Professional Documents
Culture Documents
1
Ocorre culpa concorrente quando a perícia ou as próprias partes
reconhecem que ambos os condutores dos veículos foram culpados para a ocorrência do
sinistro, ou seja, cada qual é responsável pelos danos ocorridos em seu veículo.
2
partes, em sede de Juizado, consignando o pagamento da franquia do veículo
segurado pelo causador do acidente.
3
Art. 786 – Paga a indenização, o segurador sub-roga-se, nos
limites do valor respectivo, nos direitos e ações que competirem ao
segurado contra o autor do dano.
4
Art. 840. É lícito aos interessados prevenirem, ou terminarem o
litígio mediante concessões mútuas.
5
EMENTA: "TRANSAÇÃO. Indenização. Verba decorrente de
acidente de trânsito. Ajuste realizado logo após a colisão ação
posterior pretendendo complementação da quantia.
Inadmissibilidade. Acordo irretratável unilateralmente. Carência
decretada. Ementa oficial: Acordo de vontade entre motoristas
logo após acidente de trânsito. Pagamento de valor que
estabeleceram como importância capaz de cobrir os danos.
Ajuizamento posterior de demanda para obter diferença de valor
com base em orçamentos de oficinas. Inviabilidade. Negócio
jurídico irretratável unilateralmente e incindível em sua substância,
a não ser por ação própria. Sentença que decretou a carência da
ação confirmada." (Ap. 366.214-7 2ª C. j. 11.2.87 rel. Juiz
Wanderley Rac RT-618 Pág. 126)
6
Como é cediço, quando as partes transacionam sobre os danos
decorrentes de acidente de trânsito, o acordo se dá sobre um direito disponível, não
cabendo mais discussão acerca da culpa, somente podendo ser anulada a transação se
for constatado algum vício de consentimento.
Em contra partida, existe na maioria dos contratos de seguro, a cláusula
contratual da qual prevê que o segurado somente poderá acordar sobre os direitos
referentes ao objeto do contrato de seguro, com a expressa anuência da seguradora, sob
pena de perder o direito a indenização.
(...)
7
razoável, que o segurado tenha que pedir a permissão da seguradora para firmar acordo
que lhe é extremamente benéfico. Como também, pelo fato de que o contrato de seguro é
permeado de cláusulas abusivas, entre elas a própria cláusula da comunicação restritiva
de direitos, que está em desacordo com disposições do CDC
O que não pode é o terceiro alheio ao contrato de seguro, e que
transacionou na forma prevista no artigo 840 do Novo Código Civil, ser novamente
compelido a reparar danos dos quais já acordou com o segurado.
Contudo, entendemos que referido §2° do artigo 786 do NCC não pode
ser aplicado quando o acordo for realizado na forma do artigo 840 do mesmo diploma
legal.
8
Assim, o acordo entabulado para pagamento da franquia não retira o
direito do segurador de ingressar regressivamente contra o autor do dano, com relação
ao dispêndio que teve com o conserto do veículo, deduzindo-se, para tanto, o valor da
franquia, já paga pelo causador do sinistro.