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Leme
2017
GUSTAVO JOSÉ SCATOLINI BALDIN
Leme
2017
GUSTAVO JOSÉ SCATOLINI BALDIN
BANCA EXAMINADORA
Agradeço a Deus por ter me dado forças para conseguir superar todos meus
desafios.
Agradeço a todos meu familiares, namorada e amigos que me apoiaram e me
ajudaram a chegar onde estou.
Agradeço também a esta universidade e professores por toda orientação,
dedicação e conhecimentos que me foram dados.
Agradeço as todos que diretamente ou indiretamente fizeram parte da minha
formação acadêmica.
BALDIN, Gustavo José Scatolini. Resíduos de Construção e Demolição (RCD): Uso
de RCD em Argamassas para Revestimento de Alvenaria. 2017. 59 Folhas. Trabalho
de Conclusão de Curso (Engenharia Civil) – Anhanguera Educacional, Leme, 2017.
RESUMO
ABSTRACT
The sector of civil construction generates large environmental impacts due to the great
demand for natural resources that utilizes to meet the needs of the market, in addition
to the excessive consumption of energy, water and soil degradation. Furthermore, this
segment also generates a large portion of waste, these are known as waste
construction and demolition – RCD, which comprises more than half of the total solid
waste generated in the municipalities. These residues were often referred to an
inappropriate destination as ordinary dumps or simply were in the construction site.
With the emergence of its own legislation, resolution 307 of the National Council of the
Environment (CONAMA), the final forwarding of RCC has gone from disposal to
recovery and reuse. Therefore, this work will analyse the use of the RCC in the
production of mortar for masonry and its characteristics. In the study, the constituents
of the mortar, additives and their functions, and finally, the assessment of the
properties of the mortars produced with the incorporation of RCC as aggregate. In this
process, the methods and procedures will not be addressed, the focus will be the ratio
of the proportion of residue applied in the traces of the mortars and the performance
according to the type of residue.
A1 Argamassa tipo 1
A2 Argamassa tipo 2
a/c Água / Cimento
ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas
ABRELPE Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos
Especiais
AR Agregado Reciclado
ARI Alta Resistência Inicial
CH Cal Hidratada
CONAMA Conselho Nacional do Meio Ambiente
CP Cimento Portland
fa/agl Relação Água / Aglomerante
fa/res Relação Água / Resíduo
FACI Faculdade Ideal
fcal/cim Relação Cal / Cimento
fagr/agl Relação Agregado / Aglomerante
fres/cim Relação Resíduo / Cimento
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
MPa Mega Pascal
NBR Norma Brasileira
RCC Resíduos da Construção Civil
RCD Resíduos de Construção e Demolição
REF Referência – Agregado Natural
RPP Resíduo do Polimento do Porcelanato
RPPC Resíduo de Pedreira de Rocha Calcária
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO...........................................................................................................13
1.1 HISTÓRICO.......................................................................................................15
CONSIDERAÇÕES FINAIS..................................................................55
REFERÊNCIAS.....................................................................................56
13
INTRODUÇÃO
1.1 HISTÓRICO
De pavimentação e de outras
obras de infraestrutura, Deverão ser reutilizados
inclusive solos provenientes ou reciclados na forma de
São os resíduos de operações de agregados, ou
reutilizáveis ou terraplanagem. encaminhados a áreas de
A recicláveis como Da construção, demolição, aterro de resíduos da
agregados reforma e reparos de Construção Civil, sendo
edificações (componentes dispostos de modo a
cerâmicos, tijolos, blocos, permitir a sua utilização
telhas e placas de ou reciclagem futura.
revestimento, concreto e
argamassa).
Deverão ser
armazenados,
Resíduos para os transportados e
quais ainda não Não especificado pela destinados em
C foram resolução. conformidade com as
desenvolvidas. normas técnicas
específicas.
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130.000
122.262
120.000 117.435
110.000
100.000
90.000
80.000
70.000
61.487 63.469
60.000
50.000
40.000
30.000 24.066
22.162
20.000 13.439 13.675 16.067 16.513
Chapisco
Camada base para o restante do desenvolvimento do revestimento. Tem como
efeito uniformizar a superfície quanto à absorção e melhorar a aderência entre base e
o revestimento posterior.
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Emboço
O emboço tem como finalidade cobrir e regular o nivelamento da base, para
que possa receber a próxima camada, que pode ser o reboco ou algum revestimento
decorativo. A espessura do reboco que varia entre 15mm a 25mm é própria para que
haja uma maior proteção à alvenaria.
Reboco
E a última camada, serve para dar o acabamento final para a alvenaria. Por ter
essa finalidade, o reboco deve estar liso, não apresentar fissuras, para que possa
receber assim sua última fase de acabamento, que pode ser pintura, por exemplo.
Camada Única
É um tipo único de argamassa aplicada à base, que logo após já é aplicada a
camada decorativa. É o tipo de argamassa com maior proporção de utilização no país.
Suas características devem atender às funções tanto do emboço quanto do reboco,
para que haja regularização da base e acabamento.
Argamassa de cal
Este tipo de argamassa é preparada a partir de cal, areia (agregado miúdo) e
água. Geralmente são utilizadas em alvenarias não estruturais, pois sua resistência à
flexão é mínima, ou seja, é uma argamassa muito elástica. Tem pouca resistência a
umidade e seu enrijecimento é mais lento quando comparado ao da argamassa de
cimento.
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Argamassa de cimento
A argamassa de cimento é mais utilizada em chapisco, revestimentos
impermeáveis, ou pisos cimentados. O tipo de cimento mais utilizado para a fabricação
desta argamassa é o Portland comum ou cimentos especiais, e junto deste, areia e
água são os componentes de base. A argamassa de cimento é mais impermeável que
de cal, e tem alta resistência às necessidades mecânicas, entretanto, tem baixa
aderência e retração de água.
Argamassa mista
Neste caso, a argamassa mista é utilizada em alvenarias estruturais, contra
pisos e em emboços de paredes e tetos. A propriedade que se quer adquirir pode ser
mudada de acordo com o elemento adicionado, por exemplo, adicional a cal em uma
argamassa de cimento diminui a desidratação e retarda a pega da argamassa, mas,
adicionar cimento em uma argamassa de cal adquire-se maior resistência e acelera a
pega, ocasionando em uma maior impermeabilidade da argamassa.
Reboco – 1:2:9 (Uma parte de cimento para duas partes de cal para nove partes
de areia fina);
Tipos de preparos:
Argamassa preparada em obra:
É um método mais tradicional usado nas obras, é quando os materiais que
formam a argamassa são medidos em massa ou volume e misturados no próprio
canteiro de obra em uma certa sequência e por um determinado tempo. Nesse
processo deve-se ter uma atenção maior do pedreiro para que seja feito de acordo
com o traço indicado para que se alcance um bom resultado. (SZLAK e TANIGUTI et
al., entre 2005 e 2015).
Argamassa industrializada:
Conforme a norma NBR 13529 (ABNT, 2013) – Revestimento de paredes e
tetos de argamassas inorgânicas, a argamassa industrializada é fabricada em centrais
(indústrias) e fornecida em caminhões-betoneira e já vão prontas para serem usadas,
onde todos os materiais (aglomerantes, agregados, aditivos) utilizados possuem sua
dosagem controlada para se obter uma argamassa de ótima qualidade e a fim de
atender com excelência as exigências para seu uso.
Cimento
Segundo a NBR 5732 (ABNT, 1991) – Cimento Portland comum, tem aspecto
de pó fino e é considerado um aglomerante hidráulico, pois suas reações se dão a
partir da mistura com a água.
A finalidade do uso do cimento na argamassa é referente as propriedades de
resistência mecânica que ele oferece e também por ser composto por partículas finas
favorece para a retenção da água na mistura e para a plasticidade. O mais indicado a
ser usado são os cimentos Portland que tem menor resistência mecânicas, pois
ajudam na redução de fissuras, pois elas possibilitam menor rigidez na argamassa
que consequentemente contribuem para resistir as deformações. Segundo Carneiro
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Segundo Szlak e Taniguti et al. [entre 2005 e 2015], as características da cal, areia,
água e aditivos são:
Cal
O uso da cal nas argamassas tem como principal função atuar como
aglomerante da mistura, e as propriedades obtidas são: plasticidade, capacidade de
absorver deformações após endurecida, trabalhabilidade e compacidade no estado
fresco.
Devido a finura da cal ela proporciona a retenção de água em volta de suas
partículas contribuindo para uma melhor hidratação do cimento, e também ela se torna
uma argamassa mais flexível, por isso ela apresenta uma melhor resistência as
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Areia
A areia natural é o agregado miúdo mais usado nas argamassas de
revestimento, são originais de rios, cava e britagem, suas partículas tem diâmetros
entre 0,06 e 2,0mm. A granulometria da areia é um fator muito importante, pois ela
influência nas medidas e quantidades das misturas dos aglomerantes e da água, por
exemplo, quando há deformidades na curva de granulométrica ou excesso de finos, é
necessário usar uma quantidade maior de água, prejudicando a resistência mecânica
e causando maior retração durante a secagem da argamassa.
Segue abaixo o quadro de comparação da granulometria dos agregados e suas
propriedades:
Água
A água é o constituinte mais relevante na execução da argamassa, é através
dela que são realizadas as reações entre os materiais e principalmente as do cimento.
Mesmo que sua dosagem seja direcionada pelo pedreiro para chegar a melhor
consistência da mistura e melhor trabalhabilidade, deve-se seguir o traço
estabelecido, para não perder as propriedades desejadas da argamassa.
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Para que se obtenha uma boa qualidade da argamassa é necessário usar água
potável, e não água contaminada ou que possuem excesso de sais solúveis, pois
durante o amassamento esses novas propriedades podem ocorrer reações que
interferem nas características do produto final.
Aditivos
Os aditivos são componentes extras que são adicionados em pequenas
quantidades na misturas, com o propósito de melhorar uma ou mais propriedades da
argamassa tanto no estado fresco ou endurecido. O uso do aditivos tem diversas
finalidades sendo elas as mais solicitadas são, para diminuir a fissuração, facilitar a
trabalhabilidade e aumentar sua aderência. Segue abaixo o quadro dos tipos dos
aditivos e suas finalidades.
1º caso:
Avaliação das propriedades das argamassas de revestimento produzidas com
resíduos da construção e de demolição como agregado – Lucinei T. Assunção,
Geraldo F. de Carvalho, Márcio S. Barata - Engenharia Civil da Faculdade Ideal
(FACI)/Belém-PA.
a. Cimento
O cimento utilizado foi o CP II Z 32 que é composto com pozolana. As tabelas
a seguir são referentes a caracterização físico-mecânica e resistência à compressão
(NBR 7215/1996a).
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d. Água
Foi utilizada a água da Companhia de Saneamento do Pará (Cosanpa),
considerada potável.
e. Aditivo
Foi utilizado o aditivo incorporador de ar, nas seguintes proporções: nos traços
de referência 6ml do aditivo e nos traços com agregados reciclados 3ml do aditivo,
conforme indicações do fabricante. O incorporador de ar tem a finalidade de melhorar
as caraterísticas da argamassa no seu estado fresco.
B. Resultados
As argamassas foram divididas em três grupos para serem analisadas. O
primeiro grupo é o de traço de referência composto por 100% de agregado natural
(REF), o segundo é composto de 30% de agregado reciclado (AR30) e o terceiro é
composto de 50% de agregado reciclado (AR550).
a. Consistência
A consistência tem a finalidade de indicar a trabalhabilidade da argamassa, e
assim determinar a quantidade de água necessária usada na mistura para adquirir
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2º caso:
Aproveitamento de resíduos minerais na formulação de argamassas para a
construção civil – Maria Luiza Lopes de Oliveira Santos
a. Cimento
O cimento usado foi o cimento Portland CP II F 32, esse tipo de cimento não
possui pozolana em sua composição.
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b. Cal
Foi utilizada a cal hidratada do tipo CH I, para um melhor resultado a cal foi
armazenada em um recipiente plástico, vedado e revestido com saco plástico,
protegendo o material das intempéries.
c. Agregado miúdo
Foi utilizado a areia quartzosa de origem natural, extraída de uma jazida
localizada em Macaíba/RN. A mesma não apresentava impurezas e possuíam
granulometria uniforme. Todo o material foi seco em estufa e em seguida acomodado
de forma a ser protegido das intempéries.
d. Resíduos
Os resíduos utilizados foram derivados do polimento do porcelanato (RPP) e
pedreira de rocha calcária (RPPC). Inicialmente eles foram peneirados na peneira com
malha com abertura de 2,44 mm, com intuito de excluir as partículas que possuem
diâmetros superiores e as partículas indesejadas.
D. Resultados
a. Consistência
A Tabela 12 mostra a variação percentual dos índices de consistência
alcançados em todos os ensaios realizados com as argamassas A1 e A2 para todos
os traços formulados em comparação ás argamassas de referência.
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variou entre 14% e 20%. Dessa forma, pode-se dizer que o RPP provavelmente está
contribuindo para uma melhor ligação entre o agregado e a pasta de aglomerante,
atuando assim como um agente capaz de aumentar a concentração das argamassas.
Tal aumento na concentração pode proporcionar ganhos relativos à qualidade e
produtividade, podendo ainda influenciar na redução de perdas das argamassas,
reduzindo assim o desperdício e consequentemente, a geração de resíduos.
b. Retenção de água
A tabela a seguir apresenta a alteração do percentual de retenção de água
entre as argamassas com resíduos e argamassas de referência.
A1/5/RPPC +4,16
A1/10/RPPC +1,23
A1/20/RPPC +3,27
A1/30/RPPC +4,97
A1/5/RPP +2,07
A1/10/RPP -0,40
A1/20/RPP +1,82
A1/30/RPP +2,41
A2/5/RPPC +1,59
A2/10/RPPC +1,94
A2/20/RPPC +2,70
A2/30/RPPC +1,90
A2/5/RPP -0,42
A2/10/RPP +1,92
A2/20/RPP +1,05
A2/30/RPP +5,97
Fonte: Santos, M. L. L. O.
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* O valor deverá ser desconsiderado. Neste caso, deve ter ocorrido alguma falha
quando da execução do ensaio.
Fonte: Santos, M. L. L. O.
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* O valor deverá ser desconsoderado. Neste caso, deve ter ocorrido alguma falha quando
da execução do ensaio.
Fonte: Santos, M. L. L. O.
Contudo, a NBR 13281 9AABNT, 2005) ressalta que argamassas com bom
desempenho e durabilidade estão classificadas nas faixas mais altas da tabela da
norma (Tabelas 18 e 19), tanto em relação à resistência á tração na flexão quanto na
resistência à compressão.
3º caso:
Argamassas de revestimento produzidas com agregados de Fortaleza/CE,
Brasil – Maria Elane Dias de Oliveira e Antonio Eduardo Bezerra Cabral
A. Materiais utilizados
Os materiais empregados no processo da fabricação das argamassas foram
cimento Portland classificado como CP II Z 32 RS, areia de rio quartzosa de 4,8mm
que foi peneirada, tijolo cerâmico de oito furos, a água usada é oriunda da rede pública
e agregado reciclado procedente da reciclagem da parte mineral do RCD coletados
por Oliveira et al. (2009), conforme segue a figura abaixo
B. Experimento
Durante o experimento foram realizados 6 tipos de traços, sendo que em cada
traço o agregado natural foi substituído por uma determinada quantidade de material
reciclado que foi aumentando gradativamente, conforme a tabela 20. Com essas
diversidades de traços será possível obter resultados que mostrara a influência do
agregado nas propriedades da argamassa.
C. Resultados
a. Consistência e porosidade
Para que a argamassa chegasse na consistência desejada a partir da
quantidade de água utilizada, seguiu as orientações da NBR 13276 (ABNT, 2005),
onde a argamassa foi repousada por 15 minutos e após foi realizado o ensaio na mesa
de abatimento. Na tabela abaixo indicara a relação de água/cimento utilizada para se
chegar na consistência esperada.
b. Resistência à compressão
Este ensaio foi realizados em duas etapas, sendo uma em 14 dias e a outra em
28 dias, como segue a figura abaixo.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
HUANG, W. L.; LIN, D. H.; CHANG, N. B.; LIN, K. S. Recycling of construction and
demolition waste via mechanical sorting process. Journal of Resources, Conservation
and Recycling, Volume 37, Issue 1, p23-37, December 2002.
LEVY, S. M. apud NEVES, Helaine N.; CÂNDIDA, Ana C.; FERREIRA, Tânia K. S.
2010. Reciclagem do entulho da constrição civil para utilização como
agregados para argamassas e concretos. 1997. P145.
PASCHOALIN FILHO, João A.; DUARTE, Eric B. de Lima ; FARIA, Ana C. Geração
e manejo dos resíduos de construção civil nas obras de edifício comercial na
cidade de São Paulo. Novembro 2015. Disponível em:
http://www.revistaespacios.com/a16v37n06/16370630.html – acesso em 29/08/2017.