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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS

Engenharia Mecânica Ênfase Em Mecatrônica

Laboratório de Máquinas Térmicas


Biodiesel

André Câmara Miranda Oliveira

Belo Horizonte

Outubro de 2010
Sumário
1. Introdução....................................................................................................................4

1.1. CURIOSIDADES......................................................................................................5

1.2. As vantagens do biodiesel....................................................................................6

1.3. Desvantagens na utilização do biodiesel...............................................................6

2. Aplicações.....................................................................................................................7

2.1. Aceitação para uso pelos fabricantes de veículos.................................................8

2.1.1. Motor diesel.................................................................................................8

2.1.2. Evolução histórica.........................................................................................9

2.2. Uso ferroviário......................................................................................................9

2.3. Uso aeronáutico.................................................................................................10

2.4. Como um óleo para aquecimento......................................................................10

3. Propriedades..............................................................................................................11

3.1. Compatibilidade de materiais.............................................................................12

3.2. Gelificação..........................................................................................................12

3.3. Contaminação por água......................................................................................13

4. Produção....................................................................................................................14

4.1. Processo de fabricação.......................................................................................14

4.2. A reação de transesterificação............................................................................14

4.3. Metanol versus etanol........................................................................................14

4.3.1. O uso de etanol...........................................................................................14

4.3.2. Composição química...................................................................................14

4.4. Separação dos ésteres do glicerol.......................................................................15

4.5. O glicerol como subproduto...............................................................................15

4.6. Níveis de produção.............................................................................................15

4.7. Influência da química dos ácidos graxos nas características do combustível......16

4.8. Matérias primas para biodiesel..........................................................................16


4.9. Quantidade de matérias primas requeridas.......................................................17

4.10. Fontes alternativas de óleos e gorduras.............................................................18

4.11. Rendimento........................................................................................................18

5. Argumentos de eficiência e economia........................................................................19

6. Referencias Bibliográficas...........................................................................................21
1. Introdução
Biodiesel é um éster de ácido graxo, renovável e biodegradável, obtido comumente a
partir da reação química de óleos ou gorduras, de origem animal ou vegetal, com um álcool na
presença de um catalisador (reação conhecida como transesterificação). Pode ser obtido
também pelos processos de craqueamento e esterificação.

O biodiesel substitui total ou parcialmente o óleo diesel de petróleo em motores ciclo


diesel automotivos (de caminhões, tratores, camionetas, automóveis, etc) ou estacionários
(geradores de eletricidade, calor, etc). Pode ser usado puro ou misturado ao diesel em diversas
proporções.

O nome biodiesel muitas vezes é confundido com a mistura diesel+biodiesel, disponível


em alguns postos de combustível. A designação correta para a mistura vendida nestes postos
deve ser precedida pela letra B (do inglês Blend). Neste caso, a mistura de 2% de biodiesel ao
diesel de petróleo é chamada de B2 e assim sucessivamente, até o biodiesel puro, denominado
B100.

Biodiesel é um combustível originado de fontes renováveis produzidos a partir de óleos


vegetais (babaçu, soja, mamona, dendê, algodão, girassol etc.) ou gordura animal e um álcool
(metanol ou etanol), na presença de um catalisador ácido ou básico, processo chamado de
transesterificação. Apresenta características parecidas com o óleo diesel mineral e com a
vantagem de ser ecologicamente correto. Os óleos vegetais são produtos naturais constituídos
por uma mistura de três ésteres ligados a uma molécula de glicerina ou glicerol (triacilgliceróis
ou triglicerídeos), cujos ácidos graxos contêm cadeias de 8 a 24 átomos de carbono com
diferentes graus de instaurações.

A reciclagem de óleos vegetais industriais vem ganhando espaço cada vez maior, não
simplesmente porque os resíduos representam matérias primas de baixo custo, mas
principalmente porque os efeitos da degradação ambiental decorrente de atividades industriais e
urbanas estão atingindo níveis cada vez mais alarmantes. (FIGUEIREDO, 1995).

Nos últimos anos, a preocupação com o aquecimento global do planeta e a decorrente


necessidade de diminuir os níveis de CO2 na atmosfera, tornou-se mais uma motivação
importante para as pesquisas sobre combustíveis alternativos.

Assim, o reaproveitamento de resíduos gerados na indústria alimentícia para produção de


biodiesel em função do crescimento da população consumidora, é uma possibilidade de
incremento da produção e da conscientização sobre a importância da preservação ambiental,
tendo em vista a grande necessidade de buscar alternativas energéticas limpas como forma de
contribuir para um desenvolvimento sustentável menos poluente. (NETO, 1999).

O Desenvolvimento Sustentável, busca conciliar o desenvolvimento econômico com a


preservação ambiental e, ainda, ao fim da pobreza no mundo. A humanidade de hoje tem a
habilidade de desenvolver-se de uma forma sustentável, entretanto é preciso garantir as
necessidades do presente sem comprometer as habilidades das futuras gerações em encontrar
suas próprias necessidades.
Biodiesel é um combustível originado de fontes renováveis produzidos a partir de óleos
vegetais (babaçu, soja, mamona, dendê, algodão, girassol etc.) ou gordura animal e um álcool
(metanol ou etanol), na presença de um catalisador ácido ou básico, processo chamado de
transesterificação. Apresenta características parecidas com o óleo diesel mineral e com a
vantagem de ser ecologicamente correto. Os óleos vegetais são produtos naturais constituídos
por uma mistura de três ésteres ligados a uma molécula de glicerina ou glicerol (triacilgliceróis
ou triglicerídeos), cujos ácidos graxos contêm cadeias de 8 a 24 átomos de carbono com
diferentes graus de instaurações.

A reciclagem de óleos vegetais industriais vem ganhando espaço cada vez maior, não
simplesmente porque os resíduos representam matérias primas de baixo custo, mas
principalmente porque os efeitos da degradação ambiental decorrente de atividades industriais e
urbanas estão atingindo níveis cada vez mais alarmantes. (FIGUEIREDO, 1995).

Nos últimos anos, a preocupação com o aquecimento global do planeta e a decorrente


necessidade de diminuir os níveis de CO2 na atmosfera, tornou-se mais uma motivação
importante para as pesquisas sobre combustíveis alternativos.

Assim, o reaproveitamento de resíduos gerados na indústria alimentícia para produção de


biodiesel em função do crescimento da população consumidora, é uma possibilidade de
incremento da produção e da conscientização sobre a importância da preservação ambiental,
tendo em vista a grande necessidade de buscar alternativas energéticas limpas como forma de
contribuir para um desenvolvimento sustentável menos poluente. (NETO, 1999).

O Desenvolvimento Sustentável, busca conciliar o desenvolvimento econômico com a


preservação ambiental e, ainda, ao fim da pobreza no mundo. A humanidade de hoje tem a
habilidade de desenvolver-se de uma forma sustentável, entretanto é preciso garantir as
necessidades do presente sem comprometer as habilidades das futuras gerações em encontrar
suas próprias necessidades.

1.1.CURIOSIDADES
BIODIESEL (obtido a partir da mamona)

O governo Brasileiro estuda a possibilidade de transformar óleo de mamona em óleo


diesel, para ser utilizado no motor de tratores e caminhões.

A Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais defende a criação de um plano


nacional para a produção de Biodiesel, a partir de óleos vegetais. Na transformação do óleo de
mamona em diesel, a combustão não emite substâncias poluentes (enxofre) encontrados nos
combustíveis fósseis.

O Biodiesel pode, inclusive, ser utilizado em geradores de energia, ajudando a reduzir a


importação de petróleo. A mamoneira (Ricinus Communis) foi trazida ao Brasil pelos escravos
no século XVI. Durante muitos anos, não foi utilizada comercialmente, mas de uns tempos para
cá, o seu cultivo vem despertando o interesse de produtores. É que sua semente pode ser
utilizada na siderurgia, indústria de plástico, perfumaria e fábrica de sabão. Além disso, o óleo
da mamoneira, de alta viscosidade, é usado como lubrificante em motores de alta rotação e
estudos recentes comprovaram que pode se tornar combustível de tratores, caminhões e
carros com motores a diesel. Vamos conhecer algumas características desta planta medicinal,
uma opção aos que desejam diversificar suas atividades.

A mamona adapta-se às mais variadas condições climáticas. São ideais, para o seu cultivo,
áreas de altitude superior a 300 m, topografia plana ou suavemente ondulada, solos
profundos, bem drenados e boa fertilidade natural. É uma planta que pede alta luminosidade e
chuvas bem distribuídas o ano todo. Ao contrário, altas temperaturas (entre 20°C e 30° C),
locais onde o clima é excessivamente úmido e ventos fortes são fatores que prejudicam o seu
desenvolvimento.

1 t óleo de mamona + 100 litros álcool etílico (ou metílico) É IGUAL A 1000 litros de
BIODIESEL + 100 kg de glicerina

1.2.As vantagens do biodiesel


É energia renovável. As terras cultiváveis podem produzir uma enorme variedade de
oleaginosas como fonte de matéria-prima para o biodiesel.

É constituído por carbono neutro, ou seja, o combustível tem origem renovável ao invés da
fóssil. Desta forma, sua obtenção e queima não contribuem para o aumento das emissões de
CO2 na atmosfera, zerando assim o balanço de massa entre emissão de gases dos veículos e

absorção dos mesmos pelas plantas.

Possui um alto ponto de fulgor, conferindo ao biodiesel manuseio e armazenamento mais


seguros.

Apresenta excelente lubricidade, fato que vem ganhando importância com o advento do
petrodiesel de baixo teor de enxofre, cuja lubricidade é parcialmente perdida durante o
processo de produção.

Contribui para a geração de empregos no setor primário. Com isso, evita o êxodo do
trabalhador no campo, reduzindo o inchaço das grandes cidades e favorecendo o ciclo da
economia autossustentável essencial para a autonomia do país.

Com a incidência de petróleo em poços cada vez mais profundos, muito dinheiro esta
sendo gasto na sua prospecção e extração, o que torna cada vez mais onerosa a exploração e
refino das riquezas naturais do subsolo, havendo então a necessidade de se explorar os
recursos da superfície, abrindo assim um novo nicho de mercado, e uma nova oportunidade de
uma aposta estratégica no sector primário.

Nenhuma modificação nos atuais motores do tipo ciclo diesel faz-se necessária para
misturas de biodiesel com diesel de até 20%, sendo que percentuais acima de 20% requerem
avaliações mais elaboradas do desempenho do motor.

1.3.Desvantagens na utilização do biodiesel


Não se sabe ao certo como o mercado irá assimilar a grande quantidade de glicerina
obtida como subproduto da produção do biodiesel (entre 5 e 10% do produto bruto). A queima
parcial da glicerina gera acroleína, produto suspeito de ser cancerígeno.
No Brasil e na Ásia, lavouras de soja e dendê, cujos óleos são fontes potencialmente
importantes de biodiesel, estão invadindo florestas tropicais que são importantes bolsões de
biodiversidade. Muitas espécies poderão deixar de existir em consequência do avanço das
áreas agrícolas, entre as espécies, podemos citar o orangotango ou o rinoceronte-de-sumatra.
Embora no Brasil, muitas lavouras não serem ainda utilizadas para a produção de biodiesel,
essa preocupação deve ser considerada. Tais efeitos nocivos poderão ser combatidos pela
efetivação do zoneamento agro-ecológico proposto pelo Governo Federal.

A produção intensiva da matéria-prima de origem vegetal leva a um esgotamento das


capacidades do solo, o que pode ocasionar a destruição da fauna e flora, aumentando portanto
o risco de erradicação de espécies e o possível aparecimento de novos parasitas, como o
parasita causador da Malária.

O balanço de CO2 do biodiesel não é neutro, mesmo sendo inúmeras vezes menos emissor de
CO2 que o diesel de petróleo, se for levado em conta a energia necessária à sua produção,
mesmo que as plantas busquem o carbono à atmosfera: é preciso ter em conta a energia
necessária para a produção de adubos, para a locomoção das máquinas agrícolas, para a
irrigação, para o armazenamento e transporte dos produtos.

Cogita-se a que poderá haver uma subida nos preços dos alimentos, ocasionada pelo
aumento da demanda de matéria-prima para a produção de biodiesel. Como exemplo, pode-se
citar alguns fatos ocorridos em Portugal, no início de Julho de 2007, quando o milho era
vendido a 200 euros por tonelada (152 em Julho de 2006), a cevada a 187 (contra 127), o trigo
a 202 (137 em Julho de 2006) e o bagaço de soja a 234 (contra 178). O uso de algas como fonte
de matéria-prima para a produção do biodiesel poderia poupar as terras férteis e a água doce
destinadas à produção de alimentos.

2. Aplicações
O biodiesel pode ser usado na forma pura (B100) ou pode ser misturado ao diesel de
petróleo em qualquer concentração, na maioria das bombas de injecção de motores diesel.
Novos extremos de alta pressão (29.000 psi) de motores ferroviários comuns tem limites
estritos de fábrica a B5 ou B20, dependendo do fabricante. Biodiesel tem propriedades
solventes diferentes do petrodiesel, e irá degradar juntas e mangueiras de borracha natural em
veículos (principalmente os veículos fabricados antes de 1992), embora estes tendam a
desgastar-se, naturalmente, e provavelmente já terem sido substituídos com o elastômero
FKM, que é não reativo para biodiesel. Biodiesel tem sido conhecido para quebrar os depósitos
de resíduos nas linhas de combustível, onde tem sido utilizada petrodiesel. Como resultado,
filtros de combustível pode ficar entupidos com partículas se uma rápida transição para o
biodiesel puro é feita. Portanto, é recomendável mudar os filtros de combustível em motores e
geradores de calor logo após a primeira mudança para uma mistura do biodiesel.

Tem havido o desenvolvimento de componentes polímeros e elastômeros, incluindo


mangueiras, conexões e juntas, de formulações resistentes a diversos biocombustíveis,
incluindo biodiesel.
São estudados e fomentados também o uso extensivo de biodiesel em embarcações,
desde barcos recreativos até como aditivo em embarcações de grande porte.

2.1.Aceitação para uso pelos fabricantes de veículos


Em 2005, a Chrysler (então parte da DaimlerChrysler) lançou o Jeep Liberty CRD a diesel
para o mercado americano, com misturas de 5% de biodiesel, indicando pelo menos parcial
aceitação do biodiesel como um aditivo aceitável para combustível diesel. Em 2007, a
DaimlerChrysler indicou a intenção de aumentar a cobertura da garantia de qualidade para
misturas de biodiesel a 20% se a qualidade de biocombustíveis nos Estados Unidos puder ser
padronizada.

A partir de 2004, a cidade de Halifax, Nova Escócia decidiu actualizar o seu sistema de
ônibus para permitir que a frota de ônibus da cidade fosse ser movida inteiramente por um
biodiesel baseado em óleo de peixe. Isso fez com a cidade considerar algumas questões
mecânicas iniciais, mas depois de vários anos de aperfeiçoamentos, a frota inteira tivesse sido
convertida com sucesso.

Em 2007, a McDonalds do Reino Unido anunciou que iria começar a produzir biodiesel a
partir do óleo residual de frituras, subproduto dos seus restaurantes. Este combustível seria
usado para abastecer sua frota.

2.1.1. Motor diesel

A criação do primeiro modelo do motor a diesel que funcionou de forma eficiente data do
dia 10 de agosto de 1893. Foi criado por Rudolf Diesel, em Augsburg, Alemanha, e por isso
recebeu este nome. Alguns anos depois, o motor foi apresentado oficialmente na Feira
Mundial de Paris, França, em 1898. O combustível então utilizado era o óleo de amendoim, um
tipo de biocombustível obtido pelo processo de transesterificação.

Os primeiros motores tipo diesel eram de injeção indireta. Tais motores eram alimentados
por petróleo filtrado, óleos vegetais e até mesmo por óleos de peixe.

Entre 1911 e 1912, Rudolf Diesel fez a seguinte afirmação:


“O motor a diesel pode ser alimentado por óleos vegetais, e ajudará no desenvolvimento
agrário dos países que vierem a utiliza-lo. O uso de óleos vegetais como combustível pode
parecer insignificante hoje em dia. Mas com o tempo irão se tornar tão importante quanto o
petróleo e o carvão são atualmente.”

Um dos primeiros usos do óleo vegetal transesterificado foi o abastecimento de veículos


pesados na África do Sul, antes da Segunda Guerra Mundial. O processo chamou a atenção de
pesquisadores norte-americanos durante a década de 40, quando buscavam uma maneira mais
rápida de produzir glicerina para alimentar, bombas, no período de guerra.

Após a morte de Rudolf Diesel, a indústria do petróleo criou um tipo de óleo que
denominou de "Óleo Diesel" que, por ser mais barato que os demais combustíveis, passou a
ser largamente utilizado. Foi esquecido, desta forma, o princípio básico que levou à sua
invenção, ou seja, um motor que funcionasse com óleo vegetal e que pudesse ajudar de forma
substancial no desenvolvimento da agricultura dos diferentes países. A abundância de petróleo
aliada aos baixos custos dos seus derivados fez com que o uso dos óleos vegetais caísse no
esquecimento. Mas os conflitos entre países e o efeito estufa foram elementos que marcaram
de forma definitiva a consciência do desenvolvimento auto-sustentável pelos ambientalistas.
Dessa maneira, a fixação do homem no campo e o aumento do consumo de combustíveis
fósseis fizeram com que houvesse, mais uma vez, a preocupação com a produção de óleo
vegetal para ser utilizado em motores.

2.1.2. Evolução histórica

Início Século XX: utilização de óleos vegetais em testes nos motores diesel.

Anos 70: declínio de interesse pelo uso dos óleos vegetais motivado pela abundância e
baixo custos dos derivados de petróleo.

Nesta mesma década, devido aos dois grandes choques mundiais que elevaram o preço do
petróleo, há a retomada pelos testes com óleo vegetal.

Anos 80: Novo declínio de interesse pelos óleos vegetais.

Anos 90: retomada de interesse devido à pressões ambientalistas e a introdução do


conceito de Desenvolvimento Sustentável.

Século XXI: Efeito estufa, guerra, desenvolvimento do setor primário e fixação do homem
no campo, fazem com que o investimento na pesquisa, produção e divulgação do biodiesel se
espalhem por todo o país através de feiras, encontros, seminários, etc.

Conheça mais sobre a história do biodiesel, intimamente ligada a do petróleo.

2.2.Uso ferroviário
A companhia Train Operating Company Virgin Trains britânica alegou ter o primeiro
funcionamento de trem do mundo a biodiesel, que foi convertido para rodar com 80%
petrodiesel e apenas 20% de biodiesel, e afirma-se que vai economizar 14% em emissões
diretas.

O Royal Train completou em 15 de setembro de 2007 sua primeira viagem sempre


funcionando com 100% de biodiesel fornecido pela Green Fuels Ltd. Sua Alteza Real, o Príncipe
de Gales, e o diretor da Green Fuels, James Hygate, foram os primeiros passageiros em um
trem alimentado inteiramente com combustível biodiesel. Desde 2007 o Royal Train tem
operado com êxito em B100 (100% de biodiesel).

Da mesma forma, a linha ferroviária curta estatal em Eastern Washington executou um


teste de uma mistura de biodiesel a 25%/petrodiesel a 75% durante o verão de 2008, com
aquisição de combustível a partir de um produtor de biodiesel situado ao longo da ferrovia. O
trem será movido por biodiesel produzido, em parte, de canola cultivada em regiões agrícolas
através do qual a linha circula.
Também em 2007 a Disneyland começou a fazer rodar os trens do parque em misturas de
biodiesel B98 (98% biodiesel). O programa foi interrompido em 2008 devido a problemas de
armazenamento, mas em janeiro de 2009 foi anunciado que o parque teria, então, todos os
trens rodando com biodiesel fabricado a partir de seus próprios óleos alimentares usados,
sendo uma alteração dos trens movido por biodiesel à base de óleo de soja.

2.3.Uso aeronáutico
Um vôo de teste foi realizado por um avião a jato tcheco completamente movido por
biodiesel. Outrso vôos recentes tem utilizado biocombustíveis, incluindo biodiesel modificado
como combustível com características específicas para jato, com vistas a também neste setor
dispor-se de combustíveis renováveis.

2.4.Como um óleo para aquecimento


Biodiesel pode também ser usado como combustível em caldeiras de aquecimento
doméstico (calefação) e comercial, uma mistura de óleo para aquecimento e biocombustível
que é padronizada e tributados de forma ligeiramente diferente do combustível para motores
diesel utilizado para o transporte. Às vezes, é conhecido como "bioheat", sendo que este nome
é uma marca registada da National Biodiesel Board (NBB) e o National Oilheat Research
Alliance (NORA) nos E.U.A. e e Columbia Fuels, no Canadá. Biodiesel para aquecimento está
disponível em várias misturas, até 20% de biocombustível é considerado aceitável para uso nas
fornalhas existentes, sem modificações.

Antigos queimadores podem conter componentes de borracha que seriam afetados pelas
propriedades solventes do biodiesel, mas caso contrário podem queimar biodiesel sem
qualquer conversão necessária. Cuidados devem ser tomados em primeiro lugar, no entanto,
dado que resinas residuais deixados por petrodiesel serão liberadas e podem obstruir as
tubulações de combustível e a substituição do filtro de filtragem rápida é necessária. Outra
abordagem é começar a utilizar biodiesel em mistura, e diminuindo a proporção de petróleo ao
longo do tempo pode permitir que as resinas saiam de forma mais gradual e com menos
probabilidade de causar entupimento. Graças às suas fortes propriedades solventes, no
entanto, o queimador é limpo e geralmente se torna mais eficiente. Pesquisas técnicas
descrevem testes em laboratório e campo projetos com biodiesel puro e misturas de biodiesel
como combustível para aquecimento de caldeiras de óleo. Durante a Biodiesel Expo 2006, no
Reino Unido, Andrew J. Robertson apresentou sua pesquisa sobre biodiesel como óleo de
aquecimento em artigo técnico e sugeriu que o biodiesel B20 pode reduzir as emissões de CO 2
casa do Reino Unido em 1,5 milhão de toneladas por ano.

Uma lei aprovada em Massachusetts pelo governador Deval Patrick exige que todos os
aquecimentos domésticos a diesel nesse estado passem a ser abastecidos com biocombustíveis
de 2% até 01 de julho de 2010, e 5% de biocombustíveis até 2013.
3. Propriedades
Biodiesel tem propriedades lubrificantes melhores e muito mais alto número de cetano
que os atuais combustíveis diesel de mais baixo teor de enxofre. Além do biodiesel reduzir o
desgaste do sistema de combustível, e em níveis baixos em sistemas de alta pressão aumenta a
vida útil do equipamento de injeção de combustível que depende do combustível para a sua
lubrificação. Dependendo do motor, isso pode incluir a bombas de injeção de alta pressão,
bomba injetoras (também chamado injetores de unidade) e injetores de combustível.

Automóveis Mercedes a diesel são populares por serem dos mais antigos a rodar com
biodiesel. O poder calorífico do biodiesel é de cerca de 37,27 MJ/L. Esta é 9% inferior ao óleo
diesel derivado de petróleo classificado como Número 2. Variações na densidade de energia do
biodiesel são mais dependentes da matéria-prima utilizada no processo de produção. Ainda
sim estas variações são menores do que o petrodiesel. Foi alegado que biodiesel permite
melhor lubrificação e uma combustão mais completa, aumentando assim a produção de
energia do motor e atua compensando a maior densidade de energia de petrodiesel.

Figura 1 - Carro movido a biodiesel

Biodiesel é um líquido que varia de cor - entre dourado e castanho escuro - dependendo
da matéria-prima de produção. É imiscível com água, tem um alto ponto de ebulição e baixa
pressão de vapor. O ponto de inflamação de biodiesel (> 130 °C,> 266 °F) é significativamente
mais alto que o do diesel de petróleo (64 °C, 147 °F) ou gasolina (-45 °C, -52 °F). Biodiesel tem
uma densidade de ~0,88 g/cm³, menor do que a da água.

Biodiesel tem praticamente nenhum conteúdo de enxofre, e é frequentemente utilizado


como aditivo para óleo diesel com ultrabaixo teor de enxofre (Ultra-Low Sulfur Diesel, ULSD) de
combustível, porque confere a este, melhores características de lubricidade, sendo apontado
como uma excelente alternativa o uso dos ésteres em adição de na taxa de 5 a 8% buscando
reconstituir essa lubricidade. Também é essencialmente isendo de compostos aromáticos.
3.1.Compatibilidade de materiais
Plásticos: polietileno de alta densidade (high density polyethylene, HDPE) é compatível,
mas cloreto de polivinila (PVC) é lentamente degradado. Poliestirenos são dissolvidos em
contacto com o biodiesel, tanto que pesquisa-se a dissolução de resíduos de poliestireno como
forma de aumentar o rendimento energético do biodiesel.

Metais: o biodiesel tem um efeito sobre os materiais à base de cobre (por exemplo,
bronze), e também afeta zinco, estanho, chumbo e ferro fundido. Os aços inoxidáveis (316 e
304) e ligas de alumínio não são afetados.

Borracha: Biodiesel também afeta os tipos de borrachas naturais encontrados em alguns


componentes de motores mais antigos. Estudos também descobriram que elastômeros
fluorados (FKM) curados com peróxidos e óxidos de metais alcalinos pode ser degradado
quando perde biodiesel sua estabilidade causada pela oxidação. No entanto os testes com
FKM-GBL-S e FKM GF-S apontaram serem estes elastômeros mais resistentes para lidarem com
biodiesel em todas as condições.

3.2.Gelificação
Quando biodiesel é resfriado abaixo de um certo ponto, algumas moléculas agregam-se e
formam cristais. O combustível começa a apresentar-se muito turvo, a medida que os cristais
se tornam maiores do que um quarto do comprimento de onda da luz visível - este é o ponto
de névoa ou ponto de turbidez. A medida que o combustível continua sendo resfriado, esses
cristais se tornam ainda maiores. A menor temperatura na qual o combustível pode passar por
um filtro de 45 micron é o ponto de entupimento de filtro a frio (cold filter plugging point ,
CFPP). A medida que o biodiesel seja ainda mais resfriado pode se gelificar e por fim, solidificar.
Na Europa, existem diferenças nas exigências de CFPP entre os países. Isto reflete-se nas
normas nacionais diferentes desses países. A temperatura na qual biodiesel puro (B100)
começa a gelificar, varia significativamente e depende da mistura de ésteres e, portanto, do
óleo como matéria-prima usado para produzir o biodiesel. Por exemplo, o biodiesel produzido
a partir de baixo ácido erúcico de variedades de sementes de canola (RME) começa a gelificar a
aproximadamente -10 °C (14 °F). Biodiesel produzido a partir de sebo tende a gelificar a cerca
de 16 °C (61 °F). Há uma série de aditivos comercialmente disponíveis, que irão diminuir
significativamente o ponto de fluidez e o ponto de entupimento de filtro a frio de biodiesel
puro. Operação no inverno é também possível através de mistura de biodiesel com óleos
combustíveis, incluindo combustível diesel de baixa enxofre n° 2 e diesel nº 1/querosene.

Outra abordagem para facilitar o uso de biodiesel em condições de clima frio é por
empregar um segundo tanque de combustível para biodiesel, além do tanque de combustível
padrão para óleo diesel. O segundo tanque de combustível pode ser isolado e uma serpentina
de aquecimento usando o arrefecimento do motor que é realizado através do tanque. Os
tanques de combustível podem ser comutados quando o combustível está suficientemente
quente. Um método similar pode ser usado para operar os veículos a diesel utilizando
diretamente óleo vegetal.
3.3.Contaminação por água
Biodiesel pode conter pequenas mas problemáticas quantidades de água. Embora não seja
miscível com água, sendo hidrofóbico, é, como o etanol, higroscópico (absorve água da
umidade atmosférico). Uma das razões pelas quais o biodiesel pode absorver a água é a
persistência de mono e diglicerídeos que sobraram de uma reação incompleta na sua
produção. Estas moléculas podem agir como um emulsificante, permitindo que a água se
misture com o biodiesel. Além disso, pode haver água que é residual ao processamento ou
resultante de condensação no tanque de armazenamento. A presença de água é um problema
porque:

 Água reduz o calor de combustão do combustível como um todo. Isto significa mais
fumaça, partida mais difícil, menos potência.
 Água provoca corrosão dos componentes vitais do sistema de combustível: bombas de
combustível, bombas injetoras, linhas de combustível, etc.
 Água e micróbios causam falha nos elemento filtrantes de papel no sistema (por
apodrecimento), que por sua vez, resulta na falha prematura da bomba de combustível
devido à ingestão de partículas grandes.
 Água congela formando formar cristais de gelo perto de 0 °C (32 °F). Estes cristais
fornecem locais para nucleação e aceleraram a gelificação do combustível residual.
 A água acelera o crescimento de colônias de microorganismos, os quais podem entupir
um sistema de combustível. Usuários de biodiesel que têm tanques de combustível
aquecido, portanto, enfrentam problemas com micróbios o ano inteiro.
 Adicionalmente, a água pode causar corrosão nos pistões de um motor diesel.

Anteriormente, a quantidade de água contaminando o biodiesel era sido difícil de avaliar


por amostragem, uma vez que água e óleo separam-se. No entanto, é agora possível medir o
teor de água com de sensores de água em óleo. A determinação do teor de água em biodiesel
é realizada entre outros métodos possíveis principalmente por titulação Karl Fischer segundo a
norma EN ISO 12 937. A titulação Karl Fischer é predominantemente o método escolhido
quando vestígios de água livre, emulsionada ou dissolvida tem que ser determinados com
precisão em um tempo razoável. É baseada na reação estequiométrica de água com iodo e
dióxido de enxofre na presença de um álcool de cadeia curta e uma base orgânica (uma
amina). Entre os vários métodos para a determinação da água incluem-se: a perda por
secagem, a reação com hidreto de cálcio, espectroscopia de infravermelho por transformada
de Fourier (FTIR), espectroscopia Raman e de medidas dielétricas. O método centrígugo é o
descrito pela ASTM D 1796, de 1997, e presta-se também para a determinação de sedimentos.

A contaminação por água também é um potencial problema quando se utiliza


determinado produtos químicos catalisadores envolvidos no processo de produção, reduzindo
substancialmente a eficiência catalítica de catalisadores básicos (pH elevado) tais como
hidróxido de potássio. No entanto, a metodologia de produção super-crítica do metanol, em
que o processo de transesterificação de óleo e metanol como matéria-prima é efetuada sob a
alta temperatura e pressão, demonstrando ser pouco afetada pela presença de contaminação
da água durante a fase de produção.
4. Produção
4.1.Processo de fabricação
O biodiesel é comumente produzido pela transesterificação de óleo vegetal ou gordura
animal como matéria-prima. Existem vários métodos para realizar esta reação de
transesterificação, incluindo o processo em batelada comum, os processos supercríticos, o uso
de reatores compartimentados oscilatórios, os métodos de ultra-som, e até mesmo métodos
com microondas.

4.2.A reação de transesterificação


O biodiesel é comumente produzido por meio de uma reação química denominada
transesterificação. No caso específico para a reação abaixo, os triacilglicerois de origem animal,
reagem com o metanol, na presença de um catalisador, produzindo glicerol (subproduto) e o
éster metílico de ácido graxo (biodiesel, conhecido pelo acrônico em inglês FAME - fatty acid
methyl ester). A reação de transesterificação pode ser catalisada por ácido ou base.

4.3.Metanol versus etanol


4.3.1. O uso de etanol

Um mito foi criado quanto à utilização de etanol no processo de transesterição, dizendo


que seu uso como reagente não é adequado ao processo; neste ponto vale ressaltar que o
emprego do álcool etílico na produção de biodiesel depende do tipo de tecnologia utilizada;
para evitar reações de saponificação, deve-se utilizar o álcool anidro (grau de pureza maior que
99%).

4.3.2. Composição química

Quimicamente, o biodiesel transesterificado compreende uma mistura de ésteres mono-


alquila de ácidos graxos de cadeia longa. A forma mais comum utiliza metanol (convertido para
metóxido de sódio) para produzir biodiesel de ésteres metila (vulgarmente designado por éster
metila de ácido graxo, em inglês Fatty Acid Methyl Ester - FAME), como é o álcool mais barato
disponível, embora etanol possa ser usado para produzir ésteres etílicos (comumente referido
como éster etila de ácido graxo, Fatty Acid Ethyl Ester - FAEE), e álcoois superiores, como
isopropanol e butanol também tenham sido utilizados. Usar álcoois de alto peso molecular
melhora as propriedades fluidas a frio do éster resultante, à custa de uma reação de
transesterificação menos eficiente. Um processo de produção por transesterificação lipídica é
usado para converter o óleo básico para os ésteres desejados. Quaisquer ácidos graxos livres
(em inglês free fatty acids FFAs) no óleo básico ou são convertidos em sabão e retirados do
processo, ou eles são esterificados (rendendo mais biodiesel), utilizando um catalisador ácido.
Após essa transformação, ao contrário de óleo vegetal diretamente usado como combustível,o
biodiesel tem propriedades de combustão muito semelhantes às do óleo diesel de petróleo,
podendo substituí-lo nos usos mais correntes.

4.4.Separação dos ésteres do glicerol


Após a reação de transesterificação, os ésteres resultantes devem ser separados da
glicerol, dos reagentes em excesso e do catalisador da reação. Isto pode ser feito em 2 passos.
Primeiro, separa-se a glicerol via decantação ou centrifugação. Seguidamente eliminam-se os
sabões, restos de catalisador e de metanol/etanol por um processo de lavagem com água e
borbulhação ou utilização de silicato de magnésio, requerendo este último uma filtragem, ou
por destilação, que dispensa o uso de produtos químicos para promover a purificação.

4.5.O glicerol como subproduto


Um subproduto do processo de transesterificação é a produção de glicerol (glicerina). Para
cada 1 tonelada de biodiesel que é fabricado, 100 kg de glicerol são produzidos. Originalmente,
havia um mercado valioso para a glicerol, que ajudou a economia do processo como um todo.
No entanto, com o aumento da produção global de biodiesel, o preço de mercado para o
glicerol bruto (contendo 20% de água e de resíduos de catalisador), caiu. Pesquisas estão
sendo conduzida em nível global para usar esse glicerol como um componente químico. Uma
iniciativa no Reino Unido é o The Glycerol Challenge ("o desafio do glicerol").

Normalmente, este glicerol bruto tem sido purificado, tipicamente através de destilação a
vácuo. Isto é bastante intensivo energeticamente. O glicerol refinado (acima de 98% de pureza)
pode então ser utilizado diretamente, ou convertido em outros produtos. Os seguintes
anúncios foram feitos em 2007: uma joint venture da Ashland Inc. e Cargill anunciou planos
para fazer propilenoglicol na Europa a partir de glicerol e a Dow Chemical anunciou planos
semelhantes para a América do Norte. A Dow também planeja construir uma fábrica na China
pera produzir epicloridrina de glicerol. Epicloridrina é uma matéria-prima para resinas epóxi.

4.6.Níveis de produção
Em 2007, a capacidade de produção de biodiesel cresceu rapidamente, com uma taxa de
crescimento média anual no período 2002-06 de mais de 40%. Para o ano de 2006, o último
em que os números reais de produção podem ser obtidos, a produção de biodiesel total
mundial foi de cerca de 5-6 milhões de toneladas, com 4,9 milhões de toneladas processados
na Europa (dos quais 2,7 milhões de toneladas foi da Alemanha) e a maioria do resto da E.U.A..
Em julho de 2009, o dever foi adicionado ao biodiesel importado americano na União Europeia,
a fim de equilibrar a concorrência de países europeus, especialmente os alemães. Em 2007, a
produção só na Europa subiu para 5,7 milhões de toneladas. A capacidade para 2008 na Europa
somou 16 milhões de toneladas. Isto é comparável com uma demanda total de diesel na
Europa e os E.U. de cerca de 490 milhões de toneladas (147 mil milhões de galões). A produção
mundial de óleo vegetal para todos os efeitos, em 2005/06 foi de cerca de 110 milhões de
toneladas, com cerca de 34 milhões de toneladas tando de óleo de palma como de óleo de
soja.
4.7.Influência da química dos ácidos graxos nas características do
combustível
Os ácidos graxos diferem entre si a partir de três características:

1. o tamanho de sua cadeia hidrocarbônica;


2. o número de insaturações;
3. presença de grupamentos químicos.

Quanto maior a cadeia hidrocarbônica da molécula, maior o número de cetano e a


lubricidade do combustível. Porém, maior o ponto de névoa e o ponto de entupimento. Assim,
moléculas exageradamente grandes (ésteres alquílicos do ácido erúcico, araquidônico ou
eicosanóico) devido ao processo de pre-aquecimento tornam o combustível de uso difícil em
regiões com temperaturas baixas.

Quanto às insaturações, quanto menor o número de insaturações (duplas ligações) nas


moléculas, maior o número de cetano do combustível, ocasionando uma melhor "qualidade à
combustão". Por outro lado, um aumento no número de cetano ocasiona também um
aumento no ponto de névoa e de entupimento (maior sensibilidade aos climas frios). Por outro
lado, um elevado número de insaturações torna as moléculas menos estáveis quimicamente.
Isso pode provocar inconvenientes devido a oxidações, degradações e polimerizações do
combustível (ocasionando um menor número de cetano ou formação de resíduos sólidos), se
inadequadamente armazenado ou transportado.

Desta forma, tanto os ésteres alquílicos de ácidos graxos saturados (láurico, palmítico,
esteárico) como os de poli-insaturados (linoléico, linolênico) possuem alguns inconvenientes.
De uma forma geral, um biodiesel com predominância de ácidos graxos combinados mono-
insaturados (oléico, ricinoléico) são os que apresentam os melhores resultados.

4.8. Matérias primas para biodiesel


Uma variedade de óleos podem ser usados para produzir biodiesel. Estes incluem:

 Óleo como matéria-prima virgem; óleo de soja e colza são os mais comumente usados,
o óleo de soja sozinho é responsável por cerca de noventa por cento de todos os
estoques de combustível os E.U.A. Também pode ser obtido a partir de carraspique ou
agrião-do-campo e jatropha e outras culturas tais como mostarda, linho, girassol, óleo
de palma, coco, cânhamo ;
 Óleo vegetal residual
 Gorduras animais incluindo sebo, banha de porco, graxa amarela, gordura de frango, e
os subprodutos da produção de ácidos graxos ômega-3 a partir de óleo de peixe.
 Algas, que podem ser cultivadas utilizando-se resíduos, tais como esgotos e sem
substituição de terras atualmente utilizadas para a produção de alimentos.
 Óleo de plantas halófitas tal como a Salicornia bigelovii, que podem ser cultivadas
usando água salgada nas zonas costeiras onde as culturas convencionais não pode ser
cultivadas, com rendimento igual ao rendimento de grãos de soja e outras oleaginosas
cultivadas com irrigação de água doce.
As gorduras animais são um subproduto da produção de carne. Apesar de não ser eficiente
para a criação de animais (ou captura de peixes) apenas pela sua gordura, como subproduto
agrega valor à indústria de produção animal (suínos, bovinos, aves). No entanto, produzir
biodiesel com gordura animal que teria sido descartada poderia substituir uma pequena
percentagem de uso de diesel de petróleo. Hoje, instalações multi-matéria-prima de biodiesel
estão produzindo biodiesel de alta qualidade incluindo gordura animal com capacidade de até
105 milhões de galões por ano (aproximadamente 397 milhões de litros pr ano). Atualmente,
uma usina de 5 milhões de dólares está sendo construída nos E.U.A., com a intenção de
produzir 11,4 milhões de litros (3.000.000 litros) de biodiesel a partir de alguns dos 1 bilhão de
quilogramas estimados (2,2 bilhões de libras) de gordura de galinha produzidos anualmente na
unidade local de produção aves de Tyson. Da mesma forma, algumas fábricas de biodiesel em
pequena escala usam óleo de peixe residuais como matéria-prima. Um projeto financiado pela
UE (ENERFISH) sugere que, em uma planta vietnamita para produzir biodiesel a partir de
bagres (basa, também conhecido como pangasius), com uma produção de 13 toneladas/dia de
biodiesel que pode ser produzido a partir de 81 toneladas de resíduos de peixe (por sua vez,
resultantes de 130 toneladas de peixe). Este projeto utiliza o biodiesel para abastecer uma
unidade de cogeração (geração combinada de calor e força, em inglêscombined heat and
power, CHP) na planta de processamento de pescado, principalmente para a alimentação da
planta de peixe congelado.

4.9.Quantidade de matérias primas requeridas


A produção mundial atual de óleo vegetal e gordura animal não é suficiente para substituir
o uso de combustíveis fósseis líquidos. Além disso, existem fatores limitantes para a vasta
quantidade de plantio e as consequentes fertilização, uso de pesticida, e conversão de uso da
terra que seriam necessários para produzir o óleo vegetal adicional. O combustível diesel
estimado para transporte e óleo para aquecimento doméstico utilizado nos Estados Unidos é
de cerca de 160 milhões de toneladas (350 bilhões de libras) de acordo com o Energy
Information Administration (Administração de Informação em Energia) do Departamento de
Energia dos EUA (DOE). Nos Estados Unidos, a produção estimada de óleo vegetal para todos
os usos é de cerca de 11 milhões de toneladas (24 bilhões de libras) e a produção estimada de
gordura animal é de 5,3 milhões de toneladas (12 bilhões de libras).

Se a área de terra arável de todos os E.U.A. (470 milhões de hectares, ou 1,9 milhão de
quilômetros quadrados) fosse dedicada à produção de biodiesel de soja, este proveria apenas
as 160 milhões de toneladas necessários (assumindo uma visão otimista de 98 galões
estadunidenses/acre de biodiesel). Esta área de terra, em princípio, poderia ser reduzida
significativamente com algas, se os obstáculos puderem ser superados. O DOE estima que se o
combustível de algas substituisse todo o combustível de petróleo nos Estados Unidos, seriam
necessário 15 mil milhas quadradas (38.849 quilômetros quadrados), que é alguns milhares de
quilômetros quadrados maior do que o estado de Maryland, ou 1,3 Bélgicas, supondo-se um
rendimento de 140 toneladas/hectare (15 mil galões estadunidenses/acre). Tendo em conta
um rendimento mais realista de 36 toneladas/hectare (3.834 galões estadunidenses/acre) a
área necessária é de cerca de 152 mil km quadrados, ou aproximadamente igual à do estado da
Geórgia ou a Inglaterra e País de Gales somados. As vantagens das algas é que podem ser
cultivadas em terras não aráveis, como desertos ou em ambientes marinhos, e os rendimentos
em potencial equivalente ao petróleo são muito superiores aos das plantas.

4.10. Fontes alternativas de óleos e gorduras


O biodiesel pode ser produzido a partir de qualquer fonte de ácidos graxos, porém nem
todas as fontes de ácidos graxos viabilizam atualmente o processo a nível industrial. Os
resíduos graxos também aparecem como matéria-prima para a produção do biodiesel. Nesse
sentido, podem ser citados os óleos de frituras, as borras de refinação, a matéria graxa dos
esgotos, óleos ou gorduras vegetais ou animais fora de especificação, ácidos graxos, etc. Algas
também são uma possível fonte alternativa de óleos.

4.11. Rendimento
Eficiência de produção de matérias-primas por unidade de área afeta a viabilidade de
ultrapassagem na produção dos enormes níveis industriais necessários para abastecer uma
percentagem significativa de veículos.

Some typical yields

Colheita Rendimento

L/ha gal EUA/acre

Algas ~3,000 ~300, 1500-3000

sebo chinês 907 97

Ó leo de palma 4752 508

Coco 2151 230

Colza 954 102

Soja (Indiana) 554-922 59.2-98.6

Amendoim 842 90

Girassol 767 82

Câ nhamo 242 26

O rendimento de combustível de algas não foram ainda determinados com exatidão, mas
DOE tem relatado como sendo a produção de algas 30 vezes mais rentável em energia por
hectare do que as culturas da terra como a soja. Rendimentos de 36 toneladas/hectare são
considerados práticas por Ami Ben-Amotz, do Instituto de Oceanografia de Haifa, que possui
agricultura de algas em escala comercial há mais de 20 anos.

As plantas do gênero jatropha (que inclui a mamona, Ricinus communis e o pinhão-manso,


Jatropha curcas) tem sido citadas como uma fonte de alto rendimento de biodiesel, mas os
rendimentos são altamente dependentes das condições climáticas e de solos. As estimativas no
final colocam o baixo rendimento em cerca de 200 gal EUA/acre (1,5-2 toneladas por hectare)
por safra, que tem sido alcançados em climas mais favoráveis de duas ou mais colheitas por
ano. São cultivadas nas Filipinas, em Mali e na Índia, são resistentes à seca, e pode dividir
espaço com outras culturas comerciais, tais como café, açúcar, frutas e legumes. São
adequadas para as terras semi-áridas e podem contribuir para desacelerar a desertificação, de
acordo com seus defensores.

5. Argumentos de eficiência e economia

Segundo um estudo realizado pelos Drs. Van Dyne e Raymer para o Tennessee Valley
Authority, uma fazenda média nos E.U.A. consome combustível a uma taxa de 82 litros por
hectare (8,75 gal EUA/hectare) de terra para produzir uma cultura. Todavia, as culturas médias
de produção de óleo de colza, a uma taxa média de 1.029 L/ha (110 gal EUA/acre), e os campos
de colza com elevado rendimento produzem cerca de 1.356 L/ha (145 gal EUA/acre). A razão
entre entrada e saída nesses casos é de aproximadamente 1:12,5 e 1:16,5. A fotossíntese é
conhecida por ter um taxa de eficiência de cerca de 3-6% da radiação solar total e se toda a
massa de uma cultura é utilizada para produção de energia, a eficiência global da cadeia é
actualmente cerca de 1%. Embora isso possa ser comparado desfavoravelmente a células
solares combinadas com um trem de acionamento elétrico, o biodiesel é menos oneroso para
implantar (células solares custam aproximadamente US$ 1.000 por metro quadrado) e
transportes (veículos elétricos requerem baterias que atualmente têm um muito menor
densidade de energia que combustíveis líquidos).

Figura 2 - Béquer contendo biodiesel puro (B100) produzido a partir de óleo de soja

No entanto, estas estatísticas por si só não são suficientes para demonstrar se essa
alteração faz sentido econômico. Outros fatores devem ser levados em consideração, tais
como: o equivalente de combustível da energia necessária para o processamento, a produção
de combustível a partir de óleo cru, o retorno para o cultivo de alimentos, se o biodiesel terá
efeito sobre os preços dos alimentos e do custo relativo do biodiesel versus petrodiesel.
O debate sobre o balanço energético de biodiesel está em curso. A transição total para os
biocombustíveis poderá exigir intervalos imensos de terra, se as culturas alimentares
tradicionais são utilizadas (embora culturas não alimentares possam ser utilizadas). O
problema seria especialmente grave para os países com grandes economias, dadas as escalas
de consumo de energia com a produção econômica.

Se forem usadas somente plantas alimentares tradicionais, a maioria das nações não têm
terras agrícolas suficientes para produzir biocombustíveis para os seus veículos. Nações com
economias menores (consumo de energia, portanto, menor) e mais terra arável podem estar
em situação melhor, apesar de muitas regiões não poderem se dar ao luxo de desviar a terra da
produção de alimentos.

Para países do dito "Terceiro Mundo", ou mais adequadamente, países subdesenvolvidos,


as fontes de biodiesel que usam terras marginais poderiam fazer mais sentido; por exemplo,
óleo honge, de amêndoas de Millettia pinnata crescidas ao longo das estradas ou jatropha
crescido ao longo das linhas ferroviárias.

Nas regiões tropicais, como a Malásia e a Indonésia, óleo de palma está obtido a partir do
plantio de palmeiras (Arecaceae) em um ritmo rápido para suprir a crescente demanda de
biodiesel na Europa e outros mercados. Estimou-se na Alemanha que o biodiesel de óleo de
palma tem menos de um terço dos custos de produção de biodiesel de colza. Deve-se ter em
conta sempre que a fonte direta do conteúdo energético do biodiesel é a energia solar captada
pelas plantas durante a fotossíntese, e isto conduz a um possível balanço energético positivo
de biodiesel.

Quando a palha é deixada no campo, a produção de biodiesel foi fortemente positiva em


energia, gerando biodiesel 1 GJ para cada 0,561 GJ de entrada de energia (uma razão
rendimento/custo de 1,78).

Quando a palha foi queimada como combustível e oleaginosas foram utilizadas como
fertilizante, o rendimento/custo para a produção de biodiesel foi ainda melhor (3,71). Em
outras palavras, para cada unidade de energia utilizada para produzir biodiesel, a produção foi
de 3,71 unidades (diferença de 2,71 unidades seria de energia solar).
6. Referencias Bibliográficas
 Rahde, Sérgio Barbosa, “Motores De Combustão Interna”, puc - dept. Engenharia
mecânica.

 SOLOMONS, T. W. Graham; FRYHLE, Craig B. Química Orgânica, V. 1 . 8ª ed. Rio de Janeiro,


LTC, 2005. Tradução de Robson Mendes Matos. Páginas 117 – 119.

 Junior, Durval Piza De Oliveira, “Motores De Combustão Interna“, Piracicaba, fevereiro de


1997.

 Apostila, Laboratório De Química Geral- Prof. Mestre Djalma de Mello e Profa.Dra. Márcia
Guekezian.
 Biodiesel, disponível em: < http://pt.wikipedia.org/wiki/Biodiesel>, acessado em 27 de
outubro de 2010.
 Artigo Motor A Biodiesel, disponível em: < http://www.biodieselbr.com/biodiesel/motor-
diesel/motor-diesel.htm> acessado em 27 de outubro de 2010

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