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_ INTRODUGAO 1 Scat BIBLIOGKAHIA CONFIRMAGAO ANTIGA |. AUTORIA DEPENDENCIA LITERARIA DATA PROVENIENCIA E DESTINO |. MOTIVO E PROPOSITOS © GREGO DO APOCALIPSE 0 TEXTO GREGO YISAO GERAL DO CONTEUDO: ANALISE; CONCEITOS DE ARRANJO ESBOCO DO CONTEUDO 1 xi. XIII, BIBLIOGRAHA 1. QUE £ UM APOCALIPSE? LITERATURA APOCALIP- ‘ICA; BIBLIOGRAFIA. ‘Toda 2 literatura apocaliptica é escatologica. Em outras palavras, aborda a questo dos «tempos do fim», o término do fmundo segundo o conhecomos, 0 comepo de um ova elo ou, lguns casos, o estado eterno. Nem toda a literatura catologica, porém, é apocaliptica, Pode-se falar, por exemplo, sobre a «alma» e seu destino, ¢ isso nos levaria a tratar dé certo aspecto do ensinamento escatolégico normal, mas, ao mesmo tempo, nada de distintamente apocaliptico tard sendo envolvido nesse ensino. Os escritos que tem chegado até nds, que sio chamados «apocalipticos», possuer ‘earacteristicas distintivas, 0 que é salientado na discussao que se segue. De modo bem geral, pode-se afirmar que essa forma Iiteraria trata da escatologia, ‘pois visa dizer-nos as condiqées que haveré nos wltimos tempos, nos tempos futuros remotos, Mas sua apresentacao fala daqueles acontecimeatos futuros que terio lugar durante dias angustiosos, em que uma antiga fra passera em meio a tempestades © agonias, iniciando: ‘umaera inteiramente nova, através das mais severas dores de Hara, Mas isso no ¢ ume caracteraticn normal necosérin tscritos escatologicos. No que concerne a atividade literéria identifica operiodo des escritos apocalipticos entre 168 A.C. © 120 D.C. Kase literatura antecipa 6 fim de um ciclo historico, a saber, o ciclo judaico, o que se daria em meio a dores severas, fantes'do nascimento da era crist@. Os sapocalipses cristios refletem 0 desapontamento dos discipulos de Cristo por nBio ter-se materielizado 0 Reino de Deus em sua propria ¢pocs. E, | ease desaponiamento foi apenas natural, e se pensou que os Sconvecmentos que gempre forum tomados some necensrion ta inauguracio do reino deveriam ser transferidos para outra 1,0 tempo da «voltar de Jesus Cristo, nfio mais sendo ‘20 seu «primeiro edventon. Isso preencheu um ‘iewo psicoldgico, pols manteve os homens na wesperancas no ‘estabelecimento do reino. No entanto, néo hé razdo para Grermos, meramente porque esse tipo de literatura cumpre ums necessidade psicologica, que as profecias contidas em “ossos apocalipres biblicos (os livros de Daniel ¢ de ‘Apecalipse) no alidas. {Qs apocalipses judaicos foram escritos na época de Antioco "e posteriormente, acompanhando as perseguicdes que ‘houve naa jodo hist6rieo, Essa literatura apocaliptica eve finalidade de dar aos homens a sesperanea quanto a0 Futuro, estando ees apassar por um presente dfciio, Bass ‘esperanca contemplava part te o livramento atravé ovindoaro Messias, bem como através do estabelecimento de fu reino, Pode-se ver facilmente que, tal como no caso dos cristfos, « literatura apocaliptica judaice conser: ‘a necessidade psicolbgice de «saltar por cima de um dificil, a fim de levar os homens a terem esperanga © Hfirme de que se cumpriria uma nova ‘spirituais, embora ise ndo dis ia, Também ¢ verdade que apesar judaico-crist&, pode-se de vitona, © fn otividade da APOCALIPSE NUE £ UM APOCALIPSE? LITERATURA APOCALIP- CONCEITOS E METODOS DE INTERPRETAGAO tae Tieratura apotoliptica nunca ter-se tomado uma questio central no judaismo, ¢ apesar que a maioria dos rabinos judeus Sigmcravam oesonclalmente, contude, esses eecritos aerviram tog propostor e embora nunca tivessem ganho posicho Senbeicd tho ha tazko part supormos que nko hi all certo iscemitnento quanto 20 futuro, misticamente intuitivo, ape- Snr de nfo eer diretamente inspitado pelo Espirito do Senbor. Em contrast com ino, o epiito apocalipicg dominav a rimitiva, O fate qué_o reine de Deus no ae ait entdo den, aos primeiros dscipulos de Cristo, a Silents coperanca quod sbreves e meemo «iminenta» aqgurda Solta de Cristo la sparousia» dos escritos neotestamentrios) verte de deotazer o emo de ous sreelghos, cumprindo todas i ‘de uma era melhor. Mas lar-se sendoatraves da rntee terrivel da antiga era, e literatura Mpoctiigtica s, eseoncialmonte, a descrigho dessa morte febrictante, com deserigdes adicionais do glorioso nascimento ‘da nova ore, ae se soguirh ‘A literatura apocaliptica, pois, tem um «propdsito preventer Os héis neceasitern de forga expiritual para Passer Pola fide, dasopontarmenton presen desta ea inoia Peque vivemse: Serko mais capezes diese se puderem antaver a vitora, a qudl, finalmente, reverver os terreres do momento enone Qi eritge apocljtias prometem ue ge Raversarios de Deus nfo estapatfo ao juizo por causa daquilo, o Reoram, por seus faites impios que praticaram. Alm isso. promete que aquilo contra o que os perversos se tm Sposto! o governo do'Daus sobre a terra, eventialmente se chmpriri'a cespeito deles. Outrossim, promote que te ‘namo rasivos dequales que se tém oposto a isso, através dos Juizos haverio de reconhecer a mio de Deus na Mothende a seu Cristo como Senhor dees. Ha algumes caracteristicas distintivas da literatura spect exo greg capokalupos sili, deen lars, erevelar». O wapokalupsise, pois; ¢ uma «revelagdo» ou oCovondamenton: 6 uma «vote profétiens. Consideremon 0 Pontos seguinies a esse reapeito: 1. 08 lvros apocaliptioas ade sempre reveladores. HA ali atividade mistlea, revelagdes, sonhos, visdes, viage Ecleotais em eepinto, tudo quo tmnscende & ere presente jelos pores sma humana com ou sem ajuda divin. remoe que ats mesmo 03 apocalipses nfo-candnicod envolvam algumas experiéncias mlstieas vilidas, ou seja, algum discernimento valide quanto de queatOes expinituals, incuindo fevelacSes sobre a3: condigies faturas: Os dois livros cpoctliptices da Biblia, Daniel ¢ Apocelipee, cores ontém 0 esboco dos. aconteeimentos futures, quats tom olde confirmada pela atividede og atuais, Em outras palavras, as prot {ino concotdam com ae previsdes bibliens, de modo « narrar tcontecirentos peralelos, Ver isso no. artigo ‘existente na Introduelo ao comentario intitalade A Tradigto'Proftica ¢ a Nossa Bra, que apresenta uma discussio geral sobre istoria, a2 APOCALPSE essa questi 2. Sdo imitativos e psesdopraditivos. Ape iscemimento espiritual quase eertamente «valido», porquan to on poderes de pré-conheetmento dos homens” funciona fquase Sempre, com resultados que pod iftos snocalitzostendem pare" Daniel servia de arquetipo original eritoe he invengden» que ado refletem qualquer atividade mistica ienuina, pos ts wproteeias de condenagios, com subidas aos tase destidns ao lnferno, ao tomaram artifice luerdi jas e encorajamentos necessirios. Portant slgumas previsoes validas estarem contidas nao-candnicos, mais freqientemente do que nao, So psetdopreditivas; eessus previabes tornam: ensino, ac invés de serem tentativas sérias de predizer 0 futuro, 3, Empregam verdades misticas ¢ simbdlicas, a0 inyés de verdades fisicas ¢ literais. A fé religiosa pode ser ensinada com habilidade sem base nos acontecimentos histdricos reais, ou passados ou em antecipacao ao futuro. O meio de transmitir a verdade, dentro do misticismo, ¢ o simbelo. Um simbclo pode ser vilido, sem importar que’ por detras dele tenha ou no algum acontecimento fisico e literal. As pardbolas de Jesus pelo menos algumas delas) nao tinham o intuito de relacionarem-se com qualquer acontecimento real; antes, eram ‘hous naratvane sobre a vrdadeseteman, que ear sh vividamente ilustradas. Assim sendo, um profeta podia felar Sobre a descida ao inferno por parte de Enoque, € assim ensinar uma verdade acerca do estado das almas perdidas, sem {so symnificar que Enoque tenha, realmente, feito tal viagem. ‘Até mesmo nos apocalipses canbnicos, as « feqdincia ‘uéo apresentam objetos «reals» ‘Tomemos, por exemplo, o caso da imagem com os dez dedos formados ie fecro e burro. Tss0 simboliza os reinos ¢ federagdes do mundo, embora nao seja uma verdade literal. Algumas chet polices chen err bearos wo par condiées e expectagées espirituals. Alguns dos intérpretes ‘uals inclinados pela interpretaglo liverl do Apocalipse de Joao procuram tornar literais esses simbolismos, Assim, 08 ‘wafanhotos» ¢ wescorpides», que s8o animals simbolicos do ono capiculo do Ivo de Apocalipse, seriam insetos literals {que atacan os homens como praga. Porém, ilo sf eos ral Iiterais do que os «cavaleiros» do sexto capitulo do mesmo Livro, Todas esons colsns simbolisata os tarrivuis jelpusentoo eas condicdes imediatamente antes da «parousia» ou indo scivento de Gristo. A tentative de emaprosiar um cartier fiteral @ esses simbolos redunda em fracasso, além de impedir 0 cotendimento da propeie,neturesa mistica deveas visdes, AtS mesmo os sonhos ordindrios nos falam por meio de Tlanbotos, Per exrenpls, tase sovianqay cabo o Cabalho realizado por alum obreiro do Srapenin al eae bao Ge custo metho, Seon sertanpens eknivalo da «fonts da vida»; sonhar sobre a ‘moro indica 0 «fime de algum ‘aspecto de vida de uma pe yma mudanra dréstica, muito mais do que o falecimento literal da mesma Raturalcente, votes © conbes slgurons vosos falam do geonecmetor erin mas € une interpreta @ estos araboente, todas as veces qo een etude toate Provavelmente nos desviars da verdade, a0 invés de [prcsinearnoeda rests, pola 6 algo banicansente contredieé- No A propria naturera do misticismo ‘4: Os luros epocalipticos com frequéncia sdo pseudéniimes Iso significa que sem honra» 8 alguma antiga personalidede Stssage, om lire ial eecrite por outzem, epyoveuande-se do prestigio do nome daquela perscnalidade, a fim de perpetuar Sua tradipho. Assim ¢ que.o livro de Enogue, everito no Segundo século A.C., nbo foi escrito por Enoque mas em Memoria sua, Messe cave, ho poderia haver qualquer tentativa sérin da parte do seu autor, de fazer passat seu Livro cieoe en tenlnsonts| iyense ico svcrio per Evoror, B que on antigos ndo viam nada de errado nesta pratica, vem importar 0 propocite com ue eee lovee falta, Entre oo livros apbcriioe do ntigp do’ Novo Tesiamento, bem como entre seu livros orafen, hi minis de comm livros que certamente no foram eseritos pelos individuos 40s quais oho stribuldos. Sem importaro que née, comomodernos, poseamos pensar da reatica, oso eon nad itera cue don ates acres da Ineama’ Em nosso NT, por e ‘ossivel que.o livro EiTedis woe tra pootdepigrate,Wuantes nas sobre lao, ver a introdugéo aquela epistola, sob o titulo «Autorian). No entanto, 08 dois livros apocalipticos biblicos— Daniel e Apocalipse—nio pertencem a essa natureza. Néo obstante, 0 «Jodo» do livro de Apocalipse nao é 0 mesmo apdstolo Jodo, e sim, o «ancifio», ou,talvez tim bem conhecido svidente» crent que habitava na Asia Menor. (Ver uma discussio a seccdio III da presente introducdo, intit 5. Os livros apocalipticos sd0 altamente dualistes. Em Primelro lugar, retratam a criagho como algp envalvido an ‘uma luta de mortes entre duas forgas—uma bon # outra mi Outrossim, eseas foreay so weismicass, '¢ nfo meramente humanas. A humanidade ver-se-b envolvida no eonfito entre Deus e Satands, entre os anjos ¢ os dempnios, entre « razio absolute ¢0 ero absolute, Os homens poderto ser vtornges au lerrotados, depen: io lado que tomarem. ; seomations tee an iets Cooke toes, Vea lealdade ao erro absoluto, da aprovagio conferida a Satands e as suas obras mas, ‘A oposigio das das grandes forgas césmicas naturalmente envolte a poset ente duas eas distintas, Assim ¢ que ‘cera presente» 6 dominada por Satands, to passo que a wert ‘Vindoures serd governada por Deus, mediante o sett Messias, ‘Alera presente envalve’ pecedo ¢ degradagho, com a conseqtiente perdi e # era vindoure envolve @ dornalo de josie © do benontar epirtol Rssas foreas opostas naturalmente geraram o conceito doa «dois mundoss Ha'um pregente mundo, que é terreno @ | pervertido. ‘Trata-se de algo fisicn @ temporal, sem quaisquer ‘Valores absolutos. Mas também hi o «mundo de aman», que ‘6 mesmo agora exists nas esferas invisivels da realidade liltima. Este é um mundo de dominio espirituel, de santidade, de paz e de bem-estar espiritual. O «outro mundoy, finalmonte, viré a exercer controle sobre este mundo terreno, esse 6 um dos aspectos do conflito entre o bem eo mal que fatualmente comega a concresizar-se. Existem, nois, das uforgas cbamica» que se combatam, uas «eras» contrastantes que se digladiam, dois «mundos» contrastantes que se combatsm. Os homens, nacessariamants, ‘«tomam partido», tornando-se assoc.ados e prestando Iealdade a um lado ou outro desses contrastes. As obras apocalipticas, portato, apresentam aos homens 0 desafio de efcolherem a Deus eao seu caminho, ao seu mundo, & sua era, rejeitando, ao mesmo tempo, o que Satands tem & oferecer-Ihea. 6. Os livros epocalipticos sdo deterministas. Isso significa que a vitoria eventual do mundo vindouro sobre o mundo presente—o triunfo do bem sobre o mal—é algo que fol Seterminado pela mio de Deus. O triunfo de Deus é inevitavel, embora parega demorar.se por tempo excessivamente Os livros apocalipticos, por conseguinte, expdem uma Ae ilosofin da historia, Dizem-nos eles a natureza geral do que sucede e do que deveré acontecer. Apesar de que hé-caos, devido ao pecado, somos assegurados que o processo histori esta do Tad do heme de Deus, «cue nada pede alert is pois avontade de Deus é todo-podero: ee ee ae een ee teil ditcrmtade, if un Iori divine prodsarnioalalaal fim do dominio de Satands ocorrerd sibite e dramaticamente, Apropria historia 6 a cronica da luta entre Deus e Satanas,€ como os seres inteligentesserdo envolvidos até ao fim di mosma. Mas a historia, apesar de envolver muitos Tr cchinente «ence, feninents es descaanadh al sirva as finalidades divinas. 17. Os livros epocalipticos, ao mesmo tempo, séo alt essimistas e otimistas, Expdem um quadro horrent egative do que haverd de suceder a este mundo, 0 que dia intensa depravacao dos homens. Ao mesi tempo, porim, uma ver que este mundo seja apropris julgado, deverd vir 4 existéncia um novo mundo resplendente beleza ¢ da incrivel progresso. Do lado spessimista», os livros apocalipticos sto «cataclismicoss. eventos que porko fim ao presente mondo mat serdo como-se fora o decepar de um tumor canceroso, Os acontecimentos que dario inicio & nova era cataclismicos, As mudancas se produzem mediante acontec ‘mentos bons ou maus. mas sempre repentinos, e nao mediante algum prosesse gradual As grandes ateragbes na histor resultam de intervencdes divinas. 8. Os livros apocalipticos sdo intensomente ¢ticos. Isso POCA 353 significa quo esses livros convocam'os homens a abandonar 0 pecado, 0 qual necessariamente produzirt acontecimentos Entecliemicor, Apasar de udo estar adredemente determina- do, nada podendo derrotar facilmente ao pecado, Satands e seu, sistema, contude, serio preservados, entre esses, terriveis facontecimentos, 08 homens que mantiverem confianga em D. "Y Messias. Bm easo contrario, haveréo de participar imediatamente da gloria de Deus mediante martirio, ou ento haverio de ser gentilmente conduzidos a ‘sua presenea, uma vez que tiverem sofrido como os homens {terko de sofrer durante aquelas horas fatais. As adverténcias all dadas, pois, visam «converter» os homens da maldade e da Pavers: no sho maeras prodiebes de uma condenacto 9. Os livros apocalipticos da Biblia—Daniel e 0 Apocalipse. bem como seus parslelos apierifos, que foram prodi ‘messifnicos em sua ‘ragédias, embora ; também narrem para ni Salvador, 0 qual corrigira todos os erros. ‘A Literatura Apocaliptica. No proprio A. temos o livro de Daniel. Asse, ainda no A. podemos adicjonar poreoes de livros proféticos, como os eapitulos vigésimo quarto a vigésime Sétimo de Tnias. Notempo dos Macabeus, talvet ho ‘como 200 A.C., teve inicio a literatura apocaliptica. Primeiramente apareceu o primeiro livro de Enoque (em }, uma obra composta, que foi escrito durante os iltim Gois séculos A.C. Vérias porrdes do mesmo sio usadas em hossos livros neotestamentarios, como.no de Judas. A Introdusio a essa epistola demonstra isso, 0 livro de Jubileus data do século 11 A.C. A Assuncdo de Moisés (livro também usado na episiola de Judas) data ds fins do séeulo A.C. Os livros de TV Esdras e If Esdras e 0 Apocalipse de Baruque, datam dos fins do séeulo I D.C. 0 segundo livro di (em eslavénico) ¢ de data incerta, embora provavelmente Breet 6 prindio da era rst. (Os Testamentoe doe Doge atriareas (século II A.C.) contém predicces acerca de cada tribo de Israel. Varios fragmentos de apcealipses tém sido encontrados na literatura de Qumran, embora ainda nfo tenham sido publicados. Do lado do N.T., quanto aos livros hio-caninices, temos 0 Apocalipse de Pedro, do comeco do século TI D.C., que descreve a dor dos impios ea recompense gs justos. A Ascenedo de Jsaia uma obra compos, (do séeulo 11 a0 sécalo IV D.C.), 6 um livro parcialmente judaico e parcialmente cristéo. © Pastor de Hermas é uma obra Semi-apdcrifa que data dos meados do século II D.C. No proprio N.T., temos 0s «pequenos apocalipses» dos cal Vinke e quatZo e treze dos evangelhos de Mateus e Marcos, Tespectivamente, ambos derivados da mesma fonte, com base fem declaragoes proféticas do proprio Senhor Jesus. O quinto fapitulo da primeira epistola dos ‘Tessalonicenses e 0 segundo fapitulo da Segunda epistola 20s Tessalonicenses sfo escritos ‘apocalipticos de Paulo. Mas o Apocalipse de Joio é o livro fpeealpico por excalfncn,vanto do ponia de vist versio como do ponto de vista das previsdes proféticas. ‘Enoque ‘ow idiomas am que foram oF Gharles, RH. (nd.|, The Angeryeha and Preudepigrapha of the Olé TTesumen, Oxbrd Clarendon Press, 1918, volumes. Janes, 1 R, The A ‘Naw Testament, =, Montague. \peeryphal Oxford: Clarendos Buvenwieser, Moses, Outine of the Neo-Hebraic Apocalyptica Literature, cao Teenlags st ye, So re ‘Ghules, R.H., The Ascension of Toulah, Londres: Society for Promoting (Chratun Knowledge. 1917 Dig ee Tetanant Asscyphe, (ras. Bs Mel. Wem), Piniisie fs Wetniater Seesst6a . Haar Acca end Donde apes (in, The Ant ice thr See ee oo Cons TL. CONFIRMACAO ANTIGA Dlivro de Apocalipse de Joao foi escrito a fim de ser lido nas ‘ignejas [ver Apo. 1:3), E podemos supor que, desde os tempos ‘ristéios mais remotos, em algumas porcdas da igreja, ‘especialmente na Asia Menor, para quem e livro foi ae alo game dotade! de mutoridade idéntion 90 8 proféticos do A.T. No entanto, foi somente perto fins do século II D.C., que esse livro obteve alguma ‘proeminéncia em qualquer segmento maior da igreje cristd. A 1800, 9"velumes. ‘ais antiga mencio especifica ao livro de Apocalipse (que também 0 atribui ao apostola Joao) foi feita por Justino Mirtir, que viveu em Bfeso, em cerca de 195 D.C. (antes de ter-se mudado para Roma). Hscrevendo pelos meados do século IT-D.C., disse ele: «Aiént disso, um homem entre nés, de nome Joi, um dos epéstolos de Cristo, profetizou, em uma revelacdo que Ihe foi feta, que aqueles que tiverem confiudo ‘em nosso Cristo passsarao mil anos em Jerusalém, e que apés a ressurreicho universal e eterna, tera lugar o julgamenton. (Didiogo com Trifo, 81). Nao temos meios para precisar de que modo Justino determinou a «canonicidade» do livro de Apocalipse; mas 0 certo é que, havendo ele atribuido essa obra a0 arbstolo Jodo, tle nto tinha qualquer davida quanto A sua «autoridade». A aceitacdo da «autoridade» de um livro é apenas um passo distante de sua canonizagio formal. ‘Antes da época de Justino Martir, porém, nfo hé qualquer citagdo clara ¢ indisputavel do livro de Apocalipse. Isso nfo se fncontra nem nos eseritos ce Clemente de Roma (fins do séeulo T'D.C.), nem de Indcio (comego do século II D.C.), nem de Hermas (meados do século I! D.C.). e,nem no livro ¢ na apintola ge Burnabé (caren de 120 D.C). Andrea, no prbiogs fe seu comentario, informa-nos que Papias de Hierdpolis, na Prigia (cerca de 150 D.C.), conkecis e usava 0 livro de Apocalipse, considerando-o divinamente inspirado, Entretan- to, ele nfo disse qualquer coisa acerca de seu autor ter sido um siapéstolo», 0 que certamente teria feito, se o tivesse sabido. O pee ‘Eusehio, entretanto, nunca deciara definidamente que a fia da existéncia do Apocalipse. (Ver Histéria Eelesidstica 1.39). Uma declaragéo em sua Historia Eclesiastica (ii.39,12), queele atribui a Papias, parece ser um reflexo do livro de Apocalipse, entretanto, (Hssa declaracho parece refletir o vigésimo capitulo do livro de Apocalipse, 0 Inilénio e a ressurreica0 dentre os mortcs) ‘Melito, bispo de Sardes |160 - 190 D.C.), escreveu um livro sobre «0 diabo e a revelagao de Jodo» (0 que & mencionado por Eusébio, em sua Histdria Relesiéstica iv.26.2). Jeronimo compreendia que isso se referia a dois livros separados, escritos por Melito; mas, seja como for. é certo que ele conhecia e usava o Apocalipse de Jodo, Tambem @ ‘ignificativo que Melito viveu em Sardes, uma das cidades as juais o livro de Apocalipse foi originalmente enviado (ver po. 3:1 e si.); e era apenas natural, pois, que ele tivesse acelio esse livro antes do mesmo ter sido aceito em outras partes da cristandade antiga. Trineu. Busébio, em Histéria Eclesidstica iv.18.8, mostra due Irineu (nos fins do séeulo II D.C., em Lyons, na Galia) Sustentava a autoria apostolica de todos os presentes eseritos joaninos do N.'T. Em_seu livro, Contra as Heresias,.Irinew refere-se a0 livro de Apocalipse, em iv.14.2; 17.6,18} 21.3 4.2: iv. 20:11; v.26. Teofilo, bispo de Antioquia (Siria ccidental), na, dltima metade do séctlo II D.C., elta o Apocalipse em suas disputas contra Hermégenes (ver Eusébio, Historia Eclesiastica iv.24), lo que evidentemente ele aceitava a sua autoridade como scritura Sagrada Alexandria. Clemente (200 D.C.) itou 0 livro de Apocalipse como Eseritura Sagrada (ver Paced. ii.119), atribuindo-o a0 apostolo Joao (Quis dives, 42; Strom. vi.106,107) fez 4 mesma coisa (em Jon. tom. v. 9; Lommatesch, 1.165; Bustbio, Historia Belesiastica vi.25.9) Roma. O Canon Muratoriano, que reflete o uso romano de cerca de 200 D.C. alistou o'livro de Apocalipse como auteritério, tendo-o atribuido ao apstolo Joao. O de Pedro também & favoravelmente mencionadi fontes informativas romanas mostram qu ‘opinido de todos 0s segmentos da igreja crista. Cartaro. Essa comunidade erst filha da. ireja romans, ‘também aceitava o livro de Apocalipse, pelos fins do segundo século de nossa era. Tertuliano, em seus varios escritos, cita trechos de dezoito entre vinte ¢ dois eapitulos: Ble o atribuia 0 apéstolo Joao (De Ressur.», 38, Pud. 12). Os quiliastas ¢ milenaristas— do segundo século de nossa ert ‘montanistas, uma seita cristd que se originou na Frigia (cerca de 156 D.C.), aceitavam anelantemente o livro, porquanto oferecia varios textos de prova idéins. Bventu te, essa seita contou com aderentes. ‘Houve disputas sobre o Apocalipse, como também alguns 0

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