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Existem alguns mandamentos, que com certeza, devem ser seguidos pelo “contador de
histórias”
1º - SER UM BOM ESCUTADOR DE HISTÓRIAS
Era uma vez um faminto. Passando um dia diante de uma morada, singularmente
grande, ele se dirigiu às pessoas que se aglomeravam nos degraus das escadarias,
perguntando a quem pertencia aquele palácio. A um rei dos povos, o mais poderoso do
Universo, responderam.
O faminto foi então até os guardiões postados no pórtico de entrada, pedindo uma
esmola em nome de Deus. Donde vens tu, perguntaram os guardiões: - Então não sabes que
basta se apresentares ao nosso amo e Senhor para teres tudo quanto desejas?
OBS: palavras chaves na contação de histórias dão ênfase à “falação”.
Dinâmica nº 05 – Construção Coletiva ( A escultura)
Atividade: em pessoa é convidada a fazer uma estátua. Logo após, uma outra vai completar
aquela estátua e vai fazendo isto até a metade do grupo ficar com esta estátua (sempre
preenchendo os espaços vazios). A outra metade é convidada a interferir nesta escultura.
Pode-se fazer alterações/ interferências na montagem. Usam máquinas fotográficas para
registrar a construção. É como se fosse uma visitação turística e uma “exposição”. Em
seguida as funções são invertidas. A turma de fora vai montar a estátua e os demais, ou seja,
a outra metade vai fazer tudo o que a primeira metade fez. E assim por diante. Ao final,
todos sopram e dão vida à escultura.
Fazer avaliação, tentando clarear os objetivos e a sua aplicação.
Dinâmica nº 06 – Rolo de massa (em duplas)
Atividade: um vai massagear o outro com o rolo de pastel. O companheiro deve ser
considerado como se fosse a massa de pelota de argila. Depois de bem amassada, dar forma
a essa massa. Soprar para também dar vida à escultura.
OBS: a dinâmica faz parte da outra. Lembrar sempre que o toque no companheiro é de uma
grande importância.
6º - TER BAGAGEM (ACÚMULO) – (Estrada rodada)
Dinâmica nº 16: “História Cumulativa”
1º exemplo:
Na minha casa tem um pintinho (bis)
O pintinho piu, o pintinho piu, o pintinho piu,
O pintinho piu, o pintinho piu, o pintinho piu.
Joãozinho e Maria (história contada e adaptada pela Profª Ondina Barroca Werneck)
De pão-de-ló a casinha
De chocolate a janelinha
Telhado de marmelada
De rapadura era assoalhada.
É o que todos dizem, a começar pelas leis. Entre o dizer e o fazer está o professor,
com sua turma.
A primeira coisa a lembrar, em termos práticos de leitura, é que ela é um ato
individual, voluntário e interior, pertencente a cada um dos alunos. Isto não significa,
entretanto, que a turma não deva funcionar organizada e coletivamente, para que os alunos
aprendam a ler e percorram os diferentes estágios de desenvolvimento de leitura até se
tornarem leitores críticos. Nem significa tampouco, que o adulto seja o único responsável
por todo esse processo. Bem, o professor, apenas a partir de um determinado momento, o
da entrada da criança na escola, desempenha o papel mais importante – o de ensiná-la a ler
e a gostar de ler.
Os escritores de livros infantis costumam dizer em suas entrevistas e em seus
trabalhos que não escrevem visando a um público predeterminado. Eles simplesmente
escrevem: colocam na folha de papel seus sonhos, seus sentimentos, suas experiências, sues
pensamentos. Na hora de escrever, não sabem se o seu futuro leitor tem 8 ou 80 anos.
Mas é claro que escrever para crianças exige algo mais: o vocabulário tem que ser
adequado a quem está começando a ler e o tema precisa ser de interesse para o jovem leitor.
Além do mais, na produção de um bom livro infantil é preciso levar em conta a importância
da ilustração, o bom uso das cores e das figuras em preto e branco. A beleza da capa, o
tamanho do livro e das letras, escolhidos de maneira a facilitar a leitura e assim por diante.
O bom livro infantil é lido com prazer pelo adulto, especialmente aqueles pais e professores
que costumam contar histórias, que também ficam curiosos para saber como elas vão
acabar e se emocionam com o jeito bonito do escritor escrever.
Qualquer livro bem escrito acrescenta alguma coisa ao leitor. E o bom professor gosta
de continuar aprendendo pela vida afora. Além do mais, só quem gosta de ler consegue
transmitir bem o gosto pela leitura.
Quando tudo vai bem, isto é, quando a idade cronológica da criança ou jovem
corresponde à escolaridade e ao estágio de desenvolvimento da leitura, torna-se mais fácil
planejar e desenvolver um programa de leitura equilibrado, integrando os textos de livros
didáticos com exercícios de interpretação, expressão e gramática; orientando a utilização,
no devido tempo, de dicionários, Atlas e outros materiais de referências e oferecendo uma
certa variedade de livros de literatura (contos, fábulas, novelas, poesia, teatro) e de
informação de acordo com os variados interesses dos leitores e os assuntos e atividades
desenvolvidas no currículo.
Sabemos, entretanto, que o equilíbrio de um programa de leitura depende muito mais
do bom senso e da habilidade do professor (e dos recursos materiais, é claro) que de uma
hipotética e inexistente classe homogênea.
UM PROGRAMA DE LEITURA, SUGESTÕES
O professor pode observar e registrar os comportamentos em relação aos livros, à
medida que estes forem apresentados e usados pelos alunos, lembrando-se de que é preciso
expô-los à atenção da leitura em situações de prazer.
Ele pode observar e registrar os níveis de leitura existentes entre os diferentes alunos
da turma por meio de comentários sobre livros lidos (e que conheça bem). As perguntas,
bem orientadas, e a leitura em voz alta são meio eficientes para essa avaliação.
Aos poucos, ele vai descobrindo interesses e preferências em seus alunos. Vai
conhecendo e cultivando os livros cuja leitura poderá propor. Nunca deve levar para a sala
um livro de que não goste muito, pensando “pra eles serve” ou o melancólico “é bom pra
criança”...
Uma outra questão importante é que seu trabalho seja planejado de acordo com as
reais possibilidades da escola. Existe uma biblioteca escolar? Existe condição de formar
coleções para usar na sala de aula? Há uma biblioteca pública por perto?
APRESENTAÇÃO DOS LIVROS À TURMA
Um dos segmentos mais importantes (se não o principal) num programa de leitura é o
de livros de ficção (contos, novelas) e de não-ficção. Concentremo-nos neles e nas formas
de apresentá-los aos alunos, significativamente.
Se a turma é de crianças de menos de seis anos, a apresentação, no cantinho dos
livros, pode ser uma festa. O professor pode ler uma boa história, que tenha ação, texto fácil
de ler em voz alta e bonitas ilustrações coloridas. Pode fazer uma dramatização, deixar as
crianças pegarem nos livros e contarem histórias umas às outras. Pode escrever uma dessas
histórias das crianças em folhas grandes de papel, usar os desenhos delas como ilustrações,
fazer junto com elas um livro para a biblioteca.
Se a turma já está em processo de alfabetização (os casos geralmente na faixa etária
entre 6 e 8 anos), as crianças podem “ler” um pouco aquilo que quiserem, sem correções
nem censuras. (Com isso é possível começar a fazer um diagnóstico do estágio de leitura
em que elas se encontram, sem precisar recorrer a testes, que tomam muito tempo e fazem
as crianças se sentirem desconfortáveis). O professor pode fazê-las perceber que vão, por si
mesmas, aprender a ler e treinar as habilidades de leitura, para poderem, gradualmente, ler
sozinhas.
É bom estabelecer com as crianças algumas rotinas para seguir: hora de cada uma
escolher um livro e levar para casa emprestado; hora de o professor ler histórias em voz
alta; hora de uma ou mais delas contarem às outras a sua história, ou a história que ouviram
ou leram num livro; e hora de todos usarem os mesmos livros ou livros diferentes sobre o
mesmo assunto.
Se a turma é de crianças mais velhas, mas ainda em fase de alfabetização, é preciso
muito cuidado na escolha dos livros. Os seus interesses, ainda que as habilidades de leitura
não lhes permitam percorrer textos mais difíceis, não são os mesmos que os das menores,
que se divertem com gatinhos e patinhos. Neste caso, muitas vezes, os livros informativos
podem constituir uma boa atração.
Se na turma os alunos já lêem e estão em estágios mais avançados de leitura, é
importante que a oferta de livros seja variada, quer eles estejam na sala de aula, quer num
depósito ou biblioteca central da escola.
Uma base para a constituição do acervo de uma boa biblioteca escolar, na área de
livros infantis e juvenis (ficção e não-ficção) é: um título por aluno, de acordo com o nível
de leitura, a idade e a escolaridade, para leitura individual, mais uma coleção de cerca de 30
exemplares por título e por turma, para leitura coletiva.
A LEITURA EM VOZ ALTA
A leitura de histórias em voz alta é uma das atividades de maior sucesso em escolas
onde existe, conscientizado entre professores, pais e alunos, um programa de leitura.
As crianças, além de devotarem uma enorme atenção à história (e o professor sabe o
quanto isso significa em termos de audição reflexiva, estímulo à imaginação e organização
do pensamento!), sentem-se estimuladas a ler os livros por si mesmas, ou a buscar outros
sobre o mesmo assunto.
1. Escolha sempre histórias (ou capítulos de novelas) de que você goste. Uma
voz “sem gosto” logo vai desanimar o respeitável público...
6. Procure captar o grau de interesse das crianças e para quando notar que elas
estão cansadas.
O LEITOR
Daí que quando se vai ler uma história – seja qual for – para a criança, não se pode
fazer isso de qualquer jeito, pegando o primeiro volume que se vê na estante... E aí, no
decorrer da leitura, demonstrar que não está familiarizado com uma ou outra palavra (ou
com várias), empacar ao pronunciar o nome dum determinado personagem ou lugar,
mostrar que não percebeu o jeito como o autor construiu suas frases e ir dando as pausas
nos lugares errados, fragmentando um parágrafo porque perdeu o fôlego ou fazendo ponto
final quando aquela idéia continuava, deslizante, na página ao lado...
Pior ainda, ficar escandalizado com uma determinada fala, ao gaguejar ruborizado
porque não esperava encontrar um palavrão, uma palavra desconhecida, uma gíria nova,
uma expressão que o adulto-leitor não usa normalmente... Aí não há como segurar a
sensação de ridículo e mal-estar, e tudo degringola...
Mas claro que não é apenas no terreno da leitura das palavras que a dificuldade
pode surgir... E o conteúdo da história, as relações entre os personagens, as mentiras que
ela pode colocar, os preconceitos que pode passar, a fragilidade duma narrativa onde não
acontece absolutamente nada??? Como enfrentar a própria decepção ou cara de lástima???
Por isso, ler o livro antes, bem lido, sentir como nos pega, nos emociona ou nos irrita...
Assim, quando chegar o momento de narrar a história, que se passe a emoção verdadeira,
aquela que vem lá de dentro, do fundinho, e que, por isso, chega no ouvinte...
A ensaísta cubana Alga Mariña Elizagaray diz uma coisa clara e importante: “O
narrador tem que transmitir confiança, motivar a atenção e despertar admiração. Tem que
conduzir a situação como se fosse um virtuose que sabe seu texto, que o tem
memorizado, que pode permitir-se o luxo de fazer variações sobre o tema”.
Claro que se pode contar qualquer história à criança: comprida, curta, de muito
antigamente ou dos dias de hoje, contos de fada, de fantasmas, realistas, lendas, histórias
em formas de poesia ou prosa... Qualquer uma, desde que ela seja bem conhecida do
contador, escolhida porque a ache particularmente bela ou boa, porque tenha uma boa
trama, porque seja divertida ou inesperada ou porque dê margem para alguma discussão
que pretende que aconteça, ou porque acalme uma aflição... O critério de seleção é do
narrador... e o que pode suceder depois depende do quanto ele conhece suas crianças, o
momento que estão vivendo, os referenciais de que necessitam e do quanto saiba aproveitar
o texto (enquanto texto e enquanto pretexto...)
Sugestões de atividades que põem ser desenvolvidas com as crianças em sala de aula:
Leve muitos textos para os alunos lerem e observe com eles os recursos da língua
utilizados em cada texto
Muitos textos de humor e de poesia são construídos a partir de jogos de linguagem.
Trava-línguas, trocadilhos, adivinhações e provérbios são textos que se constroem usando a
linguagem de uma forma diferente daquela que usamos no dia-a-dia. Faça seus alunos
perceberem esses usos especiais da linguagem, sobretudo a sonoridade das rimas e do ritmo
em textos como os abaixo:
O que é o que é:
Caixinha, caixinha
de bom parecer
não há carpinteiro
que a saiba fazer?
Resposta: noz, amendoim, castanha.
Desafie a turma a descobrir por que é difícil repetir sem errar a pronúncia: “Uma
aranha entrou na jarra, nem a jarra arranha a aranha, nem a aranha arranha a jarra”.
Resposta: repetição de sons parecidos, mas não identificados muito próximos uns
dos outros.
Desafie a turma a descobrir por que é fácil decorar provérbios como: “Água mole
em pedra dura tanto bate até que fura”.
Resposta: ritmo e rima favorecem a memorização.
HISTÓRIAS
“ – Fiel espelho meu, diga-me depressa e agora, se há no mundo mais bela do que eu?!
- Sim, há! Porque Branca de Neve ainda não morreu. (Excerto da história de Branca de
Neve)