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DESCODIFICANDO O PARENTESCO ‘Luis Batathat Resume: Ao coms do qu pensavam os evolsionia do culo XIX, as eminoogas de paenteso no so 0 faa do gai ivenivo dos “nav Els representa anes formas lgicamente adapts 8s necesiades 4a sua oxpnizagio social. De uma forma geal a organizgto ea estturasociistendem a responder adaputivarere aos desis que 3 vida bomara nos diferente ecsistenasenfen. No séelo XIX Lewis I ‘Morgunieiicou men-dizia de pds bios de eriacogias de press. Embora je ata que nem todos os sistemas eneaizam nesses aires, eles cominaam 2 Sr ensinados os cargs de anopaog trl a servi de gel imerpreatva pra qualquer sistema de parenteico qu se enconte De ada eminaogie ‘finds por Morgan, x crow e omaha coninuam a sett que mis deafiam aunque exlcago post ‘Actalment edo do preatsco perde inprtncia ma anopoloiadevid fata deo anropsogs cade ‘er esudres mis fendmens de euro socal que eit pa além do pareneeco, especialmente nat ‘motes scidndes erbaras Patarascha eaesco; Fiala sie Origens da ‘ciéncia’ do parentesco O estudo ‘centfico” do parentesco no tem mais do que um século. Os primeiros antropslogos que estudaram o parentesco fizeram-no prestando sobretudo atengio aos termas usados pelos proprios ‘nativos’. Os termos de parentesco eram olhados como uma espécie de sobrevivéncia dos “tempos primitives’, em que as pessoas suposta- ‘mente viviam numa completa ou ques, ‘promiscuidade social’. Tanto ‘easamento de grupo” como ‘promiscuidade’ eram expresses usadas frequentemente pelos antcop6- logos do século XIX para definir a organizagio social ‘primitiva’. E claro que este tipo 4e preconceits fundados numa visio etnocéntrica do mundo retiram qualquer valor sociol6gico as suas teorias. A maior parte dos antropélogos do século XIX acredita- ‘vam que as formas de parentesco eram determinadas por instintos ¢ propensdesinatas Tita Super de Citas Soci Plties, Run G, bo aver do A da Aju, 1349.05 Liston Eau: atlas pt 98 as Baath Os evolucionistas defendiam que os sistemas de parentesco eram determinados pelas rmesmas leis biolégicas que governam a hereditariedade. ‘Um dos primeiros antropélogos a dedicar-se seriamente ao estudo dos sistemas de parentesco foi Lewis Henry Morgan (1818-1881). Em 1870 publicou Systems of Consanguinity and Afinity of the Human Family, no qual dividiu os sistemas de parentesco em dos tipos: 0s descritivos, que separam os ascendentes e descendentes do ego! dos seus parentes coatersis (ie. primos(as), toss), e 0s classfiatdris, que fundem na mesma categoria, de diversas maneira, tanto 0s ascendentes e descenden- tes do ego como os seus colateras. Segundo Morgan, exemplos de sistemas descritvos encontravam-se nos povos falanes das linguasarianas, semiticas e urdlcas, enquanto 0s classficatrios eram caracteristicos dos {ndios norte-americanos, dos povos da polinésia e de alguns povos asiticos (Eggan 1972). Para Morgan as terminologias de parentesco constitu‘am sobretudo sistemas de Tinguagem e nio sistemas de categoria capazes de taduzir 0 sistema de relagées socitis dos individuos e grupos. Por volta de 1858 Morgan percebeu que os indios ‘ojibwa possufam uma terminologia de parentesco semelhante 4 dos iroqueses, embora rio falassem a mesma lingua. Isso f-lo pensar que as terminologias de parentesco ‘ram mais estaveis do que a lingua. Assim, a partir da semelhanga entre as termino- logias de parentesco dos diversos grupos de indios, Morgan tentou demonstrar que todos os {ndios norte-americanos descendiam de um ramo comum com origem asitia, E pensou t#-lo demonswrado quando descobriu que os tamis da {ndia tinham uma terminologia semelhante & da maior parte dos indios norte-americanos. Em Ancient Society (1877), a hipétese evolucionista defendida por Morgan é em parte sustentada pela ideia de que na origem da sociedade humana apenas exisiria um Pequeno nimero de formas de parentesco a partir das quais surgiu toda a diversidade posterior. Contudo, o forte critiismo a que 0 seu trabalho foi sujeto diminuiu em grande parte a importincia dos seus estudos sobre 0 parentesco. William H. R. Rivers foi outro dos nomes que no virar do século XIX para 0 XX

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