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Centro Universitário Anhanguera

GUSTAVO JOSÉ SCATOLINI BALDIN

RESÍDUOS DE CONSTRUÇÃO E DEMOLIÇÃO (RCD):


USO DE RCD EM ARGAMASSAS PARA REVESTIMENTO DE
ALVENARIA

Leme
2017
GUSTAVO JOSÉ SCATOLINI BALDIN

RESÍDUOS DE CONSTRUÇÃO E DEMOLIÇÃO (RCD):


USO DE RCD EM ARGAMASSA PARA REVESTIMENTO DE
ALVENARIA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à


Centro Universitário Anhanguera, como
requisito parcial para a obtenção do título de
graduado em Engenharia Civil.

Orientador: Lucas Silva

Leme
2017
GUSTAVO JOSÉ SCATOLINI BALDIN

RESÍDUOS DE CONSTRUÇÃO E DEMOLIÇÃO (RCD):


USO DE RCD EM ARGAMASSA PARA REVESTIMENTO DE
ALVENARIA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à


Centro Universitário Anhanguera, como
requisito parcial para a obtenção do título de
graduado em Engenharia Civil.

BANCA EXAMINADORA

Leme, 04 de Dezembro de 2017


Dedico este trabalho ao meus pais, Gislene e Geraldo, por
sempre me apoiarem em minhas escolhas, dedico
intensamente a minha namorada Mariane por ter me
ajudado muito nesta etapa de minha vida, e por sempre
estar ao meu lado, e dedico principalmente a Deus, por ser
essencial em minha vida e por sempre me guiar.
AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus por ter me dado forças para conseguir superar todos meus
desafios.
Agradeço a todos meu familiares, namorada e amigos que me apoiaram e me
ajudaram a chegar onde estou.
Agradeço também a esta universidade e professores por toda orientação,
dedicação e conhecimentos que me foram dados.
Agradeço as todos que diretamente ou indiretamente fizeram parte da minha
formação acadêmica.
BALDIN, Gustavo José Scatolini. Resíduos de Construção e Demolição (RCD): Uso
de RCD em Argamassas para Revestimento de Alvenaria. 2017. 59 Folhas. Trabalho
de Conclusão de Curso (Engenharia Civil) – Anhanguera Educacional, Leme, 2017.

RESUMO

O setor da construção civil gera grandes impactos ambientais devido a grande


demanda de recursos naturais que utiliza para suprir as necessidades do mercado,
além do demasiado consumo de energia, água e degradação do solo. Ademais, este
segmento também gera uma grande parcela de resíduos, estes são conhecidos como
resíduos da construção e demolição – RCD, que compõe mais da metade do total dos
resíduos sólidos gerados nos municípios. Esses resíduos por muitas vezes eram
encaminhados a um destino inapropriado como lixões comuns ou simplesmente
ficavam no canteiro de obras. Com o surgimento da legislação própria, a Resolução
307 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), o encaminhamento final dos
RCC passou do descarte para a valorização e reutilização. Portanto, o presente
trabalho analisará a utilização dos RCD na produção de argamassa para revestimento
em alvenaria e suas características. No estudo serão apresentados os constituintes
da argamassa, aditivos e suas funções, e por fim, a avaliação das propriedades das
argamassas produzidas com a incorporação de RCD como agregado. Neste
processo, não serão abordados os métodos e procedimentos, o enfoque será a
relação da proporção de resíduo aplicado nos traços das argamassas e o
desemprenho de acordo com o tipo de resíduo.

Palavras-chave: Resíduos; Construção; Argamassas; Alvenaria;


BALDIN, Gustavo José Scatolini. Resíduos de Construção e Demolição (RCD): Uso
de RCD em Argamassas para Revestimento de Alvenaria. 2017. 59 Folhas. Trabalho
de Conclusão de Curso (Engenharia Civil) – Anhanguera Educacional, Leme, 2017.

ABSTRACT

The sector of civil construction generates large environmental impacts due to the great
demand for natural resources that utilizes to meet the needs of the market, in addition
to the excessive consumption of energy, water and soil degradation. Furthermore, this
segment also generates a large portion of waste, these are known as waste
construction and demolition – RCD, which comprises more than half of the total solid
waste generated in the municipalities. These residues were often referred to an
inappropriate destination as ordinary dumps or simply were in the construction site.
With the emergence of its own legislation, resolution 307 of the National Council of the
Environment (CONAMA), the final forwarding of RCC has gone from disposal to
recovery and reuse. Therefore, this work will analyse the use of the RCC in the
production of mortar for masonry and its characteristics. In the study, the constituents
of the mortar, additives and their functions, and finally, the assessment of the
properties of the mortars produced with the incorporation of RCC as aggregate. In this
process, the methods and procedures will not be addressed, the focus will be the ratio
of the proportion of residue applied in the traces of the mortars and the performance
according to the type of residue.

Key-words: Waste; Construction; Mortars; Masonry


LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 – Coleta de RCD no Brasil ...............................................................21


LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Camadas mais utilizadas do revestimento em argamassa ..................... 23


Figura 2 – Resíduos antes do processo .................................................................. 34
Figura 3 – Resíduos depois do processo em moinho .............................................. 34
Figura 4 – Composição do RCD utilizado para a produção do agregado miúdo
reciclado usado no experimento............................................................................... 49
Figura 5 – Resistência à compressão média das argamassas aos 14 e 28 dias .... 52
Figura 6 – Resultado da resistência de aderência à tração função dos teores de
agregado miúdo reciclado ........................................................................................ 53
LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Classificação e destinação dos resíduos de Construção Civil...............19


Quadro 2 – Classificação dos cimentos de acordo com suas características e
normas.......................................................................................................................27
Quadro 3 – Granulometria e suas propriedades.......................................................28
Quadro 4 – Tipos de aditivos e suas funções...........................................................29
LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Características do cimento utilizado....................................................... 32


Tabela 2 – Características do cimento utilizado....................................................... 32
Tabela 3 – Características do agregado miúdo (areia natural) ............................... 33
Tabela 4 – Composição granulométrica do agregado miúdo (areia natural) .......... 33
Tabela 5 – Composição granulométrica do agregado miúdo reciclado (areia
reciclada) ................................................................................................................. 35
Tabela 6 – Características do agregado miúdo (areia reciclada) ............................ 36
Tabela 7 – Resultado da consistência e fator água/cimento (a/c) ........................... 37
Tabela 8 – Resultado em MPa do ensaio de compressão axial ............................. 37
Tabela 9 – Resultado em MPa do ensaio de tração e de compressão diametral .... 38
Tabela 10 – Resultado em MPa do ensaio de aderência à tração........................... 38
Tabela 11 – Formulação das argamassas ............................................................... 40
Tabela 12 – Variação do índice de consistência entre as argamassas com resíduos
e argamassas de referência .................................................................................... 42
Tabela 13 – Variação da retenção de água entre as argamassas com resíduos e
argamassas de referência ..................................................................................... 43
Tabela 14 – Resultados médios da resistência à tração na flexão das argamassas
................................................................................................................................. 44
Tabela 15 – Variação da resistência à tração na flexão entre as argamassas com
resíduos e argamassas de referência ..................................................................... 45
Tabela 16 – Resultados médios da resistência à compressão das argamassas .... 46
Tabela 17 – Variação da resistência à compressão entre as argamassas com
resíduos e argamassas de referência ..................................................................... 47
Tabela 18 – Resistência a tração ............................................................................ 48
Tabela 19 – Resistência à tração na flexão ............................................................. 48
Tabela 20 – Porcentagem dos agregados natural e reciclado em cada traço ......... 50
Tabela 20 – Relação água/cimento encontrada em cada traço para se atingir o
índice de consistência desejado............................................................................... 51
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

A1 Argamassa tipo 1
A2 Argamassa tipo 2
a/c Água / Cimento
ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas
ABRELPE Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos
Especiais
AR Agregado Reciclado
ARI Alta Resistência Inicial
CH Cal Hidratada
CONAMA Conselho Nacional do Meio Ambiente
CP Cimento Portland
fa/agl Relação Água / Aglomerante
fa/res Relação Água / Resíduo
FACI Faculdade Ideal
fcal/cim Relação Cal / Cimento
fagr/agl Relação Agregado / Aglomerante
fres/cim Relação Resíduo / Cimento
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
MPa Mega Pascal
NBR Norma Brasileira
RCC Resíduos da Construção Civil
RCD Resíduos de Construção e Demolição
REF Referência – Agregado Natural
RPP Resíduo do Polimento do Porcelanato
RPPC Resíduo de Pedreira de Rocha Calcária
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO...........................................................................................................13

1. RESÍDUOS DE CONSTRUÇÃO E DEMOLIÇÃO.............................................15

1.1 HISTÓRICO.......................................................................................................15

1.2 UTILIZAÇÃO DOS RCD NO INÍCIO DO SÉCULO XXI ....................................16

1.3 INFLUÊNCIA DO RCD NA DEGRADAÇÃO DO MEIO AMBIENTE..................18

2. ARGAMASSA PARA REVESTIMENTO - CONTEXTUALIZAÇÃO..................22

2.1 FUNÇÃO DA ARGAMASSAS DE REVESTIMENTO.........................................22

2.2 TIPOS DE ARGAMASSA.............................................................................…..24

2.2.1 Quanto aos aglomerantes............................................................................…..24

2.2.2 Quanto a forma de preparo..........................................................................…..25

2.3 TIPOS DE CONSTITUINTES DA ARGAMASSA..............................................26

2.4 REAPROVEITAMENTO DE RESÍDUOS PARA PRODUÇÃO DE


ARGAMASSA.............................................................................................................30

3. ANÁLISE DA FABRICAÇÃO DE ARGAMASSAS PARA REVESTIMENTO


UTILIZANDO RESÍDUOS - ESTUDOS DE CASO....................................................31

3.1 SÍNTESE DOS ESTUDOS..................................................................................54

CONSIDERAÇÕES FINAIS..................................................................55

REFERÊNCIAS.....................................................................................56
13

INTRODUÇÃO

A construção civil é uma atividade de grande importância para o


desenvolvimento econômico e social do país, porém, devido à crescente demanda
nessa área, está gerando grandes impactos ambientais, decorrentes da grande
exploração do consumo de recursos naturais derivado de fonte não renováveis, e
devido à grande proporção de resíduos gerados durante todo o processo da
construção/demolição e os mesmos destinados a lugares não apropriados como
terrenos baldios, beira de rios e de estradas. A partir daí surgiu a necessidade do
reaproveitamento desses resíduos, tendo em vista à preservação dos recursos
naturais, e também para amenizar a quantidade de RCD (resíduos de construção e
demolição), destaca-se que, seja necessário um bom gerenciamento dos materiais na
obra, assim evitando desperdícios e reduzindo o volume desses resíduos. O campo
da construção civil é um dos maiores contribuintes para a degradação do meio
ambiente, pois é um campo muito complexo que se utiliza de tudo, matéria primas,
consumo de energia, água e terra. A principal ação realizada legalmente, para a
superação dos problemas ambientais, foi à criação da Resolução 307 do Conselho
Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) de 2002, que definiu responsabilidades e
deveres, justificando um novo sistema de gestão, o qual obriga os geradores a reduzir,
reutilizar, reciclar, tratar e dispor os resíduos de construção e demolição. A
substituição por materiais reciclados, favorece os recursos naturais, pois contribui
para vida útil da natureza, beneficiando a paisagem, a flora e a fauna, e mesmo que
exista matéria abundante que é o caso do calcário e da argila essa contribuição é
muito importante.
A construção Civil ao longo do tempo acompanhou o crescimento populacional,
e algumas consequências ambientais e sociais são nítidas, como a disposição de
resíduos em rios, degradação do solo, ou aglomeração de materiais em aterros
irregulares, podendo atrair alguns vetores de doenças. Este tema é de suma
importância, devido ao fato de que seu reaproveitamento é ecologicamente correto.
Esse processo consiste na divisão dos resíduos para que cada um seja destinado
corretamente para sua devida função. Analisando os fatores, o propósito deste
trabalho é propor um estudo sobre o reaproveitamento desses materiais, visando
14

como destino argamassas para alvenarias contribuindo para sua resistência


mecânica, e assim possibilitando uma nova preparação sustentável.
A deposição dos detritos em lugares inadequados: qual o melhor destino para
esses resíduos, e quais as vantagens de se usar RCD na composição de
argamassas? Com os inúmeros problemas que a construção vem acarretando é de
supra importância pensar em novos meios de construção e racionalizar em relação
aos materiais utilizados, pois a matéria prima está se tornando cada vez mais escassa,
por isso é tempo de mudar, criar novos recursos para que o campo civil cresça sempre
com responsabilidade com o meio ambiente.
O objetivo geral deste trabalho é identificar a melhor maneira de reutilizar os
resíduos de construção e demolição em argamassa para revestimentos, sem perder
suas principais propriedades, que são endurecimento e aderência. Para o
desenvolvimento do trabalho, serão apresentados três objetivos específicos,
abordados respectivamente nos capítulos: o histórico e consequências causadas pelo
descarte incorreto de RCD; conhecimento da tecnologia a favor do agregado que é o
RCD, que por ser um método novo de reaproveitamento gera dúvidas sobre sua
qualidade; e pesquisar sobre argamassas para revestimentos e sua produção com
utilização de resíduos.
Como metodologia será abordado as principais causas da geração de resíduos
e propor um destino ecologicamente correto para estes. Serão estudados
detalhadamente os aspectos da reutilização de resíduos para argamassa de
revestimento em alvenaria. Por meio de pesquisas bibliográficas, será apresentada a
definição, funções e metodologias de execução da argamassa de revestimento em
alvenaria e dos RCD – resíduos de construção e demolição, e através de estudos
também serão abordados no decorrer do trabalho as avaliações e benefícios de se
utilizar os RCD em argamassas.
15

1 RESÍDUOS DE CONSTRUÇÃO E DEMOLIÇÃO

Resíduos são frações de materiais oriundas do desperdício na construção,


reformas ou demolições de qualquer porte, desde pequenas casas à grandes
edificações. Esses resíduos podem ser denominados RCC – resíduos de construção
civil e RCD – resíduos de construção e demolição.

1.1 HISTÓRICO

Sabe-se que a construção ocorre a muito tempo, entretanto, iniciou-se de forma


artesanal, sem muitos recursos, gerando uma grande quantidade de sedimentos e
entulho mineral. Mas, somente na época da fundamentação das cidades do Império
Romano que foram encontrados os primeiros indícios da reutilização dos recursos
minerais na elaboração de novas obras.
A utilização do resíduos teve um grande salto no pós Segunda Guerra Mundial,
a parir de 1945. Na época, com as cidades devastadas, obras destruídas, economia
arrasada, a opção viável foi desenvolver a reutilização dos destroços, a partir do
processo de britagem que é fragmentar grandes pedaços de minérios para melhor
aproveitamento na produção de agregado para reconstrução das edificações.
No presente momento, a utilização dos RCD não é totalmente difundida, no
entanto, são realizados importantes estudos para que esses resíduos tenham a
melhor qualidade quando usados em uma construção e que não sejam depositados
em lugares inapropriados que poluam o meio ambiente, a paisagem urbana e o tráfego
de veículos e pedestres.
16

1.2 UTILIZAÇÃO DOS RCD NO INÍCIO DO SÉCULO XXI

As grandes cidades detêm o maior número de habitantes, e,


consequentemente uma maior movimentação na indústria civil. A demanda excessiva
de recursos naturais para atender à necessidade desse setor é impactante, pois
muitos desses meios não são renováveis e com a escassez destes o preço aumentará
ocasionando um custo maior ao final da obra e uma grande perda ao meio ambiente.
Cerca de 75% dos recursos naturais e 44% da energia elétrica produzida no Brasil
são direcionados à esfera civil. Outro enfoque para o uso dos RCD é que não serão
depositados em áreas desapropriadas, que, muitas vezes são aterros clandestinos ou
lixões comuns, ultrapassando sua capacidade de armazenamento.
Os materiais usados na obra que mais são adeptos à reutilização são a
madeira, tijolo e argamassa. A madeira, por exemplo, tem várias maneiras de ser
utilizada em uma edificação, sendo mais comum em portas e janelas, e até em
material de apoio como fôrmas para concreto, assim podendo ser reutilizada entre três
ou quatro vezes sem perder sua característica plana. Sem mais maneiras de
reaproveitar a madeira na obra, esta pode ser utilizada como combustível para forno
em olarias. Os tijolos danificados durante a obra são fragmentados, ou seja, britados
e encaminhados para sua nova função que é base e sub-base de aterros e
pavimentos. A argamassa quando pode ser peneirada, há a obtenção de areia e
argamassa que pode ser remanejado para a fabricação de uma nova argamassa de
revestimento ou assentamento.
Estima-se que mais de 50% dos resíduos sólidos gerados nas grandes cidades
é o Resíduo de Construção e Demolição – RCD – provenientes de reformas,
demolições, restaurações. As atividades exercidas na própria obra originam esses
resíduos, cada etapa pode gerar um tipo diferente, seja em escavações,
acabamentos, concretagem, entre outros.
Segundo Levy (1997) apud Santos (2010) et al a origem dos RCD se dá em:

 Catástrofes naturais ou artificiais (incêndios, desabamentos, bombardeios,


entre outros);
17

 Demolições de pavimentos rodoviários de concreto ou de obras que chegaram


ao final de sua vida útil;

 Deficiências inerentes ao processo construtivo empregado e à baixa


qualificação da mão de obra.

Apesar de a quantidade de geração RCD ser expressivamente alta seu reuso


é ainda questionado, pois há fatores variáveis que podem interferir no comportamento
do material resultante a partir do processo de reutilização. Tal dificuldade pode ser
expressa em questionamentos como: se a heterogeneidade dos materiais utilizados
interferirá no produto final ou se as diferentes porosidades ou densidades assegurarão
uma mesma, maior ou menor eficiência.
Tais questionamentos são válidos, entretanto, em uma sociedade que tem um
significativo crescimento anual e que sofre com a questão social, como, moradias
irregulares em favelas ou áreas de risco, o uso de RCD para baratear custos – para
as moradias se tornaram mais acessíveis à população - e minimizar processos de
degradação do meio ambiente deve ser tomado como referência de comportamento.
O incentivo em relação à utilização dos RCD se dá por meio dos fatores econômicos,
ambientais e sociais. Países como Bélgica, Estados Unidos, Holanda, Japão, França
e Alemanha já utilizam desta opção no setor civil, onde são dispostas políticas
governamentais de incentivo à esses países ao uso de RCD. De acordo com Pinto
(2000) apud Carrijo (2005), na Catalunha, Espanha, as construções que enviam seu
resíduo às recicladoras, são isentas das taxas para o transporte e execução deste
serviço. Em outros países da Comunidade Europeia, inclusive na Holanda, as taxas
cobradas pelos aterros desencorajam a deposição dos resíduos nos mesmos.
18

1.3 INFLUÊNCIA DOS RCD NA DEGRADAÇÃO DO MEIO AMBIENTE

Os RCD representam o maior causador de degradação ambiental, devido ao


grande volume gerado e pela má disposição final, acarretando uma série de
problemas tanto visuais, ambientais e patológicos. A natureza é a maior prejudicada
com o não gerenciamento dos resíduos, pois, muitas vezes, com o próprio entulho
vêm objetos de plástico como embalagens, vidros e material orgânico, além de
materiais perigosos como lâmpadas, latas de tinta e de solventes.
Segundo dados do IBGE apenas 72,44% dos municípios brasileiros, possuem
serviço de manejo de resíduos da construção civil. Isso se deve ao fato de que existem
grandes dificuldades para que a reciclagem dos resíduos seja efetiva, algumas dessas
condições são, por exemplo, falta de dados sobre a administração dos RCD do
município, a falta de fiscalização adequada, e a questão financeira do próprio gerador
de resíduo que acaba descartando em locais impróprios para não ter gasto com a
locomoção correta. Sendo assim conclui-se que a questão financeira afeta
diretamente o descarte correto, pois quanto menor o porte do gerador menos ele se
preocupa em fazer o descarte regular, assim como a prefeitura não quer gastar com
fiscalização e aterro próprio para esses resíduos. Outra grande dificuldade encontrada
é a dispersão dos locais onde são depositados os resíduos, impedindo uma total
fiscalização abrangendo todas as áreas.
Foi criada em 2002 a resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente nº
307/2002 (CONAMA), que tem por função cuidar, estudar e propor instruções de
políticas governamentais para a gestão do meio ambiente e seus recursos naturais
em contato com o setor civil. O CONAMA propõe a divisão dos RCC em:
19

Quadro 1: Classificação e destinação dos resíduos de Construção Civil

Classe Origem Tipo de Resíduo Destinação

De pavimentação e de outras
obras de infraestrutura, Deverão ser reutilizados
inclusive solos provenientes ou reciclados na forma de
São os resíduos de operações de agregados, ou
reutilizáveis ou terraplanagem. encaminhados a áreas de
A recicláveis como Da construção, demolição, aterro de resíduos da
agregados reforma e reparos de Construção Civil, sendo
edificações (componentes dispostos de modo a
cerâmicos, tijolos, blocos, permitir a sua utilização
telhas e placas de ou reciclagem futura.
revestimento, concreto e
argamassa).

Deverão ser reutilizados,


reciclados ou
Resíduos Plasticos, gesso, papel, encaminhados a áreas de
B recicláveis com papelão, metais, vidros, armazenamento
outras destinações. madeiras e outros. temporário, sendo
dispostos de modo a
permitir a sua utilização
ou reciclagem futura.

Deverão ser
armazenados,
Resíduos para os transportados e
quais ainda não Não especificado pela destinados em
C foram resolução. conformidade com as
desenvolvidas. normas técnicas
específicas.
20

Resíduos Tintas, solventes, óleos,


perigosos oriundos amianto.
de construção. Deverão ser
armazenados,
transportados, reutilizados
Aqueles e destinados em
D contaminado, conformidade como as
oriundos de normas técnicas
demolições, Clinicas radiológicas, especificadas.
reforma e reparo, instalações industrias e
enquadrados com outros.
classe I na
NBR10004.

Fonte: Resolução CONAMA nº307/2002; Resolução CONAMA nº431/2011.

O CONAMA trouxe benefícios evidentes, a proibição de descarte em aterro


sanitário comum e a obrigatoriedade de utilização de aterros específicos para
resíduos sólidos da construção civil conforme a NBR 15113(ABNT, 2004). A criação
do CONAMA fez com que despertasse uma preocupação maior em relação a
deposição dos resíduos. No gráfico 1 pode-se observar que o aumento de coleta dos
RCD de 2014 para 2015 aumentou 1,2%:
21

Gráfico 1: Coleta de RCD no Brasil

Total de RCD coletados - Brasil e regiões (2013 e 2014)

130.000
122.262
120.000 117.435

110.000
100.000
90.000
80.000
70.000
61.487 63.469
60.000
50.000
40.000
30.000 24.066
22.162
20.000 13.439 13.675 16.067 16.513

10.000 4.280 4.539


0
Brasil Norte Nordeste Centro-Oeste Sudeste Sul
Total de RCD 2013 Total de RCD 2014

Fonte: Panorama dos resíduos sólidos no Brasil (2014) - abrelpe.


22

2 ARGAMASSA PARA REVESTIMENTO - CONTEXTUALIZAÇÃO

Conforme Giraldo (2014) o surgimento da argamassa deu-se na Pérsia antiga,


onde eram utilizadas alvenaria de tijolos secos ao sol, com assentamento de
argamassas de cal. Com o desenvolvimento da humanidade, mais especificamente
em Roma, surgiu a ideia de misturar materiais a essa argamassa, a pozolana (cinzas
vulcânicas). No âmbito nacional, a argamassa passou a ser aplicada no período de
colonização, para o assentamento de alvenaria de pedra e um dos principais
aglomerantes era o óleo de baleia.
A argamassa é constituída de uma mistura de aglomerantes (cimento ou cal),
areia e água, e podem ser adicionados aditivos que variam de acordo com a
necessidade do material. A principal função dos aditivos é conferir determinadas
propriedades ao conjunto, tais como: resistência, retração, aderência e
trabalhabilidade.

2.1 FUNÇÃO DA ARGAMASSA DE REVESTIMENTO

Segundo Szlak e Taniguti et al. [entre 2005 e 2015]. O revestimento de


argamassa é uma pasta usada na construção que tem como principais características
a aderência e o endurecimento. Consiste em uma proteção para a base de alvenaria,
contribuindo não só para uma boa impermeabilização e isolamento termo acústico,
mas também para receber outros acabamentos, como revestimentos cerâmicos,
laminados ou pinturas. A argamassa em alvenaria deve ter um acabamento regular,
como estar nivelado, uniforme e agradável ao cliente. As camadas de revestimento
tem função específica e geralmente uma complementa a outra, como a seguir:

 Chapisco
Camada base para o restante do desenvolvimento do revestimento. Tem como
efeito uniformizar a superfície quanto à absorção e melhorar a aderência entre base e
o revestimento posterior.
23

 Emboço
O emboço tem como finalidade cobrir e regular o nivelamento da base, para
que possa receber a próxima camada, que pode ser o reboco ou algum revestimento
decorativo. A espessura do reboco que varia entre 15mm a 25mm é própria para que
haja uma maior proteção à alvenaria.

 Reboco
E a última camada, serve para dar o acabamento final para a alvenaria. Por ter
essa finalidade, o reboco deve estar liso, não apresentar fissuras, para que possa
receber assim sua última fase de acabamento, que pode ser pintura, por exemplo.

 Camada Única
É um tipo único de argamassa aplicada à base, que logo após já é aplicada a
camada decorativa. É o tipo de argamassa com maior proporção de utilização no país.
Suas características devem atender às funções tanto do emboço quanto do reboco,
para que haja regularização da base e acabamento.

 Revestimento monocamada decorativo


Este tipo de revestimento é mais comum na Europa. É um produto
industrializado, mas que ainda não é utilizado no Brasil por não ser regularizado. É
uma camada única que cumpre a função de regularização e também decorativa.

Figura 1 - Camadas mais utilizadas do revestimento em argamassa.

Fonte: Manual de Revestimentos de Argamassa.


24

2.2 TIPOS DE ARGAMASSAS

As argamassas são um material muito importante em uma obra, que tem a


função de ligar peças, impermeabilizar e nivelar, portanto elas estão presentes em
inúmeras etapas da construção, desde a parte de vedação que auxilia na
impermeabilização e até o acabamento, por exemplo para assentamento cerâmicos.
Os principais tipos de argamassas utilizadas são: a) argamassa de assentamento que
tem a função de unir tijolos e blocos de alvenaria; b) argamassa para pisos que é
utilizada para aplicar pisos, ladrilhos, cerâmicas; c) argamassa de revestimentos que
é usada em paredes e tetos que acaram de ser feitos, que tem a função de proteger
e nivelar as superfícies, normalmente essas argamassas são divididas em três
camadas principais o chapisco, emboço e reboco; d) argamassa impermeabilizante
que tem a função de impermeabilização, proteger os ambientes da umidade.

2.2.1 Quanto aos aglomerantes

De acordo com Ambrozewicz (2012), conforme o aglomerante utilizado é obtido


um tipo de argamassa, como a argamassa de cal, de cimento, mista (cal e cimento) e
argamassa de gesso. Normalmente, no canteiro de obras a argamassa é feita com
areia natural lavada, misturada com cimento e cal ou com apenas um destes
elementos.

 Argamassa de cal
Este tipo de argamassa é preparada a partir de cal, areia (agregado miúdo) e
água. Geralmente são utilizadas em alvenarias não estruturais, pois sua resistência à
flexão é mínima, ou seja, é uma argamassa muito elástica. Tem pouca resistência a
umidade e seu enrijecimento é mais lento quando comparado ao da argamassa de
cimento.
25

 Argamassa de cimento
A argamassa de cimento é mais utilizada em chapisco, revestimentos
impermeáveis, ou pisos cimentados. O tipo de cimento mais utilizado para a fabricação
desta argamassa é o Portland comum ou cimentos especiais, e junto deste, areia e
água são os componentes de base. A argamassa de cimento é mais impermeável que
de cal, e tem alta resistência às necessidades mecânicas, entretanto, tem baixa
aderência e retração de água.

 Argamassa mista
Neste caso, a argamassa mista é utilizada em alvenarias estruturais, contra
pisos e em emboços de paredes e tetos. A propriedade que se quer adquirir pode ser
mudada de acordo com o elemento adicionado, por exemplo, adicional a cal em uma
argamassa de cimento diminui a desidratação e retarda a pega da argamassa, mas,
adicionar cimento em uma argamassa de cal adquire-se maior resistência e acelera a
pega, ocasionando em uma maior impermeabilidade da argamassa.

2.2.2 Quanto a forma de preparo

Existem diversos modos de se preparar a argamassa dependendo do seu uso


e necessidade e pode ser feito através de meio mecânico ou manual, entretanto, a
dosagem deve estar na medida certa para que se alcance o resultado esperado. Os
principais constituintes da argamassa para alvenaria devem ser proporcionais
conforme o traço orientado pelo engenheiro ou técnico responsável. O traço indica as
proporções entre os elementos da argamassa, porém, em um canteiro de obras
dificilmente é aplicado, visto que, muitas vezes
o controle sobre os trabalhadores da obra é ineficaz. (SZLAK e TANIGUTI et al., entre
2005 e 2015).
Segundo Carasek (2005) os traços mais comuns usados são:
 Chapisco - 1:3 (Uma parte de cimento para três partes de areia);
 Emboço – 1:2:8 (Uma parte de cimento para duas partes de cal para oito partes
de areia);
26

 Reboco – 1:2:9 (Uma parte de cimento para duas partes de cal para nove partes
de areia fina);

Tipos de preparos:
 Argamassa preparada em obra:
É um método mais tradicional usado nas obras, é quando os materiais que
formam a argamassa são medidos em massa ou volume e misturados no próprio
canteiro de obra em uma certa sequência e por um determinado tempo. Nesse
processo deve-se ter uma atenção maior do pedreiro para que seja feito de acordo
com o traço indicado para que se alcance um bom resultado. (SZLAK e TANIGUTI et
al., entre 2005 e 2015).

 Argamassa industrializada:
Conforme a norma NBR 13529 (ABNT, 2013) – Revestimento de paredes e
tetos de argamassas inorgânicas, a argamassa industrializada é fabricada em centrais
(indústrias) e fornecida em caminhões-betoneira e já vão prontas para serem usadas,
onde todos os materiais (aglomerantes, agregados, aditivos) utilizados possuem sua
dosagem controlada para se obter uma argamassa de ótima qualidade e a fim de
atender com excelência as exigências para seu uso.

2.3 TIPOS CONSTITUINTES DA ARGAMASSA

 Cimento
Segundo a NBR 5732 (ABNT, 1991) – Cimento Portland comum, tem aspecto
de pó fino e é considerado um aglomerante hidráulico, pois suas reações se dão a
partir da mistura com a água.
A finalidade do uso do cimento na argamassa é referente as propriedades de
resistência mecânica que ele oferece e também por ser composto por partículas finas
favorece para a retenção da água na mistura e para a plasticidade. O mais indicado a
ser usado são os cimentos Portland que tem menor resistência mecânicas, pois
ajudam na redução de fissuras, pois elas possibilitam menor rigidez na argamassa
que consequentemente contribuem para resistir as deformações. Segundo Carneiro
27

(1993), apud Oliveira (2015) o cimento Portland mais recomendável no Brasil é o de


classe CP-32 e CP-25.
Outro aspecto importante a ser analisado em relação ao tipo de cimento é
relacionado ao tempo de início de pega, pois é essa informação que vai determinar o
tempo de transporte e da aplicação da argamassa, portanto, o ideal é usar um cimento
que tenha um início de pega retardado e que tenha um aumento de resistência rápida.
O uso excessivo de cimento na mistura da argamassa provoca uma maior retração,
porem possibilita uma melhor aderência a base.
Segue no quadro abaixo a classificação dos cimentos de acordo com suas
características e normas.

Quadro 2: Classificação dos cimentos de acordo com suas características e normas.


Denominação Sigla Norma
Portland Comum CP I NBR - 5732
Porland composto com escória CP II-E NBR - 11578
Porland composto com pozolana CP II-Z NBR – 11578
Porland composto com filler CP II-F NBR – 11578
Portlando de alto forno CP III NBR – 5735
Porland pozolânico CP IV NBR – 5736
Porland de alta resistência inicial CP V-ARI NBR - 5733
Fonte: Manual de Revestimentos de Argamassa.

Segundo Szlak e Taniguti et al. [entre 2005 e 2015], as características da cal, areia,
água e aditivos são:
 Cal
O uso da cal nas argamassas tem como principal função atuar como
aglomerante da mistura, e as propriedades obtidas são: plasticidade, capacidade de
absorver deformações após endurecida, trabalhabilidade e compacidade no estado
fresco.
Devido a finura da cal ela proporciona a retenção de água em volta de suas
partículas contribuindo para uma melhor hidratação do cimento, e também ela se torna
uma argamassa mais flexível, por isso ela apresenta uma melhor resistência as
28

mudanças de temperatura e umidade, assim evitando fissuras e trincas.

 Areia
A areia natural é o agregado miúdo mais usado nas argamassas de
revestimento, são originais de rios, cava e britagem, suas partículas tem diâmetros
entre 0,06 e 2,0mm. A granulometria da areia é um fator muito importante, pois ela
influência nas medidas e quantidades das misturas dos aglomerantes e da água, por
exemplo, quando há deformidades na curva de granulométrica ou excesso de finos, é
necessário usar uma quantidade maior de água, prejudicando a resistência mecânica
e causando maior retração durante a secagem da argamassa.
Segue abaixo o quadro de comparação da granulometria dos agregados e suas
propriedades:

Quadro 3: Granulometria e suas propriedades


Quanto mais Quanto maior o
Propriedade Quanto descontínua for teor de grãos
mais fino a granulometria anguloso
Trabalhabilidade Melhor Pior Pior
Retenção de água Melhor - Melhor
Retração na secagem Aumenta Aumenta -
Porosidade - Aumenta -
Aderência Pior Pior Melhor
Resistencia mecânica - Pior -
Impermeabilidade Pior Pior -
Fonte: Manual de Revestimentos de Argamassa.

 Água
A água é o constituinte mais relevante na execução da argamassa, é através
dela que são realizadas as reações entre os materiais e principalmente as do cimento.
Mesmo que sua dosagem seja direcionada pelo pedreiro para chegar a melhor
consistência da mistura e melhor trabalhabilidade, deve-se seguir o traço
estabelecido, para não perder as propriedades desejadas da argamassa.
29

Para que se obtenha uma boa qualidade da argamassa é necessário usar água
potável, e não água contaminada ou que possuem excesso de sais solúveis, pois
durante o amassamento esses novas propriedades podem ocorrer reações que
interferem nas características do produto final.

 Aditivos
Os aditivos são componentes extras que são adicionados em pequenas
quantidades na misturas, com o propósito de melhorar uma ou mais propriedades da
argamassa tanto no estado fresco ou endurecido. O uso do aditivos tem diversas
finalidades sendo elas as mais solicitadas são, para diminuir a fissuração, facilitar a
trabalhabilidade e aumentar sua aderência. Segue abaixo o quadro dos tipos dos
aditivos e suas finalidades.

Quadro 4: Tipos de aditivos e suas funções.


Tipos de aditivos Finalidade
São utilizados para melhorar a trabalhabilidade da
Redutores de água (plastificantes) argamassa sem alterar a quantidade de água
Reduzem a evaporação e a exsudação da
argamassa fresca e conferem capacidade de
Retentores de água retenção de água frente a sucção por base
absorventes.

Formam microbolhas de ar, estáveis,


homogeneamente distribuídas na argamassa,
Incorporador de ar aumentando a trabalhabilidade e atuando a favor
da permeabilidade.
Retardam a hidratação do cimento,
Retardadores de pega proporcionando um tempo maior de utilização.

Aumentadores da aderência Proporcionam a aderência química ao substrato.


Reduzem a absorção de água da argamassa, mas
Hidrofugantes não a tornam impermeável e permitem a
passagem de vapor d’água.
Fonte: Manual de Revestimentos de Argamassa.
30

2.4 REAPROVEITAMENTO DE RESÍDUOS PARA PRODUÇÃO DE ARGAMASSA

As atividades do setor civil são responsáveis por gerar um grande volume de


materiais inorgânicos, advindos do elevado número de construções e reformas nessa
área. Embora existam técnicas e métodos construtivos avançados à base de gesso,
os processos construtivos mais comuns no país utilizam a argamassa de revestimento
feitas de cimento Portland, cal, areia, saibro e outros aditivos citados anteriormente.
Nota-se que a necessidade de buscar uma nova utilização pra esse elevado
volume de material inorgânico é grande, entretanto, sabe-se que extinguir totalmente
a geração de resíduos é inviável. Tal necessidade possibilitou estudos acerca dos
resíduos e como estes materiais podem interferir no desempenho de argamassas
produzidas a partir deles.
A variação do tipo de argamassa ocorre de acordo com o agregado utilizado, o
equipamento, os traços, entre outros fatores. De acordo com Levy (1997) apud
Canedo et al (2011), argamassas produzidas com adição de entulho reciclado há uma
redução na ordem de 30% no consumo de cimento em relação aos resultados
existentes para argamassas mistas equivalentes.
No canteiro de obras, é de suma importância a instalação de máquinas
especializadas que trituram os resíduos minerais produzidos na própria obra. Esta
opção é viável para as construtoras que desejam aderir à pratica da utilização dos
RCD, mas, exige planejamento e conhecimento por parte dos engenheiros e
funcionários da obra. Em grandes cidades, para esta iniciativa dar certo, seria
necessário moinhos e trituradoras de tamanho compatível com o alto número de
entulho.
31

3 ANÁLISE DA FABRICAÇÃO DE ARGAMASSAS PARA REVESTIMENTO


UTILIZANDO RESÍDUOS – ESTUDO DE CASO

A partir de dissertações, monografias e teses de doutorado será realizado um


levantamento das argamassas produzidas com o uso de RCD e RCC para demonstrar
o desempenho de cada argamassa conforme o tipo de resíduo utilizado. Serão
analisado três casos de diferentes regiões do Brasil.
Não será considerado nesse capítulo os métodos e o procedimentos utilizados nos
experimentos, pois o foco principal é a relação do teor de resíduo utilizados nos traços
das argamassas com os resultados obtidos.

1º caso:
Avaliação das propriedades das argamassas de revestimento produzidas com
resíduos da construção e de demolição como agregado – Lucinei T. Assunção,
Geraldo F. de Carvalho, Márcio S. Barata - Engenharia Civil da Faculdade Ideal
(FACI)/Belém-PA.

A. Características dos materiais


Os materiais utilizados na produção das argamassas foram cimento, areia
natural de Americano (de Santa Izabel do Pará), areia reciclada procedentes do
resíduos da construção e demolição, e para substituição da cal foi usado o aditivo
incorporador de ar.

a. Cimento
O cimento utilizado foi o CP II Z 32 que é composto com pozolana. As tabelas
a seguir são referentes a caracterização físico-mecânica e resistência à compressão
(NBR 7215/1996a).
32

Tabela 1 - Características do cimento utilizado


Resistencia à compressão (Mpa) - (NBR 7215/1996a)
Corpo-de-prova nº Resultado Limites da
Unidade
1 2 3 4 % norma
1 13,011 13,552 13,606 - 13,4 2,8 Não aplicável
3 23,242 23,331 23,011 23,501 23,3 1,1 ≥ 10 MPa
7 28,906 28,501 28,213 29,051 28,7 1,6 ≥ 20 MPa
28 38,142 35,921 36,258 36,621 36,2 1,1 ≥ 32 MPa
Fonte: Assunção, L.T et al

Tabela 2 - Características do cimento utilizado


Caracterização físico-mecânica
Resultado Limites da
Ensaio Unidade
% norma
Finura - Resíduo na peneira 75 µm % 0,6 ≤ 12,0%
Finura - Resíduo na peneira 325 mesh % 6,2 Não aplicável
Massa específica real g/cm³ 3,01 Não aplicável
Área específica - Blaine cm²/g 3,868 ≥ 2.600 cm²/g
Água da pasta de consistência normal % 27,7 Não aplicável
Tempo de início de pega h:min 2:40 ≤ 1h
Tempo de fim de pega (Facultativo) h:min 3:15 ≤ 10h
Expansibilidade a quente mm 0,0 ≤ 5,0 mm
Fonte: Assunção, L.T et al

b. Agregado miúdo (areia natural)


Foi utilizada areia natural de Americano (do estado do Pará), e suas
características serão apresentadas nas tabelas a seguir.
33

Tabela 3 - Características do agregado miúdo (areia natural)


Limites da
Valores
Determinações Método de ensaio NBR
obtidos
7211/2005º
Massa específica
2,60 NBR 9776/1986 --
(Kg/dm³)
Massa unitária
1,63 NBR 7251/1982 --
(Kg/dm³)
Teor de material
3,50 NBR 7219/1996b 3-5*
pulverulento (%)
Impureza orgânica ausente NBR 7220/1987b --
* Limite de 3% para o concreto submetido a desgaste superficial, e de 5%
para os demais concretos.
Fonte: Assunção, L.T et al

Tabela 4 - Composição granulométrica do agregado miúdo (areia natural)


Abertura da
Porcentagem (%)
Determinações peneira Método de ensaio
ABNT (mm) Retida Acumulada
9,5 0 0
4.8 0 0
2.4 1,6 1,6
Composição 1.2 11,6 13,2
granulométrica 0.6 20 33,2 NBR
0.3 29,3 62,5 7217/1987ª
0.15 24 86,5
Fundo 13,5 100
DMC* 2,40 mm
Módulo de finura 2,00
Zona
Zona 2 (Fina) NBR 7211/2005ª
granulométrica
Fonte: Assunção, L.T et al
34

c. Agregado miúdo reciclado (areia reciclada)


O agregado miúdo reciclado surgiu a partir da trituração e peneiração dos
entulhos na fase de alvenaria de um edifício na cidade de Belém. O material era
composto por resíduos de argamassas, concretos e tijolos cerâmicos. Nas figuras 2 e
3 apresenta os dois estados do agregado: o antes e depois do processo. O
procedimento se iniciou na seleção granulométrica dividindo os grão que passaram
pela peneira 4,8 mm e os que ficaram retidos nas 0,15 mm seguindo os conformes da
NBR 7217/1987a. Os agregados reciclados dispuseram de um teor de material
pulveroso de 17,86, conforme a NBR 7219/1996b. As tabelas 5 e 6 apresentam as
características do agregados reciclados.

Figura 2 – Resíduos antes do processo

Fonte: Assunção, L.T et al

Figura 3 – Resíduos depois do processo em moinho

Fonte: Assunção, L.T et al


35

Tabela 5 - Composição granulométrica do agregado miúdo reciclado (areia


reciclada)
Abertura da
Porcentagem (%) Método de
Determinações peneira
ensaio
ABNT (mm) Retida Acumulada
75,0 0 0
50,0 0 0
37,5 1,41 1,41
25,0 4,81 6,22
19,0 4,88 11,10
12,5 10,19 21,29
9.5 4,71 26,00
Composição
6.3 3,11 29,11
granulométrica
4.8 0,77 29,88 NBR
2.4 0,97 30,85 7217/1987ª
1.2 0,77 31,62
0.6 4,17 35,79
0.3 29,76 65,55
0.15 20,72 86,27
Fundo 12,07 98,34
DMC* 37,5 mm
Módulo de
3,20
finura
Zona
Zona 2 (Fina) NBR 7211/2005ª
granulométrica
Fonte: Assunção, L.T et al
36

Tabela 6 - Características do agregado miúdo (areia reciclada)


Limites da
Valores Método de
Determinações NBR
obtidos ensaio
7211/2005ª
Massa específica
2,48 g/cm³ NBR 9776/1986 --
(Kg/dm³)
Teor de material
17,86 NBR 7219/1996b 3 - 5*
pulverulento (%)
Impureza orgânica ausente NBR 7220/1987b --
* Limite de 3% para o concreto submetido a desgaste superficial, e de 5% para
os demais concretos.
Fonte: Assunção, L.T et al

d. Água
Foi utilizada a água da Companhia de Saneamento do Pará (Cosanpa),
considerada potável.

e. Aditivo
Foi utilizado o aditivo incorporador de ar, nas seguintes proporções: nos traços
de referência 6ml do aditivo e nos traços com agregados reciclados 3ml do aditivo,
conforme indicações do fabricante. O incorporador de ar tem a finalidade de melhorar
as caraterísticas da argamassa no seu estado fresco.

B. Resultados
As argamassas foram divididas em três grupos para serem analisadas. O
primeiro grupo é o de traço de referência composto por 100% de agregado natural
(REF), o segundo é composto de 30% de agregado reciclado (AR30) e o terceiro é
composto de 50% de agregado reciclado (AR550).

a. Consistência
A consistência tem a finalidade de indicar a trabalhabilidade da argamassa, e
assim determinar a quantidade de água necessária usada na mistura para adquirir
37

uma trabalhabilidade desejável. Através do ensaio realizado na mesa de consistência


manual (NBR 13276/2005b), foi adotada a consistência de 270 mm ± 10 mm.
A tabela 7 determinou a quantidade de massa de água necessária a ser
utilizadas em casa traço, através dela nota-se que os agregados reciclados
apresentaram um aumento do fator água/aglomerante, devido a finura dos agregados.

Tabela 7 - Resultado da consistência e fator água/cimento (a/c)


1ª determinação 2ª determinação
Traço Média Fator a/c
em mm em mm
REF 263,25 258,48 260,865 1,08
AR30 270,96 266,64 268,800 1,32
AR50 280,82 282,32 281,570 1,38
Fonte: Assunção, L.T et al

b. Resistência à compressão axial


As argamassas de revestimentos precisam resistir a pequenos esforços de
compressão axial. O ensaio dessa propriedade está descrito na NBR 13279/2005d, e
como resultado as argamassas AR50 alcançaram um melhor desempenho em relação
as outras argamassas.

Tabela 8 - Resultados em MPa do ensaio de compressão axial


Traços REF AR 30 AR 50
4,30 3,80 6,16
7 dias 4,43 4,48 6,21
4,29 4,58 6,98
4,59 4,74 7,74
14 dias 3,97 5,70 6,40
4,97 5,20 8,10
Fonte: Assunção, L.T et al
38

c. Resistência à tração por compressão diametral


As argamassas de revestimento possuem uma maior solicitação à tração
comparada com compressão axial. O ensaio dessa propriedade está descrito na NBR
7222/1983.

Tabela 9 - Resultados em MPa do ensaio de tração e de compressão diametral


Traços REF AR 30 AR 50
0,35 0,39 0,70
7 dias 0,46 0,5 0,69
0,46 0,58 0,75
0,63 0,74 0,83
14 dias 0,62 0,77 0,80
0,61 0,72 0,76
Fonte: Assunção, L.T et al

d. Resistência de aderência à tração


A resistência de aderência à tração mensura a capacidade de as argamassas
não ceder aos esforços normais da tração. Este ensaio foi realizado nos revestimentos
com 14 dias, respeitando os procedimentos previsto na NBR 13528/1995. De acordo
com a NBR 13749/1996c, nas paredes interna é necessário chegar a um valor de
0,20Mpa, e para as paredes externa, maior que 0,30 Mpa. Os resultado obtidos nesse
ensaio foram satisfatórios conforme segue a tabela abaixo.

Tabela 10 - Resultados em Mpa do ensaio de aderência à tração


Traço
REF AR 30 AR 50
Determinações 14 dias
1 0,42 0,24 0,4
2 0,59 0,34 0,61
3 0,58 0,44 0,63
4 0,52 0,42 0,71
5 0,32 0,48 0,50
6 0,43 0,20 0,55
7 0,88 0,46 0,50
Média 0,53 0,56 0,36
Fonte: Assunção, L.T et al
39

2º caso:
Aproveitamento de resíduos minerais na formulação de argamassas para a
construção civil – Maria Luiza Lopes de Oliveira Santos

A. Definição dos traços da argamassa


As argamassas mistas utilizadas no presente estudo dispõem de traço 1:1: 6
(cimento, cal, areia). Geralmente são utilizadas em alvenarias de vedação e estrutural,
também como revestimento das fachadas de edifícios acima de 20 pavimentos. As
argamassas mistas de assentamento, com traço 1:0, 5:4, 5 (cimento, cal, areia),
geralmente utilizadas em prédios de alvenaria estrutural acima de 4 pavimentos.

B. Formulação das argamassas


Essas argamassas resultaram da substituição de diferentes teores de cimento
pelo resíduo de pedreira de rocha calcária (RPPC) e o resíduo do polimento do
porcelanato (RPP). Como exposto na Tabela 11, foram elaboradas 16 argamassas
com substituições, ou seja, com resíduos e 2 sem adições, as argamassas de
referência (REF), que serviram como modelo comparativo.
40

Tabela 11 - Formulação das argamassas


Teor de
Traço da argamassa Argamassa Resíduo Nomenclatura
resíduo (%)
1:1:6 A1 0 REF* A1/0/REF
1:1:6 A1 5 RPPC A1/5/RPP
1:1:6 A1 10 RPPC A1/10/RPP
1:1:6 A1 20 RPPC A1/20/RPP
1:1:6 A1 30 RPPC A1/30/RPP
1:1:6 A1 5 RPP A1/5/RPP
1:1:6 A1 10 RPP A1/10/RPP
1:1:6 A1 20 RPP A1/20/RPP
1:1:6 A1 30 RPP A1/30/RPP
1:0,5:4,5 A2 0 REF* A2/0/REF*
1:0,5:4,5 A2 5 RPPC A2/5/RPPC
1:0,5:4,5 A2 10 RPPC A2/10/RPPC
1:0,5:4,5 A2 20 RPPC A2/20/RPPC
1:0,5:4,5 A2 30 RPPC A2/30/RPPC
1:0,5:4,5 A2 5 RPP A2/5/RPP
1:0,5:4,5 A2 10 RPP A2/10/RPP
1:0,5:4,5 A2 20 RPP A2/20/RPP
1:0,5:4,5 A2 30 RPP A2/30/RPP
Fonte: Santos, M. L. L. O.

C. Características dos materiais


As argamassas mistas foram produzidas com a mistura de cimento, cal, areia
natural, resíduo de pedreira de rocha calcária e resíduo do polimento do porcelanato.

a. Cimento
O cimento usado foi o cimento Portland CP II F 32, esse tipo de cimento não
possui pozolana em sua composição.
41

b. Cal
Foi utilizada a cal hidratada do tipo CH I, para um melhor resultado a cal foi
armazenada em um recipiente plástico, vedado e revestido com saco plástico,
protegendo o material das intempéries.

c. Agregado miúdo
Foi utilizado a areia quartzosa de origem natural, extraída de uma jazida
localizada em Macaíba/RN. A mesma não apresentava impurezas e possuíam
granulometria uniforme. Todo o material foi seco em estufa e em seguida acomodado
de forma a ser protegido das intempéries.

d. Resíduos
Os resíduos utilizados foram derivados do polimento do porcelanato (RPP) e
pedreira de rocha calcária (RPPC). Inicialmente eles foram peneirados na peneira com
malha com abertura de 2,44 mm, com intuito de excluir as partículas que possuem
diâmetros superiores e as partículas indesejadas.

D. Resultados
a. Consistência
A Tabela 12 mostra a variação percentual dos índices de consistência
alcançados em todos os ensaios realizados com as argamassas A1 e A2 para todos
os traços formulados em comparação ás argamassas de referência.
42

Tabela 12 - Variação do índice de consistência entre as argamassas com resíduos e


argamassas de referência
Variação entre a consistência das argamassas
Argamassa fa/agl fa/res fcal/cim
com resíduos e argamassas de referência (%)
A1/5/RPPC 1,18 34,67 0,66 -8,91
A1/10/RPPC 1,22 17,29 0,70 -4,26
A1/20/RPPC 1,31 8,65 0,79 -6,98
A1/30/RPPC 1,41 5,77 0,90 -8,53
A2/5/RPPC 1,15 26,81 0,33 -0,77
A2/10/RPPC 1,19 13,40 0,35 -4,98
A2/20/RPPC 1,30 6,7 0,39 -1,53
A2/30/RPPC 1,43 4,47 0,45 -6,51
A1/5/RPP 1,18 39,25 0,66 -19,38
A1/10/RPP 1,22 19,56 0,70 -14,34
A1/20/RPP 1,31 9,78 0,79 -18,22
A1/30/RPP 1,41 6,52 0,90 -18,22
A2/5/RPP 1,15 30,32 0,33 -3,45
A2/10/RPP 1,19 15,14 0,35 -7,66
A2/20/RPP 1,30 7,57 0,39 -6,13
A2/30/RPP 1,43 5,05 0,45 -6,90
Fonte: Santos, M. L. L. O.

Neste ensaio é possível constatar a diminuição do índice de consistência das


argamassas produzidas com resíduos, como consequência, um provável aumento na
concentração, independentemente do traço.
Pode-se observar que, à medida que aumenta a relação cal/cimento, aumenta
a necessidade de água parar atingir o índice de consistência padrão. O fato
certamente está relacionado ao aumento da superfície específica da fração
aglomerante das argamassas, pois a cal é mais fina que o cimento.
As argamassas dosadas com RPPC (A1 e A2) e as confeccionadas com RPP
(A2) demonstraram uma diminuição no índice de consistência, abaixo de 9%. Já as
argamassas A1, formuladas a partir do RPP, a diminuição do índice de consistência
43

variou entre 14% e 20%. Dessa forma, pode-se dizer que o RPP provavelmente está
contribuindo para uma melhor ligação entre o agregado e a pasta de aglomerante,
atuando assim como um agente capaz de aumentar a concentração das argamassas.
Tal aumento na concentração pode proporcionar ganhos relativos à qualidade e
produtividade, podendo ainda influenciar na redução de perdas das argamassas,
reduzindo assim o desperdício e consequentemente, a geração de resíduos.

b. Retenção de água
A tabela a seguir apresenta a alteração do percentual de retenção de água
entre as argamassas com resíduos e argamassas de referência.

Tabela 13 - Variação da retenção de água entre as argamassas com resíduos e


argamassas de referência
Variação entre a retenção de águas das argamassas com
Argamassa
resíduos e argamassas de referência (%)

A1/5/RPPC +4,16
A1/10/RPPC +1,23
A1/20/RPPC +3,27
A1/30/RPPC +4,97
A1/5/RPP +2,07
A1/10/RPP -0,40
A1/20/RPP +1,82
A1/30/RPP +2,41
A2/5/RPPC +1,59
A2/10/RPPC +1,94
A2/20/RPPC +2,70
A2/30/RPPC +1,90
A2/5/RPP -0,42
A2/10/RPP +1,92
A2/20/RPP +1,05
A2/30/RPP +5,97
Fonte: Santos, M. L. L. O.
44

Mesmo utilizando percentual ou tipo de resíduos diferentes nas argamassas,


os resultados coletados demonstram que não houve aumento ou diminuição da
retenção de água das argamassas produzidas. Portanto, o uso dos resíduos para
substituição do cimento não interfere na propriedade final do material.

c. Resistência à tração na flexão e resistência à compressão


Nas Tabelas 14 e 15 estão representadas as médias dos resultados dos
ensaios e a variação da resistência à tração na flexão entre argamassas com resíduos
e argamassas de referência. As médias dos resultados do ensaio e a variação da
resistência à compressão entre as argamassas com resíduos e argamassas de
referências são mostrados, respectivamente, nas tabelas 16 e 17.

Tabela 14 - Resultados médios da resistência à tração na flexão das argamassas


Resistência à tração na Coeficiente de
Argamassa Desvio padrão
flexão (Mpa) variação (%)
A1/0/REF 1,08 0,06 5,46
A1/5/RPPC 1,03 0,04 3,78
A1/10/RPPC 1,10 0,05 4,45
A1/20/RPPC 0,39 0,05 13,25
A1/30/RPPC 0,61 0,27 44,79
A1/5/RPP 1,02 0,12 11,30
A1/10/RPP 0,86 0,06 6,65
A1/20/RPP 0,71 0,03 4,65
A1/30/RPP 0,72 0,18 25,36
A2/0/REF 1,85 0,12 6,37
A2/5/RPPC 1,69 0,04 2,56
A2/10/RPPC 1,42 0,06 4,19
A2/20/RPPC 1,46 0,08 5,27
A2/30/RPPC 0,76 0,20 25,96
A2/5/RPP 1,75 0,15 8,77
A2/10/RPP 1,39 0,02 1,67
A2/20/RPP 1,38 0,13 9,16
A2/30/RPP 0,75 0,32 42,14
Fonte: Santos, M. L. L. O.
45

Tabela 15: Variação da resistência à tração na flexão entre as argamassas com


resíduos e argamassas de referência
Variação entre a resistência à tração na
Argamassa fcal/cim fagr/agl fres/cim flexão das argamassas com resíduos e
argamassas de referência (%)
A1/5/RPPC 0,66 5,48 0,06 -4,63
A1/10/RPPC 0,70 5,66 0,12 1,85
A1/20/RPPC 0,79 6,06 0,27 -63,89 *
A1/30/RPPC 0,90 6,51 0,46 -43,52
A1/5/RPP 0,66 5,48 0,05 -5,56
A1/10/RPP 0,70 5,66 0,11 -20,37
A1/20/RPP 0,79 6,06 0,24 -34,26
A1/30/RPP 0,90 6,51 0,41 -33,33
A2/5/RPPC 0,33 5,14 0,06 -8,65
A2/10/RPPC 0,35 5,35 0,12 -23,24
A2/20/RPPC 0,39 5,83 0,27 -21,08
A2/30/RPPC 0,45 6,40 0,46 -58,92
A2/5/RPP 0,33 5,14 0,05 -5,41
A2/10/RPP 0,35 5,35 0,11 -24,56
A2/20/RPP 0,39 5,83 0,24 -25,41
A2/30/RPP 0,45 6,40 0,41 -59,46

* O valor deverá ser desconsiderado. Neste caso, deve ter ocorrido alguma falha
quando da execução do ensaio.
Fonte: Santos, M. L. L. O.
46

Tabela 16 - Resultados médios da resistência à compressão das argamassas


Resistência à Coeficiente de
Argamassa Desvio padrão
compressão (Mpa) variação (%)
A1/0/REF 7,68 1,27 16,59
A1/5/RPPC 5,75 1,14 19,77
A1/10/RPPC 6,02 0,96 15,94
A1/20/RPPC 2,93 0,87 29,64
A1/30/RPPC 5,00 0,82 16,41
A1/5/RPP 6,26 1,61 25,76
A1/10/RPP 6,31 0,64 10,10
A1/20/RPP 5,66 1,04 18,34
A1/30/RPP 3,87 0,29 7,43
A2/0/REF 12,91 1,09 8,48
A2/5/RPPC 10,62 0,68 6,42
A2/10/RPPC 9,53 0,42 4,44
A2/20/RPPC 8,05 0,87 10,84
A2/30/RPPC 5,83 0,49 8,45
A2/5/RPP 10,19 0,42 4,16
A2/10/RPP 10,52 1,09 10,38
A2/20/RPP 9,62 1,41 14,7
A2/30/RPP 7,33 1,42 19,4
Fonte: Santos, M. L. L. O.
47

Tabela 17: Variação da resistência à compressão entre as argamassas com


resíduos e argamassas de referência
Variação entre a resistência à compressão
Argamassa fcal/cim fagr/agl fres/cim das argamassas com resíduos e
argamassas de referência (%)
A1/5/RPPC 0,66 5,48 0,06 -25,13
A1/10/RPPC 0,70 5,66 0,12 -21,61
A1/20/RPPC 0,79 6,06 0,27 -61,85 *
A1/30/RPPC 0,90 6,51 0,46 -34,90
A1/5/RPP 0,66 5,48 0,05 -18,49
A1/10/RPP 0,70 5,66 0,11 -17,84
A1/20/RPP 0,79 6,06 0,24 -26,30
A1/30/RPP 0,90 6,51 0,41 -49,61
A2/5/RPPC 0,33 5,14 0,06 -17,74
A2/10/RPPC 0,35 5,35 0,12 -26,18
A2/20/RPPC 0,39 5,83 0,27 -37,65
A2/30/RPPC 0,45 6,40 0,46 -54,84
A2/5/RPP 0,33 5,14 0,05 -21,07
A2/10/RPP 0,35 5,35 0,11 -18,51
A2/20/RPP 0,39 5,83 0,24 -25,48
A2/30/RPP 0,45 6,40 0,41 -43,22

* O valor deverá ser desconsoderado. Neste caso, deve ter ocorrido alguma falha quando
da execução do ensaio.
Fonte: Santos, M. L. L. O.

Da análise dos resultados das Tabelas 15 e 17 constata-se que, à medida que


aumentam as relações cal/cimento, resíduo/cimento e agregado/aglomerante, ocorre
uma relevante diminuição na resistência à tração na flexão e à compressão das
argamassas.
48

Contudo, a NBR 13281 9AABNT, 2005) ressalta que argamassas com bom
desempenho e durabilidade estão classificadas nas faixas mais altas da tabela da
norma (Tabelas 18 e 19), tanto em relação à resistência á tração na flexão quanto na
resistência à compressão.

Tabela 18: Resistência à compressão


Classe Resistência à compressão (MPa) Método de ensaio
P1 ≤ 2,0
P2 1,5 a 3,0
P3 2,5 a 4,5
NBR 13279
P4 4,0 a 6,5
P5 5,5 a 9,0
P6 > 8,0
Fonte: Associação Brasileira de Normas Técnicas.

Tabela 19: Resistência à tração na flexão


Resistência à tração na
Classe Método de ensaio
flexão (MPa)
R1 ≤ 1,5
R2 1,0 a 2,0
R3 1,5 a 2,7
NBR 13279
R4 2,0 a 3,5
R5 2,7 a 4,5
R6 > 3,5
Fonte: Associação Brasileira de Normas Técnicas.

Analisando o percentual de resíduos utilizados em relação à resistência à


tração na flexão as argamassas A1 estão classificadas na faixa mais baixa e as
argamassas A2 nas faixa intermediárias da tabela. Já em relação à resistência á
compressão, as argamassas A1 estão classificadas na faixa intermediaria em quanto
a A2 se encontra na faixa mais alta da tabela.
49

Sendo assim, pode se ressaltar que, tanto em relação à resistência à tração na


flexão como na resistência à compressão, não houve diferença quando aumentou o
porcentual de resíduos nas misturas das argamassas do mesmo tipo de resíduos e
traço.

3º caso:
Argamassas de revestimento produzidas com agregados de Fortaleza/CE,
Brasil – Maria Elane Dias de Oliveira e Antonio Eduardo Bezerra Cabral

A. Materiais utilizados
Os materiais empregados no processo da fabricação das argamassas foram
cimento Portland classificado como CP II Z 32 RS, areia de rio quartzosa de 4,8mm
que foi peneirada, tijolo cerâmico de oito furos, a água usada é oriunda da rede pública
e agregado reciclado procedente da reciclagem da parte mineral do RCD coletados
por Oliveira et al. (2009), conforme segue a figura abaixo

Figura 4 – Composição do RCD utilizado para a produção do agregado miúdo


reciclado usado no experimento

Fonte: Oliveira, M. E. D. e Cabral, A. E. B.


50

Os resíduos classificados como gesso e “outros” não foram utilizados para a


realização da argamassa, sendo que os demais foram triturados através do
equipamento conhecido como britador de mandíbulas modelo 6240. Após ser
triturado, o material foi peneirado em peneiras com abertura de 4,8 mm, o material
que passou pela peneira foi utilizado no ensaio e foi denominado como agregado
miúdo reciclado ou areia reciclada e o qual ficou retido na peneira foi descartado.

B. Experimento
Durante o experimento foram realizados 6 tipos de traços, sendo que em cada
traço o agregado natural foi substituído por uma determinada quantidade de material
reciclado que foi aumentando gradativamente, conforme a tabela 20. Com essas
diversidades de traços será possível obter resultados que mostrara a influência do
agregado nas propriedades da argamassa.

Tabela 20 - Porcentagem dos agregados natural e reciclado em cada traço


Traço Nº Agregado natural (%) Agregado reciclado (%)
1 100 0
2 90 10
3 80 20
4 70 30
5 60 40
6 50 50
Fonte: Oliveira, M. E. D. e Cabral, A. E. B.

O índice de consistência da argamassa usado nos ensaios foi fixado em


260mm ± 10mm esse valor foi obtido através das recomendações expostas na norma
NBR 13276 (ABNT,2005) e a relação água/cimento das argamassas foi estabelecida
até obter a consistência desejada. O traço utilizado para cada em ensaio foi de 1:3.
Para cada traço de argamassa foi feita uma parede de alvenaria utilizando os
blocos de 8 furos, e posteriormente foi chapiscada, assim foi possível analisar a
aderência da argamassa com o bloco e absorção de água de amassamento da
argamassa.
51

C. Resultados
a. Consistência e porosidade
Para que a argamassa chegasse na consistência desejada a partir da
quantidade de água utilizada, seguiu as orientações da NBR 13276 (ABNT, 2005),
onde a argamassa foi repousada por 15 minutos e após foi realizado o ensaio na mesa
de abatimento. Na tabela abaixo indicara a relação de água/cimento utilizada para se
chegar na consistência esperada.

Tabela 21 - Relação água/cimento encontrada em cada traço para se atingir o índice


de consistência desejado
Traço Nº Relação a/c
1 0,73
2 0,74
3 0,74
4 0,75
5 0,76
6 0,76
Fonte: Oliveira, M. E. D. e Cabral, A. E. B.

Analisando os resultados da tabela 21, observa-se que conforme o maior uso


de agregados reciclados maior foi a quantidade de água utilizada para atingir a
consistência desejada. A possível causa desse resultado se deve a finas partículas
presentes, que fez com que aumentasse a superfície a ser molhada, e também à maior
porosidade no agregado.

b. Resistência à compressão
Este ensaio foi realizados em duas etapas, sendo uma em 14 dias e a outra em
28 dias, como segue a figura abaixo.
52

Figura 5 – Resistência à compressão média das argamassas aos 14 e 28 dias

Fonte: Oliveira, M. E. D. e Cabral, A. E. B.

Pode-se observar que os traços que utilizaram o agregado reciclado


proporcionou um aumento da resistência à compressão das argamassas, tanto nas
de 14 dias e 28 dias, porém, este aumento não foi uniforme em relação ao teor usado
de agregado reciclado em cada traço.
Nas argamassas com 14 dias, no segundo traço que foi usado 10% do agregado
reciclado obteve um aumento de 8,8% de resistência em relação a argamassa de
traço 1 que só foi utilizado agregado natural, a partir do terceiro traço o aumento da
resistência aumento em 90%, 56%, 83% e 88% em relação a resistência da
argamassa de referência.
E nas argamassas com 28 dias o desempenho foi semelhante ao de 14 dias,
mas, o acréscimo da resistência foi mais moderado. O aumentos obtidos foram de
22%, 34%, 3%, 69% e 11% para o segundo, terceiro, quarto, quinto e sexto traço. No
quinto traço foi o ensaio que apresentou melhor resultado de resistência à
compressão.
Uma justificativa para o aumento da resistência em relação ao aumento do teor
de agregado reciclado utilizado corresponde a maior presença de água nas
argamassas. Segundo Lima (2005) essa adição de água favorece uma maior
hidratação dos grãos do cimento. Entretanto, se houver uma grande quantidade de
água terá muita porosidade na argamassa e o resultado da resistência será o inverso.
53

c. Resistência de aderência à tração


O ensaio para obter a resistência à tração foi realizado aos 37 dias de idade.
Para apresentar esse resultado foi elaborado um gráfico conforme figura abaixo que
indica o maior, o menor e o valor médio de cada traço estudado.

Figura 6 – Resultado da resistência de aderência à tração função dos teores de


agregado miúdo reciclado

Fonte: Oliveira, M. E. D. e Cabral, A. E. B.

Analisando o gráfico nota-se que todas as argamassas atingiram o valor


mínimo de 0,20Mpa de resistência para revestimentos de argamassas de parede
interna destinada à pintura, conforme exigido pela norma NBR 13749 (ABNT, 1996).
Na maioria dos traços conforme o aumento da quantidade de agregado
reciclado, a resistência de aderência média das argamassas também aumentou. Este
desempenho é similar ao resultado do ensaio de resistência a compressão em 28 dias.
Segundo Lima (2005) et al. esse resultado se dá devido a maior absorção de
água dos agregados reciclados, pois a argamassas retém uma quantidade maior de
água, que favorece em uma melhor hidratação dos grãos do cimento e assim os
cristais hidratados são absorvidos pelos resíduos em maiores quantias. Por tanto, a
incorporação de agregados reciclados na argamassa benefício para a resistência de
aderência à tração.
54

3.1 SÍNTESE DOS ESTUDOS

Conforme os estudos realizados, percebe-se que a substituição sucessiva do


agregado natural pelo reciclado fez com que aumentasse a quantidade de água para
se obter a consistência desejada em casa ensaio. O índice de absorção de água nas
argamassas que utilizaram agregados reciclado foram de aproximadamente 20%
maior do que as argamassas de agregado natural, e conforme aumenta o teor de
agregado reciclado maior é essa absorção.
Em relação aos resultados de resistência à tração e à compressão
compreende que na maiorias dar argamassas as resistências foram superiores
quando utilizou os agregados reciclados no lugar do agregado natural.
A razão desse aumento da resistência provavelmente ocorreu pelo fato da
maior quantidade de água usada, sendo assim os agregados tiveram maior absorção
e retendo mais água, e motivando uma melhor hidratação dos grãos do cimento e
formando uma quantidade maior de cristais hidratados.
O outro resultado positivo em usar os agregados reciclados foi em relação à
resistência de aderência à tração e de compressão, que em alguns casos foram
superiores à da argamassa com agregado natural, e em outras circunstâncias mesmo
que não foram superiores as argamassas com agregados reciclados ficou dentro dos
valores indicados pela norma.
55

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os resíduos de construção e demolição geram um grande impacto no meio


ambiente, crescendo à medida que o setor construção da civil aumenta. Por isso,
devem ser abordadas alternativas sustentáveis visando a melhor maneira para sua
reciclagem e reutilização, levando em conta não somente a economia, mas também
as qualidades técnicas do produto final.
A composição usual das argamassas é constituída de cimento, areia, cal, água
e aditivos. A argamassa é um dos materiais mais adeptos à reutilização devido a sua
flexibilidade em incorporar novos agregados, em razão disso, verificou-se neste
trabalho, a possibilidade da substituição do agregado natural pelo reciclado na
produção de argamassas de revestimento.
O RCD caracteriza-se por ser uma composição heterogênea, ou seja, cada
material possui propriedades diferentes. Por isso, o tratamento primário deve ser
adequado desde o início da fabricação até sua utilização, assim, suas propriedades
ficam definidas e seu uso se torna flexível. Dessa forma, mediante os estudos
abordados, conclui-se que o uso dos agregados reciclados é propício para a produção
de argamassas de revestimento.
As propriedades de trabalhabilidade e resistência apresentaram melhor
desempenho nas argamassas produzidas com 50% de agregado. Com isso, afirma-
se que, com um manuseio adequado o uso dos agregados reciclados é vantajoso e a
melhor forma de propagação dessa ideia é o incentivo ás empresas a reutilizar seus
resíduos de construção e demolição. Ademais, são necessárias mais pesquisas e
abordagens sobre a vida útil da argamassa de revestimento para alvenaria com a
utilização dos RCD, e a viabilidade econômica quando utilizada em maior escala
dentro da construção civil.
56

REFERÊNCIAS

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