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Números

e funções

O experimento

Experimento
Dinamômetro com elástico
Objetivos da unidade
1. Verificar se um elástico comum obedece à lei de Hooke;
2. Construir gráficos através de dados obtidos experimentalmente;
3. Determinar a lei que fornece a variação do comprimento de
um elástico em função do número de bolinhas de gude que ele
suporta;
4. Conhecer uma aplicação da função afim.

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Educação a Distância Ciência e Tecnologia da Educação
O experimento
Dinamômetro Sinopse

com elástico Neste experimento, seus alunos inicialmente construirão uma espécie
de dinamômetro usando um elástico ao invés de uma mola. Feito isso,
eles medirão a variação do comprimento que o elástico sofre em função
do número de bolinhas de gude que ele está suportando. Por fim,
através da construção de um gráfico com os dados obtidos, que será
aproximadamente linear a partir de um certo número de bolinhas, seus
alunos poderão verificar se a Lei de Hooke foi obedecida pelo elástico
e encontrar uma função que descreve seu comportamento com relação
ao número de bolinhas de gude suportado.

Conteúdo
Função Afim: Coeficientes, Equação, Gráfico e Aplicação.

Objetivos
1. Verificar se um elástico comum obedece à lei de Hooke;
2. Construir gráficos através de dados obtidos experimentalmente;
3. Determinar a lei que fornece a variação do comprimento de um elástico
em função do número de bolinhas de gude que ele suporta;
4. Conhecer uma aplicação da função afim.

Duração
Uma aula dupla.
Introdução
Muitos de seus alunos já devem ter ouvido Se a Lei de Hooke fosse válida nesse
falar sobre a Lei de Hooke em Física. Essa lei caso, a deformação deveria ser proporcional
nos permite calcular a deformação que uma ao peso suportado e, consequentemente,
mola sofre ao se aplicar uma determinada ao número de bolinhas de gude. Portanto,
força sobre ela, podendo ser equacionada F = k · ∆L Fo gráfico
k ∆Lde n × ∆L deveria
n ser linear,
da seguinte maneira: F = k · ∆L F k sendo
∆L n × o número
∆L n de bolinhas de gude
suportadas pelo elástico. No entanto,
F = k · ∆L, F k ∆L n × ∆L n veremos que isso não acontece para um
número pequeno de bolinhas suportadas e,
onde F =é akforça
· ∆L aplicada
F k ∆L sobreno×corpo
∆L n assim, poderemos concluir que o elástico
elástico,
F = k ·é∆Luma Fconstante
k ∆L característica
n × ∆L n não obedece exatamente à Lei de Hooke.
da mola que traduz sua rigidez
F = ke· ∆L é F k ∆L n × ∆L n A partir
F=k de· ∆L
um certo
F kvalor
∆Lde n ,×os∆L
pontos
n
a deformação linear causada. do gráfico mudam um pouco de compor­
O dinamômetro é um instrumento tamento e parecem pertencer, de forma
constituído basicamente por uma mola aproximada, a uma mesma reta. Neste
de constante
F = k ·conhecida
∆L F ke usa ∆Lessan ×lei∆L n trecho, vamos propor aos alunos que tentem
para medir forças através da variação de encontrar a equação da reta suporte desses
comprimento sofrida. pontos na justificativa de que estaríamos,
Mas será que um elástico comum, assim assim, tentando prever qual seria a defor­
como uma mola, também obedece à Lei mação causada se acrescentássemos mais
de Hooke? Isto é, será que a variação de bolinhas ao pote.
comprimento em um elástico também é
proporcional à força aplicada sobre ele?
Para responder a essa pergunta, nada melhor
do que fazer uma experiência! Sendo assim,
neste experimento, seus alunos construirão
um dinamômetro feito com um elástico (ao
invés de uma mola) e, aplicando forças sobre
ele, observarão a deformação causada.
Essa força será o peso de bolinhas de gude
que serão colocadas em um pote preso
ao elástico.

Dinamômetro com elástico O Experimento  2  /  8


O Experimento Preparação

Material necessário
Divida a classe em grupos de três alunos ºº Os furos podem ser feito
e lhes entregue os materiais necessários para com um prego quente.
a confecção do dinamômetro. O copo plástico
„„ Elástico de látex (aproximadamente 20 cm); deve conter três furos bem distribuídos no
„„ 60 cm de barbante; topo e, portanto, isso deve ser feito previa­
„„ Tesoura; mente em casa já que sua execução em sala
„„ Um copo plástico (pode ser daqueles de é mais complicada.
iogurte);
„„ 30 bolas de gude de mesmo tamanho;
„„ Régua graduada de 30 cm;
etapa
Montagem do dinamômetro
1
„„ Fita adesiva;
„„ Um palito de dente.

Material alternativo
„„ Elástico usado em pastas.
Nesta Etapa, apenas peça aos seus alunos
para que montem um dinamômetro seguindo
os seguintes procedimentos:
1. Divida o barbante em três pedaços de 20 cm
cada;
2. Amarre um pedaço em cada furo do copo
plástico;
3. Junte as extremidades dos barbantes e
dê um nó, de modo que o copo fique bem
equilibrado;

fig. 1

Dinamômetro com elástico O Experimento  3  /  8


fig. 2

4. Amarre uma das extremidades do elástico


no ponto de junção dos barbantes (nó);
5. Ainda nesse ponto, fixe um palito de dentes
perpendicularmente ao elástico usando uma
fig. 4
fita adesiva, de forma a obter um ponteiro;

etapa
Coleta de dados
2
Como já dito anteriormente, os objetivos ºº O elástico leva muito
deste experimento são determinar a lei tempo para atingir seu
fig. 3
que fornece a variação do comprimento ponto de equilíbrio
do elástico em função do número de bolinhas quando aumentamos
o peso que ele está
6. Com uma fita adesiva, fixe bem a outra extre­ ºº É importante que o
de gude que ele suporta e verificar se essa
suportando. Por isso,
mi­dade do elástico na mesa, próximo a uma elástico fique bem fixado expressão corresponde à Lei de Hooke.
recomendamos que todas
de suas pernas, deixando-o pendurado; na mesa. Por isso, nesta etapa seus alunos deverão as medidas sejam feitas,
7. Prenda a régua na perna da mesa, de modo anotar, em uma tabela como a apresentada aproximadamente, três
a deixar o palito de dentes alinhado com a seguir, qual é a variação do comprimento segundos após a inserção
o zero (a perna da mesa deve ser perpen­ do elástico do dinamômetro em função de uma bolinha no copo,
não sendo necessário
dicular ao chão). do número de bolas de gude que ele está
esperar o ponto de
suportando (a variação do comprimento é equilíbrio.

Dinamômetro com elástico O Experimento  4  /  8


dada pela indicação do ponteiro do dina­
etapa
Tratamento dos dados
3
mômetro). Abaixo segue uma tabela com
os dados de um experimento realizado:

Nº de bolas Variação do compri­mento Nº de bolas Variação do compri­mento


∆L F k ∆L (n )× ∆L n do
F =elástico
= kem
k F· ∆L · F∆Lmm
k F(∆Lk) n
∆L (n )× n
× ∆L ∆L n do
F =elástico
k · ∆L em
F mm
k (∆L) n × ∆L n
Terminada a Etapa 2, seus alunos deverão
1 0 16 105 agora representar os dados coletados grafica­
2 3 17 120 mente, colocando a deformação do elástico,
F = k · ∆L, noF eixo
k das
∆L ordenadas,
n × ∆L n e o números de
3 6 18 135 F = k ·bolinhas
∆L F de k gude,
∆L n ,×no∆L eixondas abcissas.
4 9 19 150 Perceba pelo gráfico do nosso exemplo,
mostrado logo abaixo, que, para um número
5 12 20 165 pequeno de bolinhas de gude suportadas,
6 16 21 180 o gráfico não é linear e, portanto, não é
proporcional à força exercida. Sendo assim,
7 21 22 196 podemos concluir que o elástico não obedece
8 26 23 216 exatamente à Lei de Hooke. Porém, a partir
de um certo número de bolinhas, o gráfico
9 35 24 230 toma a forma aproximada de uma função
10 41 25 245 afim. Neste momento, seria interessante
propor uma questão aos alunos:
11 49 26 262

12 58 27 279  Questão para os alunos


13 68 28 296 Analisando o gráfico construído, vocês diriam
14 79 29 313 que o elástico obedece exatamente à Lei de
Hooke ou não? Por quê?
15 91 30 330

tabela 1  Dados registrados em um experimento.

Dinamômetro com elástico O Experimento  5  /  8


que estiverem mais próximos dela e
350
determinar a equação da reta que passa por
300 eles.

250
Como determinar a equação de uma reta? º Esta não é a única maneira
Deslocamento, ΔL (mm)

200 de determinar a equação


Para determinar a equação de uma reta de uma reta.
B −yA
150 que passa pelos pontos A = (xA , yA ) B = (xB , yB ) m = y xB −xA y − yA = m ·
100
m = yxBB −y
A = (xA , yA ) e B = (xB , yB ), devemos calcular
−xA
A
y a
− razão
y A = m · (x − x A ) y − y B = m · (x − xB ) n
yB −yA
50 A = (xA , yA ) B = (xB , yB ) m = xB −xA y − yA = m · (x − xA ) y − yB = m · (x − xB ) n
0
que representa o coeficiente angular da reta
0 5 10 15 20 25 30 35
e depois calcular
Número de bolinhas de gude, n

fig. 2 Gráfico de n × ΔL. Vemos que o gráfico fica aproximadamente como A= o de


(xA , yA ) B = (xB , yB ) m = yxBB −y
−xA
A
y − yA = m · (x − xA ) ouy − yB = m · (x − xB ) n A = (16, 105) B = (
uma função afim a partir de n = 16. Por isso, traçamos uma reta que se ajusta bem 330 − 10
A = (xA , yA ) B = (xB , yB ) m = yxBB −y −xA
A
y − yA = m · (x − xA ) y − yB = m · (x − xB ). n A = (16, 105) B = (30, 330) m =
a esses pontos. 30 − 16
Essa pode ser uma ótima oportunidade de
Agora, para este trecho linear, peça ensinar o assunto a seus alunos ou revisá­lo.
para seus alunos traçarem uma reta de forma
a distribuir os pontos obtidos de maneira
equilibrada, isto é, deixando aproximada­ No exemplo que fornecemos, vemos que:
mente a mesma quantidade de pontos abaixo F = k ·„∆LParaF valores
k ∆Lde n × entre
∆L 1 en15, o gráfico não
e acima dela. se mostra linear.
Feito isso, o objetivo agora é que F = k ·„∆LParaF valores
k ∆Lde n × entre
∆L 16ne 30, o gráfico é
os alunos encontrem a equação da reta aproximadamente linear. Para determinar a
traçada. Assim, eles terão encontrado a equação da reta traçada, então, escolhemos
yyBB−y
−yA 330−
330 −105
105 225225 225
225 1065
1065
lei aproximada
AA= = (x
(xAA,,que
A))descreve
yyA BB= (xaBBvariação
= (x ,,yyBB)) m m= = xxBB−x
−xA
A
yy−
−yyA
A==m m··(x
(x−−xxA
A)) y
y−−yyBB =
=mm··(x
(x− −xos
xBB)pontos
) nn A A= = (16 105) e B
(16,,105) B== (30 330)e, m
(30,,330) m== =
= yy =
= xx−

A 30−
30 −1616 14
14 14
14 77
do comprimento desse elástico em função com eles, encontramos
do número de bolas de gude que ele está
yB −yA 330 − 105 225 225 1065
A ) B = (xB ,suportando
yB ) m = (a xBpartir
−xA deyum− ycerto
A=m valor
· (xde
− xA ) y − yB = m · (x − xB ) n A = (16, 105) B = (30, 330) m = = . y= x−
30 − 16 14 14 7
bolas). º No nosso caso, x = n y = ∆L
330 − 105 225 225 1065
m = yxBB −y
−xA Para
A
y −fazer
yA =isso, os−
m · (x alunos
xA ) terão
y − yqueB = m · (x − xB ) n A = (16, 105) B = (30, 330) m = Logo, obtemos
= y= x− . x = n e y = ∆L.
30 − 16 14 14 7
selecionar, na reta traçada, os dois pontos

Dinamômetro com elástico O Experimento 6/8


Portanto, chegamos a uma função entre permanece constante com a variação da força
a variação do comprimento do elástico,
F = k · ∆L, F k ∆L n × ∆L n aplicada sobre ela. Uma analogia pode ser
e o número de bolas de gude que ele está feita a balões de festa: quando o balão está
F = k · ∆L suportando,
F k ∆L n ,×a ∆L partirnde um certo valor vazio, a força que fazemos para conseguir
L F k ∆Lde n :× ∆L n começar a enchê-o é muito maior do que
a que fazemos depois de ele estar um pouco
225225 10651065
∆L = n n16 16 .
∆L = n −n − , para cheio. Além disso, não estamos trabalhando
14 14 7 7
em situações ideais, isto é, o material
Depois que os alunos tiverem encontrado do elástico sofre deformações plásticas
essa função, proponha a seguinte questão permanentes.
a eles: É importante ressaltar a riqueza que é
descobrir uma lei que rege o comportamento
de um corpo numa determinada situação.
 Questão para os alunos
Com a função descoberta, eles se tornaram
Agora que descobriram a função, vocês aptos a calcular quanto o elástico variaria
poderiam dizer quanto o elástico se defor­ caso mais bolinhas fossem colocadas no
mará se for colocada mais uma bolinha de copo e isso é realmente interessante!
gude no copo? Há um último cuidado que deve ser toma­-
do. A partir de um novo valor de bolinhas de
gude, o elástico ficará muito rígido e o gráfico
novamente não será mais uma reta, pois o
elástico estará prestes a se romper. Por­tanto,

Fechamento se perceber que algum grupo chegou a usar


tantas bolinhas, explique o motivo do novo
curso dos pontos e oriente-os a encontrar
a equação da reta usando apenas os pontos
Para o Fechamento deste Experimento, praticamente colineares.
discuta com seus alunos um pouco sobre a
Lei de Hooke, citada na Introdução. Comente
também que, se essa lei fosse realmente
aplicada sobre o elástico, deveríamos ter
um gráfico linear, e não uma reta apenas
a partir de certo valor, como aconteceu.
Isso deve estar ligado ao fato de que a
constante característica
F = k ·da
∆Lborracha
F k não
∆L n × ∆L n

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Ficha técnica
Autores Projeto gráfico Universidade Estadual Matemática Multimídia
Lourival Pereira Martins, e ilustrações técnicas de Campinas Coordenador Geral
Carlos Roberto Silva e Preface Design Reitor Samuel Rocha de Oliveira
Marcelo de Melo Fernando Ferreira Costa Coordenador de Experimentos
Ilustrador Vice-Reitor Leonardo Barichello
Coordenação de redação Lucas Ogasawara de Oliveira Edgar Salvadori de Decca
Rita Santos Guimarães Pró-Reitor de Pós-Graduação Instituto de Matemática,
Fotógrafo Euclides de Mesquita Neto Estatística e Computação
Redação Augusto Fidalgo Yamamoto Científica (imecc – unicamp)
Felipe Mascagna B. Lima Diretor
Jayme Vaz Jr.
Revisores Vice-Diretor
Matemática Edmundo Capelas de Oliveira
Antônio Carlos Patrocínio
Língua Portuguesa
Carolina Bonturi
Pedagogia
Ângela Soligo

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