You are on page 1of 58

Rodada #1

Português
Professora Beatriz de Assis

Assuntos da Rodada

PORTUGUÊS: Interpretação de texto. Argumentação. Pressuposto e

subentendidos. Níveis de linguagem. Articulação do texto: coesão e coerência.

Termos da oração. Processo de coordenação e subordinação. Discurso direto e

indireto. Tempos, modos e vozes verbais. Classes de palavras. Flexão nominal e

verbal. Concordância nominal e verbal. Regência nominal e verbal. Ocorrência da

crase. Ortografia e acentuação. Pontuação. Equivalência e transformação de

estruturas.
PORTUGUÊS

Recados importantes!

➢ Você poderá fazer mais questões destes assuntos no teste semanal, liberado

ao final da rodada.

➢ Tente cumprir as metas na ordem que determinamos. É fundamental para o

perfeito aproveitamento do treinamento.

➢ Qualquer problema com a meta, envie uma mensagem para o WhatsApp oficial

da Turma Elite (35) 9106 5456.

➢ Estude com afinco para aparecer bem classificado(a) no nosso simulado, que

ocorrerá ao final desta rodada.

2
PORTUGUÊS

a. Teoria em Tópicos: compreensão e interpretação de texto.

Há um número significativo de detalhes que deveremos atentar ao analisar um texto.

A preocupação com interpretação de texto é constante entre os candidatos a

concursos públicos.

Por isso, alguns detalhes deveremos ter em mente que nos ajudarão a responder às

questões que se relacionem a um texto.

O texto é um emaranhado de ideias relacionadas entre si, o que forma um contexto

de significação e de interação comunicativa.

Por sua vez, o contexto é formado por várias frases, que compõem um texto.

Em um primeiro momento, deveremos identificar:

✓ a ideia principal;

✓ as ideias secundárias;

✓ as fundamentações, as argumentações, e/ou explicações que levem ao

esclarecimento do que é solicitado na prova.

Coesão e coerência

Nas provas de concurso, sempre aparecem as expressões coesão e coerência. O que

isso representa para que possamos bem interpretar um texto?

Vejamos.

Para que possamos compreender bem um texto, ele precisa transmitir com

propriedade a mensagem.

3
PORTUGUÊS

Às articulações gramaticais existentes entre as palavras, as orações e as frases, com

intuito de garantir a significação do texto, damos o nome de coesão. Por sua vez,

coerência diz respeito à semântica construída por meio das propriedades do texto.

4
PORTUGUÊS

b. Mapas mentais

✓ Coesão e coerência

5
PORTUGUÊS

c. Revisão 1

Texto para as questões seguintes.

A literatura é uma arte solitária. Seu labor é da mente para a página. Sua estranha

fantasia é a de que alguém possa dar forma ao idioma para que outra experiência

mental e individual se realize: a do leitor. Apesar de saraus e oficinas, a escrita

raramente escapa de ser esta atividade insossa e desertada: sentar e escrever sozinho.

E, se também são solitárias a pintura e a escultura, ambas têm a vantagem de serem

dinâmicas, físicas, performáticas, de um modo que as aproxima mais das artes

coletivas, como a dança, a música, o teatro, o cinema.

Quando fui músico, muitas vezes reclamei dos ensaios, dos shows em que o som

estava péssimo, de contratantes que não entregavam o que prometiam, mas, em

especial, do trabalho que a difícil democracia de participar de uma banda grande

demandava. Quantas viagens, quantas discussões, quantas concessões. E quantas

alegrias, quantas vezes olhar para o lado e cruzar com a mirada de alguém que estava

ali junto contigo, numa construção maior porque erguida por mais gentes. Mais

artistas de um lado, mais espectadores de outro.

(Adaptado de: GONZAGA, Pedro. Reclamação. Disponível

em: http://zh.clicrbs.com.br)

QUESTÃO 01 – FCC – DPE/RS – TÉCNICO/ÁREA ADMINISTRATIVA – 2017

Ao traçar um paralelo entre as diferentes artes, o autor sugere que a literatura

a) exige relativamente maior isolamento.

b) é irracional, o que a torna inferior.

c) requer menos esforço intelectual.

6
PORTUGUÊS

d) demanda uma maior socialização.

e) exclui a necessidade de validação.

QUESTÃO 02 – FCC – DPE/RS – TÉCNICO/ÁREA ADMINISTRATIVA – 2017

A literatura é uma arte solitária. Seu labor é da mente para a página. Sua estranha

fantasia é a de que alguém possa dar forma ao idioma para que outra experiência

mental e individual se realize: a do leitor. (1° parágrafo)

No contexto dado, o vocábulo a, em destaque, retoma:

a) experiência.

b) arte.

c) mente.

d) página.

e) fantasia.

QUESTÃO 03 – FCC – DPE/RS – TÉCNICO/ÁREA ADMINISTRATIVA – 2017

A leitura do 2° parágrafo permite concluir que o autor:

a) desistiu de sua carreira musical após desentender-se com a banda.

b) se arrepende de ter agido de modo egoísta com seus companheiros.

c) demonstra ressentimento por não ter alcançado o sucesso que buscava.

d) sente falta de alguns aspectos de sua experiência como músico.

e) tinha uma timidez acentuada para se apresentar diante do público.

QUESTÃO 04 – FCC – DPE/RS – TÉCNICO/ÁREA ADMINISTRATIVA – 2017

7
PORTUGUÊS

No contexto do 2° parágrafo, a palavra democracia, em destaque, refere-se

precisamente a

a) uma organização coletiva com regras de comportamento estabelecidas por uma

minoria.

b) uma conjuntura política, em que os governantes são escolhidos em eleições

diretas.

c) um regime de governo em que os políticos tomam decisões baseadas no bem

comum.

d) um contexto de interação respeitosa entre integrantes de um determinado grupo.

e) um modo de convivência desorganizado por não ter uma figura de liderança

determinada.

O gol plagiado

“Jogador quer direito autoral sobre seus gols.”

Esporte, 20 jan. 2000

“Prezados senhores: dirigindo-se a V.Sa., refiro-me à notícia segundo a qual jogadores

de futebol do Reino Unido, como Michael Owen e Ryan Giggs, querem receber autorais

pela exibição de seus gols na mídia. Não tenho o status desses senhores – sou apenas

um brasileiro que bate a sua bolinha nos fins de semana – mas desejo fazer uma grave

denúncia: um dos jogadores citados (oportunamente divulgarei o nome) simplesmente

plagiou um gol feito por mim.

Provas? Basta comparar os tapes dos referidos gols. No meu caso, trata-se de um

trabalho amador – foi feito por meu filho, de dez anos – mas mesmo assim é bastante

nítido. Vê-se que, como eu, o referido jogador estava num campo de futebol. Nos dois

casos, a partida estava sendo disputada por times de 11 jogadores cada um. Nos dois

8
PORTUGUÊS

casos havia uma bola, havia goleiros. Nos dois casos havia um juiz. No meu caso, um

juiz usando bermudões e chinelos – mas juiz, de qualquer maneira.

Isto, quanto aos aspectos gerais. Vamos agora aos detalhes. No vídeo do jogador

inglês, mostrado no mundo inteiro, vê-se que ele pega a bola na grande área, domina-

a, livra-se de um adversário e chuta no canto esquerdo, marcando, é forçoso admitir,

um belo tento, um gol que faz jus aos direitos autorais. No meu vídeo – feito uma

semana antes, é importante que se diga –, vê-se que eu pego a bola na grande área,

que a domino, que livro-me de um adversário e que chuto forte no canto esquerdo,

marcando um belo tento.

Conclusão: o jogador inglês me plagiou. Quero, portanto, metade do que ele receber a

título de direitos autorais. Se não for atendido em minha reivindicação levarei a

questão a juízo. Estou seguro de que ganharei. Além do vídeo, conto com uma

testemunha: o meu filho. Ele viu o jogo do começo ao fim e pode depor a meu favor. É

pena não ter mais testemunhas, mas, infelizmente, ele foi o único espectador desse

jogo. E irá comigo demandar justiça contra o plágio.”

(SCLIAR, Moacyr. O imaginário cotidiano. São Paulo, Global, 2013,

p. 55)

QUESTÃO 05 – FCC – DPE/RS – TÉCNICO/ÁREA ADMINISTRATIVA – 2017

O jogador amador que escreve aos Prezados senhores dirige-se a eles com o

objetivo de:

a) demandar que sejam pagos direitos autorais referentes à divulgação pela mídia de

um vídeo amador feito por seu filho.

b) informar que os ingleses Michael Owen e Ryan Giggs tiveram seus gols plagiados

por outros jogadores.

9
PORTUGUÊS

c) reivindicar o pagamento de direitos autorais relativos a um gol supostamente

plagiado por um jogador inglês.

d) denunciar que teve um gol plagiado por um jogador famoso e exigir que seja

exemplarmente detido por seu delito.

e) defender-se da acusação de plágio que recebeu da parte de um jogador inglês,

alegando ter feito o gol antes do inglês.

QUESTÃO 06 – FCC – DPE/RS – TÉCNICO/ÁREA ADMINISTRATIVA – 2017

O caráter irônico e cômico do texto revela-se, entre outros aspectos, no fato de o

jogador amador:

a) insistir ter tido um de seus gols plagiado, muito embora confirme ainda

desconhecer a identidade do jogador responsável pelo delito.

b) criticar a qualidade do futebol realizado no Reino Unido, sugerindo que os gols dos

jogadores Michael Owen e Ryan Giggs não exigem esforço.

c) descrever o gol do jogador inglês e logo em seguida descrever seu próprio gol,

dando a entender que não há semelhanças entre os lances.

d) ameaçar ir a juízo caso não seja atendido em sua reivindicação, mas não dispor de

um registro visual do gol que alega ter sido alvo de plágio.

e) afirmar que está seguro de sua vitória em juízo e, no entanto, apresentar apenas o

filho de dez anos como testemunha para o evento relatado.

QUESTÃO 07 – FCC – DPE/RS – TÉCNICO/ÁREA ADMINISTRATIVA – 2017

A expressão do texto que encontra um substituto correto, respeitando-se as regras

gramaticais e sem prejuízo do sentido, está em:

a) ... notícia segundo a qual... (1° parágrafo) // notícia a cerca da qual

10
PORTUGUÊS

b) ... um gol feito por mim. (1° parágrafo) // um gol de minha autoria.

c) ... irá comigo demandar justiça... (4° parágrafo) // irá comigo pleitear com justiça

d) Vamos agora aos detalhes. (3° parágrafo) // Avaliemos agora sob os detalhes.

e) ... conto com uma testemunha... (4° parágrafo) // disponho à uma testemunha

11
PORTUGUÊS

d. Revisão 2

Texto para as questões seguintes.

Modos de disputa

Dois indivíduos têm uma contenda e estão enraivecidos. Um deles diz ao outro,

furioso: − Vou te quebrar a cara! Ao que o outro, igualmente indignado, responde com

energia: − Pois eu vou te processar!

São, não há dúvida, dois modos de disputar a razão de quem viu ofendido um suposto

direito seu. O primeiro indivíduo recua bastante na história e reproduz a

jurisprudência das cavernas: a pancada corretiva, o direito da força, o recurso dos

instintos primários; o segundo preferiu confiar numa instituição, numa instância social,

na mediação das leis, na força do direito. O que não significa que, em outra situação,

os mesmos indivíduos não pudessem reagir de modo oposto: somos criaturas difíceis,

sujeitas ao temperamento, ao sentimento de ocasião.

“Vou te processar” é o modo civilizado, que confia no equilíbrio de um rito jurídico,

devidamente conduzido e arbitrado por profissionais do ramo: advogados, juízes,

promotores. O processo tem sua mecânica balizada por prazos, recursos, ações de

embargo etc. O propósito está em que, ao fim e ao cabo do processo, todos os

componentes de uma disputa tenham sido devidamente apreciados e julgados, a

partir do que se exare a sentença final. Como todo rito complexo e minucioso, pode

demorar muito até o bater do martelo.

A instituição justa do processo conta com o fato de que ambas as partes sigam

exatamente os mesmos passos garantidos pela lei. Mas não há como evitar certas

condicionantes, que fazem diferença: a habilidade maior de um advogado, os recursos

para custear um processo longo, a intimidação que pode representar o fato de uma

12
PORTUGUÊS

das partes ser um litigante de grande poder político ou notoriedade social. As

diferenças sociais e econômicas entre os homens podem marcar o destino de um

processo. Nesse caso, voltamos um pouquinho no tempo e, de um modo

aparentemente mais civilizado, reproduzimos algo parecido com o direito da força.

(Júlio Castro de Ribeiro, inédito)

QUESTÃO 08 – FCC – DPE/RS – TÉCNICO/ÁREA ADMINISTRATIVA – 2017

Os dois modos de disputar a razão referidos no texto contrapõem-se quanto às:

a) instituições civilizatórias a que buscam recorrer os enfurecidos contendores.

b) distintas jurisprudências que as partes vão recolher de fontes primitivas.

c) formas de mediação jurídica a que apelam os contendores.

d) ações escolhidas pelos contendores para o encaminhamento de suas convicções.

e) providências processuais que cada litigante entende como adequadas.

QUESTÃO 09 – FCC – DPE/RS – TÉCNICO/ÁREA ADMINISTRATIVA – 2017

Um dos recursos expressivos de redação explorados pelo autor está no emprego:

a) do humor, ao acionar o flagrante anacronismo que se revela na

expressão jurisprudência das cavernas.

b) da ironia, quando se associa a expressão vou te processar à expressão seguinte que

é modo civilizado.

c) de uma contradição, quando atribui ao indivíduo indignado o desejo de se valer de

um processo jurídico.

d) de reiterações de sentido, como a que se nota entre direito da força e força do

direito.

e) da linguagem técnica, como em pancada corretiva e o bater do martelo.

13
PORTUGUÊS

QUESTÃO 10 – FCC – DPE/RS – TÉCNICO/ÁREA ADMINISTRATIVA – 2017

Considerando-se o contexto, traduz-se adequadamente o sentido de um segmento

do texto em:

a) têm uma contenda e estão enraivecidos (1° parágrafo) = fomentam ressentimentos

inúteis.

b) viu ofendido um suposto direito (2° parágrafo) = deu como lesada uma prerrogativa

legal.

c) recurso dos instintos primários (2° parágrafo) = habilitação dos impulsos primaciais.

d) equilíbrio de um rito jurídico (3° parágrafo) = harmonia de um cerimonial forense.

e) a partir do que se exare a sentença final (3° parágrafo) = até onde se proclama o

arbítrio definitivo.

QUESTÃO 11 – FCC – DPE/RS – TÉCNICO/ÁREA ADMINISTRATIVA – 2017

O primeiro indivíduo recua bastante na história e reproduz a jurisprudência das

cavernas (...)

Uma nova, correta e coerente redação da frase acima está em:

a) Como reproduz a jurisprudência das cavernas, a história do primeiro indivíduo,

surge como um recuo.

b) A jurisprudência das cavernas – um suficiente recuo histórico – é reproduzido pelo

primeiro indivíduo.

c) O recuo histórico do primeiro indivíduo é o bastante para reproduzir-se a

jurisprudência das cavernas.

d) A história se reproduz, como jurisprudência das cavernas, quando o primeiro

indivíduo recua tanto.

14
PORTUGUÊS

e) Ao recuar tanto na história, o primeiro indivíduo acaba por reproduzir a

jurisprudência das cavernas.

Atenção: Para responder à questão, considere o texto abaixo.

COP-21 já foi. E agora, o que virá?

O Acordo do Clima aprovado em Paris em dezembro de 2015 não resolve o problema

do aquecimento global, apenas cria um ambiente político mais favorável à tomada de

decisão para que os objetivos assinalados formalmente por 196 países sejam

alcançados.

Como todo marco regulatório, o acordo estabelece apenas as condições para que algo

aconteça, e, nesse caso, não há sequer prazos ou metas. As propostas apresentadas

voluntariamente pelos países passam a ser consideradas “metas” que serão

reavaliadas a cada 5 anos, embora a soma dessas propostas não elimine hoje o risco

de enfrentarmos os piores cenários climáticos com a iminente elevação média de

temperatura acima de 2 ºC.

Sendo assim, o que precisa ser feito para que o Acordo de Paris faça alguma diferença

para a humanidade? A 21ª Conferência do Clima (COP-21) sinaliza um caminho. Para

segui-lo, é preciso realizar muito mais − e melhor − do que tem sido feito até agora. A

quantidade de moléculas de CO2 na atmosfera já ultrapassou as 400 ppm (partes por

milhão), indicador que confirmaria − segundo o Painel Intergovernamental de

Mudança Climática (IPCC) da ONU − a progressão rápida da temperatura acima dos 2

°C.

A decisão mais urgente deveria ser a eliminação gradual dos U$ 700 bilhões anuais em

subsídios para os combustíveis fósseis. Sem essa medida, como imaginar que a nossa

atual dependência de petróleo, carvão e gás (75% da energia do mundo é suja) se

modifique no curto prazo?

15
PORTUGUÊS

Para piorar a situação, apesar dos investimentos crescentes que acontecem mundo

afora em fontes limpas e renováveis de energia (solar, eólica, biomassa, etc.), nada

sugere, pelo andar da carruagem, que testemunhemos a inflexão da curva de

emissões de gases estufa. Segundo a vice-presidente do IPCC, a climatologista

brasileira Thelma Krug, a queima de combustíveis fósseis segue em alta e não há

indícios de que isso se modifique tão cedo.

Como promover tamanho freio de arrumação em um planeta tão acostumado a emitir

gases estufa sem um novo projeto educacional? Desde cedo a garotada precisa

entender o gigantesco desafio civilizatório embutido no combate ao aquecimento

global.

O Acordo do Clima é certamente um dos maiores e mais importantes da história da

diplomacia mundial. Mas não nos iludamos. Tal como a Declaração Universal dos

Direitos Humanos (adotada pela ONU em 1948), o Acordo sinaliza rumo e perspectiva,

aponta o que é o certo, e se apresenta como um compromisso coletivo. Tornar o

Acordo realidade exige atitude. Diária e obstinada.


(Adaptado de: TRIGUEIRO, André. http://g1.globo.com/natureza/blog/mundo-sustentavel/2.html)

QUESTÃO 12 – FCC – SEGEP/MA – ANALISTA AMBIENTAL/BIÓLOGO – 2016

Na opinião do autor, o Acordo do Clima:

a) teve como mérito o fato de reunir formalmente muitos países em prol de um único

objetivo, que consiste em reduzir, ainda que parcialmente, a exploração de

combustíveis fósseis em um prazo inicial de cinco anos.

b) tem o importante papel de estabelecer as bases políticas para que se desenvolvam

planos de redução de emissão de gases de efeito estufa, conquanto não tenha

determinado ações concretas que os viabilizem a curto prazo.

c) contribuirá de maneira eficaz para que a temperatura do planeta não ultrapasse os

2 ºC estipulados pelo Painel Intergovernamental de Mudança Climática da ONU,

16
PORTUGUÊS

tendo em vista o comprometimento formal dos países em reduzir a emissão de

CO2.

d) constitui um instrumento indispensável para a execução de projetos educacionais

que visem à formação de indivíduos comprometidos com o combate ao

aquecimento global, o que pode resultar no fim da emissão de gases de efeito

estufa.

e) apresenta o potencial de ser tão ou mais bem-sucedido que a Declaração Universal

dos Direitos Humanos, com a condição de que os governantes financiem práticas

sustentáveis para a exploração das reservas de combustíveis fósseis.

QUESTÃO 13 – FCC – SEGEP/MA – ANALISTA AMBIENTAL/BIÓLOGO – 2016

Uma palavra empregada com sentido exclusivamente figurado está sublinhada na

seguinte passagem do texto:

a) a iminente elevação média de temperatura acima de 2 ºC (2º parágrafo)

b) A quantidade de moléculas de CO2 na atmosfera já ultrapassou as 400 ppm (3º

parágrafo)

c) nada sugere, pelo andar da carruagem, que testemunhemos (5º parágrafo)

d) U$ 700 bilhões anuais em subsídios para os combustíveis fósseis. (4º parágrafo)

e) a queima de combustíveis fósseis segue em alta (5º parágrafo)

QUESTÃO 14 – FCC – SEGEP/MA – ANALISTA AMBIENTAL/BIÓLOGO – 2016

A citação de Thelma Krug, no 5º parágrafo,

a) refuta o argumento de que um novo projeto educacional possa contribuir para

alterar a gravidade do quadro de emissão de poluentes.

17
PORTUGUÊS

b) ratifica a opinião de que os investimentos em fontes limpas e renováveis de energia

estagnaram após um período de crescimento.

c) reforça a ideia de que os contínuos esforços para conter a extração ilegal de

petróleo, carvão e gás ainda são insuficientes.

d) corrobora a afirmação acerca da urgência de se eliminarem gradualmente os

subsídios anuais para os combustíveis fósseis.

e) contesta o ponto de vista de quem considera a geração de energia por meio de

fontes renováveis uma alternativa para os combustíveis fósseis.

18
PORTUGUÊS

e. Revisão 3

QUESTÃO 15 – FCC – SEGEP/MA – ANALISTA AMBIENTAL/BIÓLOGO – 2016

Desde cedo a garotada precisa entender o gigantesco desafio civilizatório embutido no

combate ao aquecimento global. (6º parágrafo)

O termo sublinhado pode ser substituído, com grafia correta e com o sentido

preservado em linhas gerais, por:

a) encorporado

b) incrustrado

c) embuído

d) instituido

e) inserto

QUESTÃO 16 – FCC – SEGEP/MA – ANALISTA AMBIENTAL/BIÓLOGO – 2016

Ao relacionar os segmentos destacados, o vocábulo “para” expressa sentido de “em

proveito de” na seguinte passagem do texto:

a) o acordo estabelece apenas as condições para que algo aconteça (2º parágrafo)

b) o Acordo de Paris faça alguma diferença para a humanidade? (3º parágrafo)

c) Para segui-lo, é preciso realizar muito mais (3º parágrafo)

d) um ambiente político mais favorável à tomada de decisão para que os objetivos [...]

sejam alcançados. (1º parágrafo)

e) Para piorar a situação, [...] nada sugere [...] que testemunhemos a inflexão da curva

de emissões de gases estufa. (5º parágrafo)

19
PORTUGUÊS

QUESTÃO 17 – FCC – SEGEP/MA – ANALISTA AMBIENTAL/BIÓLOGO – 2016

Atenção: Para responder à questão, considere o texto abaixo.

A Geografia

Foi em um negócio de ferros velhos, durante a guerra mundial, que o Procópio Viana

passou de modesto vendedor da casa Portela & Gomes a honrado capitalista da nossa

praça. Com a bolsa repleta de amostras de arroz, de feijão, de milho, de farinha, anda

acima e abaixo a vender nos retalhistas, quando um deles o incumbiu de negociar os

maquinismos de uma velha fábrica desmantelada. O rapaz ganhou no negócio quinze

contos, e não quis mais saber de outro comércio. E, em breve, comprava até navios

velhos, vendendo-os a estrangeiros, conseguindo reunir, com essas transações, os

seus quatro milhares de contos.

Rico, pôs-se o Procópio a viajar. E era de regresso desse passeio através dos

continentes que contava, no Fluminense, a um grupo de senhoras, as suas impressões

de turista.

− Visitei Paris, Londres, Madri... − dizia ele, com ênfase, sacudindo a perna direita, o

charuto ao canto da boca, a mão no bolso da calça. − Fui ao Cairo, a Roma, a Berlim, a

Viena...

E após um instante:

− Estive em Tóquio, em Pequim, em Singapura...

A essas palavras, que punham reflexos de admiração e de inveja nos olhos das moças

que o ouviam, mlle*. Lili Peixoto aparteou, encantada:

− O senhor deve conhecer muito a Geografia... Não é?

− Ah! não, senhora! − interveio, logo, superior, o antigo caixeiro de Portela & Gomes.

− A Geografia, eu quase não conheço.

20
PORTUGUÊS

E atirando para o espaço uma baforada do seu charuto cheiroso:

− Eu passei por lá de noite...

*mademoiselle: expressão francesa usada para se referir respeitosamente a moça ou

mulher.

(Adaptado de: CAMPOS, Humberto de. Grãos de mostarda.

www.dominiopublico.gov.br/download/texto/bi000155.pdf)

A construção do humor no texto associa-se, entre outros aspectos,

a) à vasta erudição que Procópio Viana acumulou ao longo das viagens que realizou a

trabalho.

b) ao fato de Procópio Viana tornar-se rico, mas não perder a modéstia que lhe era

característica.

c) à impossibilidade de um vendedor chegar a obter lucro a partir de um negócio de

ferros velhos.

d) à reação interesseira das mulheres ao descobrirem a origem das riquezas de

Procópio Viana.

e) ao contraste entre o comportamento presunçoso e a falta de instrução de Procópio

Viana.

Texto para as próximas questões.

A maioria das pessoas pensa que vai se aposentar cedo e desfrutar da vida, mas um

estudo sugere que estamos fadados a nos aposentar cada vez mais tarde se

quisermos manter um padrão de vida razoável.

Em 2009, pesquisadores publicaram um estudo na revista Lancet e afirmaram que

metade das pessoas nascidas após o ano 2000 vai viver mais de 100 anos e três

quartos vão comemorar seus 75 anos.

21
PORTUGUÊS

Até 2007 acreditávamos que a expectativa de vida das pessoas não passaria de 85

anos. Foi quando os japoneses ultrapassaram a expectativa para 86 anos. Na verdade,

a expectativa de vida nos países desenvolvidos sobe linearmente desde 1840,

indicando que ainda não atingimos um limite para o tempo de vida máximo para um

ser humano.

No início do século XX, as melhorias no controle das doenças infecciosas promoveram

um aumento na sobrevida dos humanos, principalmente das crianças. E, depois da

Segunda Guerra Mundial, os avanços da medicina no tratamento das enfermidades

cardiovasculares e do câncer promoveram um ganho para os adultos. Em 1950, a

chance de alguém sobreviver dos 80 aos 90 anos era de 10%; atualmente excede os

50%.

O que agora vai promover uma sobrevida mais longa e com mais qualidade será a

mudança de hábitos. A Dinamarca era em 1950 um dos países com a mais longa

expectativa de vida. Porém, em 1980 havia despencado para a 20a posição, devido ao

tabagismo.

O controle da ingestão de sal e açúcar, e a redução dos vícios como cigarro e álcool,

além de atividade física, vão determinar uma nova onda do aumento de expectativa de

vida. A própria qualidade de vida, medida por anos de saúde plena, deve mudar para

melhor nas próximas décadas.

O próximo problema a ser enfrentado é a falta de dinheiro para as últimas décadas de

vida: estamos nos aposentando muito cedo e o que juntamos não será o suficiente.

Precisamos guardar 10% do salário anual e nos aposentar aos 80 anos para que a

independência econômica acompanhe a independência física na aposentadoria.

Os pesquisadores propõem que a idade de aposentadoria seja alongada e que os

sexagenários mudem seu raciocínio: em vez de pensar na aposentadoria, que passem

a mirar uma promoção.

22
PORTUGUÊS

(Adaptado de: TUMA, Rogério. Disponível em:

http://www.cartacapital.com.br/revista/911/o-contribuinte-secular)

QUESTÃO 18 – FCC – SEGEP/MA – ANALISTA AMBIENTAL/PEDAGOGO – 2016

Infere-se corretamente do texto:

a) O aumento da expectativa de vida no século XXI resulta de importantes avanços da

medicina, seja com o desenvolvimento de vacinas para controlar infecções, como

com o aprimoramento das técnicas para tratar as doenças cardiovasculares.

b) Países economicamente ultradesenvolvidos como a Dinamarca exibem não apenas

as mais altas expectativas de vida, como também uma melhora constante na

qualidade de vida de seus habitantes.

c) Ainda que esteja previsto um aumento na qualidade de vida dos idosos nas

próximas décadas, existe o risco de que a saúde física dos aposentados não esteja

acompanhada de independência financeira.

d) Para não sofrer com a perda da saúde física nas últimas décadas da vida, os

aposentados devem criar estratégias cognitivas para que possam usufruir de

plenas opções de socialização e divertimento nesta fase.

e) Uma das causas da Segunda Guerra Mundial foi o aumento da longevidade da

geração que a sucedeu, especialmente o da japonesa, que superou a meta

estabelecida, o que se explica a partir do alto grau de desenvolvimento tecnológico

observado durante tal período.

QUESTÃO 19 – FCC – SEGEP/MA – ANALISTA AMBIENTAL/PEDAGOGO – 2016

... estamos fadados a nos aposentar cada vez mais tarde se quisermos manter um padrão

de vida razoável. (1º parágrafo)

23
PORTUGUÊS

Sem prejuízo da correção e da coerência, o segmento sublinhado acima pode ser

substituído por:

a) caso queiramos

b) na hipótese de quisemos

c) como queríamos

d) pelo fato de querermos

e) apesar de querermos

QUESTÃO 20 – FCC – SEGEP/MA – ANALISTA AMBIENTAL/PEDAGOGO – 2016

Será que a internet está a matar a democracia? Vyacheslav W. Polonski, um acadêmico

da Universidade de Oxford, faz essa pergunta na revista Newsweek. E oferece

argumentos a respeito que desaguam em águas tenebrosas.

A internet oferece palco político para os mais motivados (e despreparados).

Antigamente, o cidadão revoltado podia ter as suas opiniões sobre os assuntos do

mundo. Mas, tirando o boteco, ou o bairro, ou até o jornal do bairro, essas opiniões

nasciam e morriam no anonimato.

Hoje, é possível arregimentar dezenas, ou centenas, ou milhares de "seguidores" que

rapidamente espalham a mensagem por dezenas, ou centenas, ou milhares de novos

"seguidores". Quanto mais radical a mensagem, maior será o sucesso cibernauta.

Mas a internet não é apenas um paraíso para os politicamente motivados (e

despreparados). Ela tende a radicalizar qualquer opinião sobre qualquer assunto.

A ideia de que as redes sociais são uma espécie de "ágora moderna", onde existem

discussões mais flexíveis e pluralistas, não passa de uma fantasia. A internet não cria

debate. Ela cria trincheiras entre exércitos inimigos.

24
PORTUGUÊS

(Adaptado de: COUTINHO, João Pereira. Disponível

em: http://www1.folha.uol.com.br/colunas/joaopereiracoutinho/2016/08/1

801611)

No texto, o autor:

a) critica a forma com que as pessoas atualmente emitem opiniões nas redes sociais,

que considera antidemocrática e contrária ao que poderia ser um debate profícuo.

b) chama a atenção para os exageros dos que publicam informações inverídicas nas

redes sociais de forma irresponsável, cujo único propósito é o de disseminar

controvérsias.

c) enaltece a internet como veículo capaz de disseminar novas ideias e reforçar os

ideais democráticos, apesar da existência daqueles que a utilizam com finalidades

escusas.

d) assinala que o ato de expor uma opinião nas redes sociais, ainda que com

motivação política, é por demais subjetivo e capaz de subverter os ideais

democráticos da internet.

e) lamenta a existência de celebridades forjadas pelas redes sociais, incapazes de

refletir com coerência a respeito de assuntos políticos e imitadas por grande

contingente de seguidores, também inábeis.

QUESTÃO 21 – FCC – SEGEP/MA – ANALISTA AMBIENTAL/PEDAGOGO – 2016

Atenção: Para responder à questão, considere o texto abaixo.

Anedotas

Um dos mistérios da vida é: de onde vêm as anedotas? O enigma da criação da

anedota se compara ao enigma da criação da matéria. Em todas as teorias conhecidas

sobre a evolução do universo sempre se chega a um ponto em que a única explicação

possível é a da geração espontânea. Do nada surge alguma coisa. As anedotas

25
PORTUGUÊS

também nasceriam assim, já prontas, aparentemente autogeradas. Você não conhece

ninguém que tenha inventado uma anedota. Os que contam uma anedota sempre a

ouviram de outro, que ouviu de outro, que não se lembra de quem ouviu. Se anedota

fosse crime, sua repressão seria dificílima.

Os humoristas profissionais não fazem anedotas. Inventam piadas, frases, cenas,

histórias, mas as anedotas que correm o país não são deles. São de autores

desconhecidos mas nem por isso menos competentes. Uma anedota geralmente tem

o rigor formal de um teorema. Exposição, desenvolvimento, desenlace. Grande parte

do sucesso de uma anedota depende do estilo de quem conta. A anedota é uma

continuação da tradição homérica, de narrativa oral, que transmitia histórias antes do

livro. Anedota impressa deixa de ser anedota. Existem contadores eméritos. E casos

pungentes de grandes contadores que, com o tempo, vão perdendo a habilidade, até

chegarem ao supremo vexame de, um dia, esquecerem o fim da anedota.

Dizem que, eventualmente, um computador bem programado poderá escrever teses e

romances. Mas duvido que algum computador, algum dia, possa fazer uma anedota.

(VERISSIMO, Luis Fernando. Comédias para se ler na escola. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001, p. 107-108)

As anedotas caracterizam-se, segundo o autor do texto, pelas seguintes qualificações:

a) autoria polêmica, linguagem indisciplinada e finalidade maliciosa.

b) conteúdo repressivo, origem hipotética e estilo formal.

c) criador desconhecido, estrutura marcante e transmissão oral.

d) estilo literário, narrativa simplória e elementos de pungência.

e) procedência nebulosa, forma tradicional e recursos gráficos.

26
PORTUGUÊS

f. Gabarito

1 2 3 4 5

A A D D C

6 7 8 9 10

E B D A B

11 12 13 14 15

E B C D E

16 17 18 19 20

B E C A A

21 - - - -

C * * * *

27
PORTUGUÊS

g. Breves comentários às questões

Texto para as questões seguintes.

A literatura é uma arte solitária. Seu labor é da mente para a página. Sua estranha

fantasia é a de que alguém possa dar forma ao idioma para que outra experiência

mental e individual se realize: a do leitor. Apesar de saraus e oficinas, a escrita

raramente escapa de ser esta atividade insossa e desertada: sentar e escrever sozinho.

E, se também são solitárias a pintura e a escultura, ambas têm a vantagem de serem

dinâmicas, físicas, performáticas, de um modo que as aproxima mais das artes

coletivas, como a dança, a música, o teatro, o cinema.

Quando fui músico, muitas vezes reclamei dos ensaios, dos shows em que o som

estava péssimo, de contratantes que não entregavam o que prometiam, mas, em

especial, do trabalho que a difícil democracia de participar de uma banda grande

demandava. Quantas viagens, quantas discussões, quantas concessões. E quantas

alegrias, quantas vezes olhar para o lado e cruzar com a mirada de alguém que estava

ali junto contigo, numa construção maior porque erguida por mais gentes. Mais

artistas de um lado, mais espectadores de outro.

(Adaptado de: GONZAGA, Pedro. Reclamação. Disponível

em: http://zh.clicrbs.com.br)

QUESTÃO 01 – FCC – DPE/RS – TÉCNICO/ÁREA ADMINISTRATIVA – 2017

Ao traçar um paralelo entre as diferentes artes, o autor sugere que a literatura :

a) exige relativamente maior isolamento.

b) é irracional, o que a torna inferior.

c) requer menos esforço intelectual.

28
PORTUGUÊS

d) demanda uma maior socialização.

e) exclui a necessidade de validação.

Comentário:

O autor sugere, nas primeiras orações do texto, que a Literatura é uma arte solitária.

Repare: “A literatura é uma arte solitária. Seu labor é da mente para a página.”

Resposta: A

QUESTÃO 02 – FCC – DPE/RS – TÉCNICO/ÁREA ADMINISTRATIVA – 2017

A literatura é uma arte solitária. Seu labor é da mente para a página. Sua estranha

fantasia é a de que alguém possa dar forma ao idioma para que outra experiência

mental e individual se realize: a do leitor. (1° parágrafo)

No contexto dado, o vocábulo a, em destaque, retoma:

a) experiência.

b) arte.

c) mente.

d) página.

e) fantasia.

Comentário:

Os dois pontos no trecho do texto introduzem a explicação sobre algo que já foi dito, no

caso, sobre a outra experiência mental e individual.

Podemos afirmar, então, que o a retoma o núcleo da expressão “outra experiência mental e

individual”, ou seja, experiência.

Resposta: A

29
PORTUGUÊS

QUESTÃO 03 – FCC – DPE/RS – TÉCNICO/ÁREA ADMINISTRATIVA – 2017

A leitura do 2° parágrafo permite concluir que o autor:

a) desistiu de sua carreira musical após desentender-se com a banda.

b) se arrepende de ter agido de modo egoísta com seus companheiros.

c) demonstra ressentimento por não ter alcançado o sucesso que buscava.

d) sente falta de alguns aspectos de sua experiência como músico.

e) tinha uma timidez acentuada para se apresentar diante do público.

Comentário:

No último período do texto, percebemos que o autor sente falta de alguns aspectos de sua

carreira musical. Observe: “E quantas alegrias, quantas vezes olhar para o lado e cruzar

com a mirada de alguém que estava ali junto contigo, numa construção maior porque

erguida por mais gentes. Mais artistas de um lado, mais espectadores de outro”.

Resposta: D

QUESTÃO 04 – FCC – DPE/RS – TÉCNICO/ÁREA ADMINISTRATIVA – 2017

No contexto do 2° parágrafo, a palavra democracia, em destaque, refere-se

precisamente a

a) uma organização coletiva com regras de comportamento estabelecidas por uma

minoria.

b) uma conjuntura política, em que os governantes são escolhidos em eleições

diretas.

c) um regime de governo em que os políticos tomam decisões baseadas no bem

comum.

30
PORTUGUÊS

d) um contexto de interação respeitosa entre integrantes de um determinado grupo.

e) um modo de convivência desorganizado por não ter uma figura de liderança

determinada.

Comentário:

Democracia, no contexto em análise, expressa ideia de momento de interação entre os

integrantes da banda, ou seja, um contexto de interação respeitosa entre integrantes de um

determinado grupo.

Resposta: D

O gol plagiado

“Jogador quer direito autoral sobre seus gols.”

Esporte, 20 jan. 2000

“Prezados senhores: dirigindo-se a V.Sa., refiro-me à notícia segundo a qual jogadores

de futebol do Reino Unido, como Michael Owen e Ryan Giggs, querem receber autorais

pela exibição de seus gols na mídia. Não tenho o status desses senhores – sou apenas

um brasileiro que bate a sua bolinha nos fins de semana – mas desejo fazer uma grave

denúncia: um dos jogadores citados (oportunamente divulgarei o nome) simplesmente

plagiou um gol feito por mim.

Provas? Basta comparar os tapes dos referidos gols. No meu caso, trata-se de um

trabalho amador – foi feito por meu filho, de dez anos – mas mesmo assim é bastante

nítido. Vê-se que, como eu, o referido jogador estava num campo de futebol. Nos dois

casos, a partida estava sendo disputada por times de 11 jogadores cada um. Nos dois

casos havia uma bola, havia goleiros. Nos dois casos havia um juiz. No meu caso, um

juiz usando bermudões e chinelos – mas juiz, de qualquer maneira.

31
PORTUGUÊS

Isto, quanto aos aspectos gerais. Vamos agora aos detalhes. No vídeo do jogador

inglês, mostrado no mundo inteiro, vê-se que ele pega a bola na grande área, domina-

a, livra-se de um adversário e chuta no canto esquerdo, marcando, é forçoso admitir,

um belo tento, um gol que faz jus aos direitos autorais. No meu vídeo – feito uma

semana antes, é importante que se diga –, vê-se que eu pego a bola na grande área,

que a domino, que livro-me de um adversário e que chuto forte no canto esquerdo,

marcando um belo tento.

Conclusão: o jogador inglês me plagiou. Quero, portanto, metade do que ele receber a

título de direitos autorais. Se não for atendido em minha reivindicação levarei a

questão a juízo. Estou seguro de que ganharei. Além do vídeo, conto com uma

testemunha: o meu filho. Ele viu o jogo do começo ao fim e pode depor a meu favor. É

pena não ter mais testemunhas, mas, infelizmente, ele foi o único espectador desse

jogo. E irá comigo demandar justiça contra o plágio.”

(SCLIAR, Moacyr. O imaginário cotidiano. São Paulo, Global, 2013,

p. 55)

QUESTÃO 05 – FCC – DPE/RS – TÉCNICO/ÁREA ADMINISTRATIVA – 2017

O jogador amador que escreve aos Prezados senhores dirige-se a eles com o

objetivo de:

a) demandar que sejam pagos direitos autorais referentes à divulgação pela mídia de

um vídeo amador feito por seu filho.

b) informar que os ingleses Michael Owen e Ryan Giggs tiveram seus gols plagiados

por outros jogadores.

c) reivindicar o pagamento de direitos autorais relativos a um gol supostamente

plagiado por um jogador inglês.

32
PORTUGUÊS

d) denunciar que teve um gol plagiado por um jogador famoso e exigir que seja

exemplarmente detido por seu delito.

e) defender-se da acusação de plágio que recebeu da parte de um jogador inglês,

alegando ter feito o gol antes do inglês.

Comentário:

Bom! A banca solicita que identifiquemos o pedido do autor quanto ao plágio do gol.

Observe o trecho do texto que traz essa informação: “Quero, portanto, metade do que ele

receber a título de direitos autorais. Se não for atendido em minha reivindicação levarei a

questão a juízo. Estou seguro de que ganharei. Além do vídeo, conto com uma testemunha:

o meu filho”.

Ou seja, o autor visa reivindicar o pagamento de direitos autorais relativos a um gol

supostamente plagiado por um jogador inglês.

Resposta: C

QUESTÃO 06 – FCC – DPE/RS – TÉCNICO/ÁREA ADMINISTRATIVA – 2017

O caráter irônico e cômico do texto revela-se, entre outros aspectos, no fato de o

jogador amador:

a) insistir ter tido um de seus gols plagiado, muito embora confirme ainda

desconhecer a identidade do jogador responsável pelo delito.

b) criticar a qualidade do futebol realizado no Reino Unido, sugerindo que os gols dos

jogadores Michael Owen e Ryan Giggs não exigem esforço.

c) descrever o gol do jogador inglês e logo em seguida descrever seu próprio gol,

dando a entender que não há semelhanças entre os lances.

33
PORTUGUÊS

d) ameaçar ir a juízo caso não seja atendido em sua reivindicação, mas não dispor de

um registro visual do gol que alega ter sido alvo de plágio.

e) afirmar que está seguro de sua vitória em juízo e, no entanto, apresentar apenas o

filho de dez anos como testemunha para o evento relatado.

Comentário:

Não há dúvida! Há dois trechos do texto que evidenciam o caráter cômico e irônico do caso.

Observe:

“No meu caso, trata-se de um trabalho amador – foi feito por meu filho, de dez anos – mas

mesmo assim é bastante nítido.”

“Além do vídeo, conto com uma testemunha: o meu filho. Ele viu o jogo do começo ao fim e

pode depor a meu favor. É pena não ter mais testemunhas, mas, infelizmente, ele foi o

único espectador desse jogo. E irá comigo demandar justiça contra o plágio”;

Bingooo! Matamos a questão. A alternativa correta é a letra E.

Resposta: E

QUESTÃO 07 – FCC – DPE/RS – TÉCNICO/ÁREA ADMINISTRATIVA – 2017

A expressão do texto que encontra um substituto correto, respeitando-se as regras

gramaticais e sem prejuízo do sentido, está em:

a) ... notícia segundo a qual... (1° parágrafo) // notícia a cerca da qual

b) ... um gol feito por mim. (1° parágrafo) // um gol de minha autoria.

c) ... irá comigo demandar justiça... (4° parágrafo) // irá comigo pleitear com justiça

d) Vamos agora aos detalhes. (3° parágrafo) // Avaliemos agora sob os detalhes.

e) ... conto com uma testemunha... (4° parágrafo) // disponho à uma testemunha

Comentário:

34
PORTUGUÊS

A questão trata de semântica. Vejamos.

✓ ... notícia segundo a qual... (1° parágrafo) // notícia a cerca da qual

A expressão a cerca de tem valor de “aproximadamente”. A forma correta seria acerca de,

que significa “a respeito de”.

✓ ... um gol feito por mim. (1° parágrafo) // um gol de minha autoria.

Alternativa correta.

✓ ... irá comigo demandar justiça... (4° parágrafo) // irá comigo pleitear com justiça

Há diferença em: demandar justiça – a justiça será pleiteada. – e demandar com justiça –

demandar de modo justo.

✓ Vamos agora aos detalhes. (3° parágrafo) // Avaliemos agora sob os detalhes.

A preposição sob tem valor de “embaixo de”.

✓ ... conto com uma testemunha... (4° parágrafo) // disponho à uma testemunha

O verbo dispor exige preposição “de” e, não, “a”.

Resposta: B

Texto para as questões seguintes.

Modos de disputa

Dois indivíduos têm uma contenda e estão enraivecidos. Um deles diz ao outro,

furioso: − Vou te quebrar a cara! Ao que o outro, igualmente indignado, responde com

energia: − Pois eu vou te processar!

São, não há dúvida, dois modos de disputar a razão de quem viu ofendido um suposto

direito seu. O primeiro indivíduo recua bastante na história e reproduz a

35
PORTUGUÊS

jurisprudência das cavernas: a pancada corretiva, o direito da força, o recurso dos

instintos primários; o segundo preferiu confiar numa instituição, numa instância social,

na mediação das leis, na força do direito. O que não significa que, em outra situação,

os mesmos indivíduos não pudessem reagir de modo oposto: somos criaturas difíceis,

sujeitas ao temperamento, ao sentimento de ocasião.

“Vou te processar” é o modo civilizado, que confia no equilíbrio de um rito jurídico,

devidamente conduzido e arbitrado por profissionais do ramo: advogados, juízes,

promotores. O processo tem sua mecânica balizada por prazos, recursos, ações de

embargo etc. O propósito está em que, ao fim e ao cabo do processo, todos os

componentes de uma disputa tenham sido devidamente apreciados e julgados, a

partir do que se exare a sentença final. Como todo rito complexo e minucioso, pode

demorar muito até o bater do martelo.

A instituição justa do processo conta com o fato de que ambas as partes sigam

exatamente os mesmos passos garantidos pela lei. Mas não há como evitar certas

condicionantes, que fazem diferença: a habilidade maior de um advogado, os recursos

para custear um processo longo, a intimidação que pode representar o fato de uma

das partes ser um litigante de grande poder político ou notoriedade social. As

diferenças sociais e econômicas entre os homens podem marcar o destino de um

processo. Nesse caso, voltamos um pouquinho no tempo e, de um modo

aparentemente mais civilizado, reproduzimos algo parecido com o direito da força.

(Júlio Castro de Ribeiro, inédito)

QUESTÃO 08 – FCC – DPE/RS – TÉCNICO/ÁREA ADMINISTRATIVA – 2017

Os dois modos de disputar a razão referidos no texto contrapõem-se quanto às:

a) instituições civilizatórias a que buscam recorrer os enfurecidos contendores.

36
PORTUGUÊS

b) distintas jurisprudências que as partes vão recolher de fontes primitivas.

c) formas de mediação jurídica a que apelam os contendores.

d) ações escolhidas pelos contendores para o encaminhamento de suas convicções.

e) providências processuais que cada litigante entende como adequadas.

Comentário:

O texto traz duas formas distintas de resolução de um problema. Ou seja, ações distintas

escolhidas pelas partes para resolver uma contenda.

Esta questão foi fácil, não é mesmo?!

Resposta: D

QUESTÃO 09 – FCC – DPE/RS – TÉCNICO/ÁREA ADMINISTRATIVA – 2017

Um dos recursos expressivos de redação explorados pelo autor está no emprego:

a) do humor, ao acionar o flagrante anacronismo que se revela na

expressão jurisprudência das cavernas.

b) da ironia, quando se associa a expressão vou te processar à expressão seguinte que

é modo civilizado.

c) de uma contradição, quando atribui ao indivíduo indignado o desejo de se valer de

um processo jurídico.

d) de reiterações de sentido, como a que se nota entre direito da força e força do

direito.

e) da linguagem técnica, como em pancada corretiva e o bater do martelo.

Comentário:

37
PORTUGUÊS

Podemos observar que o texto traz humor a história. Há vários trechos que evidenciam esse

aspecto. Repare: jurisprudência das cavernas, pancada corretiva, bater o martelo,

processar de modo civilizado, entre outras.

Resposta: A

QUESTÃO 10 – FCC – DPE/RS – TÉCNICO/ÁREA ADMINISTRATIVA – 2017

Considerando-se o contexto, traduz-se adequadamente o sentido de um segmento

do texto em:

a) têm uma contenda e estão enraivecidos (1° parágrafo) = fomentam ressentimentos

inúteis.

b) viu ofendido um suposto direito (2° parágrafo) = deu como lesada uma prerrogativa

legal.

c) recurso dos instintos primários (2° parágrafo) = habilitação dos impulsos primaciais.

d) equilíbrio de um rito jurídico (3° parágrafo) = harmonia de um cerimonial forense.

e) a partir do que se exare a sentença final (3° parágrafo) = até onde se proclama o

arbítrio definitivo.

Comentário:

Já deu para perceber que a banca adooora este tipo de questão, não é mesmo?!

Vamos lá...

✓ têm uma contenda e estão enraivecidos (1° parágrafo) = fomentam ressentimentos

inúteis.

Raiva é diferente de ressentimento. Item incorreto.

✓ viu ofendido um suposto direito (2° parágrafo) = deu como lesada uma prerrogativa

legal.

38
PORTUGUÊS

Direito = prerrogativa legal.

✓ recurso dos instintos primários (2° parágrafo) = habilitação dos impulsos primaciais.

Habilitação e recurso possuem significados distintos.

✓ equilíbrio de um rito jurídico (3° parágrafo) = harmonia de um cerimonial forense.

Rito jurídico e cerimonial forense não há similaridade semântica.

✓ a partir do que se exare a sentença final (3° parágrafo) = até onde se proclama o

arbítrio definitivo.

O pronome que, no caso, é anafórico, ou seja, refere-se a algo que já foi dito anteriormente

e que não foi não está presente na frase sugerida.

Resposta: B

QUESTÃO 11 – FCC – DPE/RS – TÉCNICO/ÁREA ADMINISTRATIVA – 2017

O primeiro indivíduo recua bastante na história e reproduz a jurisprudência das

cavernas (...)

Uma nova, correta e coerente redação da frase acima está em:

a) Como reproduz a jurisprudência das cavernas, a história do primeiro indivíduo,

surge como um recuo.

b) A jurisprudência das cavernas – um suficiente recuo histórico – é reproduzido pelo

primeiro indivíduo.

c) O recuo histórico do primeiro indivíduo é o bastante para reproduzir-se a

jurisprudência das cavernas.

d) A história se reproduz, como jurisprudência das cavernas, quando o primeiro

indivíduo recua tanto.

39
PORTUGUÊS

e) Ao recuar tanto na história, o primeiro indivíduo acaba por reproduzir a

jurisprudência das cavernas.

Comentário:

Qual é a informação passada pelo trecho: “O primeiro indivíduo recua bastante na

história e reproduz a jurisprudência das cavernas (...)”?

Bom! Que a jurisprudência das cavernas é reproduzida quando o indivíduo recua m uito

na história, ou seja, quando volta à era das cavernas.

Agora ficou fácil, não é mesmo?!

A alternativa correta é a letra E.

Resposta: E

Atenção: Para responder à questão, considere o texto abaixo.

COP-21 já foi. E agora, o que virá?

O Acordo do Clima aprovado em Paris em dezembro de 2015 não resolve o problema

do aquecimento global, apenas cria um ambiente político mais favorável à tomada de

decisão para que os objetivos assinalados formalmente por 196 países sejam

alcançados.

Como todo marco regulatório, o acordo estabelece apenas as condições para que algo

aconteça, e, nesse caso, não há sequer prazos ou metas. As propostas apresentadas

voluntariamente pelos países passam a ser consideradas “metas” que serão

reavaliadas a cada 5 anos, embora a soma dessas propostas não elimine hoje o risco

de enfrentarmos os piores cenários climáticos com a iminente elevação média de

temperatura acima de 2 ºC.

Sendo assim, o que precisa ser feito para que o Acordo de Paris faça alguma diferença

para a humanidade? A 21ª Conferência do Clima (COP-21) sinaliza um caminho. Para

40
PORTUGUÊS

segui-lo, é preciso realizar muito mais − e melhor − do que tem sido feito até agora. A

quantidade de moléculas de CO2 na atmosfera já ultrapassou as 400 ppm (partes por

milhão), indicador que confirmaria − segundo o Painel Intergovernamental de

Mudança Climática (IPCC) da ONU − a progressão rápida da temperatura acima dos 2

°C.

A decisão mais urgente deveria ser a eliminação gradual dos U$ 700 bilhões anuais em

subsídios para os combustíveis fósseis. Sem essa medida, como imaginar que a nossa

atual dependência de petróleo, carvão e gás (75% da energia do mundo é suja) se

modifique no curto prazo?

Para piorar a situação, apesar dos investimentos crescentes que acontecem mundo

afora em fontes limpas e renováveis de energia (solar, eólica, biomassa, etc.), nada

sugere, pelo andar da carruagem, que testemunhemos a inflexão da curva de

emissões de gases estufa. Segundo a vice-presidente do IPCC, a climatologista

brasileira Thelma Krug, a queima de combustíveis fósseis segue em alta e não há

indícios de que isso se modifique tão cedo.

Como promover tamanho freio de arrumação em um planeta tão acostumado a emitir

gases estufa sem um novo projeto educacional? Desde cedo a garotada precisa

entender o gigantesco desafio civilizatório embutido no combate ao aquecimento

global.

O Acordo do Clima é certamente um dos maiores e mais importantes da história da

diplomacia mundial. Mas não nos iludamos. Tal como a Declaração Universal dos

Direitos Humanos (adotada pela ONU em 1948), o Acordo sinaliza rumo e perspectiva,

aponta o que é o certo, e se apresenta como um compromisso coletivo. Tornar o

Acordo realidade exige atitude. Diária e obstinada.


(Adaptado de: TRIGUEIRO, André. http://g1.globo.com/natureza/blog/mundo-sustentavel/2.html)

QUESTÃO 12 – FCC – SEGEP/MA – ANALISTA AMBIENTAL/BIÓLOGO – 2016

41
PORTUGUÊS

Na opinião do autor, o Acordo do Clima:

a) teve como mérito o fato de reunir formalmente muitos países em prol de um único

objetivo, que consiste em reduzir, ainda que parcialmente, a exploração de

combustíveis fósseis em um prazo inicial de cinco anos.

b) tem o importante papel de estabelecer as bases políticas para que se desenvolvam

planos de redução de emissão de gases de efeito estufa, conquanto não tenha

determinado ações concretas que os viabilizem a curto prazo.

c) contribuirá de maneira eficaz para que a temperatura do planeta não ultrapasse os

2 ºC estipulados pelo Painel Intergovernamental de Mudança Climática da ONU,

tendo em vista o comprometimento formal dos países em reduzir a emissão de

CO2.

d) constitui um instrumento indispensável para a execução de projetos educacionais

que visem à formação de indivíduos comprometidos com o combate ao

aquecimento global, o que pode resultar no fim da emissão de gases de efeito

estufa.

e) apresenta o potencial de ser tão ou mais bem-sucedido que a Declaração Universal

dos Direitos Humanos, com a condição de que os governantes financiem práticas

sustentáveis para a exploração das reservas de combustíveis fósseis.

Comentário:

A alternativa correta é a letra B. É o que diz o primeiro parágrafo e início do segundo: “O

Acordo do Clima aprovado em Paris em dezembro de 2015 não resolve o problema do

aquecimento global, apenas cria um ambiente político mais favorável à tomada de

decisão para que os objetivos assinalados formalmente por 196 países sejam

alcançados”.

Como todo marco regulatório, o acordo estabelece apenas as condições para que algo

aconteça, e, nesse caso, não há sequer prazos ou metas.

42
PORTUGUÊS

A alternativa A extrapola a informação do texto. O texto não delimita prazo para reduzir a

exploração de combustíveis fósseis.

O texto informa que há risco de “enfrentarmos os piores cenários climáticos com a iminente

elevação média de temperatura acima de 2 ºC”. Por sua vez, a alternativa C diz que o

Acordo do Clima contribuirá de maneira eficaz para que a temperatura do planeta não

ultrapasse os 2 ºC. Alternativa incorreta.

A alternativa D está incorreta. O Acordo de Clima ainda não é um instrumento

indispensável para a execução de projetos educacionais que visem à formação de

indivíduos conscientes da estrutura de nosso planeta. Veja o que o texto menciona: “Como

promover tamanho freio de arrumação em um planeta tão acostumado a emitir gases

estufa sem um novo projeto educacional? Desde cedo a garotada precisa entender o

gigantesco desafio civilizatório embutido no combate ao aquecimento global”.

Assim, a alternativa extrapola a informação do texto.

A alternativa E está incorreta. Veja como o texto trata:

“Tal como a Declaração Universal dos Direitos Humanos (adotada pela ONU em 1948), o

Acordo sinaliza rumo e perspectiva, aponta o que é o certo, e se apresenta como um

compromisso coletivo. Tornar o Acordo realidade exige atitude. Diária e obstinada”.

Não há menção no texto de financiamento por parte governamental a respeito de práticas

sustentáveis.

Resposta: B

QUESTÃO 13 – FCC – SEGEP/MA – ANALISTA AMBIENTAL/BIÓLOGO – 2016

Uma palavra empregada com sentido exclusivamente figurado está sublinhada na

seguinte passagem do texto:

43
PORTUGUÊS

a) a iminente elevação média de temperatura acima de 2 ºC (2º parágrafo)

b) A quantidade de moléculas de CO2 na atmosfera já ultrapassou as 400 ppm (3º

parágrafo)

c) nada sugere, pelo andar da carruagem, que testemunhemos (5º parágrafo)

d) U$ 700 bilhões anuais em subsídios para os combustíveis fósseis. (4º parágrafo)

e) a queima de combustíveis fósseis segue em alta (5º parágrafo)

Comentário:

Convém aqui revisar o que é sentido próprio e figurado. Vejamos.

Sentido próprio e figurado das palavras

Caro Aluno, somos conscientes de que um texto bem escrito é aquele que transmite a ideia

de forma clara e coerente.

Com intuito de evitar ambiguidade, importante conhecer o sentido próprio e o sentido

figurado das palavras.

O sentido próprio ou literal é também conhecido como sentido literal da palavra. Isso

quer dizer que não necessitamos compreender o contexto em que a palavra está inserida. A

palavra é empregada em seu sentido costumeiro.

O gato estragou o sofá.

O substantivo gato foi empregado em sentido original: gato = animal.

Por sua vez, o sentido figurado é aquele que a palavra adquire em situações peculiares. A

semântica é alterada ou ampliada e passa a ter valor conotativo.

Aquela criança é ágil como um gato.

Neste caso, o vocábulo gato tem valor de ágil. Assim, está em sentido figurado.

44
PORTUGUÊS

Diante o exposto, podemos concluir que a alternativa correta é a letra C. A expressão “pelo

andar da carruagem” foi empregada para retratar determinada situação.

Resposta: C

QUESTÃO 14 – FCC – SEGEP/MA – ANALISTA AMBIENTAL/BIÓLOGO – 2016

A citação de Thelma Krug, no 5º parágrafo,

a) refuta o argumento de que um novo projeto educacional possa contribuir para

alterar a gravidade do quadro de emissão de poluentes.

b) ratifica a opinião de que os investimentos em fontes limpas e renováveis de energia

estagnaram após um período de crescimento.

c) reforça a ideia de que os contínuos esforços para conter a extração ilegal de

petróleo, carvão e gás ainda são insuficientes.

d) corrobora a afirmação acerca da urgência de se eliminarem gradualmente os

subsídios anuais para os combustíveis fósseis.

e) contesta o ponto de vista de quem considera a geração de energia por meio de

fontes renováveis uma alternativa para os combustíveis fósseis.

Comentário:

Vamos destacar o parágrafo em referência.

“Para piorar a situação, apesar dos investimentos crescentes que acontecem mundo afora

em fontes limpas e renováveis de energia (solar, eólica, biomassa, etc.), nada sugere, pelo

andar da carruagem, que testemunhemos a inflexão da curva de emissões de gases estufa.

Segundo a vice-presidente do IPCC, a climatologista brasileira Thelma Krug, a queima de

combustíveis fósseis segue em alta e não há indícios de que isso se modifique tão cedo”.

45
PORTUGUÊS

Podemos afirmar que a citação de Thelma Krug corrobora a afirmação acerca da urgência

de se eliminarem gradualmente os subsídios anuais para os combustíveis fósseis.

Observe quer o texto informa que há investimento crescente em fontes limpas e renováveis

de energia. Contudo, não há dimunuição de emissão de gases, como também ainda segue

crescente a queima de combustíveis fósseis.

Dessa maneira, a alternativa correta é a letra D. As demais alternativas extrapolam a

informação do texto.

Resposta: D

QUESTÃO 15 – FCC – SEGEP/MA – ANALISTA AMBIENTAL/BIÓLOGO – 2016

Desde cedo a garotada precisa entender o gigantesco desafio civilizatório embutido no

combate ao aquecimento global. (6º parágrafo)

O termo sublinhado pode ser substituído, com grafia correta e com o sentido

preservado em linhas gerais, por:

a) encorporado

b) incrustrado

c) embuído

d) instituido

e) inserto

Comentário:

Para resolver a questão, vamos primeiramente analisar as palavras.

Observe que, somente a letra E, a grafia da palavra está correta.

Inserto é o mesmo que incluído.

46
PORTUGUÊS

Nos demais itens, temos:

✓ Encorporado → a grafia correta da palavra é incorporado;

✓ Incrustrado→ a grafia correta da palavra é encrustado;

✓ Embuído → a grafia correta da palavra é imbutido;

✓ Instituido → a grafia correta da palavra é instituído;

Resposta: E

QUESTÃO 16 – FCC – SEGEP/MA – ANALISTA AMBIENTAL/BIÓLOGO – 2016

Ao relacionar os segmentos destacados, o vocábulo “para” expressa sentido de “em

proveito de” na seguinte passagem do texto:

a) o acordo estabelece apenas as condições para que algo aconteça (2º parágrafo)

b) o Acordo de Paris faça alguma diferença para a humanidade? (3º parágrafo)

c) Para segui-lo, é preciso realizar muito mais (3º parágrafo)

d) um ambiente político mais favorável à tomada de decisão para que os objetivos [...]

sejam alcançados. (1º parágrafo)

e) Para piorar a situação, [...] nada sugere [...] que testemunhemos a inflexão da curva

de emissões de gases estufa. (5º parágrafo)

Comentário:

Aqui temos uma questão bem fácil!!! Basta substituir o termo sublinhado pela expressão

em proveito da.

Observe que a única alternativa possível de tal substituição é a letra B. Repare.

O Acordo de Paris faça alguma diferença em proveito da humanidade?

Resposta: B

47
PORTUGUÊS

QUESTÃO 17 – FCC – SEGEP/MA – ANALISTA AMBIENTAL/BIÓLOGO – 2016

Atenção: Para responder à questão, considere o texto abaixo.

A Geografia

Foi em um negócio de ferros velhos, durante a guerra mundial, que o Procópio Viana

passou de modesto vendedor da casa Portela & Gomes a honrado capitalista da nossa

praça. Com a bolsa repleta de amostras de arroz, de feijão, de milho, de farinha, anda

acima e abaixo a vender nos retalhistas, quando um deles o incumbiu de negociar os

maquinismos de uma velha fábrica desmantelada. O rapaz ganhou no negócio quinze

contos, e não quis mais saber de outro comércio. E, em breve, comprava até navios

velhos, vendendo-os a estrangeiros, conseguindo reunir, com essas transações, os

seus quatro milhares de contos.

Rico, pôs-se o Procópio a viajar. E era de regresso desse passeio através dos

continentes que contava, no Fluminense, a um grupo de senhoras, as suas impressões

de turista.

− Visitei Paris, Londres, Madri... − dizia ele, com ênfase, sacudindo a perna direita, o

charuto ao canto da boca, a mão no bolso da calça. − Fui ao Cairo, a Roma, a Berlim, a

Viena...

E após um instante:

− Estive em Tóquio, em Pequim, em Singapura...

A essas palavras, que punham reflexos de admiração e de inveja nos olhos das moças

que o ouviam, mlle*. Lili Peixoto aparteou, encantada:

− O senhor deve conhecer muito a Geografia... Não é?

− Ah! não, senhora! − interveio, logo, superior, o antigo caixeiro de Portela & Gomes.

48
PORTUGUÊS

− A Geografia, eu quase não conheço.

E atirando para o espaço uma baforada do seu charuto cheiroso:

− Eu passei por lá de noite...

*mademoiselle: expressão francesa usada para se referir respeitosamente a moça ou

mulher.

(Adaptado de: CAMPOS, Humberto de. Grãos de mostarda.

www.dominiopublico.gov.br/download/texto/bi000155.pdf)

A construção do humor no texto associa-se, entre outros aspectos,

a) à vasta erudição que Procópio Viana acumulou ao longo das viagens que realizou a

trabalho.

b) ao fato de Procópio Viana tornar-se rico, mas não perder a modéstia que lhe era

característica.

c) à impossibilidade de um vendedor chegar a obter lucro a partir de um negócio de

ferros velhos.

d) à reação interesseira das mulheres ao descobrirem a origem das riquezas de

Procópio Viana.

e) ao contraste entre o comportamento presunçoso e a falta de instrução de Procópio

Viana.

Comentário:

Ao final do texto, o autor expõe a falta de instrução do personagem. Observe:

“− O senhor deve conhecer muito a Geografia... Não é?

− Ah! não, senhora! − interveio, logo, superior, o antigo caixeiro de Portela & Gomes.

− A Geografia, eu quase não conheço.

E atirando para o espaço uma baforada do seu charuto cheiroso:

49
PORTUGUÊS

− Eu passei por lá de noite...”

O fato de Procópio ser rico não o fez sábio. Vangloriava-se dos lugares visitados, mas não

sabia o que é Geografia.

Dessa maneira, podemos concluir que há contraste entre o comportamento presunçoso do

personagem e sua falta de instrução.

Resposta: E

Texto para as próximas questões.

A maioria das pessoas pensa que vai se aposentar cedo e desfrutar da vida, mas um

estudo sugere que estamos fadados a nos aposentar cada vez mais tarde se

quisermos manter um padrão de vida razoável.

Em 2009, pesquisadores publicaram um estudo na revista Lancet e afirmaram que

metade das pessoas nascidas após o ano 2000 vai viver mais de 100 anos e três

quartos vão comemorar seus 75 anos.

Até 2007 acreditávamos que a expectativa de vida das pessoas não passaria de 85

anos. Foi quando os japoneses ultrapassaram a expectativa para 86 anos. Na verdade,

a expectativa de vida nos países desenvolvidos sobe linearmente desde 1840,

indicando que ainda não atingimos um limite para o tempo de vida máximo para um

ser humano.

No início do século XX, as melhorias no controle das doenças infecciosas promoveram

um aumento na sobrevida dos humanos, principalmente das crianças. E, depois da

Segunda Guerra Mundial, os avanços da medicina no tratamento das enfermidades

cardiovasculares e do câncer promoveram um ganho para os adultos. Em 1950, a

50
PORTUGUÊS

chance de alguém sobreviver dos 80 aos 90 anos era de 10%; atualmente excede os

50%.

O que agora vai promover uma sobrevida mais longa e com mais qualidade será a

mudança de hábitos. A Dinamarca era em 1950 um dos países com a mais longa

expectativa de vida. Porém, em 1980 havia despencado para a 20a posição, devido ao

tabagismo.

O controle da ingestão de sal e açúcar, e a redução dos vícios como cigarro e álcool,

além de atividade física, vão determinar uma nova onda do aumento de expectativa de

vida. A própria qualidade de vida, medida por anos de saúde plena, deve mudar para

melhor nas próximas décadas.

O próximo problema a ser enfrentado é a falta de dinheiro para as últimas décadas de

vida: estamos nos aposentando muito cedo e o que juntamos não será o suficiente.

Precisamos guardar 10% do salário anual e nos aposentar aos 80 anos para que a

independência econômica acompanhe a independência física na aposentadoria.

Os pesquisadores propõem que a idade de aposentadoria seja alongada e que os

sexagenários mudem seu raciocínio: em vez de pensar na aposentadoria, que passem

a mirar uma promoção.

(Adaptado de: TUMA, Rogério. Disponível em:

http://www.cartacapital.com.br/revista/911/o-contribuinte-secular)

QUESTÃO 18 – FCC – SEGEP/MA – ANALISTA AMBIENTAL/PEDAGOGO – 2016

Infere-se corretamente do texto:

a) O aumento da expectativa de vida no século XXI resulta de importantes avanços da

medicina, seja com o desenvolvimento de vacinas para controlar infecções, como

com o aprimoramento das técnicas para tratar as doenças cardiovasculares.

51
PORTUGUÊS

b) Países economicamente ultradesenvolvidos como a Dinamarca exibem não apenas

as mais altas expectativas de vida, como também uma melhora constante na

qualidade de vida de seus habitantes.

c) Ainda que esteja previsto um aumento na qualidade de vida dos idosos nas

próximas décadas, existe o risco de que a saúde física dos aposentados não esteja

acompanhada de independência financeira.

d) Para não sofrer com a perda da saúde física nas últimas décadas da vida, os

aposentados devem criar estratégias cognitivas para que possam usufruir de

plenas opções de socialização e divertimento nesta fase.

e) Uma das causas da Segunda Guerra Mundial foi o aumento da longevidade da

geração que a sucedeu, especialmente o da japonesa, que superou a meta

estabelecida, o que se explica a partir do alto grau de desenvolvimento tecnológico

observado durante tal período.

Comentário:

A alternativa C está correta. É exatamente o tema do texto. O problema que os idosos

enfrentarão: “O próximo problema a ser enfrentado é a falta de dinheiro para as últimas

décadas de vida: estamos nos aposentando muito cedo e o que juntamos não será o

suficiente”.

Quanto às demais alternativas, temos:

A alternativa A extrapola a informação do texto. Observe:

“No início do século XX, as melhorias no controle das doenças infecciosas promoveram um

aumento na sobrevida dos humanos, principalmente das crianças. E, depois da Segunda

Guerra Mundial, os avanços da medicina no tratamento das enfermidades cardiovasculares

e do câncer promoveram um ganho para os adultos. Em 1950, a chance de alguém

sobreviver dos 80 aos 90 anos era de 10%; atualmente excede os 50%.”

52
PORTUGUÊS

O texto fala de melhoria no controle das doenças infecciosas e, não, o desenvolvimento de

vacinas para controlar infecções.

A alternativa B está incorreta. O texto afirma que “a Dinamarca era em 1950 um dos países

com a mais longa expectativa de vida. Porém, em 1980 havia despencado para a 20ª

posição, devido ao tabagismo”.

A alternativa D está incorreta. O texto aborda o problema financeiro que os idosos

enfrentarão na aposentadoria. Não há menção sobre desenvolver estratégias cognitivas ou

melhoria na socialização.

O texto não aborda as causas da Segunda Guerra Mundial. Alternativa E está incorreta.

Resposta: C

QUESTÃO 19 – FCC – SEGEP/MA – ANALISTA AMBIENTAL/PEDAGOGO – 2016

... estamos fadados a nos aposentar cada vez mais tarde se quisermos manter um padrão

de vida razoável. (1º parágrafo)

Sem prejuízo da correção e da coerência, o segmento sublinhado acima pode ser

substituído por:

a) caso queiramos

b) na hipótese de quisemos

c) como queríamos

d) pelo fato de querermos

e) apesar de querermos

Comentário:

53
PORTUGUÊS

A questão trata de oração condicional reduzida de infinitivo. Dessa maneira, para

substituirmos o termo em destaque, precisamos apenas analisar em qual alternativa há

vocábulo que expresse condição.

Podemos perceber que a alternativa correta é a letra A.

SE e CASO são vocábulos que sinalizam condição.

Resposta: A

QUESTÃO 20 – FCC – SEGEP/MA – ANALISTA AMBIENTAL/PEDAGOGO – 2016

Será que a internet está a matar a democracia? Vyacheslav W. Polonski, um acadêmico

da Universidade de Oxford, faz essa pergunta na revista Newsweek. E oferece

argumentos a respeito que desaguam em águas tenebrosas.

A internet oferece palco político para os mais motivados (e despreparados).

Antigamente, o cidadão revoltado podia ter as suas opiniões sobre os assuntos do

mundo. Mas, tirando o boteco, ou o bairro, ou até o jornal do bairro, essas opiniões

nasciam e morriam no anonimato.

Hoje, é possível arregimentar dezenas, ou centenas, ou milhares de "seguidores" que

rapidamente espalham a mensagem por dezenas, ou centenas, ou milhares de novos

"seguidores". Quanto mais radical a mensagem, maior será o sucesso cibernauta.

Mas a internet não é apenas um paraíso para os politicamente motivados (e

despreparados). Ela tende a radicalizar qualquer opinião sobre qualquer assunto.

A ideia de que as redes sociais são uma espécie de "ágora moderna", onde existem

discussões mais flexíveis e pluralistas, não passa de uma fantasia. A internet não cria

debate. Ela cria trincheiras entre exércitos inimigos.

54
PORTUGUÊS

(Adaptado de: COUTINHO, João Pereira. Disponível

em: http://www1.folha.uol.com.br/colunas/joaopereiracoutinho/2016/08/1

801611)

No texto, o autor:

a) critica a forma com que as pessoas atualmente emitem opiniões nas redes sociais,

que considera antidemocrática e contrária ao que poderia ser um debate profícuo.

b) chama a atenção para os exageros dos que publicam informações inverídicas nas

redes sociais de forma irresponsável, cujo único propósito é o de disseminar

controvérsias.

c) enaltece a internet como veículo capaz de disseminar novas ideias e reforçar os

ideais democráticos, apesar da existência daqueles que a utilizam com finalidades

escusas.

d) assinala que o ato de expor uma opinião nas redes sociais, ainda que com

motivação política, é por demais subjetivo e capaz de subverter os ideais

democráticos da internet.

e) lamenta a existência de celebridades forjadas pelas redes sociais, incapazes de

refletir com coerência a respeito de assuntos políticos e imitadas por grande

contingente de seguidores, também inábeis.

Comentário:

A alternativa correta é a letra A. Observe:

“Será que a internet está a matar a democracia? Vyacheslav W. Polonski, um acadêmico da

Universidade de Oxford, faz essa pergunta na revista Newsweek.

A ideia de que as redes sociais são uma espécie de "ágora moderna", onde existem

discussões mais flexíveis e pluralistas, não passa de uma fantasia. A internet não cria

debate. Ela cria trincheiras entre exércitos inimigos.”

Quanto às demais alternativas, temos:

55
PORTUGUÊS

A alternativa B está incorreta. O texto não oferece informação sobre disseminar

controvérsias. Veja trecho do texto:

“A internet oferece palco político para os mais motivados (e despreparados). Antigamente, o

cidadão revoltado podia ter as suas opiniões sobre os assuntos do mundo. Mas, tirando o

boteco, ou o bairro, ou até o jornal do bairro, essas opiniões nasciam e morriam no

anonimato.”

Há pessoas motivadas e despreparadas que utilizam das redes sociais para expor opiniões

sobre assuntos pelos quais se sentem revoltados.

A alternativa C está incorreta. Observe que o texto informa que “a internet não cria debate”.

Dessa maneira, não há como arruinar debates, se a internet não os cria.

A alternativa D está incorreta. O autor do texto não julga subjetiva a exposição de opinião

nas redes sociais e também afirma que não há debate na internet.

A alternativa E extrapola a informação do texto. Alternativa incorreta.

Resposta: A

QUESTÃO 21 – FCC – SEGEP/MA – ANALISTA AMBIENTAL/PEDAGOGO – 2016

Atenção: Para responder à questão, considere o texto abaixo.

Anedotas

Um dos mistérios da vida é: de onde vêm as anedotas? O enigma da criação da

anedota se compara ao enigma da criação da matéria. Em todas as teorias conhecidas

sobre a evolução do universo sempre se chega a um ponto em que a única explicação

possível é a da geração espontânea. Do nada surge alguma coisa. As anedotas

também nasceriam assim, já prontas, aparentemente autogeradas. Você não conhece

ninguém que tenha inventado uma anedota. Os que contam uma anedota sempre a

56
PORTUGUÊS

ouviram de outro, que ouviu de outro, que não se lembra de quem ouviu. Se anedota

fosse crime, sua repressão seria dificílima.

Os humoristas profissionais não fazem anedotas. Inventam piadas, frases, cenas,

histórias, mas as anedotas que correm o país não são deles. São de autores

desconhecidos mas nem por isso menos competentes. Uma anedota geralmente tem

o rigor formal de um teorema. Exposição, desenvolvimento, desenlace. Grande parte

do sucesso de uma anedota depende do estilo de quem conta. A anedota é uma

continuação da tradição homérica, de narrativa oral, que transmitia histórias antes do

livro. Anedota impressa deixa de ser anedota. Existem contadores eméritos. E casos

pungentes de grandes contadores que, com o tempo, vão perdendo a habilidade, até

chegarem ao supremo vexame de, um dia, esquecerem o fim da anedota.

Dizem que, eventualmente, um computador bem programado poderá escrever teses e

romances. Mas duvido que algum computador, algum dia, possa fazer uma anedota.

(VERISSIMO, Luis Fernando. Comédias para se ler na escola. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001, p. 107-108)

As anedotas caracterizam-se, segundo o autor do texto, pelas seguintes qualificações:

a) autoria polêmica, linguagem indisciplinada e finalidade maliciosa.

b) conteúdo repressivo, origem hipotética e estilo formal.

c) criador desconhecido, estrutura marcante e transmissão oral.

d) estilo literário, narrativa simplória e elementos de pungência.

e) procedência nebulosa, forma tradicional e recursos gráficos.

Comentário:

A alternativa C está correta. Observe as marcas de qualificação de uma anedota:

✓ Há enigma na criação da anedota (criador desconhecido);

“Um dos mistérios da vida é: de onde vêm as anedotas? O enigma da criação da

anedota se compara ao enigma da criação da matéria. Em todas as teorias conhecidas

57
PORTUGUÊS

sobre a evolução do universo sempre se chega a um ponto em que a única explicação

possível é a da geração espontânea.”

✓ Autogeração: “As anedotas também nasceriam assim, já prontas, aparentemente

autogeradas”.

✓ Estrutura: rigor formar de um teorema – exposição, desenvolvimento e desenlace.

“Uma anedota geralmente tem o rigor formal de um teorema. Exposição,

desenvolvimento, desenlace. Grande parte do sucesso de uma anedota depende do estilo de

quem conta”.

✓ Narração oral:

“A anedota é uma continuação da tradição homérica, de narrativa oral, que transmitia

histórias antes do livro”.

Resposta: C.

58

You might also like