou o
internado. Art. 356. Inutilizar, total ou parcialmente, ou
deixar de restituir autos, documento ou objeto
§ 4º No caso de culpa do funcionário in- de valor probatório, que recebeu na qualidade
cumbido da custódia ou guarda, aplica-se a de advogado ou procurador:
pena de detenção, de três meses a um ano,
ou multa. Pena – detenção, de seis meses a três anos,
e multa.
Evasão mediante violência contra a pessoa
Exploração de prestígio
Art. 352. Evadir-se ou tentar evadir-se o preso
ou o indivíduo submetido a medida de seguran- Art. 357. Solicitar ou receber dinheiro ou qual-
ça detentiva, usando de violência contra a pes- quer outra utilidade, a pretexto de influir em
soa: juiz, jurado, órgão do Ministério Público, funcio-
nário de justiça, perito, tradutor, intérprete ou
Pena – detenção, de três meses a um ano, testemunha:
além da pena correspondente à violência.
Pena – reclusão, de um a cinco anos, e multa.

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Parágrafo único. As penas aumentam-se de Inscrição de despesas não empenhadas em
um terço, se o agente alega ou insinua que restos a pagar
o dinheiro ou utilidade também se destina a
qualquer das pessoas referidas neste artigo. Art. 359-B. Ordenar ou autorizar a inscrição em
restos a pagar, de despesa que não tenha sido
Violência ou fraude em arrematação previamente empenhada ou que exceda limite
judicial estabelecido em lei:
Art. 358. Impedir, perturbar ou fraudar arre- Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois)
matação judicial; afastar ou procurar afastar anos.
concorrente ou licitante, por meio de violência,
grave ameaça, fraude ou oferecimento de van- Assunção de obrigação no último ano do
tagem: mandato ou legislatura

Pena – detenção, de dois meses a um ano, Art. 359-C. Ordenar ou autorizar a assunção
ou multa, além da pena correspondente à de obrigação, nos dois últimos quadrimestres
violência. do último ano do mandato ou legislatura, cuja
despesa não possa ser paga no mesmo exercício
Desobediência a decisão judicial sobre financeiro ou, caso reste parcela a ser paga no
perda ou suspensão de direito exercício seguinte, que não tenha contrapartida
suficiente de disponibilidade de caixa:
Art. 359. Exercer função, atividade, direito, au-
toridade ou múnus, de que foi suspenso ou pri- Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro)
vado por decisão judicial: anos.
Pena – detenção, de três meses a dois anos, Ordenação de despesa não autorizada
ou multa.
Art. 359-D. Ordenar despesa não autorizada por
lei:
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro)
CAPÍTULO IV DOS anos.
CRIMES CONTRA
Prestação de garantia graciosa
AS FINANÇAS PÚBLICAS
Art. 359-E. Prestar garantia em operação de
Contratação de operação de crédito crédito sem que tenha sido constituída contra-
Art. 359-A. Ordenar, autorizar ou realizar opera- garantia em valor igual ou superior ao valor da
ção de crédito, interno ou externo, sem prévia garantia prestada, na forma da lei:
autorização legislativa: Pena – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um)
Pena – reclusão, de 1 (um) a 2 (dois) anos. ano.

Parágrafo único. Incide na mesma pena Não cancelamento de restos a pagar


quem ordena, autoriza ou realiza operação Art. 359-F. Deixar de ordenar, de autorizar ou
de crédito, interno ou externo: de promover o cancelamento do montante de
I – com inobservância de limite, condição restos a pagar inscrito em valor superior ao per-
ou montante estabelecido em lei ou em re- mitido em lei:
solução do Senado Federal; Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois)
II – quando o montante da dívida consoli- anos.
dada ultrapassa o limite máximo autorizado
por lei.

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Aumento de despesa total com pessoal no


último ano do mandato ou legislatura
Art. 359-G. Ordenar, autorizar ou executar ato
que acarrete aumento de despesa total com
pessoal, nos cento e oitenta dias anteriores ao
final do mandato ou da legislatura: )
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro)
anos.
Oferta pública ou colocação de títulos no
mercado
Art. 359-H. Ordenar, autorizar ou promover a
oferta pública ou a colocação no mercado fi-
nanceiro de títulos da dívida pública sem que
tenham sido criados por lei ou sem que estejam
registrados em sistema centralizado de liquida-
ção e de custódia:
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro)
anos.

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MATERIAL DE APOIO

1. DOS CRIMES CONTRA A PESSOA:

ART. 121 A 128, CP; crimes contra a vida.


ART. 121, CP: homicídio e espécies.
• par. 1º: homicídio privilegiado.
• par. 2º: homicídio qualificado (distinguir do art. 1º, par. 3º, lei 9455/97 que trata do crime
de tortura qualificada pela morte).
• par. 3º: homicídio culposo.
• par. 4º: causas de aumento de pena.
• par. 5: perdão judicial, art. 107, IX, CP.
• par. 6º: causa de aumento de pena.
• par. 7º: feminicídio.

ART. 122, CP:


• Observar a pena.
• Não cabe a forma tentada.
• Par. único: causa de aumento de pena.

ART. 123, CP:


• Crime próprio e não de mão própria.
• Admite concurso de pessoas com terceiros.

ART. 124, CP:


• Autoaborto.
• Crime de mão própria.
• Exceção à teoria monista da ação, art. 29, CP.

ART. 125, CP:


• Aborto sem o consentimento da gestante.

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ART. 126, CP:


• Aborto com o consentimento da gestante.
• Exceção à teoria monista da ação.
Art. 127, CP:

• Forma qualificada do crime de aborto.


• Crime preterdoloso.
ART. 128, CP:
• Causas de exclusão da ilicitude.

ART. 129, CP:


• Lembrar que o art. 129, par.3º, CP é um crime preterdoloso.
• Par. 4º: causa de diminuição de pena.
• Par. 6º: forma culposa ( ver art. 88, lei 9099/95).
• Par. 8º: perdão judicial, art. 107, IX, CP.
• Par.9º: forma qualificada da violência doméstica.

ART. 135, CP:


• crime omissivo puro.

ART. 137, CP:


• crime plurissubjetivo.

ART. 138, CP:

• Não se aplica se a imputação falsa for de contravenção penal.


• Par. 3º: exceção da verdade (exceptio veritatis).
• Dolo específico: animus caluniandi.

ART. 139, CP:


• Não importa se a imputação é verdadeira ou falsa.
• Par. Único: exceção da verdade (exceptio veritatis).
• Dolo específico: animus difamandi.

ART. 140, CP:


• Xingamentos, ofensas.

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• Par. 1º: perdão judicial, art. 107, IX, CP.
• Par. 2º: forma qualificada (injúria qualificada ou real).
• Par. 3: forma qualificada (injúria qualificada racial).

ART. 141, CP:


• Causas de aumento de pena.

ART. 142, CP:


• Causa de exclusão da ilicitude.

ART. 143, CP:


• Retratação e art. 107, VI, CP.

Art. 145, CP:


• Espécies de ação penal.
• Súmula 714, STF.

2. DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO

ART. 155, CP:


• lembrar o princípio da insignificância; art. 155, par. 2º, CP: furto na forma privilegiada.
• Par. 1º, CP: causa de aumento de pena.
• Par. 2º, CP: furto privilegiado.
• Par. 3º, CP: furto de energia.
• Par. 4º, CP: furto qualificado.
• Par. 5º, CP: furto qualificado pelo resultado.

ART. 157, CP:


• Caput: Roubo próprio.
• Par. 1º, CP: Roubo impróprio.
• Par. 2º, CP: Causas de aumento de pena ou “roubo circunstanciado”.
• lembrar a diferença com o art. 158, CP.
• lembrar que a arma de brinquedo não se enquadra no art. 157, par. 2º,I, CP.
• ler art. 157,par. 3º, CP, parte final, CP: crime de latrocínio.
• Súmula 610, STF.

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ART. 158, CP:


• crime formal.
• Par. 1º, CP: causa de aumento de pena.
• Par. 2º, CP: extorsão na forma qualificada.
• Par. 3º, CP: extorsão na forma qualificada.

ART. 159, CP:


• não confundir com crime de extorsão.
• crime formal.
• Par. 1º, CP: forma qualificada.
• Par. 2º, CP: forma qualificada.
• Par. 3º, CP: forma qualificada.
• Par. 4º, CP: causa de diminuição de pena.

ART. 163, CP:


• não admite forma culposa.
• Par. Único, CP: dano qualificado.

ART. 168, CP:


• não confundir com o art. 171, CP.
• Par. 1º, CP: causas de aumento de pena.
• Diferenciar do crime de estelionato, art. 171, CP.

ART. 171, CP:


• diferenciar do crime de furto qualificado pela fraude (art. 155, par. 4º, II, CP).
• Par. 1º, CP: estelionato na forma privilegiada.
• Par. 2º, CP: formas equiparadas.
• Par. 3º, CP: forma qualificada.

ART. 180, CP:


• receptação própria (crime material) e receptação imprópria (crime formal); receptação
culposa.
• ver art. 180,par. 5º, CP: perdão judicial.

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ART. 181, CP: IMUNIDADE ABSOLUTA.
ART. 182, CP: IMUNIDADE RELATIVA (AÇÃO PENAL PÚBLICA CONDICIONADA).
ART. 183, CP: CAUSAS DE EXCLUSÃO.

3. DOS CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL:

ART. 213, CP:


• Par. 1º e 2º: formas qualificadas e crime preterodoloso.
• Ver posição STF e STJ quanto à retroatividade da lei 12015/09.

ART. 215, CP:


• Não confundir com o crime do art. 217-A, par. 1º, CP, o qual é outro tipo.

ART. 216-A, CP:


• crime próprio.
• Par. 2º, CP: causa de aumento de pena.

ART. 217-A, CP:


• não confundir com art. 213, par. 1º, CP (estupro qualificado).
• Par. 1º, CP: forma equiparada.
• Par. 2º a 4º, CP: formas qualificadas.

ART. 225, CP:


• espécies de ação penal.
• Ver posição do STF.

4. DOS CRIMES CONTRA A FÉ PÚBLICA: ARTS. 297 A 304, CP

ART. 297, CP: Falsificação de documento público.


• crime comum.
• sujeito passivo: o Estado e o terceiro que sofre com a falsificação.
• bem jurídico: a fé pública.
• núcleo do tipo: “falsificar” (contrafação) documento público ou “alterar” documento
público verdadeiro.

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• requisitos do falso documental: alteração da verdade sobre fato juridicamente relevante


( immutatio veritatis); imitação da verdade (immitatio veritais); potencialidade de dano (
falsum punitur licet nemini damun inferret); dolo (animus fallendi).
• falsidade material.
• objeto material: documento emanado de entidades públicas: Ex.: RG, CNH, etc.
• consumação: com a falsificação.
• admite a tentativa.
• par. 1º: causa de aumento de pena.
• par. 2º: norma penal explicativa.
• par. 3º: forma equiparada. Afasta, neste caso, o art.299, CP.
• par. 4º: forma equiparada.

ART. 298, CP: Falsificação de documento particular.


• crime comum.
• sujeito passivo: o Estado e a pessoa prejudicada com a falsificação.
• bem jurídico: a fé pública.
• elementos objetivos de tipo: documento particular é todo aquele que não se insere na
definição de documento público.
• consumação: com a falsificação, independente de resultado naturalístico, eis tratar-se de
crime formal.
• admite a forma tentada.
• classificação: crime doloso, comum, forma livre, unissubjetivo, formal ou de consumação
antecipada, instantâneo, plurissubistente.

ART. 299, CP: Falsidade ideológica


• crime comum.
• sujeito passivo: o Estado e, também, a pessoa prejudicada com a falsificação.
• bem jurídico: a fé pública.
• núcleo do tipo: “omitir” declaração que devia constar ou “inserir ou fazer inserir” decla-
ração falsa diversa da que deveria ser escrita. No que tange ao objeto material, pode ser
tanto documento público, quanto documento particular.
• requisitos da falsidade ideológica: mudança da verdade, imitação da verdade, potencialida-
de de dano, dolo.
• dolo específico.
• falsidade intelectual.

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• consumação: com a omissão ou inclusão da declaração falsa, seja de forma direta ou de
forma indireta pelo agente.
• admite a forma tentada.
• causa de aumento de pena: preceito secundário da norma (pena).
• classificação: comum, tipo misto alternativo, forma livre, unissubjetivo, formal ou de consu-
mação antecipada, instantâneo, purissubsistente (na conduta “omitir” é unissubsistente).

ART. 301, CP: Certidão ou atestado ideologicamente falso.


• afasta, neste caso, a incidência do art. 299, CP.
• par. 1º: não confundir com o art. 297, CP.

ART. 302, CP: Falsidade de atestado médico.


• crime próprio.
• em sendo médico que exerce função pública e assim age, responderá o agente pelo art.
301, CP. SE o sujeito ativo for um dentista ou qualquer outro profissional incide, neste caso,
no art. 299, CP.
• par. único: forma qualificada.

Art. 304, CP: Uso de documento Falso.


• crime remetido.
• súmula 17 do STJ.
• concurso com o art. 297, 298, 299, CP: há entendimento de que o agente responderá pela
falsidade, sendo o uso um post factum impunível. (majoritára) Há, no entanto, quem enten-
da, responderá o agente, neste caso, pelo art. 304, CP, em razão do princípio da consunção.

5. DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

ART. 312 , CP: Peculato.


• Espécies: caput: peculato-apropriação e peculato-desvio.
• Parágrafo 1º: peculato-furto; peculato impróprio.
• crime material.
• admite tentativa.
• cabe o arrependimento posterior, nos termos do art. 16, CP e após o recebimento da
denúncia cabe a atenuante genérica do art. 65, III, b, CP.
• admite a forma culposa: art. 312, parágrafo 2º, CP.

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• art. 312, parágrafo 3º, CP: reparação no dano (não aplica-se, neste caso, o art. 16, CP, eis
que temos regra especial, sendo uma forma de exteinção da punibilidade, conforme o
citado dispositivo legal, 1ª parte).
• apesar de ser um crime próprio, o terceiro que não é funcionário público, responde pelo
tipo penal, consoante art. 30, CP.

ART. 313, CP: Peculato mediante erro de outrem.


• “peculato-estelionato”.
• o agente apropria-se de bem de terceiro por erro da vítima.
• não confundir com art. 171, CP, caso o agente crie o erro em desfavor da referida vítima.

ART. 313-A, CP: Inserção de dados falsos em sistemas de informações.


• sujeito ativo: somente o funcionário autorizado.
• ART. CP: Extravio, sonegação de livro ou documento oficial.
• princípio da subsidiariedade expressa.
• art. 3º, I, lei 8137/90: princípio da especialidade.

ART. 316: concussão


• núcleo do tipo: “exigir”.
• crime formal.
• qualquer vantagem, não necessariamente patrimonial.
• cabe arrependimento posterior (art. 16, CP).
• em tese, admite-se a tentativa.
• art. 3º, II, lei 8137/90: princípio da especialidade.

ART. 317, CP: corrupção passiva


• núcleo do tipo: “solicitar” ou “receber” ou “aceitar promessa”.
• crime formal.
• crime próprio.
• objeto material: vantagem indevida.
• exceção à teoria monista da ação: art. 29, CP (art. 333, CP).
• parágrafo 2º: corrupção passiva privilegiada.
• não confundir com art. 333, CP.
• art. 3º, II, lei 8137/90: princípio da especialidade.

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ART. 318, CP: facilitação de contrabando ou descaminho.
• exceção à teoria monista: art. 29, CP (art. 334, CP).
• sujeito ativo: somente o funcionário público que agir com infração do dever funcional.
• crime próprio.
ART. 319, CP: prevaricação .
• dolo de fazer ou deixar de fazer alguma coisa com o objetivo de satisfazer sentimento ou
interesse pessoal.
• consuma-se com a omissão.
• crime próprio.
• nas condutas omisssivas, não se admite a tentativa, enquanto nas condutas comissivas, é
perfeitamente possível.
• não confundir com os crimes dos arts. 317, parágrafo 2º, CP e art. 320, CP.

ART. 320, CP: Condescendência Criminosa (IMPORTANTE).


• crime próprio.
• não confundir com prevaricação, art. 319, CP.
• elemento subjetivo do tipo: por indulgência.

ART. 321, CP: Advocacia Administrativa.


• crime próprio.
• núcleo do tipo: “patrocinar”: favorecer, advogar interesse perante a administração pública.
• art. 3º, III, lei 8137/90: princípio da especialidade.

ART. 325, CP:


• não admite forma culposa.
• princípio da subsidiariedade.
• forma qualificada: par. 2º.

ART. 327, CP: conceito legal de funcionário público


• conceito mais amplo do que o conceito de funcionário público no Direito Administrativo.
• crimes funcionais próprios: a ausência da qualidade de funcionário público torna o fato atí-
pico: art. 319, CP; art. 320, CP.
• crimes funcionais impróprios: a ausência da qualidade de funcionário público não torna o
fato atípico: art. Art. 312, CP, o qual pode ser art. 168, CP,uma vez não sendo o autor fun-
cionário público.

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ART. 328, CP: Usurpação de Função Pública.


• núcleo do tipo: apoderar-se.
• os crimes do capítulo II são de particulares contra a Administração Pública.
• parágrafo único: forma qualificada.

ART. 329, CP: Resistência


• deve ser mediante grave ameaça ou violência.
• crime formal.
• sujeito passivo: Estado, funcionário público que executa o ato ou o terceiro que o auxilia.
• resistência passiva: art. 330, CP
• parágrafo 2º, CP: concurso de crimes com o crime de lesões leves, graves ou gravíssimas ou
homicídio; a simples ameaça, se este for o meio executório restará absorvida.

ART. 330, CP: Desobediência


• ordem legal.
• pode ser omissivo ou comissivo.

ART. 331, CP: Desacato


• é desacatar funcionário público em razão de sua função, ainda que fora dela, porém devido
à função.
• pode ser por meio de qualquer ato.
• deve ser na presença do funcionário público, sob pena de ser outro crime, nos termos do
art. 138, 139, 140, c/c art. 141, II, CP.

ART. 332, CP: Tráfico de Influência


• crime formal.
• objeto material: qualquer vantagem ou promessa de vantagem.
• diferenciar do art. 357, CP.

ART. 333, CP: Corrupção ativa


• núcleo do tipo: “oferecer” ou “prometer”.
• crime formal.
• não confundir com o crime do art. 317, CP.

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ARTs. 334, 334-A, CP: Contrabando ou Descaminho.
• contrabando: ingressou exportação no país de mercadoria ilegal.
• descaminho: iludir, no todo ou em parte, o pagamento de direito ou imposto devido na
entrada ou saída de mercadoria permitida.

ART. 337-A: sonegação de contribuição previdenciária.


• suprimir: eliminar; reduzir: diminuir.
• ver parágrafos.

ART. 339, CP: Denunciação Caluniosa.


• atribuir a alguém (determinado) a prática de um crime. No que à contravenção, vide art.
339, parágrafo 2º, CP.
• imputação de fato preciso e determinado.
• não confundir com calúnia.

ART. 340, CP: Falsa Comunicação de Crime ou Contravenção.


• o agente comunica falsamente a prática de crime ou contravenção, sem, no entanto,
atribuir a terceiro determinado.
• diferenciar do crime do art. 339, CP.

ART. 341, CP: Auto-Acusação Falsa.


• núcleo do tipo: atribuir a si a autoria de crime inexistente ou praticado por terceiro.
• pode haver concurso de crimes com o art. 339, CP.

ART. 342, CP: Falso Testemunho ou Falsa Perícia.


• núcleo do tipo: “fazer afirmação falsa”, “negar” ou “calar a verdade” (reticência).
• crime de mão própria.
• ver parágrafo 1º e parágrafo 2º (retratação, como forma de extinção da punibilidade, art.
107, CP).
• não confundir com o crime do art. 138, CP.

ART. 343, CP: Suborno.


• se for contra perito, contador, tradutor ou intérprete oficial, haverá o crime do art. 333, CP,
eis que se trata de funcionários públicos.
• objeto material: dinheiro ou qualquer vantagem.

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Art. 348, CP: Favorecimento Pessoal.


• ver parágrafos, principalmente o 2º (escusa absolutória: condição negativa de punibilidade).

ART. 349, CP: Favorecimento Real.


• não confundir com art. 180, CP.
• não confundir com art. 348, CP.

ART. 350, CP: Exercício Arbitrário ou Abuso de Poder.


• diferenciar do crime de Abuso de Autoridade da lei 4898/65.

ART. 355, CP:


• ler com atenção.
• crime próprio.

ART. 357, CP:


• não confundir com art. 332 do CP.
• crime formal.

Art. 359-A a H: Crimes contra as Finanças Públicas.


• crimes próprios.

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Questões de Provas

1. (111253) CESPE – 2013 – PRF – SUPERIOR ração ou execução de outro crime, aplica-se
a norma mais abrangente. Por exemplo, no
No que se refere aos delitos previstos na caso de cometimento do crime de falsifica-
parte especial do CP, julgue o item seguinte. ção de documento para a prática do crime
Considere a seguinte situação hipotética. de estelionato, sem mais potencialidade le-
siva, este absorve aquele.
Aproveitando-se da facilidade do cargo por
ele exercido em determinado órgão públi- ( ) Certo ( ) Errado
co, Artur, servidor público, em conluio com
Maria, penalmente responsável, subtraiu 4. (111232) CESPE – 2013 – POLÍCIA FEDERAL
dinheiro da repartição pública onde traba-
– SUPERIOR
lha. Maria, que recebeu parte do dinheiro
subtraído, desconhecia ser Artur funcioná- No que concerne a infração penal, fato típi-
rio público. Nessa situação hipotética, Artur co e seus elementos, formas consumadas e
cometeu o crime de peculato e Maria, o de- tentadas do crime, culpabilidade, ilicitude e
lito de furto. imputabilidade penal, julgue os itens que se
seguem.
( ) Certo ( ) Errado
O peculato é conceituado doutrinariamente
como crime funcional impróprio ou misto, por-
2. (111254) CESPE – 2013 – PRF – SUPERIOR quanto na hipótese de não ser praticado por
No que se refere aos delitos previstos na funcionário público, opera tipicidade relativa,
parte especial do CP, julgue o item seguinte. passando a constituir tipo penal diverso.

O crime de concussão configura-se com a ( ) Certo ( ) Errado


exigência, por funcionário público, de van-
tagem indevida, ao passo que, para a con- 5. (111228) CESPE – 2013 – POLÍCIA FEDERAL
figuração do crime de corrupção passiva,
– SUPERIOR
basta que ele solicite ou receba a vantagem,
ou, ainda, aceite promessa de recebê-la. No que concerne a infração penal, fato típico e
seus elementos, formas consumadas e tenta-
( ) Certo ( ) Errado das do crime, culpabilidade, ilicitude e imputa-
bilidade penal, julgue os itens que se seguem.
3. (111239) CESPE – 2012 – POLÍCIA FEDERAL Considere que Aldo, penalmente capaz,
– SUPERIOR após ser fisicamente agredido por Jeremias,
Julgue os itens a seguir com base no direito tenha comprado um revólver e, após mu-
penal. niciá-lo, tenha ido ao local de trabalho de
seu desafeto, sem, no entanto, o encontrar.
Conflitos aparentes de normas penais po- Considere, ainda, que, sem desistir de seu
dem ser solucionados com base no princípio intento, Aldo tenha se posicionado no cami-
da consunção, ou absorção. De acordo com nho habitualmente utilizado por Jeremias,
esse princípio, quando um crime constitui que, sem nada saber, tomou direção diver-
meio necessário ou fase normal de prepa- sa. Flagrado pela polícia no momento em

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que esperava por Jeremias, Aldo entregou Carlos praticou o crime de sonegação previ-
a arma que portava e narrou que preten- denciária, mas, antes do início da ação fis-
dia atirar em seu desafeto. Nessa situação, cal, confessou o crime e declarou esponta-
Aldo responderá por tentativa imperfeita de neamente os corretos valores devidos, bem
homicídio, com pena reduzida de um a dois como prestou as devidas informações à pre-
terços. vidência social.
( ) Certo ( ) Errado Nessa situação, a atitude de Carlos ensejará a
extinção da punibilidade, independentemen-
te do pagamento dos débitos previdenciários.
6. (82334) CESPE – 2014 – POLÍCIA FEDERAL –
SUPERIOR ( ) Certo ( ) Errado
Com relação a crimes contra a pessoa, con-
tra o patrimônio e contra a administração 9. (82333) CESPE – 2014 – POLÍCIA FEDERAL –
pública, julgue o item que se segue. SUPERIOR
Para a configuração do delito de apropria- No que se refere à aplicação da lei penal o
ção indébita previdenciária não é necessário item abaixo apresenta uma situação hipoté-
que haja o dolo específico de ter para si coisa tica, seguida de uma assertiva a ser julgada.
alheia; é bastante para tal a vontade livre e
consciente de não recolher as importâncias Sob a vigência da lei X, Lauro cometeu um
descontadas dos salários dos empregados da delito. Em seguida, passou a viger a lei Y,
empresa pela qual responde o agente. que, além de ser mais gravosa, revogou a
lei X. Depois de tais fatos, Lauro foi levado a
( ) Certo ( ) Errado julgamento pelo cometimento do citado de-
lito. Nessa situação, o magistrado terá de se
fundamentar no instituto da retroatividade
7. (82336) CESPE – 2014 – POLÍCIA FEDERAL – em benefício do réu para aplicar a lei X, por
SUPERIOR ser esta menos rigorosa que a lei Y.
Com relação a crimes contra a pessoa, con- ( ) Certo ( ) Errado
tra o patrimônio e contra a administração
pública, julgue o item que se segue.
10. (36481) CESPE – 2013 – PRF – SUPERIOR
No crime de homicídio, admite-se a inci-
dência concomitante de circunstância qua- Com fundamento na lei que cria meca-
lificadora de caráter objetivo referente aos nismos para coibir a violência doméstica
meios e modos de execução com o reco- e familiar contra a mulher — Lei Maria da
nhecimento do privilégio, desde que este Penha — e na Lei dos Crimes Ambientais,
seja de natureza subjetiva. julgue o próximo item.
( ) Certo ( ) Errado Considerando que, inconformado com o
término do namoro de mais de vinte anos,
José tenha agredido sua ex-namorada Ma-
8. (82335) CESPE – 2014 – POLÍCIA FEDERAL – ria, com quem não coabitava, ele estará
SUPERIOR sujeito à aplicação da lei de combate à vio-
Com relação a crimes contra a pessoa, con- lência doméstica e familiar contra a mulher,
tra o patrimônio e contra a administração conhecida como Lei Maria da Penha.
pública, julgue o item que se segue. ( ) Certo ( ) Errado
Considere a seguinte situação hipotética.

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11. (111266) CESPE – 2013 – PRF – SUPERIOR


Com fundamento na legislação que define
os crimes de tortura e de tráfico de pessoas,
julgue o item a seguir.
O crime de tráfico de pessoas poderá ser ca-
racterizado ainda que haja consentimento
da vítima.
( ) Certo ( ) Errado

12. (111267) CESPE – 2013 – PRF – SUPERIOR


Com fundamento na legislação que define
os crimes de tortura e de tráfico de pessoas,
julgue o item a seguir.
Para que um cidadão seja processado e jul-
gado por crime de tortura, é prescindível
que esse crime deixe vestígios de ordem fí-
sica.
( ) Certo ( ) Errado

13. (111246) CESPE – 2013 – PRF – SUPERIOR


Com relação aos princípios, institutos e dis-
positivos da parte geral do Código Penal
(CP), julgue o item seguinte.
Havendo conflito aparente de normas, apli-
ca-se o princípio da subsidiariedade, que
incide no caso de a norma descrever várias
formas de realização da figura típica, bas-
tando a realização de uma delas para que se
configure o crime.
( ) Certo ( ) Errado

Gabarito: 1. (111253) Certo 2. (111254) Certo 3. (111239) Certo 4. (111232) Certo 5. (111228) Errado 6. (82334) Certo
7. (82336) Certo 8. (82335) Certo 9. (82333) Errado 10. (36481) Certo 11. (111266) Certo 12. (111267) Certo
13. (111246) Errado

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