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METROLOGIA
2006
© 2006. SENAI-SP
Metrologia para Mecânica Automotiva
Publicação organizada e editorada pela Escola SENAI “Conde José Vicente de Azevedo”
E-mail senaiautomobilistica@sp.senai.br
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO 5
INTRODUÇÃO 7
OPERAÇÕES FUNDAMENTAIS 15
• Soma ou adição 15
• Subtração 16
• Multiplicação 17
• Divisão 18
• Fração 20
UNIDADES DE MEDIDAS 21
• O sistema inglês 21
• Leitura de medida em polegada 22
• Leitura de medida em milímetros 31
CÍRCULO GEOMÉTRICO 37
• Ângulos 38
• Graus decimais 44
INSTRUMENTOS DE MEDIÇÃO 45
• Paquímetro 45
• Micrômetro 58
• Relógio comparador 77
• Calibradores de raio e lâminas calibradoras 83
• Torquímetro - chave dinamométrica 84
• Goniômetro 95
TABELAS 99
REFERÊNCIAS 105
APRESENTAÇÃO
As operações de cálculo são de grande importância para o mecânico assim como a perfeita
utilização dos Instrumentos de Medição.
A leitura atenta desta apostila será muito importante para você. Leia uma, duas, três....,
quantas vezes forem necessárias. Lembre-se que muitas vezes os ensinamentos adquiridos
nos bancos escolares e as noções aprendidas no dia-a-dia da oficina precisam ser reavivados
e reordenados para um melhor desempenho profissional.
Esperamos que você tire o máximo proveito do Treinamento. E que à medida que você se
atualize, possa crescer cada vez mais na profissão que abraçou.
Bom Treinamento!
INTRODUÇÃO
Um comerciante foi multado porque sua balança não pesava corretamente as mercadorias
vendidas. Como já era a terceira multa, o comerciante resolveu ajustar sua balança. Nervoso,
disse ao homem do conserto:
– Não sei por que essa perseguição. Uns gramas a menos ou a mais, que diferença faz?
E, no caso da indústria mecânica que fabrica peças com medidas exatas, como conseguir
essas peças sem um aparelho ou instrumento de medidas?
Como fazia o homem, cerca de 4.000 anos atrás para medir comprimentos? As unidades
de medidas primitivas estavam baseadas em partes do corpo humano, que eram referências
universais, pois ficava fácil chegar-se a uma medida que podia ser verificada por qualquer
pessoa. Foi assim que surgiram medidas padrão como a polegada, o palmo, o pé, a jarda,
o passo e a braça.
Algumas dessas medidas-padrão continuam sendo empregadas até hoje. Veja os seus
correspondentes em centímetros:
1 polegada = 2,54cm
1 pé = 30,48cm
1 jarda = 91,44cm
O côvado era uma medida-padrão da região onde morava Noé e é equivalente a três palmos,
aproximadamente, 66cm.
Em geral, essas unidades eram baseadas nas medidas do corpo do rei, sendo que tais
padrões deveriam ser respeitados por todas as pessoas que, naquele reino fizessem as
medições.
Cúbito é o nome de um dos ossos do antebraço. Como as pessoas têm tamanhos diferentes,
o cúbito variava de uma pessoa para outra, ocasionando as maiores confusões nos resultados
nas medidas.
Para serem úteis, era necessário que os padrões fossem iguais para todos. Diante desse
problema, os egípcios resolveram criar um padrão único: em lugar do próprio corpo, eles
passaram a usar, em suas medições, barras de pedra com o mesmo comprimento. Foi
assim que surgiu o cúbito-padrão.
Com o tempo, as barras passaram a ser construídas de madeira para facilitar o transporte.
Como a madeira logo se gastava, foram gravados comprimentos equivalentes a um cúbito-
padrão nas paredes dos principais templos. Desse modo, cada um podia conferir
periodicamente sua barra ou mesmo fazer outras, quando necessário.
Nos séculos XV e XVI, os padrões mais usados na Inglaterra para medir comprimentos
eram a polegada, o pé, a jarda e a milha.
Entretanto, esse padrão também foi se desgastando com o tempo e teve que ser refeito.
Surgiu então, um movimento no sentido de estabelecer uma unidade natural, isto é, que
pudesse ser encontrada na natureza e, assim ser
facilmente copiada constituindo um padrão de medida.
Havia também outra exigência para essa unidade: ela
deveria ter seus submúltiplos estabelecidos segundo o
sistema decimal. O sistema decimal já havia sido
inventado na Índia, quatro séculos antes de Cristo.
Finalmente, um sistema com essas características foi
apresentado por Talleyrand, na França, num projeto que
se transformou em lei naquele país, sendo aprovada
em 8 de maio de 1790. Estabelecia-se, então, que a
nova unidade deveria ser igual à décima milionésima parte de um quarto do meridiano
terrestre.
Essa nova unidade passou a ser chamada metro (o termo grego metron significa medir).
Foi esse metro transformado em barra de platina que passou a ser denominado metro dos
arquivos.
Com o desenvolvimento da ciência, verificou-se que uma medição mais precisa do meridiano
fatalmente daria um metro um pouco diferente. Assim, a primeira definição foi substituída
por uma segunda:
Metro é a distância entre os dois extremos da barra de platina depositada nos arquivos da
França e apoiada nos pontos de mínima flexão na temperatura de zero grau Celsius.
Escolheu-se a temperatura de zero grau Celsius por ser, na época, a mais facilmente obtida
com o gelo fundente.
No século XIX, vários países já haviam adotado o sistema métrico. No Brasil, o sistema
métrico foi implantado pela Lei Imperial nº 1157, de 26 de junho de 1862. Estabeleceu-se,
então, um prazo de dez anos para que padrões antigos fossem inteiramente substituídos.
Metro é a distância entre os eixos de dois traços principais marcados na superfície neutra
do padrão internacional depositado no B.I.P.M. (Bureau Internacional des Poids et Mésures),
na temperatura de zero grau Celsius e sob uma pressão atmosférica de 760 mmHg e
apoiado sobre seus pontos de mínima flexão.
É importante observar que todas essas definições somente estabeleceram com maior
exatidão o valor da mesma unidade: o metro.
Medidas inglesas
A Inglaterra e todos os territórios dominados há séculos por ela, utilizavam um sistema de
medidas próprio facilitando as transações comerciais ou outras atividades de sua sociedade.
Acontece que o sistema inglês difere totalmente do sistema métrico que passou a ser o
mais usado em todo o mundo. Em 1959, a jarda foi definida em função do metro, valendo
0,91440m. As divisões da jarda (3 pés; cada pé com 12 polegadas) passaram, então, a ter
seus valores expressos no sistema métrico:
• 1 yd (uma jarda) = 0,91440m
• 1 ft (um pé) = 304,8mm
• 1 inch (uma polegada) = 25,4mm
Metro m 100 = 1 m
OPERAÇÕES FUNDAMENTAIS
SOMA OU ADIÇÃO
É a operação em que juntamos diversas unidades da mesma espécie. Os números de que
se compõe a soma chamam-se parcelas e o resultado chama-se soma ou total.
805
parcelas
+ 34
839 soma / total
Para a soma de números decimais, as parcelas são colocadas da mesma forma que para
a soma de números inteiros, porém, de maneira que as vírgulas fiquem em uma só coluna.
centésimos
milésimos
centenas
dezenas
décimos
unidade
vírgula
Exemplos:
Exercícios
SUBTRAÇÃO
É a operação através da qual tiramos de um conjunto algumas de suas unidades. Os números
de que se compõe a subtração chamam-se minuendo, subtraendo e o resultado chama-se
diferença.
83 minuendo
- 42 subtraendo
41 resto / diferença
Para subtrair, deve-se escrever o número maior acima do menor e como na soma, deve-se
observar o correto posicionamento dos números para que as vírgulas fiquem na mesma
coluna.
73,52
- 42,446
31,074
Exemplos:
Exercícios
MULTIPLICAÇÃO
É a operação abreviada da soma de um número quando feita repetidas vezes.
384
384
384 multiplicando
+ 384
x 5 multiplicador
384
1920 produto
384
1920
Exemplos:
Exercícios
DIVISÃO
É uma operação inversa à multiplicação.
Quando se efetua a operação de divisão com números decimais (que apresentam vírgula),
faz-se a seguinte transformação:
2º Retira-se a vírgula.
4 40 22 3 42 60
3º Faz-se a divisão.
4 40 22 3 42 60
000 20 42 5
3 420 60 3 420 60
420 5, 420 5,7
00
8 6 5 3, 2 40 86532 400
653 216
2532
Exercícios
FRAÇÃO
É um sistema numérico que lida com números não inteiros ou seja, fracionários.
1 , 3 , 5
2 4 7
X ← numerador
← traço de fração
Y ← denominador
1 3 5+6 11
+ = =
2 5 10 10
• Subtração
4 1 24 - 7 17
- = =
7 6 42 42
• Multiplicação
1 2 2
x =
3 9 27
• Divisão
4 2 4 5 20 10
: = x = =
9 5 9 2 18 9
UNIDADE DE MEDIDAS
Apesar de se chegar ao metro como unidade de medida, ainda são usadas outras unidades.
Na mecânica por exemplo, é comum usar o milímetro e a polegada.
O sistema inglês ainda é muito utilizado na Inglaterra e nos Estados Unidos, e também no
Brasil devido ao grande número de empresas procedentes desses países. Porém, esse
sistema está, aos poucos sendo substituído pelo sistema métrico. Mas ainda permanece a
necessidade de se converter o sistema inglês em sistema métrico e vice-versa.
O SISTEMA INGLÊS
O sistema inglês tem como padrão a jarda. A jarda também tem sua história. Esse termo
vem da palavra inglesa yard que significa “vara”, em referência a uso de varas nas medições.
Esse padrão foi criado por alfaiates ingleses.
No século XII, em conseqüência da sua grande utilização, esse padrão foi oficializado pelo
rei Henrique I. A jarda teria sido definida como a distância entre a ponta do nariz do rei e a de
seu polegar, com o braço esticado. A exemplo dos antigos bastões de um cúbito, foram
construídas e distribuídas barras metálicas para facilitar as medições.
Apesar da tentativa de uniformização da jarda, na vida prática não se conseguiu evitar que o
padrão sofresse modificações.
As relações existentes entre a jarda, o pé e a polegada também foram instituídas por leis,
nas quais os reis da Inglaterra fixaram que:
• 1 pé = 12 polegadas
• 1 jarda = 3 pés
• 1 milha terrestre = 1.760 jardas
1"
(meia polegada)
2
1"
(um quarto de polegada)
4
1"
(um oitavo de polegada)
8
1"
(um dezesseis avos de polegada)
16
1"
(um trinta e dois avos de polegada)
32
1"
(um sessenta e quatro avos de polegada)
64
1"
(um cento e vinte e oito avos de polegada)
128
6” :2 3” 8” :8 1”
→ →
8 :2 4 64 : 8 8
Por essa razão, criou-se a divisão decimal da polegada. Na prática, a polegada subdivide-
se em milésimo e décimos de milésimo.
Exemplos:
1.003" = 1 polegada e 3 milésimos
1.1247" = 1 polegada e 1 247 décimos de milésimos
725" = 725 milésimos de polegada
Exemplo:
.000 001" = 1 m inch
Conversões
Sempre que uma medida estiver em uma unidade diferente da dos equipamentos utilizados,
deve-se convertê-la (ou seja, mudar a unidade de medida).
Exemplos:
2" = 2 x 25,4 = 50,8mm
3” 3 x 25,4 76,2
= = = 9,525mm
8 8 8
Exercícios
Converter polegada fracionária em milímetro.
a) 5”
=
32
b) 5”
=
16
c) 1”
=
128”
d) 5” =
e) 1 5” =
8
f) 3”
=
4
g) 27”
=
64
h) 33”
=
128
i) 1”
2 =
8
j) 5”
3 =
8
Exemplos:
12,7mm
( 12,7
25,4
) x 128 0,5 x 128 64”
12,7mm = = =
128 128 128
simplificando:
64 32 16 8 4 2 1”
= = = = = =
128 64 32 16 8 4 2
19,8mm
( 19,8
25,4
) x 128 99,77 100”
19,8mm = = arredondando:
128 128 128
simplificando:
100 50 25”
= =
128 64 32
Regra prática
Para converter milímetro em polegada ordinária, basta multiplicar o valor em milímetro por
5,04, mantendo-se 128 como denominador. Arredondar, se necessário.
Exemplos:
OBSERVAÇÃO
O valor 5,04 foi encontrado pela relação 5,03937 que arredondada é igual a 5,04.
Exercícios
Passe para polegada fracionária.
a) 1,5875mm =
b) 19,05mm =
c) 25,00mm =
d) 31,750mm =
e) 127,00mm =
f) 9,9219mm =
g) 4,3656mm =
h) 10,319mm =
i) 14,684mm =
j) 18,256mm =
l) 88,900mm =
m)133,350mm =
Exemplos:
Escolhendo a divisão 128 da polegada, usaremos esse número para:
• multiplicar a medida em polegada milesimal: .125" x 128 = 16"
• figurar como denominador (e o resultado anterior como numerador)
16 8 1”
= =
128 64 8
.750” x 8 6” 3”
= =
8 8 4
Exercícios
Faça agora os exercícios. Converter polegada milesimal em polegada fracionária.
a) .625" =
b) .1563" =
c) .3125" =
d) .9688" =
e) 1.5625" =
f) 4.750" =
Exemplos:
a) 3” 3
= = .375”
8 8
b) 5” 5
= = .3125”
16 16
Exercícios
Converter polegada fracionária em polegada milesimal.
a) 5”
=
8
b) 17” =
32
c) 1 1” =
8
d) 2 9” =
16
Para converter polegada milesimal em milímetro, basta multiplicar o valor por 25,4.
Exemplo:
Converter .375" em milímetro
.375" x 25,4 = 9,525mm
Exercícios
Converter polegada milesimal em milímetro.
a) .6875" =
b) .3906" =
c) 1.250" =
d) 2.7344" =
Para converter milímetro em polegada milesimal, basta dividir o valor em milímetro por 25,4.
Exemplos:
5,08
5,08mm → = .200”
25,4
18
18mm → = .7086” arredondando .709”
25,4
Exercícios
Converter milímetro em polegada milesimal.
a) 12,7mm =
b) 1,588mm =
c) 17mm =
d) 20,240mm =
e) 57,15mm =
f) 139,70mm =
Representação gráfica
A equivalência entre os diversos sistemas de medidas, vistos até agora, pode ser melhor
compreendida graficamente.
← Sistema métrico
Exercícios
Marque com um X a resposta correta.
1. A Inglaterra e os Estados Unidos adotam como medida-padrão:
a) ( ) a jarda
b) ( ) o côvado
c) ( ) o passo
d) ( ) o pé
1"
c) ( )
4
d) ( )1-4
Exemplos:
26,3 mm = vinte e seis milímetros e três décimos de milímetro
4,82 mm = quatro milímetros e oitenta e dois centésimos de milímetro
6,325 mm = seis milímetros e trezentos e vinte e cinco milésimos de milímetro
0,3 mm = três décimos de milímetro
0,05 mm = cinco centésimos de milímetro
0,025 mm = vinte e cinco milésimos de milímetro
0,008 mm = oito milésimos de milímetro
35,283 mm = trinta e cinco milímetros e duzentos e oitenta e três milésimos de milímetro
Perímetro
Perímetro é o nome dado à medida do contorno de um corpo qualquer, onde a maneira de
ser obtido varia de acordo com o formato do corpo. A unidade de medida do perímetro é o m
(metro). A seguir, veremos alguns exemplos de cálculos de perímetros (P).
Retângulo ou Quadrado
P=a+b+c+d
Triângulo
P=a+b+c
Circunferência
P = d.π ou P = 2.π.r
d = diâmetro
r = raio
Área
Área é o nome dado à medida de superfície de um corpo qualquer, onde a maneira de ser
obtida varia de acordo com o formato do corpo. A unidade de medida da área é o m2 (metro
quadrado). A seguir veremos alguns exemplos de cálculos de áreas.
• Retângulo ou Quadrado
Exemplo:
Se L1 medir 6m e L2 medir 4m.
A = L1 x L2
A = 6m x 4m
A = 24m2
• Triângulo
base x altura
Área =
2
Exemplo:
Se a base b medir 10cm e a altura h medir 4cm, a área A será:
bxh
A=
2
10 x 4
A=
2
40
A= = 20m2
2
• Circunferência
Área = π x raio2
Exemplo:
Se π é uma constante igual a 3,1416 e o raio é igual a 2m, a área A será:
A = π x r2
A = 3,1416 x 4
A = 12,5664m2
Volume
Volume é o espaço ocupado por um corpo, é a extensão em três dimensões. A unidade de
volume usual é o m3 e para volume internos (capacidade) a unidade é o litro.
De acordo com a forma do corpo, a maneira de se obter o volume varia, veja a seguir.
• Cubo
V = L1 x L2 x h
Exemplo:
Um cubo com L1 = 4m, L2 = 2m e h = 2m, possui um volume V de :
V = L1 x L2 x h
V=4mx2mx2m
V = 16 m3
• Esfera
4
V= x π x r3
3
Exemplo:
Para um corpo esférico de raio r igual a 3m, o volume V será:
4
V= x π x r3
3
4
V= x 3,1416 x 33
3
V = 37,6992m3
• Cilindro
V = π x r2 x h
Exemplo:
Para um cilindro de altura h igual a 90mm e raio r igual a 40mm, o volume V será:
V = π x r2 x h
V = 3,1416 x 40² x 90
V = 3,1416 x 1600 x 90
V = 452390,4mm³
EQUIVALÊNCIA DE MEDIDAS
Medidas lineares
Km hm dam m dm cm mm
1 100
Medidas de áreas
1 10.000
Medidas de volumes
1 1000
OBSERVAÇÃO
1 litro é igual a 1000cm3. Para transformar litros em cm3 temos que usar regra de três.
Exemplo:
Quantos cm3 equivalem a 3,5 litros?
1 - 1000
3,5 - X
X = 3,5 x 1000
X = 3500cm3
CÍRCULO GEOMÉTRICO
ÂNGULOS
Como representar os movimentos de inclinação no mundo?
Uma equipe de astronautas prepara-se para entrar na atmosfera da Terra. É um momento
delicado, pois a nave deve ser manobrada até atingir uma inclinação determinada ou o
melhor ângulo de retorno à Terra - o único que evitará um choque destruidor. Como nesse
exemplo, em inúmeras atividades humanas aparecem inclinações e esquinas que precisam
ser calculadas e representadas. Para tanto, o homem criou com a Matemática, o
conceito de ângulo.
• Para David Hilbert (1862 a 1943), ângulo é a figura ou a região angular limitada por um par
de semi-retas com origem comum. Todas as esquinas do mundo são ângulos.
• Para Achille Sannia (1822 a 1892), é o resultado da rotação de uma semi-reta em torno de
sua origem em relação a outra semi-reta fixa num mesmo plano. Imagine um relógio cujo
ponteiro dos minutos, por exemplo, está quebrado apontando sempre para o número 12:
o movimento do ponteiro dos segundos, em relação ao ponteiro imóvel gera um ângulo
diferente. À medida que o lado móvel avança em sua rotação, o tamanho do ângulo
aumenta.
• Â - assinalando o vértice do ângulo com uma letra latina maiúscula e escrevendo sobre
ela o símbolo ^ .
• AÔB - marcando com uma letra latina maiúscula o vértice e com duas letras, também
maiúsculas dois pontos quaisquer situados em cada lado do ângulo. Para nomeá-lo,
escrevemos as três letras juntas, sempre com a letra que representa o vértice no centro
e sobre elas o símbolo ^ .
Exemplos:
- Ao somar 32° 25' 14" e 12° 49' 51", teremos:
65” / 60 = 1’ e sobram 5’
Somando o 1’ aos 74’ fornecidos pela soma, obtemos 75’. Em seguida, dividimos este
valor por 60.
Somamos este 1º aos 44º obtidos na soma obtendo 45º. O resultado final será:
45° 15’ 5”
22° 30'
+ 22° 30'
44° 60' = 45º
Quando os segundos ou minutos têm soma que excede a 60, devemos transformá-los.
Exemplo:
5° 40' 10"
+ 10° 32' 52"
15° 72' 62"
Exemplo:
Realizar a diferença entre 28º 12’ 34” e 13º 40’ 52”.
Assim, como na soma, coloca-se a unidade igual alinhada sobre a outra e efetua-se a
subtração como se fosse um número inteiro.
Exemplo:
28° 56' 30"
- 15° 38' 49"
onde teremos:
• Multiplicação
Para multiplicar numericamente um número por um ângulo, multiplica-se o número pelos
segundos, minutos e graus, respectivamente.
Exemplo:
11° 23' 31"
x 6
66° 138' 186"
Como o número de segundos e de minutos são maiores do que 60, temos que transformá-
los na unidade superior.
186” / 60 = 3’ e sobram 6”
Somamos os 2º aos 66º e obtemos 68º. O resultado final é: 68° 21' 6"
• Divisão
Para dividir um ângulo por um número é preciso dividir os graus, os minutos e os segundos
pelo número. Deve-se considerar que os diferentes restos obtidos deverão ser previamente
transformados na unidade inferior.
Exemplo:
Realizar a divisão de 356º 13’ 38” por 12.
Se o número de graus for menor que o número pelo qual estamos dividindo, transformamos
os graus em minutos e damos início à divisão.
Exercícios
GRAUS DECIMAIS
Em algumas literaturas encontramos medidas de ângulos expressas em graus decimais.
Por exemplo: 2,8º ; 3,4º ; 5,6º ; etc.
Para convertermos graus decimais em graus sexagesimais temos que efetuar o seguinte:
2,8º → 2º e 0,8 x 60’ = 48’
2,8º = 2º 48’
Exercícios
Transforme em graus sexagesimais.
3,4° =
4,7º =
1,2º =
5,9º =
4º 12’ =
2º 26’ =
6º 54’ =
8º 38’ =
INSTRUMENTOS DE MEDIÇÃO
PAQUÍMETRO
Paquímetro é um instrumento de medição utilizado para medir pequenas peças e suas
dimensões internas, externas, de profundidade e de ressaltos.
O paquímetro é geralmente feito em aço inoxidável, com superfícies planas e polidas cujas
graduações são calibradas a 20ºC. É constituído de uma régua graduada com encosto fixo,
sobre a qual desliza um cursor.
O cursor ajusta-se à régua e permite sua livre movimentação com um mínimo de folga e é
dotado de uma escala auxiliar, chamada nônio ou vernier que permite a leitura de frações da
menor divisão da escala fixa.
Precisão do paquímetro
As diferenças entre a escala fixa e a escala móvel de um paquímetro podem ser calculadas
pela sua precisão. Precisão é a menor medida que o instrumento oferece e é calculada pela
seguinte fórmula:
UEF onde:
Precisão = UEF = unidade de escala fixa
NDN NDN = número de divisões do nônio
Por exemplo:
Um nônio com 10 divisões terá a precisão de 0,1mm, pois aplicando a fórmula obtem-se:
1mm
Precisão = = 0,1mm
10
1mm
Precisão = = 0,05mm
20
1mm
Precisão = = 0,02mm
50
• Escala em milímetros
Para ler a medida em milímetros inteiros deve-se contar
na escala fixa, os milímetros existentes antes do zero
do nônio. Quando o zero do nônio coincidir exatamente
com um dos traços da escala de milímetros, obtem-se
uma medida exata em milímetro.Na figura ao lado, a
leitura é 4mm.
Quando o zero do nônio não coincide exatamente com um traço da escala fixa mas fica
entre dois traços, admite-se a menor medida. A seguir, observa-se qual o ponto de coincidência
entre os traços do nônio e da escala fixa; esse ponto fornece a medida em frações de
milímetro, conforme a resolução do paquímetro.
Leitura Leitura
1,0mm → escala fixa 103,0mm → escala fixa
0,3mm → nônio (traço coincidente: 3”) 0,5mm → nônio (traço coincidente: 5”)
1,3mm → total (leitura final) 103,5mm → total (leitura final)
Leitura Leitura
2,00mm → escala fixa 107,00mm → escala fixa
0,55mm → nônio 0,35mm → nônio
2,55mm → total 107,35mm → total
Leitura Leitura
70,00mm → escala fixa 49,00mm → escala fixa
0,76mm → nônio 0,24mm → nônio
70,76mm → total 49,24mm → total
Exercícios
Marque nos campos, a medida dos paquímetros de precisão 0,02mm, indicada na figura
correspondente.
a. b.
c. d.
e. f.
Marque nos campos, a medida dos paquímetros de precisão 0,05mm, indicada na figura
correspondente.
a. b.
c. d.
e. f.
UEF .025”
Precisão = = = .001" (um milésimo de polegada)
NDN 25
Contam-se as unidades .025" que estão à esquerda do zero do nônio e, a seguir somam-se
os milésimos de polegada indicados pelo ponto em que um dos traços do nônio coincide
com o traço da escala fixa.
Leitura
.050” → escala fixa
+ .014” → nônio
.064” → total
Leitura
1.700” → escala fixa
+ .021” → nônio
1.721” → total
1”
Cada divisão corresponde a de polegada. Os valores fracionários da polegada são
16
complementados com o uso do nônio.
1” 2” 1”
Assim, cada divisão do nônio vale . Duas divisões corresponderão a ou
128 128 64
e assim por diante.
3” 3”
Como exemplo, considere uma leitura de na escala fixa e 128 no nônio; a medida
4
total equivale à soma dessas duas medidas. É importante observar que as frações devem
ser sempre simplificadas.
3” 5”
Num outro exemplo em que a escala fixa mostra 1 e o nônio , a medida total será:
16 128
3” 5” 24” 5” 29”
1 + ⇒1 + =1
16 128 128 128 128
Exercícios
Marque nos campos, a medida dos paquímetros indicada na figura correspondente.
a. b.
c. d.
e. f.
g. h.
i. j.
k. l.
m. n.
Para não cometer o erro de paralaxe, á aconselhável que se faça a leitura colocando o
paquímetro em posição exatamente perpendicular aos olhos.
O cursor deve estar bem regulado para se deslocar com facilidade sobre a régua: nem muito
preso, nem muito solto. O operador deve regular a mola, adaptando o instrumento à sua mão.
Caso exista uma folga anormal, os parafusos de regulagem da mola devem ser ajustados
girando-os até encostar no fundo e, em seguida, retornando um oitavo de volta, aproximadamente.
Após esse ajuste, o movimento do cursor deve ser suave, porém sem folga.
Convém que o paquímetro seja fechado suavemente até que o encosto móvel toque a outra
extremidade. Feita a leitura da medida, o paquímetro deve ser aberto e a peça retirada, sem
que os encostos a toquem.
Nas medidas externas, a peça deve ser colocada o mais profundamente possível entre os
bicos de medição para evitar qualquer desgaste na ponta dos bicos.
Para maior segurança nas medições, as superfícies de medição dos bicos e da peça devem
estar bem apoiadas.
Nas medidas internas, as orelhas precisam ser colocadas o mais profundamente possível.
O paquímetro deve estar sempre paralelo à peça que está sendo medida.
Para maior segurança nas medições de diâmetros internos, as superfícies de medição das
orelhas devem coincidir com a linha de centro do furo. Toma-se então, a máxima leitura para
diâmetros internos e a mínima leitura para faces planas internas.
Conservação do paquímetro
• Manejar o paquímetro sempre com todo cuidado, evitando choques.
• Não deixar o paquímetro em contato com outras ferramentas, o que pode causar danos
ao instrumento.
• Evitar ranhaduras ou entalhes, pois isso prejudica a graduação.
• Ao realizar a medição, não pressionar o cursor além do necessário.
• Após a utilização, limpar o paquímetro e guardá-lo em local apropriado.
MICRÔMETRO
Jean Louis Palmer apresentou pela primeira vez, um micrômetro para requerer sua patente.
O instrumento permitia a leitura de centésimos de milímetro, de maneira simples.
Princípio de funcionamento
O princípio de funcionamento do micrômetro assemelha-se ao do sistema parafuso e porca.
Assim, há uma porca fixa e um parafuso móvel que se der uma volta completa, provocará
um descolamento igual ao seu passo.
Desse modo, dividindo-se a “cabeça” do parafuso pode-se avaliar frações menores que
uma volta e com isso, medir comprimentos menores do que o passo do parafuso.
Características
Os micrômetros caracterizam-se pela:
• capacidade;
• precisão;
• aplicação.
A capacidade de medição dos micrômetros vai de 25mm (ou 1"), variando o tamanho do
arco de 25 em 25mm (ou de 1 em 1"), podendo chegar a 2000mm (ou 80").
• Contador mecânico
É para uso comum, porém sua leitura pode ser efetuada no tambor ou no contador
mecânico. Facilita a leitura independentemente da posição de observação (erro de paralaxe).
• Digital eletrônico
Ideal para leitura rápida, livre de erros de paralaxe, próprio para uso em controle estatístico
de processos, juntamente com microprocessadores.
Exercícios
1. Identifique as partes principais do micrômetro abaixo:
a. g.
b. h.
c. i.
d. j.
e. k.
f. l.
4. Para medir uma peça com Ø 32,75, usa-se micrômetro com a seguinte capacidade de
medição:
a. ( ) 30 a 50
b. ( ) 25 a 50
c. ( ) 0 a 25
d. ( ) 50 a 75
Leitura do micrômetro
• Micrômetro com resolução de 0,01mm
Vejamos como se faz o cálculo de leitura em um micrômetro. A cada volta do tambor, o fuso
micrométrico avança uma distância chamada passo. A resolução de uma medida tomada
em um micrômetro corresponde ao menor deslocamento do seu fuso. Para obter a medida,
divide-se o passo pelo número de divisões do tambor.
0,5mm
= 0,01mm
50
Exemplos
Exercícios
Faça a leitura e escreva a medida na linha.
a.
Leitura:
b.
Leitura:
0,01
R= = 0,001mm
10
Exemplos:
Leitura
A = 20,000mm
B = 0,500mm
+ C = 0,110mm
D = 0,008mm
Total = 20,618mm
Leitura
A = 18,000mm
B = 0,090mm
+ C = 0,006mm
Total = 18,096mm
Exercícios
Faça a leitura e escreva a medida na linha.
a.
Leitura:
b.
Leitura:
É importante que você aprenda a medir com o micrômetro. Para isso, leia e anote as medidas
indicadas nas figuras.
a.
Leitura:
b.
Leitura:
c.
Leitura:
d.
Leitura:
e.
Leitura:
f.
Leitura:
g.
Leitura:
h.
Leitura:
i.
Leitura:
j.
Leitura:
k.
Leitura:
l.
Leitura:
m.
Leitura:
n.
Leitura:
o.
Leitura:
p.
Leitura:
.025”
= .001”
25
1”
= .025”
40
Para medir com o micrômetro de resolução .001", lê-se primeiro a indicação da bainha.
Depois, soma-se essa medida ao ponto de leitura do tambor que coincide com o traço de
referência da bainha.
Exemplo:
.675” → bainha
+ .019” → tambor
.694” → leitura
Exercícios
Faça a leitura e escreva a medida na linha.
a.
Leitura:
b.
Leitura:
A leitura do micrômetro é:
Exemplo:
.375” → bainha
.005” → tambor
+ .0004” → nônio
.3804” → leitura total
Exercícios
Faça a leitura e escreva a medida na linha.
a.
Leitura:
b.
Leitura:
c.
Leitura:
d.
Leitura:
e.
Leitura:
f.
Leitura:
Conservação
• Limpar o micrômetro, secando-o com um pano limpo e macio (flanela).
• Untar o micrômetro com vaselina líquida, utilizando um pincel.
• Guardar o micrômetro em armário ou estojo apropriado, para não deixá-lo exposto à sujeira
e à umidade.
• Evitar contatos e quedas que possam riscar ou danificar o micrômetro e sua escala.
RELÓGIO COMPARADOR
É um instrumento para medir por meio de comparação. É empregado para controle de
desvios com relação a um ponto determinado e para medição de tolerância para peças em
série. A aproximação de leitura pode ser de 0,01mm ou 0,001mm.
Tanto a escala para ressaltos quanto para rebaixos, indicam centésimos de milímetro, sendo
que cada volta nesta escala corresponde a um milímetro. É importante observar o sentido
do movimento dos ponteiros do relógio comparador, quando forem feitas as leituras.
Com o deslocamento da haste móvel para cima (veja a figura), o sentido dos ponteiros
obedece a ordem indicada e, logicamente, quando a haste se desloca para baixo, o
movimento dos ponteiros será contrário ao que aparece na figura. A leitura em um relógio
comparador é feita através da diferença entre a posição inicial dos ponteiros (com pré-
carga na haste móvel) e sua posição final.
Na figura a seguir, o relógio comparador foi zerado com uma pré-carga de três milímetros.
A haste móvel se deslocou para cima, pois podemos observar que o ponteiro da escala
menor deslocou-se em direção ao 4, indicando um aumento na pré-carga. O ponteiro da
escala maior se deslocou do 0 para 28. Portanto, a leitura a ser efetuada será 0,28mm
(vinte e oito centésimos de milímetro) pois cada divisão da escala maior eqüivale a 0,01mm
(um centésimo de milímetro).
Ressalto
Para cada volta dada pelo ponteiro da escala maior (1mm), o ponteiro menor desloca-se
uma unidade, se o maior der duas voltas, o menor desloca-se duas unidades, e assim por
diante.
A figura a seguir, indica uma pré-carga de 4,88mm (quatro milímetros e oitenta e oito
centésimos de milímetro ).
Na figura a seguir, o ponteiro da escala menor se deslocou para 2mm. Como o ponteiro
maior deu duas voltas e parou na marca 0,77mm (setenta e sete centésimos de milímetro ),
teremos como leitura, 2,77mm (dois milímetros e setenta e sete centésimos). Mas é
necessário se obter a diferença, portanto faz-se a operação seguinte:
4,88mm
- 2,77mm
2,11mm (dois milímetros e onze centésimos)
Exercícios
Faça a leitura e escreva a medida na linha.
OBSERVAÇÕES
• A posição inicial do ponteiro pequeno mostra a carga inicial ou de medição.
• Deve ser registrado se a variação é negativa ou positiva.
a. b.
Leitura: Leitura:
c. d.
Leitura: Leitura:
Os calibres de folgas são alguns dos instrumentos usados para medir as folgas,
recomendadas pelo fabricante do veículo.
Diversos são os tipos desses calibradores, sendo que em mecânica o mais usado é do tipo
“canivete” constituído de um jogo de lâminas articuladas em um “cabo estojo”. Cada lâmina
determina uma espessura.
Verificador de raio
Serve para verificar raios internos e externos. Em cada lâmina é estampada a medida do
1 1
raio. Suas dimensões variam geralmente, de 1 a 15mm ou de a .
32 2
É utilizado, por exemplo, para conferir o raio de concordância do virabrequim quando este
for retificado.
Torque é uma força aplicada em um determinado ponto através de uma alavanca descrevendo
um movimento de giro.
Por descrever um movimento de giro, o torque é uma força que pode ser aproveitada em
trabalhos, tais como:
• fixação;
• transmissão de movimento (sem-fim e coroa, fuso, etc).
Devido ao perfil da rosca ser oblíquo, o torque é transformado em uma força vertical que age
diretamente contrária à força gerada por vibrações, comprimindo o parafuso ou porca contra
a peça a ser fixada mantendo uma união segura.
Um parafuso ou porca mal apertados podem se soltar e não garantem uma boa fixação ou
vedação. Por outro lado, um parafuso ou porca com excesso de aperto sofrem a ação de
duas forças destrutivas: a do aperto e a das vibrações que ocasionam a fadiga prematura e
até uma ruptura nos momentos de maior solicitação.
Estes dois fatores levaram à construção de uma ferramenta que possibilitasse o controle
desta força de aperto: o torquímetro.
onde:
TE = torque efetivo
TI x (A + B)
TE = T I = torque indicado
A
A = comprimento do torquímetro
B = comprimento da extensão
OBSERVAÇÃO
Para extensões curvas (sentido lateral ou vertical) considera-se unicamente o seu comprimento
efetivo, ou seja, no sentido do eixo do torquímetro.
Unidades de torque
Como estamos lidando com uma força, necessitamos de uma unidade para expressar este
valor. Por convenção internacional (S.I. – Sistema Internacional de Unidade) utiliza-se o
sistema métrico para a expressão de valores lineares e a unidade Newton para a expressão
dos valores de forças. Teremos assim, para a expressão do valor do torque, a unidade
Newton-metro (Nm) e suas subdivisões (Ncm, Ndm, Nmm, etc). Como atualmente ainda
lidamos com várias unidades faz-se necessário a conversão das unidades para Nm e vice-
versa; para tal veja a seguir a tabela de conversão.
Axial (tipo T)
• Torquímetros digitais
Estes dispositivos digitais facilitam muito a leitura do torque aplicado possibilitando assim
um maior controle por parte do operador.
Radial
Axial
Axial
Radial
Axial
Radial
Aferidores de torque
Como todo instrumento de controle e medição, o torquímetro deve ser aferido para uma
garantia da qualidade do trabalho e para a manutenção de sua vida útil. Para tal operação
contamos com dispositivos especiais denominados aferidores de torque. Basicamente há
dois tipos de aferidores de torque.
• Aferidor estático
Para a aferição e controle de torquímetros, ferramentas de aplicação manual de torque e
torque de estol (torque máximo de ferramenta motorizada quando pára e/ou desliga, ou
ferramenta de impacto quando ela não consegue mais aumentar o torque). Existem dois
modelos básicos de aferidores estáticos:
- Aferidor de peso morto
- Aferidor de barra elástica
O aferidor de peso morto funciona pelo princípio vetro-peso, o que faculta sua aferição.
• Pino quadrado
É o elemento de união do torquímetro aos soquetes e extensões. Como todos os materiais,
o pino tem seu limite de torção. Um trabalho constante na faixa limite de torção pode levar
a uma fadiga prematura e a perda do pino. Para que isso não ocorra, utilize o pino adequado
para cada trabalho. Veja a tabela a seguir.
1/4” 34 3,5 25
• Soquetes especiais
O soquete é o elemento de união entre o torquímetro e a porca ou parafuso a ser torqueado.
Em alguns casos, o acesso com os soquetes convencionais é limitado e para tais casos
foram desenvolvidos soquetes especiais, tais como:
- Espora de galo - quando não há alinhamento entre o eixo do parafuso e o eixo do pino
quadrado. Pode ser de boca de estrela, estrela bi-partida, com catraca ou boca fixa.
• Multiplicadores de torque
Dispositivos que se destinam a aplicação de torques elevados. Estes dispositivos facilitam
a desmontagem de parafusos e porcas encravadas. Para se aumentar a capacidade
pode-se unir vários multiplicadores.
• Catraca
É um dispositivo que agiliza o trabalho pois possibilita o giro constante do torquímetro
sem que seja necessário retirar o soquete da porca ou parafuso para se obter nova posição
de trabalho.
• Cabeças intercambiáveis
São elementos projetados para determinados torquímetros para obter o mesmo centro
de torque, para que não se façam necessários cálculos de correção do torque para estes
torquímetros.
ATENÇÃO!
Sempre que fizer montagem de qualquer conjunto ou peças, procure a tabela de especificação
de aperto e faça a montagem tecnicamente, obedecendo as recomendações da tabela e
especificações do fabricante.
GONIÔMETRO
O goniômetro é um instrumento que serve para medir ou verificar ângulos e é muito utilizado
na mecânica de automóveis. O disco graduado e o esquadro formam uma só peça,
apresentando quatro graduações de 0º a 90º. O articulador gira com o disco do vernier e em
sua extremidade há um ressalto adaptável à régua.
Leitura do goniômetro
Lê-se os graus na graduação do disco com o traço zero do nônio.
O sentido da leitura tanto pode ser da direita para a esquerda, como da esquerda para a
direita.
Utilização do nônio
Nos goniômetros de precisão, para que seja posssível a leitura para ambos os sentidos, o
vernier (nônio) apresenta 12 divisões à direita e à esquerda do zero.
Cálculo de aproximação
a = aproximação
e = menor valor do disco graduado = 1º
n = número de divisões do nônio = 12 divisões
e → 1º → →
a= a= a = 60’ : 12 a = 5’
n 12
Exemplos:
Exercícios
Marque nos campos, a medida dos goniômetros indicada na figura correspondente.
a. b.
c. d.
e. f.
g. h.
i. j.
k. l.
TABELAS
DECIMAIS DE DECIMAIS DE
POLEGADAS MILÍMETROS POLEGADAS MILÍMETROS
POLEGADAS POLEGADAS
REFERÊNCIAS
CARVALHO, Odair B., FERNANDES, Napoleão Lima. Elementos de Física. 3ª ed. s.d.