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FACULDADES SOUZA MARQUES

CURSO: ENGENHARIA CIVIL – 5º PERÍODO


DISCIPLINA: CONSTRUÇÃO CIVIL
PROFa: Daki Bianchessi

NOTAS DE AULA DO ASSUNTO: MOVIMENTO DE TERRAS (AZEREDO, 1977)

 Segundo AZEREDO (1977) terraplenagem, é o conjunto de 3 operações distintas: escavações,


transporte e aterro.
 Movimento de terra é a operação usada para transporte de terra, que poderá eventualmente
incluir escavação do terreno e aterro, dependendo do equipamento empregado. A terreplenagem
aplicada em preparo do terreno para edificações é geralmente de pequeno vulto em comparação
com a aplicada em estradas, barragens, etc.
 Entretanto, em obras de desenvolvimento horizontal, como indústrias, que necessitam de
grandes áreas, usa-se comumente a terraplenagem, para uniformizar a regularizar o terreno.
 Já para obras com desenvolvimento vertical (concentradas em pequenas áreas), comumente
usamos o termo movimento de terra onde se processa a escavação e o transporte. O movimento
de terra pode ser de 4 tipos:
o Manual – Dizemos que o movimento de terra é manual quando é executado pelo homem
através de ferramentas: pá, enxada e carrinho de mão;
o Motorizado – Quando são usados, para o transporte, caminhão ou basculante, sendo que
o desmonte ou a escavação poderá ser feito manualmente;
o Mecanizado – Quando o transporte é efetuado pela própria máquina que faz o desmonte,
por exemplo, “traxcavator”, “scraper” e “turnapull”. Poderá ser também por esteiras
rolantes;
o Hidráulico – Quando o veículo transportador da terra é a água. Ex: dragagem.
 No movimento de terra devemos considerar o empolamento. Quando se move a terra do seu
lugar natural, o seu volume em geral aumenta.
 O empolamento ou aumento de volume é expresso geralmente por uma porcentagem do volume
original. Por exemplo, se um aumento volumétrico de argila seca for de 40%, isso significa que
1m3 de argila antes da escavação corresponderá a um espaço de 1,4m3 no estado solto (depois
de escavado).

 Em qualquer serviço de terraplenagem ou movimento de terra as máquinas locomovem-se,


executando um ciclo regular de trabalho, carregando e transportando o material, e fazendo seu
despejo, tornam a voltar para o lugar em que começaram a carregar o material.
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 CICLO – É o tempo necessário para carregar, transportar e voltar ao lugar inicial. O tempo do
ciclo compreende 2 partes definidas a seguir:
o Tempo fixo – é o tempo necessário para uma máquina carregar o material, descarregá-lo
no basculante, fazer a volta, acelerar e desacelerar. O tempo para executar estas
operações é mais ou menos constante, seja qual for a distância que o material deva ser
transportado.
o Tempo variável – É o tempo consumido pela máquina ou basculante, na estrada ou em
vias públicas, para transportar o material e voltar vazio para o ponto inicial. Varia com a
distância do corte ao aterro ou ao bota-fora e com a velocidade de locomoção do
equipamento, da intensidade do trânsito nas vias públicas.
 Portanto, o tempo de ciclo é igual ao tempo fixo mais o tempo variável. O tempo de ciclo
determina o número de viagens que pode ser efetuado por hora, portanto ele deve ser
conservado a um mínimo.
 Providências a serem tomadas para reduzir o tempo fixo:
o Sempre que possível, organizar o serviço de modo que o carregamento seja feito da parte
mais alta para a mais baixa;
o Elimininar o tempo de espera;
o Em alguns casos a desagregação do solo é uma necessidade para maior facilidade no
carregamento.
 Para reduzir o tempo variável é preciso planejar cuidadosamente a localização das estradas e
vias de transporte. Não obstante a linha reta ser a distância mais curta entre 2 pontos, convém,
algumas vezes, dar voltas para evitar rampas fortes e congestionamento.
 PRODUÇÃO – Viagens por hora e m3 por viagem determinam a produção das máquinas.
Conhecendo-se o tempo de ciclo, que é a soma dos tempos fixos e variáveis, calcula-se o
número de viagens por hora

Viagens por hora = 60min .


Tempo do ciclo (minuto)

 A produção horária é calculada conhecendo-se o número de viagens ou ciclo por hora.

Produção horária (m3 medidos no corte) = m3 por viagem (medido no corte) x viagens por hora

 Vejamos algumas características de máquinas comumente empregadas em movimento de terra,


na preparação do terreno para construção do edifício.
o Pás mecânicas – Quando os conjuntos transportadores são carregados por meio de pá
mecânica, é preciso calcular o número de conjuntos necessários para consevar a pá
mecânica trabalhando todo o tempo. Para isso, é preciso assumir que a pá mecânica
trabalhe os 60min de cada hora, pois do outro modo não se teria a certeza de que a
capacidade dos conjuntos de transportes seria adequada todo tempo. As condições que
influem no rendimento da pa mecânica são:
 Curva que faz a lança em seu movimento giratório para alcançar o caminhão;
 Tipo do material com que se trabalhe;
 O tamanho da caçamba da pá mecânica;
 A profundidade da escavação.

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o “Draglines” – Utilizadas principalmente em serviços de dragagem, onde o material a ser
coletado é bem pouco coeso.

o “Traxcavators” – São tratores com uma pá articulada na ponta. O rendimento de


carregamento com traxcavators de esteira ou de roda é baseado e computado em análises
de trabalho. A máquina em geral trabalha em solo firme e em nível. O trajeto de
traxcavators tem forma de “V” com lados de 4,6m e ângulo máximo de giro de 90º. Para
se calcular o rendimento de uma máquina como esta em um serviço de escavação de
fundações e porões, supõe-se a existência das seguintes condições:
 Profundidade média de escavação: 1,8m;
 Distância de manobra para carregamento no conjunto de transporte: 10m.

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REFERÊNCIAS
 AZEREDO, Hélio Alves de. O edifício até sua cobertura. São Paulo: Edgard Blücher,
1977.
 BORGES, Alberto de Campos. Prática das Pequenas Construções. V2. Editora Blücher,
2009.
 HIRSCHFELD, Henrique. Construção civil fundamental: modernas tecnologias. 2ª Ed..
São Paulo: Atlas 2005.
 VIGORELLI, R. Manual Prático do Construtor e Mestre de Obras. Curitiba: Hemus S.A.,
2000.

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