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5.6.

Advérbio
EXERCÍCIO COMENTADO
Observe os exemplos a seguir:
Ex.: Pegamos nossas coisas rapidamente. 01. (PC – CE) Considere as frases do texto:
˃ As pessoas são tão egocêntricas.
Modo
˃ O mundo seria bem melhor se elas parassem
Ex.: Corremos muito naquele dia. de pensar nelas mesmas...
Tempo
Ex.: A menina caiu na escada. É correto afirmar que os advérbios destacados
nas frases expressam circunstância de:
Lugar a) dúvida.
O advérbio indica ou modifica a ação expressa b) negação
pelo verbo. Pode indicar: c) intensidade.
Tempo Ontem, hoje, agora, já, sempre, etc. d) modo.
Lugar Aqui, lá, perto, longe, etc. e) afirmação.
Rapidamente, tranquilamente (a maioria dos RESPOSTA. C. Ao afirmar que as pessoas são “tão
Modo
advérbios de modo terminará em –mente). egocêntricas”, a ideia do autor é de dizer que são
Intensidade Muito, pouco, tão, tanto, etc. muito egocêntricas, portanto trata-se de um advérbio
Afirmação Sim, certamente, etc. de intensidade. O mesmo acontece quando se diz que
o mundo seria “bem melhor”, ou seja, muito melhor.
Negação Não, tampouco, etc.
Portanto, a alternativa correta é a letra c.
Dúvida Talvez, porventura, possivelmente, etc.
LÍNGUA PORTUGUESA

Locução Adverbial 5.7.Conjunção


Observe o exemplo:
Conjunção é o elemento que liga duas orações ou
Ex.: Os netos foram almoçar apressadamente. dois termos em uma mesma oração.
Advérbio de modo Observe o exemplo a seguir:
Ex.: Os netos foram almoçar com pressa. Ex.: Ela é uma menina doce, mas quando preci-
Locução adverbial sa, vira uma fera.
Considera-se locução adverbial o conjunto de As aulas vão começar logo que o professor
duas ou mais palavras que formam o advérbio, co- chegar.
mo no caso acima, em que “com pressa” é o advérbio Ela pode ser:
de modo.
Coordenativa: Quando liga duas orações inde-
Ex.: O casal se animou com o passeio a cavalo. pendentes.
A entrevista foi feita ao vivo.
Ex.: Vendeu tudo e mudou de cidade.
Os filhos almoçam com ele de vez em quando.
Subordinativa: Quando liga duas orações de-
Adjetivos Adverbializados pendentes.
Ex.: Soube que a empresa vai fechar.
Observe a afirmação a seguir, que faz parte de
uma crônica de Luis Fernando Veríssimo: Classificação das conjunções
“A sintaxe é uma questão de uso, não de prin-
cípios. Escrever bem é escrever claro, não necessa- Coordenativas
riamente certo. Por exemplo: dizer “escrever claro”
não é certo mas é claro, certo?” Aditivas
Escrever claro = escrever claramente. E, nem, mas também, como também, bem como,
mas ainda.
Escrever certo = escrever corretamente.
Os adjetivos adverbializados são adjetivos em- Adversativas
pregados no lugar do advérbio. Normalmente isso Mas, porém, todavia, contudo, pelo contrário,
ocorre na linguagem coloquial. não obstante, apesar de.

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Alternativas
Ou...ou, ora.... ora, quer.... quer. EXERCÍCIO COMENTADO
Explicativas 01. (FGV) “Não se trata de idealismo: vontades que
Pois (antes do verbo), porque, que, porquanto. poderiam nos colocar uns contra os outros são
freadas por um estranho dispositivo”; nesse
Conclusivas segmento do texto 1, os dois pontos poderiam ser
Pois (depois do verbo), logo, portanto, por con- adequadamente substituídos pela conjunção:
seguinte, por isso. a) pois;
b) portanto;
Subordinativas c) mas;
d) no entanto;
Temporais
e) visto que.
Quando, enquanto, logo que, desde que, assim
que, até que. RESPOSTA. E. A relação estabelecida entre as duas
orações é de causa: a segunda oração explica a causa
˃˃ Mal será conjunção subordinativa de não se tratar de um idealismo. Portanto, a con-
temporal quando equivaler a logo que.
junção adequada seria uma conjunção que expresse
Ex.: Mal cheguei e já me cobraram o projeto. causa, como visto que, uma vez que, etc. Portanto, a
alternativa correta é a letra E.
Causais
Porque, visto que, já que, uma vez que, como,
desde que.
5.8.Preposição
Condicionais

LÍNGUA PORTUGUESA
Se, caso, contanto que, desde que, salvo se. Observe o exemplo a seguir:

Proporcionais Ex.: Gosto muito das músicas de Chico Buarque.


À medida que, à proporção que, ao passo que.
Chegou da viagem com febre.
Finais
As palavras em destaque estabelecem uma rela-
A fim de que, para que.
ção entre outros termos. Elas são chamadas de pre-
Consecutivas posição. São elas:
De modo que, de maneira que, de sorte que, que,
para que. A, ante, após, até, com, contra, de, desde, em, en-

Concessivas tre, para, pelo, perante, por, sem, sobre, sob, trás.
Embora, conquanto, se bem que, ainda que, mes-
mo que. FIQUE LIGADO
Comparativas
A preposição a, quando seguida de um substantivo
Como, tal qual, assim como, tanto quanto. feminino, portanto que exige o artigo a, ocasionará a
crase. Observe:
Conformativas
˃˃ Cheguei ao escritório.
Conforme, segundo, como. ˃˃ Cheguei à fazenda.
Integrantes
Que, se. Algumas palavras pertencentes a outras classes
˃˃ As conjunções integrantes introduzem gramaticais podem, eventualmente, aparecer como
orações substantivas (que equivalem a
substantivos). preposição em alguns casos. Por exemplo: salvo, fo-
Ex.: Não sei se ele virá (não sei da sua vinda) ra, durante, segundo, etc.

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FIQUE LIGADO c) Consumiu-o por semanas a curiosidade de
estar cara a cara com sua amiga virtual.
As preposições podem ser: d) Alguns deveriam ser severamente penaliza-
˃˃ Essenciais: quando são sempre preposição. dos, por inventarem indignidades na rede.
São as palavras listadas acima. RESPOSTA. A. A relação estabelecida pela preposi-
˃˃ Acidentais: quando não são preposições ção no exemplo é de instrumento, ou seja, o e-mail
essenciais mas em alguns casos exercem a foi o instrumento utilizado para contar a mentira. O
função de preposição. mesmo ocorre na alternativa a: as mãos humanas são
o instrumento para contar a história.
˃˃ Puras: quando não há junção com artigo.
˃˃ Contrações: quando aparecem junto com o
artigo. Por exemplo: de+a, per+o, etc.
5.9.Pronome
Relação estabelecida pela preposição
Observe o trecho a seguir:
Assunto Conversamos sobre a viagem.
Ex.: O bebê de Daniela nasceu perfeito. O bebê
Autoria Apaixonei-me por um quadro de Picasso.
de Daniela tem olhos azuis. As mãos do bebê de
Causa Foi preso por roubar dinheiro público.
Daniela são fortes, e os cabelos do bebê de Danie-
Companhia Fui jantar com meu marido.
la são claros.
Conteúdo Traga, por favor, um copo de (com) água.
Para que não haja esta repetição desagradável
Destino Vou para casa mais cedo.
durante a comunicação, utilizamos os pronomes.
LÍNGUA PORTUGUESA

Distância A casa fica a duas quadras da praça.


Ex.: O bebê de Daniela nasceu perfeito. Ele tem
Finalidade Eles vieram para a palestra.
olhos azuis, suas mãos são fortes e seus cabelos
Instrumento Ele abriu a embalagem com uma faca.
são claros.
Limite As meninas correram até a casa da tia.
Os pronomes são palavras que substituem ou
Lugar Gostava de ficar em casa. As coisas estão sobre a mesa.
acompanham os substantivos. Eles podem indicar
Matéria Comprei um brinco de ouro.
qualquer uma das três pessoas do discurso:
Meio Tivemos que fazer a viagem de ônibus.
1ª pessoa: quem fala
Modo As coisas foram resolvidas com tranquilidade.
O movimento do bar aumenta nos dias de jogos do 2ª pessoa: com quem se fala
Oposição
Brasil contra a Argentina.
3ª pessoa: de quem se fala
Origem Eles vieram do interior.
Posse Gostei da camiseta de Raul. Classificação dos Pronomes
Estava feliz com meu livro de dez reais. Vendia as
Preço
tortas por vinte reais.
Pronomes Pessoais
Tivemos que sair após a discussão. Chegaremos em
Tempo
uma hora. Pessoa do Discurso Retos Oblíquos
1ª pessoa do singular Eu Me, mim, comigo
2ª pessoa do singular Tu Te, ti, contigo
EXERCÍCIO COMENTADO 3ª pessoa do singular Ele/Ela O, a, lhe, se, si, consigo
1ª pessoa do plural Nós Nos, conosco
01. (FGV) A preposição existente em “identificar 2ª pessoa do plural Vós Vos, convosco
uma mentira contada por e-mail” relaciona 3ª pessoa do plural Eles/Elas Os, as, lhes, se, si, consigo
dois termos e estabelece entre eles determina-
da relação de sentido. Essa mesma ideia está Os pronomes pessoais do caso reto funcionam
presente em: como sujeito da oração.
a) As histórias que nascem por mãos humanas Ex.: Eu estava cansada ontem.
são muitas vezes pura falsidade.
b) A pesquisa reforçou o que já se sabia: na Os pronomes oblíquos funcionam como com-
internet, frequentemente, se vende gato plementos.
por lebre. Ex.: Eu lhe escrevi uma carta.

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Vossa
V. A. Príncipes e duques.
Alteza
FIQUE LIGADO
Vossa
V.S. Para o Papa.
Santidade
Observe que o verbo escrever é transitivo direto e
indireto: quem escreve, escreve algo a alguém. O objeto Vossa
V. Mag.ª Reitores de Universidades
direto, o que se escreveu, é “uma carta”, e o objeto indi- Magnificência
reto, a quem se escreveu, é o pronome oblíquo lhe, que Vossa Majestade V. M. Reis e Rainhas.
tem valor de objeto indireto porque possui a preposição
a subentendida. Ou seja: lhe equivale a a ele/a ela. ˃˃ O pronome de tratamento concorda com o
verbo na 3ª pessoa.
As formas o, a, os, as sofrem modificações de- Ex.: Vossa Excelência me permite fazer uma ob-
pendendo da terminação do verbo que acompa- servação?
nham. Observe: ˃˃ Quando o pronome for utilizado para re-
˃˃ Quando o verbo terminar em r, s ou z, ferir-se à 3ª pessoa, o pronome Vossa será
ficarão lo, la, los, las: substituído por Sua.
Ex.: Começar: começá-los. Ex.: Sua Alteza, o Príncipe William, casou-se
Celebramos: celebramo-lo. com uma plebeia.
Fiz: fi-lo.
Pronomes Possessivos
˃˃ Quando o verbo terminar em som nasal,
São pronomes que indicam posse. Observe os
ficarão no, na, nos, nas:
exemplos:
Ex.: Comemoram: comemoram-no.
Ex.: Andei tanto que meus pés estão doendo.
Viram: viram-no.
Pegue tuas coisas e vamos embora.
Marina ficou feliz ao ver que sua mala não
FIQUE LIGADO

LÍNGUA PORTUGUESA
estava perdida.
O pronome oblíquo jamais inicia frase. Por isso, ele Os pronomes destacados indicam quem é o pos-
aparecerá, em início de frase, depois do verbo, ou uti- suidor dos itens das orações: pés, coisas e malas.
liza-se algum termo para que ele possa aparecer antes Observe que pelo pronome é possível identificar a
do verbo: pessoa. Isso acontece porque há um pronome pos-
Ex.: Eu te liguei. sessivo específico para cada pessoa:
Liguei-te. Pessoa do Discurso Pronomes Possessivos
1ª pessoa do singular Meu, minha, meus, minhas
2ª pessoa do singular Teu, tua, teus, tuas
3ª pessoa do singular Seu, sua, seus, suas
Pronomes de Tratamento
1ª pessoa do plural Nosso, nossa, nossos, nossas
São pronomes utilizados para dirigir-se ou re- 2ª pessoa do plural Vosso, vossa, vossos, vossas
ferir-se a autoridades ou pessoas com quem se tem 3ª pessoa do plural Seu, sua, seus, suas
menos contato. Os mais utilizados são:
O pronome possessivo concorda:
PRONOMES DE TRATAMENTO USADOS PARA: ˃˃ Em pessoa, com o possuidor.
Usado para um tratamento íntimo,
Ex.: Meu irmão chegou de viagem.
Você
familiar. 1ª pessoa do singular
Senhor, Pessoas com as quais mantemos um ˃˃ Em número, com o que se possui.
Sr., Sr.ª
Senhora certo distanciamento mais respeitoso Ex.: Teus filhos são lindos!
Pessoas com um grau de
prestígio maior. Usualmente, os
Masculino plural
Vossa
V. S.ª empregamos em textos escritos,
Senhoria
como: correspondências, ofícios, Pronomes Demonstrativos
requerimentos, etc.
São os pronomes que indicam a posição de algo em
Usados para pessoas com alta
Vossa autoridade, como: Presidente da
relação à pessoa do discurso. Observe os exemplos:
V. Ex.ª
Excelência República, Senadores, Deputados, Ex.: Este mês está sendo ótimo para o comércio
Embaixadores, etc. graças a Dia das Mães. (mês atual)

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Na última semana tivemos quatro provas. Es- Pronomes interrogativos
sa semana foi uma correria! (passado próximo) Quem, quanto, quantos, quanta, quantas, qual, quais, que
Quando meus filhos eram pequenos, viaja-
mos para a Europa. Aquela foi uma viagem ines- Pronomes Relativos
quecível. (passado distante) São pronomes que se relacionam com termos já
citados na oração, evitando a repetição.
O mesmo ocorre com os mesmos pronomes em
relação à localização no espaço. Observe: Ex.: Trouxe um livro.
Ex.: Acho que esta camiseta ficou bem em mim. O livro que eu trouxe é o livro que você me
pediu.
(próximo à pessoa que fala)
O pronome relativo que indica e especifica o li-
Esse chapéu ficou ótimo em você! (próximo à vro ao qual o interlocutor se refere.
pessoa com que se fala)
Trouxe o livro que você pediu.
Você sabe de quem é aquela pasta? (distante
O pronome relativo concordará.
de quem fala e da pessoa com que se fala)
˃˃ Com o seu antecedente:
Pronomes Demonstrativos Ex.: As ruas pelas quais passou traziam lem-
Variáveis Invariáveis branças.
Este, estas, estes, estas Isto Exceção: pronome cujo (e variações), que con-
Esse, essa, esses, essas Isso corda com o consequente:
Aquele, aquela, aqueles, aquelas Aquilo
Ex.: Estou lendo um livro cuja capa foi feita pelo
meu irmão.
Pronomes Indefinidos A regência do pronome relativo seguirá a regra
LÍNGUA PORTUGUESA

São pronomes que se referem à 3ª pessoa mas da regência pedida pelo verbo.
sem a função de determinar ou definir. Pelo contrá- Ex.: É uma menina de quem todos gostam.
rio: são pronomes que dão um sentido vago, impre-
Era uma pessoa a quem todos admiravam.
ciso sobre quem ou o que se fala.
Ex.: Muitos querem sucesso, mas poucos estão Pronomes Substantivos
dispostos a pagar pelo seu preço. Em alguns casos, o pronome atuará como subs-
Não se sabe sobre quem ou quantas pessoas se fa- tantivo, substituindo-o. Observe:
la, por isso são utilizados pronomes que dão a ideia Ex.: Poucos conhecem o segredo de viver em paz.
de quantidade indefinida. Pronome indefinido – substitui o substantivo
Pronomes indefinidos
Variáveis Invariáveis
Pronomes Adjetivos
Em alguns casos, o pronome atuará como adje-
Algum, alguns, alguma, algumas; Alguém
Certo, certos, certa, certas; Ninguém tivo, atribuindo uma característica ao substantivo.
Nenhum, nenhuns, nenhuma, Outrem Observe:
nenhumas; Tudo
Todo, todos, toda, todas; Nada
Ex.: Este quadro é meu.
Outro, outros, outra, outras; Cada Pronome possessivo adjetivo
Muito, muitos, muita, muitas; Algo
Pouco, poucos, pouca, poucas; Mais
Vário, vários, vária, várias; Menos EXERCÍCIO COMENTADO
Tanto, tantos, tanta, tantas;
Quanto, quantos, quanta,
quantas. 01. (TRT) É forçoso contatar os índios com delicadeza,
para poupar os índios de um contato talvez mais
Pronomes Interrogativos brutal, em que exploradores submetessem os
São os pronomes utilizados nas perguntas dire- índios a toda ordem de humilhação, tornando os
tas e indiretas. Observe o exemplo: índios vítimas da supremacia das armas do branco.

Ex.: Quantas pessoas se matricularam no curso? Evitam-se as viciosas repetições do trecho acima
substituindo-se os segmentos sublinhados, na
Quem estava aqui ontem?
ordem dada, por:
Gostaria de saber que dia você viajará.

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Advérbio
a) poupá-los - os submetessem - tornando-os Ex.: Que bela está a casa!
b) poupá-los - lhes submetessem - os tornando
Neste caso, antecede um adjetivo, modificando-
c) poupar-lhes - os submetessem - tornando- -o: como a casa está bela!
lhes
d) os poupar - submetessem-nos - lhes Ex.: Que longe estava da cidade!
tornando Neste caso, antecede um advérbio, intensifican-
e) poupar a eles - os submetessem - tornan- do-o: Estava muito longe da cidade.
do-lhes
Conjunção
RESPOSTA. A. Poupar os índios = poupar eles. O
pronome obliquo correspondente é os. Como o verbo Ex.: Que gostem ou que não gostem, tomei mi-
poupar termina em r, será utilizada a forma los no nha decisão. (conjunção alternativa)
primeiro caso, mantendo-se a forma os nos demais. Pode entrar na fila que não será atendida.
Portanto, a alternativa correta é a letra a. (conjunção adversativa)
Não falte à aula que o conteúdo é importan-
5.9.1. Palavra QUE te (conjunção explicativa)

Conjunção Subordinativa
A palavra “que” possui diversas funções e costuma
gerar muitas dúvidas. Por isso, para entender cada Ex.: Estava tão cansada que não quis recebê-lo.
função e identificá-las, observe os exemplos a seguir: (conjunção subordinativa consecutiva)
Gostei da viagem, cara que tenha sido. (con-
Substantivo junção subordinativa concessiva)

LÍNGUA PORTUGUESA
Ex.: Senti um quê de falsidade naquela fala. Não corra que o chão está molhado! (con-
Neste caso, o que está precedido por um determi- junção subordinativa causal)
nante – um artigo, e é acentuado, pois assume o pa-
pel de um substantivo. Poderia ser substituído por
Partícula Expletiva (de Realce)
outro substantivo: Ex.: Que bonito que está o seu cabelo! (não tem
função na oração, apenas realça o que está sen-
Ex.: Senti um ar de falsidade naquela fala.
do falado)
Quanto atua como substantivo, o quê será sem-
pre acentuado e precedido por um artigo, pronome 5.9.2. Palavra SE
ou numeral.
A palavra “se”, assim como o “que”, possui di-
Pronome versas funções e costuma gerar muitas dúvidas. Por
Ex.: Que beleza de festa! (pronome exclamativo) isso, para entender cada função e identificá-las, ob-
serve os exemplos a seguir:
O livro que comprei estava em promoção.
(pronome relativo) Partícula Apassivadora
Que dia é a prova? (pronome interrogativo) Ex.: Vendem-se plantas. (É possível passar a
oração para a voz passiva analítica: Plantas
Interjeição são vendidas)
Ex.: Quê? Não entendi. Neste caso, o “se” nunca será seguido por pre-
Quê! Ela sabe sim! posição.

Preposição Pronome Reflexivo


Ex.: Temos que chegar cedo. Ex.: Penteou-se com capricho.
Observe que a regência do verbo ter exige a prepo-
sição “de”: Temos de chegar cedo. No entanto, na fala Pronome Recíproco
coloquial, já é aceito o uso do “que” como preposição. Ex.: Amaram-se durante anos.

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Partícula Expletiva (de Realce)
Ex.: Foi-se o tempo em que confiávamos nos po- VAMOS PRATICAR
líticos. (não possui função na oração, apenas Os exercícios a seguir são referentes aos conteúdos:
realça o que foi dito) Advérbio, Conjunção, Preposição e Pronome.
Bem Tratada, Faz Bem
Pronome Indeterminador do Sujeito Sérgio Magalhães, O Globo
O arquiteto Jaime Lerner cunhou esta frase pre-
Transforma o sujeito em indeterminado. monitória: “O carro é o cigarro do futuro.” Quem
poderia imaginar a reversão cultural que se deu no
Ex.: Precisa-se de secretária. (não se pode passar consumo do tabaco?
a oração para a voz passiva analítica) Talvez o automóvel não seja descartável tão fa-
Nessa casa, come-se muito. cilmente. Este jornal, em uma série de reportagens,
nestes dias, mostrou o privilégio que os governos
dão ao uso do carro e o desprezo ao transporte cole-
Parte do Verbo Pronominal tivo. Surpreendentemente, houve entrevistado que
opinou favoravelmente, valorizando Los Angeles –
Alguns verbos exigem a presença da partícula um caso típico de cidade rodoviária e dispersa.
“se” para indicar que a ação é referente ao sujeito Ainda nestes dias, a ONU reafirmou o compro-
misso desta geração com o futuro da humanidade e
que a pratica. contra o aquecimento global – para o qual a emissão
Ex.: Arrependeu-se de ter ligado. de CO2 do rodoviarismo é agente básico. (A USP
acaba de divulgar estudo advertindo que a poluição
Outros exemplos de verbos pronominais: em São Paulo mata o dobro do que o trânsito.)
LÍNGUA PORTUGUESA

Lembrar-se, queixar-se, enganar-se, suicidar-se. O transporte também esteve no centro dos pro-
testos de junho de 2013. Lembremos: ele está inter-
relacionado com a moradia, o emprego, o lazer. Co-
Conjunção mo se vê, não faltam razões para o debate do tema.
Ex.: Vou chegar no horário se não chover. (con- 01. (TJ/RJ) “Surpreendentemente, houve entre-
vistado que opinou favoravelmente”; nesse
junção condicional) segmento do texto, os termos verbo + advérbio
(opinou favoravelmente) poderiam ser subs-
Não sei se dormirei em casa hoje. (conjun- tituídos por um só verbo como “concordou”
ção integrante) ou “apoiou”, reduzindo a extensão do texto. A
frase abaixo em que essa mesma estratégia foi
Se vai ficar aqui, então fale comigo. (conjun- empregada de forma adequada é:
ção adverbial causal) a) entregar-se totalmente ao estudo do
problema / voltar-se para;
Se queria ser mãe, nunca demonstrou amor
b) purificar integralmente a gasolina /
pelas crianças. (conjunção concessiva) deturpar a gasolina;
c) distinguir claramente a causa do
problema / identificar;
EXERCÍCIO COMENTADO
d) providenciar urgentemente mudanças na
lei / realizar;
01. (Noroeste concursos) “Alugam-se quartos.”
Nessa oração, a partícula ‘se’ exerce função de e) apagar totalmente um texto / destruir.
pronome: 02. (PM/SP) No último quadrinho, a forma
a) indefinido. como se grafa o advérbio muito (muuuito)
b) apassivador. indica que a personagem pretende
c) reflexivo. a) atenuar a graça contida na palavra.
d) pessoal recíproco. b) aduzir sentido pejorativo à palavra.
RESPOSTA. B. Oração pode ser passada para a voz c) marcar a ambiguidade na palavra.
ativa: “Quartos são alugados”. Trata-se, portanto,
de pronome apassivador, e a alternativa correta é a d) ironizar o sentido da palavra.
letra B. e) intensificar o sentido da palavra.
No imaginário Livro das Espécies, que,

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teimosamente, repousa na estante da história do fute- 04. (CETRO) Observe a oração abaixo e, em
bol, os brasileiros figuram como macacos no mínimo seguida, assinale a alternativa em que a con-
há mais de noventa anos. Em 1920, ao disputarem o junção destacada estabeleça o mesmo sentido
campeonato sul-americano no Chile, os integrantes e tenha a mesma classificação que a conjun-
da equipe nacional foram chamados de “macaquitos” ção destacada na oração abaixo.
por um jornal argentino. O Brasil se indignou, porém
pelos motivos errados: para o governo, conforme se lê
“Portanto, não basta reduzir a maioridade
no apêndice do livro de Mario Filho (1908-1966), O penal e instalar UPPs em áreas consideradas
Negro no Futebol Brasileiro, “a questão passava pe- violentas.”
la imagem que a República precisava construir de si a) Ainda que medidas socioeducativas
própria, deixando para trás os vestígios ligados à es- sejam implantadas, decisões mais rígidas
cravidão e à miscigenação, em um momento em que devem ser tomadas.
os discursos em torno da eugenia eram imperativos”.
O escritor carioca Lima Barreto (1881-1922), mulato b) Desde que a polícia começou a agir naquela
e pobre, para quem o futebol era “eminentemente um região, o índice de criminalidade diminuiu.
fator de dissensão”, destacou, com ironia, em uma fa- c) O índice de roubo seguido de morte
mosa crônica, que “a nossa vingança é que os argen- aumentou naquele bairro. Logo, medidas
tinos não distinguem, em nós, cores; todos nós, para devem ser tomadas para garantir a segu-
eles, somos macaquitos”. No domingo, o tal Livro rança dos moradores.
das Espécies ganhou, infelizmente, uma nova edição d) É preciso garantir educação de qualida-
— mas, pelo menos, revista e atualizada. E, com isso, de a fim de que o índice de criminalida-
uma versão 2014 do “todos somos macaquitos”. de diminua.
Eram trinta minutos do segundo tempo do jogo
Villareal versus Barcelona quando o brasileiro Daniel e) Conforme veiculado na mídia, houve
Alves, titular da equipe azul e grená, se encaminhou rebelião.
para bater um escanteio. Uma banana, então, foi ati- O conceito de indústria cultural foi criado por
rada em sua direção. O lateral — um baiano de trin- Adorno e Horkheimer, dois dos principais inte-

LÍNGUA PORTUGUESA
ta anos de idade, pardo, como se diz nos censos, e de grantes da Escola de Frankfurt. Em seu livro de
olhos verdes — reagiu de forma inesperada para o pú- 1947, Dialética do esclarecimento, eles conceberam
blico e certamente também para o agressor: pegou a o conceito a fim de pensar a questão da cultura no
fruta, descascou-a e a pôs na boca. Aquele era o oitavo capitalismo recente. Na época, estavam impactados
caso de racismo nos gramados espanhóis somente na pela experiência no país cuja indústria cultural era
atual temporada. Teria sido alvo de tímidos protestos a mais avançada, os Estados Unidos, local onde os
não fosse a reação irreverente do jogador brasileiro — dois pensadores alemães refugiaram-se durante a
e a entrada em cena do craque Neymar, seu compa- Segunda Guerra.
nheiro de Barcelona e da seleção brasileira. Na noite Segundo os autores, a cultura contemporânea es-
do próprio domingo, o atacante postou três imagens taria submetida ao poder do capital, constituindo-se
em sua conta no Instagram. Na última delas, aparecia num sistema que englobaria o rádio, o cinema, as re-
empunhando uma banana ao lado de seu filho, Davi vistas e outros meios - como a televisão, a novidade
Lucca — que, por sua vez, segurava uma providencial daquele momento -, que tenderia a conferir a todos
banana de pelúcia. Na legenda, o ex-santista escreveu os produtos culturais um formato semelhante, pa-
a hashtag #somostodosmacacos em quatro idiomas: dronizado, num mundo em que tudo se transforma-
português, inglês, espanhol e Catalão. Até a última va em mercadoria descartável, até mesmo a arte, que
quinta-feira, essa postagem havia recebido quase assim se desqualificaria como tal. Surgiria uma cul-
580.000 curtidas, enquanto uma legião de celebrida- tura de massas que não precisaria mais se apresentar
des — dos esportes, das artes, da política etc. — repe- como arte, pois seria caracterizada como um negó-
tia o gesto em apoio a Daniel Alves. cio de produção em série de mercadorias culturais
Rinaldo Gama. Como Daniel Alves derrotou o racismo. de baixa qualidade. Não que a cultura de massa fosse
Internet: (com adaptações). necessariamente igual para todos os estratos sociais;
03. (CESPE) Considerando as ideias e estruturas haveria tipos diferentes de produtos de massa para
linguísticas do texto acima, julgue. cada nível socioeconômico, conforme indicações de
O segmento ‘eminentemente um fator de dis- pesquisas de mercado. O controle sobre os consu-
sensão’ (1º parágrafo) pode ser substituído, midores seria mediado pela diversão, cuja repetição
sem prejuízo de sentido, por: sobremaneira de fórmulas faria dela um prolongamento do traba-
um fator de disputa. lho no capitalismo tardio.
Certo ( ) Errado ( )

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Muito já se polemizou acerca dessa análise, que a) com que nossos atos possam livrar;
tenderia a estreitar demais o campo de possibilidades b) de que nossos atos possam ajudar;
de mudança em sociedades compostas por consumi-
dores supostamente resignados. O próprio Adorno c) a que nossos atos possam manter;
chegou a matizá-la depois. Mas o conceito passou a d) com que nossos atos possam informar;
ser muito utilizado, até mesmo por quem diverge de
e) contra que nossos atos possam chocar-se.
sua formulação original. Poucos hoje discordariam
de que o mundo todo passa pelo “filtro da indústria 07. (PC/SP) Leia a tira de Alves
cultural”, no sentido de que se pode constatar a exis-
tência de uma vasta produção de mercadorias cultu-
Em ambas as falas do personagem, o termo
rais por setores especializados da indústria. para apresenta a noção de
Feita a constatação da amplitude alcançada a) conformidade.
pela indústria cultural contemporânea, são várias
b) proporção.
as possibilidades de interpretá-la. Há estudos que
enfatizam o caráter alienante das consciências im- c) alternância.
posto pela lógica capitalista no âmbito da cultura, d) finalidade
a difundir padrões culturais hegemônicos. Outros
frisam o aspecto da recepção do espectador, que e) quantidade.
poderia interpretar criativamente - e não de modo 08. (TRT/SP) Ainda que já tivesse uma carreira
resignado - as mensagens que lhe seriam passadas, solo de sucesso [...], sentiu que era a hora de
ademais, de modo não unívoco, mas com multipli- formar seu próprio grupo.
cidades possíveis de sentido.
(RIDENTI, Marcelo. Indústria cultural: da era do rádio à era Outra redação para a frase acima, iniciada por
da informática no Brasil. In: Agenda brasileira. São Paulo: Cia “Já tinha uma carreira...” e fiel ao sentido origi-
LÍNGUA PORTUGUESA

das Letras, 2011, p. 292 a 301)


nal, deve gerar o seguinte elo entre as orações:
05. (FCC) No contexto, identifica-se relação de a) de maneira que.
causa e consequência, respectivamente, entre
b) por isso.
a) o fato de Adorno e Horkheimer terem
c) mas.
concebido o conceito de indústria cultural
e o modo como pensaram a questão da d) embora.
cultura no capitalismo recente. e) desde que.
b) o fato de tudo ter se transformado em mer- 09. (CESGRANRIO) Pode-se retirar do Texto
cadoria descartável no capitalismo recente
I qual preposição ou par de preposições em
e a arte ter sido desqualificada como tal.
destaque, de acordo com a norma-padrão,
c) o caráter alienante da cultura hegemônica sem que o sentido fique prejudicado semân-
no capitalismo e a interpretação criativa tica ou sintaticamente?
que o espectador crítico desenvolve.
a) “para lhe sentir o cheiro... para admirar”
d) a pequena amplitude da indústria
cultural contemporânea e a resignação b) “de canivete, de faca”
forçada dos consumidores diante da re- c) “gostava de dar”
petição de produtos e temas.
d) “nos tempos em que fora”
e) a repetição de fórmulas culturais já des-
gastadas e o tédio dos consumidores e) “Passou a atribuir”
diante da falta de opções instigantes. 10. (TJ/RJ) Observe o emprego do demonstrati-
06. (FGV) “Ela é a capacidade de nos colocarmos vo “este” nos segmentos a seguir:
no lugar do próximo e nos sensibilizarmos com I. “O arquiteto Jaime Lerner cunhou esta frase
o sofrimento a que nossos atos possam levá-lo.” premonitória”;
No início da última oração, o texto empregou II. “Este jornal, em uma série de reportagens,...”;
corretamente a preposição “a” antes do prono- III. “... nestes dias, mostrou o privilégio que os
me relativo, pois assim o exigia a regência do governos dão ao uso do carro e o desprezo ao
verbo “levar”. Mantendo-se a mesma estrutura, transporte coletivo”;
a frase abaixo em que a preposição está corre- IV. “a ONU reafirmou o compromisso desta
tamente empregada é: geração com o futuro da humanidade”.

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As frases acima que apresentam exatamente o 12. (PC/RJ) Confrontando o primeiro verso do
mesmo motivo da utilização desse demonstra- poema e seu título, nota-se que houve uma
mudança do artigo que acompanha a palavra
tivo são: “bicho”. Isso se explica porque:
a) I - II;
a) o artigo definido do título justifica-se
b) I - III; pela tentativa de evitar uma repetição
c) II - IV; desnecessária já que, no primeiro verso,
d) III - IV; ele se refere ao bicho novamente.
e) II - III - IV. b) o artigo indefinido do primeiro verso
indica que o eu- lírico pretende criar um
11. (CESGRANRIO) Nos períodos abaixo, a efeito de nostalgia em torno do bicho em
expressão em destaque é substituída pelo questão.
pronome oblíquo as. c) a mudança de artigo, do definido para o
O período que mantém a posição do pronome indefinido, reforça o efeito de surpresa
causado no leitor pelo eu- lírico que,
de acordo com a norma-padrão é: embora saiba de que bicho se trata
a) Meus amigos nunca viram antenas dis- desde o título, opta por não revelá-lo de
farçadas antes – Meus amigos nunca vi- imediato.
ram-nas antes d) trata-se de um recurso gramatical que,
b) Meus amigos tinham visto antenas embora não acarrete alterações semânti-
disfarçadas na África. – Meus amigos cas, produz substanciais transformações
tinham visto-as na África sintáticas na estrutura do poema.
c) Meus amigos viam antenas disfarçadas e) o eu-lírico pretendia chamar atenção
pela primeira vez. – Meus amigos as viam para a importância do tema central do
poema, por isso recorreu às alterações

LÍNGUA PORTUGUESA
pela primeira vez.
morfossintáticas.
d) Meus amigos provavelmente verão
antenas disfarçadas amanhã. – Meus 13. (TJ/SP) Leia a charge.
amigos provavelmente verão-nas amanhã
e) Meus amigos teriam visto antenas disfar-
çadas se olhassem bem. – As teriam visto
meus amigos se olhassem bem.
O Bicho
(Manuel Bandeira)
Vi ontem um bicho A lacuna na fala da personagem deve ser preen-
Na imundície do pátio chida, corretamente, com:
Catando comida entre os detritos. a) em cujo
b) aonde
Quando achava alguma coisa, c) em que
Não examinava nem cheirava: d) que
Engolia com voracidade. e) ao qual
14. (TJ/SP) Apesar das previsões__________
os próximos meses deverão ter chuvas
O bicho não era um cão, dentro da média em São Paulo, isso não
Não era um gato, garante___________ o sistema Cantareira
volte a ter níveis confortáveis de reserva de
Não era um rato.
água até abril, segundo especialistas. Ainda
que chova bem acima do esperado, a super-
O bicho, meu Deus, era um homem. fície seca e exposta do Cantareira terá maior
dificuldade__________ reter a água.
(Disponível em: http://www.casadobruxo.com.br/poesia/m/
bicho.htm, acesso em 10/09/2014) (www.folha.uol.com.br.08.10.2014. Adaptado)

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