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3–
Durante muito tempo a integração dos jovens no modo de ser e estar da sua sociedade fez-
se por "impregnação": era nos contatos diários no âmbito da família — família alargada,
naturalmente — e de grupos sociais mais vastos que a criança ia absorvendo os elementos
da cultura do seu grupo. É de crer que não houvesse nesse processo uma intencionalidade
consciente, como não a há ainda hoje na maioria desses contatos sociais: isto é, cada um de
nós, nas interações quotidianas, está a fazer educação, sem que disso se aperceba. O
mesmo acontecia nessas sociedades ditas primitivas.
4–
É a imagem deturpada dos indígenas que não tem nada a ver com o que se deve considerar,
para que tenhamos um entendimento de como vivem hoje em nossa sociedade. Até mesmo
os livros didáticos reforçam essa imagem e talvez por não verem tantas reportagens atuais,
daquela figura do índio que vive na floresta. A visão da formação da nossa sociedade
brasileira é baseada na diversidade e miscigenação. Daí, deveríamos entender que não
existe um índio padrão. Mas ainda construímos essa ideia. Quando estudamos sobre a
cultura indígena, é como se eles ainda vivessem como no passado. Quando falam de índio
nas escolas, é sempre o índio vivia, o índio falava, o índio comia... É importante ler textos de
jornais, ver documentários para estabelecer uma conexão com o grupo indígena e quebrar
esta visão folclórica.